Brasil é reconhecido como centro de excelência da matemática avançada

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Sugerido por Alfeu

da Agência Brasil

Brasil é centro de excelência na pesquisa da matemática avançada

Akemi Nitahara

Com a confirmação de sediar a Olimpíada Internacional de Matemática (IMO) em 2017 e o Congresso Internacional de Matemáticos (ICM) em 2018, o Brasil já é considerado um centro de excelência na pesquisa matemática mundial.

Para o diretor-geral do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), César Camacho, a escolha do país para sediar esses eventos, assim como a medalha Fields concedida a Artur Ávila este mês, no ICM em Seul, são um reconhecimento da importância que o Brasil alcançou como produtor de matemática.

César Camacho, diretor-geral do IMPA.

Diretor-geral do IMPA, César Camacho               

Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Esse prêmio é coerente com a maturidade que adquiriu a matemática brasileira, em particular aqui no Impa. Junto com o Artur Ávila estavam participando (no ICM em Seul) como conferencistas convidados quatro matemáticos brasileiros, os quatro do Impa. Um convite para fazer uma palestra num congresso desses é uma distinção muito grande e nunca aconteceu antes, é a primeira vez. É uma distinção também que dá uma ideia do desempenho que a instituição tem alcançado.”

De acordo com Camacho, na classificação da União Matemática Internacional (IMU), o Brasil é considerado nota 4, numa escala que vai até 5 e analisa o número de pesquisadores e as contribuições do país para a ciência. Na América Latina, o Brasil é o mais bem colocado – os demais países recebem, no máximo, nota 2. Países como os Estados Unidos, a Alemanha, a Inglaterra e a França têm nota 5.

Outro projeto que está sendo desenvolvido pelo Impa, a pedido do Serviço Social da Indústria (Sesi), é o Museu da Matemática, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, com previsão de ser inaugurado em 2016. O espaço contará com uma exposição permanente e um local para exposições temporárias.

“O papel do Impa tem sido convidar matemáticos do Brasil inteiro que tenham uma afinidade com esse tipo de questão, que trabalhem objetos que possam ser expostos. Essa exposição tem que ser algo que se aproxime do cidadão, do estudante, da dona de casa, uma coisa interessante, imediata, e que as aplicações [da matemática] fiquem evidentes. Isso não é qualquer matemático que faz”, destaca Camacho.

Instituição com 62 anos, o Impa se dedica à pesquisa da matemática no seu nível mais elevado e à formação de pesquisadores, com os programas de pós-graduação. O diretor explica que a matemática pode ser divida em duas grandes áreas: pura e aplicada. A primeira se dedica ao desenvolvimento da ciência matemática em si.

Rio de Janeiro - Especial ensino da matemática. Entrevistas feitas no IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada). Fachada o IMPA.

IMPA: excelência em matemáticaTânia Rêgo/Agência Brasil

“Quando se fala em matemática pura, da profissão do matemático, ele não está preocupado com as aplicações da matemática. A matemática é um ser que tem uma vida própria, que vai se desenvolvendo com os processos lógicos, mentais, a partir da situação atual do que se conhece de matemática, obtendo novos resultados sobre a própria matemática. Hoje em dia ela evolui num grau de especialização extraordinária, são mais de 60 especialidades em matemática”.

Já a segunda se dedica a aplicar os conhecimentos matemáticos para a resolução de questões. Como exemplo, Camacho cita os estudos sobre as secções do cone iniciados pelos gregos 400 anos antes de Cristo, que só foram ter utilidade 2 mil anos depois. “No século 17, Keppler estudando o movimento planetário, descobre que o movimento dos planetas são elipses, então ele tinha à disposição toda a matemática grega para estudar o movimento dos planetas. No mesmo século de Keppler, Galileu descobre que o movimento que um projétil faz quando é disparado é uma parábola. Então toda a matemática já preparada se ajusta para isso”.

Ele cita também a questão do sigilo bancário, desenvolvido a partir dos números primos, a teoria de controle em matemática, que serve para desenhar programas de piloto automático nos aviões modernos, e a interpretação de fotografias de satélites, feita por análise matemática de computação gráfica, entre outros tantos exemplos. “Você pode se deparar no dia a dia com a matemática por todos os lados”, lembra o professor.

Além da pesquisa e pós-graduação, o Impa também participa da organização da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e oferece programas de capacitação de professores do ensino médio.

“A OBM é mais atinga, é para selecionar os estudantes que vão participar em competições internacionais. Essa atividade sempre foi muito elitista e extremamente seleta. Sem dúvida ela atende aos alunos melhor preparados e oferece um acesso mais rápido a um aprendizado em matemática, através do Impa. Agora, um acesso mais suave e atrativo para os alunos que não tem esse preparo mais avançado é oferecido pela Obmep, que tem uma participação muito ampla e já está trazendo ao Impa alunos de doutorado”.

O Impa conta atualmente com 50 pesquisadores, sendo 19 estrangeiros, e 153 alunos de mestrado e doutorado, 40% vindos de outros países. No pós-doutorado, são 60 jovens pesquisadores, 60 estrangeiros. Em média são formados por ano 14 doutores e 20 mestres. Desde a fundação do instituto, foram formados 744 mestres e 401 doutores.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

9 Comentários

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  1. NOVO OLHAR SOBRE A

    NOVO OLHAR SOBRE A MATEMÁTICA,

    http://www.jornalbeiradorio.ufpa.br/novo/index.php/2011/124-edicao-93–abril/1189-novo-olhar-sobre-a-matematica

     

    O BRASIL MATA SEUS MATEMÁTICOS:  A CADA DIA, EM SALA DE AULA, Cristiano Alberto Muniz, UnB, Boletim sbem, nª 24, maio 2013,  Pgi. 4-6

    http://www.sbembrasil.org.br/files/Boletim24.pdf

     

     

    CONSTANTINO MENEZES DE BARROS I (os demais, 2-5, é só pedir pelo e-mail), Óbidos-Pa, 19/08/1931, Rio de Janeiro-RJ, 06/03/1983)  EX-DOCENTE UFFUFRJ

    http://www.chupaosso.com.br/index.php/obidos/educacao/2149-vida-e-obra-de-constantino-menezes-de-barros

     

     

     

     

  2.  
    Não tou entendendo mais

     

    Não tou entendendo mais nada. Não era o Brasil uma desgraça total até “ontonte”? Os espiritos de porco só enxergam coisa ruim. Assim não dá pra gente tomar pé em porra nenhuma.

    Orlando

    1. O grande problema é que o Governo Lula-Dilma nunca

      se comunicou adequadamente com o povo para mostrar que esse país vem no rumo certo desde 2003. O  governo Lula-Dilma sempre deixou o PIG espalhar mentiras para o povo e o resultado disso é uma possível vitória da Marina Itaú. Completando: se a Marina Itaú ganhar, todo o investimento que vem sendo feito em Educação (do Ensino Básico à Pós-Graduação)  será destruído pelos ministros dos bons da Marina Itaú. 

      Nota: Nassif, por favor guarde isso que eu ecrevi acima para depois comprovarmos num futuro bem próximo.

    2. ¨ Ocorre ainda que geniais do

      ¨ Ocorre ainda que geniais do nível de Arthur Ávila pouco prescindem do sistema, até atrapalha, como no caso dele ter sido obrigado fazer graduação quando já fazia doutorado, cabendo agora informar à sociedade de que na formação não é saudável fazer distinto entre pesquisa e ensino, Mas que nas estruturas governamentais, portanto, inclui universidade pública, pesquisa (processo de pós graduação) e ensino (formação docente para escola básica) exibe um horripilante descompasso, mesmo que o sistema de pós ainda esteja longe de uma adequação mais consistente. Um desses é que para pesquisa, conseguir lapidar 1% de toda geração de jovem é sucesso garantido, enquanto ensino não poderia dispensar nenhum. Sendo mais objetivo: se de 40 ingressantes numa turma nova aqui na UFPA for possível aparecer um em condições de galgar todos os níveis de diplomação e alçar qualquer nível de pesquisa, o sistema fica sustentável.

      Para o processo de pesquisa, fora exceções, Capes/CNPq garante bolsa complementar ao pesquisador, bolsa para alguns dos seus estudantes que de pós ou ainda em graduação (iniciação científica), recursos para livros e outros fatores e, mesmo que ainda não seja o ideal, esse estudante tem perspectiva de ingressar no sistema pelos melhores salários que há no setor. E mais um detalhe: uma vez ou outra aparece uma turma para avaliar pós, podendo puxar orelhas de alguns e, no extremo, fechar o programa.

      Para ensino, formação docente para escola básica, fora raríssimas exceções, nada disto temos para oferecer, tende ser tratados por lixo acadêmico, serve numericamente para engrossar orçamento, cuja perspectiva profissional são os piores salários de todos com nível superior. Tem mais: o visível no horizonte é encontrar uma escola pública dominada pelo pior das politicagens e absurdamente refratária ao que possa prestar como educação para o povo.  Isso quando a má formação já não o ¨preparou¨ para esse advento.¨ 

    1. Como o IMPA é um dos centros de excelência em Matemática

      do mundo, é natural que muitos estrangeiros também queiram aprender e/ou pesquisar no IMPA.

  3. Só um pouco da imensa
    Só um pouco da imensa confusão do ensino de matemática no Brasil. Leia de baixo para cima   ==============   Em Quinta-feira, 4 de Setembro de 2014 7:15, Roberto R Baldino <[email protected]> escreveu:

    PlínioOlha que são bem poucos os que demonstrariam que lim 1/n (n tendendo a infinito) não é 1, pela definição.AbraçoBaldino Os CabraldinosTânia CABRAL (PUCRS) e Roberto BALDINO (UERGS)[email protected]  e [email protected]  De: [email protected] [mailto:[email protected]] Em nome de Plinio Cavalcanti Moreira
    Enviada em: segunda-feira, 1 de setembro de 2014 00:54
    Para: [email protected]
    Assunto: Re: [Sbem-l] 0^0=1 Carlos,Eu não dou mais créditos aos matemáticos do que daria a outros profissionais. Acho que são gente igual “nóis” (pelo menos os que conheço pessoalmente).Tudo isso começou porque eu disse que os matemáticos não se confundem com essa história de “chega não chega”. E é fácil de explicar porque não se confundem com isso: porque há uma definição que, pelo menos nessa história, não os deixa confundir, só isso.No mais, são mais competentes ou menos competentes, chatos ou legais, bonitos ou feios, como todos nós.É como vejo.Plinio.

    Em segunda-feira, 1 de setembro de 2014, Prof_Carlos <[email protected]> escreveu:Oi Plínio! Acho interessante especificar isso.Já vi (e creio que vc também), professores de ensino médio dizendo-se “matemáticos”. Concordo com você quando especifica uma separação entre “doutores em matemática” e pessoas que “produzem matemática”. De fato: a ampla maioria dos doutores em matemática do Planeta Terra jamais fez, em matemática, nada além da sua tese de doutorado… mas, ainda assim, intitulam-se “matemáticos”. Sobre estes, acho que concordamos: se “apertados” é bem provável que falem as mesmas coisas que os alunos. Mas, talvez não concordemos agora: eu me refiro também aos “matemáticos que fazem matemática”. Digo que, também eles, “se apertados”, irão escorregar em duas situações distintas:(a) Em tema que escape da sua área de especialização.(b) Em tema da sua área de especialização, mas em contexto “aplicado”.  O caso “a” acho que é de senso comum. No caso “b” eu não me vejo com competência matemática para exibir exemplos, mais uma vez expresso o que penso como “crença”. Acredito que Baldino poderia fornecer exemplos vividos nessa área.
    Uma breve “desculpa” para os matemáticos: não difeririam das pessoas e especialistas das demais profissões. O que digo acima não provocaria qualquer estranhamento se em lugar de falar de “matemáticos” eu estivesse falando de “dentistas”, “médicos”, “professores” ou “engenheiros”. A pergunta é: por que daríamos mais crédito aos matemáticos do que daríamos às pessoas de outras profissões?

    Grande abraço!!

    Carlos
     Carlos Roberto Vianna
    Departamento de Matemática – UFPR De: Plinio Cavalcanti Moreira <[email protected]>
    Para: [email protected]
    Enviadas: Domingo, 31 de Agosto de 2014 23:51
    Assunto: Re: [Sbem-l] 0^0=1 Carlos,Acho que não discordamos tanto. Só que talvez estejamos falando de coisas diferentes: quando disse que os matemáticos não se confundem, me referia a:1. matemáticos “mesmo”, aqueles que produzem a matemática. Não pensava em doutores em matemática em geral, pois aí, nesse caso, concordo que há muitos que se confundem com qualquer coisa um pouquinho mais elaborada.2. Além de pensar em matemáticos “mesmo”, disse que não se confundem com essa história do chega não chega. Não diria que não se confundem com nada, evidentemente.Um abraço,Plinio. Em 31 de agosto de 2014 23:42, Prof_Carlos <[email protected]> escreveu: Ah, Plínio, aí discordo bastante de vc!!Os matemáticos NÃO se confudem só se vc considerar estritamente o seguinte sentido: em situações usuais da prática de trabalho eles repetem, diligentemente e corretamente, o que aprenderam que é correto repetir para “parecer bom matemático”. Se indagados de modo “desprevenido”, darão respostas exatamente iguais às dos alunos. Nem melhores, nem piores, mas exatamente iguais. Sei que isso pode ser pensado como “uma tese”, mas como não tô a fim nem de pensar em modos de confirmá-la… apresento-a como uma crença, e como uma exposição do que penso daqueles que são chamados de “matemáticos”. Por isso digo que a coisa mais fácil que há é lecionar disciplinas de matemática para cursos de matemática! As situações são todas previstas e controladas pelos manuais adotados e quase não sobra espaço para o camarada ser pego desprevenido. Agora quando vão dar aulas para as engenharias e tentam (quando tentam) entrar nas “aplicações”… acho que é aí que os matemáticos se confundem, e muito! Outro campo… que chega a ser divertido… é quando acham que estão “fazendo filosofia”!   Grande abraço!! Carlos Carlos Roberto Vianna
    Departamento de Matemática – UFPR De: Plinio Cavalcanti Moreira <[email protected]>
    Para: [email protected]
    Enviadas: Domingo, 31 de Agosto de 2014 23:32
    Assunto: Re: [Sbem-l] 0^0=1 Baldino,Não entendi essa: “que os matemáticos se confundam é até divertido”. Você acha que os matemáticos se confundem? Acho que quem se confunde com essa história do chega não chega são os alunos.Plinio.  Em 31 de agosto de 2014 23:25, <[email protected]> escreveu:
    Plínio
    E tem mais: essa ideia de que “antes de chegar fica infinitamente próximo” pode confundir mais que explicar, pois é possível defender a ideia de que nunca chega.Acontece que não é para os matemáticos da nave superior que eu digo isso, é para os alunos que entram na problemática de chega não chega, e isso os tranquiliza. Que os matemáticos se confundam, é até divertido.
    Abraço
    BaldinoEm Dom 31/08/14 23:07, Plinio Cavalcanti Moreira [email protected] escreveu:??????Plinio.

    Em domingo, 31 de agosto de 2014, Roberto R Baldino <[email protected]> escreveu:PlínioEntão, mais o quê?AbraçoBaldino Os CabraldinosTânia CABRAL (PUCRS) e Roberto BALDINO (UERGS)[email protected]  e [email protected]  De: [email protected] [mailto:[email protected]] Em nome de Plinio Cavalcanti Moreira
    Enviada em: sábado, 30 de agosto de 2014 23:17
    Para: [email protected]
    Assunto: Re: [Sbem-l] 0^0=1Baldino,Eu perguntei a você, como “representante” daqueles que não acreditam. Foi um recurso retórico, você era o meu interlocutor naquele momento. Uma “licença poética”, digamos assim. De fato, eu perguntava aos que não acreditam mesmo, inclusive porque sei que você acredita que 0,999…=1, dadas as premissas do contexto standard. E tem mais: essa ideia de que “antes de chegar fica infinitamente próximo” pode confundir mais que explicar, pois é possível defender a ideia de que nunca chega.Aliás, por falar em premissas do contexto standard, quero discordar mais uma vez da sua conclusão de que a M20 (incluindo os infinitésimos?) seja apenas uma convenção de linguagem, porque parte de certas premissas que precisam ser aceitas para se chegar a igualdades como 1+1=2. No meu modo de ver, o que houve nos últimos dois séculos foi até uma espécie de visão mais “realista” da matemática, a partir da aceitação do fato de que premissas diferentes levam a resultados (matemáticas) diferentes. O exemplo mais claro disso é, talvez, o maior contra-exemplo da sua afirmação de que a matemática pretende ser uma verdade universal e independente de premissas: se aceitamos a premissa expressa no quinto postulado, então a soma dos ângulos internos de um triângulo é dois retos. Mas esse resultado não é uma verdade independente de qualquer coisa. É preciso dizer que essa “verdade” depende da premissa quinto postulado (mais ou menos do mesmo jeito que 1+1=2 depende de premissas que não levam em conta possibilidades como 1 pai +1mãe=3.Concordo que a matemática tem muito de convenção de linguagem, ou em outras palavras, a matemática cria uma linguagem própria para expressar seus resultados e seus conceitos etc. e, evidentemente, depende de convenções. Mas daí a reduzir a matemática acadêmica a meras convenções de linguagem vai uma distanciazinha.Só pra usar um argumento caro a você:  se a matemática de hoje fosse só uma convenção de linguagem, pura e simplesmente e mais nada, será que o Capital estaria financiando essa produção de convenções de linguagem com tanto entusiasmo, no mundo inteiro? Será que a Física, que se baseia fortemente nessa convenção de linguagem, também seria, ao fim e ao cabo, uma convenção de linguagem e nada mais? Será que a bomba atômica é resultado de uma simples convenção de linguagem? Será que Einstein conseguiu entender essas relações complexas entre massa, energia, tempo e velocidade, com base numa reles convenção de linguagem e nada mais?O que disse acima poderia servir também, a meu ver, para questionar outra ideia (diferente da sua, mas igualmente redutora): a que identifica a matemática acadêmica com uma parte da lógica. Mas isso já é outra história.Plinio.  

    Em sábado, 30 de agosto de 2014, <[email protected]> escreveu:Plínio
    Vejamos a parte de conteúdo de sua mensagem.
     Rigorosamente, para não se “acreditar” que 0,999… é “mesmo” igual a 1, deve-se também não se acreditar que a soma dos infinitos termos de uma PG de razão q (de módulo menor que 1) e primeiro termo a é “mesmo” igual a/(1-q). Eu pergunto a você, Baldino: você ensina isso sem acreditar ou acredita? Se acredita, por que não acreditaria que 0,999… é “mesmo” igual a1?
    Você me pergunta sobre minha crença pessoal. (O resto já discutimos: ninguém precisa saber nada de infinitéimos para achar que 0,999…<1, etc.)
    Eu acredito que antes de ficar igual fica minfinitamente próximo, porque procuro pensar mem *R. Não enfatizo esse ponto, não coloco esse drama, deixo que cada aluno pense como quiser, mas se algém entra na dúvia: “chega ou não chega?”, digo o que alguns alunos me dizem: antes de chegar fica infinitamente próximo; eles se tranquilizam com isso.
    Abraço
    BaldinoEm Sáb 30/08/14 12:28, Plinio Cavalcanti Moreira [email protected] escreveu:Baldino,Desculpe se promovi confusão, só queria aproveitar a confusão que a própria notação já estabelece, para mostrar que, tão difícil quanto entender que 0,999… REPRESENTA o número real 1 (toda representação implica em acordos de natureza semiótica) é entender que os símbolos 0,999… e 0,99 99 99…. representam números hiper-reais diferentes, com o primeiro menor que o segundo.Não foi por mal, mas foi mal. Desculpe.Plinio. 

    Em sábado, 30 de agosto de 2014, Roberto R Baldino <[email protected]> escreveu:PlínioVocê sempre dá um jeito de distorcer as questões.O que eu estou dizendo é que 0,999… È SIM IGUAL a 0,99999999… (NÃO É MENOR, NÃO!)Sei que você tem condições de entender o e-mail anterior.O que talvez não seja tão fácil pata tantos.Então por que você promove essa confusão?  AbraçoBaldino  Os CabraldinosTânia CABRAL (PUCRS) e Roberto BALDINO (UERGS)[email protected]  e [email protected]  De: [email protected] [mailto:[email protected]] Em nome de Plinio Cavalcanti Moreira
    Enviada em: sábado, 30 de agosto de 2014 11:45
    Para: [email protected]
    Assunto: Re: [Sbem-l] 0^0=1Baldino,Antes do Danilo responder, queria fazer alguns comentários sobre esse seu mail:1. Quem não acredita que 0,999… é “mesmo” igual a 1 não sabe necessariamente algo sobre infinitésimos (já discutimos isso aqui infinitésimas vezes).2. Rigorosamente, para não se “acreditar” que 0,999… é “mesmo” igual a 1, deve-se também não se acreditar que a soma dos infinitos termos de uma PG de razão q (de módulo menor que 1) e primeiro termo a é “mesmo” igual a/(1-q). Eu pergunto a você, Baldino: você ensina isso sem acreditar ou acredita? Se acredita, por que não acreditaria que 0,999… é “mesmo” igual a1?3. Agora, usando o mesmo argumento seu, mas ao contrário, eu diria a toda a lista: vocês sabem menos sobre infinitésimos do que acham que sabem. Vocês acreditam que 0,999… é “mesmo” menor que 0,999999….?Um abraço a todos,Plinio.

    Em sábado, 30 de agosto de 2014, Roberto R Baldino <[email protected]> escreveu:DaniloPenso que você sabe mais do que supõe sobre os infinitésimos.Diga-me com sinceridade: você acredita  que 0,999… é mesmo  igual a 1? AbraçoBaldino Os CabraldinosTânia CABRAL (PUCRS) e Roberto BALDINO (UERGS)[email protected]  e [email protected]  De: [email protected] [mailto:[email protected]] Em nome de Danilo Olimpio Gomes
    Enviada em: terça-feira, 26 de agosto de 2014 00:08
    Para: [email protected]
    Assunto: Re: [Sbem-l] RES: 0^0=1Caros colegas, desde já agradeço imensamente pelas brilhantes considerações acerca de minha dúvida. Estão me fazendo pensar muito…  Baldino, também fiquei muito curioso acerca destes ” zeros de mesmo tamanho e zeros de tamanhos diferentes” (não conheço praticamente nada acerca dos infinitésimos). Caro Bigode, também gostaria de receber o artigo mencionado.Forte abraço a todos. Em 25 de agosto de 2014 23:19, Plinio Cavalcanti Moreira <[email protected]> escreveu:Baldino,Como gosto de definições (mas cuidado: só na matemática acadêmica!) gostaria de saber qual seria a definição de zeros do mesmo tamanho.Infinitésimos de primeira ou segunda (terceira etc.) ordem dá pra pensar o que seja. Mas zeros de mesmo tamanho e zeros de tamanhos diferentes, estou achando meio difícil. Dá pra ajudar?Plinio.Em 25 de agosto de 2014 18:29, Roberto R Baldino <[email protected]> escreveu:PlínioTambém não entendi… Foi por tudo isso que dediquei a prova você.Mas só se diz que 0^0=1 se os zeros forem do mesmo tamanho. Você gosta de definições…AbraçoBaldino  Os CabraldinosTânia CABRAL (PUCRS) e Roberto BALDINO (UERGS)[email protected]  e [email protected]  De: [email protected] [mailto:[email protected]] Em nome de Plinio Cavalcanti Moreira
    Enviada em: segunda-feira, 25 de agosto de 2014 13:45
    Para: [email protected]
    Assunto: Re: [Sbem-l] 0^0=1Baldino, Danilo, Carlos e demais colegas,Em primeiro lugar, não entendi porque L’Hopital transforma “lndx multiplicado por dx” em “lndx dividido por dx”.De todo modo, seu raciocínio de que 0ˆ0 é o mesmo que dx^dx porque os zeros são supostos do mesmo tamanho levaria igualmente a se definir 0/0=1 porque dx/dx é dx multiplicado pelo seu inverso e, num corpo (arquimediano ou não), isso é 1. Mas 0/0 não tem sentido em um corpo porque os inversos multiplicativos só têm garantia de existência para os elementos não nulos.Por outro lado, acho que um dos inconvenientes de adotar a definição 0ˆ0=1 é que não se pode garantir que uma função f elevada a uma função g é contínua se f e g são contínuas.Então, a menos da possível funcionalidade que isso possa ter na análise não standard, não vejo razão para se definir 0ˆ0 como 1. Prefiro dizer, como se faz no caso da divisão, que esse símbolo não tem significado na matemática. Melhor do que dar um significado que não vai acrescentar nada e vai trazer problemas.É como vejo.Abraços,Plinio.Em 25 de agosto de 2014 02:35, <[email protected]> escreveu:Danilo
    Nos hiper-reais 0^0=1 é verdde, porque se entende que os dois zeros são do mesmo tamanho. Mais precisamente, dx^dx=1. Por quê?
    Porque nos reais a^b é por definição e^(b lna). Então dx^dx=e^(dx ln dx)  e  por l’Hôpital, dx ln dx=(ln dx)/dx=(1/dx/(-1/(dx)^2)=-dx donde dx^dx=e^(-dx)=1
    Como as calculadoras de 1,99 não calculam ln, podem tratar os números como hiper-reais que dá certo. Já as científicas que precisam prever zeros de tamanhos diferentes, não podem privilegiar este caso. 
    Essa demostração é em homenagem ao Plínio
    Abraço
    BaldinoEm Dom 24/08/14 22:39, Danilo Olimpio Gomes [email protected] escreveu:Boa noite a todos.Estou trabalhando com potências em um oitavo ano, e a questão do 0^0 surgiu naturalmente em nossas discussões. Expliquei que 0^0 é uma indeterminação, pois recai na divisão 0/0 (fiquei praticamente uma aula toda simulando situações em tabelas decrescentes de potências, concluindo que para cada expoente que decresce a potência fica dividida pela sua base. Se a base não é zero, quando chegamos em a^0, o resultado deve ser 1). Eis que um aluno pede para conferir se de fato 0^0 é uma indeterminação, pedindo para utilizar a calculadora do celular. O aluno sacou o celular e encontrou que 0^0=1. (Ah professor, então o zero é igual aos outros números; 0^0 também é 1 !) Bem, pedi para que os outros alunos pegassem seus celulares e também fizessem o mesmo, e o resultado encontrado foi 1 também. Fiz o mesmo com meu celular e o mesmo ocorreu. Na calculadora científica dá erro. E eis minha dúvida: porque a calculadora do celular diz que 0^0 = 1?Boa semana a todos!
    –Danilo Olimpio GomesLicenciado em Matemática – UniFafibe – Bebedouro/SPMestre em Educação Matemática – Unesp – Rio Claro/SP_______________________________________________
    Sbem-l mailing list
    [email protected]
    http://listas.rc.unesp.br/mailman/listinfo/sbem-l
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      –Danilo Olimpio GomesLicenciado em Matemática – UniFafibe – Bebedouro/SPMestre em Educação Matemática – Unesp – Rio Claro/SP_______________________________________________
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