Episódio do Instituto Royal carece de reflexão mais equilibrada

Sugerido por Pedro Piva

Do blog da Scientific American Brasil

A controvérsia no caso dos beagles do Instituto Royal
 
 Por Ulisses Capozzoli
 
O episódio envolvendo a invasão do Instituto Royal para o resgate de 178 cães da raça Beagle, em São Roque, a 66 km de São Paulo, ao que tudo indica até agora gerou mais ruído e discussão sem sentido que oportunidade de reflexão sobre uma questão de enorme importância.
 
A invasão da unidade da empresa e retirada dos animais que serviam de cobaias para experimentos científicos veiculada de maneira um tanto sensacionalista pela mídia até agora só produziu dois blocos antagônicos: um favorável e outro contrário à operação.
 
A questão, no entanto, é mais complexa e não tem como ser encaminhada de forma promissora com apego, por exemplo, a certa ortodoxia legal, de um lado, e liberdade de ação ilimitada, de outro.
 
Daí a necessidade de uma reflexão mais equilibrada e promissora sobre o caso.
 
A invasão do Instituto Royal pelos ambientalistas faz sentido de um ponto de vista, digamos, histórico.
 
Mas a operação em si, independentemente de outras consequências, traz riscos que certa ingenuidade dos ambientalistas não considerou.

 
Vamos a cada uma delas.
 
A brutalidade e desamor com animais, especialmente os domésticos e em particular envolvendo cães, tratados pela mídia nos últimos tempos têm sensibilizado toda e qualquer pessoa com um mínimo de percepção e preocupação quanto aos direitos elementares que se deve ter com tudo o que vive: humanos e animais.
 
Nos dois casos, no entanto, o noticiário da TV em horário nobre, e as páginas de jornais e revistas, têm demonstrado a crise de valores em que vivemos e as consequências amplas e complexas dessa situação em termos de violência, brutalidade e desamor.
 
Animais mutilados, arrastados, presos a carros e motocicletas como forma de punição, espancados como via de liberação de rancor, ódio e outras formas de transgressões patológicas certamente criaram, no conjunto da sociedade, um sentimento de impunidade em relação aos infratores.
 
Sem falar dos odiosos rodeios de espetáculos grotestos, como as chamadas “festas de peão boiadeiro”, cópias precárias do que ocorre no Texas, nos Estados Unidos, e disseminadas pelo país como cogumelos que brotam em qualquer lugar.
 
Da mesma forma, os relatos de cães que aguardam fielmente pelo retorno de seus donos mortos e que jamais retornarão (caso de um mecânico e de um tratador, entre outros) sensibiliza e sugere que os animais podem ser mais sensíveis e “generosos” que boa parte dos humanos.
 
Certamente esse tipo de procedimento esteve presente na decisão dos ambientalistas em invadir a sede do Instituto Royal e liberar os 178 beagles utilizados em experimentos científicos exatamente por serem dóceis e gentis no trato.
 
Os advogados do Instituto alegam que a empresa tinha autorização legal para realizar pesquisas com os animais e que, portanto, os ambientalistas são raivosos, inconseqüentes e especialmente criminosos, neste último caso por mais de uma razão.
 
A verdade, no entanto, é que o fato de o Instituto Royal dispor de licença para pesquisa com os beagles é, certamente, uma situação necessária mas não suficiente e exatamente neste ponto pode estar o núcleo fundamental de toda a questão.
 
Isso significa que o Instituto, seguramente informado do inconformismo dos ambientalistas (nada disso ocorre da noite para o dia sem certa fermentação de ânimos), deveria ter tratado a questão mais cientificamente e, o que significa dizer com mais responsabilidade e eficiência.
 
E isso não aconteceu.
 
O Instituto Royal deveria ter convidado um grupo de representante dos ambientalistas, com participação do Ministério Público, para conhecer e discutir a situação dos animais.
 
E isso não aconteceu.
 
Os ambientalistas já haviam estimulado o Ministério Público a se pronunciar sobre a situação da pesquisa com os beagles, mas esse processo, como se sabe, é indesejavelmente lento, burocrático e, em boa parte dos casos, absolutamente frustrante.
 
Então, se o Instituto Royal não teve procedimento devido (procedimento científico, pode se dizer) para lidar com o entorno social em sua sede de pesquisa com animais, é preciso que isso seja formalmente reconhecido e que o Instituto seja responsabilizado por isso.
 
E, certamente,o mais importante que apenas a responsabilização do Instituto Royal por isso: que o reconhecimento dessa situação seja capaz de criar um ambiente novo e  promissor em relação ao uso de animais como cobaias na produção de medicamentos para humanos.
 
Pode-se, como defendem alguns, dispensar inteiramente o uso de cobaias vivas nesse tipo de investigação científica?
 
A resposta, aqui, está muito longe de um puro “sim” ou “não”.
 
É mais complexa e desafiadora.
 
E exatamente por isso deve ser analisada num contexto mais amplo e sempre com a preocupação de evitar, de forma crescente, o uso dessas cobaias vivas.
 
As razões para isso são de diversas ordens e uma delas é o elementar direito natural de os animais poderem viver de forma digna, da mesma forma que os humanos, ainda que ambos, homens e animais, partilhem neste momento de um mundo violento, insensível e aparentemente sem muita perspectiva de mudança no futuro imediato.
 
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) liberou, nesta semana, uma nota para a mídia condenando a invasão do Instituto Royal pelos ambientalistas e isso foi aproveitado pela empresa para se passar por vítima de truculência por parte dos ambientalistas.
 
Na verdade, a nota da SBPC não foi uma iniciativa muito inteligente, porque foi unilateral, restrita e para ser claro: ortodoxa e formal.
 
Para posicionar-se devidamente num caso como este a respeitabilíssima SBPC teria a obrigação de fazer uma reflexão mais ampla e colocar a questão na dimensão necessária.
 
E isso não aconteceu.
 
Quanto aos ambientalistas, invadindo o laboratório como fizeram, poderiam (ou podem) ter sido vítima de contaminações de que, provavelmente, sequer suspeitaram quando se decidiram pela iniciativa. Essa é uma situação ameaçadora que não pode ser desconsiderada nem em relação ao grupo invasor, nem em termos de saúde pública.
 
Também o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp (ex-presidente da SBPC) teve uma fala aparentemente mal humorada com jornalistas, quando se referiu a esse acontecimento e condenou de forma unilateral a invasão dos ambientalistas para liberar os 178 beagles cobaia do Instituto Royal.
 
O ministro Raupp, uma pessoa afável, brilhante e com julgamento criterioso e por isso mesmo equilibrado (eu o conheço há tempos e convivi profissionalmente com ele tanto no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, quanto na própria SBPC) soou autoritário e excludente em sua fala.
 
E isso foi uma grande pena.
 
O ministro disse que o momento de se debater o uso ou não de animais como cobaias em laboratórios já havia ficado para trás e com isso desqualificou sumariamente os ambientalistas.
 
Os fatos, no entanto, em casos como esse, não são definitivos da mesma forma que, em ciência, as coisas também podem não ser definitivas.
 
Uma teoria científica, por exemplo, só pode ser aceita se for refutável e isso significa que o destino de uma teoria científica é literalmente o de viver na corda bamba.
 
Numa noite desta semana o âncora de um canal de TV aberta e popular se meteu a comentar o caso da invasão do Instituto Royal, aparentemente encorajado pela sumária nota liberada pela SBPC.
 
O fato, no entanto, é que o pobre homem mal sabia do que falava, em um discurso superficial, obscuro, desinformado e por isso mesmo com todo potencial para aumentar a confusão sem lançar uma única semente com possibilidade de frutificar uma perspectiva mais inteligente, necessária e melhor fundamentada, envolvendo todos os protagonistas de uma história emblemática como a liberação dos 178 pequenos beagles do Instituto Royal em São Roque.
Redação

28 Comentários

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  1. O homem é um bicho

    Excelente o post, gostaria de tê-lo escrito. Mas com uma correção: a dissociação homem/animal, recorrente no texto. O homem é um animal, um bicho, tanto quanto os cães, os ratos, os macacos, os cavalos, os gatos e outros usados pelas ciências. Perfeito estaria o texto se trouxesse, p.ex., os seres humanos e os outros animais.

    Não dirijo a frase ao autor deste post esclarecedor, ele não é assim, salta aos olhos pelo que pensa e escreve. Apenas ponho estas frases da extraordinária dra. Nise da Silveira para a reflexão de todos, é sempre oportuna:

    “Eu me sinto bicho. Bicho é mais importante que gente. Pra mim o teste é o bicho, se não passar por ele, não tem vez. Freud disse que quem pensa que não é bicho, é arrogante.”

    “Desprezo as pessoas que se julgam superiores aos animais. Os animais têm a sabedoria da natureza. Eu gostaria de ser como o gato: quando não quer saber de uma pessoa, levanta a cauda e sai. Não tem papo.”

     

    Minha filosófica gatinha Mimi me pediu para acrescentar esta:

    “Os gatos são os seres mais lindos, inteligentes e independentes do mundo. Essa é a razão por que os homens têm tanta dificuldade de se relacionar com eles e os perseguem indiscriminadamente desde o início dos tempos.”

  2. > O Instituto Royal deveria

    > O Instituto Royal deveria ter convidado um grupo de representante dos ambientalistas, com participação do Ministério Público, para conhecer e discutir a situação dos animais.

    Deixe-me ver se eu entendi bem. Um grupo comete o que é normalmente tipificado como crime: invadiu e depredou instalações privadas, além de roubar (os cães). Mas a responsabilidade do ato criminoso deve ser compartilhada com o instituto de pesquisa que não os “chamou pra conversar”? Quequeilson meu filho?

    Discursos pretensamente conciliadores como o do articulista, sem abrir mão dos famosos “apelos à complexidade” (a resposta não é “sim” ou “não”, é tudo muito complexo; ô preguiça…), fatalmente caem ou nesse “nem nem” que na melhor das hipóteses é estéril (não muda nada, fora um ou outro transtorno) ou, na pior delas, resulta em inação do poder público para coibir o vale tudo dos “bem intencionados”. O recado que certos setores da imprensa, da academia e do judiciário, com sua ingenuidade bizarra em seres bem pensantes (que bem pode ser pusilanimidade mesmo), tem passado é claro: abrace uma causa supostamente justa, junte algumas dezenas de pessoas que pensem como você, auto-denominem-se um “movimento” e tá liberado: podem fazer uso de quaisquer meios que julgarem necessários em prol da sua causa e qualquer tentativa do poder público (em bom português, da polícia) de impedi-los é “truculência estatal”.

    Aonde vamos parar com isso?

  3. Aconteceu um verdadeiro

    Aconteceu um verdadeiro crime, que merece das autoridades policias punição e até cadeia para os invasores do Instituto Royal.

    A história não é assim tão complexa, ao ponto de alguém, de bom senso, ficar em cima do muro. Não tem essa não. O que aconteceu no Instituto foi um crime, como seria crime alguém entrar na minha casa, por eu ter um cão mal-tratado, arrebentar com tudo, destruindo tudo, e saindo do local levando o cão, com minha porta sem trancas, etc. Vale dizer que se fizessem isso na minha casa o crime seria bem menor, afinal o Instituto Royal é um local sagrado, onde se fazem pesquisas científicas, e para onde foram esses monstros. São pesquisas realizadas para o bem do povo. Agora, a quem serviu tanto esses monstros invasores, ladrões, jumentos? Já se sabe que alguns cães foram pegos andando pelas ruas, e outro vendido pelas redes sociais a dois mil e quinhentos reais. Apenas isso já diz que não há como se ficar em cima do muro.

    A Justiça pode ser lenta, e o escambau, mas sem lei vigorando no país, sobra apenas a desordem, a truculência, o crime. Ambientalistas queriam aparecer, e apareceram, como permanecerão sendo vistos na tv e na Internet, todos com caras de gente boa. Entre acreditar nos argumentos deles, prefiro crer nos argumentos de todos os responsáveis pelo instituto, que desqualificam esses argumentos. 

    Só um ser muito estúpido desconhece a necessidade de se usar os cães para pesquisas científicas, como se usou e usará outros tantos animais mndo afora. 

    Se o Brasil não tomar uma providência agora, e já, contra esse tipo de crime, além do que estamos assistindo de tão grave nas manifestações de rua, com os Nazistas depredando o patrimônio brasileiro, esses abutres, que já se sentem os donos da cocada preta, darão, certamente, continuidade a essas ações, e não haverá mais nada o que fazer, senão vermos a cada semana mais uma instituição sendo até queimada. Aliás, só faltou amarrarem e sequestrarem os cientistas, pedindo resgate, alegando que o dinheiro serviria para tratar dos bichinhos.

    1. Monstro é quem maltrata os

      Monstro é quem maltrata os cães e defende essas monstruosidades. Por que então não usar humanos para as experiências? Quem é nazista é a senhora, que defende esses monstros que usam os métodos de Mengele contra os cães. Se a senhora tivesse um cão torturado em sua casa, seria legítimo, sim, que pessoas de boa índole a invadissem e libertasse o animal. Cães, como todo mamífero, têm sentimentos e até um senso de Justiça. No caso específico dos cães, há uma ligação milenar com a nossa espécie. Um cão é capaz de dar a própria vida para salvar um ente querido, seja da própria espécie ou da nossa.

  4. O articulista errou

    Os ambientalistas visitaram o instituto:

    http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,para-instituto-royal-ativistas-e-que-maltrataram-os-animais,1089319,0.htm

    Por que o Ministério Público estava investigando vocês?

    Henriques – No ano passado já tinha ocorrido uma manifestação, a “Marcha pela Vida”, e os ativistas fizeram uma denúncia ao MP de maus-tratos. O promotor foi ao Royal com uma veterinária da Organização Mundial de Proteção de Animais. Ela entrou no canil, olhou todo o local. E só sugeriu no final um maior enriquecimento ambiental, que é aumentar as brincadeiras com os animais. Ela não viu nenhum sinal de maus-tratos. Um biólogo depois fez uma outra vistoria a pedido do promotor. Só que ele era um ativista. No laudo ele colocou indicações de que não aceita usar animais em pesquisas e levantou algumas coisas que deveríamos fazer. Fizemos um Termo de Ajustamento de Conduta. No estoque, por exemplo, as gaiolas têm ripas separadas para passar as fezes e urina, mas ele disse que daquele modo podia apertar as patinhas e machucar. Colocamos um material em cima e aceitamos a ideia de reformar o canil para evitar isso. Ele pediu todos os documentos, demos tudo. Só contestamos uma coisa. Eles queriam que filmássemos 24 horas por dia o laboratório, todos os procedimentos. Mas temos contrato de confidencialidade. Não podemos mostrar, não tem sentido. Esse processo estava nas mãos do promotor para dar sua decisão. Foi quando houve a invasão. Agora não tem mais informações, não tem mais cão, não tem mais nada.

      1. Depende da competencia do biologo

        Dani, como em qualquer inspecao, a visita agendada tem tanto valor quanto for a competencia do inspetor. Faz parte da habilidade profissional de qualquer inspetor encontrar sinais de manipulacao, de “arrumacao”.

    1. Prótese no maxilar não é experiência de Mengele

      http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/10/1361842-levado-de-instituto-beagle-ricardinho-corre-risco-dizem-cientistas.shtml

      PRÓTESE ODONTOLÓGICA “Se esse animal for para um procedimento cirúrgico, ele pode morrer na mesa”, diz João Antonio Pegas Henriques, diretor-científico do Royal. “Se o veterinário não souber que ele é insuficiente renal, quando injetar um anestésico, o animal morre.” A placa da mandíbula, além disso, não era um experimento, diz a veterinária que cuidava de Ricardinho. Segundo ela, o cão foi diagnosticado com insuficiência renal há dois anos. Em 2012, teve uma fratura no focinho, por fraqueza óssea. “O Royal poderia ter descuidado do animal e deixando-o à própria sorte, como os ativistas dizem que fazemos”, diz Ortiz. “Mas fomos a uma clínica veterinária especializada em odontologia para encomendar uma prótese.” Segundo o prontuário odontológico do animal, obtido pela Folha, a fixação dos dentes e necessária para evitar maiores complicações. Hoje, segundo Ortiz, Ricardinho precisa receber uma ração especial que não afete seus rins, e que possua forma pastosa, pois não pode mais abrir o focinho.

  5. Eu comentarei em respeito à

    Eu comentarei em respeito à verdade…

     

    pergunta o autor: Pode-se, como defendem alguns, dispensar inteiramente o uso de cobaias vivas nesse tipo de investigação científica?

     A resposta, aqui, está muito longe de um puro “sim” ou “não”. É mais complexa e desafiadora. Não é não…medicamentos obrigatoriamente devem ser testados em animais…cosméticos não são medicamentos, capicci?? então, usar animais é totalmente válido…o autor com certeza, se tem filhos, os vacinou, e se tem animais domésticos também o deveria….então…criticar o uso de animais e se servir destes para si mesmo é HIPOCRISIA Mas, o texto contém outra falácia grosseira… Isso significa que o Instituto, seguramente informado do inconformismo dos ambientalistas (nada disso ocorre da noite para o dia sem certa fermentação de ânimos), deveria ter tratado a questão mais cientificamente e, o que significa dizer com mais responsabilidade e eficiência. E isso não aconteceu. O Instituto Royal deveria ter convidado um grupo de representante dos ambientalistas, com participação do Ministério Público, para conhecer e discutir a situação dos animais. E isso não aconteceu. ora, ora, ora….que coisa….quer dizer que convidar os invasores seria uma atitude cinetífica???  pfui…me poupe…

  6. OSCIP para pesquisa ciêntifica?

    Muito boa a discussão apresentada no texto. Acredito que só faltou acrescentar o fato de um “Instituto de Pesquisa” ter sido criada como uma OSCIP. Nas universidade há normas rigidas e conselhos de éticas para a análise das pesquisas que evolvem animais. Então eu gostaria que fosse respondido se há alguma comissão de ética, por exemplo de uma Universidade ou da SBPC avalizando o que é realizado neste instituto. E o principal, quem está ganhando $$ com esse instituto.

     

     

    1. Pois é…tô achando que rola

      Pois é…tô achando que rola um preconceito aí.  Ninguém quer resgatar as cobras, escorpiões e as aranhas, por quê?

      sou totalmente contra o uso indiscriminado de animais, causar sofrimento, maus tratos etc…acho que ninguém aqui defende isso.  Mas acho que ninguém aqui também, abrirá mão de um remédio que poderá lhe salvar a vida…pois o mesmo foi testado inúmeras vezes em animais.  Aí que tá a questão.  

    2. Vacina antibotrópica/crotálica/micrurus

      Pelo que soube, anos atrás, o Butantã cria cavalos puro sangue que recebem o veneno de cobra e desenvolvem anticorpos que são as matérias primas do antídoto para picadas dos peçonhentos em humanos. Isso não é pesquisa, é o processo de industrialização do produto. Sem cavalo não temos vacina. Eu disse “anos atrás”, não sei se ainda é assim.Tudo leva a crer que sim.

  7. uma reflexão crítica sobre o mundo animal

    E isso põe os beagles nos is.

    só ficou faltando assuntar a grade publieditorial de patrocinadores da indústria médico-farmacêutica, os animais letrados do poderoso mundo financeiro-econômico que, espertamente golpe de mestre, terceirizaram para o aval-cobaia de sociedades científicas e de seus cientistas empreendedores de mercado tal qual como juristas empreendedores da suprema corte ético-moral, os testes com cobaias mundo cão de experimentos médicos e de novos remédios e tratamentos farmacoterápicos para salvar, dizem, a humanidade do câncer da ganância atroz do mercado global da indústria médico-farmacêutica.

  8. Mais um Fla x Flu?

    Se o tema perdurar, vamos para o enésimo tempo de mais um Fla x Flu. Como disse o autor do post:

    “Pode-se, como defendem alguns, dispensar inteiramente o uso de cobaias vivas nesse tipo de investigação científica? A resposta, aqui, está muito longe de um puro ‘sim’ ou ‘não’. É mais complexa e desafiadora.” Complexidade e desafio intelectual não é para qualquer um. Que tal, pessoal, quem tiver condições de contribuir de fato para o debate, procurar explicar a complexidade e os desafios que essa questão das cobaias tem, em vez de descer o malho naqueles com cuja posição não simpatiza? Sugiro, antes de tudo, aprender a ouvir as partes que ponderem com sensatez e um mínimo de conhecimento de causa. Como dizia sabiamente Marivaux, “saber ouvir é quase responder”.

     

     

  9. Artigo importante, mas que deveria ter desenvolvido + o tema

    Quando o articulista disse que a resposta da questao “É possível evitar pesquisas com animais?” nao era nem um simples sim nem um simples nao, ele deveria ter desenvolvido o assunto. Por ex., desenvolver pelo menos  essas perguntas:

    1) Quais pesquisas deveriam ser permitidas e quais proibidas? 

    2) quais animais poderiam ser usados e quais nao?

    Um cachorro é bem diferente de um rato, nao? pelo menos para nós humanos; e se fosse um chimpanzé, animal que é nosso primo, 98,5% do DNA em comum, capaz de aprender linguagem… tb seria justo usá-lo em pesquisas?

    3) em que circunstâncias os animais usados teriam que ser mantidos.

    Essas sao as questoes essenciais. 

    Por outro lado, há o perigo para a saúde pública de se liberar animais que estavam sendo usados em experimentos, sem saber com que doenças teriam sido inoculados. 

  10. Vou me abster

    Hoje o blog vai pegar fogo:

    Instituto Royal x Ambientalistas

    Black Bloc x PM

    Como não há notícias de que foi achado nenhum da espécie tanto no Royal quanto no ataque ao coronel, então vou me abster.

  11. Os beagles e a Abigail.

    Os BEAGLES e a ABIGAIL

    Os beagles, todo mundo conhece, mas, quanto à ABIGAIL ?

    Abigail nasceu numa fazenda produtora de leite e foi escolhida e escalada pelo dono para suceder uma das vaquinhas velhas que já não estão produzindo esse leite todo. Assim, aos 16 meses de vida, será amarrada e terá sua genitália invadida por um braço longo o suficiente para depositar o sêmen de um reprodutor direto no seu útero. Depois de 09 meses de gestação terá um filhote: se macho será alimentado por 12 semanas e executado e morto e esquartejado como um tenro e delicioso vitelo; se fêmea seguirá o mesmo destino dela. De todo jeito, nos dois casos seus rebentos lhes serão tirados à força, desmamados muito antes do que o natural. Contudo, isso não fará ou trará mal, nem a ela, nem ao filhote, pois como sabemos os únicos seres vivos que nascem com instinto maternal ou de proteção são os homens e os beagles.

    Abigail viverá confinada, saindo duas vezes por dia para ser ordenhada, pois, só assim teremos o nosso leitinho de todo dia, afinal, como o homem que tanto ama os beagles, pode viver sem o leite, a manteiga, os queijinhos, os  iogurtes e os requeijões? Como deixar de amamentar o próprio filho sem o leite da Abigail?

    Dois meses depois de ter parido, Abigail será novamente amarrada e um grande e longo braço introduzirá sêmen em seu útero fazendo que ela engravide outra vez. Passará então 7 meses  produzindo outro filho e ao mesmo tempo produzindo leite para alimentar os nossos. Dois meses antes de parir deixam de ordenha-lha e ela vai para a “maternidade” revivendo tudo outra vez: sua cria lhe será tolhida e voltará à rotina diária, confinamento e duas saídas para as máquinas ordenhadeiras. Depois de repetir todo o processo mais 02 ou 03 vezes, aos 06 ou 07 anos estará “acabada”, suas tetas deformadas já se arrastam no chão, seus úberes vivem infectados e feridos, contudo, não sente dor,  não sente tristeza, tédio, desconforto, etc., pois, como sabemos, só os homens e os beagles são capazes destes sentimentos.

    Abigail, tendo prestado enorme serviço ao homem, a mulher, aos filhos destes e eventualmente aos seus gatos, já não serve mais para dar leite. Chegou a hora da merecida aposentadoria, afinal uma vaca dura em média 25 anos. Abigail então é levada, puxada, empurrada, arrastada, pois tropeça nas suas tetas, ao justo reconhecimento humano. Leva um choque na fronte que a atordoa ou a mata; pendurada pelas patas, é ceifada em várias partes (viva ou não) para que seu sangue seja drenado, para depois ser esquartejada, pois o homem que tanto adora os beagles e abrem mão de novos medicamentos por eles, não conseguem viver sem um bifinho, uma picanhazinha no domingo, uma carne moída no almoço e  uma carninha bem molinha para colocar na sopa do filhinho.

    Há em torno de 30 milhões de Abigails no Brasil. Entretanto elas são bichos, não são humanos e muito menos beagles. 

    1. Eu entendo este teu desabafo,

      Eu entendo este teu desabafo, e como entendo. Não só os Beagles que nos preocupam, nos importamos com todos, absolutamente todos os animais. Queremos que ratos, catos, cães, macacos, frangos, galinhas, porcos, carneiros, ovelhas, cavalos, bois, vacas, touros…… enfim.. que todos os animais desse planeta parem de sofrer por nossa causa. Nesse momento é muito importante que haja um foco. A questão com o Instituto Royal pode, sim, ser o começo para ações mais invasivas, já que na prática somente apelos e boicotes não resolvem a curto e médio prazo. Existem grupos pelo mundo a fora invadindo fazendas, criadouros, laboratórios.. muitos são presos e até morrem por isso. Quando perceberem que este ato em São Roque pode ser o começo de um grande levante, talvez nossas autoridades tão colegiais e despreparadas parem de fazer ouvidos moucos e resolvam nos escutar.

  12. Teste em seres vivos

    Nada me convence que o crime que estão cometendo é igual aos testes com seres humanos que os nazistas praticaram em nome da ciência.

    O ato de salvar os Beagles tem o apoio da sociedade, nenhum argumento convence, nem a SBPC dando mostra de corporativismo vai reverter esse quadro.

    Todos eles que se dizem cientistas deste pseudo instituto, preocupados em defender e administrar seus empregos deveriam ter vergonha na cara de se encarar no espelho. Cientistas que por um punhado de dinheiro se põe a cometer crimes aos seres vivos, não são dignos desses títulos. 

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