Brasil 2015: a vez da economia criativa

No debate dos presidenciáveis, pela Rede Bandeirantes, a palavra cultura foi pronunciada apenas uma vez. Não se trata apenas de insensibilidade em relação a um tema central para o próprio conceito de país, mas também em relação à tendência dominante da economia mundial, a economia do conhecimento.

As chamadas indústrias criativas – dentre as quais se inclui a cultura, a educação, até os games de celular – tornaram-se tendência dominante na economia mundial. As leis de propriedade intelectual protegem inclusive os conhecimentos seculares da população de um país.

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Ontem, no Seminário Indústrias Criativas do Projeto Brasilianas, ficou claro a relevância desse novo modelo de economia, que pode envolver dos artesãos nordestinos aos músicos cariocas, das produtoras de cinema à indústria do livro, do cinema aos nerds de aplicativos de celular.

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O primeiro desafio é a construção de indicadores de produção cultural. O IBGE andou ensaiando algumas pesquisas, ainda muito incipientes e da perspectiva da economia formal.

Constatou que a economia da cultura cresce ininterruptamente a taxas de 4% ao ano.

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Um dos pontos centrais de discussão é sobre o direcionamento dos fundos públicos.

Há duas prioridades para os recursos públicos. A primeira, de estimular políticas estruturantes – isto é, que ajudem na estruturação dos setores.

Já existem boas políticas nessa direção. Uma delas, a Lei do Cabo, obrigando as emissoras a cabo a adquirirem produções nacionais. Outra, a iniciativa do Ministério da Educação de obrigar as editoras de livros didáticos a disponibilizar o conteúdo também em meio digital.

As leis de incentivo à cultura estão sendo revisadas.

Hoje em dia, para  cada real aplicado no Fundo Nacional de Cultura, existem seis aplicados em projetos individuais, grandes shows internacionais ou nacionais que começam e se encerram em si, sem capacidade de estruturar setores.

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Há duas maneiras de estimular setores: atuando sobre a oferta ou sobre a demanda.

Nas últimas décadas, as políticas culturais – desde os tempos da Embrafilmes – atuaram sobre a demanda. A maneira de criar auto-suficiência é ajudar a desenvolver a oferta.

Foi o caminho que deu certo com a Lei do Cabo e os livros do MEC.

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Nesses tempos de mercado global digital, o Brasil é o país com melhor ativo de imagem, a melhor marca nacional. A marca Brasil lembra meio ambiente, Amazonia, Pantanal, Foz do Iguaçu, a musicalidade, a sensualidade, as cores, as festas e, especialmente, o modo de ser brasileiro, que tanto encantou os turistas que vieram na Copa do Mundo.

Assim como o jazz e os filmes de Holywood ajudaram na disseminação da diplomacia norte-americana, a música e os valores culturais brasileiros devem se inserir em um trabalho multi-setorial, junto o MDIC (Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior), Ministério da Cultura, da Ciencias e Tecnologia, obviamente o da Cultura, do Turismo.

No entanto, nesses tempos de redes sociais, de portais culturais, até hoje não se desenvolveu uma política, um portal capaz de colocar, em um mesmo endereço, a diversidade cultural brasileira e os diversos produtos dai decorrentes.

Luis Nassif

22 Comentários

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  1. A Secretaria da Economia Criativa foi criada.
    A Secretaria da Economia Criativa foi criada.Por causa da legislação eleitoral, o conteúdo do site foi removido, de forma que é impossível saber o que fez a SEC, alguém sabe? Assim fica dificil, durante 4 anos as propostas e realizações de Dilma não são mostradas e,….DURANTE A CAMPANHA ELEITORAL a lei eleitoral manda remover o conteúdo.,..por isso o que tenho visto de jovens eleitores dizendo que Dilma não fez nada não tá no gibi, eles não conhecem o PAC2,..,repetem a lógica do PIG segundo a qual, se 60% da transposição do São Francisco foi realizada mas faltam os 40% frise-se então essa parte(do que falta para encerrar a obra)..,,assim não dá<> 

     

     

    Criada pelo Decreto 7743, de 1º de junho de 2012, a Secretaria da Economia Criativa (SEC) tem como missão conduzir a formulação, a implementação e o monitoramento de políticas públicas para o desenvolvimento local e regional, priorizando o apoio e o fomento aos profissionais e aos micro e pequenos empreendimentos criativos brasileiros. O objetivo é contribuir para que a cultura se torne um eixo estratégico nas políticas públicas de desenvolvimento do Estado brasileiro. No Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), a SEC coordena quatro setoriais:  Artesanato, Arquitetura, Design e Moda.

     

     

  2. Falta o fio condutor para dar unidade ao governo Dilma

    As iniciativas existem, as ações necessárias são conhecidas, não se trata de reinventar a roda, o problema é de coordenação, gestão e racionalidade no que se faz, para que os esforços na área da cultura estejam coordenados com todas as outras áreas da administração pública.

     

    O governo da Dilma e a grossa maioria de todos os outros executivos do Brasil pecam por não terem unidade, são colchas de retalho de ações diversas e dispersas, sem um liame que as una e as tornem parte de um todo lógico e eficiente.

     

    A reforma ministerial, com 14 pastas e 72 secretarias implantaria esta coordenação, onde cada setor do executivo teria uma atribuição única e específica para sua pasta e trabalharia de forma ordenada com todos os outros, produzindo resultados administráveis e coerentes com o todo.

     

    Vontade política de colocar ordem na casa, acabar com o desperdício do dinheiro do povo e produzir coisas novas, belas e úteis para a população e para o Brasil.

     

    Acorda, Dilma!

  3. Garimpando pra saber o que está sendo feito na área

    Parceria com Sebrae fortalece economia criativa

    Autor: marcelo.davila

     

    O Ministério da Cultura (MinC) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) assinaram nesta terça-feira (24) um Acordo de Cooperação para a realização de ações conjuntas  visando estimular o desenvolvimento de pequenos empreendimentos culturais e criativos.

    A cooperação é fundamentada em três áreas de atuação: Gestão do Conhecimento para o Fortalecimento dos Segmentos e Territórios de Atuação da Economia Criativa; Formação em Gestão Empresarial e Qualificação Técnica de Profissionais e Empreendedores Criativos; e Promoção e Difusão de Empreendimentos e Negócios Criativos.

    Segundo ministra da Cultura, Marta Suplicy, o acordo é um fato “histórico” que dará mais capacidade de administração e planejamento a setores que têm pouca familiaridade com ferramentas de gestão. “O Sebrae é o centro da expertise em gestão de negócios no País, e os criativos funcionam com outra cabeça. São pessoas extremamente capazes, inovadoras, que muitas vezes investem  tempo e recursos em um negócio que fecha as portas em seguida ou  nem abre”, disse.

    Outro ganho destacado pela ministra é a possibilidade de inserção desses profissionais no mercado formal, proporcionando mais estabilidade além da gerar renda. “Brasil é um país com alta informalidade, mas é um país em que as pessoas querem se formalizar, querem ganhar dinheiro e viver do que elas produzem”, explicou.

    Na mesma linha, o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, lembrou que a Economia Criativa é fundamental para o desenvolvimento e significa “geração de emprego e renda” para o Brasil. “Nós vamos entrar com a parte da gestão empresarial para que o produtor cultural se veja como um empresário e desenvolva seu negócio”, disse.

    Novas alternativas de crescimento para os empreendimentos culturais 

    O Secretário da Economia Criativa do MinC, Marcos André Carvalho, afirmou que o acordo é uma parceria “inédita”, vai fortalecer territórios criativos e atacar um dos “gargalos” do setor. “A falta de qualificação técnica estrangula o potencial de crescimento dos empreendimentos da economia criativa”, afirmou.

    Outro dado ressaltado pelo secretário é o fato de o acordo contribuir para o produtor cultural manter sua atividade sem depender unicamente de políticas de subsídio público. “Há no cenário atual da produção cultural brasileira uma visão restrita baseada somente no fomento via leis de incentivo e na política de editais. O que a parceria da Sec e do Sebrae vai  introduzir é um pensamento de sustentabilidade mais amplo com planejamento estratégico de médio e longo prazos e com uma diversidade maior de fontes de fomento. A falta de qualificação em gestão gera  descontinuidade e enfraquece os empreendimentos culturais”, disse.

    Territórios criativos

    Entre outros benefícios, as ações previstas pelo acordo incluem o mapeamento dos territórios criativos, com o levantamento e o cruzamento de informações da cadeia produtiva dos empreendimentos culturais e criativos para avaliar suas vocações e principais demandas.

    Os territórios criativos, também chamados de Arranjos Produtivos Locais (APLs) Intensivos em cultura, podem ser formados por bairros, cidades ou regiões que demonstrem vocação para um conjunto específico de empreendimentos culturais e criativos.

    Serão realizadas, nessas localidades, atividades voltadas à formação e capacitação em gestão empresarial e à qualificação técnica de artistas, profissionais e empreendedores criativos.

    Outro foco do acordo é garantir para pequenos empreendedores criativos acesso ao mercado. Para isso, será criada uma plataforma virtual que funcionará como uma espécie de bolsa de negócio em que os empreendedores criativos poderão conhecer uns aos outros, trocar experiência e comercializar seus produtos.

    Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os setores da Economia Criativa respondem hoje por 8,54% dos empregos formais no País, com uma renda salarial de R$2.293,64. Essa média é 44% superior à média de remuneração nos demais setores da economia.

    (texto: Marcelo Leal, Comunicação SEC)

    (foto: Elisabete Alves)

     

    Categoria: Destaque

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    1. Se têm Sebrae no meio é sinal que não vai funcionar

      Vou falar de um campo onde a criatividade é tudo, o de modas femininas que é onde atuo há 26 anos, não vejo uma iniciativa do Sebrae que deu minimamente certo nesta área.

      Todos os projetos deles são obsoletos e inviáveis comercialmente, só porcaria.

      Não acreditem no que falo sem comprovar por sí mesmo, vão à região do Brás-Pari em São Paulo, maior centro atacadista e distribuidor de confecções da América Latina e comprovem com seus próprios olhos, não existe vestígio do Sebrae por lá.

      O pessoal do Sebrae está preocupado com o salário do fim do mês, o resto, ora o resto que se ….

      Dilma extingue esta porcaria que só serve de biombo para mascarar a ineficiência das políticas públicas com as empresas que estão nascendo no Brasil, assim, fica mais fácil perceber o que se realmente precisa para que possamos ter um relacionamento, p. ex. com a China, em novos termos de trocas, onde não só bens primários façam parte do comércio.

      Quem sabe um dia vamos ter 3000 fábricas de bicicletas elétricas por aqui também, ou criar roupas que vendam em todo o planeta, como os chineses produzem hoje.

      Acorda, Dilma!

      1. A interface da SEC é com vários setores da sociedade

        A interface da SEC é com vários setores da sociedade, penso que também com o ministério da microempresa…quanto a inoperância do Sebrae, pelo aqui em GO a parceria com a FAV(Faculdade de Artes Visuais da UFG, que mantém um curso de desing de moda)  rendeu frutos, na área do design de modas, o Sesi também ajudou muito, participou, deu certo

        Ainda sobre as propostas e realizações da SEC:

        Editais garantem R$ 6,1 milhões para empreendimentos culturais e criativos

        Autor: marcelo.davila

         O Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria da Economia Criativa (SEC), lançou no dia 31 de julho, na sede do Observatório de Favelas, na Maré, Rio de Janeiro, dois editais com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento da Economia Criativa brasileira por meio do apoio financeiro à qualificação profissional e ao surgimento de novos empreendimentos nos setores criativos. Os dois editais são dirigidos a instituições públicas e privadas sem fins lucrativos. O total de recursos investidos pelo MinC, nos dois editais, é de R$ 6,1 milhões. As inscrições iniciaram no dia do lançamento e ficarão abertas até 13 de setembro de 2013. Formação e qualificação em gestão cultural O Edital de Apoio à Formação Para Profissionais e Empreendedores Criativos é voltado à realização de cursos para formação e qualificação em gestão no setor criativo, elaborados e ministrados por instituições públicas de ensino superior ou privadas sem fins lucrativos que atuam com formação. Serão selecionados 11 projetos, divididos em três categorias: Gestão de Negócios e Empreendimentos; Gestão e Produção de Eventos; e Gestão de Carreiras. Os recursos a serem distribuídos nesse edital somam R$1,1 milhão. Podem concorrer entidades que tenham no mínimo três anos de existência e atuação comprovada em pelo menos um dos 15 setores da Economia Criativa previstos pelo edital (veja quadro ao lado). Os cursos promovidos pelas instituições selecionadas devem oferecer vagas gratuitas, preenchidas por meio de processo seletivo público. Investimento em incubadoras Já o Edital de Fomento a Incubadoras de Empreendimentos da Economia Criativa tem a finalidade de fortalecer entidades que atuam com empreendimentos criativos e inovadores para que ampliem a oferta de vagas para a incubação. O total investido é de R$ 5 milhões. Serão contemplados até 20 projetos e cada projeto contará com o apoio do MinC no valor mínimo de R$250 mil e máximo de R$400 mil. O primeiro edital dessa modalidade lançado pelo MinC é dirigido a instituições públicas e privadas e privadas sem fins lucrativos que atuam como gestoras de incubadoras há, no mínimo, três anos. Uma das metas da SEC/MinC é estruturar políticas de fomento a novos empreendimentos criativos. Algumas das poucas incubadoras públicas e privadas que atuam no setor têm capacidade de investimento limitada. “Queremos estimular as incubadoras que atuam nos setores criativos a ampliar sua capacidade”, afirma a secretária da Economia Criativa do MinC, Cláudia Leitão. Outra dificuldade enfrentada pelo setor no Brasil, explica a secretária, é a falta de cursos com foco na gestão de empreendimentos criativos e gestão da produção cultural. “A formação é um dos gargalos da economia criativa e um dos desafios a que nos propusemos na SEC é estimular a formulação de cursos de gestão específicos para os profissionais criativos”, diz. Confira a publicação dos editais no Diário Oficial da União (31/7/2013, páginas 16 a 19, nº 146, seção 3). 

        Confira os editais e formulários.

        (Texto: Marcelo Leal – Comunicação Social  da SEC/MinC)

         

         

      2. 26 anos em uma area e nao

        26 anos em uma area e nao especificou nada do que a Sebrae esta fazendo de errado?  Assim nao vale!  Ninguem tem a menor ideia do que seria!

        1. Mas é justamente isto, não existe atuação do Sebrae

          Numa área eminentemente criativa, como moda, onde se compra e vende moda, não existe atuação do Sebrae.

          Ou seja, fica só em cursos, ações, seminários , livros, apostilas, mas de realmente prático que interfira positivamente onde se negocia ele não atua, não têm nada para contribuir, muito pelo contrário.

          Ou seja, o Sebrae é só enganação, nada que presta e faça alguma diferença sai dali.

  4. Alguns links, já que os dos sites do governo foram removidos

    …foram removidos por exigencia da lei eleitoral(?????) que lei é eh que contribui para desinformar

    http://pt.slideshare.net/Catialu/relatrio-gesto-da-secretaria-de-economia-criativa

    Relatório de seminário sobre o tema

    http://www.aberje.com.br/acervo_not_ver.asp?ID_NOTICIA=7205

    Estão abertas até 23 de setembro as inscrições para o edital Cultura 2014, que premiará, entre outros, trabalhos para as áreas de Moda, Design, Artesanato, Arquitetura e Gastronomia. O Ministério da Cultura (MinC) destinará até R$ 250 mil para projetos em cada uma dessas áreas que contemplem o levantamento de informações, dados e a produção de conteúdo, com o objetivo de divulgar a criatividade brasileira nesses setores para o público presente às cidades-sede da Copa do Mundo de 2014.

    O trabalho será disponbilizado em totens multimídia dos estandes do MinC nos espaços FIFA Fan Fests das cidades-sede da Copa 2014 e na página web do Ministério da Cultura. “O MinC está estudando oferecer este conteúdo também por meio de aplicativos para celulares e outras plataformas multimídia”, explica o diretor de Desenvolvimento e Monitoramento da Secretaria da Economia Criativa, Luiz Antônio Gouveia de Oliveira.

    As informações deverão mostrar aos turistas obras, criações, profissionais e roteiros georreferenciados de cada um dos setores, nas cinco regiões brasileiras. “Isso permite que o trabalho beneficie não apenas as cidades-sede, mas todo o País”, afirma o diretor.

    O trabalho de levantamento de dados será importante, ainda, para fornecer um panorama da produção e dos profissionais desses cinco setores, e deverá integrar o banco de informações do Observatório Brasileiro da Economia Criativa (OBEC) e fornecer subsídios para futuras políticas públicas do MinC.

    O diretor da SEC espera que o edital gere interesse de instituições de pesquisa, associações de profissionais, cooperativas, estudantes, produtoras, entre outros.

    Mais informações no site do MinC

    (foto: SECURCE, cedida pelo MTur)

    (texto: Andrea Guimarães SEC/MinC)

     

  5. Assim como o Nassif fiquei

    Assim como o Nassif fiquei perplexo ao não encontrar uma palavra sobre cultura no debate dos presidenciaveis..

    Pior ainda, nos proprios projetos de governo.

    A cultura esta desaparecendo das preocupações de nossos politicos e assim se tornando uma atividade sem força, importancia, na sociedade.

    Estamos sendo pasteurizados,

    Ha muitos anos venho escrevendo, nesse blog, um dos poucos espaços de manifestação que sobra, sobre o empobrecimento da atividade cultural e dos erros dos governos petistas na condução desta area.

    “As manfestações de junho” e o risco de derrota nas eleições são tambem resultados deste enorme engano petista.

    Não vejo “as manifestações de junho”, como pensam muitos, como manifestações politicas espontâneas ou coisa parecida.

    Para mim houve, como nas outras “primaveras” pelo mundo, uma forte interferencias das potencias estrangeiras na nossa vida politica, atraves do uso de um novo instrumento de manipulação, as “redes sociais”.

    Estamos sendo direcionados pelo mundo como os ratinhos nos laboratorios. Recebemos estimulos e saimos correndo para o lado que interessa a quem opera a nova sinistra maquininha.

    É a unica explicação para o fato de um governo que tinha 80% de aprovação, ser no dia seguinte execrado ou ainda pela misteriosa magica de reunir, “espontaneamente”, sem a interferencia de nenhum partido ou organização social, milhares de pessoas “insatisfeitas” pelos mais diferentes motivos, no mesmo horario, data e endereço.

    Na Turquia, os “insatisfeitos” pela derrubada de uma arvore reuniram-se aos milhares para derrubar o governo.

    Estranho.

    Estavamos falando sobre cultura e acabamos  nas “manifestações de junho”.

    Porque?

    Porque uma coisa tem a ver diretamente com a outra.

    Se os governos petistas não tivessem errado tanto na condução de nossa politica cultural nossa juventude não estaria tão alienada.

    A cultura é o mais dinamico processo de politização de um povo,alem,evidentemente, de seus outros aspectos positivos.

    Coloca a discussão politica num nivel muito mais alto de que o partidario.

    É o espelho para a sociedade se olhar e compreender os seus defeitos, suas potencialidades,a sua identidade.

    Se os petistas não tivessem errado tanto na condução de nossas atividades culturais nossa juventude não estaria “nas ruas” empunhando as bandeiras mais reacionarias, mas ajudando efetivamente o governo na “melhoria da saude e educação” para os mais pobres.

    Teria instrumentos para entender porque é tão dificil “melhorar a saude e a educação”.

    Assim aconteceu nos anos 60 quando a cultura era algo considerado importante pelos governos populares. Naquela epoca nossos jovens, lutavam, ate morriam pelos interesses do povo e da nação.

    E era o teatro,o cinema, a musica,as artes em geral que abriam seus olhos  para entender as reais razões de nossos problemas.

    Esperava que depois de uma brutal ditadura e de governos mediocres, como os que a seguiram, que os petistas fossem incentivar fortemente as atividades culturais pelo pais.

    Teriam, evidentemente, de começar pela modificação  da propria lei de incentivo que transfere para as empresas a condução de nossa atividade cultural.

    Trata-se de uma aberração, que causa entre outras doenças uma enorme confusão entre os conceitos de cultura e industria, cultura e entretenimento.

    O Nassif diz que “constatou que a economia da cultura cresce ininterruptamente a taxas de 4% ao ano”.

    Vejo um engano neste dado.

    A industria do entretenimento pode ter crescido 4% ou ate mais,mas a cultura esta se apagando entre nos.

    Ao inves de novos Miltons Nascimentos vemos novos sertanejos,  telos ou ivetes. Ao inves de novos Glaubers estamos assistindo mediocres “atores” de telenovelas “captando” dinheiro publico para se transformar em mediocres “diretores de cinema”.

    Estamos vendo nas artes visuais  uma distorção completa de valores.  Um unico trabalho de uma artista, que mais se assemelha a enfeites de escola de samba, alcança preços maiores de que toda a obra de um Goeldi, de significativa importancia para a nossa cultura.

    O texto do Nassif menciona ao mesmo tempo cultura,industria, mercado.

    Cultura é uma coisa, industria é outra.

    Cinema é uma coisa,industria cinematografica é outra.

    Se a industria cinematografica estiver andando junto ao cinema, tudo bem.

    Se ela se tornar, como agora,uma extensão de telenovelas pode “crescer”, ter valor para seus “investidores” ou para a arrecadação tributaria, mas não para a cultura, para o enriquecimento intelectual da sociedade. Trata -se apenas de uma diversão, de um entretenimento,de um produto qualquer de uma empresa com fins lucrativos.

    Assim como  na musica,no teatro, nas outras artes.

    O papel do governo, sobretudo de um popular, seria exatamente o de incentivar a cultura para protege-la, libera-la do direcionamento pelo “mercado”.

    Infelizmente não teve essa sintonia fina para entender e operar as diferenças dessas duas atividades distintas.

    Os resultados estão ai, “nas ruas”, na alienação de nossa juventude, nos riscos de um retrocesso politico de graves consequencias para o pais.

  6. Isso se o atual governo

    Isso se o atual governo continuar, que fique bem claro.

    Com a troca de governo, vai parar tudo.

    Uma das coisas que mais me preocupa com a entrada da Marina, é o pré-sal.

    Fico imaginando o que a banqueira vai fazer com o futuro das próximas gerações.

    1. Por óbvio, meu caro

      Por óbvio, meu caro Gibson.

      Pelo andar do landau, a morena Marina,,  pode premiar o Eduardo Giannetti com o Ministério da Cultura  ou até, como grande costureira que é, alocar lá o bom Pastor Everaldo.

      Não sei quem seria pior, mas temo que nessa hipótese marineira, que hoje não tem nada de remota, o nome, os métodos e os projetos poderão ser muito piores do que possamos imaginar nos nosso piores pesadelos.

    2. Gilson, tb ando preocupada

      Gilson, tb ando preocupada com o pré-sal,Petrobrás, caso a Marina vença a eleição. Vc ou alguém saberia me dizer se uma presidente tem competência (Decreto-lei) para modificar o estabelecido? Não há a necessidade de passar pelo legislativo?

      Não me recordo, durante as privatizações do FHC o que aconteceu, de que forma foi conseguido.

  7. “Brasil 2015: a vez da

    Brasil 2015: a vez da economia criativa

    nããoo! pelo amor de deus, nãããooo…

    chega! basta! dos “selfie narcisista” a se perder de vista, dos “gourmet assassinado” pra todo estilo sem-estilo de nada e agora esse tal de aplicativo app popular pra economia criativa…na sua vida besta!

    faz o arroz com feijão caseiro mineiro bem temperadinho mais ovo frito no bacon (nada de usar “na mantega” que desanda de dar dó…) que tá bão demais!

  8. Li e reli o texto do Nassif e

    Li e reli o texto do Nassif e a cada vez fico mais perplexo ao constatar como um governo, dito de esquerda, pode ser tão insensivel em relação a cultura, atividade fundamental para a conscientização politica da sociedade.

    Consegue percebe-la apenas atraves de conceitos proprios a industria.

    É uma confusão total.

    Uma mistura absurda entre  industria do entretenimento e  cultura, atividades que nada tem em comum, apesar de em certos aspectos se parecerem.

    Uma mistureba que coloca numa mesma panela cinema, musica e outras artes com aplicativos de celular.

    Estão enlouquecidos.

    Estão procurando “indicadores de produção cultural”.

    Se conseguissem acha-los o que os dados  diriam sobre os universitarios não escutarem mais musica, mas “sertanejo universitario”?

    O que diriam sobre ate o ministro da cultura considerar a ivete sangalo uma grande artista e o  fora do eixo “um dos mais importantes movimentos culturais do pais”?

    Como explicariam a Beatriz Milhares ser considerada a “mais importante artista visual do pais”?

    O texto do Nassif afirma que “as leis de incentivo estão sendo revisadas”.

    Escuto essa mesma ladainha ha mais de uma decada e nada mudou.

    O dinheiro destinado a cultura continua sendo desviado para a industria do entretenimento.

    Mas os governos petistas ao inves de convocarem um Suassuna para o ministerio da Cultura foram procurar o Gilberto Gil.

    Gosto de musica menos comercial de que a  produzida por ele, mas não deixo de considera-lo um bom musico.

    Mas dai vai uma grande distancia para considera-lo capaz de gerir um ministerio da cultura.

    Nunca vi na historia um governo de esquerda com um ministro da cultura de direita.

    O PT inovou.

    E pior ainda, nunca vi a esquerda de um pais não questionar o governo por ter um ministro de direita.

    Dai a razão de tantos enganos.

    Alguem com os conceitos do Gil e seu secretario sucessor tem uma visão de cultura como algo ligado a “mercado”.

    É o pensamento proprio da direita.

    Um quadro de Di Cavalcanti vale um fortuna no “mercado” pela seu significado historico cultural, não por valores de “mercado”.

    Um filme de um Glauber pode conquistar o mercado,mas não foi concebido para esse fim. A intenção era criar uma obra de arte.

    A visão da direita sobre cultura inverte essa logica.

    Um filme tem valor porque “conquistou o mercado”, a ivete é “uma grande artista” porque vende muito disco, tal artista é bom porque seu quadro custa caro.

    A insensibilidade dos petistas chegou a tal ponto que ao inves de procurarem o apoio dos artistas, sobretudo não o tendo por parte da midia, foram provoca-los ameaçando alterar a lei de direito autoral que os protege.

    Não contentes, para o bem do “conhecimento”, ainda tentaram tirar dos artistas o basico e fundamental direito a privacidade de suas vidas,para ficarem expostas em “biografias não autorizadas”.

    Qual as consequencias de tantos erros?

    Os artistas sumiram e a juventude ficou escutando rogers,caetanos e lobões como se fossem porta vozes de alguma coisa.

    Nunca vi errar tanto.

    1. O seu comentário prova que a

      O seu comentário prova que a comunicação do governo federal é totalmente falha. 

      Gil, e depois Juca, foram os melhores ministros da Cultura que o país já teve.

      Veja o Cultura Viva, veja os Pontos de Cultura. Infelizmente tivemos um hiato com Ana de Holanda e um pouquinho melhor com Marta Suplicy, mas veja, depois de Ana é difícil não melhorar.

      Estamos começando um novo período de Juca e, caso continue de onde parou no governo Lula, os tempos podem ser muito auspiciosos para a Cultra nacional.

      Todas as reclamações de falta de verba, procedem. A Lei Rouanet é um monstro que coloca nas mãos do “departamentodemarquetingue” das empresas a escolha do que é melhor para a Cultura Brasileira, mas isto já está sendo trabalhado. 

      Lentamente, ainda mais com este novo congresso.

      1. 1. “O seu comentário prova

        1. “O seu comentário prova que a comunicação do governo federal é totalmente falha. “

        Uma politica cultural que precisa da “comunicação do governo” para ser reconhecida  é algo que nunca vi.

        Cultura é algo vivo,  não precisa de “comunicação “, ela se comunica por si ou não, acontece ou não. Para mim basta assistir os universitarios escutando “sertanejo universitario” para ver que a coisa esta mal.

         

        2. “Gil, e depois Juca, foram os melhores ministros da Cultura que o país já teve”.

        Um de nos dois esta falando de algo que não entende.

        Talvez voce tenha mais livros do que eu publicados, ganhou mais premios.

        Para mim, Gilberto Gil foi um desastre na politica desde a primeira vez que se elegeu na Bahia.

        Foi tão ruim que, na epoca, declarou que jamais se envolveria novamente em assuntos politicos.

        Esse juca não merece nem comentarios. Um ministro da cultura que acha a Ivete Sangalo uma “grande artista” e o “fora do eixo “uma das mais importantes manifestações culturais do pais”deveria estar cuidando de outros assuntos. De cultura não entende.

        3. “Veja o Cultura Viva, veja os Pontos de Cultura.”

        Cultura é algo um milhão de vezes mais abrangente que “pontos de cultura”. Mas foi a unica coisa que esse pessoal mediocre e despreparado conseguiu criar.

        4. “Todas as reclamações de falta de verba, procedem. A Lei Rouanet é um monstro que coloca nas mãos do “departamentodemarquetingue” das empresas a escolha do que é melhor para a Cultura Brasileira, mas isto já está sendo trabalhado.”

        A dupla baiana é boa de conversa,  esta no poder ha uma decada e nada mudou. 

         

  9. Graça renunciou, ela e a diretoria

    Para mim, em razão de mais um equívoco do governo que será sucedido por outro. Agora, o presidente tem de ser um militar por várias razões que os entendidos poderão detalhar.

  10. Nada a ver com o assunto, mas

    Nada a ver com o assunto, mas hoje pegou fogo em mais uma favela em São Paulo.

    Ninguém vai falar mal do prefeito, não?

  11. Cultura em SP – Capital

    Cultura. Aí está uma palavra que pode dar a idéia de algo profundo, vetor de mudanças, e não significar quase nada, muito menos mudança. Nesta mesma semana, lê-se que um vereador de São Paulo foi promovido a Secretário de Cultura do município com a função de “transformar costumes”. 

    Mas isso é mentira. O Prefeito está IMPONDO costumes, os que ele julga corretos, sem conversar pra valer com a sociedade paulistana.

    Vamos lá, chover no molhado: ciclovias que quase ninguém usa (por diversos motivos, dá preguiça de enumerá-los e também de lè-los), praças imundas e perigosas – em sua maioria, imposição de tipos sacolas de lixo ($$$….), as futuras multas pra quem não economizar água (multa, multa, multa, como ele gosta disso), essa porcaria de grafite horrendo nos Arcos do Jânio, sem minimamente consultar a população…

    E está usando os cadeirantes para legitimar as ciclovias desertas (afinal, quem negaria um direito a um cadeirante?). O cara é malandro, pena ser raivoso e incompetente.

    Que direito esse encrenqueiro incompetente, falastrão e mascarado acha que tem para empurrar essa cultura goela abaixo dos paulistanos? Esse prefeito tem raiva dos paulistanos que não são da periferia. Ele IMPÕE os delírios dele para “transformar costumes” que a ele não menores. Mas o eleitor paulistano é atento, porém discreto, e não tem tempo para fazer alarde, pois tem que trabalhar muito para mandar dinheiro pro Haddad rasgar. Atento e discreto eleitor, apenas aguardando as urnas no ano que vem.

    E pra fechar, caros leitores que defendem ou não esse picareta, por que o filho dele não cursou uma faculdade particular, se tem condições para pagar, e foi ocupar uma  vaga de um possível estudante carente no Largo S. Francisco?

    Deve ser porque que quando é pra valer o prefeito prefere a CULTURA TRADICIONAL, preferencialmente paga pelos bobões que gostam dele.

  12. Algo estranho aconteceu no

    Algo estranho aconteceu no blog.

    Li o post acima, onde conceitos proprios a industria são misturados a cultura e me preparei para comentar.

    Alias afirmando o mesmo de sempre: os erros do PT em relação a politica cultural do pais.

    Inexplicavelmente, vejo dois comentarios assinados pelo mesmo codinome que uso publicados.

    Ao le-los descobri que eram de minha autoria, apenas escritos tempo atras.

    Contem os mesmos conceitos que pretendia afirmar novamente.

    O blog me dispensou da tarefa.

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