O ataque à ciência, por Durval Muniz de Albuquerque Jr.

da Agência Saiba Mais

O ataque à ciência 

por Durval Muniz de Albuquerque Jr.

Há um traço marcante entre as elites brasileiras: o seu pouco apreço pela ciência, o seu pouco respeito pela inteligência. Herdamos da colonização portuguesa, que nesse aspecto foi a mais obscurantista de todas as colonizações, essa desconfiança em relação ao pensamento, essa prevenção contra as descobertas científicas.

Embora tenham se servido do conhecimento científico mais avançado para o tempo, trazido até a Península Ibérica pelos árabes e pelos judeus, que aí permaneceram por sete séculos para realizarem as viagens marítimas que, ainda hoje, é o orgulho nacional e base de seu discurso de identidade, os portugueses, tolhidos por um domínio sufocante de uma Igreja reacionária e uma nobreza, muitas vezes iletrada, impôs às suas colônias um regime marcado pela exploração econômica, pelo monopólio do comércio e pela tentativa de submeter todas as almas ao pensamento cristão e católico que, na época, via com maus olhos os avanços científicos que viessem atingir de morte qualquer um de seus preceitos ou dogmas.

Não é preciso dizer que em todos esses aspectos houve casos excepcionais: membros da Igreja que não só se interessaram pelas descobertas científicas, mas que para elas concorreram, membros da nobreza letrados e interessados pelas formas mais avançadas de pensamento, iniciativas portuguesas no sentido de promover a ciência e o pensamento em seu próprio país, sem que elas significassem uma mudança de direção na condução da política colonial.

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Redação

1 Comentário

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  1. O povo precisa conhecer e reconhecer os seus valores-guias.

    Antes de mais nada, um reparo. É notório o anti-intelectualismo da maioria do povo estadunidense. Também responsabilidade de Portugal? Ou, tanto lá, quanto aqui, algo construído deliberadamente, para inibir o interesse pelo conhecimento, mantendo-o sob controle? 

    O que falta ao Brasil, penso, é um projeto, um objetivo, uma razão de ser; compatível com a diversidade de sua população, a extensão de seu território e o seu “destino manifesto” geopolítico; e que o transforme em uma nação verdadeiramente soberana. Ser nação soberana, ainda mais nos tempos atuais, é luxo para poucos. O Brasil tem todas as condições para estar entre estes poucos. 

    Definido esse projeto construtor da soberania brasileira, esse catalisador social, o próximo passo seria construir lideranças capazes de aglutinar toda a população ao redor desse projeto, com a coragem e o entusiasmo necessários para levá-lo sempre adiante e defendê-lo contra os inimigos externos e internos. Ao fazer-se isso, a importância da educação, do estudo, da ciência e da tecnologia se imporão naturalmente, passando a ser valores de todos, em benefício de todos, e não uma mera abstração para muitos.

     

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