A falta de consenso para o salto do desenvolvimento

A economia brasileira sofre de muitas miragens criadas pela mídia e uma ameaça real: o déficit em conta corrente.

Não apenas isso. Politica cambiais desastrosas – introduzidas pelo governo Fernando Henrique Cardoso e mantidas pelos governos Lula e Dilma – não apenas criaram fantasmas de crises reiteradas como comprometeram fundamentalmente as ambições de crescimento do país.

A soma de interesses e a falta de consenso em torno do câmbio geraram amarras insolúveis na política econômica, que somente são flexibilizadas em momentos de crise profunda – como ocorreu em 2002 e 2003 (pela perspectiva do novo governo) e em 2008 (em função da crise global).

Nos dois momentos Lula jogou fora a possibilidade de reduzir o “overshooting” (os movimentos exagerados do câmbio), mas em manter um nível competitivo para o câmbio.

***

Agora, tem-se uma equação de difícil solução.

Sem uma mudança drástica no câmbio, no curto/médio prazo há o risco de nova crise cambial; no longo prazo, a falta de perspectiva para recuperar o dinamismo da economia.

Hoje em dia há mais forças contra mudanças cambiais que em qualquer outro tempo.

As forças tradicionais contra a desvalorização são o mercado financeiro, multinacionais e os grupos de mídia.

Uma nova força são os próprios grupos industriais que, por conta de anos de câmbio apreciado, aumentaram substancialmente a compra de insumos importados. Além disso, muitas empresas abandonaram os planos de exportação, reduzindo as pressões pela desvalorização.

A terceira força são os trabalhadores, já que uma desvalorização cambial, na prática, significará uma redução do valor real dos salários. Sem desvalorização, no entanto, não haverá como sustentar emprego e renda no médio prazo.

***

Para deixar a segurança ilusória do curto prazo, todos os setores nacionais terão que aceitar perdas imediatas e instabilidade momentânea. Até se alcançar a terra firme, no entanto, muitos poderão se afogar, inclusive o governo que propuser o ajuste.

É por isso que essa orquestração em busca da racionalidade exige perfis de estadistas que não aparecem a toda hora. Na história econômica do século, aliás, grandes estadistas só surgiram em momentos em que o aprofundamento da crise abrir espaço para novos atores. Como foi o caso de Lula no enfrentamento da crise de 2008.

***

O ex-Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira aposta em um pacto racional, com empresas e trabalhadores representados por suas associações e sindicatos.

As novas tecnologias sociais, o avanço da cidadania, a ânsia de participação por parte dos cidadãos debilitaram não apenas as instituições políticas – dentre as quais a instituição da Presidência – como os próprios sindicatos.

Há uma diluição do poder, um enfraquecimento das formas tradicionais de homogeneização da opinião pública (com a crise dos grupos de mídia) e carência de figuras públicas referenciais.

Então, só resta aguardar a próxima visita do grande e imbatível estadista, o Sr. Crise, que deverá demorar algum tempo ainda a dar as caras de novo.

Luis Nassif

40 Comentários

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  1. Dois problemas para o governo

    1) Como lutar com  “As forças tradicionais (…) são o mercado financeiro, multinacionais e os grupos de mídia” que conseguem pautar os poderes Judiciário e Legislativo?

    O executivo entrar em choque com essas forças ditas por Nassif e sem apoio do Legislativo e judiciário é golpe de Estado na certa.

    2) Grupos industriais. O consumo no Brasil é imenso e em expansão, então por que se relaciona indústria com exportação? Não produzimos o suficiente para consumo interno, portanto para que esperar excedente para exportação? Consumo aberto e várias facilitações do governo não foram suficientes para alavancar a indústria. Outro ponto, a indústria no mundo está em retração.

    1. Simplesmente porque a

      Simplesmente porque a competição com os produtos internacionais está se dando aqui. A indústria nacional não produz mais porque, com o câmbio e custo Brasil, não consegue competir com os importados.

        1. custo brasil não é só papo

          Mas é muito de papo. O que mais conta é o peso dos tributos sobre a produção, mas esse decorre da necessidade de reverter a concentração de renda e a exclusão social. Não é demais lembrar que nosso welfare já custa 23% do PIB, que é mais que a média da OCDE atualmente. 

          Uma saída é ir migrando para impostos sobre renda e propriedade. Quem fizer vai para a história, mas perde a eleição.

          Ainda assim, tudo isso é fichinha perto do câmbio. Como disse o Nelson Barbosa anteontem, competitividade é câmbio. Exagero, é só uns 90%…

           

          1. gentilhomme

            Além do que você expõe; necessidade de arrecadar e sem que os impostos incidam mais em renda e patrimônio, além dos altos lucros nas aplicações financeiras, para mim representam o real “custo Brasil” .

            É muito mais seguro deixar o dinheirinho aplicado do que arriscar. Desta forma não se alimenta o apetite e não estimula o “espírito animal” do nosso empresariado.

      1. Eu concordo que o Real está valorizado

        Nassif,

         

        Mas desvalorizar a moeda não vai gerar inflação?

        Também sabemos que os EUA estão em sérias dificuldades, e uma hora dessas o Dólar vai despencar, principalmente por três motivos: porquê os BRICS começaram um movimento de liberalização na cesta de moedas do comércio internacional, pela manipulação existente hoje para reduzir o preço do ouro (que não vai poder ser mantida por muito mais tempo), e pelo próprio déficit dos EUA, que é o maior do planeta, e com a baixa arrecadação não tem como ser reduzido. Algumas pessoas acham que esse processo vai começar ainda este ano. Então a pergunta é: e se desvalorizamos o Real, e o Dólar cair junto, tornando inutil a desvalorização?

        Não entendo muito de economia, então desculpe a ignorância do macaco….

         

      2. Será, Nassif ?

        Nassif, será que são estes, os componentes que fazem-nos perder para os produtos internacionais, e não a ganancia e a falta de visão de que os produtores de fora, ganham em escala, e não por unidades, ao contrário da nossa tradição ?

        Considero que o câmbio está se movendo dentro das leis do mercado, e flutuando ao sabor da situação pela qual passa o país, e o tão propalado “custo Brasil” nada mais é, do que a eterna desculpa dos incompetentes, que ao contrário da maioria dos empreendedores externos, não ficam choramingando e pedindo isenções fiscais infinitas e incentivos oficiais, e foram à luta, usando a competitividade, como arma. 

    2. Distorcendo a realidade

      Em suas colocações Assis vc disse:  “Como lutar com  “As forças tradicionais (…) são o mercado financeiro, multinacionais e os grupos de mídia” que conseguem pautar os poderes Judiciário e Legislativo?  O executivo entrar em choque com essas forças ditas por Nassif e sem apoio do Legislativo e judiciário é golpe de Estado na certa. ” . Eu nunca  vi este governo dilma, ou lula ou fhc lutando contra a midia, ou malvados da mercado financeiro para desvalorizar nossa moeda, eu vi foram todos estes governos sendo coniventes com esse crime cambial contra o brasil, todos estes governos usaram o cambio para segurar a inflacão e dando um falso poder de compra para a população que vai ser paga com o futuro dos nosso filhos, vamos ser mais honestos e sinceros e não ficar distorcendo a realidade.  

       

  2. A próxima crise está aí

    O pepino do cambio é maior do que se imagina, porém o dolar como vemos hoje está com os dias contados… Já não é hora de pensar no futuro?

  3. O mercado interno ainda tem

    O mercado interno ainda tem espaço para crescer de acordo com a sra Luiza Trajano. Então, como as forças do contra (múltinacionais, mercado financeiro e mídia) mandam no Brasil (Executivo e Judiciário), então só resta esperar a nova crise e o Lula novamente.

    1. Quem tem visão, enxerga.

      A Luíza Trajano e mais uns poucos bons empresários, estão “pensando” o país, primeiramente a nível interno, e só depois de termos elevado o nosso povo, à condição de cidadania plena, par só então, pensarmos na macro-economia, ou seja, passarmos a fazer a lição do FMI, para quem os países em desenvolvimento, deveriam priorizar o neo-liberalismo, e deixar o atendimento às necessidades sociais em 2º plano.

      Isto está fora de cogitação, e o foco escolhido pelos governos petistas, não será alterado, enquanto nos programas dos oposicionistas, a cartilha neo-liberal do capitalismo selvagem, será seguida à risca.

      Pena que tenhamos poucas pessoas neste país, e no empresariado, que tenha a visão da companheira Luíza.

      1. cego

        Pior cego é aquele que não quer ver, mais um adorador de sigla politica, nem vale pena tentar argumentar, aguarde meu amigo o futuro vai te mostrar a realidade…….

    2. Hoje quem está aproveitando o

      Hoje quem está aproveitando o crescimento do mercado interno são os produtos importados. A Sra. Luiza Trajano pouco se importa se vende produtos nacionais ou comprados fora. Porém nem só de comércio se faz um país.

  4. Nassif, bem no ponto

    Mas eu discordo um pouco de ti na análise do custo político, ao menos na sua distribuição.

    Primeiro, porque uns 40% do ajuste já foi feito. Vera Thorstensen, Nelson Barbosa e Oreiro, pra citar 3 que costumam botar números acham que algo entre 2,5 e 2,9 alteraria a competitividade significativamente. Digamos 2,7. O câmbio em 2011 estava, a preços de hoje, em uns 1,8. Ou seja, não acho que precise de uma crise cambial aberta para retomar o padrão que já vinha há uns dois anos e só deu uma parada agora (observa que o BC aparentemente está desmontando a política intensiva de swaps). 

    Segundo, não creio que seja significativa ainda a parte da indústria que virou importadora (grosso modo, 1/4 da absorção total é importada, foi um aumento grnade, mas ainda é bem minoritário), e , dessa parte, uma parcela importante é o pessoal da cadeia global de valor, que exporta, ou pode exportar muito. Pela matriz insumo-produto, os maiores quocientes de importação estão na agricultura (de longe o maior, em parte por causa dos fertilizantes), eletrônica, aeronaútica, farmacêutica e máquinas e equipamentos. Pode estar defasado, mas bate com minha experiência de governo. Os que mais incomoderiam são os dois primeiros e a farmacêutica, mas só farma e eletrônica não teriam muita margem pra substituir insumos nem para ganhar mercado lá fora. 

    Terceiro, mais mais importante, o custo alto seria o do consumidor mesmo. Uma parte é inevitável: nossa classe média alta – a que vai a Miami pelo menos ano sim ano não – se daria muito mal. Mas uns 70% da população, da qual boa parte é eleitor da centro-esquerda, vai chiar e com razão. Teria que ser compensada com uma política agrícola agressiva pra conter os preços dos alimentos (sempre é bom lembrar que eles é que foram a grande parte da aceleração dos últimos 3 anos). Restaria a questão dos combustíveis. 

    Ainda assim, mesmo com SELIC a 11, 12%, a inflação tenderia a ficar incomodamente alta. Novamente, o Nelson Barbosa tocou nesse ponto. Ele esperaria taxas próximas de 7% durante uns dois anos, mas entende que seria administrável, vale dizer, não viraria espiral.  

    Não entendo muito de dinâmica eleitoral, mas desconfio que também politicamente é administrável um tal cenário. A mídia ia chiar muito, ia transformar em cinco manchetes diárias a “queda do PIB” (em dólar), o mau humor dos nossos vizinhos ia piorar e talvez a eleição pra prefeito seria ruim. Mas em um cenário de retomada mundial, já em 2016 os primeiros louros seriam evidentes – eventualmente, permitindo inclusive que pudéssemos realistamente assinar acordos comerciais mais substantivos com paises fora do nosso entorno estratégico. 

     

     

     

    1. Quem?

      Mon cher Gentilhomme, concordo em partes com você, minha visão é que o câmbio deveria passa dos R$ 3,00 para realmente surtir efeito sobre as exportações.

      Porém, mesmo trabalhando com suas hipóteses, quem terá coragem de tomar essas medidas se não for empurrado pela crise? Como bem disse o Nassif, os únicos momentos em que houve correção significativa do câmbio foram em decorrência de crise, 1999, 2002 e 2008. Nenhum deles foi aproveitado, porque o câmbio sempre tem sido usado como âncora para segurar a inflação.

      Infelizmente ainda não apareceu o homem (ou mulher) político que tenha coragem de mexer nesse vespeiro. Precisaria de muita coragem e de um senso do país que não vejo ninguém ter.

      1. cambio

        Nicolas Tbm não vi e nem vislumbro nenhum politico que tenha chance de chegar a presidencia com coragem e independecia  para fazer o que precisaria ser feito no cambio, no meio desse abacaxi de politicos covardes, hipocritas e corruptos não vai aparecer nenhuma uva que dê jeito nessa cilada que o brasil se encontra.

  5. O Câmbio já esteve em 1 para

    O Câmbio já esteve em 1 para 1, no primeiro mandato FHC, o que quebrou o Brasil. Agora estamos em 2 e pouco para 1. O que em tese garante que pode ter crise mas não quebradeira.

    E tem mais, passar de 2 e pouco para 3 e pouco não deveria ser tão dificil, já que na pequena desvalorização cambial que houve, a inflação foi controlada sem grandes traumas. Me parece que o trauma inflacionário geralmente decorre do terrorismo midiático para forçar aumento de juro.

    Será que voce não dramatiza demais essa suposta impossibildade de ajustar melhor o câmbio, Nassif? É só uma pergunta de leigo para especialista

    1. Desculpem a minha ignorância

      Desculpem a minha ignorância no assunto, mas alguém pode me explicar porque quando ta 2,30 o país mai mal e quando chega perto dos 3,00 também porque ta alto demais. A solução seria fixar em 2,70.?

  6. O que tem haver o cu com as calças?

    Você pega um sujeito talentoso, põe em uma garagem e ele começa produzir bicicletas elétricas no Brasil, passa a vender como pão quentinho de manhã na padaria, quase resolve o problema de mobilidade urbana das metrópoles brasileiras, de roldão diminui a poluição, o impacto ambiental e melhora o condicionamento físico médio de boa parte da população saudável do pais, diminuindo o orçamento do SUS.

    Agora pergunto, o que têm a ver as soldas e montagens da garagem do construtor com o CÂMBIO? Porra nenhuma, tecnologia básica do século XVIII, com uma pitadinha de eletrônica de quinta.

    Mas muitos, como o Nassif, que têm um complexo de derrota que corre no sangue, acham que não se produz isto no Brasil porque o câmbio está valorizado.

    MENTIRA!

    Não produzem bicicletas elétricas, carros nacionais e o resto todo porque não deixam!

    Por isto sempre afirmo que a solução só existe de trás para frente, começa montando uma indústria competitiva de bicicletas elétricas (só por curiosidade a China têm mais de 1800 fábricas) e vê onde a coisa pega, elimina-se o entrave, vai eliiminando tudo até o que não for necessário, depois, quando estiver funcionando, corrige-se os exageros.

    Acorda, Dilma!

    1. Não produzem bicicletas elétricas, carros nacionais e o resto ..

      Não produzem bicicletas elétricas, carros nacionais e o resto todo porque não deixam!

       

      Você não está sendo um Nassif ao contrário ? é  fácil falar que é técnologia do século XVIII. Iphone é deste século e os americanos não fazem mais na America. O Buraco é mais embaixo e é de política econômica mesmo.

  7. Bresser ? Então tá

    Impressionante ! Quer dizer que agora o “professor” Bresser virou referência. Permita-me o ditado mais popular de todos: Falar é fácil. No Brasil o que não falta é “especialista” para falar de fora, mas na hora de arregaçar as mangas aí as coisas são áridas em nossa terra. Nassif agora está com discurso interessante para a oposição, talvez ela possa usá-lo. Só precisa retirar aquela parte onde diz que o Sr. Crise vai demorar para dar as caras de novo. Afinal de contas se as coisas estão tão mal, como é que a crise vai demorar ? Não deveria surgir uma aqui mesmo ? 

    Nestas horas é que me lembro do grande Teotônio Villela quando rompeu com os economistas, porque no fundo eles são todos iguais, pensam a mesma coisa e só conhecem os mesmos remédios.

  8. Não existe este Sr. Crise.

    Desde as primeiras medidas voltadas ao social, do Pres. Lula, para reverter o extremo quadro de pobresa, pelo qual passava o país, e o início da verdadeira revolução da inclusão social, e da colocação de mais de 1/3 da nossa população, no mercado de consumo, e do foco na criação de empregos, na melhoria do salário real, que esta palavra “crise” não sai da boca dos analistas economicos do apocalípse, já na próxima semana.

    Estas profecias apocalípticas são repetidas quase que diariamente, até por economistas de pêso, e após 12 anos de constantes repetições, o que se vê, é um país que sabe para onde quer ir, e quais os passos a serem seguidos, nesta caminhada.

    A crise, ocorre, quando as empresas e as instituições deixam-se levar pelas previsões e análises estapafúrdias de agencias de avaliação dos países, cujos critérios analíticos, passam distante das realidades dos países em questão, e passam a “pensar” na ideia de que a crise é inevitável, e portanto,cada ator economico, deve prevenir-se para enfrentar a hecatombe, que não tardará, e então as empresas, adiam os investimentos, as pessoas passam a consumir menos e perder a confiança nas instituições, e stas, por sua vez, tendem a seguir a “manada” e criam um clima de espectativa ruim, que gera por exemplo, a inflação inercial, que é uma bola de neve, que atinge a toda a cadeia produtiva, chegando ao consumidor final, na ponta desta cadeia, extremamente perigosa, de gerar uma desetabilização institucional.

    Números macro-economicos, como as contas correntes internacionais, um desequilíbrio qualquer na balança comercial,  uma queda qualquer na entrada de recursos para investimentos produtivos, um aumento inesperado do índice de inflação sazonal, uma oscilação qualquer no índice de empregos, algumas greves pontuais, algum descontentamento em uma ou outro segmento da sociedade, não seria motivo, para a entrada do país, num clima de apreensão total, se a micro-economia flui naturalmente, e as coordenadas economicas, estão nco a situação sob contrôle, e a crise, passa a ser apenas um lenga-lenga dos eternos descrentes.

    Jamais tivemos tantos investimentos do Estado, nos setores essenciais e geradores de emprego e renda; Jamais vimos a taxa de desemprego, tão baixa, e o poder de compra dos salários, tão real, e tão próximo do desejável, alem do consumo interno, está tão aquecido, embora as nossas exportações, estejam abaixo da média histórica, porem isto quase nada efeta, o dia a dia dos simples mortais, e isto é esta a prioridade maior desta administração.

  9. Guido Mantega avisou! O Brasil não é uma ilha.

    Em primeiro lugar seria necessário estabelecer qual seria a taxa de câmbio ideal. Seria de R$ 3 por dólar? Seria de R$ 2,85 por dólar, ou de R$ 3,50? Enfim, o texto não diz qual seria a taxa “ideal”. Outro ponto a ser abordado, e que não foi, diz respeito ao modelo da taxa de câmbio. O Brasil deveria manter o modelo atual de flutuação cambial ou deveria estabelecer um câmbio fixo, no patamar considerado ideal?

     

    De qualquer sorte, o texto peca porque em nenhum momento reconhece o esforço do governo Dilma em desvalorizar o real. E os números estão aí:

     

    -Janeiro de 2011: R$ 1,65 por dólar;

    -Janeiro de 2012: R$ 1,86 por dólar;

    -Janeiro de 2013: R$ 2,04 por dólar;

    -Janeiro de 2014: R$ 2,39 por dólar;

    -Cotação atual: R$ 2,23 por dólar.

     

    Aliás, boa parte da pressão inflacionária verificada durante o governo Dilma (em que pese a inflação estar rigorosamente controlada e dentro da meta) é oriunda da desvalorização cambial empreendida desde 2011. Nassif peca, a meu juízo, ao não levar em consideração o estado da economia mundial no pós Crash de 2008. E peca por não reconhecer que desde o final do governo Lula que o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem denunciado sistematicamente a Guerra Cambial que está em curso no mundo. Aqui em Pindorama Guido Mantega é ridicularizado toda vez que denuncia esta evidente Guerra Cambial.

     

    Falar em câmbio e taxas de juros sem levar em consideração as taxas de juros de outros países é uma perda de tempo enfadonha. Vejam vocês que o fato do Brasil estar com o câmbio desvalorizado (ainda que não o suficiente), em meio ao rescaldo da brutal crise econômica mundial e da Guerra Cambial evidente que por ora assistimos, já seria digno de nota! Vamos a alguns dados sobre taxas de juros internacionais:

     

    -EUA: taxa de juros de 0,25 por cento ao ano, desde dezembro de 2008 (05 anos e meio consecutivos).

    -Grã-Bretanha: taxa de juros de 0,5 por cento ao ano, desde março de 2009 (mais de 05 anos consecutivos).

    -Zona do Euro: taxa de juros de 0,25 por cento ao ano, desde novembro de 2013.

    -Japão: taxa de juros de 0,1 por cento ao ano, desde dezembro de 2008. 

     

    Dentro deste quadro, onde os países centrais do capitalismo mantém taxas de juros próximas de zero, há muitos anos, é quase um milagre que o Brasil tenha conseguido desvalorizar a sua moeda! E é também quase um milagre que a taxa de juros da SELIC esteja hoje em 11% ano ano. Fosse num governo neoliberal, a taxa de juros da SELIC já estaria em quase 20% ao ano e o câmbio para lá de apreciado.

     

    A partir do momento em que os países centrais começarem a aumentar as suas taxas de juros, aí sim, será possível que o Brasil continue a desvalorizar o seu câmbio. Para onde vão atualmente os capitais especulativos, sendo que nos países já desenvolvidos as taxas de juros estão em patamar próximo de zero? De qualquer sorte, e por mais paradoxal que seja, só haverá uma firme recuperação econômica mundial quando a Europa e os EUA aumentarem as suas taxas de juros e quando resolverem o problema do desemprego (principalmente na Europa). 

     

    O fato do Brasil manter índices de pleno emprego, ao mesmo tempo em que segue diminuindo as desigualdades sociais, é deveras positivo. A questão do câmbio fica prejudicada por três fatores:

     

    -Guerra Cambial mundial, mantida através das taxas de juros reais negativas nos países centrais.

    -Câmbio flutuante no Brasil. Afinal de contas, deveríamos adotar o câmbio fixo (aí está um bom debate…)?

    -Controle da entrada e saída de capitais. Outro tema a ser explorado num Brasil onde a academia e a mídia são eminente e empedernidamente contrários a qualquer controle nesta matéria, desde sempre.

     

    Sinceramente, o governo Dilma está fazendo muito mais do que se poderia imaginar em matéria de câmbio, emprego e inflação. E os postulantes eleitorais oposicionistas tem como plataforma, péssima, por sinal, acabar com todo o esforço que o governo Dilma está fazendo, desde 2011, para dotar o Brasil de ferramentas que possibilitem ao país sobreviver ao Crash de 2008 e à Guerra Cambial em curso desde então.

     

    Dilma Rousseff é a mais desenvolvimentista chefe de estado do Brasil dos últimos 30 anos, sem nenhumas dúvidas. Mas fica também refém desta falta de consenso desenvolvimentista a que se refere o título do post.

    1. Diego no meu argumento, demorou mais veio!

      Diego escreveu:

      “-Câmbio flutuante no Brasil. Afinal de contas, deveríamos adotar o câmbio fixo (aí está um bom debate…)?”

      Agora continua ingênuo, achando que se irá decidir por um dinheiro que proteja o povo e a nação, como o Yuan Chinês só no debate.

      Será preciso colocar um fato consumado irretorquível, como uma indústria de bicicletas elétricas nacionais competitivas mundialmente, para que as forças contrárias, o Kahal e a puta que pariu que lucra com o atraso do Brasil pare de encher o saco e aceite o progresso por aqui.

       

       

       

      1. O Martin sobre a moeda global hoje

        One-World Government – Impossible / One-World-Currency Inevitable

        Posted on May 28, 2014 by 

        Electronic money

        COMMENT: Hello Martin,

        Finally you have raised the issue of the “global currency reset.” I have always been of the same opinion expressed by you that in a floating currency regime an administrative devaluation is not possible. What would be the basis of the new reserve currency? A link to a metal or to a (somewhat) floating basket of currencies? And wouldn’t the latter still be prone to going super nova as fiscal authorities get overextended in unison? This is the focus of a lot of conspiracy theorizing so I await your response eagerly. Thanks for your many acute insights. Cheers. ANSWER: These are two separate things entirely – a one world government and a one-world currency. If the conspiracy theory assumes one-world government is NECESSARYto have a one-world currency, that is DEAD wrong. It is impossible to ever get a one-world government because there are huge cultural differences between countries even when the language is the same – i.e. US, Britain, Canada, and Australia just to mention a few with the same language. Just look at the chaos in Europe. I travel everywhere. I love learning new cultures and languages. The language is the product of thinking. In Japanese you never say this is “MY” business card. That is like saying this is “MY” business card you lowlife schmuck. You just say business card – Meishi des. Yet in America, if you just said business card, that would be taken as arrogant and not polite. This goes directly to the story of the Tower of Babel that multiple languages were created to prevent cooperation. This is why Europe has failed and Thatcher was correct. There can be no political union, only an economic one. The idea that one federalized Europe would prevent war was bogus for it is now the federalization of Europe that threatens violence. However, the EU Commission will not fight to save the tens-of-thousands of jobs they created. Even Merkel surrendered Germany’s sovereignty over its banks to Brussels – the unelected body of bureaucrats. The assumption that there needs to be this one-world government to create a one-world currency is nonsense. The ONLY political solution will be to create a independent reserve currency. This will be the result of the debt crisis for countries will have to default. However, a reserve currency needs no backing for the value of a currency has always been its image or CONFIDENCE. Money is simply a medium of exchange between two objects – not a store of wealth. On one side maybe labor and the other side something tangible like food. That does not matter. Money historically has NEVER been a store of value – it is only a economic language of exchange. Those who claim it must be a store of value are afraid to invest and therefore expect money to retain its value yet expect wages to rise along with the value of their house – brain-dead self-interest! Therefore, money represents the the combined collective productive forces of the people of that nation. If this were not true, then it would have been impossible to have a floating exchange rate since 1971 or for Japan and China to have risen to the second largest economy in the world without gold. And if you say money has to be gold, sorry, the gold standard has never been a lasting trend. Floating exchange rate system have been the norm throughout history with brief intermissions of attempts at fixing the value of money that always fail. The reserve currency currently being the dollar creates political tension with China and Russia as they are forced to used the currency of an adversary. China’s currency is still less than 10% of world trade flows and trade is still a tiny fraction of capital flows. The bulk of the money flows are due to investment. The total US economy of about $17 trillion and the total of China’s exports is about $2.2 trillion with Europe about $1.5 trillion. The numbers show the reality behind the dollar. Qatar has the highest GDP per capita at $102,000 with the USA at $54,000. Germany at $39,000, France at $35,000, Russia at $18,000 and China is at $9.800 (Source World Fact Book). Athens - ImitationReserve Currencies are nothing new. They have always existed by default being the largest economy. There are numerous contemporary imitations of the dominant currency of the era. When Athens was the largest economy, their currency was imitated in Asia to Northern and Eastern Europe. An imitation is different from a counterfeit insofar as they do not seek to defraud someone but to expand the money supply with the same metal standard. Roman-Greek Denominations Even the first silver coinage of Rome was denominated in Greek drachms. This is a reflection that they had to adopt the Greek currency reserve type status in order to conduct foreign trade. The Punic Wars were all over trade. Rome did not introduce its own currency until 211AD – the denarius that is the denomination that dictated the world. SeptimusSeverus-Imitation During the Imperial Roman era when Rome became the largest economy, we see imitations of their coinage even in India. Again, an imitation is not cheating with fake metal. An imitation is creating coinage to facilitate the local economy that came to reply upon the reserve currency if you will from Rome. Dollars circulate today in China and Russia. They are everywhere as it has always been. This is why QE1-3 did not create inflation. I have explained that the dollar was being absorbed throughout the entire world. The very same thing has taken place since ancient times. I have stated I do not offer my opinion – just the facts. History repeats because the passions of man never change. There is a long history of reserve currencies and it is not merely the metal value, it was the image on the coin that was acceptable because ofCONFIDENCE. Hence, imitations of the reserve currency circulated rather than creating their own coinage with the same metal content. The next step in the evolutionary process of the financial system will be to replace the dollar with an international reserve currency. It requires no backing – just CONFIDENCE. Such a reserve currency is exempt from fiscal mismanagement since it would not be the currency of a given government. Each nation would retain its currency that would float against the reserve. You would need to convert your local currency to the reserve for international transactions. We do not need a one-world government to issue a one world currency. It would only be a reserve currency against which everything would then be measured. No big deal. That ends the political tensions and retains the sovereignty of a nation unlike the euro that has been a complete failure.

         

  10. Estamos no mato sem cachorro

    Estamos no mato sem cachorro há tempos, o Estado não trabalha com instrumentos poderosos de planejamento estratégico e gestão governamental. Prevalece o improviso, o cálculo de curto prazo, os interesses políticos de ocasião.

    Nossos políticos são especialistas eleitorais com incapacidade gritante para governar.

  11. Discorrendo um pouco sobre

    Discorrendo um pouco sobre varios pontos comentados:

    – Dizer que não existe custo Brasil é desconhecer os entraves em portos, tempo absurdo de permanencia para carga e descarga dos navios, problemas com sindicatos, aduaneira, liberação, o carissimo tranporte rodoviário e tem muito mais, alem dos impostos – o buraco é muito mais embaixo, tá dificil produzir no Brasil. Vai ser exportador para ver como é fácil… 

    – Inflação sobre controle… só nos numeros oficiais e olhe lá. Quando não der para segurar mais os preços administrados veremos a realidade. A Petrobras que o diga. 

    – Pleno emprego, otimo. Mas por qual motivo? Seria o metodo utilizado para fazer o levantamento? Aquele que pesquisa poucos centros – já criticado pelo IBGE – que considera quem vende flanela no transito como “empregado”? 

    A Dilma se colocou em uma sinuca de bico. A avaliação do Nassif é perfeita, englobando um quadro mais amplo de vários problemas que acabam se afunilando em uma questão mais central que é o cambio. Não é de hoje que o aviso foi dado – e uma hora a corda arrebenta, a unica certeza é que não será antes das eleições.

    Termino afirmando que não é justo colocar a culpa na Dilma, apenas. Esse jogo de interesses que inviabiliza a governabilidade é o verdadeiro culpado. Qualquer um que esteja governando esse pais é um refem desses imorais – ponham ai na lista Maluf, Sarney, Collor, Renan… olha o “naipe” dos caras que estão em Brasilia! Imaginem ter de ficar negociando com esses elementos para “fazer a coisa acontecer”. O quadro é bem feio e não adianta usar todas as cores do arco-iris para pintar uma utopia. O Brasil só se resolve se o Lula puder governar por decreto.

     

     

  12. Achei que ficou meio vago.
    O

    Achei que ficou meio vago.

    O País precisa de um reajuste imediato porque senão haverá uma crise, mas que ainda vai demorar muito tempo ? Ficou meio estranho isso daí.

    1. Sobre o tempo dos ajustes, enriquecendo o debate

      WWII and Intertemporal Discoordination

      6 Replies

      I have always meant to address this in a more in-depth piece, but I either never found the time or it just passed my mind.  World War II, by some, is considered a natural experiment that disproves Austrian business cycle theory.  I have heard this twice, to my recollection: recently by a commentator on Bob Murphy’s blog and when I had the pleasure of speaking to Wladimir Kraus (related: check out the second comment nested after the first by “Iwaaks” on Murphy’s blog for an explanation of the argument).

      This will have to be a short post to illustrate the most important differences between an industrial fluctuation and the structural reallocation that occurred after the Second World War.  I will have to go into more detail in a future post.

      The Austrian theory of intertemporal discoordination is not just about structural readjustment.  It describes an industrial fluctuation, where production is thrown into chaos by changes in the pricing process.  The task of structural readjustment is fundamentally different here, because industry is facing the consequences of pricing chaos (due, in part, to monetary fluctuations) and the financial sector has to deal with a growing loss in assets.  What this requires is a stabilization, from where the structure of production can re-adjust.

      What happened after the Second World War is completely different.  Industry did not suffer a fluctuation; a mass of entrepreneurs did not suffer sudden losses.  Instead, the Second World War represented a long period of massive capital consumption.  When the war ended and war controls were eliminated, industry was able to allocate now-free resources towards more productive ends.  It was, as Robert Higgs writes, a transition from planning to market allocation.  This is a much different transition than that which occurs as a result of industrial fluctuation — one obvious difference is that industry did not find itself in the midst of chaos.

      To emphasize the crucial difference: allocating resources in the midst of pricing chaos makes structural re-adjustment difficult.  This is what characterizes the bust period of the Austrian business cycle.  Following the Second World War, there was no “artificial” lengthening of the structural of production that caused pricing chaos.  Capital had been bid away from private allocation by the government towards the production of war material, but this is a different process with different consequences than severe intertemporal discoordination.  Both can lead to capital consumption, but the consumption is conducted in two different ways.  More broadly, in one case private industry is contracting and has to readjust during and after the structure of production is liquidated of all its malinvestments; in the second case, industry does not have to deal with a contraction.

      The most important contribution to economics that the Austrian School has provided is a theory — perhaps incomplete — of the pricing process.  The Austrian business cycle theory is a part of this theory, as it explains the consequences of a certain type of price distortion.  To differentiate between Austrian business cycles and what occurred following the Second World War you have to understand how each scenario differently affects prices and how this defines the consequences.  The structural readjustment that occurred post-1945 is incomparable to that which occurs after an industrial fluctuation.

      I will try to differentiate between the two in greater detail in the future, when I have time (and if I remember).  But, I hope that this short post at least serves to highlight the crucial difference between the two events.

       

      1. O efeito Cantillon

        The Cantillon Effect

        Expansionary monetary policy constitutes a transfer of purchasing power away from those who hold old money to whoever gets new money. This is known as the Cantillon Effect, after 18th Century economist Richard Cantillon who first proposed it. In the immediate term, as more dollars are created, each one translates to a smaller slice of all goods and services produced.

        How we measure this phenomenon and its size depends how we define money. This is illustrated below.

        Here’s GDP expressed in terms of the monetary base:

        Here’s GDP expressed in terms of M2:

        And here’s GDP expressed in terms of total debt:

        What is clear is that the dramatic expansion of the monetary base that we saw after 2008 is merely catching up with the more gradual growth of debt that took place in the 90s and 00s.

        While it is my hunch that overblown credit bubbles are better liquidated than reflated (not least because the reflation of a corrupt and dysfunctional financial sector entails huge moral hazard), it is true the Fed’s efforts to inflate the money supply have so far prevented a default cascade. We should expect that such initiatives will continue, not least because Bernanke has adeep intellectual investment in reflationism.

        This focus on reflationary money supply expansion was fully expected by those familiar with Ben Bernanke’s academic record. What I find more surprising, though, is the Fed’s focus on banks and financial institutions rather than the wider population.

        It’s not just the banks that are struggling to deleverage. The overwhelming majority of nongovernment debt is held by households and nonfinancials:

        The nonfinancial sectors need debt relief much, much more than the financial sector. Yet the Fed shoots off new money solely into the financial system, to Wall Street and the TBTF banks. It is the financial institutions that have gained the most from these transfers of purchasing power, building up huge hoards of excess reserves:

        There is a way to counteract the Cantillon Effect, and expand the money supply without transferring purchasing power to the financial sector (or any other sector). This is to directly distribute the new money uniformly to individuals for the purpose of debt relief; those with debt have to use the new money to pay it down (thus reducing the debt load), those without debt are free to invest it or spend it as they like.

        Steve Keen notes:

        While we delever, investment by American corporations will be timid, and economic growth will be faltering at best. The stimulus imparted by government deficits will attenuate the downturn — and the much larger scale of government spending now than in the 1930s explains why this far greater deleveraging process has not led to as severe a Depression — but deficits alone will not be enough. If America is to avoid two “lost decades”, the level of private debt has to be reduced by deliberate cancellation, as well as by the slow processes of deleveraging and bankruptcy.

        In ancient times, this was done by a Jubilee, but the securitization of debt since the 1980s has complicated this enormously. Whereas only the moneylenders lost under an ancient Jubilee, debt cancellation today would bankrupt many pension funds, municipalities and the like who purchased securitized debt instruments from banks. I have therefore proposed that a “Modern Debt Jubilee” should take the form of “Quantitative Easing for the Public”: monetary injections by the Federal Reserve not into the reserve accounts of banks, but into the bank accounts of the public — but on condition that its first function must be to pay debts down. This would reduce debt directly, but not advantage debtors over savers, and would reduce the profitability of the financial sector while not affecting its solvency.

        Without a policy of this nature, America is destined to spend up to two decades learning the truth of Michael Hudson’s simple aphorism that “Debts that can’t be repaid, won’t be repaid”.

        The Fed’s singular focus on the financial sector is perplexing and frustrating, not least because growth remains stagnant, unemployment remains elevated, industrial production remains weak and America’s financial sector remains a seething cesspit of corruption and moral hazardwhere segregated accounts are routinely raided by corrupt CEOs, andwhere government-backstopped TBTF banks still routinely speculate with the taxpayers’ money.

        The corrupt and overblown financial sector is the last sector that deserves a boost in purchasing power. It’s time this ended

         

        1. A doença de Baumol

          An incurable disease

          A new book explains how health care can become both more expensive and more affordable

          Sep 29th 2012 | From the print editionTimekeeper

          HEALTH-CARE expenditure in America is growing at a disturbing rate: in 1960 it was just over 5% of GDP, in 2011 almost 18%. By 2105 the number could reach 60%, according to William Baumol of New York University’s Stern School of Business. Incredible? It is simply the result of extrapolating the impact of a phenomenon Mr Baumol has become famous for identifying: “cost disease”. His new book* gives a nuanced diagnosis, offerings both a vision of a high-cost future and a large dose of optimism. The cost disease may be incurable, but it is also survivable—if treated correctly.

          To understand the cost disease, start with a simple observation: whatever the economy’s average rate of productivity growth, some industries outpace others. Take car manufacturing. In 1913 Ford introduced assembly lines to move cars between workstations. This allowed workers, and their tools, to stay in one place, which cut the time to build a Model T car from 12 hours to less than two. As output per worker grows in such “progressive” sectors, firms can afford to increase wages.

          In some sectors of the economy, however, such productivity gains are much harder to come by—if not impossible. Performing a Mozart quartet takes just as long in 2012 as it did in the late 18th century. Mr Baumol calls industries in which productivity growth is low or even non-existent “stagnant”.

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          Employers in such sectors face a problem: they also need to increase their wages so workers don’t defect. The result is that, although output per worker rises only slowly or not at all, wages go up as fast as they do in the rest of the economy. As the costs of production in stagnant sectors rise, firms are forced to raise prices. These increases are faster than those in sectors where productivity is improving, and faster than inflation (which blends together all the prices in the economy). So prices of goods from stagnant sectors must rise in real terms. Hence “cost disease”.

          The disease is most virulent in industries where standardisation and automation are hard. The best examples are goods tailored to meet customer-specific demands, such as bespoke suits and haircuts. But Mr Baumol focuses on industries in which the cost disease is rife because human interaction is important, such as health care, education and the performing arts. Because it is often human input that makes the products of these industries valuable, cutting labour would be self-defeating.

          Historical data confirm that the cost disease is real. Since the 1980s the price of university education in America has risen by 440% and the cost of medical care by 250%. For the economy as a whole, the average price and wage increases were only 110% and 150% respectively (see left-hand chart). Mr Baumol’s theory makes for scary extrapolations. America’s health-care spending as a share of GDP, for instance, is growing by around 1.4% a year. If it continued to expand at this rate for a century, it would rise to that eye-popping figure of 60% in 2105.

          Although America leads the pack in medical inflation, it is not the only country that is infected. In Japan health-care spending per person grew by 5.7% a year in real terms between 1960 and 2006; in Britain it rose by 3.5% a year over the same period. Applying Mr Baumol’s logic, health-care spending in both countries could, if nothing was done about it, rise from around 10% of GDP to more than 50% in the next 100 years.

          Fortunately, possibilities abound to mitigate the impact of the cost disease. Cutting waste in health care can shift down the level of spending. Though this is no cure, it does mean costs grow from a lower base when the disease inevitably takes hold. And innovation will mean that activities within the stagnant sector, like hand-delivered post, can be replaced by alternatives where productivity improvements are more likely, like texts and e-mail.

          Rising costs will also encourage hard thinking about whether a personal and tailored touch is needed. If not, productivity gains are easier to find. In some areas of medicine computers now have better diagnostic skills than humans. In education lectures can be recorded, allowing star academics to teach millions. In the arts live opera performances are beamed to audiences in cinemas across the world.

          A bigger slice of a much bigger pie

          But that still leaves a rump of services within medicine, education and the arts that are resistant to productivity gains. For these, Mr Baumol offers his most intriguing prediction: although their costs will grow alarmingly high, they will remain affordable. In a way, the disease produces its own cure. If America’s economy grows by 2% per year (its long-term rate), it will be eight times bigger in 100 years. In addition, goods and services in innovative sectors will become much cheaper. In 1908 the average American had to work for around 4,700 hours to earn enough to buy a Model T Ford. A century later, a typical car can be had for only 1,365 hours of labour. This means that, even if health care really did eat up 60% of the pie, there would still be much more to spend on everything else (see right-hand chart).

          The real problem is not the cost disease, Mr Baumol argues, but knee-jerk reactions to it. The most likely response to spiralling budgets for publicly provided medicine and education is to shift provision to the private sector. But that will not cure the underlying disease. High costs could also lead to excessive rationing, slowing development over the long term.

          If it happens, such a reaction rests on a mistaken premise: that the rising costs in the stagnant sectors make people poorer. In fact, buying power is growing much faster than medicine, education and the arts are becoming dearer. Mr Baumol’s crystal ball says that in 100 years a live performance of a Mozart quartet will be vastly more expensive, but people will still be able to afford it.

          * “The Cost Disease: Why Computers Get Cheaper and Health Care Doesn’t”, by William Baumol, 2012

           

          1. Baumol e o porque estamos ….

            Baltimore, Maryland

            Wednesday, 28 May 2014

            We’re still on our commencement day address, where our callow graduates find out that they’ve been set up. (You can catch up with parts I and II of our address here and here.)

            Dear Class of ’14: Except in the sciences and engineering, a college education may do more harm than good. As I explained yesterday, to be taught, studied and learned, the arts and humanities must be reduced to a caricature. People are turned into stick figures.

            Complex story lines become narratives so simple even a college student can understand them.

            You’re young. And now you’re leaving school, you can begin to learn. It will take you many years to develop the deep suspicion and cynicism you need to understand what is really going on. But I’ll give you a little preview…
             

            The Curious Case of Moses Triplett

            America’s armed forces protect our freedom, right?

            Memorial Day is set aside to honor them. The Department of Veterans Affairs provides them with material benefits. These are the “facts” taught to every schoolboy and schoolgirl and rehearsed every year by every newspaper in the nation.

            On Memorial Day, our minister chose to tell the story of Moses Triplett, whose daughter is the last person from the Civil War era still receiving veterans’ benefits. Triplett was a soldier in the Confederate States Army. On the road to Gettysburg, he defected to the Union cause.

            He survived the war. Married. His wife died. Late in life, Triplett remarried a woman 50 years his younger (and apparently retarded) and had a child, who is still alive.

            But why should we honor a man who betrayed his people and his nation? Why does the VA support the traitors’ child, 150 years after the end of the war?

            Memorial Day and higher education have a lot in common: You have to ignore the particulars to appreciate them. Take out the inconvenient details. Remove the embarrassing facts. Often what is left is sterile nonsense.

            Every Memorial Day editorial tells us our veterans fought for “freedom.” Yet in not a single one of America’s wars was an enemy preparing to reduce our freedom.

            The huns wanted Alsace, not Pennsylvania. The Philippines intended no subjugation of Indiana. And what about the Nicaraguans? Nobody even remembers the shackles they were meant to clamp onto American wrists. But after every victory, we know what happened next: The doughboys and grunts came home to higher taxes and more prohibitions.
             

            Democracy or Dictatorship?

            What you learn in college is the way things are “supposed” to work. But few things in real life are as simple as they’re “supposed” to be. Our government is not run by the people for the people. Government is merely a way one group of people – the insiders – take advantage of other people – the outsiders.

            You can call it democracy or dictatorship; it hardly matters. It can be gentle and broadly tolerable… or brutal and widely detested. What makes it a government is it has a monopoly on the use of violence; ultimately, the insiders use it to get what they want.

            As for the economy, you have learned about our capitalist system. You have been told that it needs regulation by the SEC, the Fed, the Department of Justice, the FDA, the FTC and other agencies to keep the capitalists honest. You have been lied to.

            It’s not a capitalist system; the feds took the capital out 40 years ago. Now, it depends on cronies and credit. It’s a corrupt system – the product of collusion between industry and the agencies meant to regulate them. Its real purpose is to transfer more wealth and power to the insiders.

            Economist William Baumol understood.

            He noticed that goods-producing businesses – such as an automaker or a maker of a widget – could achieve high productivity growth, thanks to labor-saving automation and supply-chain efficiencies. He also noticed that productivity stayed more or less static in service-sector jobs, such as nursing and teaching. (Basically, a nurse needed to spend just as much time with a sick patient… and a teacher needed to spend as much time with a student.)

            Despite this, wage increases in service-sector industries – education, healthcare and government – tended to keep pace with wage increases in industries where rising wage growth was justified by growing productivity.

            That’s part of the reason your TVs are cheap… but your health care has become so expensive. Not only is health care largely protected from competition and distorted by third parties who pay the bills, including the government and insurance companies, but also wages for health-care workers rise, even though productivity stays more or less static.

            This also helps explain why a university education is eight times more costly than it was in 1978… even though you’re still getting more or less the same education. Also, as I explained on Friday, college was optional to a decent income in the 1970s. Now, it’s almost obligatory.

            When everything is rigged, the riggers have the money and the power. Lobbyists, lawyers, accountants, administrators: Whether you want to take a business public… or just build a house… you come face to face with someone who can stop you, with paperwork, legal razzmatazz and nauseating administration. You need to play the game, too.

            More to come tomorrow – including the Cantillon Effect… and “intertemporal discoordination.” You’ll find out what they mean… and how they affect you. (Hint: You’re “screwed.”)

            Regards,

  13. Nassif, não vamos nos

    Nassif, não vamos nos esquecer que o ex-presidente Fernando Collor foi um dos maiores Estadistas do século XX no Brasil: pegou o país quebrado, sem crédito internacional, sem reservas cambiais, uma indústria obsoleta, reserva de mercado de informática e com uma visão extraordinária de Estadista tomou medidas importantes, com o ajuste do câmbio conseguiu aumentar as reservas, com a  abertura gradual da economia o país começou a ter uma indústria mais competitiva e mais pujante, com programas de qualidade, criou as câmaras setoriais,principalmente no setor automotivo, fortaleceu o Mercosul e quando tinha tudo para alavancar a economia, sofreu o impeachment por afrontar interesses de grandes grupos nacionais. O plano real só existe por causa do plano Collor. Os ex-presidentes FHC, Lula e a atual presidente Dilma nem de longe tem  a visão de Estadista do Collor.

  14. O legado do câmbio.

    Ao contrário de muitos bons comentaristas aqui do Blog, concordo totalmente com o Nassif.

    Em rápidas linhas vou tentar me posicionar sobre o tema. Muita coisa vai ficar de fora, porque o assunto é por demais complexo. Mas é um início para uma boa discussão.

    Vamos começar pelo nível ideal de câmbio real.

    Ao contrário do que muitos pensam, não se trata de uma questão metafísica. O nível ideal de cambio deve ser estabelecido ou buscado levando-se em consideração:

    1 – Produtividade dos diversos setores da economia brasileira e das economias com as quais temos negócios.

    2 – Qual o meu objetivo de longo prazo para o País. Aqui temos opções para todos os gostos. Pode ser um patamar de câmbio que viabilize apenas o agronegócio. Que equilibre a minha conta corrente. Que permita a  sobrevivência da indústria tal como ela existe hoje? Que viabilize a expansão da indústria, criando novos setores no qual o país ainda não atua e/ou recuperando cadeias industriais perdidas.

    Colocando em termos singelos, eu, particularmente, desejo uma economia que possibilite um razoável bem-estar para todos os que aqui vivem. Ora, num país de 200 milhões de habitantes, não será possível atingir esse objetivo se eu não tiver uma economia diversificada, com um setor industrial forte, tudo amparado por educação, ciência e tecnologia. O Brasil, com uma renda per capita de doze mil dólares, dada as características concretas de sua economia está impossibilitado de instituir um “welfare state”, nos moldes do que foi feito na Europa.

    A pergunta que se coloca: Com os instrumentos de política econômica de que disponho, é possível estabelecer ou gravitar em torno de um patamar de câmbio real compatível com a consecução dos meus objetivos?

    Eu acredito firmemente que sim. Obviamente, a implementação de medidas de política econômica não se dão no vazio. O momento em que, e a intensidade com que serão aplicadas não podem ignorar a conjuntura política e econômica. Assim, qualquer medida teria de contar com o suporte, como o Nassif falou, de um pacto entre diversos atores políticos, ainda mais que, cada vez mais há no país maior resistência a uma desvalorização do câmbio, até mesmo por parte da suposta indústria brasileira. Noutro dia, por exemplo, comprei um produto de um “fabricante” brasileiro, empresa tradicional sediada em Santa Catarina. Pois bem, o tal produto, na verdade era importado da China.

    Há , ainda, o fato de que o câmbio valorizado, para a população em geral, funciona como uma espécie de droga. No começo percebe-se somente o prazer que ela causa; os malefícios, por sua vez, aparecem gradativamente. Essa combinação, benefício à vista, malefício em suaves prestações, faz da valorização do câmbio um erro de política econômica insidioso. Ainda mais porque com a desvalorização acontece exatamente o contrário. Ou seja, o remédio é amargo.

    Dito isso, abaixo, faço algumas considerações e elenco algumas medidas para levar o câmbio ao nível desejado.

    1 – Câmbio não é fim, é meio. É um meio de realizar um projeto de país. O dogma pode estar no projeto de país, não nos meios para atingi-lo. No câmbio, a palavra chave é pragmatismo. Pragmatismo, tendo lá na frente o meu projeto. Desse ponto de vista, nada de extremos em política cambial. O melhor regime é o de flutuação suja. Me dá flexibilidade tática sem desviar o olhar de meus objetivos estratégicos.

    2 – Controle da entrada de capitais. Isso vale para capitais especulativos e, num segundo momento, para o investimento direto. Para esse último, a prioridade é produzir coisas que, como diz o Delfin, possam ser embrulhadas (e exportadas). A calibragem desses controles, que podem ser das mais diversas naturezas, se fará no sentido de manter o câmbio real no patamar desejado.

    3 – No combate à inflação induzida pela desvalorização cambial, dar preferência, na política monetária, as velhas e sempre esquecidas medidas macroprudenciais. (Compulsório dos bancos junto ao BC, IOF sobre crédito, medidas administrativas, etc). Aumento da Selic seria a “ultima ratio”. O combate à inflação obviamente é de suma importância. A desvalorização bem sucedida muda apenas os preços relativos. Aumentam commodities, bens importados e bens que utilizam insumos importados.

    4 – Infelizmente um preço fundamental da economia, o trabalho, terá de ficar mais barato em dólar. Ou seja, no curto e médio prazo os assalariados ficaremos mais pobres. Deve-se adotar uma política de salário mínimo que faça do trabalhador sócio do aumento da produtividade, mas sem ultrapassá-la. Para os salários, em geral, deixar a regulação por conta do mercado. Mas, no caso de escassez de mão de obra e crescimento dos salários em geral acima da produtividade física do trabalho, facilitar a vinda de trabalhadores estrangeiros. Antes de criticarem esse tópico, lembrem-se que não estamos falando de uma economia autárquica. Poderíamos até tentar esse caminho, mas aí é outra discussão, completamente diferente.

    5 – Tributar investimentos de curto prazo. Não é possível que numa economia que há 20 anos tem inflação anual em torno de 5%, continuemos tendo aplicações com os juros reais maiores do mundo e com liquidez diária. Acho até que essa característica da economia brasileira reduz ainda mais a eficácia da pouca eficácia do aumento da Selic.

    6 – Aprofundar a desindexação da economia.

    7 – No devido tempo, instituir ou aumentar tributos sobre a exportação de commodities agrícolas e minerais, áreas em que o país é altamente competitivo. Essa medida serve, entre outras coisas, para calibrar o câmbio.

    8 – Política fiscal responsável e coerente com a política monetária.

    Nos próprios, poderemos colher, a médio prazo, os dividendos de uma política cambial acertada. Mas, no fundo, no fundo, o que está em jogo aqui é qual legado em termos de país deixaremos para as futuras gerações. Estamos dispostos a tomar o remédio amargo em benefício dos que nos sucederão?

    Saudações, Felisberto.

  15. O Sr. Crise manda avisar que

    O Sr. Crise manda avisar que vai atrasar. Ele tem muitos afazeres na Europa e nos EUA. Está devendo uma visita à Argentina para falir aquele país e ainda não cumpriu. Mãe Dinah era a encarregada da agenda dele, mas infelizmente ela se foi e não foi ainda substituída, muito embora a Sra. Miriam Leitão faça tentativas para assumir o cargo.

  16. Não me parece que na teoria

    Não me parece que na teoria econômica mais moderna e distante dos canones liberais haja algo como um câmbio ideal ou um câmbio de equilíbrio. Isso porque os vários atores econômicos tem percepções sobre o câmbio que são bastante diferenciadas tendo em vista resguardar seu naco na riqueza nacional. 

    Também não me parece que uma crise cambial seja um cenário a se esperar no curto ou médio prazo. Os EUA , Europa e Japão se arrastam como espaços econômicos onde a rentabilidade do capital financeiro e do capital industrial vêm oscilando com taxas muito baixas, comparativamente ao Brasil.

    Penso que estariamos sim correndo riscos no curto e médio prazo se houvesse uma retomada econômica abrupta nesses países e regiões, algo que está longe de acontecer, concomitantemente com uma elevação também abrupta das taxas de juros dos BCs europeu, japonês e do FED.

    No entanto, se queremos ter indústrias competitivas e emprego industrial está fora de questão a necessidade do câmbio seguir numa trajetória de desvalorização. O problema é que esta trajetória de desvalorização, para que não produza efeitos indesejados nos preços internos ( inflação) e com isso não mobilize a mídia em sua parceria com o setor financeiro, deve ser muito bem administrada. O governo não fará isso neste ano.

    Tampouco acho que não exista uma preocupação no governo com este importante componente macroeconômico. Pauladas cambiais por certo não ocorrerão, em função do desgaste político de medidas desta natureza. 

    Fortalecer nossas relações comerciais com os BRICS e fazê-las sem a necessidade do dólar talvez seja uma saída pro futuro no médio prazo. 

     

     

     

    1. Crise cambial

      Também não acredito numa crise cambial no curto prazo. A questão é que os desequilíbrios que hoje existem na economia brasileira são insustentáveis.

      O câmbio sobrevalorizado é um freio poderoso sobre a atividade econômica, puxa o crecimento para baixo e aumenta aos poucos o déficit da conta corrente. Ou seja, estamos vivendo de dinheiro que gente de fora nos empresta. Em algum momento eles virão cobrar a conta. Não será de imediato, mas esse dia virá.

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