As ondas tectônicas que vêm da China

Não são pequenas as preocupações suscitadas pela crise na China.

A China não é uma democracia, mas tem alternância de poder. Estas se dão no âmbito do Partido Comunista Chinês, com movimentos pendulares similares aos das democracias ocidentais: a uma gestão voltada para o mercado sucede outra com preocupações sociais e regionais.

De um lado, grupos políticos baseados em Xangai; de outro, lideranças provinciais bem sucedidas. O fator de legitimação são as taxas de crescimento, necessárias para dar conta não apenas da inclusão mastodôntica de chineses ao mercado de consumo, mas também às aspirações de melhoria contínua na vida dos chineses já incluídos.

E não tem jeito. Os grandes crescimentos nacionais sempre se deram através da urbanização, da incorporação da mão de obra rural nas indústrias.

O final dos ciclos sempre são marcados por crises de superinvestimento, de criação de enorme capacidade ociosa nas indústrias pela frustração no ritmo de crescimento anterior. A frustração do processo de melhoria produz terremotos sociais e políticos. Os comícios da Vila Euclides ocorreram quando as perspectivas de melhoria cessaram, mesmo com os metalúrgicos em situação muito melhor do que no início dos anos 70.

A crise transborda para a política, obrigando o governo chinês a malabarismos. Sua estratégia tem sido convencer a opinião pública da importância do avanço geopolítico para fora das suas fronteiras. Esse desafio externo funciona como álibi para expurgos que estão sendo realizado nas Forças Armadas – a pretexto de coibir a corrupção -, visando colocar em cargos-chave generais fiéis ao presidente, para se contrapor a golpes potenciais advindos do Partido Comunista.

***

Não é pouca insegurança, em se tratando da segunda economia do planeta.

O componente político aumenta a volatilidade. O componente real, o econômico, provoca os terremotos globais. A frustração do ritmo de crescimento das últimas décadas muda o comércio e o sistema de preços mundial.

O efeito imediato é a queda das cotações das commodities batendo direto na economia brasileira.

Outro efeito é a volta atrás na estratégia de substituir exportações por investimentos internos. As minidesvalorizações da moeda chinesa trazem o fantasma de uma nova invasão de produtos chineses nos principais mercados globais. Ao mesmo tempo, há ondas de desvalorizações da moeda de inúmeros emergentes.

***

As ondas subsequentes são complicadas.

A queda nos preços do petróleo afeta a competitividade de inúmeros setores que nasceram com o petróleo caro, mais especificamente o xisto nos Estados Unidos e o conjunto de pesquisas em energias alternativas. Bate na geração de caixa da Petrobras. Por outro lado, abre espaço para uma recuperação mais rápida da economia mundial.

Pelo tamanho da China, cada movimento gera ondas tectônicas mudando as correlações de preços, em ondas sucessivas. As somas de perdas e ganhos impedem qualquer avaliação objetiva sobre as resultantes, ainda mais incluindo-se nesse quadro os desdobramentos políticos e geopolíticos.

Enfim, é um momento aguardado há tempos, que marcou a explosão de todas as grandes economias globais. Mesmo aguardado, sempre pega o mundo de surpresa.

Luis Nassif

31 Comentários

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  1. Com os remos nas mãos

    Tempos dolorosos à frente Nassif.

    Muita incerteza hoje, ainda mais impactada por uma situação externa grave.  E o horizonte, nebuloso, sob as brumas.

    Que tenhamos a calma necessária para atravessar.

    Obrigada.  Até.

    1. Devaluation Stunner: China Has Dumped $100 Billion In Treasurys

      On August 11, China devalued its currency, and in the subsequent 3 days the onshore Yuan, the CNY, tumbled by some 4% against the dollar. Then, as if by magic, the CNY stabilized when China started intervening massively, only this time not through the fixing, but in the actual FX market.

      This means that while China has previously been dumping reserves as a matter of FX policy, after August 11 it was intervening directly in the FX market, with the intervention said to really pick up after the FOMC Minutes on August 19, the same day the market finally topped out, and has tumbled into a correction since then. The result was the same: massive FX reserve liquidations to defend the currency one way or the other.

      And yet something curious emerges when comparing the traditionally tight, and inverse, relationship between the S&P and the Treausry long-end: the drop in yields has not been anywhere near as profound as the tumble in stocks. In fact, the 30 Year is wider now than where it was the day China announced the Yuan devaluation.

      Why is that?

      We hinted at the answer on two occasions earlier (here and here) and yet the point is so critical, and was missed by virtually all readers, that it deserves to be repeated once again: as part of China’s devaluation and subsequent attempts to contain said devaluation, it has been purging foreign reserves at an epic pace. Said otherwise, China has sold an epic amount of Treasurys in the past two weeks.

      How epic? We turn it over to SocGen once again:

        

      The PBoC cut the RRR for all banks by 50bp and offered additional reductions for leasing companies (300bp) and rural banks (50bp). All these will take effect as of 6 September, and the total amount of liquidity injected will be close to CNY700bn, or $106bn based on today’s onshore exchange rate.  In perspective, the PBoC may have sold more official FX reserves than this amount since the currency regime change on 11 August.

      There you have it: in the past two weeks alone China has sold a gargantuan $106 (or more) billion in US paper just as a result of the change in the currency regime!

      But wait, there’s more: recall that one months ago we posted that “China’s Record Dumping Of US Treasuries Leaves Goldman Speechless” in which we reported that China has sold some $107 billion in Treasurys since the start of 2015.

      When we did that article, we too were quite shocked at that number. However, we – just like Goldman – are absolutely speechless to find out that China has sold as much in Treasurys in the past 2 weeks, over $100 billion, as it has sold in the entire first half of the year!

      In retrospect, it is absolutely amazing that the 10 and 30 Year Bonds have cratered considering the amount of concentrated selling by China.

      But the bigger question is how much more does China have left to sell, if this pace of outflows continues. Here is SocGen again:

        

      From an operational perspective, China’s FX reserves are estimated to be two-thirds made up of relatively liquid assets. According to TIC data, China held $1,271bn US treasuries end-June 2015, but treasury bills and notes accounted for only $3.1bn.The currency composition is said to be similar to the IMF’s COFER data: 2/3 USD, 1/5 EUR and 5% each of GBP and JPY. Given that EUR and JPY depreciation contributed the most to the RMB’s NEER appreciation in the past year, it is plausible that

      the PBoC may not limit its intervention to selling only USD-denominated assets.

       

      * * *

       

      China’s FX reserves are still 134% of the recommended level, or in other words, around $900bn (1/4 of total) and can be used for currency intervention without severely impacting China’s external position.

      Should the current pace of liquidity outflows continue, and require the dumping of $100 billion in FX reserves, read US Treasurys, every two weeks this means China has, oh, call it some 18 weeks of intervention left.

      What happens when China liquidates all of its Treasury holdings is anyone’s guess, and an even better question is will anyone else decide to join China as its sells US Treasurys at a never before seen pace, and best of all: will the Fed just sit there and watch as the biggest offshore holder of US Treasurys liquidates its entire inventory…

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  2. A questão da desceleração

    A questão da desceleração chinesa não necessitava de gênios, aconteceria. Também não adinata dizer que o problema era saber quando. Há mais de 15 anos atrás os modelos mais rudimentares poderiam prever que o crescimento economico chinês seria contrabalançado pela própria china em suas aspirações natas como potência econômica.

    Todo desenvolvimento trás conscientização, mesmo que em diferentes graus, da sociedade. Um dos pontos é alto custo ambiental e de saúde. As autoridades chinesas começaram a implementar políticas que, querendo ou não, impactaram na indústria chinesa. Uma reportagem recente da BBC na China constatou tal mudança de pensamento uma vez que a maioria das pessoas nos centros industriais tem na preocupação com a  poluição uma das principais causas da queda na qualidade de vida.

  3. A China entrou “pesado” na guerra cambial, e já entra tarde…

    Enfrentar a truculência dos “Qantitative Easing” americano e europeu com reverências orientais não foi boa estratégia.

    A China é hoje, para sermos muito condescendentes, o segundo maior consumidor de energia do planeta (se afiarmos o lápis é o primeiro mesmo), mas, o concorrente direto tem pelo menos 05 vezes menos bocas para alimentar, e muitíssimos mais obesos.

    A Política, correta e com maiúsculas (aliás, tudo lá é maiúsculo), de fortalecer o mercado interno, revelou-se “lenta” diante da deterioração galopante do mercado externo e da concorrência desonesta (guerra cambial), então, o “recado” da China para o Mundo é singelo e claro: “NÃO ENTREM NESSA”! Quem tenha ouvidos “ouça”, e quem tem olhos “leia”.

    Pergunto: Em circunstâncias que tais, será que a ideia americana de “aumentar os juros” continua valendo?

    Eu acho que essa viola já foi pro saco.

    Só vai ficar a do Tombini mesmo.

  4. Façamos a nossa própria China

    Se a locomotiva do mundo veio a partir do desenvolvimento da China, então, temos aqui um Brasil imenso para fazermos o mesmo, em casa.

  5. Nas televisões, atropelam-se

    Nas televisões, atropelam-se os estúpidos “especialistas” que tentam faturar um pouco em cima desta última fisgada da crise, puxando a brasa para a sardinha do viralatismo colonizado. Dizem eles que o Brasil não deveria ter apostado na China e no mercado sulamericano, mas sim, nos EUA e na Europa. Ora, apostar na América do Sul é mais que pragmatismo econômico, é o máximo interesse da integração continental, é geopolítica e é futuro, coisa que os estúpidos fingem não saber de que se trata. E apostar na China foi um movimento natural de mercado, uma inclinação que, se agora tem seus problemas, já rendeu bilhões de dólares ao Brasil. Essas figuras midiáticas continuam a fazer sua televisão para os descerebrados, sem o pudor de aparecerem como ridículos a quem tem um mínimo de conhecimento. Que saibam eles, também que a verdadeira crise não é esta de agora. A verdadeira crise financeira, bem mais profunda e mais abrangente, está sendo esperada para outubro e novembro deste ano, mas talvez seja antecipada para fins de setembro. A China agora já está se preparando para ela, que virá dos países mais ricos do mundo ocidental, aqueles que os viralatas julgam ser eternas fontes seguras de riqueza.

    1. Se estes analistas

      Se estes analistas procurassem saber de onde vem o nosso superávit e o nosso déficit comercial, talvez parassem de falar besteira.

      Mas, infelizmente acho que sabem e falam besteria por má fé.

  6. Dilma, além de não ser uma

    Dilma, além de não ser uma governante competente, também não tem sorte. Em seu segundo mandato, há pelos menos duas bombas : a chinesa, que já começou a estourar, e a americana, quando baixar os  juros. Enfim, como diria Maquiável, Dilma não tem Virtú e nem Fortuna. 

      1. Baixar?

        A taxa de juros dos EUA não vai baixar. Ela já está em 0,25% ao ano, de forma ininterrupta desde dezembro de 2008. São quase 07 anos consecutivos com a menor taxa de juros da história dos EUA. São 07 anos consecutivos com a taxa de juros quase em 0% ao ano. 

         

        Os EUA mantém essa taxa de juros irrisória, a menor de todos os tempos na terra do Tio Sam, não é por capricho. Se não fosse essa política monetária absolutamente frouxa a deflação teria surgido novamente (como na década de 30 do século passado) e o caos das falências e do desemprego em massa teria ressurgido ainda mais forte que no Crash de 1929.

         

        Tudo isso aliado, obviamente, aos 03 programas de Quantitative Easing (afrouxamento monetário) que os EUA fizeram entre novembro de 2008, com George W. Bush, e outubro de 2014, com Barack Obama. Os 03 programas somados custaram a “bagatela” de US$ 4 trilhões. 

         

        A União Europeia, que tem taxas de juros ainda menores, de apenas 0,05% ao ano, iniciou o seu programa de Quantitative Easing em março deste ano de 2015. O programa vai pelo menos até setembro de 2016 e o gasto total chegará a mais de 4,5 trilhões de reais. 

         

        Meu caro, o mundo está convulsionado e doente em função do estouro do Crash de setembro de 2008. Quem diz que esse Crash acabou é uma besta quadrada. 

         

        Todos os países, como o Brasil, que fizeram corretas políticas econômicas anticíclicas, estão hoje em dificuldades porque a queda brutal no valor das commodities deteriorou as finanças, reduzindo ou eliminando a possibilidade da manutenção dessas mesmas políticas anticíclicas. 

         

        Será que as pessoas não estão vendo o que está acontecendo no Uruguai, na Argentina, na Venezuela, na Colômbia, no Chile, no Equador, no México, na Rússia, no Cazaquistão, na Austrália e em outros vários países depois da queda brutal no valor das commodities, no último trimestre do ano passado?

         

        Não estão vendo a imensa desvalorização mundial das moedas dos países emergentes, a começar por Colômbia, Rússia e Brasil?

        1. Está equivocado. O juro americano é negativo.

          Respeitosamente, indico que o juro nominal americano é de 1,5% numa inflação de 2% ao ano, resultando num juro real de -0,5% ao ano.

          isto faz parte do plano de flexibilização monetária da moeda, através da impressão em massa de dinheiro. O FED mente dizendo que o dólar está muito valorizado e que está imprimindo trilhões de dólares para desvalorizar o dólar e aumentar a competitividade do produto americano.

          tudo se resume ao maior plano mundial de transferência de renda! Dos trabalhadores para os banqueiros. Os poucos bancos credenciados ao FED para obtenção direta de dinheiro estão recebendo empréstimos a juros negativos para comprar ativos no mundo todo! Bancos e fundos de investimento estão comprando tudo e mais um pouco com dinheiro recém impresso pelo FED! Como o dólar é a reserva mundial o dinheiro fica retido nas reservas dos países, vide que hoje o Brasil tem 370 bilhões de dólares em reservas, um valor que nunca sonhou ter. 

          como o dólar é reserva mundial de valor dos países a inflação nos EUA ainda não explodiu. Mas é absurdamente visível a inflação do dólar no mundo principalmente quando confrontados em dados reais não financeiros, como preço da carne, trigo, ferro, etc.

          o dólar há 10 anos atrás esteve cotado há 3,40 e hoje está cotado há pouco mais que isto. Se corrigirmos aqueles 3,40 pela inflação do período o dólar deveria estar cotado a uns 7,40 reais. Isto prova que o dólar está desvalorizando brutalmente em razão da impressão maluca do fed. como temos mais dólares na praça o seu valor baixou.

          o dólar, a famosa moeda símbolo da estabilidade morreu em 1970, quando Nixon, diante das despesas da guerra do Vietnã, desvinculou o dólar da obrigação de equivalência em ouro em Fort Knox, doravante o seu valor tem mais a ver com o preço da tinta do papel e da impressora. Era ouro que virou papel sujo de tinta. 

          A segunda razão pela qual o dólar e inflação nos EUA ainda não explodiram foi o acordo NIXON-ARABIA SAUDITA chamado petrodolar. Os americanos garantem a monarquia saudita no governo com tropas americanas até hoje em território saudita, em troca o principal produtor de óleo somente vende petróleo em dólares. Se a arábia Saudita passasse a vender óleo amanhã em yuan, o dólar explodiria na hora. Todos precisam da montanha de dólares impressa pelo FED para negociar o vital petróleo.

          piada final: o grande sepultado americano Ron Paul exigiu uma auditoria independente do ouro americano no FED Fort Knox, e pasmem o FED recusou e bloqueou no Congresso a medida. Você acha que se todo o volume de ouro físico declarado como existente em Fort Knox estivesse lá o fed se recusaria a uma auditoria externa? Qual custodiaste sério se recusaria a uma auditoria externa que comprovasse a sua correção e lisura?

           

          1. ?

            A taxa nominal de juros dos EUA, definida pelo FED, está em 0,25 por cento ao ano, de forma ininterrupta, desde dezembro de 2008.

             

            A inflação de 12 meses, com a última referência no mês de julho de 2015, está em 0,2 por cento nos EUA. 

             

            Logo, o juro real, que é o juro nominal menos a taxa de inflação, é positivo hoje nos EUA. A taxa real de juros é irrisória mas positiva e está situada na casa de 0,05 por cento ao ano. 

             

            A meta de inflação nos EUA, desde 2012, é de uma taxa de 02 por cento ao ano. Como se vê, não tem jeito de a inflação subir nos EUA. Daí o porquê das dúvidas a respeito do aumento na taxa de juros ainda neste ano. 

             

            Os programas de Quantitative Easing (foram 03 no total) foram encerrados em outubro de 2014.

             

            A expectativa era pelo início da normalização plena da política monetária, mas com os últimos acontecimentos na China, a situação ficou ainda mais instável. 

    1. Absoluta e rigorosamente nada a ver

      A presidenta Dilma Rousseff criou, estruturou e geriu o PAC e a política econômica anticílica iniciada por Lula, em 2009, e mantida por ela própria até 2014. 

       

      Dilma vai governar durante os seus 08 anos de mandato sob forte pressão de fatores internacionais e internos (julgamento da AP 470, junho de 2013, março-abril-agosto de 2015, etc). 

       

      Lula recebeu um Estado falido de FHC, que não tinha dinheiro para pagar as contas e que por isso vivia pendurado em empréstimos junto ao FMI. Lula aumentou imensamente o superávit primário e reestruturou as finanças públicas. 

       

      O único motivo pelo qual a presidenta Dilma teve que suspender a política anticíclica, criada por ela e que catapultou a popularidade de Lula para altíssimo patamares em 2009 e 2010, foi pela restrição fiscal colossal que surgiu no Brasil no último trimestre de 2014.

       

      Nenhum país do mundo faz política anticíclica se as finanças não ajudarem. Não tinha como o Brasil manter um déficit primário igual ao do ano passado (desde 1997 o Brasil não tinha déficit primário).

       

      Dilma está recompondo a parte fiscal para manter o rumo empreendido até aqui. E olhe que o superávit fiscal deste ano, de 0,15% do PIB será o menor dos 13 anos de governos do PT, com exceção do déficit do ano passado. 

       

      Quanto à política monetária, é preciso sempre destacar que a taxa de juros atual, de 14,25% ao ano, é menor que as taxas de juros dos dois últimos ajustes macroeconômicos, feitos por FHC em 1999 (taxa de juros de 19,5%) e por Lula em 2003 (taxa de juros de 24,5%).

       

      O Estado brasileiro sustentou a renda, o consumo e os salários de grande parte da população brasileira por 06 longos anos consecutivos. E fez isso através do crédito, do investimento público muito acima do PIB e de renúncias fiscais para setores econômicos específicos.

       

      O que ocorre é que política anticíclica não pode ser feita até o fim dos tempos. Principalmente quando as finanças não suportam mais levar adiante essa política. 

       

      Por fim, notem que absolutamente todos os programas sociais da era Lula estão mantidos e outros vários foram criados. A política nacional de valorização do salário mínimo está mantida (70% dos aposentados e pensionistas são impactados diretamente por essa politica) e ajudará a puxar para cima as negociações salariais. 

       

      O câmbio, que Dilma recebeu em R$ 1,66 por dólar, hoje está em R$ 3,60 por dólar. Isso é extremamente benéfico para a indústria nacional, para a geração de empregos e para as exportações, em que pese a pressão inflacionária que carrega consigo no curto prazo.

       

      Os efeitos positivos dessa desvalorização ainda não forma sentidos mas logo virão.

       

      A presidenta Dilma está lidando com os efeitos do Crash de 2008 há 07 anos consecutivos. Antes como Ministra Chefe da Casa Civil e agora como legítima presidenta reeleita do Brasil. 

       

      E tem feito um bom trabalho. Entre 2009 e 2014 a brutal crise econômica internacional praticamente não deu as caras em Pindorama. Agora, com a brutal queda no valor das commodities a partir do final do ano passado, aliada a perda de força econômica da China, ao iminente aumento nas taxas de juros nos EUA (não sei se de fato vão fazer isso neste ano) e ao exaurimento das finanças da União, a situação se deteriorou. 

       

      Se dependesse somente dela, Dilma faria política anticíclica até o dia 31 de dezembro de 2018. Infelizmente não depende só dela. 

    2. Pelo contrário.
      Foi com ela

      Pelo contrário.

      Foi com ela no comando da Casa Civil, no Governo Lula, e, no comando do país, no primeiro mandato do seu governo, que os brasileiros conseguiram atravessar, inicialmente, com grandes avanços sociais e econômicos e, agora, com “redução de perdas”, a gravíssima crise do capitalismo internacional.

      Só não vê quem não quer ou por má fé ou por desinformação ou por analfabetismo funcional mesmo.

      De quebra, foi na sua gestão no Ministério das Minas e Energia que ela conseguiu impedir que um novo apagão elétrico se abatesse sobre os brasileiros, especialmente, sobre as empresas brasileiras.

      Ela foi ingênua em um aspecto: deixou-se enganar pelos empresários que prometeram realizar investimentos com os enormes lucros obtidos pela redução da tarifa de energia, pela manutanção dos preços dos combustíveis. pela obtenção de juros subsidiados do BNDES, pela redução do IPI e desoneração da folha de pagamento, em diversos e amplos setores da economia. Os empresários a traíram, embolsando os lucros, remetendo-os para suas matrizes no exterior ou aplicando-os no mercado financeiro. Com a estagnação da economia, a receita do governo caiu e comprometeu as contas públicas. Daí, o ajuste fiscal que hoje precisa ser feito.

      Em compensação, muitos brasileiros conseguiram comprar a casa própria, automóveis, diversos produtos da linha branca, viajar ao exterior, aumentar a renda e desfrutar a segurança de um emprego.Reconheço: foi uma boa farra.

      O sonho acabou ? Em parte, sim. Aliás, é daí que ela, hoje, recebe uma rejeição temporária (pois isto pode mudar) da maioria dos brasileiros: a frustação dos sonhos.

      Apesar de tudo, ela ainda fez avançar os programas sociais dos Governos Lula, reduzindo, drasticamente, a miséria em nosso país.

      Incompetente, ela não é. Incompreendida, sim.

      Um pouco ingênua, sim. Mas, isto faz da natureza das grandes mulheres que emergem nos dias atuais.

      Idiotas, seremos nós, se a perdermos.

      1. É um defeito muito grave um

        É um defeito muito grave um presidente da república ser ingênuo. Mas se ele percebe que o é , então que tenha   a humildade de cercar-se de políticos mais experimentados e competentes e ‘malacos’ . Não me paece que seja o perfil dos ministros dos principais ministérios – vide Zé Cardoso. 

        Que houve uma melhoria pra vida do povo no governo Lula I e II e Dilma I é inegável. Infelizmente, Dilma, por ingenuidade, como você diz, apostou no caminho errado e isso custará uma contração econômica violenta em 2015 e um crescimento baixíssimo em 2016. 

  7. “As ondas tectônicas que vêm

    As ondas tectônicas que vêm da China

    buenos

    alguém, alguma boa alma econômica, tem que informar presidenta dilma da gravidade das ondas tectônicas chinesas…

    seu nassif pode encaminhar um clipping tectônico GGN-NASSIF para o palácio se informar e perceber ( a tempo de safar-se mala e cuia) sobre a gravidade da crise econômica…

    se lula institucionalizou o jargão-álibi do mensalão eu não sabia… dilma institucionaliza o jargão-álibi da crise do governo eu não percebi… me passou!

     

  8. Boa anãlise. O Nassif,

    Boa anãlise. O Nassif, finalmente, sai daquela abordagem sobre a realidade em que destaca o papel de personagens históricos no comando de povos e/ou países. É, óbvio, que eles tem alguma relevância no rumo da história mas não são determinantes.

    O que importa é a análise sócio-econômica e política resultante do embate entre as classes sociais que buscam a hegemonia na sociedade para impor as suas demandas.

    Para mim, é espantoso que uma parcela mínima de detentores da totalidade da propriedade dos meios de produção possa, nos dias atuais, impor a sua vontade política sobre bilhões de desesperados.

    A única explicação plausível é o medo que foi incutido na mente coletiva das massas em relação á repressão armada a serviço dessa minoria de privilegiados.

    No Brasil, por exemplo, a grande massa de explorados, de humilhados, de expoliados, são os negros e pardos oriundos da escravidão. Se essa maioria da população se organizasse, aliada à classe operária da indústria e dos serviços, em pouco tempo essa elite que impõe a sua vontade política e econômica ao país, estaria afastada do centro das decisões políticas.

    É preciso, como na África do Sul, que o apartheid, racial e de classe, seja derrubado já.

    No Brasil, o que me espanta, também, é a anemia intelectual das Forças Armadas. O que ganha as Forças Armadas em manter sob constante pressão os governos populares em nome de um alinhamento ideológico com o imperialismo americano e um obtuso anticomunismo radical ? Nada, absolutamente nada.

    Foram os governos populares que, nos últimos 12 anos, fizeram um enorme esforço para abrir brechas no orçamento que possibilitassem modernizar e reequipar as Forças Armadas, inclusive reestruturando as carreiras o que permitiu o aumento real de soldos. Mesmo assim, a lavagem cerebral de 21 anos de ditadura militar permanece dominando as mentes dos oficiais.

    Será que eles não percebem que o nosso destino é tornarmo-nos uma grande potência mundial, soberana, com voz ativa no mundo e nas Nações Unidas ? Como seremos essa potência, se as Forças Armadas não estiverem do nosso lado, do lado do povo trabalhador, empenhados na defesa dos nossos recursos naturais e da nossa soberania ?

    Afinal de contas, o que é que eles entendem sobre o significado de soberania ?

     

     

  9. Nassif: por que o dólar valorizou em todas as moedas do mundo?

    Sou um advogado aposentado e  com conhecimentos leigos sobre a economia.

    Porém, estive consultando sites que dão, dia a dia, a cotação das moedas e relação ao dólar.

    E percebi pelos dados – consultei dois a três anos – v. gratia, o euro. Notei que em relação a todas as moedas do mundo, o dólar aumentou o seu valor. Não foi apenas o caso do Brasil, isoladamente, como parece que a nossa mídia manipuladora está querendo que o povo entenda. Não. Todas as moedas do mundo todo. Inclusive, o euro, com o valor do dólar encostando no valor do Euro, chegando a quase 30% de valorização, se não estou enganado no corrente ano.

    Sei que a nossa desvalorização do real perante ao Euro foi uma das maiores, dada a política de ajuste e do neoliberal princiípio do câmbio flutuandte, tendo como causa problemas com nossa economia e a crise política. Porém, não foi tão grande como está sendo exibida pela mídia, deixando de esclarecer que o dólar se valorizou e muito perante ao mundo todo.

    Agora, a pergunta:

    – O que causou a valorização do dólar, não só em relação ao real, mas em todas as moedas do mundo, inclusive o Euro?

    1. A moeda chinesa não mudou o seu valor frente ao dólar
      Ela há muitos anos encontra-se na taxa de um dólar americano para seis yuans, aproximadamente.  A flutuaçao está na ordem de poucos décimos.  Com a recente desvalorização do real em frente ao dólar, o real perdeu valor também contra o yuan.  Aliás, o nosso salário mínimo hoje tem um valor de compra menor do que  o salário mínimo médio da China.   O que vai  colocar por terra a afirmação de que os produtos chineses entram no Brasil por terem sido produzidos por mão de obra escrava!

  10. Xisto? E o pré-sal?

    A continuar, perdemos o bonde com a partilha (put-option de 30%), quando os investimentos estrangeiros poderiam ter bombado há 8 anos….

  11. Sinto falta de mais análises

    Sinto falta de mais análises economicas suas Nassif ! É bom ler quem entende do assunto e que escreve sem “xurumelas”.

    Mas enfim… mais um agravante para nossa economia. Problemas internos enormes; problemas externos gigantescos no horizonte; Quando parece que estamos chegando no olho do furacão… ele cresce.

    O governo cometeu alguns erros grotescos na economia nos ultimos anos, não é Mantega? (bom, não vou entrar no mérito).

    Mas essas crises nas maiores economias do mundo e em sequencia – EUA, Europa, e agora essa já quase real da China –  desmontam qualquer planejamento economico de quem está tentando se reestruturar, que é o nosso caso.

    Ás vezes esforço e vontade não bastam, é preciso um pouco de boa sorte tambem; coisa que Dilma não tem tido.  
        

     

     

  12. Ling Jiuha

      Nassif,

      Desde a defenestração, e  posterior prisão de Ling Jiuha, que era membro do Politburo, do “16o a 18o”, a crise chinesa, politica, estabeleceu-se, a “razzia” no PCC, chegou – e ainda esta em curso – ao cancelamento de mais de 250.000 membros do PCC, o que na China – perder a credencial do Partido – significa uma condenação social, atinge a familia, é perda de emprego, vaga em faculdade para filhos, acesso a saude e moradia, torna-se um “pária” no sistema de governo e social – a familia pode até perder o domicilio.

       O pau, a briga que esta ocorrendo, ainda sem solução, nas instancias diretivas do PCC, está concentrada entre os reformistas liberais ( que desejam o yuan flutuante no mercado e “queimar” as alavancagens ), e os conservadores ( doutrina de Deng, lenta e constante, sem abdicar do poder ), o que reflete bastante nas estruturas do PLA , que alem de uma “força armada”, tambem é o maior ente economico e tecnologico da China.

        A China, está mudando, estas ocorrencias, são reflexos destas mudanças.

  13. Tão logo o embuste da cédula

    Tão logo o embuste da cédula de papel pintada de verde ter sido ameaçado, os EUA já estão a todo vapor preparando o golpe final para quebrar as pernas da Rússia e da China. Não precisa ser ao mesmo tempo; quebrando um país o outro automaticamente vem junto.

    Muitas similaridades com os golpes – revoluções coloridas – que estão sendo implementadas ao redor do mundo há algum tempo, inclusive aqui (camisa da seleção não foi à tôa):

    http://www.globalresearch.ca/washington-conspiracy-america-and-russian-oligarchs-seek-extradition-of-putin-and-dissolution-of-russian-federation/5471976

  14. O problema da China como o brasileiro é econômico

     

    Luis Nassif,

    Minha intenção era vir aqui para fazer uma crítica. Havia visto uma chamada em que você fazia uma comparação entre a Operação Lava Jato e a campanha anticorrupção do governo Chinês. Achei a comparação despropositada. E a coincidência da comparação ocorrer exatamente quando a China dá mostras de redução do ritmo de crescimento do PIB, deixou-me com ímpetos de ir no post só para dizer o quão ela era disparatada. Não tive condições de imediato de fazer o comentário e deixei para vir depois.

    Voltando ao seu blog e com tempo e ao ver um post com este título “As ondas tectônicas que vêm da China” de quarta-feira, 26/08/2015 às 20:20, eu imaginei que era dele que eu guardava as minhas reminiscências. Assim tive que ler este post todo atrás dessa equiparação, mas não encontrei nada. Ao contrário você faz um post bem arrumado e para o qual só cabe elogios.

    Em um texto relativamente pequeno fez um bom apanhado da história recente da China. É claro que eu não vou checar os nomes, lugares e períodos mencionados no seu texto. Tomo de bom grado que o importante é ter uma visão geral sobre a história recente da China, algo que este seu post “As ondas tectônicas que vêm da China” conseguiu transmitir. É de se observar que também ficou um post cheio de lugares comuns e que, apesar de bem concatenado, o máximo que consegue como conclusão é deixar subentendido que o futuro a deus pertence.

    E então voltei a querer saber qual foi o post seu que tinha me atraído a atenção por ter comparado o combate à corrução na China com a Operação Lava Jato. Fui no tag da China e o encontrei. Trata-se do post “A Lava Jato chinesa” de terça-feira, 25/08/2015 às 17:35. O endereço do seu post “A Lava Jato chinesa” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-lava-jato-chinesa

    De novo fiquei um pouco confuso. O título é enganador, pois salvo o primeiro parágrafo onde há a tentativa de igualar as duas situações, o post “A Lava Jato chinesa” faz também um bom apanhado sobre a política anticorrupção que foram deflagradas na China. O primeiro parágrafo, entretanto, reforça o título como se pode ver a seguir:

    “Em 2012 o presidente Xi Jinping deu início a uma campanha anticorrupção com efeitos similares à Lava Jato. A campanha despertou receios e atribui-se a ela o engessamento das decisões no país. As autoridades temem tomar qualquer decisão e enfrentar acusações criminais”.

    Não dá para comparar as duas situações. No Brasil quem comanda o espetáculo é o Poder Judiciário enquanto na China quem comanda é mais o Poder Executivo utilizando para isso o Poder Judiciário e que não deve ser tanto um poder assim. Os dois podem ser comparados no que diz respeito ao espetáculo, mas lá na China é um espetáculo usado pelo Poder Executivo enquanto no Brasil quem comanda o espetáculo é mais a mídia. E não há o menor sentido em dizer que esse processo causa engessamento das decisões no país. Afirmações assim não só ruins de per si, mas são mais nocivas ainda pelo efeito manada de levar outros a pensar de modo semelhante.

    É bem verdade que a postura sua é um pouco contrária ao mais se observa que é insuflar o povo contra o político em razão da corrupção. A sua postura, entretanto, tem o mesmo efeito do político que faz discursos contra a corrupção no sentido delas falsearem a realidade e assim deseduca a população.

    Eu sempre fui crítico desse tratamento que se dá ao problema da corrupção. Primeiro creio que a corrupção só é um problema quando ela é disseminada na sociedade, ou mesmo quando não seja disseminada, ela é um problema quando ela seja percebida pela sociedade como disseminada. Para o bem de um país deve-se fazer todos os esforços para que nenhum desses dois estágios sejam alcançados.

    Fora desses dois estágios, a corrupção no máximo equipara-se a aumento do déficit público que é fator de crescimento de uma nação. Sem déficit público, a menos que o crescimento se faça pelo comércio exterior, não há crescimento. Assim se a corrupção aumenta o déficit público ela é boa para o crescimento econômico.

    E se de um lado considero que o político tem o direito de usar qualquer instrumento não proibido por lei para acusar o adversário e se defender e assim fazer acusações genéricas contra seus oponentes, do outro eu sinto pena do povo que se deixa enganar por essa estratégia que é apenas marketing. No geral, dada a amarração dos gastos públicos, a corrupção em países como o Brasil não chega a representar 2% do PIB e pode ser que causam mais bem do que males.

    A análise econômica e estatística da corrupção praticamente não é feita e a cultura que se forma é da desinformação. Acusar o trabalho de combate a corrupção como capaz de engessar a economia também representa uma desinformação, um empobrecimento do conhecimento. Poucos, entretanto, tem conhecimento dessa realidade na sua inteireza e tratam a corrupção como o mal maior que se infringe a um pais e se deixam levar por qualquer liderança carismática que saiba usar a corrupção como trampolim para o sucesso eleitoral ou acompanham aqueles que dizem que o combate a corrupção está paralisando o país.

    Bem, o que eu queria destacar mais aqui é do risco de se fazer parte da trupe que se nutre da discussão da corrupção sem buscar uma linha de argumentação racional. Fazer essas análises sem uma base lógica fermenta ainda mais delírios naqueles que veem na corrupção o grande mal que nos assola, e dificulta cada vez mais tratar desse tema com racionalidade. E quando políticos em busca de eleitores e jornalistas em busca de leitores fazem uso dessa estratégia o resultado é a volta da escuridão.

    Assim, situações como esta que você criou aqui ao equiparar o combate a corrupção na China com a operação Lava Jato, sendo que concomitantemente Brasil e China atravessam dificuldades econômicas, parece-me não só despropositado como engendra análises sem nexo que não só demonstram uma falta de capacidade de compreensão da realidade como também manifestam certa perversão e irracionalidade nas ideias que professam. E esses devaneios despropositados e desarrazoados de ideias é mais triste quando acomete pessoas que a gente toma como tendo boa prática argumentativa e idéias válidas sobre a realidade brasileira.

    Eu disse isso tudo em razão de um comentário esdrúxulo de DanielQuireza que aparece lá no seu post “A dificuldade em se montar o segundo tempo” de terça-feira, 04/08/2015 às 18:58, de sua autoria e publicado antes da declaração bombástica de Michel Temer. Declaração a que você deu guarida com o post “O raio X da política e o fator Temer” de sexta-feira, 07/08/2015 às 19:45, de sua autoria. E que se destaque que conquanto conste que o post “O raio X da política e o fator Temer” seja de sexta-feira, 07/08/2015 às 19:45, o post apareceu no seu blog no dia seguinte à declaração de Michel Temer, ou seja, apareceu desde a quinta-feira e provavelmente logo após o meio dia, pois o primeiro comentário fora enviado por CarlosED na quinta-feira, 06/08/2015 às 13:58.

    Aqui vale a pena fazer referência ao comentário de CarlosEd. No seu post “O raio X da política e o fator Temer”, você, no meio de algumas frases com lógicas e outras com nem tanta lógica assim, comete a seguinte afirmação de efeito:

    “Dilma não tem muito tempo pela frente.

    Há dois caminhos em curso: Temer com Dilma e Temer sem Dilma”.

    A ordem dos termos transformaria algo que embora não fosse válido seria aceitável como argumentação se a frase fosse “Dilma com Temer ou Temer sem Dilma” para algo que era um disparate, mas que CarlosEd colocou uma pá de cal no seu argumento como se pode ver do comentário dele transcrito a seguir:

    “A opção Temer com Dilma não existe, pode desconsiderar. Você acha que ela lutou para deixar de ser pautada pelo Lula para ficar subordinada ao Temer? Não faz sentido, a não ser que ela tenha muita culpa no cartório no esquema de corrupção da Petrobras”.

    Ainda assim, mesmo depois dessa pá de cal, o seu post “O raio X da política e o fator Temer” encheu-se de comentários e hoje já existem cerca de 270 comentários. É o que Paul Krugman chama de análise zumbi, já foi enterrada há muito tempo, mas continua caminhando como um morto vivo manifestando mais uma letargia de ideias do que o conhecimento do que se fala. E para ler o seu post “O raio X da política e o fator Temer” e o comentário de CarlosEd ao qual não foi acrescentado nenhum comentário embora tenha recebido cinco estrelas, eu deixo o link diretamente para a sexta e última página do post e onde o comentário de Carlos Ed se encontra:

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-raio-x-da-politica-e-o-fator-temer?page=5

    E o endereço do post “A dificuldade em se montar o segundo tempo”, onde aparece o comentário esdrúxulo de DanielQuireza e que me chamou bastante atenção e que eu considero pertinente trazer aqui é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-dificuldade-em-se-montar-o-segundo-tempo

    E o comentário de DanielQuireza que praticamente põe por terra tudo de bom que ele deixou registrado aqui no seu blog e que foi enviado terça-feira, 04/08/2015 às 09:46, la no post “A dificuldade em se montar o segundo tempo”, aqui no seu blog, consiste da seguinte pergunta que ele faz a você:

    “Nassif, você considera que o desfecho com Dilma entregando a faixa a Temer e este com o compromisso de acabar com a lava jato seria algo viável ou totalmente fora de questão?”

    Michel Temer substituir a presidenta Dilma Rousseff já em si é uma afirmação sem base alguma e, além disso, é absurdo esta idéia de acabar com o Lava Jato ainda mais a medida sendo uma espécie de iniciativa do Poder Executivo. Assim trata-se de idéia que revela um atraso e uma desorientação tão grande sobre a organização estatal que não pode ser fruto de uma pessoa com argumentação razoável. Ora, tal idéia, entretanto, é originada de DanielQuireza, um dos mais lúcidos comentaristas aqui do blog.

    E o seu post na sequência “O raio X da política e o fator Temer” que deveria ser para mostrar que Michel Temer pós o carro na frente dos bois, e para o alertar que deveria ter mais cuidado com a fala dele, ou mesmo para dissipar as intrigas que estavam surgindo diante da declaração inoportuna de Michel Temer, pareceu-me mais como se fosse uma satisfação que você dava a pergunta de DanielQuireza. Era como se você dissesse: “é realmente isso DanielQuireza, ou é Temer como primeiro-ministro, ou é Temer como presidente”.

    Você só foi falar nas intrigas decorrentes da declaração de Michel Temer no post “As intrigas contra Michel Temer” de sábado, 22/08/2015 às 19:39 (Na verdade trata de post colocado na madrugada de sábado), mais de uma semana depois e assim mesmo para defender o Michel Temer, evitando de o responsabilizar pelas consequências do que ele dissera. O endereço do post “As intrigas contra Michel Temer” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/as-intrigas-contra-michel-temer

    Eu imagino que esses posts com frases deslocadas e que dão espaço para idéias sem eira nem beira acabam dificultando a análise racional dos problemas e levando ótimos comentaristas a se perderem. Não se trata de isenção, imparcialidade ou neutralidade porque só o cabeça oca é isento, é imparcial, é neutro. O ser humano precisa ter ideologia e com ideologia ele toma partido. Agora o ser humano é racional e precisa analisar de modo racional.

    A operação Lava Jato pouco guarda relação com o atual problema econômico brasileiro. Talvez o fato de ter ocorrido muita corrupção na Petrobras pode ter aumentado a dívida da empresa de modo mais expressivo e com o atual preço do petróleo a tenha deixado em situação mais precária do que se tudo tivesse acontecido normalmente e como a Petrobras é uma das grandes empresas investidoras no Brasil o resultado tenha sido ruim para a economia. Toda essa corrupção, entretanto, é dinheiro em circulação e faz parte da economia capitalista.

    Trazer a discussão da operação Lava Jato para junto da corrupção chinesa e apontando semelhança entre a situação brasileira de estagnação econômica e a atual fase de baixo crescimento da econômico não ajuda nada a compreender o problema brasileiro nem a compreender o problema chinês.

    Nesse sentido eu recomendo a leitura dos textos do Michael Pettis que saem no jornal Valor Econômico e deixo o link para a terceira página do acesso aos textos dele no site do jornal Valor Econômico:

    http://www.valor.com.br/search/apachesolr_search/%22MICHAEL%20PETTIS%22?page=2&solrsort=created%20desc

    Infelizmente o acesso ao site do jornal Valor Econômico é só para assinantes, e os textos de Michael Pettis são muito bons para serem relegados a um segundo plano, não só porque ele é um especialista na China que mora na China como também porque ele tem conhecimento do funcionamento teórico da economia capitalista ocidental para onde a China tenta caminhar. De todo modo, há mais tempo Marco Antonio L. trouxe um ótimo artigo de Michael Pettis aqui para o seu blog e que fora publicado no jornal Valor Econômico. Trata-se do artigo “O que significará o reequilíbrio da China para o mundo?” e que aqui virou o post “O reequilíbrio econômico da China” de sexta-feira, 14/09/2012 às 11:35. Há quase três anos, ele já previa quase tudo o que acontece na China atualmente. O endereço do post “O reequilíbrio econômico da China” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-reequilibrio-economico-da-china

    Um dos artigos que mais me impressionou de autoria de Michael Pettis foi “O privilégio exorbitante dos EUA”, publicado no Valor Econômico de quinta-feira, 15/09/2011, e que Luis Carlos Bresser Pereira disponibilizou no site dele no seguinte endereço:

    http://www.bresserpereira.org.br/terceiros/2011/11.09.O_Privil%C3%A9gio_exorbitante_dos_EUA.pdf

    Lembro de ter feito a indicação do texto dele para Alexandre Weber – Santos –SP que considerou que o artigo não era conclusivo. Ocorre que de certo modo o que Michael Pettis queria dizer é que não se pode dizer conclusivamente como afirmara “Valéry Giscard d’Estaing, em 1965, de que o domínio do dólar americano como moeda global de reserva deu aos Estados Unidos um “privilégio exorbitante””.

    É claro que isso não significa que no que diz respeito a política monetária o mundo seja independente do Banco Central Americano. Muito possivelmente a crise da União Soviética guarda relação com a elevação dos juros americanos em 1979 com Paul Volcker, indicação do James Carter, um democrata, quase um ano e meio antes do término do mandato dele, ao contrário do que pensa muita gente que associa Paul Volcker com Ronald Reagan. E agora já há textos que falam da volta da dominação do FED. É o caso por exemplo do artigo “The Monetary Superpower Strikes Again” de autoria de David Beckworth e publicado na sexta-feira, 07/08/2015 às 07:41 pm e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://macromarketmusings.blogspot.com.br/2015/08/the-monetary-superpower-strikes-again.html

    O artigo mostra que a reação da China já era algo esperado. E o mundo não tem muita escapatória quando o FED começa a adotar viés de alta no prime rate.

    Bem, seu texto aqui neste post “As ondas tectônicas que vêm da China” quarta-feira, 26/08/2015 às 20:20, não deu vazão ao que você parecera querer iniciar lá no post “A Lava Jato chinesa”. Tanto melhor, pois deu oportunidade para ver os problemas dentro da particularidade que é a China, mas também submetida aos limites do sistema capitalista. Como no Brasil, o problema da China é mais econômico do que político.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 27/08/2015

  15. Este artigo original é de maio/2015

    ESTARÁ A CHINA NA IMINÊNCIA DE UM COLAPSO? Tomasz Konicz

    O crescimento da economia chinesa financiado pelo endividamento não aguenta mais

    Cerca de 6,6 gigatoneladas de betão! Com isso poderia betonar-se todo o Hawai e transformá-lo num  enorme parque de estacionamento, exclamava no final de Março o “Washington Post” (WP). Esta quantidade estonteante de material de construção foi o que a China consumiu, de acordo com as estatísticas oficiais, entre 2011 e 2013, tendo a República Popular, condenada a um boom duradouro, produzido mais betão em três anos do que os EUA durante todo o século XX. Os Estados Unidos teriam consumido no século passado 4,5 gigatoneladas de betão, segundo o WP, sendo que os números oficiais de Pequim também resistiriam perfeitamente a um exame mais detalhado – o que de modo nenhum é óbvio. As informações seriam “surpreendentemente lógicas”, porque uma grande parte das infra-estruturas chinesas foram construídas apenas no século XXI e a urbanização do país mais populoso do mundo foi progredindo rapidamente. Em 1978 apenas um quinto dos chineses viviam em cidades, em 2020 serão 60 por cento.

    Ver mais em:http://obeco.no.sapo.pt/tomasz_konicz4.htm

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