Pesquisadores brasileiros poderão usar telescópios europeus

Jornal GGN – A inovação brasileira acaba de ganhar um reforço. A Câmara dos Deputados aprovou a adesão do País ao Observatório Europeu do Sul, organização que possui uma grande infraestrutura científica.

A entidade é detentora de uma ampla base de telescópios. O acordo ainda precisa ser ratificado pelo Senado, mas quando isso acontecer, pesquisadores brasileiros poderão participar das pesquisas nas áreas de astrofísica, cosmologia e astronomia, ter seus próprios projetos e contar com tempos exclusivos de uso dos telescópios.

O Brasil será o 15º membro do grupo, o primeiro não europeu.

Enviado por Gão

Câmara aprova adesão do Brasil ao Observatório Europeu do Sul

Do Inovação Tecnológica

A Câmara dos Deputados aprovou a adesão do Brasil ao Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês -European Southern Observatory).

O Brasil se tornará o 15º membro – o primeiro não-europeu – da organização, que possui uma infraestrutura científica considerada, em seu conjunto, a mais importante do mundo.

Formalmente chamada “Organização Europeia para a Pesquisa Astronômica no Hemisfério Austral”, a entidade é detentora de uma ampla base de telescópios instalados no Chile, incluindo o VLT (Very Large Telescope), GMT (Giant Magellan Telescope), TMT (Thirty Meter Telescope) e está iniciando a construção do E-ELT (European Extremely Large Telescope), que será o maior telescópio do mundo.

Com o acordo, que ainda deverá ser ratificado pelo Senado, pesquisadores brasileiros poderão participar das pesquisas nas áreas de astrofísica, cosmologia e astronomia, ter seus próprios projetos e contar com tempos exclusivos de uso dos telescópios.

Pelo acordo, até 2021 o Brasil deverá pagar 270 milhões de euros (cerca de R$ 945 milhões). Nos dois primeiros anos deverão ser desembolsados apenas cerca de 10 milhões de euros (R$ 35 milhões) em razão do tempo necessário para que a comunidade astronômica e científica brasileira possa passar por um processo de aprendizagem do uso dos equipamentos da ESO.

A participação financeira do Brasil tornará o país coproprietário dos telescópios e equipamentos científicos.

Além disso, o custo terá contrapartida econômica na forma de participação de empresas brasileiras no fornecimento de peças e serviços para manutenção e atualização dos telescópios atuais e da construção dos novos observatórios.

 

Redação

9 Comentários

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  1. Nao sei se entendi o assunto

    Nao sei se entendi o assunto muito bem, pois pensava que os astronomos brasileiros ja tinham tempo -limitado- pra usar telescopios da NASA!  Alguem sabe me esclarecer nisso?

    (Nao que seja uma ma ideia, claro.)

    1. Alocação de tempo

      Na maioria das vezes, a alocação de tempo de telescópios científicos é determinada por uma comissão composta por astrônomos eleitos por uma sociedade profissional ou indicados por uma instituição acadêmica. A comissão analisa os diversos projetos de observação submetidos e escolhe, com base no mérito científico, impacto esperado, viabilidade técnica, condições de observação pretendidas, etc., os que melhor podem fazer uso do tempo disponível durante cada semestre. Além do mérito, a divisão do tempo observável pode ser previamente particionada em frações destinadas às comunidades astronômicas de cada país que financiou a construção e/ou manutenção do equipamento.

      Por exemplo: o Brasil arca com cerca de 5% do custo dos telescópios Gemini e 33% do custo do telescópio SOAR, de modo que, respectivamente, 5% e 33% das noites observáveis são divididas entre os astrônomos brasileiros. Ainda é possível observar usando parte das noites dedicadas a outro país financiador, mas nesse caso o(a) brasileiro(a) deveria figurar como co-proponente e não como pesquisador principal do projeto. Uma exceção a essa regra é o Chile, que conseguiu assegurar, por lei, para sua comunidade astronômica 10% do tempo de todo telescópio que venha a ser instalado em seu solo; isso é uma grande conquista para os astrônomos chilenos, que têm uso garantido do tempo dos melhores telescópios do mundo.

      Os telescópios da NASA (Hubble, entre outros) seguem políticas diferentes de alocação de tempo: podem fazer chamadas para submissão de propostas a toda a comunidade astronômica internacional, destinar uma parcela do tempo de observação à comunidade americana e outra à não americana ou funcionar quase que totalmente num programa observacional principal já delineado previamente, abrindo pequenas chamadas de submissão para projetos secundários que ocupem o tempo ocioso do telescópio quando o programa observacional principal não puder ser desenvolvido.

      No caso da ESO, a organização que convidou o Brasil a ser sócio, o tempo é distribuído por mérito apenas entre as comunidades dos países membro. A ESO possui o maior parque de telescópios do mundo; suas instalações ficam em grande parte no Chile e seus equipamentos estão aptos a observar em todo o espectro eletromagnético. A adesão será muito boa para os astrônomos brasileiros, mas não apenas para esses, porque a ESO é uma organização que desenvolve tecnologia de ponta em ótica, engenharia, computação, e divide os contratos apenas entre os países membros de forma proporcional ao pagamento da manutenção. Assim, o gasto do governo se torna investimento que retorna em mão-de-obra e oportunidades de desenvolvimento em tecnologia nacional.

      1. E por sinal, ja que estou

        E por sinal, ja que estou sendo tao doce:  meta optics depende de pressao -altissima- em alguns materiaismas nao todos, e as qualidades opticas sao diferentes porque o phase paralizado eh diferente.

        Sim, eu tou falando isso so pra desqualificar aquela “patente” da tinta mais preta do mundo.  Tudo, toda ciencia que eu encostei os EUA simplesmente apagaram meu nome dela.  Parece que esse osso funcionou.  Mas era golpe, aparentemente -ainda nao estou entendendo varias coisas a respeito do assunto, diga se.

  2. ESO

    A notícia tá atrasada, hein, Nassif. Mas é bom que tenha finalmente chamado a atenção do blog. No dia 19 eu já a tinha sugerido no Fora de Pauta: https://jornalggn.com.br/fora-pauta/acordo-eso-brasil-e-aprovado-na-camara

    Falta ainda a aprovação do senado e, principalmente, começar a pagar as parcelas acordadas. No momento, a comunidade astronômica brasileira ainda está envergonhada por poder usar há 4 anos os equipamentos da ESO, como se já fôssemos membros deste, sem que nenhum centavo tenha sido desembolsado pelo governo federal.

  3. 4 anso de tramite

    4 anso de tramite burocrático.  E ainda não passou!!! Não há prazo ou respeito com a palavra empenhada pelo País no exterior. Uma esculhambação total!

     

    Assim não há projeto que fique de pé neste país!

  4. “Com o acordo, que ainda

    “Com o acordo, que ainda deverá ser ratificado pelo Senado”

    Quer dizer, isso se o Renan assim permitir.

  5. Obrigado, Helio, eu nao sabia

    Obrigado, Helio, eu nao sabia de nada disso.  Quanto a isso aqui:

    “a ESO é uma organização que desenvolve tecnologia de ponta em ótica, engenharia, computação”

    O “segredo” da meta otica que todo mundo esta procurando esta na eletrificacao de acido que corroi VIDRO.  Sim, as moleculas que se soltam sao opticamente alteradas -lembra da tinta mais preta do mundo cuja “patente” a NASA alardeou alguns meses atraz?  Pois eh…  eu tinha publicado esse “segredo” tambem aqui no blog um mes antes.  Eu nao sabia e ninguem mais viu, entao…  fica o registro.

  6. Helio e todos:  parece ate

    Helio e todos:  parece ate que eu tava brincando, ne?

    Scientists synthesize molecules that absorb any color of sunlight, from the oranges through the near-infrared

     

    Advinhe… Tem um monte de proteinas de clorofila realmente raras.  Mas eu nao tenho estomago pra “discursar” sobre elas exceto em termos espiritas, e nao vai colar ainda falar em pensamentos terciarios e quaternarios…  So vou deixar a connexao obvia:  a maior parte do que plantas fazem eh lidar com o solo, que tem um monte de…

    De vidro.

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