Brasil, um país sem expressão no comércio mundial, por Luis Nassif

Mas dos 10 produtos de maior exportação da Indústria de Transformação, apenas um, o 10o tem valor adicionado: veículos de automóveis de passageiros. Todos os demais são apenas commodities, com a única vantagem competitiva do Brasil ser produtor.

Há uma certa euforia com a melhora das exportações brasileiras. É como se o país fosse um grande player no mercado internacional.

Uma consulta aos últimos dados globais do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra um país que não conseguiu se firmar no mercado internacional. Aliás, desmentindo versões de que, abrindo a economia às importações, os produtos brasileiros se tornariam mais competitivos.

Com 68% do PIB do Brasil, por exemplo, o México acumula exportações anuais 2,18 vezes maior que o Brasil.  A Bélgica, com 29% do PIB brasileiro, exporta 2,14 vezes mais. Ou o Vietnã, com 14% do PIB brasileiro, exportando 1,49 vezes mais.

Não apenas isso. Nos 12 meses encerrados em setembro de 2021, o maior volume de exportações foi de bens intermediários – insumos agrícolas e minerais.

Na análise de tempo, percebe-se um crescimento de bens intermediários e uma estagnação de bens de capital e de consumo.

Em outra subdivisão – produtos de Agropecuária, Extrativa e Indústria de Transformação, percebe-se a pobreza dad pauta de exportações brasileira. A Indústria de TRansformação responde por 51% das exportações.

Mas dos 10 produtos de maior exportação da Indústria de Transformação, apenas um, o 10o tem valor adicionado: veículos de automóveis de passageiros. Todos os demais são apenas commodities, com a única vantagem competitiva do Brasil ser produtor.

Um dado que chama a atenção é a balança comercial da Energia Elétrica. O Brasil corre o risco de falta de energia porque não se cuidou de manter os reservatórios cheios, quando apareceram os primeiros sinais da grande estiagem do ano.

Analisando-se a balança comercial de energia elétrica, porém, percebe-se um aumento nas importações deste ano, mas um aumento maior nas exportações.

Luis Nassif

3 Comentários

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  1. Tomando como exemplo a area Sidero Metalúrgica, cujos produtores, a tres decadas atuam em formação de cartel, explica-se a baixa produtividade e evolução da indústria de transformação dependente desse setor.
    Manufaturados essenciais que não se produz internamente, importa-se, independentemente se de baixa, média, ou alta tecnologia.
    Se não se aperfeiçoar a política industrial implementada desde a era Collor/FHC e timidamente melhorada na era Lula/Dilma e desmontada e agravada na era Temer/Bolsonaro, nos tornaremos exportadores somente de minerais e alimentos em curto espaço de tempo.

  2. Para um país que escolheu ser a fazenda do mundo, onde só produzir soja, milho, suco de laranja e quetais importa, onde continuadamente colocou-se no poder pessoas que também pensam assim, só podemos concluir que está tudo compatível. É por isso que temos 1.500.000 advogados com carteirinha OAB e 350 000 engenheiros.

  3. Ora ora meus diletos comentaristas: Sua pátria não fabrica nem lápis ✏️. É isto que estou afirmando. Qual produto de valor temos para exportar? Aaaa: Aviões da Embraer com propulsores “deles” como também toda a aviônica e também os pneus, claro, do avião. Me digam: Qual parte deste avião é feita dentro da nossa nação? Aaaa: A fuselagem. Vai comendo Raimundo…

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