Os resultados das pesquisas nos meios de comunicação

Por Paulo Gurgel Carlos da Silva, no Portal LN

Em 2003, em um artigo na revista JAMA (Journal of American Medicine) pesquisadores escreveram algo que deveria mudar a forma como você recebe as notícias médicas. Eles revisaram 101 estudos, publicados nas principais revistas científicas entre 1979 e 1983, que anunciavam como muito promissora uma nova terapia ou uma nova tecnologia médica . Apenas cinco, descobriram eles, haviam chegado ao mercado dentro de uma década. E apenas um, formado pelo grupo dos inibidores da ECA (enzima conversora da angiotensina), ainda era amplamente utilizado no momento da revisão.

“Há uma grande, grande diferença entre a forma como a mídia pensa sobre as notícias e como os cientistas pensam sobre notícias,” Naomi Oreskes , um professor de Harvard da história da ciência, me disse recentemente em uma entrevista:

“Para você, o que faz ser notícia é o que há de novo – o que cria um viés nos meios de comunicação em sua busca pelos resultados novíssimos. Em meu ponto de vista, os resultados novíssimos com maior probabilidade vão estar errados.”

This is why you shouldn’t believe that exciting new medical study, por Julia Belluz. In; Vox, 23/03/2015

Tudo o que comemos pode causar ou prevenir câncer

 

Redação

3 Comentários

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  1. Será que há alguma área de

    Será que há alguma área de atividade ou de conhecimento humano que não esteja submetida ao desejo dos big brothers difusos – mas sempre organizados entre si mesmos – de manter as pessoas confusas? Política e Economia são as piores mas não ficam tão longe assim da Medicina, Eletrônica, aero e espaçonáutica, História…

     

    George Orwell só errou em dizer que haveria apenas uma pessoa no papel de big brother. Hoje sabe-se, na prática, que são muitas as pessoas que organizam-se tacitamente para o desempenho daquela função. Previu a função, só não deu “nomes aos bois”. Claro, Orwell foi futurologista, não adivinho…

    1. Não. As pessoas interagem

      Não. As pessoas interagem mais com a mídia do que com outras pessoas e instituições.

      Causa perplexidade a alienação – não vejo outra palavra – a alienação da área acadêmica brasileira em relação ao assunto; sobretudo quando sabem que o papel da escola é extremamente deficitário na formação – e não estou falando só dos mais pobres, não.

      São rarissimas as exceções como o Manchetômetro, Venício Lima e WGS. Mesmo nas posgraduações em comuncação o que se faz não é diferente de um “observatório”, passando longe do impacto que a comunicação social tem na sociedade e sociabilidade. Estão parados naquela teoria do fluxo em duas etapas até hoje. Se recusam a ver que os donos da comunicação chegam a ser cruéis com os teleguiados deles; fazem o que querem com os coitados: chega a ser covardia.

      A quem interessar possa, Jon Thompson, Mídia e Modernidade, é uma recomendação que faço.

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