Sistema de rankings cria política de desigualdade acadêmica, diz estudo

Jornal GGN – O sistema de classificação de universidades segundo a produção acadêmica, colocando as mais bem cotadas como alvo prioritários de repasses de verbas e doações, não se traduz necessariamente em crescimento econômico ou de geração de empregos para estudantes das universidade. A constatação é fruto de pesquisa conduzida pela Michigan State University, que revelou ainda que os sistemas de classificação de ensino superior criam concorrência por concorrência e geram desigualdade entre as instituições.

Coordenado pelo professor Brendan Cantwell, o estudo sugere que essas políticas de ensino superior, que elevam o renome de universidades para o status mundial, estão canalizando mais dinheiro estadual e federal para um “seleto grupo” de grandes universidades de pesquisa e inviabilizando esforços do governo dos EUA (Estados Unidos) para universalizar o diploma universitário para todos os cidadãos do país. “Ambas as agendas políticas estão ocorrendo simultaneamente: o impulso de ter universidades de primeira linha e um sistema de acesso aberto que permite a alunos de todas as origens obterem uma educação”, afirmou Cantwell. “Não estou dizendo que essas políticas são incompatíveis, mas você tem recursos finitos, e como tem que optar onde alocar esses recursos, isso afeta um ou outro desses objetivos”, complementa.

Para Cantwell, a tendência de universidades concorrentes atingirem status de “elite” em sistemas de ranking internacional acabou por tornar-se profundamente enraizada nos EUA, e agora está ocorrendo em todo o mundo, inclusive em países como China, Alemanha e Holanda. A situação gera um círculo vicioso, em que as universidades mais abastecidas com recursos geram mais doutores, atingem melhores colocações nos rankings e, com isso, voltam a receber mais recursos.

Em sua pesquisa, o professor sugere que os rankings estão influenciando diretamente os políticos dos EUA a canalizar o dinheiro voltado à pesquisa para um pequeno número de universidades e, dentro dessas universidades, a programas nas áreas de ciência e tecnologia. O “status elevado de algumas universidades”, diz trecho do trabalho, “não indica, necessariamente, benefícios sociais ou econômicos”.

Com informações do Phys.org

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador