Jornal norte-americano repercutiu à exaustão as acusações do então governo Bush de que Saddan Hussein tinha armas de destruição em massa
Donald Trump declarou guerra a imprensa norte-americana. A declaração foi aceita, pois ele passou a ser de agir como menino de recados de Vladimir Putin em Washington. Portanto, tem razão quem afirmou que:
Talvez The Post – A Guerra Secreta jamais existisse se Donald Trump não fosse eleito. Afinal de contas, foi a ojeriza do atual presidente dos Estados Unidos à imprensa que fez com que Steven Spielberg encampasse este projeto, ao ponto de realizá-lo a toque de caixa para que fosse lançado ainda em 2017… http://www.adorocinema.com/filmes/filme-254356/
Todavia, há algo mais que poderia ser dito sobre o filme. Ele faz um recorte arbitrário da história do seu principal personagem.Após se tornar nacional e mundialmente reconhecido, o jornal parece ter esquecido sua atuação no episódio dos Pentagon Papers.
O Washington Post repercutiu à exaustão e de maneira acrítica as acusações feitas pelo governo George W. Bush de que Saddan Hussein tinha armas de destruição em massa. O jornal tocou os tambores de guerra, repercutiu de maneira favorável as mentiras insistemente repetidas pela Casa Branca e apoiou a invasão do Iraque:.
The Post’s editorials favoured the war. The day after Colin Powell, the US secretary of state, made his pivotal presentation to the UN, its leader said: “It is hard to imagine how anyone could doubt that Iraq possesses weapons of mass destruction.” https://www.theguardian.com/world/2004/aug/13/pressandpublishing.usa
É verdade que aquele jornal pediu desculpas aos leitores. Mas quando isso foi feito já era tarde. A carnificina havia começado e a xenofobia assassina já tinha se instalado nos corações e mentes de centenas de milhões de norte-americanos.
O Washington Post também aplaudiu o sorridente Barack Obama quando ele decidiu fomentar e financiar a primavera árabe e adotar uma nova doutrina militar (menos soldados, mais drones). O resultado foi igualmente sangrento. Vários países africanos e do Oriente Médio foram devastados por guerras civis. Em pouco tempo os EUA começaram a usar drones armados com mísseis para matar suspeitos e até crianças no Paquistão.
A Guerra do Iraque (iniciada pelos republicanos com ajuda do Washington Post), a primavera árabe e a Guerra Dronica (comandadas por democratas apoiados pelo jornal) fortaleceram o complexo industrial militar e ajudaram a provocar a hegemonia do discurso militarista, supremacista e imperialista que levou Donald Trump ao poder. Mas agora tudo isso se tornou irrelevante e deve ser esquecido. O herói dos Pentagon Papers está de volta em grande estilo para salvar a Widescreen América da barbárie.
Apesar de recortar arbitrariamente a realidade o filme estrelado pelos veteranos Tom Hanks e Meryl Streep é bem feito e vale o ingresso. Não tenho dúvida de que o novo filhote de Steven Spielberg será premiado. Mas a premiação neste caso servirá apenas para esconder os “pecadinhos” do Washington Post. Os donos e empregados daquele jornal lavaram as mãos no sangue dos iraquianos, egípcios, tunisios, líbios, sírios, paquistaneses, etc… e ajudaram a criar o fenômeno Donald Trump, mas essa é uma história que não será vista no cinema.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Parafraseando um alucinado
Parafraseando um alucinado aqui do GGN, os EUA são de fácil explicação: follow the money.
O Washington Post de Bernstein/Woodward é o mesmo que bateu bumbo para a invasão do Iraque.
Follow the money. Mas, quando chegar lá, fique na sua e junte-se aos bons.
Sem contar que esses animais
Sem contar que esses animais foram os responsáveis também por f***r com a gente. Nunca devemos nos esquecer da Revolução dos Midiotas planejada nos EUA e que nos lançou nessa cloaca podre onde estamos.
Quando comecei a ler achei
Quando comecei a ler achei que era com a Siria. Spielberg encampou este projeto porque ele rende dinheiro sem mudar nada, são favas contadas, fosse mais atual ele se calava.