Balança comercial: queda drástica no fluxo de comércio brasileiro, por Luis Nassif

As exportações não serão um fator de dinamismo da economia este ano. Ainda mais considerando-se a segunda e terceira ondas afetando as grandes economias.

No acumulado de 12 meses, o saldo comercial brasileiro aumentou US $6,8 bilhões em relação ao acumulado de 6 meses atrás. Foi de US $44 bilhões para US $50 bilhões.

Mas esse aumento foi decorrência exclusiva da redução das importações – que superou a redução das exportações. As importações caíram US $14 bilhões, enquanto as exportações caíram US $7,2 bilhões. No total, o fluxo de comércio caiu US $21,2 bilhões.

Repare que as Exportações continuam em declínio. A linha vermelha, que mede a variação das exportações no acumulado de 12 meses em relação ao mês anterior, está em queda desde o ano passado.

Já o gráfico de importações mostra uma queda mais acentuada.

Em relação a junho de 2020, as maiores altas foram de produtos primários, com exceção apenas de Manufaturas de Cortiça e Madeira.

Entre as maiores quedas, pontificam os produtos de energia – Petróleo e Energia Elétrica.

Com os dados de dezembro, no acumulado de 12 meses China passou a ser o destino de 33,37% das exportações brasileiras. Em junho, estava em 32,1%. Também houve aumento no volume de importações do Brasil, passando de 20,01% para 21,79%.

O movimento de comércio mostra um crescimento sistemático do saldo comercial com a China.

No balanço dos principais parceiros comerciais, observa-se uma desaceleração nítida para o Mercosul e os Estados Unidos.

Na composição do saldo devedor, a China responde por 69,5% do total.

De junho de 2011 a dezembro de 2020, a relação do fluxo comercial dos EUA em relação à China caiu de quase 80% para menos de 44%.

Aqui a comparação do fluxo do comércio com a China, EUA e União Europeia.

Esses dados permitem algumas conclusões iniciais:

  1. As exportações não serão um fator de dinamismo da economia este ano. Ainda mais considerando-se a segunda e terceira ondas afetando as grandes economias.
  2. O Brasil continuará cada vez mais dependente da parceria com a China.

Aqui, um gráfico de como seria o saldo comercial com e sem a China.

Luis Nassif

1 Comentário

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  1. A dependência com a China fica cada vez maior, entretanto a China começará a substituir a importação de commodities de outros países, inclusive países africanos que se livrarão em parte da dependência da União Europeia, tudo isso produto do Bananinha e do Ministro das confusões exteriores.

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