O cenário político para o segundo semestre

O jogo político continua pesado, quando visto da Esplanada dos Ministérios. Há uma tensão grande no ar porque nada está acontecendo. As manifestações de junho passado foram a primeira rodada.

Em 7 de Setembro haverá a segunda rodada. Além da chuva de manifestações previstas, o desfile de 7 de Setembro em Brasília, que terá que contar com a presença da presidente da República.

E muito pouca coisa aconteceu ou acontecerá para reverter as expectativas gerais.

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A presidente Dilma Rousseff não quis promover reformas ministeriais em julho.

Decidiu-se não mexer no Ministério – nem na Fazenda – supondo que um novo ministro levaria tempo para desenvolver um novo discurso. Observadores atentos da cena palaciana consideram que desde abril a política econômica já mudou, a política monetária tornou-se mais rígida, a fiscal tende a se enrijecer. Se mudou a política econômica, deveriam ter mudado também os seus respectivos avalistas.

A grande janela de oportunidade era julho. Agora, o tempo passou. Daqui até o início do ano terá que se haver com a mesma estrutura de ministros e assessores. O único fato novo foi a nova presença do ministro Aloizio Mercadante, assumindo a interlocução política.

Na opinião de um membro do Palácio, faltam mais Mercadantes no governo.

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Um observador atento das cenas palacianas relata que a sensação é de um pronto-socorro precisando atender os feridos de um choque de ônibus. A primeira coisa é salvar vidas. Foi feito com o conjunto de iniciativas presidenciais para retomar o protagonismo político. Agora, o desafio é ir tratando os feridos com os recursos que se têm à mão.

O primeiro semestre foi bastante desapontador: inflação alta, escoamento catastrófico da produção agrícola, Eduardo Cunha eleito líder do PMDB, antecipação da campanha eleitoral de Eduardo Campos e a saída de Nelson Barbosa do Ministério da Fazenda.

Agora, há alguns fatores no ar permitindo apostar em tempos melhores.

Há uma ponta de otimismo com os sinais da inflação. Ocorreu uma queda inédita nos indicadores de inflação, algo que não acontecia consistentemente desde 2007. Espera-se que, com os novos sinais, o Banco Central alivie um pouco a política monetária, criando um cenário mais favorável para 2014.

Nos leilões de concessão, aposta-se bastante no campo petrolífero de Libra e nos aeroportos. E não se tem a mesma confiança nas concessões de rodovias e ferrovias.

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Para se preparar para os novos tempos, o governo trabalha em uma rede interna, destinada a prepará-lo para a batalha da informação, tanto dos jornais como das redes sociais. No momento, está sendo criada uma base de dados única, onde depositar indicadores, dados e experiências positivas de Ministérios.

A rede deverá começar a operar dentro de algumas semanas.

Luis Nassif

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