A importância do Marco Civil da Internet

Nos últimos anos, uma nova lei – a Lei do Cabo – permitiu aos canais de TV a cabo descontar parte do imposto de renda no financiamento de produções nacionais – com obrigatoriedade de passar um pequeno número de horas/mês no horário nobre.

Bastou para que começasse a florescer por todo o país uma nova indústria de audiovisual.

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Nos primórdios da televisão nos Estados Unidos, a nova tecnologia atraiu multidões de pequenos empresários. A pretexto de botar ordem no mercado, o poder federal decidiu regular o setor. E concedeu o espaço público a poucas redes de emissoras.

O argumento inicial é que o modelo de negócios – com base nos comerciais – só seria viável se em formato de rede. E seria a maneira das emissoras, fortalecidas pelo modelo, darem a contrapartida para a sociedade – na forma de produções bem acabadas, programas educativos, campanhas cívicas, espaço para a diversidade.

Com o tempo, a lógica comercial se impôs sobre as contrapartidas sociais. Partiu-se para um vale-tudo, da busca da audiência a qualquer custo que acabou desvirtuando os princípios legitimadores da oligopolização.

Mais que isso, as redes ganharam tal poder no mercado de ideias que passaram a interferir no jogo político, na política econômica, no próprio caráter nacional.

Nos Estados Unidos, esse modelo só foi rompido com a eclosão da TV a cabo e, agora, com a Internet. Hoje em dia, 55% dos norte-americanos assistem televisão através da Internet. Em breve, haverá o fim das emissoras abertas dominando o espectro da radiodifusão.

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No caso brasileiro, o formato das redes provocou o enfraquecimento das manifestações regionais, não abriu espaço para as produções regionais, consolidou dinastias políticas, através dos afiliados. E permitiu aos grandes grupos um ativismo político incompatível com sua condição de concessão pública.

Qualquer tentativa do Ministério Público Federal, Procons, ONGs de exigir bom nível da programação das emissoras resulta em grita geral com o uso duvidoso dos conceitos de liberdade de imprensa.

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O reinado da TV aberta terminará com o advento da Internet. E o novo hábito está abrindo a possibilidade de uma nova explosão de criatividade, com novos canais, novas empresas produzindo vídeos exclusivamente para o novo ambiente.

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O modelo cartelizador da radiodifusão não pode se repetir na Internet. Daí a importância do marco civil definir a neutralidade da rede – isto é, o direito de qualquer pessoa ou empresa ter acesso às linhas de dados em igualdade de condições.

No momento, há um forte lobby no Congresso tentando conceder às empresas de telefonia o direito de selecionar o tráfego na rede. Aparentemente, há um pacto entre as teles e os grupos de mídia para impedir o avanço de redes sociais como Facebook e Gmail.

Argumentam que, como investiram na infraestrutura, teriam o direito de explorar da maneira que quiserem. Esquecem-se que são concessões públicas, monopólios naturais. E, como tal, têm obrigação de fornecer seus serviços em igualdade de condições para todos os clientes.

Permitir o controle da rede será conceder a esses grupos o poder sobre a opinião pública, o controle de todas as iniciativas empreendedoras na Internet, matando a criatividade e a voz da sociedade.

Luis Nassif

34 Comentários

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  1. Sem contar com a

    Sem contar com a homogeneidade das imagens e textos, Assis.  Tem muita analise de texto, mas de imagens ninguem faz.  Unico preto na capa do Globo agora:

    A tribo africana em que os barrigudos são apreciados Foto: Reprodução/Twitter

    Aas vezes passam muitos e muitos dias sem aparecer ninguem de um certo “padrao estetico”, aas vezes semanas.

  2. Excelente, excelente

    Como é difícil se ver análise de conteúdo, salvo pouquíssimas excessões, na grande mídia, neste sentido os blogs alternativos dão um show.

    Essas poucas e abrangentes linhas de Nassif demonstram que a concentração:

    1) causa da má qualidade informativa;

    2) caminho para a politicagem partidária;

    3) Não traz “produções bem acabadas, programas educativos, campanhas cívicas, espaço para a diversidade.”;

    4) desvirtua a função da imprensa e favorece “a interferir no jogo político, na política econômica, no próprio caráter nacional.”;

    5) destruiu a informação local, interferindo negativamente na formação da cidadania ao relegar ao último plano as manifestações regionais;

    6) destruiu as para as produções regionais;

    7) desvirtuou as funções estabelecidas nos contratos de concessão pública;

    8) formou uma força mastodonte que cala qualquer questionamento em debates diversos, sobretudo em relação às funções das concessões e calando os órgãos de justiça;

    9) passaram a acreditar que não são concessões públicas, portanto sujeitas às regras e regulamentações.

    Essas situações foram decisivas para a grande imprensa:

    1) Legitimar-se como detentora da verdade;

    2) Tornar-se agente principal do jogo político;

    3) Direcionar as decisões dos governos;

    4) Influenciar para o desmonte da máquina pública;

    5) Submeter governos, parlamentos e o judiciário.

    Para alcançar tais objetivos a mídia promove o emburrecimento de suas matérias onde notícias que necessitariam de mais informações são oferecidas sem profundidade visando fixar nos seus ouvintes e leitores a matéria de forma pronta e acabada impossibilitando qualquer reflexão.

    Esse formato limita a formação de uma ideia própria e quem consome as informações diárias realmente acredita que está em dia com a notícia ou com a realidade nacional, quando, na verdade, está sendo levado pela correnteza de um pensamento único, direcionado, pronto e acabado. O leitor ou ouvinte será apenas mais uma peça articulada para o consumo, engolindo, sem perceber, uma programação inócua a princípio, mas nefasta em longo prazo.

    Essa construção ideológica é realizada ao mesmo tempo em que a grande mídia exerce o seu papel de noticiar os fatos, documentar, fiscalizar os poderes, denunciar abusos, e vai até ao ápice de criar boatos, versões, insinuações, entre outras modalidades de cerceamento do conhecimento.

    Com essas características a mídia não apenas influencia a vida pública e os poderes do país, como passa a determinar decisões do judiciário, políticas públicas e ações do nosso Congresso.

    Basta observarmos as valorizações ou quedas de ações na bolsa de valores de determinado grupo e das moedas em função de especulações muitas vezes iniciadas e/ou estimuladas pela mídia, recentemente enormes oscilações ocorreram com empresas como a Petrobrás após bombardeio midiático de má gestão e com as de energia elétrica por “quebra de contrato” e “insegurança jurídica”.

    Basta observarmos como subiram os juros Selic nos últimos meses, contra a política econômica do governo, mesmo estando dentro da margem estabelecida e aceitável e em trajetória, ainda que lenta, de queda.

    A mudança de lado da grande imprensa em relação à cobertura do Movimento Passe Livre foi emblemática. Se no início a cobertura foi de condenação ao movimento atribuindo aos participantes os motes de vândalos, classe média desordeira, inclusive insuflando as ações violentas da polícia, a partir do momento em que pressentiu que poderia tirar proveito próprio pela musculatura que o movimento adquiriu passou a apoiá-lo e tentar direcionar as bandeiras defendidas, mesmo com as constantes manifestações contrárias à forma de atividade da grande mídia.

    Na área da justiça a forma do julgamento do mensalão do PT e a leniência do STF em relação ao mensalão tucano, exatamente em consonância com a cobertura da mídia falam por si só.

    A determinação do que a sociedade deve acreditar e consumir levada a cabo pela mídia atinge até mesmo a cultura do país, a era dos pagodeiros e a mais recente do sertanejo universitário servem de exemplo.

    Para concluir,

    espero que a sociedade não caia nos mesmos erros acima e que crie um marco civil da internet que mantenha a diversidade, garantindo a “neutralidade da rede – isto é, o direito de qualquer pessoa ou empresa ter acesso às linhas de dados em igualdade de condições”, independentemente do número de acessos, força do lobby, ou qualquer tipo de “compra”, “locação”, ou favorecimento “familiar”.

  3. Marco Civil da Iternet

    O Brasil já tem a pior imprensa do mundo que, ao invés de informar, desinforma. A nossa imprensa é corporativa, politiqueira e destruidora de reputações, sem que haja uma Lei que coíba tal absurdo. Talvez seja exatamente por isso (manter as coisas do jeito que estão) que o FHC seja contra a Lei de Médios aprovada na Argentina e, mostrando o quanto é colonizado e, também, sofre da síndrome de vira-latas, não fala nada da nova regulamentação da mídia na Inglaterra. Se eu tiver limitado o acesso à internet e tiver que pagar mais do que já pago para manter o acesso que tenho hoje, simplesmente, ficarei sem internet e, como me informo sobre o Brasil e o mundo pela internet, ficarei alheio à tudo. É exatamente isto que os barões da mídia desejam, um povo totalmente alheio ao que acontece no Brasil e no mundo.

  4. O diabo mora nos detalhes

    O deputado Alessandro Molon deve-nos explicações a respeito da inclusão, no projeto original, de um parágrafo curto que ameaça anular grande parte dos efeitos positivos esperados do Marco Civil da Internet. A malandragem é sutil, e normalmente não é percebida por quem lê o projeto pela primeira vez. Está lá, no art. 15, escondida num parágrafo acrescentado de última hora.

    No texto original, do substitutivo finalizado em 2012, o artigo 15 determina que, “com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e evitar a censura”, o provedor de aplicações da internet (pode ser o Facebook, ou mesmo um blog como este, com área de comentários) somente poderá ser responsabilizado por danos causados por “conteúdo gerado por terceiros” (um texto como este que estou escrevendo, por exemplo, ou um link para um vídeo postado no Facebook) se não tomar providências após “ordem judicial específica”. Ou seja, o Nassif só toma um processo por algo que eu postei caso um JUIZ dê sentença ESPECÍFICA, dizendo respeito àquilo que escrevi em tal dia, em tal post, e ele (Nassif), apesar de ser notificado pela Justiça, não retirar o conteúdo do ar. Só assim ele pode ser co-responsabilizado. Caso não haja sentença ou, havendo, ele retire o conteúdo do ar após a notificação do juiz, ele (Nassif) nada tem a temer.

    A Rede Globo e as grandes gravadoras ODIARAM essa idéia. Explicitaram o ódio com todas as letras. Vejam, por exemplo, o que diz o texto enviado pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica à comissão que elaborava o substitutivo do projeto:

    “In order to assist the Government in evaluating its approach, this submission points out the key areas in which the Draft Proposal differs strikingly from Internet legislation in countries around the world. Unlike all other such laws to date, the Draft Proposal does not include elements to ensure effective protection of copyright online, differentiating between illegal content on the one hand, and legal content and services on the other hand. Nor does it provide appropriate incentives for ISPs to help prevent the abuse of their proprietary networks for the commission of illegal acts.”

    Como se pode ver, a queixa da indústria fonográfica (e de todos os grandes detentores de copyright, como a Globo) é que a lei não criou os “incentivos adequados” (já voltamos ao eufemismo) para que os provedores de serviço da Internet (os tais ISPs) “ajudem” (mais eufemismo…) aprevenir o uso abusivo de suas redes para o cometimento de “atos ilegais”. 

    Comecemos por aqui. Se você já postou alguma música no Facebook e não pagou direitos à gravadora, você é um dos alvos dessa lei. Mais ainda (e mais perigoso ainda…): se você já comentou uma notícia dada pela Rede Globo, postando o vídeo dessa notícia para ilustrar sua crítica, você também está no escopo dessa choradeira cheia de eufemismos nebulosos. Somos NÓS, enfim, que eles querem pegar. Como? Muito simples. A lei deveria, nas belas palavras desse texto que citei acima, criar “incentivos adequados” para que os provedores de serviço da Internet (que lhe dão acesso à rede) nos DELATEM, ou no mínimo para que TIREM O NOSSO CONTEÚDO DO AR sem necessidade de um processo judicial. Como, pela lei, os provedores de serviço não terão acesso aos conteúdos que postamos, a responsabilidade ficaria por conta dos provedores de conteúdo e de aplicações (Facebook, portais, blogs como este, e assim por diante). 

    Mas que tipo de “incentivo” seria esse”? Muito simples. A lei deveria AMEAÇAR os provedores de conteúdo de serem responsabilizados por qualquer coisa que um terceiro publique em seus respectivos espaços. E é isso que o art. 15 do PROJETO ORIGINAL estava se RECUSANDO a fazer. O projeto original ISENTAVA o Nassif de responsabilidade por aquilo que estou escrevendo, a não ser que um JUIZ determinasse que ele deveria retirar isto que escrevi do ar e ele não cumprisse a sentença. Fora isso, nada. A responsabilidade é MINHA, e não dele.

    O que fazo deputado ALESSANDRO MOLON (do PT, minha nossa mãe de Deus!!! do PT do Rio de Janeiro, atenção cariocas!!!)? Vem na última hora, e após conversinhas de bastidores, insere esta pérola no art. 15:

    “O disposto neste artigo NÃO se aplica quando se tratar de infração a direitos de autor ou direitos conexos”

    Ou seja, o que o deputado ALESSANDRO MOLON (do PT!!!!!) enfiou aí nesse projeto com sua mãozinha suja é EXATAMENTE AQUILO que a indústria fonográfica internacional vinha pedindo: que a lei desse “incentivos adequados” (leia-se: medo de uma multa milionária) para que os provedores de conteúdo se tornassem POLICIAIS DA NET A SERVIÇO DAS GRANDES EMPRESAS DE MÍDIA. 

    Temos que refletir sobre isso. Temos, acima de tudo, que avisar o deputado Molon que ninguém aqui é BESTA. Que estamos de olho aberto. Que sabemos o quanto esse maldito parágrafo que ele enfiou na lei é CARO às grandes empresas e é DANINHO à liberdade de expressão na Internet. Os petistas do Rio de Janeiro devem pressionar o deputado para que VOLTE ATRÁS nessa barbaridade. Queremos continuar compartilhando músicas, queremos continuar postando material da grande mídia para criticar o que eles veiculam, queremos continuar tendo a liberdade TOTAL de expressão que a Internet me proporcionou. 

    1. “Queremos continuar

      “Queremos continuar compartilhando músicas”

       

      Não tenho nada a ver com a “grande industria fonografica”, nem muito menos com os “grandes canais de televisão”.

      Tenho a ver com os artistas.

      Nessa conversa meio embrulhada fala-se muito sobre o direito autoral da “industria fonografica” e pouco sobre o direito do artista.

      Para mim é o problema central mal solucionado desse grande instrumento que é a internet e que acabara por causar um grande dano ao desenvolvimento da cultura.

      Que maravilha é consumir um produto qualquer sem ter que pagar por ele, seja uma musica, filme, jantar no restaurante, um carro ou outro meio de transporte.

      Acontece que qualquer produto tem um custo, um trabalho inserido.

      É simples.

      Quando alguem não paga outro tera que arcar com o custo.

      Não existe outra solução. 

      Ou todos os artistas se tornarão funcionarios publicos ou, com o tempo, desaparecerão.

      Evidentemente, a internet se tornara um gigantesco canal de experimentos amadoristicos fantasiados de “arte”, tipo Fora do Eixo.

      Uns mais ingenuos argumentam que os artistas poderão sobreviver fazendo “shows”.

      Os musicos instrumentais, por exemplo, teriam que pedir esmolas na esquina.

      Na maioria das grandes cidades brasileiras não existe uma unica casa de espetaculo para esse tipo de arte.

      Nenhum artista menos “famoso” conseguiria levar mais de uma dezena de pessoas a uma apresentação.

      Virão logo alguns dizendo que a internet é um veiculo de “divulgação do artista”.

      Conversa fiada.

      Um artista pouco “famoso” desaparece num universo de bilhões de amadores de fundo de quintal.

      A “fama” proporcionada pela internet tem a rapidez do apertar de uma tecla.

      Caso a questão sobre o pagamento dos custos das “musicas compartilhadas” não seja resolvido, como, alias, tambem de outras modalidades de arte, sofreremos muito em breve um enorme apagão cultural.

      Ja começamos a senti-lo.

      Os artistas, ate ha pouco, tratados como pessoas de reconhecido merito pela sociedade, começam a ser classificados, nos debates pela internet, como “canalhas”, “gananciosos”, alem de outros adjetivos pouco elogiosos.

      Ja não querem mais tira-los apenas o direito que tinham de receber pelo uso de seus trabalhos.

      Agora querem tambem que a intimidades de suas vidas seja igualmente “compartilhada”.

      É um mesmo processo de desvalorização daqueles que produzem algo que se encontra de graça por todos os lados.

      E não fica por ai.

      Na internet corre solta tambem uma campanha ate contra os direitos dos herdeiros dos artistas.

      Como não temos mais autoridades que se responsabilizem pela cultura, não aparece ninguem para explicar que, num pais onde as instituições culturais caem aos pedaços, o patrimonio cultural do pais se tornaria, rapidamente,  uma sucata sem a proteção dos herdeiros. As obras de pintores sem herdeiros, por exemlo, são alvos de continuas falsificações.

      Manter acervos tem custos, alem de que, não se pagando por isso, evidentemente, o trabalho dos falecidos serão indefinidamente usados, em detrimento da obra dos vivos e da vivacidade da cultura.

      1. Qual é o drama?

        Por que você acha que os músicos desapareceriam? Uma minoria, que ganha muito, ganharia bem menos. A grande maioria ganharia exatamente o que ganha hoje, apresentando-se em shows e casas noturnas, e dando aulas particulares nas horas vagas. Não tem jeito. Quando o assunto são direitos autorais, Caetano Veloso está de um lado e nós todos estamos do outro. No que dependesse de mim, ele comporia exatamente tudo aquilo que compôs, mas viveria num condomínio de classe média. Qual é o drama?

        1. Basta ler esse tipo de

          Basta ler esse tipo de comentario, alias bem comum na internet, para ver como ela esta fazendo mal a sociedade.

          Imaginem so o João Bosco ou o Milton Nascimento, alguns dos melhores da musica, tendo que “dar aulas particulares nas horas vagas” para viver.

          É inacreditavel a que ponto chegamos.

          Porque não o Adib Jatene parar de fazer cirurgias e dar tambem “aulas particulares nas horas vagas” para sobreviver?

          Ele “ganha muito”.

          Ou o Neymar, parar de treinar para fazer uns “bicos” as tardes?

          Essa mania de não pagar aos artistas, porque “ganham muito”, começou com a internet.

          Não tenho nada contra, se ao mesmo tempo parassemos de pagar tambem os supermercados, os bancos, a energia eletrica,o onibus,os medicos, com o argumento de que “ganham muito”.

          1. “Essa mania de não pagar aos

            “Essa mania de não pagar aos artistas, porque “ganham muito”, começou com a internet”:

            De maneira alguma, Autonomo.  Pra comecar, a sentenca esta sendo formulada erradamente porque ninguem paga o artista, paga se A INDUSTRIA.  Ela sim, “ganha muito” nas costas dos consumidores.

            So que A INDUSTRIA foi ficando tao cheia de atravessadores que hoje ela eh somente isso:  atravessamento.  Do que ela movimenta nem sequer UM por cento chega aas maos dos artistas.  Pouquissimas excessoes existem.  A vasta maioria dos que querem e podem viver de, digamos, tocar instrumentos musicais…  NAO encontra espaco em qualquer lugar da industria.  Quer saber quanto um famoso clube de musica ao vivo pagava as bandas em Nova York?  50 dolares por apresentacao.  Quer saber quanto dos seus royalties vao legalmente e automaticamente pra um produtor musical nos Estados Unidos?  50 por cento.

            Essas reclamacoes e milhares de outras nao comecam comigo, alias, eh de umas 4 decadas no minimo.  Ninguem as ouviu ATE QUE a internet aparecesse.

            Eu disse uma vez prum alemao (AndiSteil do YT) que eu lhe pagaria com o maior prazer 50 dolares pelo cd dele.  Se viesse dele.  Se viesse da industria eu nao compraria PONTO FINAL.  Era dele, comprei, tenho ate autografo.  Nao sei se os artistas brasileiros estao organizados a esse ponto agora mas a unica vez que eu contatei um artista brasileiro pra comprar 4 “fitas cassete” dele foi uns 6 anos atraz, queria dar de presente pra alguem.  Nao havia maneira nem de o pagar, ele nao tinha conta nem de paypal, e provavelmente pensou que eu queria coisa de graca pois ele tava por fora do…  do mundo.

            Que a industria morra mais rapido.

          2. Eu concordo que o “ganham

            Eu concordo que o “ganham muito” não é argumento. Mas o controle do produto foi perdido. É fato. Não há como lutar contra isso do ponto de vista técnico ou legal. A mudança cultural já ocorreu enquanto a indústria ignorava o trem passando.

            E também não é argumento comparar a atividade que não pode ser “copiada”, como a cirurgia, com a música gravada. Até porque, o dia que criarem robôs para operar as pessoas, serão os cirurgiões os afetados pelo progresso. E também porque o médico não opera alguém uma vez e fica recebendo daquela pessoa pelo resto da vida.

            Os artistas precisam aceitar que a Web mudou o mundo e procurar trabalhar dentro daquilo que ela oferece, mesmo que implique num desenvolvimento de um novo modelo de negócios. Esse é o problema, lidar com as mudanças tecnológicas e suas implicações.

            A indústria de filmes e música insistem na briga, enquanto isso a indústria de games procura agregar valor com sistemas próprios de distribuição de conteúdo, redes sociais, etc. Curiosamente, é a indústria de entretenimento que mais cresce e já supera algumas das “tradicionais”.

          3. 1.”Mas o controle do produto

            1.”Mas o controle do produto foi perdido. É fato. Não há como lutar contra isso do ponto de vista técnico ou legal.”

            O “controle do produto” ainda não “foi perdido”.

            É o que estão tentando fazer derrubando a lei de direito autoral.

            “Do ponto de vista tecnico”, se a humanidade estivesse caminhando por um bom caminho, não seria nada dificil impedir “tecnicamente” que os artistas fossem pilhados. 

            2.”A mudança cultural já ocorreu enquanto a indústria ignorava o trem passando.”

            O direito autoral, meu senhor, é uma lei que abrange um campo infinitamente mais amplo do que as relações com a “industria”.

            Alias, cultura tem muito pouco a ver com industria.

            As pessoas, por um gigantesco apagão cultural, estão confundindo cultura com o entretenimento,este sim, absolutamente, ligado a grande industria

            3.”Até porque, o dia que criarem robôs para operar as pessoas, serão os cirurgiões os afetados pelo progresso.”

            Que eu saiba, a musica ainda não esta sendo feita por “robos”.

            4.”E também porque o médico não opera alguém uma vez e fica recebendo daquela pessoa pelo resto da vida.”

            O senhor talvez confunda arte com a Ivete Sangalo.

            Muitos dos maiores artistas morreram sem jamais  receber por suas grandes obras.

            Alias, quanto mais avançadas,menos seus criadores recebem de imediato por elas.

            As sociedades demoram a aceita-las.

            Não se trata de um produto como um páozinho de queijo.

            É algo bastante mais  complexo.

            5. “Os artistas precisam aceitar que a Web mudou o mundo e procurar trabalhar dentro daquilo que ela oferece, mesmo que implique num desenvolvimento de um novo modelo de negócios.”

            Os verdadeiros artistas que conheço não fazem “negocios”.

            Fazem arte, que é uma atividade de altissimo risco. 

            So para homens corajosos.

            Agora, num pais onde o Gilberto Gil é ministro da Cultural torna-se normal confundir criação artistica com “negocios” .

            6″Curiosamente, é a indústria de entretenimento que mais cresce e já supera algumas das “tradicionais”.”

            Neste ponto concordo inteiramente como senhor.

            No caminho que estamos trilhando o que esta prevalecendo no lugar das artes é a industria do entretenimento.

            No lugar de assistirem filmes, as pessoas ficam maravilhadas com esses tenebrosos”games”, onde praticam virtualmente assaltos, torturas, assassinatos, fuzilamentos.

             

          4. Não é pelos R$30,00

            Nada a ver com os R$30,00 que eu tenho que pagar no CD (muito embora o preço seja, sim, exorbitante, e eu não tenha o menor controle sobre essa exorbitância). O problema é que isso induz a necessidade de CENSURA NA NET. Não tem conversa. Caetano e Chico estão de um lado, nós estamos de outro. E quem puder mais, não tenha dúvida – vai chorar menos. 

          5. E quem “vai chorar ” mais

            E quem “vai chorar ” mais ainda no final sera o senhor e o resto da sociedade, quando acontecer o apagão cultural que esta nos ameaçando.

            Um palpite.

            O senhor me parece uma pessoa bastante disposta a lutar contra o “caro”, os que “ganham muito”.

            Porque então não amplia a sua luta tambem contra os bancos,os supermercados, os restaurantes, as lojas de roupa, os postos de gasolina ?

            Afinal tudo isso é tambem caro.

            Tem gente “ganhando muito”.

            Não sei se aqueles que “estão do seu lado” comprarão essa briga.

            Contra os artistas é mais facil.

          6. O direito de alguns não pode ser maior do que o de todos

            Metendo a colher na sopa alheia… Penso que a liberação de troca de conteúdos não tornou e nem tornará nenhum artista mais pobre. São pouquíssimos os artistas que ganham algum dinheiro substancioso com venda de CDs. As produtoras sim, ganham muito, mas os artistas não. Isto é fato. Acredito que a maioria dos cantores citados – Chico, Caetano, Milton – fatura grana em cima de shows, apresentações em contrato com governos, além da venda de CDs, que continuará acontecendo, pois uma parcela dos fãs não abre mão do CD ou DVD original – entre outras formas. Em compensação, a troca de conteúdos via Internet – não estou falando de comércio, mas de troca livre – fortalece, divulga, valoriza, torna imortal a obra destes e de outros tantos artistas que são excluídos pelas produtoras. A maioria dos filmes de lançamento pode ser vista em sites da Internet de forma gratuita. Isto não reduziu os fabulosos lucros, seja via TVs a cabo, bilheteria de cinema, e até pela Internet mesmo. Nesta discussão, é preciso levar em conta também o DIREITO de ACESSO a CULTURA por parte do cidadão comum. Impressionante como alguns têm a tendência a olhar apenas os direitos privados de poucos, e se esquecem dos direitos da maioria da população, que não tem condição de comprar CDs originais, nem frequentar uma sala de cinema, ou assistir aos shows nas salas de artes das capitais.

            Em suma, é possível sim garantir a sobrevivência da democracia e do livre acesso à cultura na rede da Internet sem que com isso os artistas morram de fome. Por esta lógica do direito autoral privado, levada ao extremo, praticamente estaríamos impedidos de fazer qualquer coisa na Internet. Qualquer texto publicado, até mesmo um simples comentário, como este, poderia gerar processo contra o proprietário do site (coitado do Nassif, rsrs). Não é por aí. A Internet vem reproduzindo a boa prática da troca de conteúdos já há algum tempo e não consta que os artistas, sejam famosos ou não, tenham caído na miséria por causa disso, tal como sugere o autor do comentário.

            E acho inclusive que os artistas – e qualquer outro profissional – podem e devem aproveitar também o espaço da Internet para ganhar o seu sustento. Há muitas formas criativas, que aliás já são usadas. Poderiam, por exemplo, criar um site para divulgar um novo CD disponibilizando as músicas gratuitamente, apenas para se ouvir (sem precisar copiar). Quem se interessasse, poderia comprar o CD diretamente do artista, a baixo custo, sem a mediação de produtoras, que geralmente abocanham a maior parte do negócio. Apenas um exemplo entre milhares de possibilidades.

            Não queiram tolher, para a maioria da população brasileira e mundial, a liberdade de expressão, de opinião, e de acesso aos diferentes conteúdos, em nome da sagrada propriedade privada de alguns poucos.

          7. NÃO TEM APAGÃO CULTURAL NENHUM

            Bobagem sua. Não haverá apagão cultural nenhum. A humanidade produziu excelente música durante séculos sem direitos autorais. Continuará produzindo se eles forem extintos. Não existe direito autoral sem censura na net. Uma coisa vem junto da outra. De mais a mais, para 90% dos artistas que atuam no mundo o fim dos direitos autorais não irá significar coisa nenhuma. Continuarão levando a vida simples que sempre levaram. Os 10% restantes que me perdoem, mas o dinheiro que eles ganham vale menos que a liberdade que todos nós perderíamos. 

          8. Insistir em acusar os competentes de ganhar muito

            Sempre que alguma lei protege os ganhos de poucos, surge o argumento de que ganham muito, que a maioria não é beneficiada, etc…

            Parece que ter competência, atingir sucesso, e os resultados exponencialmente superiores que esse tipo de sucesso geram despertam a inveja de poucos, e a indignação de muitos. Quando a maioria da população for capaz de escrever algo como o Caetano, ou como o Chico Buarque, aí sim eles não vão se destacar. O fato é que, tirando os serviços braçais, grandes diferenças de talento e intelecto geram grandes diferenças de resultados. Mas isso vai contra a ideologia de que todos os homens são iguais, com igual potencial(oque é um conceito totalmente incompatível com o mundo real, ninguém é igual, nem tem os mesmos talentos, muito menos na mesma combinação ou com as mesmas proporções), então só pode ser um efeito maléfico do capitalismo, ou de dominação das “elites”.

            O fato é que grandes artistas, que conseguem mobilizar grandes massas para consumir sua arte, são mais influentes e devem ganhar muito mais dinheiro doque a média. Da mesma forma que um jogador de futebol excepcional deve ganhar exponencialmente mais doque um mediano, e que um gênio da física ou da engenharia deve produzir avanços revolucionários na ciência e na tecnologia, um músico ou compositor excepcional irá produzir, com alguma frequência, obras muito mais valorizadas e apreciadas doque a média. E a raridade e qualidade tem de ter valor, senão ficam descartadas, desvalorizadas. Desde que a produção musical se tornou uma competição por qualidade ou popularidade(mais recentemente), criaram-se obras realmente memoráveis, que ficaram para sempre integradas como parte da cultura de populações locais e globais. As obras de sinfonia clássica, por exemplo, não surgiriam sem que houvessem patrocinadores dos artistas, se não houvesse competição entre eles, se não tivessem benefícios excepcionais por produzir tais obras. O conceito que a excelência não deve ser premiada de forma excelente é a tese dos medíocres, e todas as tentativas de tornar prática essa tese levou à mediocridade generalizada. os talentos devem ser reforçados, premiados, muitíssimo bem pagos, para que possamos dar à esses talentos as condições e o reconhecimento proporcional à seu valor.

             

            Ah, mas existe o lixo cultural, produzido com fins meramente comerciais, que enriquecem uma elite de empresários enquanto sufocam os novos gênios artísticos… Sim, produz-se lixo, e consome-se lixo, e idolatra-se lixo. E o problema não é o dinheiro, é a falta de educação, de referências. Se você só conhece lixo, e a massa da população só entende frases fáceis e palavrões, então é isso que vai vender. O problema é e sempre será o da educação, e o da promoção social da qualidades. Em geral, o lixo comercial vai para seu devido destino: esquecimento. E oque tem qualidade fica, boia no mar de lama…

             

            Somente aqueles que gostam de consumir produtos dos outros de graça acham certo compartilhar música sem pagar por ela, trocar filmes pela internet, publicar o trabalho de outros em sites que recebem pelas propagandas apresentadas(sim, porque todos os meios para troca de arquivos pirateados estão cheios de propagandas, e certamente há alguém ganhado dinheiro, alguém que não produziu nada de valor…)

             

  5. Perigo: Globo e Teles juntas para um golpe!

    Teles e Globo planejam assalto ao Marco Civil

    Miguel do Rosário

    Renato Rovai, editor da Forum, cantou essa bola há dias. Agora a Folha também confirma. Teles e Globo se uniram para rever regras da internet. As teles querem derrubar a neutralidade da rede, o princípio mais importante do Marco Civil. A Globo quer incluir uma jabuticaba: uma lei que garanta a retirada de conteúdo sem autorização judicial. Notificação extra-judicial é o nome.

    Esperta, a Globo cita a mudança como se ele constasse no texto original. Não consta. Trata-se de um substitutivo. A Globo finge defender a neutralidade, mas parece disposta a vender esse ponto às teles em troca de um enrijecimento dos direitos autorais na internet, o que seria um golpe de morte na liberdade hoje vigente no Brasil.

    Caso isso prospere, o Marco Civil, ao invés de representar um avanço na liberdade de expressão na internet brasileira, seria a sua lápide.

    Trecho do editorial da Globo, de hoje, que menciona a novidade:

    “Nesta questão, o projeto acolhe a prática usual de que quem se sentir atingido pelo uso indevido de sua obra possa notificar o suposto infrator, fora das vias judiciais. A partir daí, o notificado passa a ser juridicamente responsável pelo desrespeito ao direito autoral. Mas há quem queira que a comunicação seja feita por tribunais. Na prática, um obstáculo, às vezes intransponível, para artistas, autores, donos de obras, sem dinheiro e estrutura para acionar a Justiça.”

    Mentira e demagogia do Globo. O direito autoral hoje, na internet, é regulado pela Justiça. Assim deve continuar. Se introduzirmos o conceito de notificação extra-judicial, haverá o caos. Será como criar milhares de pedágios na internet. Se eu reproduzir (ou pior, se um comentarista do blog fazê-lo) um trecho de um livro, de uma música, citar uma reportagem, receberei “notificação extra-judicial”?

    Essa regra beneficiará os grandes grupos de mídia, que têm peso financeiro para suportar uma forma de lidar com conteúdo onde se paga por cada palavra publicada. Grupos de mídia que se estruturaram, sempre é bom lembrar, com dinheiro público, via publicidade, financiamento estatal, lobbies parlamentares e golpes de Estado. Isso sem falar na interferência de governos estrangeiros.

    Um marco civil, todavia, só tem sentido se for para beneficiar os pequenos, protegendo-os da violência e poder dos gigantes da mídia e da telefonia.

    *

    Teles e Globo se unem para rever regras da internet

    JULIO WIZIACK, FOLHA DE SÃO PAULO

    As operadoras de telefonia se uniram às Organizações Globo para tentar virar o jogo e rever o ponto central do Marco Civil da Internet, que está previsto para ser votado pela Câmara na quarta-feira.

    A Folha apurou que, a pedido do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), deverá ser votado um texto de consenso, que reunirá sugestões feitas pelas teles e pela Globo. Na quarta passada, a pressão das operadoras impediu a votação.

    Plano B das operadoras pode alterar atual isonomia na rede

    Oficialmente, as empresas não comentam. Por meio de sua assessoria, a Globo afirmou que defende o princípio da neutralidade da rede, principal ponto do projeto, e que não fechou qualquer acordo.

    A reportagem teve acesso a versões preliminares do novo texto que surgiram após uma reunião na casa do presidente da Câmara, quarta.

    Além de representantes das teles e da Globo, estiveram no encontro o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o relator do projeto, deputado Alessandro Molon (PT-RJ).

    A participação da Globo ganhou força porque os radiodifusores buscam garantias de que o projeto trate de direitos autorais. As emissoras querem que conteúdos publicados sem licença na internet sejam retirados do ar pelos sites sem necessidade de ordem judicial, como é hoje.

    BARREIRAS

    A votação do projeto está emperrada porque, da forma como está, ele afeta vários negócios das empresas. As operadoras, donas das redes, vendem pacotes de internet e também têm provedores.

    Emissoras comercializam programas para empresas de TV paga de que são sócias. A Globo, por exemplo, tem participação na Net e também é dona de um provedor de acesso à internet (Globo.com) e do portal de notícias G1.

    Para garantir a neutralidade da rede, nome dado ao tratamento isonômico dos usuários, independente do tipo de acesso, Molon usou regras internacionais como referência.

    De acordo com elas, paga mais quem quer velocidade sem limite de dados. Mas esse cliente não pode ter preferência de acesso, prejudicando quem tem plano básico.

    Para as teles, isso nunca foi um problema. O que elas pretendem é cobrar mais de acordo com o conteúdo ou serviço acessado. Pacotes prevendo upload ou download de vídeo teriam preços maiores.

    Molon é contrário a essa ideia porque ela abriria brechas na neutralidade. Um provedor de conteúdo que gastasse mais com uma operadora teria vantagem competitiva sobre outro, assinante de um plano inferior.

    CULPA DO TRÁFEGO

    A discussão chegou a esse ponto porque, nos últimos anos, o tráfego de dados, principalmente de vídeos em serviços como o Youtube, o Netflix e a AppleTV, cresceu cinco vezes. No período, as receitas nem dobraram.

    Um dos controladores da Oi afirma que, nesse ritmo, a operadora ficará sem recursos para investir em cinco anos. A saída seria cortar dividendos, algo que contraria qualquer modelo de negócio.

    As operadoras reclamam dessa situação desde 2008. Para elas, Google, Apple, Netflix, entre outros, lucram às suas custas. Com custo baixo, exploram comercialmente conteúdos produzidos por terceiros que exigem cada vez mais capacidade da rede.

    Houve uma tentativa de acordo, mas não prosperou. Motivo: empresas como o Google consideram que as operadoras ganham muito com o aumento do tráfego, deveriam reduzir lucros e ampliar investimentos na rede.

    Sem acordo, o Marco Civil da Internet tornou-se o novo palco dessa disputa. Ao cobrar mais de quem acessa vídeos, por exemplo, as teles estariam, indiretamente, equilibrando essa conta.

    ***

    Hora de votar Marco Civil da Internet – EDITORIAL O GLOBO
    O GLOBO – 03/11

    Exemplo lapidar de como a sociedade avança à frente dos arcabouços jurídicos — os quais, de tempos em tempos, precisam ser atualizados — é a internet. E neste momento, no estabelecimento de normas sobre a nova atividade, há o risco de se incorrer em erros capazes de prejudicar o melhor uso possível do que se quer regular. Enquadra-se neste caso o Marco Civil da Internet, projeto encaminhado pelo governo ao Congresso, discutido ao extremo na Câmara dos Deputados, antes de ir ao Senado, e no centro de acesas divergências.

    Mas, em setembro, depois da denúncia de que os espiões eletrônicos da Agência Nacional de Segurança americana bisbilhotavam a presidente Dilma Rousseff, interlocutores e até a Petrobras, o governo viu no projeto a possibilidade de erguer barreiras legais contra este tipo de invasão de privacidade. Foi, então, pedido ao relator do projeto, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), que incluísse no texto a determinação de que os grandes provedores mundiais de internet mantenham centros de dados no Brasil, para facilitar a execução de determinações judiciais sobre qualquer conteúdo que trafegue pela rede no Brasil.

    E para apressar a tramitação na Câmara, o projeto entrou em regime de urgência, para ser aprovado em 45 dias no máximo. O prazo venceu na semana passada, e o Marco Civil passou a trancar a pauta da Casa. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), conclamou as partes em conflito a buscar um acordo antes que o projeto seja colocado em votação, esta semana.

    Há duas grandes divergências. Uma sobre o conceito de “neutralidade de rede”, incluído no projeto com apoio do governo e suprapartidário. E a outra, em torno da defesa do direito autoral. Nesta questão, o projeto acolhe a prática usual de que quem se sentir atingido pelo uso indevido de sua obra possa notificar o suposto infrator, fora das vias judiciais. A partir daí, o notificado passa a ser juridicamente responsável pelo desrespeito ao direito autoral. Mas há quem queira que a comunicação seja feita por tribunais. Na prática, um obstáculo, às vezes intransponível, para artistas, autores, donos de obras, sem dinheiro e estrutura para acionar a Justiça.

    No caso da “neutralidade de rede”, há bolsões atuantes na Casa que discordam do princípio, e neles está o deputado Eduardo Cunha, do Rio de Janeiro, líder da bancada do PMDB. A “neutralidade” enfrenta cerrada oposição das empresas de telecomunicações, em todo o mundo. Pois veem nela um obstáculo ao aumento de receita. Afinal, o princípio garante a qualquer usuário da rede as mesmas condições de tráfego (velocidade, tamanho de arquivo, etc).

    Não é uma questão banal, pois agride a ideia central da internet livre, aberta a todos. Permitir cobrança diferenciada pelos provedores é dar espaço, por exemplo, para a criação de barreira à entrada de novos concorrentes no mundo digital.

    Como tudo já foi debatido ao extremo, é hora de a Câmara votar o projeto.

  6. Concentração de riquezas nas mãos de poucos

    Empresários da comunicação são os mais ricos do mundo, trata-se de um importante setor da economia, no Brasil movimentou dezenas de bilhões de dólares, mesmo assim esses senhores, em especial no nosso país, não permitem a abertura do setor à concorrência:

    Conheça os principais magnatas da mídia no mundo

    Rupert Murdoch

    Murdoch virou pivô de um escândalo após o News of the World grampear telefones (Foto: Getty Images)

    O escândalo provocado pela revelação de que o tabloide News of The World, pertencente ao bilionário australiano Rupert Murdoch, teria grampeado celulares de milhares de pessoas aumentou a preocupação sobre o nível de controle exercido por uma só empresa na mídia britânica.

    No entanto, em todo o mundo, empresas de mídia – seja veículos impressos ou de telecomunicações – são dominadas por magnatas que ostentam grandes fortunas e exercem influência considerável.

     

    Conheça alguns dos principais nomes da mídia em diversos países:

    .

    Brasil

    O mercado de mídia no Brasil é dominado por um punhado de magnatas e famílias.

    Na indústria televisiva, três deles têm maior peso: a família Marinho (dona da Rede Globo, que tem 38,7% do mercado), o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus Edir Macedo (maior acionista da Rede Record, que detém 16,2% do mercado) e Silvio Santos (dono do SBT, 13,4% do mercado).

    A família Marinho também é proprietária de emissoras de rádio, jornais e revistas – campo em que concorre com Roberto Civita, que controla o Grupo Abril (ambos detêm cerca de 60% do mercado editorial).

    Famílias também controlam os principais jornais brasileiros – como os Frias, donos da Folha de S.Paulo, e os Mesquita, de O Estado de S. Paulo (ambos entre os cinco maiores jornais do país). No Rio Grande do Sul, a família Sirotsky é dona do grupo RBS, que controla o jornal Zero Hora, além de TVs, rádios e outros diários regionais.

    Famílias ligadas a políticos tradicionais estão no comando de grupos de mídia em diferentes regiões, como os Magalhães, na Bahia, os Sarney, no Maranhão, e os Collor de Mello, em Alagoas.

    .

    América Latina

    No México, o grupo Televisa tem três canais de TV nacionais, duas operadoras de TV a cabo e um ramo editorial, além de ser dono de três clubes de futebol. O grupo ainda tem 5% das ações da Univisión, o maior canal hispânico dos Estados Unidos.

    O diretor-executivo do grupo, Emilio Azcarraga Jean, é um dos mais influentes empresários do país.

    Os programas da Televisa concentram 70% do mercado publicitário televisivo mexicano. O restante fica com a principal concorrente, a TV Azteca.

    Na América Central, o mais importante magnata da mídia é o mexicano Ángel González, baseado em Miami e que controla 26 canais de TV e 82 estações de rádio em 12 países. Ele é acusado de usar as chamadas “empresas fantasmas” para contornar leis que restringem estrangeiros no comando dessas empresas, o que lhe rendeu o apelido de “Fantasma”.

    Na Colômbia, o segundo homem mais rico do país segundo a revista Forbes, Julio Mario Santo Domingo, tem participação nos negócios mais variados, de cervejarias a companhias aéreas. Ele se destaca, no entanto, por ser o dono da TV Caracol (com 58% da audiência e 52% do mercado publicitário, em dados de 2004) e do segundo jornal do país, oEl Espectador.

    O principal concorrente é o Casa Editorial El Tiempo, dono do maior jornal do país, o El Tiempo, além de várias revistas e de um canal de TV a cabo. A empresa é controlada pelo grupo espanhol Prisa.

    .

    Europa Ocidental

    O velho continente é lar de um dos maiores opositores de Murdoch, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, proprietário do conglomerado de mídia Mediaset.

    Em 2009, a Sky Italia, uma empresa de TV a cabo pertencente a Rupert Murdoch, levou a Mediaset aos tribunais porque a rival vinha se recusando a vender espaço de anúncios para a concorrente.

    O conflito ainda está de pé. O mais recente embate entre as maiores empresas de mídia privada da Itália se deu neste mês. A Sky Italia retirou de um dos pacotes oferecidos a seus assinantes um canal pertencente à Mediaset. A medida fez com que a Mediaset entrasse na justiça contra a concorrente com um pedido de indenização.

    O Mediaset, criado por Berlusconi na década de 1970, forma, juntamente com a RAI (a empresa de TV estatal italiana), um duopólio de mídia na Itália.

    O conglomerado conta com quatro emissoras de TV e com uma fatia do mercado equivalente a 41,3%. A RAI conta com um montante relativo a 36,9% do mercado.

    Berlusconi também tem negócios em TV por assinatura, dois canais na Espanha e investimentos em companhias de TV e de publicidade. Ele conta ainda com ações da Endemol, uma companhia que produz conteúdo para mais de 20 países.

    Na Alemanha, maior conglomerado de mídia é o Axel Springer, que conta com filiais em mais de 30 países. A empresa possui 230 jornais e revistas e também está presente nos setores de rádio e TVs.

    O grupo possui o tabloide Bild, que tem uma tiragem de cerca de 3,5 milhões de exemplares por dia, a maior diária de um jornal em toda a Europa

    Outro importante conglomerado de mídia é o grupo espanhol Prisa, que tem diversos investidores entre seus proprietários. Entre os acionistas majoritários estão o grupo americano Liberty e a família Polanco, que fundou o conglomerado.

    Entre as posses do Prisa estão também o jornal El País, o canal de televisão Canal + e rádio Cadena Ser.

    A empresa tem presença em mais de 20 países (principalmente na América Latina), onde tem investimentos em jornais, rádio e TV, entre outras indústrias de mídia.

    .

    Rússia

    O governo russo continua a ser o maior controlador da mídia local desde que o ex-presidente e atual primeiro-ministro Vladimir Putin reestatizou o maior canal de TV do país, o ORT, em 2000. Ele também transferiu o controle privado do canal NTV para a petrolífera estatal Gazprom.

    Além disso, o governo comanda o grupo Rossia, controlador das três únicas TVs de cobertura nacional, além de canais a cabo e dezenas de emissoras locais. Atualmente, o Kremlin controla todas as principais TVs russas.

    A mídia impressa é menos concentrada. O principal jornal, oKommersant, é propriedade do magnata Alisher Usmanov, um dos donos do time inglês Arsenal.

    Outro magnata, o ex-espião da KGB Alexander Lebedev, é dono do principal jornal de oposição, o Novaya Gazeta. Ele também tem negócios no Reino Unido, onde controla os jornais The Independent e The Evening Standard.

    .

    África

    A Nation Media Group (NMG) é a maior empresa de mídia do leste da África, com braços de mídia eletrônica e impressa. Aga Khan – o líder espiritual da comunidade ismaelita, um ramo do islamismo xiita – é o maior acionista da empresa, com 49% das ações.

    No Quênia, o grupo é dono do jornal diário de maior circulação, o Daily Nation, além de outras duas publicações diárias e uma semanal, duas estações de rádio e uma emissora de TV.

    Em Uganda, o NMG tem um jornal, o Daily Monitor, uma estação de rádio e uma emissora de TV. Na Tanzânia, Aga Khan se diz proprietário de duas publicações diárias.

    O grupo também planeja sua expansão em Ruanda, onde tem planos de comandar um jornal diário e uma emissora de TV. Aga Khan tem o objetivo de estabelecer um conglomerado de mídia pan-africano.

    .

    Estados Unidos

    A americana Anne Cox Chambers, 91 anos, controla o maior grupo de mídia do país, chamado Cox Enterprises, fundado por seu pai em 1898.

    O império controla jornais, emissoras de rádio e TV e canais a cabo em diversos Estados americanos.

    Segundo a revista Forbes, o patrimônio de Anne em 2010 estava em US$ 12,4 bilhões, duas vezes maior que o de Rupert Murdoch, dono da News Corporation, que controla, entre outros veículos, o jornal Wall Street Journal e a rede de TV Fox.

    .

    Sudeste asiático

    Homem mais rico da Malásia, o empresário de origem chinesa Tiong Hiew King controla cinco jornais diários e 30 revistas nas comunidades de língua chinesa na Malásia, Hong Kong, Estados Unidos e Canadá.

    O grupo também é dono do quarto maior jornal de Hong Kong e pretende agora ampliar seus negócios para o Camboja.

     

    BBC Brasil

    http://enecos.org/conheca-os-principais-magnatas-da-midia-no-mundo/

      

  7. Medo da concorrência

    Até que ponto essa movimentação da Globo e teles que estão se movimentando para melar o marco civil da internet tem a ver com o medo de concorrências como esta:

    Magnata Carlos Slim lançará satélite para Internet na América Latina

    AFP

     

    AFPEmpresa do magnata Carlos Slim lançará satélite para América LatinaCarlos Slim investirá 400 milhões de dólares no satélite Star One D1

     

    MÉXICO – A gigante mexicana das telecomunicações América Móvil, propriedade do magnata Carlos Slim, anunciou na quinta-feira (15) o lançamento iminente de um satélite para prover Internet e banda larga de baixo custo a toda a América Latina.

    Com este satélite governos e empresas que transmitirem as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro se beneficiarão, afirma um comunicado da empresa mexicana.

    Com um investimento de 400 milhões de dólares, o satélite Star One D1 “terá nova capacidade em Banda Ku para atender às demandas de dados, vídeo e internet de clientes corporativos e do governo do Brasil, da América do Sul e da América Central, incluindo o México”, disse o comunicado.

    O satélite “dispõe de internet e banda larga de baixo custo” e “terá capacidade para atender às futuras demandas que surgirão com as Olimpíadas de 2016”, já que será lançado no início deste ano, acrescenta.

    A América Móvil anunciou em março a compra dos direitos de transmissão para todas as plataformas de meios de comunicação dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e dos de inverno de Sochi-2014 nos países da América Latina, com exceção do Brasil.

    O novo satélite estará a cargo do Star One, uma importante operadora de satélites da América Latina e subsidiária da Embratel, propriedade do multimilionário Slim.

    O Star One D1, que pesará cerca de 6 toneladas, será construído pela empresa canadense-americana Space Systems Loral e lançado ao espaço por um foguete da empresa francesa Arianespace.

    A América Móvil opera com negócios de telefonia fixa e móvel, internet ou televisão a cabo em 17 países da América Latina – onde conta com 260 milhões de assinantes de linhas celulares – e nos Estados Unidos.

    Por sua vez, o Star One oferece uma capacidade satelital a grandes empresas do Brasil, assim como às principais redes de televisão e diversos órgãos do governo brasileiro, incluindo o ministério da Defesa.

    Na quinta-feira, o Brasil afirmou que busca resguardar a segurança de suas comunicações com outro satélite, assim como com redes e armazenamento mundial próprios, sem depender plenamente dos Estados Unidos, país recentemente acusado de espionar em território sul-americano.

     

     

  8. Liberdade

    Não podemos permitir o domínio da internet pelos grupos de mídia e as concessionárias. Todos os usuários devem ter os mesmos direitos, nada de privilégios. O blog do seu Zezinho e o portal da Globo devem ter como única limitação o seu próprio provedor. A partir do momento da conexão a transmissão para o usuário deve ter as mesmas características técnicas (velocidade, etc.), afinal a internet é apenas o meio que possibilita a interligação do meu computador com outro que forneça  conteúdo.

    Esse meio utiliza a rede telefônica ou ondas, não importando se de rede terrestre ou satélite, em qualquer dos casos a exploração do serviço só pode ocorrer por permissão, concessão ou autorização da União, portanto é patrimônio público. A importância da internet livre para garantir os direitos de expressão e opinião é quase absoluta. Neste caso a União, o atual governo e o futuro, não podem cometer os mesmos erros quando da criação as agências reguladoras. A lei deve ser clara o suficiente para que não fique sujeita as interpretações dos órgãos estatais.

    Dois outros aspectos importantes: a responsabilidade de quem divulga opiniões de terceiros e os famosos direitos autorais.

    No primeiro casos os comentários em sites e blogs, as redes sociais e os provedores de hospedagem não podem ser responsabilizados, cível ou penalmente, pelos conteúdos postados se não for concedido tempo para que retire o que desagradar a alguém.

    O outro, os famosos direitos autorais, a troca de arquivos, a divulgação ou a recriação da obra, sem fins lucrativos deve ser permitida. Não importando se é filme, música, livros, etc. e etc. e etc. Acho que já passou da hora de exterminar os gigolôs das ideias, os proxenetas das interpretações e os grandes cafetões que transformaram a cultura em indústria.

     

  9. Nassif e equipe, por favor, atendam a quem pediu lista expandida

    Reestabeleçam a lista expandida para quem fez essa opçao! O “Ver mais” exige que a página seja refrescada; pára vídeos de música que estejam tocando; e, sobretudo, está atrapalhando a atribuiçao das estrelas (que nao funciona em geral quando se escolhe o Ver Mais, e nao está disponível quando nao se escolhe). 

    1. “”Ver mais” exige que a

      “”Ver mais” exige que a página seja refrescada”:

      Nao, AnaLu, os 3 botoes estao muito perto um do outro e voce pensa que apertou um e apertou outro.  Mas que esse botao esta estorricando a paciencia, esta.

      Descibri acidentalmente (ignorem minhas 5 estrelas no comentario abaixo, foi eu que apertei) que a unica maneira de apertar as estrelas eh apertar “link permanente”.  So que se a pagina tiver 15 comentarios que voce quer estrelar, estamos falando de 15 reloads de pagina -sem contar com os 15 “ver mais”!  O namoro casual com as estrelas subitamente virou um casamento penoso com uma viuva de 30 filhos!

      1. OK, mas atrapalha dar o número de estrelas

        O Ivan ensinou um truque, mas só funciona para a primeira página do tópico. Na segunda, quando a gente clica em link permanente, volta à primeira página. 

  10. EDITORIAL DA FOLHA DE

    EDITORIAL DA FOLHA DE HOJE

    Enquanto especialistas sempre disseram que, sem a neutralidade, a internet será bem diferente –e pior– do que é hoje, executivos das empresas de telecomunicações insistiam que tal princípio tolhe a liberdade do usuário –que não pode, por exemplo, pagar menos para acessar apenas e-mails.

    Mais recentemente, as verdadeiras razões apareceram. Não se trata de debater a democracia, explicou Mario Girasole, executivo da TIM Brasil. “Aqui estamos falando do velho dinheiro”, disse. “Simples assim. É business model’.”

    É simples, de fato. São cerca de 100 milhões de usuários de internet no Brasil, uma parcela crescente da população. Há, de outro lado, um modelo de negócios que beneficia um punhado de empresas.

    Para representantes eleitos pelo voto da população, deveria ser simples sair desse impasse.

  11. E o projeto SIVAM com a tecnologia da estadunidense Raytheon?

    Em época de espionagem na internet, como será que os dados do espaço aéreo da Amazônia são “geridos”, já que o SIVAM usa tecnologia da empresa estadunidense Raytheon, a mesma que criou o Rapid Information Overlay Technology (RIOT), em 2012, para o  governo dos EUA. Na época da implantação do SIVAM, houve forte lobby político dos EUA e até denúncia de espionagem da CIA para vencer a licitacão. Acho que alguém deveria investigar esse caso, que não li em nenhum lugar até agora.

  12. marco regulatorio da internet
    ora a gente do lado de cá da tela esta pouco interessado sobre quem ganha mais ou menos com internet! a gente quer apenas banda larga com preço justo, e qualidade!! JÁ ESTA DE REGULAÇÃO OU MARCO CIVIL QUE SE EXPLODA! CLARO NÃO QUEREMOS CRIMINOSO COMUN IGUAL ESTES QUE ASSALTAM, COMETEM ESTELIONATOS NA REDE MAS SABEMOS SER UM RISCO E JÁ TEMOS UMA PARTE DA POLICIA QUE TRATA DISTO NAS REDES! QUANTO AO RESTO DESDE DE PORNOGRAFIA E TUDO O MAIS QUE CONCEITUALMENTE POSSA VARIAR DE PAIS PARA PAIS COMO CRIME!! QUEREMOS QUE SE EXPLODA NOVAMENTE!! SOBRETUDO QUEREMOS LIBERADADE PARA LER DE MANUAIS DE BIN LADEN ATÉ OS ARTIGOS DO VATICANO E NÃO QUEREMOS PAGAR POR QUALQUER MATERIAL SOBRE EDUCAÇÃO, MELHORIA, ACESSOS A PINACOTECA, ACERVOS ETC!! DISPONIVEL NA INTERNET NÃO APESAR DE CAPITALISTAS NÃO QUEREMOS OS EXPLORADORES NA REDE FIQUEM LONGE DA REDE, QUEREM GANHAR DINHEIRO TUDO BEM MAS SEM PRIVILÉGIO, DOMINIO OU COBRANÇA QUE GOVERNOS NÃO FAÇAM POLITICAGEM COM UM SERVIÇO EMBORA SEJA ESPIONADO NASCEU LIVRE PARA TODOS!! MENOS PARA ALGUMAS MINORIAS COMO OS COMUNISTAS CHINESES QUE SOFREM CENSURA!!

  13. LOBBY DA BURRICE

    O marco civil está para a internet, muito mais que a ley de médios está para a midia televisiva e impressa.

    Ganha quem fizer maior lobby no parlamento.

    $$$$$$.

    Se os políticos venai$ não forem de todo BURROS para enxergar que:  serão eles os maiores prejudicados, amanhã, por quem está lhes subornando, hoje.

    Aí sim!!! Teremos alguma chance.

  14. Obrigado Nassif, eu disse

    Obrigado Nassif, eu disse isso 3 ou 4 meses atrás. Basta ler a entrevista do vice presidente de relações institucionais da Globo. Coloquei o link aqui… Ele diz isso… Nas entrelinhas da última resposta.

     

    Olha aqui ó…

    Pode pular TUDO e ir pra última resposta da entrevista. Ta tudo resumido ALÍ!

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-estrategia-da-globo-em-brasilia

     

    Mas vocês entendem o receio das empresas de telecomunicações?

    Entendemos, mas achamos que o texto não traz os perigos que eles acham que traz. Eles querem ter a possibilidade de oferecer pacotes segundo conteúdo e velocidade, e achamos que o texto que está lá não impede isso. O que o texto impede, e impede bem, é que algum player do lado de cá, do lado do conteúdo, possa comprar das teles uma forma privilegiada para chegar do lado de lá.

    Inclusive você já declarou que a Globo, como player de conteúdo, abre mão dessa possibilidade de negócio.

    Perfeitamente. Não queremos, porque é uma questão estratégica impedir isso. A tele tem o direito de monetizar, e a possibilidade de customização de pacote tem que ser feita na banda da distribuição. Se eu quero ver muito vídeo, eu vou comprar mais banda. Se eu quero só acessar e-mail, vou pagar por menos banda. Como funciona na TV paga. É natural, é da economia de mercado. Só não pode tratar o tráfego de maneira discriminatória, porque o risco é muito grande. Hoje o conteúdo da Globo, UOL, do bar da esquina, tem a mesma oportunidade de chegar no outro lado. Mas se discriminar, o conteúdo do bar da esquina não chega nunca e aí a democracia está ameaçada.

  15. A PRISÃO VIRTUAL ANTE AO TRABALHO REAL

    Marco civil da Internet protege o cidadão na sua intimidade de curiosidade do aprendizado ou de saber para proteger ou denunciar?
    A coisa é mais ou menos assim: Citou “bomba”, logo você será investigado de terrorismo.
    Citou EUA, é investigado se é amigo ou inimigo, citou “mulher nua”, é investigado de pornografia e pedofilia.
    Qualquer coisa que você pesquise, você é será automaticamente cadastrado. Isso é apenas alguns exemplos comuns, na verdade, na virtualidade você tem uma alma virtual emprestada, que fiscaliza e investiga sua vida normal quase que em tempo real. Se você estudar como ao longo dos tempos a relação do ESTADO, GOVERNO e SOCIEDADE verá que é uma dicotomia do aprisionamento, e como isso fisicamente não seria possível, virtualizou o ser humana como forma de controle, nesse mundo virtual, não há formulas básicas como capitalismo, como comunismo, religiões e etc. Na virtualidade é somente controle de possibilidades, aprisionamento e roubo de ideias e informações.
    O marco civil aqui no Brasil não consultou a sociedade, é uma teoria comercial relativizada do ponto de vista de conglomerados de comunicação, quem perde quem ganha mais e o estado controlador é por assim dizer bélica, uma guerra. O cidadão perdeu todas as suas garantias. A constituição lhe da um direito real e existencialmente humano, e a virtualidade lhe tira tudo, por quê? Porque o governo em nome da modernidade impõe a sociedade tudo virtual na mascara da facilidade e rapidez, porém a sociedade quer realmente que o homem abdique do seu trabalho em troca de virtualidade? Quem lhes garantem impostos se tornaram reféns de “avatares” do controle geral, na verdade o que os EUA fizeram com a espionagem foi colocar em prática já em escala universal o controle do mundo que lhes pertencem, foi só um aviso que o cidadão perdeu suas garantias quando abdicou da vida real para a virtual, ninguém imaginava que o estado poderia, mas ele pode, ele é o poder, ele é o controle de mentes e almas pagadoras de impostos.

  16. no que depender do esforço do ministro…

    já sabemos o destino da neutralidade de rede. afinal o cara tem que dar uma contribuição para campanha da greice, ano que vem, tá ‘suscetível’ as demandas do poder econômico. já enterrou a telebras, não muda nada na radiodifusão, atrasou a anatel uns dez anos, mandou a lei dos meios pro latão de lixo, pra acabar só falta ferrar com a internet.

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