Como Lula aproximou-se dos Estados Unidos

Ontem de manhã Otto Reich estava indignado.

Na condição de Subsecretário de Estado do governo George W. Bush. Para o Hemisfério Ocidental – responsável por uma área que ia do Canadá à Argentina – Reich foi o principal operador para a aproximação dos EUA com Lula, antes mesmo das eleições.

Sua surpresa foi com resenhas publicadas neste final sobre o livro“18 Dias”, de Matias Spektor, narrando os supostos esforços do ainda presidente Fernando Henrique Cardoso para convencer Bush Jr. e os financistas de Wall Street que Lula não era um incendiário.

Reich foi entrevistado por Spektor, assim como seus interlocutores brasileiros.

É até possível que o então presidente do Banco Central Armínio Fraga tivesse feito algum trabalho junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e a Wall Street. Mas FHC teve influência próxima de zero na aproximação de Lula com o governo Bush.

Primeiro, pelo inusitado de um presidente que sai do acordo avalizar seu adversário político. Depois, por não ter praticamente nenhuma influência sobre a corte de George W. Bush. Como disse o interlocutor de Reich, “Fernando Henrique não tinha muito capital junto a Bush para gastar com Lula”.

As ligações de FHC sempre foram com Bill Clinton e o Partido Democrata. E as duas maiores implicâncias de Bush eram justamente Clinton e intelectuais tidos como de esquerda, como FHC.

O início do contato

O primeiro encontro de aproximação com o governo Lula ocorreu em São Paulo, em junho de 2002 – portanto, antes mesmo de se conhecer o resultado das eleições – na casa de um empresário amigo de Reich. Este chegou no mesmo dia da reunião, que teve início às 13 horas e se prolongou até às 19.

Do lado norte-americano estavam presentes a embaixadora Dona Hrinak e o cônsul em São Paulo  Patrick Duddy. O encontro, aliás, serviu para alavancar a carreira de Duddy que, depois disso, tornou-se Subsecretário de Estado para o Cone Sul e, mais tarde, embaixador na Venezuela – o último embaixador, aliás, expulso por Hugo Chávez.

Do lado brasileiro participou o futuro Ministro-Chefe da Casa Civil, José Dirceu. Ele garantiu que Lula respeitaria integralmente os compromissos internacionais e financeiros do país, mostrou que não havia caminhos possíveis para a esquerdização do país e se tornou o principal interlocutor dos EUA.

Reich voltou para os Estados Unidos com um novo perfil de Lula. Informou a Bush Jr que não se tratava de líder populista ou comunista, até por não ter formação intelectual para tal, mas do self made man típico, que está na base do sonho americano.

Imediatamente a imagem projetada de Lula conquistou Bush, a ponto de, pouco depois, convidá-lo para passar alguns dias com ele, nos EUA, dispensando-lhe um tratamento de amigo que nem Clinton conseguiu dispensar a FHC.

As outras reuniões

Em novembro ocorreu um segunda reunião, juntando Otto, Bill, Lula, Aluizio Mercadante e Antonio Palocci. Por volta de 10 de dezembro de 2002 Lula foi a Washington antes mesmo da posse, algo totalmente fora do padrão.

Quando começaram as primeiras reuniões entre a cúpula do PT e Otto Reich, o embaixador brasileiro em Washinghton, Rubens Barbosa, vendia ao governo norte-americano a versão de que Lula não tinha chances de vitória e o governo deveria apostar tudo na vitória de José Serra – de quem ele, Rubens Barbosa, seria o chanceler.

Obviamente, nem Serra, nem Barbosa, nem FHC sabiam das tratativas secretas de Otto Reich com a cúpula do PT. O que torna mais inverossímil a versão do papel de FHC nessa aproximação.

O terceiro encontro de Reich foi em março de 2003, com Lula e Dirceu na Granja do Torto. Desse encontro nasceu a viagem de Dirceu aos Estados Unidos, ocasião em que se reuniu com a Secretária de Estado Condoleeza Rice e com o mundo político e financeiro. Inclusive com um jantar histórico, em Washington, com 24 pessoas, os presidentes dos principais bancos do país, oferecido por  Donna Graham, herdeira do Washington Post.

Foi o melhor período nas relações entre Estados Unidos e o Brasil.

Tempos depois, já fora do governo, o próprio Otto Reich viria ao Brasil como representante da família Bush interessado em negócios de biodiesel de cana.

Mesmo depois de deixar a Casa Civil, Dirceu continuou sendo o interlocutor preferido do Departamento de Estado.

Em sua visita ao Brasil, Condoleeza fez questão de marcar um almoço com ele. Dirceu estava na Venezuela, foi avisado às sete da manhã mas chegou a tempo, graças ao jatinho de Hugo Chávez. Donna Graham também se tornou visitante do escritório que Dilma montou, depois de deixar o governo.

Com a saída de Dirceu de cena, perdeu-se o elo mais consistente das relações com os Estados Unidos, episódio lamentado no Departamento de Estado

O autor do livro, Matias Spektor é conceituado inclusive junto a Reich. Antes de voltar para o Brasil, trabalhou no Council of Foreign Relations. Dai a estranheza em relação às conclusões do livro.

Pode ser que as resenhas tenham exagerado o papel de FHC. Pode ser que o próprio FHC tenha se excedido ao discorrer sobre sua suposta influência no governo de George W. Bush.

De qualquer modo, Reich e seus amigos estão aguardando a leitura integral do livro – que ainda não foi lançado – para formar juízo sobre a obra.

Luis Nassif

36 Comentários

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  1. Esse Post e o de Motta

    Esse Post e o de Motta Araújo; “A verdadeira história da aproximação de Lula e Bush Jr.” vem desmistificar a ladainha tantas vezes repetidas, inclusive pelo sr. Motta Araújo, de que o Brasil do PT era afastado dos EUA e isso causava grandes prejuízos ao nosso país.

    Serve também para demonstrar a importância, mais uma,  de Dirceu para o Brasil. O mesmo Dirceu execrado pela grande mídia.

    1. Deu no Globo
      Vi por aí antes do que no blog essa matéria e pensei até em postar como o Motta Araújo acabou fazendo posteriormente; mas pensei o que que as OrgGlobo querem com isso? e desisti. Vi que foi postado e fiquei surpreso quando subiu a post na principal. Mas sempre vem o esclarecimento por aqui.

      1. Raciocinei justamente com

        Raciocinei justamente por esse lado, a intenção dessa gente é fazer o caminho da aproximação – será se afastou um dia? – por um caminho enviesado.

         

    2. Assis, salvo engano, o que

      Assis, salvo engano, o que ele diz é que o Governo foi se afastando no seu decorrer, principalmente segundo mandato do Lula e primeiro de Dilma, e não que era afastado desde o início.

  2. “Pode ser que as resenhas

    “Pode ser que as resenhas tenham exagerado o papel de FHC. Pode ser que o próprio FHC tenha se excedido ao discorrer sobre sua suposta influência no governo de George W. Bush”:

    Mas todo autor esta acostumado ao entrevistado que se coloca ao centro do mundo, Nassif.  Nao foi uma pessoa que ele entrevistou, foi um monte de gente do circulo de FHC.

    Eles NAO estavam colocando FHC no centro do mundo.  Eles estavam tentando salvar as proprias reputacoes atravez dele.

    (Eu tambem tou doido pra saber os nomes desses entrevistados.)

  3. A história se repete… vamos ver onde vai dar…

    Começou assim também com o Bin Laden e com o Saddam Hussein… depois se tornam descartáveis e viram inimígos nº 1 dos EUA. E quem sofre é o povo que esses imbecis representavam.

    1. É pq pra turma do oba-oba, é

      É pq pra turma do oba-oba, é tudo muito fácil… vamu quebrar tudooooo… ééééééé!!!!!! Tá tudo erradoooooooooo…. ééééééé´!!!! Contratos existem e devem ser respeitados; gostaria de saber se os que berram com tanta facilidade pela quebra de pactos, estariam dispostos a aceitar a quebra ou o descumprimento de contratos em que são partes. Pimenta no contrato dos outros é colírio mas nos meus direitos adquiridos ninguém mexe…

      1. Leia o livro da Maria Lucia
        Leia o livro da Maria Lucia Fattorelli, Auditoria da Dívida Externa: Questão de Soberania. Ela é auditora fiscal da Receita Federal e coordenadora da Auditoria Cidadã pela Campanha Jubileu Sul. No livro é possível conhecer o conceito de “dívida odiosa”, feita em nome de governos autocráticos e que visa apenas enriquecer sua elite e perpetuar a opressão ao povo. O conceito de “dívida odiosa” foi usado pelos EUA para cancelar a quase totalidade das dívidas de Cuba com a monarquia espanhola, quando os americanos ocuparam a ilha no início do século XX. As dívidas contraídas por Cuba naquela época foram classificadas como odiosas, pois foram feitas por um governo títere apenas para financiar o domínio espanhol, portanto nunca foram pagas. Além das dívidas odiosas, existe no próprio direito brasileiro a figura dos contratos leoninos, feitos em condições tão negativas para uma das partes que são desconsiderados nas cortes de Justiça. Como se vê, nem todos os contratos são feitos para serem cumpridos, isso é só mais uma balela do Mercado para nos convencer que não há nada a fazer além de se submeter.

        1. Concordo com tudo o que vc

          Concordo com tudo o que vc disse mas me diga, quem é que vai determinar que contratos são feitos para serem cumpridos e os que não são? Se ficar a critério de cada governo, eu terei que aceitar que um governo cuja orientação política seja diversa da minha, terá o poder de incluir o meu contrato na categoria dos que não podem ser cumpridos. 

  4. Eventualmente,

    pode-se deduzir destas comparações entre Lula e FHC, que este último é mais um tipo sonhador, enquanto aquele é alguém com os pés no chão, deixando-se reger muito mais por pragmatismo. 

    E esse pragmatismo e mais um pouco de sorte é que fizeram o governo Lula muito mais lembrado do que o de seu antecessor, não é?

  5. A Dirceu o que é de Dirceu.

    Bom pelo que entendi dos posts do Luis e do Motta, querem tirar de Dirceu o protagonismo em um episódio e entregar aos tucanos, principalmente FHC.

    Resenha disponível do livro:

    ’18 dias’ é a história secreta de como Lula e Fernando Henrique Cardoso trabalharam juntos para quebrar a resistência do governo Bush ao PT nas eleições de 2002. Usando documentos inéditos e entrevistas exclusivas com os principais atores envolvidos, Matias Spektor reconstitui 18 dias na transição presidencial mais delicada da história recente, quando petistas e tucanos uniram-se para impedir que a direita norte-americana ameaçasse a chegada da esquerda brasileira ao poder. Forçados pelas circunstâncias, eles conduziram uma transição democrática sem precedentes. A história começa em 28 de outubro, um dia depois da vitória petista, quando José Dirceu e Condoleezza Rice costuraram uma delicada aproximação entre seus respectivos chefes. E termina com o encontro histórico de 10 de dezembro, quando Lula e Bush, tendo recebido apoio ativo de FHC, se encontraram na Casa Branca pela primeira vez. No livro, o autor revela uma faceta desconhecida dos bastidores do poder – o uso estratégico da diplomacia como instrumento a serviço do Palácio do Planalto. E mostra por que a troca de comando entre tucanos e petistas levou a Casa Branca a enxergar no Brasil uma potência emergente.

    Vou remendar aqui Cícero: “Qvosque tandem abvtere, Piguilina, patientia nostra?”

    1. “Resenha disponível do

      “Resenha disponível do livro:

      ’18 dias’ é a história secreta de como Lula e Fernando Henrique Cardoso trabalharam juntos para quebrar a resistência do governo Bush ao PT nas eleições de 2002″:

      Ainda bem que eu preferi nao comentar nada no post, Alberto.  Essa pessoa abaixo te parece ter influencia sobre o arrogante Bush?

       

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=ST8gepKqDUM%5D

  6. Não acredito na intervenção

    Não acredito na intervenção de FHC. Primeiro ele não possuía respaldo para tando no mercado internacional, sua moral era baixa e era ridicularizado constantemente. Aval dele não ajudaria ninguém.

    Segundo lugar, muito antes das campanhas, assessores de políticos ligados ao DEM me confidenciaram que era impossível deter a eleição de LULA, desta vez ele seria eleito e não havia nada que pudesse ser feito para evitar.

    Estes mesmos assessores me contaram a história do mensalão muito antes da CPI dos correios. Nunca ouvi nenhuma conversa de apoio de bastidores.

    Nas eleições de 1989, quando todo mundo queria saber se o PSDB apoiaria Collor ou LULA, eu trabalhava em um pequeno estúdio de comunicação que fazia campanha para o PSDB e assessoria de imprensa. Tive o prazer ou desprazer como quiserem de estar ao lado de Serra, Aloísio Nunes, Feldemam, Macris, Alberto Godman, FHC, Covas, Montouro e Getulio Hanashiro.

    Posso afirmar, que eles só chamavam o LULA de ladrão demagogo. Se estivessem realmente preocupado com o futuro do país, teriam naquele ano dado apoio a candidatura petista. Não deram e ainda ouvi a expressão: do povo quero só o voto, eles que se danem, Mario Covas quando viu que eu havia escutado ficou indignado com o comentário. Ali ficou selado que o PSDB ficaria em cima do muro.

    Sempre atuei em redutos tucanos, nunca houve um momento se quer de trégua ao PT e consequentemente ao LULA, mas, ouvi da boca de um tucano que não busca cargos políticos, mas os financia, depois de uma reunião com o LULA após eleito de que era uma pessoa extremamente inteligente e bem intencionada. Nunca imaginei ouvir isto da boca dele, fiquei impressionado.  

    De tudo que vi presenciei e conheço das negociatas envolvendo políticos dos mais diversos partidos, nunca vi o pessoal do PSDB apoiar o PT, se fosse verdade este apoio teriam aceitado o convite para um governo de coalizão para reconstruir o país dentro do proposto por LULA assim que assumiu o governo cobrando um pacto federativo para o bem do país. Nós sabemos que isto não ocorreu.

     

  7. Que coisa hein

    É impressão minha ou o Lula foi pedir benção ao Bush Jr. pra poder governar? Eu hein, somos o quintal daquele povo mesmo.

      1. Não força…

        Lionel não força os dois neurônios do rapaz…

        Um já está meio manco com o #nãovaitercopa e o outro tem crises depressivas com o relatório do Gallup Poll.

        Coitado do trollzim…

      2. Não é a primeira vez que dá a

        Não é a primeira vez que dá a mesma resposta provocadora e sem conteúdo. 

        “[José Dirceu] garantiu que Lula respeitaria integralmente os compromissos internacionais e financeiros do país, mostrou que não havia caminhos possíveis para a esquerdização do país (…) [Reich] Informou a Bush Jr que [Lula] não se tratava de líder populista ou comunista, até por não ter formação intelectual para tal, mas do self made man típico” Isso foi muito parecido com a Carta aos brasileiros, só que na versão em inglês. Foi lá dizer que não era bicho-papão, que era um ursinho carinhoso. E assim foi com o mercado financeiro, nos dois governos. Avançamos em outras áreas e espero que os neoliberais nunca voltem ao poder no Brasil. Mas Lula não é de esquerda, segundo ele mesmo. http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u87635.shtml http://noticias.terra.com.br/eleicoes2006/interna/0,,OI1070437-EI6652,00-Lula+se+diz+longe+da+esquerda+e+quer+manter+politica+economica.html 

  8. Estou chegando a conclusão

    Estou chegando a conclusão que tudo relacionado ao FHC é uma grande mistificação. Sem a mídia, tal sujeito seria um sociólogo da pseudo centro-esquerda, e só

    1. A mídia e seus marionetes

      Bom dia Juliano.

      A mídia vive de seus marionetes, a bola da vez é Aecio Neves, vendido por toneladas de bom-mocismo , não vale o que defeca.

      FHC foi o melhor marionete e quem mexia as cordas era a Globo devido ao seu performático episódio do “chifre espanhol”.

      Serra foi uma aposta boa da mídia, mas caiu porque a falta de cabelo é diretamente proporcional a do que estava dentro da cabeça.

      Alckimin esta hoje nas “cordas” da mídia e ela depende para manter estas cordas de um tal de “volume morto” e este mesmo já disse que “morto” eles vão ver dia 26 de Outubro.

      Enfim tudo como antes, a única diferença que tem uma central de coordenação de mídia agora chamada Millenium.

      Reparou como o que sai em uma imediatamente é repercutido pelas outras sem o mínimo de averiguações? 

    2. Há fundadas suspeitas que

      Há fundadas suspeitas que FHC, Serra e muitos outros “auto exilados” eram na verdade agentes infiltrados pelos governos militares da década de 60.

  9. Mas, para o que serve…

    Para mim, um livro de versão tão mal contada como esse só serve para o lixo, jamais para a História.

    Será mais um a fazer fila com os que relatam “feitos gloriosos” de nossos condes, barões e marechais suspeitos do passado.

    Pior é que já deve ter muita gente coçando pra comprar essa obra (de obrar) em que FHC & Cia tentam ficar bem perante a História às custas da desinformação de todos.

  10. NYSE / Wall Street

     O jantar oferecido por Ms. Graham, teve um “patrono” muito importante, que conhecia Lula e Dirceu desde 1989, e o Brasil desde os anos 60, e pode-se garantir sem sombra de duvida, que nunca foi simpatico a quqlquer tipo “esquerda” – Willian “Bill” Rhodes ( Citycorp ).

      Com a “chancela ” de Rhodes, seus colegas “maiorais ” de Wall Street, entenderam que o Brasil não ia virar Venezuela ou Cuba, e que Lula/Dirceu/Pallocci não incendiariam os “mercados”, ou pior, o “boato” crescente em Wall Street que o “governo petista” romperia contratos, inclusive os C-Bonds ( boato que rendeu montanhas de dinheiro para os que estavam na ponta “compradora” – quando Lula assumiu, a poliitca economica não mudou – trocaram de posição e venderam na alta o que compraram na baixa – A Berkhshire & Hathaway, do Buffett, faturou milhões com cambiais de Real e C- Bonds – e W. Buffett não é “petista”).

       Parece que no livro a referencia a Arminio Fraga, como um possivel interlocutor com a praça bancaria, é uma tremenda besteira, ele é conhecido como especulador, não dos melhores, afinal Soros o “rifou”, e para “bancão” americano/europeu/japonês, especulador, de qualquer “naipe”, não é interlocutor politicamente confiavel, seria mais provavel, um Scheikmann ou até um Malan.

        Espero que este livro, apesar das possiveis falhas interpretativas de Spektor, comece a por um pouco as claras, uma verdade  conhecida, por quem já operou com governos norte-americanos:  Republicanos são santarrões, creem piamente no “destino manifesto”, tradicionalistas, obtusos, “rednecks”, financistas, chatos, biblie belt, racistas, militaristas, e outras “qualidades”, MAS vc. tem sempre a certeza de com quem está lidando/negociando, os parametros são claros, respostas são objetivas – sem vaselina ou KY.

         Democratas atuais: ( Carter to Obama ): sorriem, são legaizinhos, simpaticos a todas as causas “nobres” ( de fachada), blue colors and unions, metropolitanos, quase do “mundo” – MAS vaselinas, duas ou varias caras, dificeis de negociar, tergiversam até não mais poder – enrolam – adoram dar palanque e “puxar o saco” de intelectuais da suposta esquerda ( sociais democratas, em geral), para engoli-los e cuspi-los como caroço ( FHC exemplo clássico).

      

  11. Caiubi Miranda

     Pelo que já li de seus posts, vc. estava na industria automobilistica nos anos 80/90, e exercia interlocução com os movimentos sindicais da época, portanto:

      Vc. se recorda, do que ocorreu quando da primeira viagem de Lula aos Estados Unidos, e dos contatos entre o Movimento Sindical do ABC, com a AUW ( Auto Union Workers ) ?

  12. Rumos misteriosos

    Muito mais complexo e misterioso do que a maioria pensa, mas não fiquem só com a minha palavra:

    Endgame response to Karl Rove: ‘We’re an Empire creating our own reality for you to study’: Study’s over – you’re under arrest

    Posted on June 27, 2014 by Carl Herman

    Three weeks before W. Bush’s election for a second term in 2004, his Senior Advisor and Deputy Chief of Staff, Karl Rove, chided Pulitzer-winning journalist, Ron Suskind. Rove said:

    Guys like [Suskind] were “in what we call the reality-based community,” which he defined as people who “believe that solutions emerge from your judicious study of discernible reality.” … “That’s not the way the world really works anymore,” he continued. “We’re an empire now, and when we act, we create our own reality. And while you’re studying that reality—judiciously, as you will—we’ll act again, creating other new realities, which you can study too, and that’s how things will sort out. We’re history’s actors…and you, all of you, will be left to just study what we do.”

    Readers and writers in alternative media can explain, document, and prove that much of these “created realities” are “Big Lie” crimes, objectively not even close to the foundational principle of “limited government” within the US Constitution, and “created” with whatever bullshit rhetoric their focus groups conclude most likely to sell (thank you, Professor Frankfurt, for your bestseller making BS an academic term).

    Readers and writers in alternative media observe escalating US and developed nations’ “created reality” crimes in ~100 areas, but perhaps most easily recognized in:

    Unlawful and lie-began war (herehereherehere),So-called money (actually bank-created debt; hereherehere), and“Crime-coverage” by corporate media.

    Good news is that solutions are obvious; the challenge for Earth’s victory over these literalpsychopathic “leaders” is to cause critical mass of humanity to recognize “Emperor’s new clothes”obvious crimes, demand arrests, and split the ~95% of humanity who would choose love and justice from relatively few committed psychopathic wanna-be slave masters.

    Great news is that readers and writers in alternative media are certainly free to “study what the psychopaths do,” their crime du jour, AND we are also free to take the endgame path to:

    Declaring our study over; we’ve seen more than enough.Command the facts over a few key areas of the “Big Lie” crimes (feel free to take the three I have above).Confidently demand arrests and/or Truth & Reconciliation.

    I’ve had enough of these war-murders and created-poverty that annually kill millions, harm billions of humans (and trillions of other Earth beings), and loot trillions of dollars, all while being fed a constant stream of bullshit to lie, distract, and retard us from our real opportunity:

    Competitive cooperation to realize Earth as the astoundingly beautiful place it should be. 

    How about you? Haven’t you had enough of this shit?

    I mean, don’t get me wrong: I like knowing more of the fascinating truths as anyone else, but at this point I’m far more committed to “winning time” rather than “studying what they do.”

    We have lots of company. People around the world view the US as the greatest threat to peace; voted three times more dangerous than any other country. The data confirm this conclusion:

    Since WW2, Earth has had 248 armed conflicts. The US started 201 of them.These US-started armed attacks have killed ~30 million and counting; 90% of these deaths are innocent children, the elderly and ordinary working civilian women and men.The US has war-murdered more than Hitler’s Nazis.US official reports now confirm all “reasons” the US told for current armed attacks were known to be false as they were told.These lie-started US wars are not even close to lawful (again: herehereherehere).US wars and rhetoric for more wars continue a long history of lie-began US Wars of Aggression. Themost decorated US Marine general in his day warned all Americans of this fact of lie-started wars for 1% plunder.

    Btw, the categories of crime for armed attacks outside US treaty limits are Wars of Aggression, and likely treason for lying to US military, ordering unlawful attack and invasions of foreign lands, and causing thousands of US military deaths.

    One option for your consideration of action is the 2014 Worldwide Wave of Action (and here), begun on the April 4 anniversary of Martin King’s assassination by the US government (civil court trial verdict) and completing ~July 4 (Martin’ 2-minute plea to you).

    Another option is to just shine your light as seems best as our endgame evolves. It might be an energetic frequency we hold that is most important, as some of my colleagues/friends suppose (there certainly aren’t enough of us here to affect policy much, so perhaps our presence is to sharply provide choice to the public).

    We’ll discover all together as we keep moving forward (as best we can discern that direction to be).

     

    1. Termodinâmica, entropia e caos

      That fact is – as Schrödinger and Prigogine points out – that more and more complicated self-organized systems develop feeding on the general growth of entropy in the universe. These systems order more and more of their surroundings in order to support and prolong their own existence. We are already influencing the whole of our planet and is beginning to explore other planets in the solar system in order to use them for our own purpose. So, Peirce is right that our rationality is influencing the universe. Who can say if order or chaos will win in the end?

      +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
      The second law of thermodynamics

      There is a nice historical book

      Helge Kragh, Entropic Creation: Religious Contexts of Thermodynamics and Cosmology, 2008

      where the author discusses the heat death debates in 1850-1920. Peirce is mentioned there and a quote from the book is below.

      p. 187-188 “In 1891 he [Peirce] described his hypothesis as follows:

      ‘The state of things in the infinite past is chaos … the nothingness of which consists in the total absence of regularity. The state of things in the infinite future is death, the nothingness of which consists in the complete triumph of law and absence of all spontaneity.
      Between these, we have on our side a state of things in which there is some absolute spontaneity counter to all law, and some degree of conformity to law, …’

      This picture, starting from chaos and ending in an ordered and symmetrical system, turns the ordinary interpretation of the second law on its head. Some years earlier, in a 1884 lecture on ‘Design and Chance’, he declared that the heat death – in which ‘there shall be no force but heat and the temperature everywhere the same’ – was unavoidable. Confusingly, the next year he rejected the global heat death scenario, retracting to a position similar to that of many other evolutionary progressivists of the Victorian era: ‘But, on the other hand, we may take it as certain that other intellectual races exist on other planets, – if not of our solar system, then of others; and also that innumerable new intellectual races have yet to be developed; so that on the whole, it may be regarded as most certain that intellectual life in the universe will never finally cease.’ Perhaps he thought, such as he said in his ‘Design and Chance’, that the living universe would be saved by what he called ‘chance’, an influence he considered to be opposite to dissipative forces, of what some later authors referred to as ‘entropy’.”
      ++++++++++++++++++++++++++++++++

      On 27.06.2014 17:15 Stephen C. Rose said the following:
      > How fixed is the scientific argument for this law? Certainly in this
      > century there have been some who have chipped away at the idea of
      > entropy as a fixed star in an otherwise fallible (subject to
      > revision) scientific universe. And I am unaware of where Peirce stood
      > on this matter. Were his notions of continuity and logic uneasy in the
      > shadow of the assertion that everything falls apart?

  13. Segundo Cristiano Romero, Bush, o filho, tinha antipatia por FHC

     

    Luis Nassif,

    Tenho discordado bastante de você ultimamente. Li o início deste seu post “Como Lula aproximou-se dos Estados Unidos” de terça-feira, 01/07/2014 às 06:00, e concordo com você.

    E vou acrescentar um trecho de um jornalista de que você gosta muito e que eu, apesar de o considerar com altos e baixos, tenho-o em alta conta, mas que, no texto de onde vou tirar o trecho, ele pisou na bola como às vezes pisa de forma bem escancarada. O jornalista é o Cristiano Romero. O artigo dele é “Estados Unidos: uma oportunidade perdida” e que foi publicado no Valor Econômico de quarta-feira, 21/09/2005 e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.iconebrasil.org.br/pt/?actA=7&areaID=5&secaoID=7&artigoID=769

    E o trecho a que faço referência é a seguinte pérola do preconceito:

    “O jeitão tosco de George W. Bush e a antipatia que nutria pelo antecessor de Lula facilitaram a aproximação entre o presidente americano e seu colega brasileiro. Os dois chefes de Estado têm essa característica comum. Ambos odeiam intelectuais e tiveram como antecessores justamente dois deles – Bill Clinton e FHC”.

    Há um comentário meu junto ao post “A atuação do BC em dias anormais” de quarta-feira, 09/11/2011 às 11:43, aqui no seu blog. Post que consistia de reportagem de Cristiano Romero saída no Valor Econômico e com igual título “A atuação do BC em dias anormais” e trazida para o blog por sugestão de Raquel_. O endereço do post “A atuação do BC em dias anormais” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-atuacao-do-bc-em-dias-anormais

    Deixo o link para o post “A atuação do BC em dias anormais” não só porque lá há uma maior contextualização do trecho que eu transcrevi acima como também porque além de em meu comentário eu explicitar mais minha avaliação do jornalista Cristiano Romero, eu também indico outros links que aqui seriam pertinentes.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 02/07/2014

  14. Até os EUA e até Bush

    Até os EUA e até Bush acreditaram que o Governo Lula seria um sucesso. A maior parte do Brasl acreditou e continua acreditando. O mundo inteiro acreditou e acredita.

     

    E até hoje, mais de uma década depois a nossa “elite” continua duvidando, contra tudo contra todos, sem bandeira e sem discurso, uma oposição pirraça e sem rumo.

  15. Talvez o aspecto mais
    Talvez o aspecto mais positivo da política externa brasileira sob o comando de Amorim e Lula tenha sido o pragmatismo/realismo desta, na melhor tradição da Casa de Rio Branco. Não cedeu ao idealismo antiamericano e à demanda por quebra de contratos dos setores mais radicais do partido; buscou, acima de tudo, o interesse nacional, levando adiante aquela que será certamente reconhecida, futuramente, como a grande estratégia brasileira de inserção internacional.
    Interessante comparar o contraste entre tal período e aquele marcado pela outra ascensão de “outsiders” na política brasileira, que é a tomada de poder pelos militares (com o beneplácito das elites), quando houve clara quebra de paradigmas na política externa, passando esta a refletir somente o interesse de classe, com alinhamento aos EUA e lógica de segurança acima da prioridade ao desenvolvimento.

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