O etanol e o samba de uma nota só da política econômica

É incompreensível a maneira como o governo Dilma Rousseff vem tratando a questão do etanol.

Nos vários planos de política industrial, um dos pontos centrais é o estímulo a setores nos quais o país tenha vantagens competitivas.

Não existe setor mais de acordo com a vocação brasileira do que o etanol:

Parte de um diferencial competitivo brasileiro, que é a produtividade da cana, os avanços tecnológicos do setor e a disponibilidade de terras.

É um produto industrializado, fugindo da maldição das commodities de baixo valor agregado.

Em que pesem os efeitos da crise mundial, é uma commodity que pode ser comercializada internacionalmente.

No entanto, o setor está sendo demolido pelo samba de uma nota só que passou a dominar a política econômica, a ênfase total no combate à inflação.

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Reajustes de preços essenciais – como os combustíveis – têm dois impactos sobre a inflação. Em períodos de reajustes generalizados de preços, podem colocar mais lenha na fogueira. Em períodos mais calmos, impactam apenas uma vez a inflação, no mês em que forem aplicados.

Por isso mesmo, em um quadro de reajustes disseminados de preços, evitam-se choques adicionais. Mas, passados esses momentos críticos, há que se trazer os preços de volta à realidade para evitar as sequelas.

Não é isso o que vem acontecendo.

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Até a crise de 2008 – e a descoberta do pré-sal – o mercado do etanol estava em franca expansão. O boom da economia mundial estimulava as campanhas pelo desenvolvimento sustentável. Os estímulos dos EUA ao etanol de milho abriam espaço para a criação de um mercado internacional. Havia planos de se avançar sobre a América Central e a África, levando não apenas o etanol, mas tecnologia agrícola, usinas, gestão agrícola e capitais.

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A crise derrubou provisoriamente o interesse internacional pelo meio ambiente e, automaticamente, pelo etanol.

Mas o combate primário à inflação fez o trabalho sujo. Para impedir pressão sobre os preços, o governo tirou a CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) da gasolina e segurou os reajustes. Ora, devido à diferença energética atual, o preço do etanol deve corresponder a 75% do preço da gasolina, para ser competitivo. Com o preço da gasolina sendo contido, o etanol não conseguiu manter a competitividade.

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A medida racional seria recompor os preços assim que cessassem as pressões sobre a inflação. Não foi feito.  Havia também um conjunto de medidas compensatórias que também foram deixadas de lado.

Por exemplo, o governo Dilma concedeu incentivos extraordinários à indústria automobilística, com a isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Bastaria um IPI diferenciado para induzir o setor a desenvolver motores com um fator de paridade superior a esses 75%.

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Mas a política econômica atual sofre de uma incapacidade crônica de atuar em ambientes complexos – como o da economia. Define-se uma prioridade – o combate à inflação – e lança-se mão de qualquer medida que esteja na prateleira, sem a menor capacidade de analisar as consequências.

Luis Nassif

52 Comentários

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  1. Nenhuma nota sobre o acucar?

    Nenhuma nota sobre o acucar? Qual eh a cotacao desse produto? O setor nao consegue se sustentar com o acucar? Hah concorrencia externa, e de quem? Eh preciso esclarecer mais coisas do que soh vocalizar o choro Nassif. Todos sabemos que segurar os precos da gasalina por muito tempo eh imprudencia. O Governo tinha sim que autorizar o aumento e nao se imprtar com os desgastes politico, afinal, tem muito boca aberta que acredita que a subida do tomate eh inflacao e nao sazonalidade de producao. Logo, nem adianta segurar a gasolina. E tambeh ha aquela coisa, a choradeira sempre haverah, mesmo que alguns choroes tenham suas dividas eternamente roladas, e qualquer tentaiva de cobranca caira sobre o guarda chuva da IMPORTANCIA DO AGRONEGOCIO SOBRE O PIB.

    1. Francy, esta é outra questão

      Francy, esta é outra questão que não absolve a atitude equivocada do Governo. Não é porque alguns podem migrar parte da produção de um item para outro que o Governo deve segurar a receita de TODO um setor.

      Não são todas as usinas que tem capacidade de produzirem açucar.

      Não se deve tratar todo o setor como algo unificado.

  2. Esses problemas com os

    Esses problemas com os usineiros remonta desde que o ciclo da cana de açúcar deixou de representar o principal meio de produção do país.

    Crises entre estados que querem subsídios para igualar a concorrência:

    http://www.estadao.com.br/arquivo/economia/2003/not20030109p11245.htm

    Imposição de cotas de produção e pesados subsídios às exportações principalmente por países europeus.

    http://www.proceedings.scielo.br/pdf/agrener/n5v1/001.pdf

    Leis são aprovadas para favorecer ao setor:

    http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=105561

    Aqui uma boa matéria de contraponto ao texto de Nassif:

    http://infopetro.wordpress.com/2011/06/20/a-solucao-para-a-crise-do-etanol-incentivos-subsidios-regulacao-ou-defesa-da-concorrencia/

     

  3. O.k. mas não se pode esquecer que

    nos anos Lula o setor usou como grande argumento para obter o apoio do BNDES o seu potencial exportador.

    Houve desde agosto 2011 uma desvalorização de cerca de 40%, portanto se o setor tivesse mesmo um mercado externo ele desviaria o volume produzido para a exportação, deixando o “mico” do mercado interno para a gasolina da Petrobras. Isso não aconteceu, por que de fato o etanol brasileiro parece não ter potencial exportador, mesmo no cambio atual.

    Então, o que aconteceu de fato? E não vale falar de Petrobras por que ela não tem nada a ver com o caso? 

  4. Me faz lembrar as lamúrias

    Me faz lembrar as lamúrias dos Sem Terras.

    Não existe nada mais angustiante que gente que sabe trabalhar a terra, quer trabalhar a terra, sem terra.

    Uma Reforma Agrária clássica nos anos 60, até nos anos 80 teria posto o Brasil de hoje no patamar dos EUA em termos de mercado interno maduro.

    E no entanto o governo dos trabalhadores, apesar da identidade com o MST, de não criminalizar um movimento digno e legítimo prefere gastar dinheiro com o mundo urbano. 

    Universidades, UPAs e Petrobrás.

    O fato é que se não der dinheiro no dia seguinte e pior, todo ano a pedida for renovada, não tem apoio.

    Se precisa sempre ficar aportando recursos, não é bom negócio.

    Lágrimas de crocodilo dos alcooleiros multinacionais farão menos efeito que as legítimas dop MST.

  5. Quando o preço do açucar está

    Quando o preço do açucar está elevado no “mercado internacional” os usineiros largam o consumidor de etanol na mão. Agora eles choram dizendo que a política de preço da gasolina/diesel do Governo Federal/Petrobras atrapalha o negócio deles? Bricadeira tem hora.

    Além disso, hoje, as usinas mais modernas participam da cogeração de energia elétrica a partir da biomassa – bagaço de cana – com ganhos na venda para as distribuidoras.

    No contraponto, eis uma reportagem informando que o consumo do etanol – inclusive o anidro, misturado à gasolina – está em alta, e os preços do etanol assim continuarão em alta.

    (http://www.olhardireto.com.br/agro/noticias/exibir.asp?id=14886)

    O que falta nesse “mercado” é a garantia ao consumidor de que ele não será deixado na mão quando o preço do açucar for mais atrativo. Credibilidade por vezes já abalada.

    De fato, o que o usineiros querem é que não haja concentração no mercado por parte das distribuidoras, como as parcerias entre a Cosan e a Shell – formadora da Raizen. Como na chegada da Petrobras Biocombustíveis nesse negócio, pra regular os “ganhos” dos usineiros.

    Assim, a usina além produzir açucar ou etanol, ainda gera e vende energia elétrica. Realmente, um péssimo negócio.

    Resumo da ópera: choro de Senhores de Engenho.

  6. Não tem nada a ver a questão

    Não tem nada a ver a questão do açucar e da exportação. O maior mercado ainda é o nacional.

    O que o Govenerno faz, simplesmente,  é limitar a receita de um setor. Obviamente que os custos não ficam limitados e também aumentam. Está sufocando o setor, qualquer um vê isso. Em qualquer área que voce limite a receita e não limite os custos isso aconteceria.

    Espero que esta política torta do Governo venha como consenso de que é uma das que devem ser mudadas.

  7. Tem mais samba de uma nota

    Tem mais samba de uma nota só. A batatinha na véspera da sexta-feira santa estava custando cerca de R$ 5,00 e o azeite de oliva na oferta, R$7,50. O bacalhau do porto a R$ 29,50 custava R$ 39,00 há tres anos. Não dá para entender o que acontece com os preços nesse País. O peixe panga, que eu não compro, custa entre R$ 7,00 e 9,00. O filé de tilápia, não se consegtue por menos de R$ 23,00. O custo dos alimentos prontos está um absurdo e alguém está dominando toda a cadeia. Desde a produção até os cerca de R$ 40,00 o KG, em média. Como não existe mais sigilo e as contas são abertas, seria bom que os custos de produção fossem disponibilizados. E o que dizer do salame, qual a razão de custar R$ 45,00 enquanto o kg de carne de porco ao produtor, não deve estar chegando a R$5,00.

  8. Etanol

    Escrevi sobre o tema, em fevereiro, no site de CartaCapital.

    Ninguém aí é inocente.

    Saber da importância do etanol para a economia brasileira (lembram-se do ‘embaixador brasileiro dos biocombustíveis’?) é um óbvio que ficou meio duvidoso quando, logo após a crise 2007/08, o setor sucroenergético parou de investir.

    Ajudou-o na decisão o perrengue indiano com o açúcar e os preços externos edulcicaram o direcionamento da cana brasileira. Até aí ninguém reclamou, pois as burras se enchiam.

    Poderiam assim continuar, com um pé em cada barco, mas aí vem a besteira do governo Dilma a dar-lhes razão, segurando o preço da gasolina. Que não se pense que não o fazendo, a situação do setor iria mudar tanto assim. Mas estaria melhor.

    Roberto Rodrigues, como presidente do conselho da Unica, poderá oxigenar o debate, mas o setor, realmente, perdeu alguns passos na caminhada que parecia gloriosa, embora com uma concentração – que se temia – que nada fica a dever à hoje folclórica “Sete Irmãs do Petróleo”.

    Não temam: os grandões daqui estão se diversificando em ritmo acelerado. Salvar-se-ão todos.

    1. interesses economicos

      Esse setor quando está com preço bom do açucar internacional redireciona sua produção para o açucar e deixa o mercado de etanol na mão. Agora quer incentivo. nassif deveria ter colocado isso no seu texto.

      1. Primeiro que não são todas as

        Primeiro que não são todas as usinas que podem produzir 100% açucar ou 100% etanol, aliás, não sei se existe usina capaz de fazer isso, 100%. Tem usina que nem açucar produz.

        Segundo, uma coisa não tem nada a ver com a outra. É uma especificidade do setor  a possibilidade de dupla produtividade o que não tem nada a ver com o Governo limitar a receita do setor, quando os custos não ficam limitados.

        Imagina voce com uma empresa que tenha preços dos produtos limitados, mas o salários, os insumos, o aluguel, etc, etc, subissem todo ano. Como que fica ? É óbvio que estão sufocando o setor e isso tem que parar ;

  9. Combustíveis alternativos

    O Governo demonstra que esta dando um tiro no próprio pé, segurando o preço da gasolina e não dando o respaldo devido ao etanol. Se todos sentem que o Governo esta sufocando o etanol o que dirá do Gás Natural, o Governo simplesmente esqueceu deste segmento, inclusive se escuta que por falta de redes de distribuição existem pontos simplesmente “queimando ao ar livre” um combustivel que poderia e muito ajudar neste momento. Veja o Estado de SP que deveria estar passos a frente e ainda se quer atualizou a Lei de redução da aliquota do veículo convertido a GNV, a Lei é tão antiga que na época não existia o carro flex, então por força da própria Lei que exclui o carro flex, desmotiva ainda mais o processo de conversão, sem contar que o RJ e PR oferecem 75% de redução na aliquota do IPVA, quanto SP apenas falava em 25% e exclui o carro flex deste beneficio, justamente um Estado que deveria estar muito focado neste combustivel alternativo que além de tudo poluem menos e tem rendimento até melhor que a própria gasolina. Atenciosamente,Martin Eman

     

  10. beneficio

    Alem desses argumentos sobre a esperteza dos usineiros ,há um outro dado importante em favor deles ,o carro flex em 1986 tinha um monza a alcool que fazia 7 km/l na cidade e 9 km/l na estrada .Fato os motores a gasolina tiveram nos ultimos trinta anos um notavel avanço de aproveitameto energetico,quem dispõe de +$ para  ter um atomovel importado a gsolina fica impressionado com a diferença de consumo com os nossos flex,se nos quisermos um automovel movido exclusivaente a gasolina não podemos comprar graças ao poderoso lobby dos usineiros.

  11.  Noticiário do PIG, O

     Noticiário do PIG, O Globo:

    Preço da gasolina em 60 países do mundo

    Reajuste da gasolina brasileira está entre os maiores do mundo.  Cruzamento de dados da ANP e Agência Internacional de Energia mostra que combustível registrou, em média, alta de 4% em um ano, superando todos os países analisados pelo órgão. Já a Bloomberg aponta avanço de 15% só no segundo trimestre de 2013, o maior entre os 60 países analisados. Valorização do dólar e preços internacionais nas alturas alavancam aumentam defasagem da gasolina e pressionam contas da Petrobras.

    No Brasil o dólar está desvalorizado e o preço internacional de gasolina (em reais por litro) não confirma essa pressão internacional nem defasagem. 

    41º Argentina – R$ 2,7742º Índia – R$ 2,6943º Filipinas – R$ 2,5944º Colômbia – R$ 2,5645º China – R$ 2,5246º Tailândia – R$ 2,4847º Canadá – R$ 2,4548º Paquistão – R$ 2,1049º Indonésia – R$ 2,0350º Rússia – R$ 1,9151º EUA – R$ 1,8752º México – R$ 1,8053º Nigéria – R$ 1,2354º Malásia – R$ 1,2355º Irã – R$ 1,1556º Em. Árabes – R$ 0,9457º Egito – R$ 0,5558º Kuwait – R$ 0,4259º Arábia Saudita – R$ 0,2460º Venezuela – R$ 0,02

  12. Quem for forte se aguente. Quem for fraco se arrebente!

    É assim que desde a chegada de Cabral os usineiros são useizos e vazeiros em dizer e fazer. Na hora que interessa – sempre – eles reclamam do governo, quando interessa vender o que lhes dá mais lucro – seja alcool ou açúcar -. Uma hora exigem que o governo não interfira na “livre iniciativa”. Na outra pedem incentivo. Desse jeito quem não enche as burras?

    Sinceramente, teu hora que meu “Cândido”….

    1. Concordo!

      Sou usuário (heavy user, pra usar um termo de que o mercado gosta) por opção. Nem vejo o preço. Peço sempre Etanol quando vou abastecer meu carro.

      E se não estou enganado a Dilma era Ministra da Casa Civil quando o Governo tentou dar características de Commoditie ao Etanol e os Usineiros pularam fora. Deram um tapa na cara da sociedade e rogaram o “direito divino”, estabelecido pelo deus Mercado, de produzir Açúcar para vender no mercado internacional quando lhes fosse mais interessante que produzir Álcool Combustível.

      Peço desculpas ao Nassif mas quem é que está querendo acabar com o setor?!

      Abraços a todos.

  13. Planejamento dinâmico

    Essa é na verdade o grande modelo de planejamento no SPF do Brasil: o planejamento dinâmico. O planejamento que enxerga apenas o problema imediato e tenta resolvê-lo da maneira mais fácil possível (usando as soluções técnicas alternativas – gambiarras).

    Precisamos urgentemente melhorar o modelo de gestão no SPF sob pena de continuarmos estagnados. O Reino Unido iniciou esse processo através do gabinete de comércio (OGC). No Brasil caberia ao MPOG fazer essas ações, entretanto toda a estrutura negocial e operacional do SPF está concentrado ali que não sei se há essa capacidade.

  14. Usineiros

    Deu pra defender usineiro agora Nassif?

    Vem pra Piracicaba ( o paraíso da cana de açucar), um dia desses e vamos tocar uma cana  e tocar um chorinho (se eu conseguir te acompanhar, é claro).

    Nos intervalos vou te contar umas histórias das usinas aqui de Pira, que provavelmente vão te fazer querer mudar de País…

    1. E o que tem a ver uma coisa

      E o que tem a ver uma coisa com a outra ?

      É muito diversionismo.

      Tudo que voce tem a dizer de pior não muda o fato de o Governo ter limitado a receita mas não os custos de um setor. Qual a dificuldade em entender ? Imagina seus gastos aumentando todo ano e seu salário não.

      O Rubens Ometto não vai sofrer, ele já está em vários outros setores, mas médias usinas vão sim, inclusive muitos trabalhadores dessas usinas.

      1. Daniel creio que a critica é

        Daniel creio que a critica é sobre a exploração dos usineiros que ganham subsidios e não “socializam ” estes subsidios.

      2. Nada mais impatriota que usineiro

        Quando o preço do açucar no mercado internacional está alto, deixaram de produzir combustível, o que deixou o pró-alcool a pé na década de 90! Quando o açucar cai, pedem ao governo para elevar o % de alcool na gasolina, deixando o combustível uma “M”. E choram subsidios todos os anos. São empresários, no geral,ineficientes e mal patrões, adorando um trabalho escravo e desobediência as leis trabalhistas. Já dei palestras em usinas de alcool em que quase apanhei ao chegar lá, pois os trabalhadores pensaram que eu era representantes dos patrões. Até exclarecer que eu era de uma instituição pública quase que Ines foi morta!

        1. Entendi, se são “ineficientes

          Entendi, se são “ineficientes e maus patroes” deixar grande parte do setor quebrar por política de segurar preços e deixar de tributar gasolina é a solução.

          É o que eu disse acima, os grandes não vão sofrer nada, quem vai sofrer são os médios e pequenos e os trabalhadores do setor. Bem como o País, que está perdendo uns 10 anos e competitividade no setor.

           

          1. Meu caro Daniel, não adiante

            Meu caro Daniel, não adiante vc seguir essa linha de raciocinio logico. A galera aqui quer vingança contra o usineiro,

            se acaba um seror estrategico para eles não interessa, eles querem que o usineiro quebre porque o cara é rico e conservador, tem avião e deve se ferrar, assim se faz justiça contra o explorador, na linha de Marx e Engels.

      3. É dura a vida…

        Carácolis Daniel, como é duro a vida do governo federal ! Tem de administrar a economia de forma a não limitar a receita dos Usineiros e também cuidar para manter os custos do setor baixos…

        Afinal teremos um governo ou pájem dos nossos “empresários capitalistas “?

        A sugestão subentendida é ótima, não? Aumentar o preço da gasolina – o que causa inflação e prejudica a população inteira – para preservar um determinado setor altamente concentrador de renda.

        1. Não é nada disso. O governo

          Não é nada disso.

          O governo não deve é limitar desta forma o preço de um item ora. Por que ai trava a receita.

          É claro que o Governo não tem como limitar os custos de setor nenhum, por isso que não pode limitar a receita, senão vários deste setor vão quebrar e é isso que está acontecendo.

          Pega a gasolina, de 2002 para cá e pega a inflação. A gasolina subiu muito menos que a inflação, este é o problema.

          Nâo dá para segurar preços por muito tempo para combater a inflação, isso é absurdo. Todo o setor especializado – a não ser os governistas acriticos – já entenderam que esta política do Governo está equivocada.

          A oposição e péssima e não tem propostas, mas essa politica do Governo está EQUIVOCADA e tem que ser EQUACIONADA o quanto antes. Não é possível que ainda não entenderam.

          O seu último paragrafo faz menos sentido ainda.

          Se for assim então é melhor o Governo congelar todos os preços, pois ai não “prejudicará ” a população inteira.

          O capitalismo todo é concentrador de renda por definição. Quanto mais liberal mais concentrador, o governo deve e vem fazendo o contraponto a isso, aumentando o salário minimo, garantindo o pleno emprego. Produção de etanol é processo industrializado, há muito bons salários, a maioria acima do mínimo. Se formos seguir seu conselho temos que fechar todas as empresa, que são concentradoras de renda. Não faz sentido.

          Qualquer opçao ideológica é válida, mas o assunto não é este. O Brasil é capitalista, devemos lidar com a realidade.

          Quero ver segurarem seu salário ( sua receita) e seus custos continuarem subindo, como que fica ?

           

           

          1. Daniel, Usineiro tem a mão

            Daniel, Usineiro tem a mão amiga do governo há muitooooooooooooo tempo, agora quando o açucar aumenta la fora os usineiros se lixam com o mercado aqui dentro. amigo os usineiros perderam.

  15. Nassif,
    Na verdade esses 75%

    Nassif,

    Na verdade esses 75% não tem como mudar.

    Essa paridade que vc cita é na verdade a relação entre o poder calorífico do etanol hidratado e a gasolina vendida nos postos (que tem entre 20 e 25% de etanol). Esta é uma característica intrínseca dos combustíveis, sendo que a energia contida em 1 litro de etanol equivale a 72% da energia contida em 1 litro de gasolina.

    Seria até possível extrair um pouco mais de enegia do etanol no caso de motores exclusivamente a etanol, pois estes motores poderiam usar uma taxa de compressão maior e com isso ganhariam em eficiência, aumentando a relação entre a potência útil (que faz o carro andar) e a potência perdida (aquecimento, atrito, ruídos, etc), levando a paridade etanol/gasolina pra cerca de 80%.  Mas para motores flex não há muito o que fazer, pois o motores tem que ser ajustados no “meio do caminho” entre o que é melhor para gasolina e para o etanol.

    Não creio que incentivo em IPI poderia tornar atrativo um carro só a álcool nos tempos atuais.

  16. Há muito mais aspectos a se considerar no pró-álcool

     

    Luis Nassif,

    Primeiro uma correção no seu texto no parágrafo que transcrevo a seguir:

    “Reajustes de preços essenciais – como os combustíveis – têm dois impactos sobre a inflação. Em períodos de reajustes generalizados de preços, podem colocar mais lenha na fogueira. Em períodos mais calmos, impactam apenas uma vez a inflação, no mês em que forem aplicados”.

    Não sou economista, mas é visível que são três os impactos de reajustes de preços de produtos essenciais a economia. E também salta aos olhões que os impactos ocorrem em qualquer condição da realidade brasileira. Os três impactos são: 1) aumento direto do índice de preços; 2) aumento indireto dos custos de determinados produtos em razão de, por exemplo, aumento de custos de transportes, e 3) aumento do índice de preços pela correção de preços de alguns serviços e produtos de preços indexados.

    Enquanto existir nível mínimo de indexação da economia brasileira, os três itens acima, em especial o item 3, ocorrem em qualquer condição da realidade brasileira.

    Feita esta correção no seu texto, você também deveria analisar a que preço mínimo do petróleo a produção do etanol passa a requerer subsídios e qual é o preço mínimo da produção do pré-sal. Este é um tema tabu, mas que é preciso levar em conta na adoção da política de preços para o etanol. Suponhamos que a US$50,00 o barril de petróleo, o etanol cause prejuízo e a produção do pré-sal se inviabilize. Neste caso qual a política mais adequada para o etanol. Na minha avaliação em caso assim, deveria haver subsídio para o etanol, mas apenas para manter a produção de etanol na faixa mínima recomendável. No fundo, a produção de etanol deve ser vista como uma válvula de escape para a produção de açúcar. O preço do açúcar sempre foi determinado pela Comunidade Européia mediante do uso dos estoques reguladores subsidiados de açúcar de beterraba. Subsídio que para o bem da humanidade. As regiões mais férteis do planeta, a planície americana, a planície europeia, a planície da Ucrânia, a planície da China, a planície da Argentina só podem produzir para competir com o investimento no setor de serviço e de indústria se receberem subsídios. E se essas regiões férteis não produzirem, a quantidade de alimento que as regiões menos produtivas vão produzir não será suficiente para alimentar o mundo.

    Assim, como a Comunidade Européia vai sempre controlar o preço e a produção de açúcar de beterraba, o Brasil deve ter uma válvula de escape para a produção de açúcar. A válvula de escape é o consumo de etanol. O modelo e ponto de equilíbrio da produção de açúcar e do etanol vai ser construído ao longo do tempo. Ele depende do preço do barril do petróleo e da viabilidade da produção própria brasileira de petróleo dado o preço do barril do petróleo. Não é uma tarefa fácil, mas muito provavelmente dada a diferença da estrutura agrária brasileira e a densidade populacional, a nossa produção terá como característica a concentração. Concentração que no caso brasileiro tem a vantagem de assegurar mais eficiência, tanto na produção da cana, como na produção do açúcar e do etanol.

    A respeito da sua crítica à política do governo em relação ao preço da gasolina pelos reflexos que esta política causa no pro-álcool, as idéias básicas da minha discordância com o que você expôs neste seu post “O etanol e o samba de uma nota só da política econômica” de terça-feira, 22/04/2014 às 06:00, já foram expressas neste comentário. Vou, entretanto, reforça-la com um comentário que enviei terça-feira, 15/04/2014 às 18:54, para junto do comentário de DanielQuireza enviado terça-feira, 15/04/2014 às 09:39, junto ao post “Dilma defende Petrobras e seu modelo econômico” de terça-feira, 15/04/2014 às 06:00, de sua autoria e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/dilma-defende-petrobras-e-seu-modelo-economico

    O meu comentário, que transcrevo a seguir, e para o qual dei o título de “Talvez a política para os preços dos combustíveis esteja certa”, é em defesa da política que o governo adotou em relação ao preço do combustíveis e nele eu disse o seguinte:

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    DanielQuireza (terça-feira, 15/04/2014 às 09:39),

    Lá no post “Dilma está ficando barata no momento certo” de terça-feira, 01/04/2014 às 08:02, eu enviei quarta-feira, 02/04/2014 às 21:02, um comentário para Luis Nassif junto a outro comentário meu que eu havia enviado terça-feira, 01/04/2014 às 21:52. No meu segundo comentário eu aproveito para falar de uma boa discussão que você, JB Costa e Ruy Acquaviva travaram no post “Dilma está ficando barata no momento certo”, mas que estava truncada porque uma parte estava na primeira página e outra parte estava na segunda página. O endereço do post “Dilma está ficando barata no momento certo” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/dilma-esta-ficando-barata-no-momento-certo

    Bem, em vez de entrar na discussão de vocês com um comentário direto lá, eu optei por utilizar o meu segundo comentário para analisar os principais pontos que foram abordados na discussão. E fiz previamente um resumo da discussão. Em uma parte do meu resumo eu disse o seguinte:

    “Além disso, DanielQuireza menciona certa letargia do governo que não teria feito nada, mencionado em especial a falta de reforma tributária e o baixo preços dos combustíveis”.

    Fiz esta reminiscência para lembrar que embora tenha feito um comentário bem extenso analisando todos os pontos da discussão de vocês, que eu apresentara em meu resumo, eu esqueci de analisar a questão do preço dos combustíveis.

    Bem, a questão dos preços de combustíveis é bem mais ampla do que parece ser a primeira vista. Vou tocar em dois pontos que eu penso são mais importantes. Uma questão relevante aqui é saber a que preço do barril de petróleo, o pro-álcool precisaria ser subsidiado? Suponhamos que seja a 50 dólares. Ai então cabe a pergunta, o atual preço de combustíveis significa um barril de petróleo a que preço?

    A idéia é que a produção do pró-álcool não deve ser muito grande de tal modo que reduza a produção agrícola brasileira e evidentemente nem tão baixa que inviabilize o pro-alcool. Só que este cálculo deve ser feito levando em conta a produção de açúcar. Antes do pro-álcool, o preço do açúcar era determinado pela Comunidade Europeia via subsídios para formação de grandes estoques de açúcar de beterraba. Com o pro-álcool, o Brasil fez letra morta o instrumento de controle de preço do açúcar que a Europa possuía. Se a Europa baixa o preço do açúcar, o Brasil passa a produzir álcool.

    Ontem houve uma discussão ampla sobre o pro-álcool aqui no blog de Luis Nassif. Além do post “Brasilianas.org discute a crise do setor sucroalcooleiro” de segunda-feira, 14/04/2014 às 18:04, com a chamada para o debate ao vivo na TV Brasil das 20h às 21h de ontem, segunda-feira, 14/04/2014, houve também o post “Setor do etanol critica política econômica do governo Dilma” de segunda-feira, 14/04/2014 às 09:19, com a transcrição da matéria da Folha de S. Paulo “Política econômica de Dilma está quebrando o etanol” em que Patrícia Campos Mello entrevista Elizabeth Farina, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

    O endereço do post “Brasilianas.org discute a crise do setor sucroalcooleiro” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/brasilianasorg-discute-a-crise-do-setor-sucroalcooleiro

    E o endereço do post “Setor do etanol critica política econômica do governo Dilma” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/setor-do-etanol-critica-politica-economica-do-governo-dilma

    Deixo também outra matéria sobre este assunto e que foi publicado no Valor Econômico. Trata-se da reportagem “Preço do açúcar em NY ainda subestima possível quebra da produção no Brasil” de segunda-feira,  14/04/2014. No site da Única há também um link para esta matéria conforme indicação a seguir:

    http://www.unica.com.br/unica-na-midia/17729932920317344817/preco-do-acucar-em-ny-ainda-subestima-possivel-quebra-da-producao-no-brasil-/

    Bem, nos meados da década passada em fui em Uberaba em uma fazenda de criador de gado de raça. Ele tinha terra em Marília e vendeu para que lá fosse explorada a cana de açúcar. Provavelmente a cana de açúcar vai chegar no Triângulo também. É claro que a criação de gado de raça próximo do mais afamado centro produtor brasileiro de gado registrado deve ser bem mais lucrativo do que o cultivo de cana de açúcar. De todo modo, trata-se de setor que não pode operar com margem de lucratividade muito grande, pois do contrário ele acaba expulsando a produção alimentícia. A tendência vai ser grande concentração do setor, com a quebra de pequenas empresas que só sobrevivem em situação de preços do álcool muito elevado. Só que se isto acontecer e na verdade já está acontecendo não fará nenhum mal ao país, ao contrário é bom para a economia que em relação a este setor vai funcionar com mais eficiência. No caso da produção de arroz, feijão e outros a eficiência não pode ser buscada a qualquer custo, pois há a produção familiar que deve ser protegida, mas no caso da produção de álcool, a eficiência é bem vinda.

    A outra questão é destrinchar o motivo de o governo manter baixo o preço de combustíveis. Se olhar só para o déficit público, o interesse do governo é aumentar o preço da gasolina. Como se trata de setor altamente tributado, o aumento do preço de gasolina vai aumentar a receita dos Estados e via pagamento da dívida pública também representa receita para a União. Ademais, o aumento do preço de combustíveis representa lucros maiores para a Petrobras que não só representa mais receita tributária para a União via IRPJ como também mais receita via dividendos.

    Creio, entretanto, que o governo joga com a probabilidade do Brasil aumentar muito a produção de petróleo e fazer o seu próprio refino. Na nova situação talvez o preço atual dos combustíveis seja lucrativo para a Petrobras. E então não vale a pena aumentar o preço agora para sobrecarregar todo o setor produtivo com o custo mais elevado dos combustíveis e lá na frente reduzir os preços.

    Aumentar os preços de combustíveis agora para os reduzir lá à frente quando houver aumento próprio de refino com produção própria de petróleo, vai deixar atuar o efeito da inflação indexada de modo muito maior do que se não houvesse aumento. Além disso, quando ocorrer a redução dos preços da gasolina não haverá redução de preços de produtos que tiverem o custo reduzido com a redução do preço dos combustíveis. Este é um dos grandes ensinamentos de Keynes do qual a equipe econômica é seguidora. Ensinamento ao qual a equipe econômica não seguiu quando propôs a redução do preço de Energia Elétrica. O correto era ter aumentado o preço em índices mais baixos do que o índice de inflação em um prazo de 3 a 5 anos.

    Também não se deve tomar a Petrobras como uma coitadinha em toda esta história. Há um post no blog de Alexandre Schwartsman em que se chama atenção para um artigo de Ciro Gomes publicado na Carta Capital e intitulado “A serviço de quem”. Trata-se do post “Domingo deprimente”, publicado segunda-feira, 28/10/2013. A chamada é do colaborador de Alexandre Schwartsman que assina como “O” Anonimo. A chamada é crítica em relação a Ciro Gomes que no texto dele desanca a Petrobras pelo fato de ela não ter conseguido aumentar o refino de combustíveis no Brasil. E até que eu fui na onda e concordei com a crítica que se fazia a Ciro Gomes. Depois, com mais informações eu enviei um comentário sábado, 09/11/2013 às 13:19, em que considero que Ciro Gomes tinha um pouco de razão.

    O endereço do post “Domingo deprimente” é:

    http://maovisivel.blogspot.com.br/2013/10/domingo-deprimente.html

    E o artigo de Ciro Gomes pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.cartacapital.com.br/revista/772/a-servico-de-quem-5112.html

    Então de certo modo, a política de preços de combustíveis que o governo adotou e que de certo modo prejudica a Petrobras só não é a correta, para quem leva ao pé da letra o que diz o comentarista Marcos Veiga no comentário que ele enviou hoje, 15/04/2014 às 12:07, aqui para este post “Dilma defende Petrobras e seu modelo econômico” de terça-feira, 15/04/2014 às 06:00 e de autoria de Luis Nassif. Aliás vejo que você criticou a opinião do Marcos Veiga que estaria certo se houvesse uma lei que determinasse que o governo não podia manipular o preço dos combustíveis. Não creio que um governo de esquerda possa se pautar por idéias como a que ele expressa. E aplaudir a ação do governo me parece ser a posição mais correta para a esquerda adotar. É claro que desde que esta ação do governo esteja dentro dos parâmetros legais.

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    Esclareço que o Marcos Veiga, no comentário dele de terça-feira, 15/04/2014 às 12:07, não tinha um argumento muito consistente, mas argumentava (se se pode dizer que o que ele escrevera lá era um argumento) que transferir valor dos acionistas (Com a queda do valor das ações da Petrobras) para o público em geral (via preço baixo do combustível) configuraria “crime de lesa e fraude perante autarquias de responsabilidade a começar pela CVM”.

    O comentário que escrevi para DanielQuireza lá no post “Dilma defende Petrobras e seu modelo econômico” vai um pouco além da política do etanol, mas creio que o inter-relacionamento de todas estas questões: política de preço do combustíveis, política para o pró-álcool, avaliação da compra da refinaria de Pasadena, etc. estão bem relacionadas. Aliás, se o preço de combustíveis no Brasil estivesse mais alto, a refinaria de Pasadena seria mais lucrativa.

    Em razão da inter-relação desses assuntos menciono aqui também um comentário que enviei sexta-feira, 18/04/2014 às 02:48, para o comentarista Autonomo, junto a comentário dele de quinta-feira, 17/04/2014 às 08:31, e que era réplica ao comentário de Alfredo Machado, enviado quarta-feira, 16/04/2014 às 19:45, sendo que Alfredo Machado respondera a um comentário inicial de Autonomo enviado quarta-feira, 16/04/2014 às 19:27, lá para o post “Começaram as interpretações da fala de Cerveró” de quarta-feira, 16/04/2014 às 15:52, aqui no seu blog e de sua autoria. O endereço do post “Começaram as interpretações da fala de Cerveró” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/comecaram-as-interpretacoes-da-fala-de-cervero

    É evidente que as questões todas relacionadas tem como foco a eleição de outubro de 2014. A questão do preço dos combustíveis deve então ser analisada sob dois enfoques: “ela é boa para o Brasil” e “ela é boa para a reeleição da Dilma Rousseff”? Na minha avaliação ela é boa nos dois sentidos.

    Talvez a única restrição que eu faço diz respeito a questão dos impostos embutidos no preço de combustíveis, como já me referi no comentário enviado para DanielQuireza e transcrito acima. Além da perda da CIDA, há também a perda que se tem com os impostos que incidem no valor da mercadoria e a redução do ganho com o imposto de renda com a redução do lucro da Petrobras. Com preços mais altos, os governos estaduais e a União arrecadariam mais e de certo modo, maior arrecadação reduz déficit público e, portanto, facilita no controle da inflação. Enfim é uma tarefa inglória esta do governo e é sempre difícil ganhar em todas as frentes, mas certamente os quatro anos de governo de Dilma Rousseff serão os anos com mais baixo juros reais desde 1994 e, dado a elevada dívida pública, isto conta muito em favor do governo, ainda que eleitoralmente poucos conheçam este aspecto.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 22/04/2014

  17. Capitulou ?

    Capitulou ao reajuste, “claims” dos usineiros ?

    o setor nunca devolveu aos preços os esforços do governo para melhoria do negócio…sempre absorveu gananciosamente todas as vantagens, agora reclama ?

    Melhore sua produtividade, criatividade, trabalho, competividade, investimentos, alongamento do retorno, diversificação (açucar, caninha, melado, mascavo, rapadura, garapa, o que for), produção em escala, exportação…estão na ordem do dia.

    Lucro fácil, concentração do negócio, racionalização, desemprego definitivo no campo (veja o que diz o MST), predação ambiental é o que assistimos.

    Quando abaixaram um centavo por conta do aumento percentual na mistura da gasolina ?

    Governo Lula várias vezes ajudou, nunca houve reprocidade…

    Nunca.

     

     

     

  18. O preço do tomate e algumas

    O preço do tomate e algumas leguminosas sobem devido a problemas climáticos e lá vem o Banco Central e aumenta brutalmente a Selic. O núcleo da inflação está dentro da meta, não havia necessidade de aumentar a Selic de 7,25% para 11%a.a. Desse jeito, pra decidir o aumento da Selic nestas variáveis, qualquer cidadão brasileiro pode fazer parte do COPOM. Este país é uma piada: bilhões de reais sendo transferidos para os especuladores por causa de problemas climáticos.

    1. de tanque cheio….mas sem água na torneira..

      piada mesmo é defender comoditie a base de monocultura de cana-de-acucar que detonou a capacidade de recarga dos aquíferos, causou (causa) exodo, polui a natureza com quimicos e pesticidsas… O setor tem um dos maiores passivos ambientais e vcs só pensam em $$. Vai ficar sem água para beber…. mas pelo menos com tanque cheio nos congestionamentos de sampa….onde chegamos..

  19. Falta coordenação do governo e da empresas com o financeiro

    O Brasil precisa integrar as finanças no governo.

    Finance transformation: Everyone is doing it but few get it right

    Finance transformation: Everyone is doing it but few get it right

     

    Paul Dennis

    April 14th 2014

     

    With the global economy and the business environment becoming more complex every day, companies and CFOs are increasingly keen to transform the finance function from a slightly aloof department within an organisation into an integral part of the business. For many companies, “transforming” finance is no longer a choice; it is the only way forward.

    Yet, in spite of huge investments in new IT systems, shared service centres, process re-engineering, etc., our research has found that fewer than one in three finance transformations succeed.  Leading CFOs attribute high failure rates to conventional transformation approaches focusing on the wrong levers of efficiency.  As a first step on a transformation journey, most companies benchmark transactional effectiveness and finance IT capabilities.  Often, the benchmark score results in an efficiency goal and the goal then becomes the cornerstone of the transformation strategy.  This over reliance on efficiency benchmarks is flawed for two reasons. 

    First, these metrics only provide a backward looking perspective on departmental costs and, second, they focus on finance cost as a proportion of annual revenue even though functional complexity is just as much of functional cost.  Benchmarking exercises are usually followed up with back office efficiency targets, often achievable only through greater levels of automation and centralisation.  While better integrated finance IT solutions and shared service centres can be an attractive means to improving reporting capabilities, this is not a silver bullet for improving finance effectiveness and delivering targeted business support.

    Which brings us to what works.  Successful finance transformations do not just focus onhow finance does things, they focus on what finance does.   A successful transformation is about making difficult choices with regard to the activities finance will improve and which it will stop.  It focuses on the back office (transaction processing, reporting) and the front office (analysis and decision support). They have a clear vision of the activities that create most value and drive business outcomes and which do not.  Successful transformations understand the skills and competencies their staff need now and in the future and focus on unlocking trapped potential within the finance team and building stronger talent capabilities in the areas of weakness

    To be successful, Finance must act like a profit centre

    So here is a call to action for finance.  It’s time to be brave.  Drop the service centre mentality.  Currently, 90% of finance departments aim to support every business partner request.  In a resource constrained environment, it is simply not possible to meet an increasing volume of demand and simultaneously delight the internal customer.  Instead, think about a finance departments as profit centres and act accordingly.  In practice, this means doing following:

    ·   Build a finance strategy based on alignment with business goals rather than hitting a cost target.

    ·   Tier support based on business need and appropriate levels of risk.

    ·   Track the time and cost of ad-hoc requests.

    In a business climate where the only certainty is continuous change, finance departments should not fall into the trap of trying to look like everyone else.  Instead, build a vision for supporting business growth, scale back the activities that don’t contribute to this vision, and actively manage your internal customer to bring them with you on this journey.

    Paul Dennis is a senior director at CEB, which provides research and advisory services on issues related to the Finance function. 

     

  20. Que isso Nassif?

    O nassif quando quer ser economista faz as besteiras que todos fazem.

    Um pouquinho de história: la no governo LULA o setor deu um bruto cano no consumidor tirando o alcool das bombas porque havia vantagem no preço do açucar. O Lula, este cara é sábio, incrível, disse que eles estavam dando um bleo do tiro no pé. Isso se confirmou e ninguem mais confiou no produto.

    Também lá por 2005 eles prometeram grandes investimentos e o governo programou obras maribolantes para receber a energia que gerariam: sem nenhum sinal eles não fizeram investimentos e deixaram o governo, ANEEL, com um grande prejuiso.

    Ou tira o açucar ou tira o alcool, e com o bagaço geram energia elétrica; isto é uma vantagem que poucos setores têm e eles podem usa-lo quando quizer, mas só usaram na hora errada e procurando o lucro imediato e ganancioso. E o governo ajudando muito alterando a mistura alcool gazolina a pedido deles.

    Essa conversa de controlar a inflação com o preço da gazolina é conversa fiada. Primeiro que o governo tem obrigação de conter a inflação e não pode nem deve dar aumento a quem está com lucro e tem capacidade de emprestiimo para seus investimentos no futuro com no caso da Petrobrás. Segundo, quem pede aumento da gazolina é a globo, o pig, que detesta a Petrobras para sempre e não está nem um pouco preocupada com ela. Querem é inflação e facilitar a especulação e ganância da bolsa de valores e dizer que a empresa é lucrativa porque o governo dá a ela o aumento que quer ( Estas com eles nassif?).

    Vão trabalhar e ser criativos, senhores folgados! Tudo francês, compraram tudo, viu, não tem brasileiro ai não.

    Aqui não é governo que dá aumento para qualquer seguimento, inclusive este que sempre mamou nas tetas públicas. Agora que o pet’roleo surge, que se virem, o que seria fácil se quizesem ou… mande-os à merda.

    Sou contra a aumento de qualquer tarifa pública. Quero é redução como no caso da energia elétrica, custo da folha e no juros (que os empresários covardes deixaram o governo perder para os “economistas” de araque).

    Que isso Nassif!

    1. Mata a cobra…

      Concordo…

      Tenho certeza que o Governo Federal cansou de pentear os usineiros…

      Na época do açúcar nas alturas, deixaram o povo na mão. Mas a história é cíclica, os preços do açúcar estão declinando, então voltam a cobrar ação do Governo Federal.

      Vão reclamar com a Presidenta que ela vai dar banana pra vcs transformarem em etanol.

    2. A Petrobras, através de sua

      A Petrobras, através de sua presidente, é quem vem pedindo aumentos faz tempo.

      A Petrobras não está com lucro na operação de compra e venda de gasolina e diesel no exterior, está com prejuizo, por isso pede o aumento.

  21. As falhas do governo do PT,

    As falhas do governo do PT, não apenas o governo Dilma, não estão apenas no setor do etanol. A situação tá complicada em quase todas as áreas, se não em todas. Mas o problema é a incompetência do governo em manter a inflação em níveis aceitávies, e ainda mior, em combatê-la quando começa a ficar fora de controle.

    O controle da inflação deve ser sim a prioridade do governo, pois o país pode até conseguir crescer com a inflação alta, mas desenvolvimento só é possível com a inflação baixa e sob controle.

  22. Viabilidade

    O jornalista que me desculpe, mas o etanol não é, desde do início da implantação da estrutura de de produção fortemente financiada pelo governo nos idos dos anos 1970, um produto econômico para substituir a gasolina. Há um coeficiente técnico que diz que quando seu  preço situa-se em 70% do preço da gasolina é vantajoso utilizar o etanol. Qualquer um sabe que isso na prática não é verdade. Nesse nível ainda não dá para optar pelo etanol, porque há uma indiferença só no preço, porque a gasolina é muito melhor combustível automotivo. Na realidade, a dependência da viabilidade do etanol como combustível depende do preço do petróleo que há muito está de uma certa forma estabilizado, ou até mesmo em queda. Basta verifica as estatísticas. Quer dizer que o Governo deve administrar os preços dos derivados do petróleo em função dos preços necessários para viabilizar o etanol, que é o que parece defenderem? A continuarem os preços do petróleo em relativa baixa, não há muitas possibilidades de o consumo do etanol crescer. A mistura do etanol na gasolina, que tem limites técnicos continua a ser o grande mercado do álcool. Não é justo atacar o Governo por sua política de preços dos derivados de petróleo. Gasolina, óleo diesel e gás de cozinha são produtos de forte impacto nos preços de muitos produtos, além do principal consumo que é nos transportes quase tudo impacta. Por isso tem seus preços administrados. Não é verdade que a Petrobras esteja sendo penalizada como andam dizendo.

    1. E como então se explica que o

      E como então se explica que o ETANOL DE MILHO, que é muito menos eficiente, está sendo exportado em grande quantidade pelos EUA, até para o Brasil? O etanol de cana é MUITO MAIS eficiente que o de milho, como vc diz que

      não é viavel? Se não é viavel porque a Royal Dutcg Shell através da RAIZEN comprou mais de vinte usinas no Brasil  e é a maior produtora nacional? A Shell não entende de combustivel?

  23. Usineiros Ingratos

    Nassif, os usineiros são ingratos, a situação atual começou com a crise do açucar na India, neste pais, ha alguns anos faltou açucar e os usineiros sem a menor vergonha resolveram destinar toda a produção para o exterior, elevando o preço aqui e no Brasil e deixando o mercado de combustíveis na mão e para piorar o preço do a açucar alimentou a inflação, esse foi o piso no pé que deu início a situação atual. Em resumo, o governo sempre auxiliou os usineiros, quando eles viram uma oportunidade de ganhar dinheiro, nem pensaram duas vezes, agora estão ai, a maioria falidos.

    1. Nada a ver. As usinas

      Nada a ver. As usinas integradas podem mudar de etanol para açucar mas as destilarias autonomas não, só produzem etanol, quando as usinas integradas produziram mais açucar exerceram sua plena logica empresarial, qual empresario do planeta prefere não vender o que dá lucro e vender o que dá prejuizo, porque faria isso? Mesmo assim, não faltou etanol

      nas bombas, a exportação de açucar não foi a raiz dessa crise.

      A crise atual do etanol veio de OUTRA ação, o congelamento do preço da gasolina, tornando o etanol inviavel porque o custo da produção é maior que o preço de venda. A PETROBRAS pode ter prejuizo com a gasolina, as usinas são negocios particlares e não podem operar no prejuizo por patriotismo.

      Porque ninguem se queixa do trust da carne que fez o preço subir muito aqui no Brasil porque desistimulou os criadores e

      desviou toda a carne que podia para a exportação, especialmente para a Russia? Não atacam o truste JBS, campeão nacional, porque é uma criatura do PT? Os usineiros são maus capitalistas e o JBS é o que?

    2. usineiros

      Em favor dos lucros do açucar, quantas vezes deixaram os donos de carros a alcool a pé ? Sempre tiveram cadeiras cativas nas mesas gerencias dos bancos oficiais; será se os compromissos andavam em dia? E não esqueçamos da maior dívida que é a social, quando o trabalho no campo se assemelhava aos remos das galés romanas.

  24. Nassif com a devida venia, creio que você deve se retratar.

    Nassif, sou advogado e economista, desta coisa entendo um pouco, setorzinho ingrato esses usineiros, desde os tempos de Cabral, com a devida vênia, creio que vc deve se retratar, leia os comentários abaixo, e veja os retumbantes argumentos dos leitores, a meu ver, estão muito bem informados.

  25. É impressionante a ESTUPIDEZ

    É impressionante a ESTUPIDEZ IDEOLOGICA da maioria dos comentarios.   “”Os usineiros são maus, gananciosos, impatriotas”  O QUE ISTO TEM A VER COM A MEGA IMPORTANCIA DESSE SETOR PARA A ECONOMIA NACIONAL?

    Os usineiros podem ser o DIABO EM PESSOA, o setor sucro-alcooleiro é ESTRATEGICO para o Pais, grande empregador, grande contribuinte de ICMS para os Estados, grande pagador de FGTS, INSS, FAT, ITR,

    na lavoura de cana e no ciclo industrial, grande comprador de caminhões, as industrias de equipamentos para usinas

    são grandes empregadoras nas regiões de Piracicaba e Sertãozinho, o setor é o esteio da arrecadação de mais de 100 municipios do Estado de São Paulo e 30 em Minas Gerais, é o setor principal de Alagoas e Pernambuco, o Brasil DESCOBRIU O ETANOL e criou o primeiro programa para o desenvolvimento desse setor.

    A questão do ETANOL não é só de eficiencia energentica, é tambem AMBIENTAL para diminuir a poluição dos grandes centros, é ESTARTEGICA porque é uma garantia energetica para o pais se faltar petroleo, diminui a importação de gasolina pela adição de 25% de etanol, grande parte da gasolina consumida no Brasil é importada.

    Os EUA tem um etanol muito mais caro e ineficiente mas a PRODUÇÃO AMERICANA ESTÁ SE EXPANDINDO a 20% a.a.

    hoje os EUA são o maior exportador de etanol do mundo, papel que esperava-se que o Brasil desempenhasse, tanto que o Estado da Florida, pelas mãos do Governador Jeb Bush criou uma Junta Interamericana do Etanol para ser o porto de desembarque do etanol brasileiro, construiram grande tancagem no porto de Miami para nosso etanol, Jeb Bush mudou a legislação da Florida para permitir 15% de etnal misturado à gasolina.

    Tudo isso ruiu porque o Governo brasileiro, ABSOLUTAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER E GERIR setores estrategicos, nem tomou conhecimento de tudo isso e deixou o setor naufragar, as usinas estão quebradas e a maioria à venda, as maiores já cairam na mão do capital estrangeiro, Santaelisa e Vale do Rosario ficam com a Dreyfuss, outras com a Raizen, cinco com a Cargill, outras com a ADM, os estrangeiros já dominam 25% do setor.

    Quando começaram a exportar muito açucar era só o Governo CONTIGENCIAR e segurar a exportação por cotas, o Governo americano faz isso, todos os governos fazem isso, aqui não fizeram por IGNORANCIA E INCOMPETENCIA.

    Como é que a produção de etanol de milho consegue ter preço para exportar, se o nosso de cana não consegue?

    É porque o Governo dos EUA subsidia PESADAMENTE a produção de etanol de milho, é o que devuamos fazer aqui, no Governo Vargas havia o IAA e o subsidio na veia, isso exige CEREBRO.

    Nos EUA todos os Estados já estão alterando sua legislação para permitir a mistura de etanol na gasolina por razões ambientais e estrategicas, diminui a importação de petroleo, eles não fazem só conta de padaria como aqui, tem a visão da importancia do etanol para tudo, meio ambiente, emprego,segurança energetica, é tudo questão de GOVERNO.

     

  26. “era uma vez o campo brasileiro”

    A questão do etanol, vai mais além de uma compreensão econômica. Ela deriva de fatos anteriores a exploração do campo para o cultivo da cana-de-açucar em larga escala. Houve um tempo em que no campo paulista o que predominava era exatamente o cultivo da lavoura cafeeira em grande escala e que de certo modo fixava o trabalhador rural na roça. Foi-se o tempo, o café foi perdendo preço no mercado cafeeiro, os incentivos diminuiram e os pequenos agricultores migraram para os grandes centros. Houve em determinado momento que a politica economica chegou à esses campos e patrocionou a expansão da cultura canavieira para a produção industrial do alcool e do açucar para atender o mercado interno e externo. Muitos foram aqueles agricultores que arrancaram suas lavouras de café e passaram a plantar a cana-de-açucar. Resultado de tudo isto, uma imenso vazio no campo, cidades pequenas ao redor que não prosperaram, uma crescente população pobre que sobrevive apenas da safra e do corte da cana…

  27. “era uma vez o campo brasileiro”

    A questão do etanol, vai mais além de uma compreensão econômica. Ela deriva de fatos anteriores a exploração do campo para o cultivo da cana-de-açucar em larga escala. Houve um tempo em que no campo paulista o que predominava era exatamente o cultivo da lavoura cafeeira em grande escala e que de certo modo fixava o trabalhador rural na roça. Foi-se o tempo, o café foi perdendo preço no mercado cafeeiro, os incentivos diminuiram e os pequenos agricultores migraram para os grandes centros. Houve em determinado momento que a politica economica chegou à esses campos e patrocionou a expansão da cultura canavieira para a produção industrial do alcool e do açucar para atender o mercado interno e externo. Muitos foram aqueles agricultores que arrancaram suas lavouras de café e passaram a plantar a cana-de-açucar. Resultado de tudo isto, uma imenso vazio no campo, cidades pequenas ao redor que não prosperaram, uma crescente população pobre que sobrevive apenas da safra e do corte da cana…

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