Supostos Black Blocs têm computadores e arquivos apreendidos pela polícia no RJ

Do Estadão

Polícia Civil apreende computadores e arquivos de black blocs no Rio

Policiais investigam atos de vandalismo no feriado de Sete de Setembro na capital fluminense

11 de outubro de 2013 | 9h 56

Adriano Barcelos – O Estado de S. Paulo

Atualizado às 12h58.

RIO – A Polícia Civil cumpriu na manhã desta sexta-feira 13 mandados de busca e apreensão no Rio e em Niterói para apurar o envolvimento de pessoas em atos de vandalismo durante as comemorações do Sete de Setembro na capital fluminense.

Na operação, foram recolhidos laptops, máscaras, CPUs, CDs e pen drives de supostos adeptos da tática do Black Bloc. Outros quatro mandados não foram cumpridos porque os alvos não foram localizados.

Segundo o diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), Fernando Reis, todos os investigados teriam participado de atos de vandalismo no feriado da Independência. Pelo menos seis deles já estiveram na delegacia para prestar os primeiros esclarecimentos, sendo liberados em seguida.

Eles teriam participado também de grupos de discussão e páginas do Facebook do movimento Black Bloc. A polícia ainda precisa de autorização judicial para acessar o conteúdo dos materiais de informática apreendidos, que deverá ser solicitada ao longo da sexta-feira.

Segundo o delegado Reis, eles podem ser enquadrados na Lei de Organização Criminosa – com pena que vai de três a oito anos de prisão. “Sem dúvida podem (ser indiciados por organização criminosa). Na verdade o que se quer é estabelecer o papel de cada um na verdadeira coreografia de vandalismo que a gente tem identificado aí”, afirmou. Reis disse ainda que a principal tarefa da polícia na investigação, que está sob segredo de Justiça, é definir se há alguma hierarquia ou participação diferenciada na organização dos black blocs que levaram à depredação.

Advogados do Instituto de Defensores dos Direitos Humanos (IDDH), organização não-governamental que oferece auxílio jurídico a manifestantes, acompanharam os depoentes na sede da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Eles se limitaram a dizer que os investigados foram surpreendidos e que a apuração policial está em estágio inicial, sem a responsabilização de qualquer deles até o momento.

Luis Nassif

10 Comentários

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  1. A polícia é parte interessada, nao é confiável p investigar; mas

    Mas que seria preciso investigar se esses jovens sao manifestantes autênticos ou se estao sendo financiados para tumultuar, isso seria. Só que investigaçao por parte interessada nao tem credibilidade nenhuma. 

      1. Deveria ser, Ivan; na prática, às vezes é o contrário…

        Aqui no Rio, pelo menos, houve muita infiltraçao da polícia nos atos de “vandalismo” e na incitaçao à violência. Nao foi só ela: houve infiltraçao de milícias, de partidários de Garotinho, da máfia das vãs, o escambau. Mas a polícia tem interesse em que haja um “culpado oficial” do lado dos manifestantes. E eles vao investigar a eles mesmos? Duvide-o-dó… 

        Repare, nao sou nem um pouco simpática aos Black Blockers, que, mesmo que nao tenham sido financiados para tumultuar — o que acho uma possibilidade — criaram um clima que tornaram impossíveis as manifestaçoes pacíficas de agora em diante. Mas que eles têm costas quentes, e sao o culpado providencial para a polícia, lá isso sao. 

    1. Violençia paga?

      A aparencia de um grupo organizada e mandada pelo um mandante segredo como o estado tambem veio pra mim. A capacidade da cultura brasileira fixar nos atos da violencia nos protestos de junho, e nao na causa dos protestos, faz que uma diversao igual os black blocs e perfeito para atrapalhar o avanço ideologica dos protestos.

      Mas eu tenho duvidas pq em brasil voce encontra esses tipos de “organizadas” sem mandante, fazenda coisas fora do lei por exemplo: milicias, assasinos de moradores de rua. a reportagem pago por governador agneli queiroz, entao eu nao sei. 

  2. ANARQUISMO

    As relações da Globo com o Estado bandido são tão grandes que ela anuncia na capa de seu jornal que a Polícia Federal está investigando grupos anarquistas no Rio de Janeiro e na mesma hora, na madrugada de sexta, militantes da OATL são “visitados” pela mesma Polícia Federal com mandados de busca e apreensão por participação em grupos que “ameaçam” o Estado com “terror”. Detalhe, segundo informações que tivemos, somente estas pessoas foram investigas e perseguidas pela PF, enquanto as outras pessoas foram pela Polícia Civil. O que isto demonstra? Que ser uma “organização política anarquista” é crime de “ordem pública nacional”. Eles buscam os “mentores” do que chamam de “vandalismo”, o que é ao mesmo tempo ridículo e perigoso.
    Pelo direito à organização política!

    https://www.facebook.com/pages/Organiza%C3%A7%C3%A3o-Anarquista-Terra-e-Liberdade-OATL/398254483624546

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