As manifestações de junho de 2013 começam a mudar o país

São Paulo é um país à parte. Estado mais desenvolvido do país, abrigando os melhores institutos de pesquisa, a sociedade civil mais robusta, as maiores empresas, o melhor universo cultural, da cultura erudita às manifestações de periferia. E, ainda assim, é um território desconhecido da maior parte da mídia. Os jornais sequer se dão ao trabalho de saber o que se passa debaixo do seu nariz –   as organizações sociais  comandadas por grandes empresários.
 
Hoje em dia existem organizações sociais bancadas pelo setor privado  que combatem a publicidade infantil, que defendem a inclusão de deficientes, que combatem o vício do fumo, que fazem o lobby da educação, que pressionam pela inovação.
 
Todas essas organizações conseguem influenciar as políticas públicas através de canais participativo previstos na Constituição de 1988 e implementados pelos governos que vieram depois – de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso a Lula e Dilma.
 
***
Não apenas influenciam as políticas públicas como praticam a democracia em seu grau mais amplo, relacionando-se com outros grupos sociais e de interesse, buscando aproximações e consensos.
 
Foi esse avanço da sociedade brasileira que germinou na bancada da saúde – um grupo suprapartidário que vem garantindo a continuidade das políticas de saúde independentemente dos governos e dos arranjos políticos. São militantes do PT, do PSDB, do velho PC, servindo a administrações de vários partidos, que colocam a saúde acima das conveniências partidárias.
 
Esse mesmo avanço vem permitindo a formação de consensos na educação, nas discussões que envolvem do Todos Pela Educação (bancado por recursos privados) a sindicatos de professores.

 
Em plano menor – mas igualmente relevante – existem movimentos pela adoção, contra o tráfico de pessoas, pela inclusão de deficientes.
 
É uma explosão de participação similar ao que os Estados Unidos experimentaram em meados do século 19.
 
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Esses avanços  têm diversos fiscais e avalistas. Os princípios constitucionais e legais abriram espaço para uma ação profícua do Ministério Público, do Conselho Nacional de Justiça, da própria Controladoria Geral da União, do sistema Procon.
 
Essa atuação só é possível porque  baseada em documentos legais.
 
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O modelo de democracia indireta balizou a ação dos três poderes e definiu duas formas  de exercício democrático: o Congresso e a mídia como representantes da opinião pública.
 
Nem os políticos nem a velha mídia cumpriram adequadamente seu papel.
 
Foi por isso mesmo que a Constituição de 1988 definiu, em seu artigo 1o que:  “Todo poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
 
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Em vez de combater o avanço social, fariam melhor em defender a ampliação do debate.
 
Quando retoma o modelo, Dilma Rousseff não está avançando sobre o poder de ninguém. Pelo contrário, está abrindo mão de parte do poder imperial da presidência. E fez isso como efeito das manifestações de junho de 2013 e do desgaste das formas centralizadas de poder.
 
Manipulações políticas, aparelhamento e outros vícios devem ser combatidos, e não servir de álibi para se combater o modelo.
Luis Nassif

60 Comentários

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  1. Todo poder emana do povo

    A oposição brasileira é oportunista e estúpida. Dizer que mecanismos de democracia participativa direta são uma forma de totalitarismo é o mesmo que dizer que a cor do vestido da presidenta influencia o voto popular. Rídiculos.

    Todo o mundo civilizado estimula a participação. Basta dar um Google com as expressões “controle social” ou “community council” para enxergar a ponta do iceberg. Até a Folha defende a participação democrática. Vejam só o editorial que achei hoje elogiando o PT.

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/153650-participacao-democratica.shtml

    Participação democrática

    O Brasil é uma democracia, no sentido amplo do termo –garantem-se as liberdades básicas dos cidadãos e o direito de eleger representantes. Mas ela não estará plenamente assentada enquanto falhar no atendimento de demandas relativas a escola, saúde, saneamento, transporte e segurança.

    À luz das conhecidas carências em todas essas áreas e dos igualmente notórios desmandos na esfera política, é compreensível haver uma sensação de distanciamento entre os dirigentes e seus eleitores.

    Se é verdade que há muito a aperfeiçoar de um ponto de vista institucional, é auspicioso verificar a existência de iniciativas bem-sucedidas de participação popular que trazem efeitos práticos.

    O orçamento participativo (OP) municipal tem sido uma ferramenta importante para aumentar a influência da população na alocação de recursos públicos. Implantada pelo PT na cidade de Porto Alegre em 1989, a prática se espalhou e atinge cerca de 350 prefeituras, segundo o jornal “Valor Econômico”.

    De acordo com o estudo “Improving Social Well-Being Through New Democratic Institutions” (melhorando o bem-estar social por meio de novas instituições democráticas), dos cientistas políticos americanos Michael Touchton e Brian Wampler, as cidades que adotam o orçamento participativo investem mais em saúde e saneamento e se destacam em outros indicadores sociais.

    Os pesquisadores analisaram os dados de 253 municípios com mais de 100 mil habitantes. Nos locais onde vigora o OP por quatro anos, observou-se redução 11% maior na mortalidade infantil, em comparação com cidades sem o instituto.

    Também verifica-se o aumento do número de organizações da sociedade civil, que tendem a contar com maior presença dos segmentos mais carentes –justamente aqueles que mais precisam do Estado.

    Há, além disso, maior possibilidade de fiscalização das ações do poder público e, talvez mais importante, a constatação, por parte dos cidadãos, de que algo está sendo feito para eles.

    O aperfeiçoamento da democracia não depende apenas de mudanças no sistema político-eleitoral. A experiência do orçamento participativo mostra ser possível avançar com mecanismos localizados de decisão que tenham maior legitimidade e eficácia.

    A gestão de parcelas das contas municipais é um ponto óbvio de conexão entre governo e sociedade que poderia ser reforçado. A população sabe quais são as suas necessidades –não há motivo para que ela não seja ouvida mais de perto.

  2. O novo chegou

    Nassif, o seu artigo delineia bem o que é o Brasil. Um país que cresceu de forma desorganizada por não inserir todos os segmentos da sociedade nos debates.

    Uma cidade que por ouvir apenas um dos lados permitiu a “morte” do seu centro ao privilegiar novas aberturas de espaços abandonando aquelas já existentes empurrando-a para a desordenamento. O sucateamento dos transportes em prol da indústria de automóveis e a falta de fiscalização na qualidade dos serviços das concessionárias de transportes públicos para atender aos Conselhos desses setores que atuavam com exclusividade terminou por provocar os efeitos colaterais de trânsito saturado e alta poluição e doenças decorrente deles.

    No Brasil existem vários Conselhos que englobam a parte favorecida da população e quando se tenta normatizar a ampliação da representatividade a gritaria aparece.

    Boris Casoy resumiu essa situação quando não aceitou os votos de Feliz Ano Novo dos lixeiros se referindo à eles como escória.

    De que vale a sua assertiva de São Paulo ser o estado “mais desenvolvido do país, abrigando os melhores institutos de pesquisa, a sociedade civil mais robusta, as maiores empresas, o melhor universo cultural, da cultura erudita” ?

    A mesma crítica sobre o Decreto que busca chamar a outra parte da sociedade para que também formem os seus conselhos pode ser vista quando do aumento real do salário mínimo, ao “+ médicos”, às cotas sociais, à política do governo que tem trazido forte crescimento para as regiões mais pobres do país sobretudo do nordeste que tem melhorado acima da média nacional seus índices de PIB e de IDH. Ou seja, não querem a inclusão de outras parcelas para os ditâmes do país e é bom que se esclareça que o STF considerou legais todas as inciciativas do governo no que toca à inclusão e participação popular direta.

    No Brasilianas.Org de ontem a vice-prefeita de São Paulo Nádia Campeão deu uma aula sobre a importância da participação ampla nos processos decisórios para a formação da cidadania de uma  população. Citou, inclusive, a infuência das manifestações de junho do ano passado para a aceleração das medidas de melhorias dos transportes públicos e trânsito na capital paulistana.

    Não percebem os críticos ao Decreto nº 8.243/2014 que ele chama para o debate propositivo de politicas todos os segmentos da sociedade, salvo se eles não se consideram parte social do país.

    Não percebem que tais Conselhos são os melhores instrumentos de fiscalização e cobrança de ações dos nossos governantes.

    Não percebem que ao chamar todos os segmentos para o debate insere a sociedade na vida política da cidade, do estado, e do país, formando com  isso a cidadania, a mesma cidadania que é condição básica, essencial e primeira para que um pais se torne democrático e os resultados serão os de melhores qualidades de vida de todos, inclusive a diminuição de marginalizados e da criminalidade no país.

    Não percebem que foram eles mesmos que ao endossarem e insuflarem as manifestações de junho precipitou essas medidas de avanço democrático com a inclusão desses mesmos manifestantes e outros segmentos nos debates públicos através do Decreto nº 8.243/2014.

    Esse avanço demonstra a importância das oposições e das manifestações populares para a melhoria da democracia.

  3. O surgimento dessas

    O surgimento dessas organizações, visando dar agilidade de um lado e algo mais que altruísmo do outro, numa espécie de terceirização, envolvendo altos e lucrativos negócios tanto na saúde como na educação, criou um vazio nas atribuições do estado que continua com uma burocracia destituída de poder e sem saber o que fazer. Se isso é bom ou ruim, temos para todos os gostos. Da mesma forma os partidos. Como se ausentaram de seu papel social, essas organizações os desprezam. Mas eles estão aí também fazendo altos negócios seguros de que, sem eles, ninguém chega a um dos poderes. As universidades que antes agregavam e incentivavam as disputas e enriquecimento dos debates, estão tomadas por essas organizações que capitalizam os bons resultados e deixam paras as IES o ônus. Contudo, não dá para negar os avanços e transformações como bem pontuou Nassif. Que também já pontuou sua desconfiança com a possível utilização dessas organizações para financiar campanhas.

  4. Democracia direta se dá por

    Democracia direta se dá por plebiscito, por exemplo, portanto ja existe e está regulamentada.

    O PT quer é criar uma espécie de Congresso de Pelegos, com representantes escolhidos a dedo a partir de seu viés ideológico e partidário.

    O MST, por exemplo, é um exemplo que Gilberto Carvaho não se cansa de exaltar como “movimento social”

    Black Bloc é o que, trataria de segurança? Movimento Passe Livre mandando nos transportes? O que no decreto impede que sejam “escolhidos”?

    As manifestações não tiveram “movimento social” nenhum por trás, foi um sentimento difuso de indignação e atropelou o governo.

    Falam tanto em Velha Mídia, deveriam perceber que o PT faz parte de Velha Política. Está perdendo o viço e mostrando a pele autoritária, bolivariana, cubana, chamem do que quiser.

    O PT não tem mais consigo a militância que o criou e lhe deu sua força, quer ganhar na base do decreto imperial uma maneira de arraigar-se no poder, sugar o estado.

    Por que o PT não põe a militância na rua para explicar ao povo suas ideias? Por que a militância atuante hoje é de uma minoria barulhenta que o povo repele.

    1. Eco
      Ontem ouvi Alvaro Dias dizer quase o mesmo na TV. Parece que a iniciativa do executivo de fazer consultas públicas para orientar ações que são sua prerrogativa e obrigação constitucionais está assustando o que há de mais atrasado na política nacional. Sinal de que o governo está indo na direção certa.

      1. O avanço é Sarney, Maluf,

        O avanço é Sarney, Maluf, Barbalho, Collor.

        Macaco velho não olha o próprio rabo, A Velha Política é a cara do Novo PT.

        Querem enganar quem?

         

        1. O Bem está vencendo o Ódio !

          Não.

          A boa política é : älvaro Abduzido Dias, Aecim do Pó, Fernando me Esquece Cardoso, JosÉ Cerra, Batmam STF, Alkmin d”Agua, Borhausen…..liste os demais hérois da “boa política”..

           

           

          1. Pois é…
            Concordo que a

            Pois é…

            Concordo que a democracia tem seus problemas e suas malas sem alça. O ponto não é este.

            O ponto é que não é o PT que vai separar o joio do trigo via uma canetada que lhe daria poder de incrustar pelegos no governo.

            Entendeu?

          2. Reciclar

            O que o Nassif disse neste post é que a Dilma está exercendo a Constituiição. Se até agora ninguém exerceu este estabelecido,  rasgue-a !

            As pessoas têm que mudar e nós, ciidadãos e beneficiados, devemos fiscaluzar e cobrar eficiência. Achar que os Sarneys ( dono do Norte ), Renans, Agripinos e ACMs ( donos do Nordeste) serão SEMPRE ETERNOS mandantes deste Brasil menos, por ora, instruído, é não acreditar que o ser humano é capaz de se reciclar.

            Em um primeiro momento critiquei este proposta  da Dilma e como vários falantes nas rádios ( juízes, intelctuais, advogados, políticos estaduais), também achei que isto só serviria para apdrinhamentos e conchavos e ….mais fiscaiis e auxiliares dos conselheiros. Mas se pensarmos assim é melhor continuar xingando e culpando os outros. A medida proposta está mna Constituição e swerve para o povo participar mais, não era o que os manifestantes queriam, uma democracia participativa ?

            Se for o caso, diminua-se o número de congressistas, que a meu ver, operacionalmente, poder-se-ia reduzir bastante e até extinguir cargos de senadores……muito blá, blá, blá e excelência prá cá e pra lá…mas está na Constituição, deve ter ou teve sua lógica;  pode-se questioná-la …e respeitá-la.

          3. O ponto também não é este
            O executivo tem o direito de formar o governo como bem entende, salvo os cargos privativos de concursados. Para o desempenho de suas prerrogativas, tem o direito e o dever de institucionalizar suas políticas através de decretos. Formar o governo através de alianças e mecanismos participativos não fere as prerrogativas do legislativo e do judiciário, que estão asseguradas pelas garantias constitucionais de equilíbrio entre poderes. Se o executivo fizer de suas políticas participativas um mero aparelhamento do governo, as políticas públicas influenciadas por estes mecanismos tenderão a ser equivocadas, gerando prejuízos ao país, e assim maus resultados políticos que serão refletidos nas urnas. Caso ocorra o contrário e os resultados sejam bons, as urnas também os refletirão. Enfim, a única instância legítima de julgamento dos governos na democracia é a urna. Simples assim. Tudo o mais ou é patrulhamento destrutivo e estéril ou é provocação de criaturas como Alvaro Dias. Sempre existirão os patrulheiros e provocadores de plantão e nenhum governo – nem este nem qualquer outro – vai dar ouvidos a eles se tiver um mínimo de convicção em seus atos.

          4. Gosto não se discute : > LAMENTA-SE

            Duas fotos aqui do blog. O PIB e sua evolução e a que comparava o metrô do Rio e o de Xangai.

            Falta tudo para a Dilma, costumo dizer que o que é um presente para uns é um martírio para outros.

            Ela está lá porque o Lula decidiu manter o PT no Poder, só isto.

          5. O povo não é bobo
            Se as seculares oligarquias brasileiras resolvessem escutar o que o povo diz, talvez não precisassem recorrer a farsas como a edição do debate Lula x Collor ou a bolinha de papel do Serra para depois, quando derrotadas, ficar acusando falsamente os adversários de praticarem os embustes nos quais elas mesmas são useiras e vezeiras.

          6. Existem fraudes e a fraude da democracia patrocinada pelo Lula

            Uma coisa é uma bolinha de papel nos últimos extertores de uma campanha desesperada, outra é uma fraude praticada contra a democracia, como bem demonstra o relatório do banco BofA-Merryl LInch semanas antes, onde ficava claro que a banca ia manietar as eleições através do Lula e seu famigerado plebiscito, documento já postado aqui no Blog dezenas de vezes.

            O Lula fraudou a democracia ao enfiar goela abaxo do POVO dois candidatos da banca, não dando chance para a oposição verdadeira.

            Querem repetir a fórmula vencedora, afinal em “time” que está ganhando não se mexe rsrsrs….

            Brancos e nulos estão ai para melar a eleição, você têm razão, O POVO NÃO É BOBO!

          7. Ah tá …
            E quem é a verdadeira candidatura contra o sistema financeiro (é isso que é a tal banca, não? )? A financiada pelo Itaú ou a que quer Armínio Fraga como Ministro da Fazenda?

          8. Denise Abreu ou outro que encampar a bandeira

            Mas não espere vê-los na Mídia mainstream.

            O Lula justamente apoiou esta aliança, por isto afirmo que ambos os partidos PT e PSDB são farinha do mesmo saco, o PSB é a falsa terceira via.

            Os juros mantidos nas taxas pornográficas, os lucros estratosféricos dos bancos e o apoio ex-nihilo às multinacionais por aqui, como as montadoras automobilisticas, com a destruição da industria nacional e a tragédia do PIB não me deixam mentindo sozinho aqui. É óbvio que não vão falar que estão vendendo o Brasil para se manter no PODER, mas suas ações os denunciam claramente.

    2. Mauro, estude um pouco mais
       LEI Nº 9.709, DE 18 DE NOVEMBRO DE 1998.
      Art. 1o A soberania popular é exercida por sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, nos termos desta Lei e das normas constitucionais pertinentes, mediante:

      I – plebiscito;
      II – referendo;
      III – iniciativa popular.

      1. Onde se encaixa o Decreto da

        Onde se encaixa o Decreto da Dilma?

        Confesso que não entendi, embora tenha estudado, deve ser tudo fruto da minha limitação.

        Aguardo a conexão entre plebiscito, referendo, iniciativa popular e sufrágio universal com meia dúzia de pelegos incrustados no governo por escolha pessoal da Dilma, por exemplo.

    3. Não há no decreto nada que

      Não há no decreto nada que favoreça o aparelhamento através de “escolhas a dedo pelo viés ideológico”. Sua posição é a velha tática de boicotar um projeto baseado em ilações, para depois dizer que só tem gente “assim ou assado”, a tal “pelagada”.

      É parecido com a oposição na Veenzuela que boicotou a eleição para o Parlamento e depois reclamou que o governo controlava todas as instâncias do poder 

      1. “Movimentos sociais

        “Movimentos sociais institucionalizados ou não” é qualquer coisa, até Black Bloc se encaixa, passando pelo MST.

        Eu quero votar!

        Só não quero que o voto de uma pessoa tenha o poder de definir quem são os representantes dos tais movimentos sociais. Peleguismo malandro e inconstitucional, bem típico dos bolivarianos que infelicitam a  América Latina.

  5. por favor me corrijam se não

    por favor me corrijam se não entendi bem,

    mas estamos falando de uma expensão da democracia para as organizações bancadas pelo setor privado? é isso? Mais e melhor democracia para os financiadores da política? Já não é isso mesmo que temos no campo partidário? Aos empresários, democracia direta; aos trabalhadores, o mesmo de sempre? (ou será que resta aos trabalhadores se engajarem numa boa causa tocada pelo bom empresário?)

  6. A bola tá redonda.

    No jargão dos boleiros, quando o cara é pereba a desculpa é o formato da bola.

    Nos dias de hoje, o blogueiro Nassif até quando quer ajudar, atrapalha, vamos ao seu texto:

    São Paulo é um país à parte. Estado mais desenvolvido do país, abrigando os melhores institutos de pesquisa, a sociedade civil mais robusta, as maiores empresas, o melhor universo cultural, da cultura erudita às manifestações de periferia. E, ainda assim, é um território desconhecido da maior parte da mídia. Os jornais sequer se dão ao trabalho de saber o que se passa debaixo do seu nariz –   as organizações sociais  comandadas por grandes empresários. Comentário: Grave erro para um jornalista especializado em economia que se diz dedicado a causas humanitárias e de viés social, confundir desenvolvimento com riqueza. São Paulo é o “país” mais rico do Brasil, mas não é nem de longe o mais desenvolvido. E ele só é rico porque parasitou os mais pobres. Realçar o “melhor universo cultural” é um cacoete hierarquizador digno dos colonizadores, aliás, este é o papel que o neobandeirante imagina para si: O desbravador em meio a aborígenes. SP não tem sociedade civil robusta, tem lobby (ou em alguns casos, quadrilhas organizadas). Hoje em dia existem organizações sociais bancadas pelo setor privado  que combatem a publicidade infantil, que defendem a inclusão de deficientes, que combatem o vício do fumo, que fazem o lobby da educação, que pressionam pela inovação. Comentário: Hoje existem organizações sociais que funcionam como correias de transmissão de conglomerados que desejam empulhar a audiência com “boas intenções”, mas que praticam ao longo de sua cadeia produtiva as maiores barbaridades possibilitadas pelo milagre da “terceirização” e “quarteirização”. Os modelos preconizados pelos lobbies, no quesito educação por exemplo, reivindicam uma total e completa subordinação das políticas educacionais às suas demandas imediatas, e não a construção de um ciclo educacional universalista e capaz de retirar nossos alunos da mera repetição de conteúdos que lhes são empurrados goela adentro.Vez ou outras, o Todos pela Educação solta um balão de ensaio, como nós gastamos mais que a Alemanha em educação (esquecem do escalonamento histórico que hoje permite quem já está no topo gastar menos que quando escalava), ou que salário só não resolve, falta “dedicação”. Todas essas organizações conseguem influenciar as políticas públicas através de canais participativo previstos na Constituição de 1988 e implementados pelos governos que vieram depois – de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso a Lula e Dilma. Comentário: Nada, nadica de nada. Estas organizações se impõem pelo seu peso econômico, como resultado de uma distorção: Concentram grana e conseguem mais apoio para concentrar mais grana. Não há nenhum pleito destas organizações que ultrapassem os limites do benefícios que visualizam quando os apresentam às autoridades constituídas. Você já ouviu empresário reclamando que o problema da saúde é o seu subfinanciamento causado por uma estrutura tributária que protege o rico e esbulha o pobre? Pois é… ***Não apenas influenciam as políticas públicas como praticam a democracia em seu grau mais amplo, relacionando-se com outros grupos sociais e de interesse, buscando aproximações e consensos. Comentário: O que praticam é algo próximo a plutocracia, ou um tipo de democracia que sempre estará insrtumentalizada e hierarquizada. O próprio chavão repetido (“democracia em seu grau mais amplo”) já denuncia. Não existe democracia mais ou menos ampla, há democracia de modos diferentes para diferentes situações e atores envolvidos. Você imagina a FIESP lutando por algo quer beneficie a cidade? Olha o caso do IPTU, por exemplo…Todo o momento que as lutas se aproximam de temas centrais, estes clãs mostram sua verdadeira identidade, sua natureza. Foi esse avanço da sociedade brasileira que germinou na bancada da saúde – um grupo suprapartidário que vem garantindo a continuidade das políticas de saúde independentemente dos governos e dos arranjos políticos. São militantes do PT, do PSDB, do velho PC, servindo a administrações de vários partidos, que colocam a saúde acima das conveniências partidárias. Comentário: O velho truque de deseologizar as ações políticas, como se a atuação de grupos como o citado acima não viessem carregadas de um sentido ideológico claro. A chave “suprapartidária” é a senha. O autor esquece que mesmo servindo a “administrações de vários partidos”, há uma direção clara (de esquerda) nestes avanços.Como resposta o autor citará exceções de governos de direita onde estes grupos atuam. Primeiro: exceção só confirma a regra. Segundo: Depois de estabelecidas como políticas de Estado pela esquerda, não faz mais sentido dizer que a direita é plural por implementá-las, simplesmente porque não resta mais a ela (direita) alternativa, sem prejuízo de seu capital político (como o Bolsa Família, ou o Mais Médicos, para ser específico ao tema). Esse mesmo avanço vem permitindo a formação de consensos na educação, nas discussões que envolvem do Todos Pela Educação (bancado por recursos privados) a sindicatos de professores. Comentários: O Todos Pela Educação é uma tolice que espanta ser citada por um autor tão sério. Só as propagandas veiculadas são sofríveis. As “matérias” ainda piores. Educar é um ato de sacerdócio (vocação), que pode ser disseminado entre todos, embora a responsabilidade e a cobrança seja dos professores, que por serem “sacerdotes”, podem ir para o sacrifício (ganhar mal).Nem vou citar as teses de accountability que vêm embutidas nesta empulhação. Arf. Em plano menor – mas igualmente relevante – existem movimentos pela adoção, contra o tráfico de pessoas, pela inclusão de deficientes. É uma explosão de participação similar ao que os Estados Unidos experimentaram em meados do século 19. Comentário: Analogias históricas são algo complicado. Terreno pantanoso até para especialista, ou nas palavras do comentarista JB, para alguém com “credenciais” (o que não perece ser o caso aqui). Os processos de maturação histórica dos segmentos da sociedade civil estadunidense (ainda que tentemos copiá-los em tudo), com causa e efeito dos processos de desenvolvimento do capitalismo por lá não podem ser transportados a nosso tempo, em nenhum sentido. ***Esses avanços  têm diversos fiscais e avalistas. Os princípios constitucionais e legais abriram espaço para uma ação profícua do Ministério Público, do Conselho Nacional de Justiça, da própria Controladoria Geral da União, do sistema Procon. Comentário: Piada. Defender o ativismo do MP e do CNJ, junto com o estelionato administrativo chamado “procon” nem merece comentário. Essa atuação só é possível porque  baseada em documentos legais. Comentário: Frequentemente os conflitos decorrentes desta “atuação” mostram que os atores envolvido não entendem o sentido político e constitucional desta possibilidade legal de atuação social. *** O modelo de democracia indireta balizou a ação dos três poderes e definiu duas formas  de exercício democrático: o Congresso e a mídia como representantes da opinião pública. Comentário: Não foi o modelo de democracia representativa, e sim a ação de grupo econômicos que sequestraram a democracia e a representatividade. A mídia não é forma algum de exercício democrático, porque ela é em si antidemocrática (estará sempre ao lado dos seus sócios). A participação da mídia neste processo, com o peso que tem é resultado de usurpação, não de outorga constitucional ou delegação tácita. Nem os políticos nem a velha mídia cumpriram adequadamente seu papel. Comentário: O assembleísmo é algo que pode dar ignição a regimes fascistas. Foi por isso mesmo que a Constituição de 1988 definiu, em seu artigo 1o que:  “Todo poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Comentário: Argh! Daqui a pouco teremos outro chavão: Todos são iguais perante a Lei. Jesus, as pessoas quando tomam os enunciados de forma literal derrapam com força.Como imaginar que o presidente da FIRJAN, da Febraban ou da CUT possa deter representatividade para subistituir o que penso no caso de adoção ou aborto? Ou políticas de educação? Ou um diretor de uma ONG que não foi eleito por ninguém para me dizer o que fazer com índios e seus direitos?Em tempo: sociedade civil e conselhos não podem ser tomados como exemplos de democracia direta, que se expressa através de consultas diretas, sem intermediários!!! *** Em vez de combater o avanço social, fariam melhor em defender a ampliação do debate. Quando retoma o modelo, Dilma Rousseff não está avançando sobre o poder de ninguém. Pelo contrário, está abrindo mão de parte do poder imperial da presidência. E fez isso como efeito das manifestações de junho de 2013 e do desgaste das formas centralizadas de poder. Comentário: Aqui o autor tem razão (ufa!) Até a palavra ninguém. Poder presidencial não é “imperial”. O erro não é erro, na verdade traz implícita a noção do autor em dizer que Dilma o exerce desta forma.As manifestações de junho não forma digeridas ainda por boa parte do espectro político brasileiro, e só a arrogância poderia dizer que estas manifestações são a causa de alguma movimentação da presidenta ou de outro poder (será que é a causa da renúncia do imperador barbosa? do aquecimento global?).Dilma está (palpite por palpite eis o meu) ajeitando o terreno para uma inflexão mais à esquerda do seu governo, já que o pacto capitalista brasileiro já dá mostras de extenuação.Ela necessita de capital político para centralizar (e não descentralizar) as decisões que terá que tomar, e que farão parte de uma estratégia de entregar o país em 2018 a um presidente de 72 anos (Lula) que terminará o que ela começou, assim como ela fez com ele em 2010. Manipulações políticas, aparelhamento e outros vícios devem ser combatidos, e não servir de álibi para se combater o modelo. Comentário: Eis aqui em cima o mais novo viés do moralismo classe média esclarecida (aquela que lê Carta Capital): “manipulações políticas, aparelhamentos e outros vícios”.Junte a  poder imperial, centralização, burocratismo, ineficiência de gestão, etc. Mesmo sob o risco da censura, é assim que segue este comentário. Sem massagem.

    1. Apesar da dificuldade com a diagramação, li do início ao fim

      Apesar da dificuldade com a diagramação, li do início ao fim seu comentário. Sem massagem e sem censura. Que continue assim.

    2. Nada de novo, só mais do mesmo

      Procure ser original em suas contribuições, ecoar a vóz rasteira que se ouve em conversas de butequim não adianta a agenda de uma gota que seja.

      Problemas todos conhecemos, como sair desta encrenca e instaurar um círculo virtuoso político com democracia republicana num Estado de Direito é que é o busílis.

       

  7. Esta iniciativa é pura

    Esta iniciativa é pura manobra eleitoreira. O governo federal sabe inconstitucional o decreto. Discordam? Vamos lá: o artigo 1º da CF88 diz, claramente, em seu parágrafo único, que ” todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, NOS TERMOS DESTA CONSTITUIÇÃO”. Os termos constitucionais são cristalinos: exerce diretamente, o povo, na forma de plebiscitos, referendos e iniciativa popular (art. 14).

    O que o governo faz, jogando para platéia, é diversionismo criativo, com vistas à propaganda eleitoral.

    Vai que passa, né? Aí se aparelha (mais) o Estado com os companheiros que dizem representar a sociedade.

    1. CAPÍTULO VIIDA ADMINISTRAÇÃO

      CAPÍTULO VII
      DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
      Seção I
       

      Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, PUBLICIDADE e eficiência e, também, ao seguinte: 

      (…)

      § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, (…)

       

  8. PRIMEIRA LEI ANTICORRUPÇÃO EMPRESARIAL E O AGITADO JUNHO/2013

    Nassif, na realidade as  “manifestações de junho de 2013 começaram a mudar o país naquele momento. Há um exemplo forte do seu efeito, a curtíssimo prazo, provando o maravilhoso milagre da democracia direta combinada com a democracia representativa. Trata-se da primeira lei brasileira anticorrupção empresarial (12.846/13). Estava patinando há mais 1.000 dias (desde 2010) no parlamento. Porém, em apenas 30 dias foi aprovada pelo congresso e pela presidente da República (julho/agosto 2013). E entrou em vigor 4 meses depois:29 de janeiro de 2014. Especialistas brasileiros e estrangeiros da área de direito e compliance afirmam que a lei tem tudo pra influenciar  uma mudança de paradigma na gestão das empresas e instituições em nosso País.

    Os líderes dispõem de dois caminhos para se ajustar a nova realidade emergente: “reativo” ou “proativo”. O segundo é mais sábio. Não adianta engordar a organização com uma “nova burocracia de controles excesivos”: precisa haver coragem de criar uma “educação corporativa alicerçada em valores”. Dá lucro, além de tornar as instituições empresas brasileiras mais competitivas internacionalmente, mais admiradas, com melhor reputação, e mais sustentáveis a longo prazo..

    1. Muito boa lembrança.
      Seria

      Muito boa lembrança.

      Seria este o motivo para o setor privado travar seus investimentos em 2014?

      Estariam eles trancados em gabinetes com seus advogados revendo seus métodos inconfessáveis que usam nos bastidores das licitações e parcerias com o setor público ?

  9. Na política não existe vácuo de poder

    A Dilma é incompetente, não faz política profissional e os resultados do seu governo são pífios.

    A anarquia e o caos ocupam este vácuo de poder deixado pela presidência da República, que detem a caneta e a chave do cofre.

    O Brasil continua no concerto das nações sendo a piada da vez.

    O Brasil está sem Norte, sem Rumo e sem Estrela.

    Vamos acelerando para uma catástrofe social.

    Só não vê quem não quer, os fatos acima são claros e certeiros, não existe refutação. Se existisse, como já os coloquei aqui mais de trezentas vêzes, já teriam sido refutados.

    Nâo foram e não serão.

    A revolução está mais perto do que muitos pensam.

    1. Weber, não se desespere

      Você está completamente desinformado do que pensa e quer o povo, assim como o seu candidato que perde para Dilma até dentro do seu próprio estado de Pernambuco. Vocês não conhecem o país.

      Pesquisa de Ibope divulgada ontem:

      ScreenHunter_3860 Jun. 02 16.01

      1. Denise Abreu – Candidata a presidenta do Brasil em 2014

        Podem tentar no desespero colar meu apoio ao Campos, mas meu voto é  da Denise Abreu n, 51.

        Pt + PSDB são farinha do mesmo saco.

        1. Campos está tão desmoralizado

          Campos está tão desmoralizado que até um filiado do partido dele lhe nega o voto.

          Vai lá, Weber

          http://www.dallavecchiabebidas.com.br/loja/image/cache/data/9-500x500.jpg

          1. Com esta foto o Lula abandona a Dilma KKKKKK!!!!!!

            Dá-lhe água que passarinho não bebe.

    2. Jesus está voltando, prepara-te…

      Não pude resistir a piada, mesmo ofendendo meus conceitos de tolerância religiosa (ora bolas, a intolerância é a tônica das religiões, por que deveria me sentir culpado afinal?).

      Ninguém te refuta, caro amigo, porque não há como fazê-lo sem ofendê-lo, seja com ironia, seja com alheiamento.

      Por educação e cordialidade (não aquela do SBH), todos vão deixando passar estas loucuras, que vez por outra, contêm algo aproveitável.

      Quando aquilo que falares fizer algum sentido, tenha certeza que te darão a réplica que anseias.

      Salve a Democracia.

      1. Como sempre:> Nada no assunto

        Como sempre a canalha ofende o mensageiro e aceita a peja de idiotia.

        Mas como o anônimo acima parece querer chefiar a quadrilha e institucionalizar a ignorância vamos por partes:

        Qual o Rumo do Brasil ?

        Qual o Norte que o Guia?

        Qual a estrela que estrutura este projeto?

        Nunca vi responderem estas questões, mas o câmbio liquidando a industria e a auto-estima dos empresários brasileiros está ai, fotografado pelo PIB mediocre.

        Não me refutam porque não querem.

        Interditam o debate e somem com candidatos a presidência.

        É isto que te move a me ofender?

        Acorda, larga de ser inocênte útil!

    3. Eleições e o embrutecimento mental

      Não entendo estas alternativas de governo baseadas na contrariedade. Cadê o plano. Vão perder para uma má gestora política porque são piores que ela. Inacreditável essa pauta de folheto escolar.

    4. Você tem razão…

      ninguém leva a serio suas opiniões. São tarefas que lhe dão para fazer, e você não consegue ser convincente, porque briga com a realidade. Continue tentando, e quem sabe se Alckmin for reeleito, o Marcio França lhe recompense com um bom emprego.

      1. Bebeu com o ninguém ?

        Acorda, eu não tenho nada a ver com o Márcio França, Ele é presidente do PSB paulista, mas aqui existe democracia e cada um têm suas idéias, não é pensamento único. Você está confundindo os partidos que distribuem cargos para filiados.

        Minhas idéias estão ai comprovadas, sempre junto fatos concretos para dar embasamento a elas.

  10. A palavra “POVO” exerce sobre

    A palavra “POVO” exerce sobre os demotucanos o mesmo efeito que o alho e a cruz exercem sobre os vampiros. Associada quando vem, na mesma frase, associada à palavra “PARTICIPAÇÃO”, o efeit é o de  um coquetel de curare com cicuta. 

  11. Corrigindo o formato de “A bola está redonda”.

    No jargão dos boleiros, quando o cara é pereba a desculpa é o formato da bola.

    Nos dias de hoje, o blogueiro Nassif até quando quer ajudar, atrapalha, vamos ao seu texto:

    “São Paulo é um país à parte. Estado mais desenvolvido do país, abrigando os melhores institutos de pesquisa, a sociedade civil mais robusta, as maiores empresas, o melhor universo cultural, da cultura erudita às manifestações de periferia. E, ainda assim, é um território desconhecido da maior parte da mídia. Os jornais sequer se dão ao trabalho de saber o que se passa debaixo do seu nariz –   as organizações sociais  comandadas por grandes empresários. “

    Comentário: Grave erro para um jornalista especializado em economia que se diz dedicado a causas humanitárias e de viés social, confundir desenvolvimento com riqueza. São Paulo é o “país” mais rico do Brasil, mas não é nem de longe o mais desenvolvido. E ele só é rico porque parasitou os mais pobres. Realçar o “melhor universo cultural” é um cacoete hierarquizador digno dos colonizadores, aliás, este é o papel que o neobandeirante imagina para si: O desbravador em meio a aborígenes. SP não tem sociedade civil robusta, tem lobby (ou em alguns casos, quadrilhas organizadas). 

    “Hoje em dia existem organizações sociais bancadas pelo setor privado  que combatem a publicidade infantil, que defendem a inclusão de deficientes, que combatem o vício do fumo, que fazem o lobby da educação, que pressionam pela inovação. “

    Comentário: Hoje existem organizações sociais que funcionam como correias de transmissão de conglomerados que desejam empulhar a audiência com “boas intenções”, mas que praticam ao longo de sua cadeia produtiva as maiores barbaridades possibilitadas pelo milagre da “terceirização” e “quarteirização”. Os modelos preconizados pelos lobbies, no quesito educação por exemplo, reivindicam uma total e completa subordinação das políticas educacionais às suas demandas imediatas, e não a construção de um ciclo educacional universalista e capaz de retirar nossos alunos da mera repetição de conteúdos que lhes são empurrados goela adentro.Vez ou outras, o Todos pela Educação solta um balão de ensaio, como nós gastamos mais que a Alemanha em educação (esquecem do escalonamento histórico que hoje permite quem já está no topo gastar menos que quando escalava), ou que salário só não resolve, falta “dedicação”. 

    “Todas essas organizações conseguem influenciar as políticas públicas através de canais participativo previstos na Constituição de 1988 e implementados pelos governos que vieram depois – de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso a Lula e Dilma. “

    Comentário: Nada, nadica de nada. Estas organizações se impõem pelo seu peso econômico, como resultado de uma distorção: Concentram grana e conseguem mais apoio para concentrar mais grana. Não há nenhum pleito destas organizações que ultrapassem os limites do benefícios que visualizam quando os apresentam às autoridades constituídas. Você já ouviu empresário reclamando que o problema da saúde é o seu subfinanciamento causado por uma estrutura tributária que protege o rico e esbulha o pobre? Pois é… 

    ***

    “Não apenas influenciam as políticas públicas como praticam a democracia em seu grau mais amplo, relacionando-se com outros grupos sociais e de interesse, buscando aproximações e consensos.” 

    Comentário: O que praticam é algo próximo a plutocracia, ou um tipo de democracia que sempre estará insrtumentalizada e hierarquizada. O próprio chavão repetido (“democracia em seu grau mais amplo”) já denuncia. Não existe democracia mais ou menos ampla, há democracia de modos diferentes para diferentes situações e atores envolvidos. Você imagina a FIESP lutando por algo quer beneficie a cidade? Olha o caso do IPTU, por exemplo…Todo o momento que as lutas se aproximam de temas centrais, estes clãs mostram sua verdadeira identidade, sua natureza. 

    “Foi esse avanço da sociedade brasileira que germinou na bancada da saúde – um grupo suprapartidário que vem garantindo a continuidade das políticas de saúde independentemente dos governos e dos arranjos políticos. São militantes do PT, do PSDB, do velho PC, servindo a administrações de vários partidos, que colocam a saúde acima das conveniências partidárias. “

    Comentário: O velho truque de deseologizar as ações políticas, como se a atuação de grupos como o citado acima não viessem carregadas de um sentido ideológico claro. A chave “suprapartidária” é a senha. O autor esquece que mesmo servindo a “administrações de vários partidos”, há uma direção clara (de esquerda) nestes avanços.Como resposta o autor citará exceções de governos de direita onde estes grupos atuam. Primeiro: exceção só confirma a regra. Segundo: Depois de estabelecidas como políticas de Estado pela esquerda, não faz mais sentido dizer que a direita é plural por implementá-las, simplesmente porque não resta mais a ela (direita) alternativa, sem prejuízo de seu capital político (como o Bolsa Família, ou o Mais Médicos, para ser específico ao tema). 

    “Esse mesmo avanço vem permitindo a formação de consensos na educação, nas discussões que envolvem do Todos Pela Educação (bancado por recursos privados) a sindicatos de professores. “

    Comentários: O Todos Pela Educação é uma tolice que espanta ser citada por um autor tão sério. Só as propagandas veiculadas são sofríveis. As “matérias” ainda piores. Educar é um ato de sacerdócio (vocação), que pode ser disseminado entre todos, embora a responsabilidade e a cobrança seja dos professores, que por serem “sacerdotes”, podem ir para o sacrifício (ganhar mal).Nem vou citar as teses de accountability que vêm embutidas nesta empulhação. Arf. 

    “Em plano menor – mas igualmente relevante – existem movimentos pela adoção, contra o tráfico de pessoas, pela inclusão de deficientes. É uma explosão de participação similar ao que os Estados Unidos experimentaram em meados do século 19.” 

    Comentário: Analogias históricas são algo complicado. Terreno pantanoso até para especialista, ou nas palavras do comentarista JB, para alguém com “credenciais” (o que não perece ser o caso aqui). Os processos de maturação histórica dos segmentos da sociedade civil estadunidense (ainda que tentemos copiá-los em tudo), com causa e efeito dos processos de desenvolvimento do capitalismo por lá não podem ser transportados a nosso tempo, em nenhum sentido. 

    ***

    “Esses avanços  têm diversos fiscais e avalistas. Os princípios constitucionais e legais abriram espaço para uma ação profícua do Ministério Público, do Conselho Nacional de Justiça, da própria Controladoria Geral da União, do sistema Procon.” 

    Comentário: Piada. Defender o ativismo do MP e do CNJ, junto com o estelionato administrativo chamado “procon” nem merece comentário. 

    “Essa atuação só é possível porque  baseada em documentos legais.” 

    Comentário: Frequentemente os conflitos decorrentes desta “atuação” mostram que os atores envolvidos não “entendem” o sentido político e constitucional desta possibilidade legal de atuação social (adendo ao comentário original: e geralmente se insurgem e a mudam, pelos meios possibilitados pela democracia representativa). 

    *** 

    “O modelo de democracia indireta balizou a ação dos três poderes e definiu duas formas  de exercício democrático: o Congresso e a mídia como representantes da opinião pública.” 

    Comentário: Não foi o modelo de democracia representativa, e sim a ação de grupo econômicos que sequestraram a democracia e a representatividade. A mídia não é forma algum de exercício democrático, porque ela é em si antidemocrática (estará sempre ao lado dos seus sócios). A participação da mídia neste processo, com o peso que tem é resultado de usurpação, não de outorga constitucional ou delegação tácita. 

    “Nem os políticos nem a velha mídia cumpriram adequadamente seu papel.” 

    Comentário: O assembleísmo é algo que pode dar ignição a regimes fascistas. 

    “Foi por isso mesmo que a Constituição de 1988 definiu, em seu artigo 1o que:  “Todo poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. 

    Comentário: Argh! Daqui a pouco teremos outro chavão: Todos são iguais perante a Lei. Jesus, as pessoas quando tomam os enunciados de forma literal derrapam com força.Como imaginar que o presidente da FIRJAN, da Febraban ou da CUT possa deter representatividade para subistituir o que penso no caso de adoção ou aborto? Ou políticas de educação? Ou um diretor de uma ONG que não foi eleito por ninguém para me dizer o que fazer com índios e seus direitos?Em tempo: sociedade civil e conselhos não podem ser tomados como exemplos de democracia direta, que se expressa através de consultas diretas, sem intermediários!!! 

    *** 

    “Em vez de combater o avanço social, fariam melhor em defender a ampliação do debate. Quando retoma o modelo, Dilma Rousseff não está avançando sobre o poder de ninguém. Pelo contrário, está abrindo mão de parte do poder imperial da presidência. E fez isso como efeito das manifestações de junho de 2013 e do desgaste das formas centralizadas de poder.” 

    Comentário: Aqui o autor tem razão (ufa!) Até a palavra ninguém. Poder presidencial não é “imperial”. O erro não é erro, na verdade traz implícita a noção do autor em dizer que Dilma o exerce desta forma.

    As manifestações de junho não forma digeridas ainda por boa parte do espectro político brasileiro, e só a arrogância poderia dizer que estas manifestações são a causa de alguma movimentação da presidenta ou de outro poder (será que é a causa da renúncia do imperador barbosa? do aquecimento global?).Dilma está (palpite por palpite eis o meu) ajeitando o terreno para uma inflexão mais à esquerda do seu governo, já que o pacto capitalista brasileiro já dá mostras de extenuação.Ela necessita de capital político para centralizar (e não descentralizar) as decisões que terá que tomar, e que farão parte de uma estratégia de entregar o país em 2018 a um presidente de 72 anos (Lula) que terminará o que ela começou, assim como ela fez com ele em 2010. 

    “Manipulações políticas, aparelhamento e outros vícios devem ser combatidos, e não servir de álibi para se combater o modelo.”

    Comentário: Eis aqui em cima o mais novo viés do moralismo classe média esclarecida (aquela que lê Carta Capital): “manipulações políticas, aparelhamentos e outros vícios”.Junte a  poder imperial, centralização, burocratismo, ineficiência de gestão, etc. Mesmo sob o risco da censura, é assim que segue este comentário. Sem massagem.

    1. Falta muito para corrigir

      Nada de novo, só mais do mesmo

      Procure ser original em suas contribuições, ecoar a vóz rasteira que se ouve em conversas de butequim não adianta a agenda de uma gota que seja.

      Problemas todos conhecemos, como sair desta encrenca e instaurar um círculo virtuoso político com democracia republicana num Estado de Direito é que é o busílis.

       

  12. Constitucional só se a palavra final seja do Poder Legislativo

    Nassif, qualquer organização ou associação, sejam publicas ou privadas, podem propor “iniciativas” diretamente de leis complementares e ordinárias, desde que observada a forma do artigo 61, §2º, da Constituição. Não há vedação constitucional à criação pela Presidência da República de foros sociais consultivos e propositivos de legislação, desde que o projeto seja subscrito pela Presidência da República (artigos 60-II e 61 §1º da CF) e seja deliberado pelo Congresso Nacional.

  13. O pig deforma tudo

    Vamos nos lembrar que o pig desinforma e deforma até aspirações populares. É valida toda reclamação e pedido quando vem do povo, infelizmente ele é deformado pelo pig bandido, uma das suas maiores bandidagens, e as análises ficam difíceis. Mas quem no meio dessa bagunça toda melhor agiu foi a Dilma, que as aceitou, procurou captar e atendê-las.

    Mais um malefício cometido pelo pig. Este pig que conseguiu 41% (?) das pessoas contra a copa mostra bem o tamanho do crime que faz. Em nenhum outro país uma festa tão boa e lucrativa teria esta multidão contra. Dá bem a dimenção do mal que o pig faz e o incompreensivel mal que os jornalistas vassalos do pig cometem. Quando o judiciário vai acordar e agir contra estes bandidos.

  14. Negado companheiro, Dilma

    Negado companheiro, Dilma está somente em parte substituindo os representantes eleitos pelo voto do povo, pelos supostos representantes dos manifestantes MPL, UNE, MST, MTST, SINDICATOS, ONGS, a decantada sociedade civil. Só tem um problema: os manifestantes que foram as ruas no fatídico mês de Junho com a clara intenção de dá um golpe de Estado, pelo menos aqueles que se assenhoraram dos protestos, aproveitando de um romantismo infantil de coroas frustados, não conseguiram o pleno controle das massas, tanto que as massas sairam das ruas e ao fazê-lo deixou muito bem demonstrado que não deu nenhuma delegação a esses movimentos , chamados de sociedade civil para representá-las em qualquer conselho. do ou fora a governos. O melhor que se faria por essas massas era seguir o conselho de Emerson que pontuou: “Deviam parar com a demagogia sobre as massas. As massas são rudes, sem preparação, ignorantes, perniciosas em suas reivindicações e influências. Não precisam de lisonjas mas de instrução.” 

    1. Nada pelo social
      Pelo desenrolar do discurso fui desconfiando onde ia chegar e, no final, batata! Chegou de fato ao mais manjado e atrasado dos discursos oligárquicos: POBRE NÃO SABE VOTAR. Parece disco arranhado: não sai deste lugar.

  15. Sugestão:
    Que os sindicatos

    Sugestão:

    Que os sindicatos ligados ao PT e o próprio  abram suas organizações ao povo que representam.

    O Zé Torneiro teria direito a discutir as políticas, questionar o uso dinheiro e auditar as contas.

    A Dna. Maria entraria no diretório do partido e fiscalizariam para onde vai o din din.

    O João Caixa de Banco saberia quem o sindicato banca, quanto recebe a diretoria.

    O Tião Lavrador saberia como são disponibizados os assentamentos, as cestas populares, o quanto recebe o Stedille lá no MST.

    Todos teriam o direito de ver o que se discute numa reunião entre motoristas e donos das empresas de ônibus, como os mais altos interesses são representados pelos Eleitos e acordos são fechados.

    Haveriam mesas e mais mesas de participação popular!

    Seria lindo, poético, mas acho que um tanto utópico.

     

     

    1. hors concours

      A internet é território livre, e sujeito à publicação de muitas bobagens, Mas você Mauro Battiferro, superou – num só comentário, todas as asneiras que li nos últimos meses. Você não entende nada de associações sindicais, ou partidos políticos. 

  16. Os melhores institutos de

    Os melhores institutos de pesquisa do país encontram-se sediados na Ilha do Fundão, dentro da UFRJ, no Rio de Janeiro. As maiores empresas do país (Petrobras, Vale e Eletrobras) encontram-se sediadas no Rio de Janeiro e as manifestações eclodiram por todo o país após as manifestações do Rio de Janeiro, em especial, a que ocorreu com mais de 1 milhão de pessoas na Av. Presidente Vargas, no Centro da cidade.

     

    São Paulo só tem dinheiro e pretensão, muita pretensão….

    1. Petrobrás, Eletrobrás, BNDES

      Petrobrás, Eletrobrás, BNDES e tantas outras deveriam estar em Brasília, capital federal dos órgãos públicos.

      Os paulistas se acham mesmo.  Mas é por mérito de pujança econômica (que já nem é mais tão pujante assim), centro de decisões, encontro de multi culturas etc. Mas em termos de preconceito social, é campeã, sem dúvida.

      1. Engraçado, as maiores

        Engraçado, as maiores empresas sediadas em São Paulo são Banco do Brasil e Embraer, com capital público da União e, segundo seu parco raciocínio, deveriam estar sediadas em Brasília.

         

        Outro pólo de grande arrecadaçao paulista de iCMS é o complexo de Paulínia que, como se sabe, também carrega investimentos públicos e, segundo sua limitada visão, deveria estar em Brasília…

         

        Pretensão, muita pretensão….

         

        PS: São Paulo só foi centro de decisões durantes os detestáveis anos do governo FHC, e só…

        PS 2: A verdade é uma só: São Paulo se desenvolveu e enriqueceu com dinheiro público da União, como fez Juscelino ao levar para lá a indústria automobilística nos anos 50, dentre outros financiamentos a fundo perdido ou mediante juros “de mãe para filho”… O discurso de “povo empreendedor” não passa de folclore…

        1. Sede do BB em SP? Nem vou

          Sede do BB em SP? Nem vou discutir…

          Vc confundiu tudo, anda meio zonzo com a iminente reeleição da Dilma.

          Fica aí com seu bairrismo tosco.

          1. “anda meio zonzo com a

            “anda meio zonzo com a iminente reeleição da Dilma”

             

            Parece que você tem analfabetismo funcional…rs

  17. Desculpem quem age por São

    Desculpem quem age por São Paulo, mídia, ongs, organizações sociais, princípios constitucionais, Ministério Público, Conselho Nacional de Justiça, Controladoria Geral da União, sistema Procon, eles não representam nada quando se fala do sistema econômico que engloba o complexo ordenado dos valores em que nos situamos.

    São apenas agentes movidos em que pesa isso e aquilo de tolerância, sem conhecimento consecutivo, minha gente!

    Como é que pode ter tanta inteligência desperdiçada, sobre o primordial princípio da economia, se não existe a nossa pluralidade reduzida à unidade do movimento interno e o sujeito dessa potência?

    Se produzimos o que não se perfaz e determina, o Brasil ainda vai continuar por muito tempo sem ter nenhum poder.

     

    1. Aliás essa falta de

      Aliás essa falta de sensibilidade não é privilégio representativo só deles, nem é mais justificativa da força prática da alienação social que deu muitas voltas nas grades dos chamados críticos intelectuais até desembocar na prisão superior dos que rejeitam transpor-se para o mundo real decifrado.

      “Na perspectiva do idealismo hegeliano todo o mundo material é uma alienação do espírito. Em Feurbach a transcendência de Deus é uma alienação: “O homem projeta sua essência para fora de si a oposição do divino e do homem é uma posição ilusória… todas as determinações do ser divino são determinações do ser humano”. – Feurbach – Rio de Fogo, pag.  24.

      Eu, porém, afirmo este pensamento de que a alienação do espírito é uma transcendência de Deus (algo divino), com a autoridade que foi revelada como oposição (o valor) deduzido do homem para fora de si – não mais a posição ilusória do mercado –  mas do mundo que chega ao movimento interno como cópia original da natureza exterior de todas as determinações do ser humano.

       

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