Sogras contou com colaboração de cientistas de várias partes do país

O Sogras começou em 2007, quando foi feita a primeira proposta para observação com o SOAR. Mas o trabalho pesado só começou em 2009, com a “limpeza” e o processamento das imagens, para que só depois pudessem ser analisadas.

Os pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fizeram a chamada redução de dados, isto é, a sua transformação em imagens. É uma etapa da busca que tenta eliminar características próprias do instrumento para obter uma imagem fidedigna do céu, para que possa ser usada para análise científica, combinando também várias imagens para uma “foto” final de melhor qualidade. “A maior dificuldade é que, pelo fato de o telescópio SOAR ser relativamente novo e por ser um procedimento complexo, não tem receita de bolo”, explica o coordenador do projeto.

Depois, a equipe do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) ficou encarregada do processo de análise. Os pesquisadores da Universidade São Paulo (USP) foram responsáveis por toda a parte de espectroscopia, a preparação, a redução e a análise dos dados – tema que será usado no próximo artigo do projeto.

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Além de enxergar a gravidade por meio da luz deformada pelo espaço-tempo e “encontrar a matéria escura para fazer um raio-X e pesar o aglomerado”, os cientistas também queriam conferir a validade de um modelo recente para explicar indicações de que existem mais arcos em aglomerados mais distantes. “Desenhamos o projeto para testar esse modelo teórico. Trabalhamos com aglomerados mais próximos e mais distantes”, acrescenta.

Os dados ainda estão sendo analisados, mas, segundo Makler, o fenômeno é real. “Temos indícios de que quanto mais distantes estão os aglomerados, mais arcos eles têm”, completa. “Graças a isso, ao estudar os arcos, indiretamente podemos inferir algo sobre a curvatura do Universo”.

Redação

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