A fragilidade do pensamento neoliberal brasileiro, por Luis Nassif

Um dos grandes problemas do chamado pensamento neoliberal brasileiro é a absoluta incapacidade de elaborar um projeto de país. Desde os anos 80, essa linha de pensamento abandonou qualquer veleidade de pensar a economia real brasileira, com suas especificidades, características, buscando soluções objetivas para problemas reais ou desenhando um projeto mínimo de futuro.

O conflito economia real x financeira existe desde o Império. Mas, em outros tempos, havia os demiurgos, os pensadores liberais que juntavam conhecimento econômico, busca de soluções para os problemas institucionais, e vocação de homens públicos, como Octávio Gouvêa de Bulhões, Casemiro Ribeiro, Ernâne Galveas.

Hoje em dia, as bandeiras liberais foram apropriadas por uma mediocridade ampla, subordinada ao ideologismo mais superficial. Tudo isso com o apoio fundamental da cartelização da mídia e do jornalismo econômico, reduzindo a discussão econômica a um conjunto de bordões sem pé nem cabeça, mas influenciando fundamentalmente os poderes.

Repete-se agora o mesmo jogo.

Desde o final do governo Dilma, há uma queda generalizada da demanda. No governo Temer, a equipe econômica atropelou normas mínimas de bom senso, inviabilizando qualquer possibilidade de recuperação da demanda.

Em cima de uma economia exangue, o que (não) se fez?

  1. Gastos das famílias. Com o desemprego maciço e um endividamento gigantesco, não se adotou uma medida sequer visando desmanchar esses nódulos de endividamento, menos ainda para recuperar o emprego.
  2. Investimento privado. Criou-se o mantra de que bastaria previsibilidade fiscal para retomar o investimento privado, deixando de lado o óbvio ululante, de que investimento depende de demanda.
  3. Gastos público. Criou-se o Teto de Gastos, abandonando-se o PSI (Programa de Sustentação do Investimento), que blindava os investimentos públicos. Mataram a última possibilidade de recuperação.
  4. Crédito de longo prazo. Obrigou-se o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a devolver ao Tesouro R$ 100 bilhões em 2016, R$ 50 bilhões em 2017 e mais R$ 100 bilhões até o fim de 2018. No mesmo período as taxas futuras de juros de longo prazo aumentaram.
  5. Crédito privado. Os bancos avançaram como harpias em cima das famílias e das empresas endividadas, esfolando com taxas de até 15% ao mês os inadimplentes. Registraram lucros monumentais e não houve um movimento corretivo sequer da parte do Banco Central.

Com a inadimplência explodindo, o desemprego aumentando, o desalento avançando, a inacreditável Mirian Leitão diz que a economia está patinando porque o governo não economizou o quanto precisava. Aonde se pretende chegar com essas leviandades?

O que esses gênios da economia conseguiram, nem se diga para o país, mas para seu campo? Jogaram fora a enorme facilidade da recuperação cíclica da economia, depois de numa queda de 8% no PIB. Seria a consagração de sua escola e a viabilização política de seus candidatos.

Conseguiram confirmar a regra, da absoluta incapacidade de implementar uma alternativa de desenvolvimento, da mesma maneira que jogaram fora a oportunidade aberta pelo Real.

 

 

 

 

Luis Nassif

32 Comentários

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  1. Ernâni Galveas? Tá de

    Ernâni Galveas? Tá de brincadeira???? Só ganhou espaço porque nas ‘negociações’ da dívida fazia e defendia tudo o que os gringos queriam.

  2. Futuro? Projeto de pais?
    Eles so pensam no curto prazo, no balanço do trimestre, em vender o possível o mais rápido que puderem e deixar a bomba pro próximo otário

    Esse é o projeto.

  3. O professor Luiz Carlos Bresser-Pereira tem alguns textos……

    O professor Luiz Carlos Bresser-Pereira tem alguns textos que mostram a diferença entre o que se chama o liberalismo e o neoliberalismo, mostrando que este último é incompatível com o desnvolvimento.

  4. Não é só fragilidade, há mais

    Não é só fragilidade, há mais coisas por trás das chamadas políticas neoliberais.

    Vou elencar três:

    Complexo de inferioridade – reprodução um ideário importado e propositalmente desvirtuado para servir a interesses econômico-financeiros internacionais e geopolítico americano.Aspirações por migalhas – seus atores técnicos e políticos almejam cargos, participações em negócios e doações pessoais e partidárias.Covardia burra – medo de enfrentar interesses poderosos, associado a cegueira – incapacidade de perceber que esses interesses podem ser vencidos com ganhos incomensuráveis em virtude de um conjunto de fatores: riquezas minerais e energéticas, solos férteis e climas amenos, grande população e dimensão territorial.

    1. faltou

      Faltou mencionar a formação de quadrilha nas igrejinhas e a chantagem.

      Sim, chantagem de todo tipo para cooptar quadros de todos os poderes seja civil, militar, administrativo, judiciário e o que mais couber.

      -Golpe de trombadinhas merrequeiros!

      1. Correto.
        Quem sair da linha

        Correto.

        Quem sair da linha toma chumbo. E, se não voltar, é deportado e ignorado. Não tem mais voz e/ou emprego na iniciativa privada.

        Como diria o RM, segundo o PHA, a Globo é mais importante pelo que não deu, do que pelo que deu.

        Então, é preciso incluir os mecanismos de chantagem – leves e pesados.

        O negócio é sofisticado e complexo. Afinal, não é por acaso que esses caras conseguem manter seu poder.

  5. Esses liberais, neoliberais,

    Esses liberais, neoliberais, UDN, PSDB, PQP nunca tiveram projeto de pais. No máximo conseguem decorar manuais de economia “made in States” cujo único objetivo é justificar “cientificamente” (sic) uma política economica neocolonial.

    Essa gente nunca prestou, nunca teve uma ideia original e só fez mal ao país. Lixo puro.

  6. Receita para potência esfoliar suas colônias

    O problema desta análise é que estamos tentando juntar teses e países diferentes, ou seja, o neoliberalismo trata sobre o desenvolvimento da potência dominante (EUA), deste modo, as políticas neoliberais aplicadas aqui apenas enriquecem gente de lá. Teses neoliberais são idealizadas lá e aplicadas aqui. Do ponto de vista ideológico, é o neoliberalismo que avança globalmente e os operadores locais adaptam o seu pensamento para esse avanço, como uma tecla SAP para fatos acontecidos lá fora e não como uma ideologia criadora de novas expectativas locais. Como se o time do Brasil, jogando contra os EUA, seguisse as instruções do treinador norte-americano. Esse é o neoliberalismo. Sempre iremos perder.

  7. O que mais enoja nos veículos

    O que mais enoja nos veículos de comunicação do país é que todos batem o bumbo de que o governo tem que ficar fora da economia, de que o brasileiro gosta é de ser tutelado, que o que conta é a meritocracia ( quanta meritocracia eu vejo ouvindo a música que rádios e tvs passsam rs ) e aí você vai ver que TODOS os veículos entram em rota de queda se o governo zerar a verba de publicidade estatal – verba esta que aumentou seja no governo petista ( a diferença é que houve verba pra veículos fora do mainstream  ) seja no governo Temer ( que cortou a verba dos veículos fora do mainstream., pois eram a única oposição na mídia   ) 

  8. Orçamento completamente
    Orçamento completamente engessado com gastos de pessoal e previdência. Esse é o nó a ser resolvifo. Deficit público só leva a desenvolvimento se o gasto publico prestar. Nosso gasto é péssimo.

  9. Concordo com Lucinei e

    Concordo com Lucinei e RPV

    Luis Nassif comentou sobre Octávio Gouveia de bUlhões. Havia também Roberto Campos (Bob Fields). Não concordava (e não concordo) com o que pregavam, mas:

    1 – Tinham intelig~encia e bagagem intelectual. Escreviam bem, se expressavam bem. Os neoliberalóides daqui só sabem matraquear as mesmas idéias, adulterar gráficos e omitir fatos que derrubem suas crenças.

    2 – Vejo que não é apenas carência intelecutal e indigência mental: é interesse mesmo, são pagos por seus patrões (PiG, jp lemann e outras coisas) para defender os interesses DELES e não a VERDADE DOS FATOS

    3 – Chega a ser um insulto com os conservadores chamar estes caras toscos, limitados e medíocres de liberais. São pau-mandados que não pensam, fazem o que lhes mandam

    4 – Não se esqueça de um grande expoente da Escola Jumental de Economia (da universidade PiG), Samuel Pessoa. O cara nem é economista (é físico). Um cara que fez pós-graduação economia tem espaço para falar tanta merda?

  10. O fato e que nao são liberais
    O fato e que nao são liberais COISA nenhuma. Sao apenas anti esquerdistas, reacionarios toscos e imitadores das modas ideologicas que vêm de fora. São contra até mesmo as Garantias Fundamentais, somente porque o pessoal da esquerda se apropriou delas. São muito mais do que meros antissociais por serem contra a liberdade do trabalhador, de negros, gays, domesticos, etc. Enquanto isso nao for percebido, muita gente boa vai ficar “surpresa” de ver os sedizentes “liberais” se juntando com a fascistada em golpes e mais golpes contra a Soberania Popular. Sao feitos do mesmo material.

    Chega de tratar esses e outros como “direita bem pensante”. Isso é contradiçao de termos.

  11. Essa é uma análise

    A análise perfeita. Mas Nassif é muito educado.

    Esses vagabundos que assaltaram o poder para assaltar os cofres públicos não podem mesmo ter um projeto de país.

    O objetivo deles sempre foi pilhar o país e guardar o produto do saque num paraíso fiscal. E quando o país explodir numa guerra civil eles farão aquilo que planejaram: desfrutar o produto da pilhagem na Europa ou nos EUA.

    Os monarcas europeus se serviram de piratas para saquear e colonizar o novo mundo e as colonias de seus adverdarios. Os descendentes deles podem servir a qualquer potência estrangeira desde que consigam fazer a mesma coisa onde nasceram. 

    Eles nasceram aqui, mas a patria deles é um navio pirata. Eles se vestem de verde e amarelo, mas a bandeira deles é o crânio de uma caveira com ossos cruzados. Não por acaso eles adoram os filmes da série Piratas do Caribe.

     

  12. Um liberal clássico jamais

    Um liberal clássico jamais adotaria a tese do golpe de estado como método, o que temos no Brasil são analfabetos golpistas, oportunistas e anti-nacionais.

    Economia de mercado e democracia, pelo menos no ocidente, são indissociáveis.  

  13. A fragilidade do pensamento neoliberal brasileiro

    -> Um dos grandes problemas do chamado pensamento neoliberal brasileiro é a absoluta incapacidade de elaborar um projeto de país. 

    trata-se de um monstro de duas cabeças, sendo ambas xifópagas em sua incapacidade para qualquer pensamento de como elaborar um projeto de país.

    tanto os neoliberais quanto o social-liberalismo. tanto a Casa das Garças quanto a Fundação Perseu Abramo. tanto FHC, do “Manifesto por um polo democrático e reformista”, quanto Lula, com sua “Mensagem à Nação Brasileira”.

    e não é um déficit restrito ao Brasil. em todo o mundo a Esquerda se deslegitimou, com a crise de representação pulverizando a credibilidade de representantes políticos e sindicais.

    ainda mais após a Crise de 2008, toda uma institucionalidade se tornou obsoleta.

    seja do ponto de vista do Capital, pela imposição de um Estado Pós-Democrático Global. e principalmente para as lutas de resistência e emancipação, por sua inutilidade como instrumento de ação e organização.

    frente a este brutal colapso de paradigmas, qualquer um que não esteja mal, não pode de modo algum estar bem.

    este é o insuportável mal de nosso tempo: a solidez se volatizou numa densa atmosfera irrespirável.

    chegamos ao ponto inimaginável 40 anos atrás, quando a fundação do PT se deu sob o lema da “emancipação dos trabalhadores será construída pelos próprios trabalhadores”, de se declarar com muito orgulho e sem nenhuma vergonha: “Voto em quem o presidente Lula mandar!”.

    pois é… pensar prá quê?

    .

  14. A fragilidade do pensamento neoliberal brasileiro

    a atual crise estrutural do Capitalismo precisa ser enfrentada em toda sua dimensão e complexidade.

    não há nenhuma alternativa que não seja da perspectiva de um pós Capitalismo. ao se negar esta obviedade, apenas se acentua a deslegitimação e a crise de representação.

    se os ovos da serpente estão sendo chocados por toda a parte, o fascismo do séc. XXI está muito menos em Trump e Bolsonaro, do que no GAFA (Google, Amazon, FaceBook e Apple) e nas capas e ternos negros do Partido da Lei e da Ordem da Autocracia do Judiciário.

    há algum pensamento de projeto para o Brasil que não passe pela reciclagem da ociosa e parasitária poupança financeira?

    dito em outras palavras, mais claras e por isto mais chocantes: há recuperação para a economia brasileira sem a estatização do sistema financeiro?

    cerca de R$ 1 trilhão dormem no overnight remunerados à uma das maiores taxas de juros reais do mundo: “As operações compromissadas, excluídas as realizadas com o Banco Central, alcançaram médias diárias de R$1,1 trilhão e de 6.664 operações.”

    desde o maldito Plano Real, que converteu uma inflação fácil de sentir no bolso pela quase incompreensível inflação da dívida púbica, o Brasil está aprisionado neste nó.

    qual o pensamento de Esquerda para desatá-lo? há algum, além de “Lula Livre”?

    enquanto deixarmos os fortes fazerem tudo o que podem, nós, os fracos, devemos sofrer o que merecemos.

    .

    1. Ultraliberais?

      Acho que nem isso.

      Trata-se, ao meu ver, de reprodução,  sob encomenda, de “teses alienígenas” do interesse e para o proveito dos efetivos beneficiários. O Brasil, claro, saqueado, sempre perde.

      Se viessem à tona a lista de correntistas em paraisos fiscais ultraprotegidos e/ou de cotistas de fundos abutres que estão se fartando por aqui, desconfio que saberíamos a razão de tanto apego às teses ditas ultraliberais.

  15. A fragilidade da intelligentsia brasileira

    Ontem na palestra do sempre chanceler Celso Amorim ele fez uma explanação destinada ao publico francês, na qual ele explica como para chegar ao golpe de 2016 e à prisão de Luiz Inacio e contra os programas de desenvolvimento e socias, sabotaram o Pais e sua soberania. Celso Amorim lembrou a Unasul e a criação primeiro do IBAS (India, Brasil e Africa do Sul) que levou ao passo seguinte na formação dos BRICS e o então protagonismo do Brasil na cena internacional. Confesso que apos a explanação em francês do muito bem preparado Celso Amorim fiquei realmente com sensação de que pais regrediu 50 em 2 anos… O Brasil perdeu toda e qualquer importância internacional.

    Fiz um comentario ao final da palestra sobre o papel da imprensa francesa na desinformação do cidadão francês sobre o que realmente se passa no Brasil e uma das palestrantes, professora especialista em estudos sobre as universidades brasileiras, contou rapidamente que alguém conversando com um editor do Le Monde sobre determinado artigo que estava cheio de erros sobre o Brasil, que eles tinham citado Veja e que Veja não se pode citar porque não é credivel etc, e o editor responde “Mais le Brésil n’a pas d’importance. On s’en fout du Brésil”. Traduzindo “O Brasil não tem importância. Ninguém liga para o Brasil”. Se isso é verdade e acredito no que contou essa pesquisadora, vindo do jornal Le Monde, o que esperar mais da imprensa sobre seu compromisso com os fatos ?

    A proposito, ontem fiquei sabendo também que Sergio Moro anda dando palestras (enchendo as burras) pequenas, num esquema bem fechado, em Escolas de Comércio e Finanças para o supra-sumo do mundo liberal na Europa. Ele deu uma palesta numa dessas escolas no final da semana passada em Paris e o evento foi mantido em sigilo. Imaginem o porquê…

  16. Ainda se desse certo…

    Apesar de crer que, no trato do que é público, quanto mais socialismo, quanto mais democracia, melhor, dado o momento histórico desfavorável à pessoa comum talvez seja necessário fazer concessões às políticas chamadas “de centro” como as do PT, de Lula e Dilma: incluir através do consumo, ampliar e fortalecer a classe média, “vaucherizar” a educação etc., uma “direita” leve, de bem-estar social, proteger aos vulneráveis até que deixem de ser vulneráveis sem desproteger os mais ricos.

    Assim se as decisões políticas da chamada “direita” ainda resultassem em algum ganho na prosperidade individual de nosso povo ou em soberania e independência do nosso país… tá bom, vá lá. Mas assim, do jeito que essa turma tá querendo fazer?!

    Só discordo, caro Nassif, de que o “pensamento neoliberal” é frágil. Não é, é muito bem orientado, muito bem estruturado – e sempre o foi – para resultar em concentração de poderes econômico e político, estragar estados nacionais (bem como todas as iniciativas de união pelo bem comum – só se pode organizar-se, e olhe lá, em torno do dinheiro, sendo que o dinheiro tem dono), espalhar pobreza para que as pessoas queiram enriquecer, ou seja, queiram o que pertence e é controlado com mão de ferro, à “direita”.

    Não, de burra, ignorante ou ingênua a “direita” tem nada. Não faz nada “sem querer” e, se deixar, completa o planejamento – poder sobre a maioria – numa boa. A “direita” apenas não quer que o poder se espalhe através do estado.

  17. Sugestão de pauta – artigo

    Nassif, acho que seria interessante seguir a velha lição do “follow the money” (nesse caso em relação a um negócio, ao menos em tese, totalmente legal) para analisar qual é a principal fonte de lucro dos bancos.

    Digo isso, porque faz vinte anos que cinco ou seis bancos lucram aproximadamente 50 bi (em valores corrigidos) por ano.

    Isso representa um trilhão “no bolso” no período. De onde vem?

    Via dívida pública, taxas, juros de emprétismos? Qual a principal fonte desse lucro astronômico?

    O que eu não tenho dúvida é que isso representa um represamento da econômia, à medida que você tem concentração em cima de concentração. Basta ver nesses últimos anos de crise. É como se sistema financeiro brasileiro estivesse sugando o sangue que alimenta (fornece energia) para o corpo econômico do país funcionar.

  18. O neoliberalismo e “um projeto de país”

    Permita-me tomar o primeiro período do post – “Um dos grandes problemas do chamado pensamento neoliberal brasileiro é a absoluta incapacidade de elaborar um projeto de país” –  como um ponto de descordância fundamental. Considero como flagrantemente equivocada a assertiva de que o projeto neoliberal vise a um “projeto de país”. O que o projeto entreguista, depois rebatizado como neoliberal, sempre buscou, mesmo antes de Bob Fields, com maior ou menor despudor, foi o estabelecimento de um Estado Associado ao império estadunidense. Uma espécie de “Grande Porto Rico”. É, no mínimo, indulgente imaginar que os partidários de Silvério dos Reis – como bem os definia Barbosa Lima Sobrinho – tiveram ou tenham como objetivo viabilizar um projeto soberano.       

         

  19. Credenciais acadêmicas
    Quando se fala em fragilidade de discurso, é importante checar as credenciais acadêmicas daqueles de quem se fala. Vamos tomar três nomes que aparecem sistematicamente como intelectuais/estudiosos associados a um pensamento neoliberal e vejamos suas formações e publicações acadêmicas em periódicos internacionais: Eduardo Giannetti da Fonseca (Currículo – http://lattes.cnpq.br/3155917883977049) é doutor pela Universidade de Cambridge. Não possui publicações em periódicos internacionais.  Marcos Lisboa (Currículo – http://lattes.cnpq.br/1399818650600192) é doutor pela UPenn. Seu último (e único) artigo em periódico internacional foi publicado em 2001 na revista Economic Theory. Samuel Pessôa (Currículo – http://lattes.cnpq.br/1672074409491736) é doutor em economia pela USP. Seu último artigo em periódico internacional foi publicado em 2004 na International Economic Review. São três economistas bem formados, com doutorados obtidos em boas instituições, mas sua produção acadêmica é muito pobre. Já não fazem pesquisa digna de publicação em veículos de ponta há muito tempo e sem publicar pesquisas mais avançadas, não dá para esperar formulações mais sofisticadas quando se pede deles sínteses sobre a conjuntura atual ou formulação de políticas. Se os bem formados estão assim, imagine como serão os pitaqueiros…

  20. A única ideologia dos

    A única ideologia dos neoliberais brasileiros é o desmonte do estado social, manutenção da dívida pública e privatização de tudo, principalmente dos recursos públicos.

  21. Neo liberal brasileiral
    A Miriam leitão usa aquela técnica da persuasão indireta ou seja ela quer se sair bem em seus comentários ora se as reformas não produziram o que ela disse que iam produzir ou seja muito emprego então ela diz que tinha que ser mais ou seja ela teria pedido mais e mais cortes nos gastos.Mas é como aconteceu na crise de 2008 nos EUA onde os liberais disseram que a crise foi por falta de mais liberdade no mercado.Portanto os neo liberais acusam a situação em que as crises são causadas por eles mesmos tentando enganar os mais desavisados

  22. América Latina: reformas que

    América Latina: reformas que deformam

    Por Prof. James Petras

    Global Research, 08 de junho de 2018

     Nas últimas décadas, em toda a América Latina, os governantes falaram e exigiram “reformas” como essenciais para estimular e sustentar o crescimento e promover a eqüidade e a sustentabilidade. As ‘reformas’ envolvem a implementação de ‘mudanças estruturais’ que requerem privatização em grande escala para encorajar o empreendedorismo e acabar com a corrupção do estado; desregulamentação da economia para estimular o investimento estrangeiro e interno; flexibilidade laboral para “libertar” os mercados de trabalho e aumentar o emprego; e menores impostos de negócios. Segundo os reformadores, tudo isso levará ao livre mercado e à promoção dos valores democráticos.

    Nos últimos trinta anos, as elites dominantes na América Latina realizaram reformas estruturais do FMI e do Banco Mundial em dois períodos cíclicos: entre 1989-1999 e mais recentemente entre 2015-2018. Em ambos os casos, as reformas levaram a uma série de grandes deformações econômicas, políticas e sociais.

    Durante o primeiro ciclo de “reformas”, a privatização concentrou a riqueza transferindo os meios públicos de produção para os oligarcas e aumentou os monopólios privados, que aprofundaram as desigualdades e agudizaram as divisões de classe.

    A desregulamentação levou à especulação financeira, evasão fiscal, fuga de capitais e corrupção público-privada.

    “Reformas” deformaram a estrutura de classes existente provocando convulsões sociais, o que precipitou o colapso das “reformas” lideradas pela elite e o advento de uma década de governos nacionalistas populistas.

    Os populistas restauraram e expandiram as reformas sociais, mas não mudaram as “deformações” políticas e econômicas, incorporadas no estado.

    Uma década depois (2015), os “reformadores” voltaram ao poder e restauraram as políticas regressivas de livre mercado da elite governante neoliberal anterior. Em 2018, um novo ciclo de conflitos de classes se espalhou pelo Brasil e pela Argentina, ameaçando derrubar a atual ordem de mercado livre dos EUA.

    https://www.globalresearch.ca/appeasement-as-global-policy-trumps-will-to-power-americas-drive-for-world-domination/5643497

  23. A fragilidade do pensamento neoliberal brasileiro

    Mr. Alan Beith (Berwick-upon-Tweed): Will the Prime Minister tell us whether she intends to continue her personal fight against a single currency and an independent central bank when she leaves office?

    Mr. Dennis Skinner (Bolsover): No. She is going to be the governor.

    [Laughter.]

    The Prime Minister: What a good idea. I hadn’t thought it.

    But if I were, there would be no European central bank accountable to no one, least of all to national Parliament.

    Because the point of that kind of European central bank is no democracy, taking powers away from every single Parliament, and being able to have a single currency, a monetary policy and interest rates which takes all political powers away from us.

    As my right hon. Friend (Mr. Lawson ) said in his first speech after the proposal of a single currency, a single currency is about the politics of Europe, it is about a federal Europe by the back door.

    So I shall consider the proposal of the hon. Member for Bolsover (Mr. Skinner ). Now where were we? I am enjoying this. Mr. Michael Carttiss (Great Yarmouth) You can wipe the floor with these people.

    vídeo: In 1990 Thatcher warned that the Euro would end European democracy

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=5TPpuIslzG4%5D

    .

     

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