Em seu discurso, Aloizio Mercadante fala das metas para o setor e afirma que vai brigar por mais investimentos na pasta

Eduardo Carvalho
São José dos Campos

A posse do petista Aloizio Mercadante como novo ministro de Ciência e Tecnologia gerou expectativas positivas em entidades ligadas ao setor, que acreditam em mais visibilidade e investimentos para a área com um ministro de peso político no comando da pasta.

Em solenidade realizada ontem em Brasília, Mercadante discursou para representantes de institutos de pesquisa e membros do novo governo sobre as metas de trabalho para os próximos quatro anos.

Metas. Segundo o ministro, a sustentabilidade ambiental para a criação de uma economia verde, o fomento à inovação e produção de pesquisas e aumento dos investimentos do PIB (Produto Interno Bruto) para o setor serão algumas de suas bandeiras no governo.

“Nós aumentamos substancialmente os recursos em ciência e tecnologia nos últimos anos. Investir em ciência não pode ser considerado gasto público. Se o Brasil quiser crescer, Ciência e Tecnologia têm que crescer”, disse o ministro, que briga para que os investimentos na área alcancem entre 2% e 2,25% do PIB na próxima década. Hoje, o percentual aplicado no MCT é de 1,25%.

Futuro. De acordo com Fernando Morais, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Ciência e Tecnologia na região, não haverá mudanças imediatas enquanto o novo responsável pela pasta não ouvir todos os lados da comunidade científica.

“Assim mostraríamos as dificuldades de se promover a ciência devido à ausência de pessoal. Em cinco anos, poderemos ter um apagão de pessoal se nada for feito. 
Precisamos de pelo menos mil servidores, além de ajustes no salário”, disse Morais.

Ainda segundo o presidente do sindicato, o programa espacial necessita de mais atenção, já que quem desenvolve não está sendo valorizado. “Equipes que antigamente eram em 12, hoje contam com uma pessoa.”

http://www.ovale.com.br/cmlink/o-vale/regi-o/ministro-quer-verba-para-c-t-1.60844

Desejo mesmo que Mercadante tenha condições para ampliar os investimentos em C&T. O quadro de pessoal está realmente defasado. Mesmo com as contratações do governo Lula, não foi possível refazer o desmonte do governo FHC. Era e é necessário um investimento substantivo em contratação de pessoal.

A maior parte da estrutura de C&T brasileira foi formada nos anos 70, o que significa que nesta década praticamente todos os servidores contratados naquele período estarão aposentados. Muitos deles já se foram e não houve durante a Nova República uma política de reposição destes servidores.