“Não ha ninguém para ocupar” o lugar de Coutinho, diz Fernando Meirelles

Do iG
 
“Eduardo Coutinho era um dos maiores diretores do Brasil”
 
Por iG São Paulo | 02/02/2014 17:43 – Atualizada às 02/02/2014 22:32
 
André Sturm, do Museu da Imagem e do Som, e cineasta Marco Dutra falam sobre o documentarista
 
A morte de Eduardo Coutinho chocou o cinema brasileiro. André Sturm, diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS), se diz chocado com a tragédia.
 
“Não há na história do País qualquer outro cineasta que tenha feito tantos filmes desse nível”, afirma.
 
Para Sturm, a principal contribuição de Coutinho está na virada que ele promoveu no gênero. “Ele abriu uma porta importante para o documentário no Brasil. Antes só tínhamos filmes nesse perfil a cada três ou quatro anos.”
 
O cineasta Fernando Meirelles, de “Cidade de Deus”, afirma: “Encontrei o Coutinho apenas uma vez na vida mas vi quase todos os seus filmes. O tipo de cinema que ele faz ninguém mais faz no Brasil, sua morte deixa um vazio de fato, não ha ninguém para ocupar seu lugar. Uma morte trágica destas faz ser ainda mais difícil aceitar a perda”.

 
Já o diretor Marco Dutra, de “Quando Eu Era Vivo”, disse ao iG: “Eu estou muito devastado, não sei nem o que te dizer. As pessoas sempre disseram que era um grande documentarista, mas para mim era um dos maiores diretores de cinema do Brasil. Ele entendia o cinema como ninguém, e é muito triste, porque ele estava bem, e a gente estava esperando um novo filme, um novo olhar dele”.
 
Kleber Mendonça Filho, diretor de “O Som ao Redor”, afirmou que “Coutinho me mostrou que os filmes podem ser pessoais e respeitosos com as pessoas, desde ‘Cabra Marcado para Morrer’. É basicamente isso, e acho que isso é muita coisa.”
 
Para Marcelo Galvão, carioca diretor de “Colegas”, a sensibilidade refinada de Coutinho era o maior diferencial de seu trabalho. “Ele sabia mostrar os dramas de forma verdadeira sem apelação, sem pieguice”, afirma. “Ele sempre foi um exemplo para quem segue a carreira no cinema, especialmente no gênero de documentário.”
 
Embora trabalhe com gêneros ficcionais, Galvão afirma buscar um pouco da verdade de Coutinho para depositar nas suas obras. “Eu procuro dar liberdade, ouvir as pessoas verdadeiramente, dar espaço para que se expressem. Essa é uma das referências que eu trago dele”, conta. “É uma perda imensa para o cinema nacional, mas o que ele criou não morre. Coutinho fica eternizado na sua obra.”
 
Nando Olival, diretor de ‘Os 3’, disse que “no cinema nacional a gente tem poucos faróis, poucas pessoas que eu cultivo como mestres. Coutinho para mim era isso: um farol do cinema nacional, não só do documentário. No Brasil, o documentário é tão mais forte do que a ficção, está num momento tão melhor, e um dos caras que impuseram isso foi o Courinho. É uma perda brutal. A sorte é que ele deve ter deixado muitos filhotes, muita gente que vai tentar continuar o que ele fez, ou racionar como ele raciocinava”.
 
A atriz Bárbara Paz também se pronunciou, de maneira emocionada, sobre Eduardo Countinho.  “Sempre fui devota dele . Seus documentários me ensinaram a enxergar um novo mundo, “aquele que eu escolher ” . Uma tristeza muito grande ele partir assim .. com um retrato de uma pessoa que ele colocou no mundo e o mesmo o retirou deste…triste de quem passou uma vida documentando o ser-humano. Eduardo Coutinho para sempre.”
Luis Nassif

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