Três filmes imperdíveis, por Roberto Amaral

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Três filmes imperdíveis

por Roberto Amaral

Tomo a liberdade de sugerir, para este melancólico final de ano, e para esse  triste 1º de janeiro,  três filmes que considero estimulantes  para nossa reflexão sobre os tempos do passado próximo que se prorroga no presente e ameaça nosso futuro. 
Sem ordem de prioridade ou importância):

1. ’22 de julho’ (norueguês)  retrata os ataques  (articulados entre si) em Oslo e na ilha de Utoya (Suécia) perpetrados em 22 de julho de 2011 contra a sede do governo e  uma reunião de jovens, onde leva a cabo um massacre. O facínora, que agiu só, aparentemente foi motivado pelo ódio ao multiculturalismo e à política imigratória sueca.  Belo e bem realizado;  o que  destaco, porém,  não é a forma, mas a mensagem/lição; ele anuncia o que pode ser, ou melhor, a quanto pode chegar a loucura (ou racionalidade?) reacionária, mesmo em um país culto e rico. Está no Netflix.

2. ‘O infiltrado na Klan’ (americano, Spike Lee), narra a incrível história, real, de um policial negro que, em 1979 (ontem!), servindo em pequeno condado do sul dos EUA, se infiltra na organização local da Ku Klux Kan. Revela a persistência do racismo  e de seus métodos, inalterados pelo tempo. Pode ser visto em filmes2019.com

3. ‘Uma noite de 12 anos” (argentino).  Sobre a luta dos tupamaros conta a ditadura militar uruguaia e a tortura infringida a três dirigentes (feitos reféns pelo aparato milita) , entre eles José Mujica. Esse filme pode ser visto no seguinte endereço: https://drive.google.com/drive/folders/1zNVv_q22vEW6he3xYP3kf4GSU_wUREZi?usp=sharin.

Jamais tenhamos dúvida de que o pior sempre pode acontecer.

Abraços,

Roberto Amaral
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

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  1. bom post

    Recomendo o classico “Queimada”  com M Brando (na meia idade, com vontade de atuar de verdade). O restante do elenco muito bom, também. 

    Diretor G. Pontecorvo.

    Sempre atual, infelizmente.

    Bom e didatico, sem ser chato. 

    Está tudo lá.

    (Olavetes devem achar que é um exemplo de marxismo cultural!!!)

     

  2. Cuidado e atenção

    São três filmes ótimos, bem feitos e contando histórias que valem a gente saber. Mas saber que a Netflix, uma firma prá lá de envolvida com a onda neoliberalizante que assola o mundo do lado de cá, do dólar, está por trás de pelo menos dois deles, o argentino e o norueguês, me deixa com uma pulga atrás da orelha… uma sensação de impotência originada tanto no sentimento de que, ao saber que essas histórias estão sendo divulgadas, de alguma forma me sinto vingado, quanto no risco de naturalizarmos esse jeito terrorista que o capitalismo agora assume aberta, escancaradamente. Me incomoda o sentimento de que “tá vendo? O mundo é assim mesmo, essa merda. A ‘direita’ impõe ditaduras e mata mesmo”, como se não houvesse alternativa ou como se as pessoas que operam o dólar tivessem parado de cometer crimes. E olha que nesse exato momento a “lawfare” come solta…

    Não posso dizer com convicção o que foi o regime comunista na U.R.S.S. ou como é o chinês, não leio russo nem chinês e a única história que encontro é a contada pela mídia e pela academia, ambas de culturas capitalistas. Mas tenho certeza, tanto na própria pele como em histórias que me contaram pessoalmente, que o Capitalismo usa, sim, de métodos ditatoriais muito, muito violentos, nada democráticos.

    Talvez algum bem-estar proporcionado pelo sentimento de vingança seja é contra-producente na luta por um país melhor para mim e para meus próximos.

    (…)

    Lembro de uma peça de propaganda dos supermercados Pão de Açucar – sabe aquele cujo dono fingiu sequestro para tentar acusar o PT? – que, enquanto tocava um jazzinho “cool” e “descolado” ao fundo, mostrava uma jovem dona-de-casa classe média de braços cruzados e fazendo biquinho, e dizia:

    “Quero ver você aqui, no Pão de Açucar, batendo o pezinho.”

     

    1. Filmes não doem; porradas e

      Filmes não doem; porradas e tiros, pobreza, alienação e desesperança, sim.

      É preciso resistir, lutar… acho.

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