Marcos Pontes critica corte na Ciência, e governo cobra um ‘jogar junto’

A mudança ocorreu sem que Pontes houvesse sido informado. E, após aprovação, passou a ser cobrado pela comunidade científica sobre o corte de recursos.

Agência Brasil

Jornal GGN – O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcos Pontes, criticou o corte de R$ 600 milhões no orçamento da pasta. Ato contínuo, foi cobrado por outros ministros e pelo presidente de que teria que ‘jogar junto’. As críticas ocorreram na última reunião ministerial, no dia 15.

A reunião aconteceu no dia em que Jair Bolsonaro sancionou o projeto que retira recursos da Ciência e o aloca em outras áreas. A proposta, que foi aprovada pelo Congresso no dia 7, atendeu pedido de Paulo Guedes.

A mudança ocorreu sem que Pontes houvesse sido informado. E, após aprovação, passou a ser cobrado pela comunidade científica sobre o corte de recursos.

No dia 10, Pontes escreveu no Twitter que o ato foi ‘falta de consideração’. Disse que o já pequeno orçamento de Ciência e o corte era equivocado e ilógico, e criticou que houvesse sido feito sem ouvir a comunidade científica e o setor produtivo. “Isso precisa ser corrigido urgentemente”, disse o ministro.

Segundo a Folha, Pontes afirmou ter conversado com Bolsonaro, que teria se comprometido em fazer com que os recursos voltassem para o ministério, o mais rápido possível.

O corte se deu, segundo testemunhas contaram ao jornal, que o baixo empenho de recursos do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), na gestão de Pontes, teria sido a motivação. Em setembro, quando resolveram remanejar os recursos, somente 40% dos fundos disponíveis haviam sido empenhados.

Por fim, o ministro Paulo Guedes enviou ofício à Comissão Mista de Orçamento do Congresso avisando que o governo decidiu passar os recursos da pasta para outros ministérios.

Com isso, o MCTI ficou com apenas R$ 89,8 milhões. Os recursos específicos para projetos de ciência e tecnologia, da ordem de R$ 655,4 milhões, foram reduzidos em 99%, ficando em R$ 7,2 milhões.

O ministério da Economia não informou se irá recompor esses valores e fontes palacianas disseram que isso vai ser muito difícil.

Com esse corte, o CNPq poderá não realizar a chamada universal de bolsas de pesquisa, que envolve 30 mil pesquisadores. E isso ocorrerá se os recursos não forem restituídos até 1 de novembro, já que o edital de R$ 250 milhões já foi publicado.

Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, afirmou que é inacreditável o que está acontecendo e que podemos estar diante de um ‘apagão científico’ no Brasil.

Redação

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