Após nove anos, sonda da Nasa sobrevoa Plutão

Inforgráfico New Horizon

Infográfico New Horizon | Adaptação de infografia da NASA

Enviado por jns

Da EBC

Sonda New Horizons sobrevoa Plutão após nove anos e meio de viagem

Por Edgard Matsuki

Nunca na história deste universo, um veículo espacial chegou tão longe. Nessa terça-feira (14), a sonda New Horizons, que saiu da Terra no ano de 2006, vai ficar a exatos 12.472 km (7.750 milhas) de Plutão. Lançada pela Nasa, a New Horizons tem como objetivo trazer informações sobre o planeta-anão e vai completar uma rota de 4,77 bilhões de km.

Desde quando a New Horizons saiu da Terra, foram apresentadas imagens que revelaram detalhes de Saturno e Netuno. Quando começou a se aproximar de Plutão, a sonda já fez imagens do planeta-anão. Em uma delas, foi revelada uma cor avermelhada de Plutão. Em outra revelava Charon (a maior lua) orbitando sobre o planeta-anão. Há, ainda, a imagem que mostrava as duas faces do planeta.

Além de ser a primeira missão que explorou Plutão, a Nasa aponta que a New Horizons quebrou alguns recordes. É a primeira a chegar a um planeta congelado anão, a explorar o Cinturão de Kuiper (área onde fica Plutão), a primeira desde 1970 a explorar um planeta desconhecido e a nave mais rápida da história: a velocidade chegou até a 21 km/s.

Mas a Nasa não gastou cerca de US$ 720 milhões apenas para quebrar recordes. De acordos com pesquisadores da área, a chegada da New Horizons vai auxiliar nos estudos sobre e sobre como era a vida na Terra há bilhões de anos. Para o professor de física da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Soares, essa é a principal contribuição da New Horizons. “É difícil dizer como era a Terra há 4 bilhões de anos. Como Plutão não teve modificações por conta da distância do Sol, é possível ter um panorama de vida há milhões de anos”, explica.

 JHUAPL

A New Horizons aproximando-se de Plutão | Imagem conceitual de JHUAPL | Astronomy Now

O pesquisador do Observatório Nacional Júlio Camargo diz que as imagens e informações enviadas para a Terra vão servir como ponto de partida para novos trabalhos sobre os planetas: “Sem dúvida, a ciência planetária vai se beneficiar com os dados divulgados”.

Já o engenheiro aeroespacial italiano Steffano Scutti levanta que a New Horizons fecha a primeira etapa em relação a exploração espacial no sistema solar: “Agora todos os planetas clássicos foram visitados pelo menos por uma vez”. Ele também destaca que a missão deve reservar mais novidades depois de passar por Plutão: “Vale lembrar que a missão não é só para visitar Plutão, mas também descobrir outros objetos do Cinturão de Kuiper”.

Vídeo de Erik Wernquist encomendado pela National Space Society

A sonda New Horizons da NASA vai chegar em Plutão em 14 de julho transmitindo fotos de alta resolução e  revelando novos dados da superfície do planeta pela primeira vez na história – aúdio original em inglês.

Cinco fatos sobre a passagem da New Horizons em Plutão

Nesta terça-feira (14), o veículo espacial New Horizons vai fazer um voo pela órbita de Plutão (saiba como será o voo neste link). Para ajudar você a entender detalhes sobre a missão, o Portal EBC preparou uma lista de cinco fatos sobre o evento:

1 – Data marca 50 anos de exploração a Marte

O dia 14 de julho não foi escolhido à toa pela Nasa para o voo sobre Plutão. A data marca exatos 50 anos da primeira missão não-tripulada interplanetária da Agência Espacial Norte-Americana. Em 14 de julho de 1965, a sonda Mariner explorou Marte.

2 – Viagem não vai mudar entendimento sobre Plutão ser planeta-anão

Por mais que as informações que venham de Plutão sejam úteis, uma coisa é certa: a missão da New Horizons não fará Plutão voltar a ser considerado um planeta. “O que fazia Plutão ser um planeta era justamente a falta de informações sobre o assunto. Com as informações da missão, o posto de planeta-anão deve se reforçar”, diz o professor Ivan Soares, da UnB.

3 – Acompanhamento da missão só por simuladores

Dada a distância da missão e a dificuldade do envio de informações para a Terra, não haverá transmissões de imagens ao vivo da New Horizons. Acompanhar a missão só será possível por meio de um simulador no site oficial da missão (clique aqui). A página mostra eventos importantes da missão e a distância que a nave está da Terra e de Plutão.

4 – Distância da New Horizons para Plutão será bem pequena

Os 12 mil km de distância da New Horizons para Plutão serão menores do que o raio da Terra. A título de comparação, é semelhante à distância entre São Paulo e Dubai. A distância é muito menor do que a da sonda para a Terra: 4,77 bilhões de km.

5 – New Horizons é o veículo espacial mais rápido do mundo

Com velocidade alcançada de 21 km por segundo (quando passou por Júpiter), a New Horizons é até o momento o veículo espacial mais rápido já criado. A velocidade da sonda possibilitou que ela chegasse à Lua em nove horas de viagem. Só para ter uma ideia, se já estivesse em aceleração e fosse de São Paulo ao Rio, a New Horizons demoraria cerca de 20 segundos para fazer a viagem.

Plutão é um planeta ou um planeta-anão?

Portal EBC | Por Edgard Matsuki Edição:Leyberson Pedrosa e Amanda Cieglinski | 11/07/15

Sonda New Horizon capta imagens de Plutão e de sua lua Charon

Sonda New Horizon capta imagens de Plutão e de sua lua Charon | Nasa

A chegada da sonda New Horizons à órbita de Plutão levantou uma questão: Plutão é um planeta ou um planeta-anão? A resposta é não. Apesar de alguns pesquisadores terem levantado no ano de 2014 a possibilidade de Plutão voltar a ser considerado um planeta, os estudiosos consideram, desde 2006, que ele é um planeta-anão. A decisão foi tomada no dia 24 de agosto daquele ano pela União Astronômica Internacional (UAI).

De acordo com o pesquisador Julio Camargo, do Observatório Nacional, há três requisitos para um corpo ser considerado um planeta: “O corpo tem que ser esférico (porque isso denota o volume e equilíbrio hidrostático), girar em torno Sol e tem que ser senhor de sua órbita (não entrar na rotação de outro planeta)”. Plutão não preenche o último requisito.

Os pesquisadores são claros ao dizer que as informações da New Horizons não devem mudar a condição de Plutão: “O que fazia Plutão ser um planeta era justamente a falta de informações sobre o assunto. Com as informações da missão, o posto de planeta-anão deve se reforçar”, diz o professor Ivan Soares, da Universidade de Brasília.

O engenheiro aeroespacial italiano Steffano Scutti acredita que o debate se deve também ao senso comum de que Plutão é planeta. “Eu acho que este debate ainda é muito popular, porque a humanidade se acostumou a chamá-lo de o nono planeta do Sistema Solar há mais de 7 anos após a sua descoberta. Tanto que o astrônomo que descobriu Plutão quer devolver o status de planeta”. Apesar disso, Scutti também acredita que a condição do planeta não mudará: “Nem o fascínio com essa missão vai mudar a condição de Plutão”.

Fontes:

http://www.ebc.com.br/tecnologia/2015/07/plutao-e-um-planeta-ou-um-planeta-anao-descubra

http://astronomynow.com/2015/03/12/pluto-bound-probe-tweaks-its-trajectory/

http://www.dmuller.net/spaceflight/realtime.php?mission=newhorizons

Redação

10 Comentários

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  1. “”Por Edgard Matsuki
    Nunca na

    “”Por Edgard Matsuki

    Nunca na história deste universo, um veículo espacial chegou tão longe.””

     

    Como assim?

    E a VOYAGER é o que?

  2. Erro!

    A lua de Plutão (chamamos “Pluto” de Plutão em português) chama-se Caronte (é o nome em português vindo do grego), “Charon” apenas em inglês. 

  3. Erro!

    A lua de Plutão (chamamos “Pluto” de Plutão em português) chama-se Caronte (é o nome em português vindo do grego), “Charon” apenas em inglês. 

    1. Não é o único erro

      Há vários outros erros e deslizes neste texto.

      Por exemplo:

      1. New Horizons não fotografou Saturno e as imagens de Netuno que foram enviadas não possuem resolução adequada para pesquisa (ambos estavam muito distantes do ponto em que a sonda cruzou suas órbitas).

      2. O descobridor de Plutão faleceu em 1997, nove anos antes de Plutão ser rebaixado. Obviamente, ele não poderia estar lutando para que Plutão voltasse a ser considerado planeta.

      3. A humanidade acostumou-se a considerar Plutão como planeta por 70 anos logo após sua descoberta, não 7 anos.

      4. Não é a primeira desde 1970 a explorar um planeta desconhecido. Júpiter foi visitado pela primeira vez em 1973; Saturno, em 1979; e Urano, em 1986. Netuno só foi visitado em 1989.

      5. Não é a sonda que chegou mais longe. A mais longínqua atualmente é Voyager 1.

  4. As Mulheres da Missão New Horizons da NASA

    Cerca de 25 por cento da equipe da NASA responsável pela fase de preparação do sobrevôo de Plutão pela missão New Horizons é constituida por mulheres.

    Mulheres de novos horizontes

    Em 19 de janeiro de 2006: Membros da equipe New Horizons, no lançamento da nave espacial no Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, Flórida.

    Da esquerda para a direita: Leslie Young, Yanping Guo, Cathy Olkin, Jeanette Thorn, Debi Rose, Ann Harch, Heather Elliott, Fran Bagenal | Créditos: KSC / NASA

    Mulheres de novos horizontes

    Em 11 de julho de 2015: Integrantes da equipe da Missão New Horizons fotografadas no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, apenas três dias antes da maior aproximação da sonda a Plutão.

    Ajoelhadas, da esquerda para a direita: Amy Shira Teitel, Cindy Conrad, Sarah Hamilton, Allisa Earle, Leslie Young, Melissa Jones, Katie Bechtold, Becca Sepan, Kelsi Singer, Amanda Zangari, Coralie Jackman, Helen Hart.

    Em pé, da esquerda para a direita: Fran Bagenal, Ann Harch, Jillian Redfern, Tiffany Finley, Heather Elliot, Nicole Martin, Yanping Guo, Cathy Olkin, Valerie Mallder, Rayna Tedford, Silvia Protopapa, Martha Kusterer, Kim Ennico, Ann Verbiscer, Bonnie Buratti, Sarah Bucior, Veronica Bray, Emma Birath, Carly Howett, Alice Bowman. Not pictured: Priya Dharmavaram, Sarah Flanigan, Debi Rose, Sheila Zurvalec, Adriana Ocampo, Jo-Anne Kierzkowski.

    Navegue no Sistema Solar

    Use o “Eyes on the Solar System” e os dados simulados da equipe do voo New Horizons para navegar a bordo da nave espacial usando o “Eyes on Pluto” no seu computador.

    Acesse o site da NASA: http://eyes.jpl.nasa.gov/eyes-on-pluto.html

    A imagem no modo retrato mostrará onde a nave espacial realiza as pesquisas e o que seus instrumentos avançados podem ver. É possível acompanhar pelo modo “live” o que a New Horizons está fazendo no momento, ou pré-visualizar o sobrevôo do Sistema de Plutão. A missão da nave espacial apresentará maior fluxo de imagens durante o período de maior aproximação entre os dias 13 e 15 de julho de 2015, quando será possível visualizar os alvos quando a nave voar sobre Plutão em uma velocidade acima de 30.000 milhas por hora.

    [video:https://youtu.be/kAvFhVBY5Po width:600]

  5. Via Láctea

                        Olavo Bilac

                        NASA Pluto Probe New Horizons Safely on Course for Epic Flyby - Clapway

                       “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
                        Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
                        Que, para ouvi-las, muita vez desperto
                        E abro as janelas, pálido de espanto …

                       

                        E conversamos toda a noite, enquanto
                        A via láctea, como um pálio aberto,
                        Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
                        Inda as procuro pelo céu deserto.

                        Artist David A. Hardy's view of Pluto and Charon

                        Direis agora: “Tresloucado amigo!
                        Que conversas com elas? Que sentido
                        Tem o que dizem, quando estão contigo?”

                       

                        E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
                        Pois só quem ama pode ter ouvido
                        Capaz de ouvir e de entender estrelas.” 

                       

                        Soneto XIII da obra Via-Láctea

                        National Space Society

                        Space.com

                        Nasa

  6. Alice Bowman

    A Gerente de Operações da Missão New Horizons

    JOHNS HOPKINS APPLIED PHYSICS LABORATORY

    Alice Bowman

    “Eu nunca senti que não poderia fazer qualquer coisa que eu quisesse”, disse a clarinetista e baixista Alice Bowman.

    Alice Bowman supervisiona o Space Department’s Space Mission Operations Group (MOM) da New Horizons Mission Operations e, conta que os dias mais interessantes no trabalho são aqueles onde o inesperado acontece. Felizmente para ela, no mundo da exploração das profundezas do espaço, este potencial está presente quase todos os dias. Depois de 23 anos no domínio do espaço, Bowman tem aprendido muito sobre como superar a maioria dos imprevistos das missões que ela administra. Ela traduz facilmente  uma das lições mais importantes para a vida diária: “Você simplesmente não pode reagir de forma exagerada quando as coisas acontecem, você tem que manter a calma”, diz Bowman.

    Para ilustrar seu ponto de vista, ela narra uma história sobre a primeira vez que a New Horizons (missão da APL a Plutão) entrou em “modo de segurança”. A nave espacial passou por alguns problemas, quando a telemetria foi perdida, e os alarmes estavam soando no centro de operações da missão. “Sua primeira reação é sempre a tentar corrigir as coisas imediatamente … mas, às vezes, esperar que a nave espacial cuide de si mesmo, por um determinado período de tempo, para o que ela está programada, é o que você precisa fazer”, diz Bowman. “No caso da New Horizons, esperar nos deu uma visão sobre o que estava acontecendo e tempo para planejar como poderíamos melhor resolver o problema.”

    Bowman nem sempre era tão bem informada sobre naves espaciais (estudou física e química na faculdade e começou sua carreira analisando detectores infravermelhos na indústria de defesa), mas ela sempre foi conduzida. Quando era criança, ela sentava-se com as outras crianças em seu bairro às 5:30 para assistir Lost in Space  toda noite. Ela sabia que seria uma exploradora espacial um dia e não havia realmente nenhuma dúvida em sua mente.

    A órbita “em forma de ovo” coloca Plutão mais perto do Sol do que Netuno durante cerca de 20 anos em cada órbita. | Foto: JHUAPL / SWRI

    “Eu nunca senti que não poderia fazer qualquer coisa que eu quisesse”, disse Bowman. “Eu estava determinada a ser como os personagens que eu admirava em Star Trek e Perdidos no Espaço”. Sem nunca vestir um traje espacial, Bowman fica excitada por passar seus dias no campo  espacial e “fazer história”, como primeira mulher da APL MOM.

    Para Bowman, é difícil nomear um dia mais notável no trabalho; afinal, apenas lidar com a exploração dos planetas no espaço é notável em si mesmo. Mas, pensativa, ela descreve, no curto espaço de tempo em que chegou a New Horizons Júpiter, nas fases iniciais da missão em sua viagem interplanetária, como a equipe estava espantada quando viu o espetáculo quando Plutão foi capturado pelos instrumentos de imagem.

    “A imagem do planeta, das suas luas e seus anéis, não se assemelhava a nada que já tinha visto antes”, disse Bowman. “Nossa equipe estava exausta pelo processo de chegar a essa fase, mas quando essas primeiras imagens retornaram, fez tudo valer a pena e nós fomos reenergizados. Nós até mesmo capturamos um vulcão em erupção em Io (uma das luas de Júpiter) “.

    A criatividade diária necessária para conduzir a missão da Messenger para Mercúrio também permanece notável nas lembranças de Bowman. “Mercúrio é difícil de chegar, e, para salvar o propulsor para mais observações científicas, a equipe inovou usando os painéis solares (vela solar) para corrigir erros de trajetória menores. Isto permitiu-nos a fazer mudanças em curso sem a utilização de propulsor”, diz ela.

    Fora do laboratório, Bowman é uma clarinetista e baixista que gosta de tocar com outras pessoas, incluindo seu marido Robert, tocador de bandolim e violão, e o filho Noah, instrumentista de banjo, violão e gaitista, que também compartilham a sua paixão pela música. “Minha vida no trabalho pode ser imprevisível, mas todas as outras quartas-feiras eu e meu marido sediamos uma jam session da comunidade no centro sênior West Laurel. Não importa o quão ocupado foi o meu dia, estou sempre feliz quando estou lá”, diz ela.

    A relação de colaboração e dedicação em um ofício que ela compartilha com seus colegas músicos é semelhante à estreita relação das pequenas equipes de cientistas espaciais da APL e os engenheiros que trabalham em missões extraordinárias, como a Messenger e a New Horizons. “Nós gastamos muito tempo e longas horas juntos durante as missões e, como resultado, formamos laços muito estreitos (entre os membros) da equipe focada em  compartilhar um objetivo comum”  diz Bowman.

                                     Alice Bowman

    Alice Bowman, a Gerente de Operações da Missão New Horizons (MOC), no trabalho, no Centro de Operações. Bowman é a “MOM” do MOC. Esta foto foi tomada em 6 de dezembro de 2014. Bowman disse: “Parece que eu pedia uma configuração diferente ou perguntava sobre a telemetria que estava vendo nos monitores.” | FOTO DA NASA

    http://www.nasa.gov/image-feature/alice-bowman-is-the-mom-of-the-moc

    http://www.jhuapl.edu/employment/meet/bowman.asp

    http://pages.jh.edu/jhumag/1105web/pluto.html

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