O fim inevitável da era dos grupos de mídia

Entro no The Guardian para ler uma reportagem sobre a crise da imprensa inglesa. No meio da página, o anúncio de um banco brasileiro, provavelmente colocado por um bureau de anúncios independente do The Guardian.

Como não sou nem assinante, nem leitor habitual do Guardian, quem analisou meu perfil, nacionalidade, hábitos de consumo e colocou um anúncio de um banco brasileiro em um jornal inglês foi um bureau. Ou seja, o jornal não tem mais o controle do ciclo do anúncio.

Os jornais perderam o controle sobre o ciclo da propaganda e sobre a distribuição, desde o momento em que o Facebook e o Google fecharam acordos de distribuição do seu conteúdo. Para conseguir os page views necessários para melhorar o faturamento, tiveram que entregar a ambos parte de seu negócio.

Cada vez mais a publicidade os considerará um ponto da Internet, competindo com lojas de departamento, blogs independentes, sites de compras etc. E a maior parte dessa publicidade não passará sequer pelos bureaus independentes, mas pelas redes sociais, especialmente Google e Facebook.

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A reportagem do The Guardian é sobre a “tempestade perfeita” – e não se refere às economias emergentes, mas ao mercado de mídia britânico.

Para a maioria dos jornais, a publicidade impressa ainda tem sido o principal motor de faturamento. Mas tem atingido os piores níveis da história. Em algumas semanas do último semestre, o faturamento chegou a cair 30% em relação à média histórica. E a publicidade digital não deslanchou.

A desaceleração é generalizada. Segundo o Publisher do Daily Mirror, do aumento de 30% na publicidade digital, 29% foram apropriados pelas plataformas sociais. A “tempestade perfeita” está a caminho com os avanços das redes sociais nas estratégias de vídeo. Nos países centrais, conteúdo pago e Internet estão sufocando rapidamente a TV aberta. E a tecnologia da TV digital, no caso das abertas, não logrou ganhos tecnológicos que a viabilizem.

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Haverá reflexos inevitáveis sobre o mercado de opinião.

Os grupos de mídia foram os mais relevantes atores políticos de todo o século 20. Passaram a ter seus poderes solapados em um passado distante, com a disseminação das FMs; de um passado recente, com os avanços da TV a cabo. O golpe fatal foi a tecnologia da Internet e a convergência digital.

Esta semana, na Câmara Federal, foi aprovada a nova Lei de Direito de Resposta, que reduzirá substancialmente o enorme poder da mídia sobre as versões do fato e a construção e destruição de reputações.

A lei implanta definitivamente o direito de resposta extensivo a todas as formas de comunicação – excetuando os comentários em meio digital. Obriga a que a resposta seja dada no mesmo espaço e abrangência do fato. No caso de injúria, elimina a chamada exceção da verdade – pela qual o veículo lançava uma acusação sem provas e, depois, para adiar o direito de resposta, exigia do ofendido a comprovação de que a acusação era infundada.

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Nos anos 40 e 50, várias rádios mantinham orquestras e cantores contratados. Nos anos 70 em diante, foi a vez da Rede Globo com seus artistas  e redes de correspondentes em todo mundo. Dentro de algum tempo, redações com jornalistas em tempo integral serão peças de um passado distante, tal e qual os casts da rádio Nacional e da TV Globo.

Luis Nassif

38 Comentários

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  1. Nassif ixperrrto

    Abandonou o PIG numa época em que a mídia não era tão piguenta como hoje.

    Consolidou-se como jornalista independente, dono do seu próprio nariz e escreve e opina da forma que quiser.

    Parabéns Nassif!

    Sempre esteve antenado com a evolução das mídias.

    Sou dos primeiro a acompanhar esse seu lado inovador.

    Não é a toa que é um legítimo “turquínio”.

    1. Evolução

      Nassif, será que você tem como mensurar quantas pessoas vêm e leem seu blog desde que ele foi criado? Uma evolução quantitativa, ano a ano? Só pra ter uma ideia. O Conversa Afiada de vez em quando publica números e lá, se não me engano, eram 2 milhões de acessos por mês, com aumento de visitas sempre 10% ou mais por ano.

      Muita gente não vê mais TV, mas dá gosto saber que Dez Mandamentos está líder de audiência em 6 capitais. Moisés e Ramsés mandando bananas do Egito para o Bonner Simpson.

        1. Calma lá. Fraude é outra coisa. ..
          Calma lá. Fraude seria SE ele te disser que não tem lado, como a Folha e O Globo fazem.

          Todos têm lado e seu modus operanti.
          PHA e Azenha escolheram lado, e defendem sua posição com menos sutileza que o Nassif, que também tem lado, mas não abre mão de sua independência.

          A diferença é sutil. São mais parecidos que imagina.

          Mas eu tb optei pelo Nassif apenas, apesar de Paulista. Tem este defeito mas eu relevo tendo em vista o bem maior da nação, kkkkk.

          1. Paulista? Apesar de morar em

            Paulista? Apesar de morar em São Paulo, é o blogueiro mais mineiro da blogosfera. Fora isso, assino embaixo do seu comentário

        2. É verdade. Eu também já fui

          É verdade. Eu também já fui leitor do Conversa Afiada e não mais vou lá, porque tive postagens injustamente censuradas. Depoi, é o seguinte, o Paulo Henrique Amorim é muito chato. 

  2. Reduz-se a dependência ideológica dos anunciantes

    Isso além de reduzir o poder da mídia hegemônica, reduz a dependência de certos anunciantes, que impõem ou estabelecem restrições à linha editorial.

    A propaganda passa cada vez mais a ser voltada para o interesse individual do leitor. Então, por exemplo, se o leitor se interessa por bicicletas, é mais provável que os anúncios que ele receba sejam ligados a isso e não a automóveis ou bancos. A mídia, seja um blogueiro, seja um grande portal, fica mais livre da pressão ideológica do anunciante. 

    1. Mídia de massa

      Tomara mesmo que os grandes grupos de massa percam seu poder de controle sobre a informação, eu penso que o maior entrave para o desenvolvimento do Brasil é a informação. A população brasileira é extremamente mal informada, o chamado PiG destrói a opinião pública em prol de uma minoria que está enriquecendo em cima da ignorancia da população brasileira. Sites como o GGN, Conversa Afiada, Pragmatismo Político, Carta Capital, DCM entre outros e canais como o NBR e TV Brasil são a salvação do jornalismo brasileiro.

       

      Fico feliz em saber que está havendo uma mudança na comunicação mundial, já que o governo não faz a reforma dos meios.

  3. Já acaba tarde

    O fim dos grandes veículos de noticiário impresso é apenas o final de mais um ciclo tecnológico, como por exemplo o fim das carruagens. Em ambos os episódios, ficamos também livres de outros danos à sociedade. No caso das carruagens, das montanhas de bosta de cavalo que infestavam as ruas das grandes cidades. No da grande imprensa, da manipulação da opinião pública em conluio com a elite econômica, fato conhecido e amplamente discutido desde antes do tempo em que o próprio LN era importante jornalista da FSP e um dos definidores da sua linha editorial. Como há décadas tem apontado Noam Chomsky, e antes dele Marshall McLuhn, a grande mídia é muito ruim em todo o mundo.  

    1. Devagar com o otimismo…

      Não temos bosta de cavalo, mas tgás carbonico.  Mais uma vez podemos sair do fogo para a frigideira. Num primeiro momento, as redes sociais e Google apresetam-se como aliados no combate à hegemonia da grande mídia.. Mas apenas enquanto for conveniente, até o momento de seu poder dela ser solapado, e um novo altar de poder, com as novas-velhas formas de controle tomar o seu lugar. Google pode esconder e hierarquizar conteúdos, Facebook, igualmente, e até censurar o que não lhe convém, em conluio com empresas, companhias de espionagem e governos, como no caso Julian Assange. Quanta fé o homem colocou na república contra a monarquia e a igreja, fé na burguesia e na imprensa como arma de libertação da tirania para entrega-la de bandeija  no altar do deus mercado, numa servidão voluntária a toda sorte de pequenos e mancomunados tiramos.

    2. Em ambos os casos nos vemos livres de um monte de bosta.
      Quanto às novas mídias, como a internete (Google e Facebook) vão levar um tempo para feder e acumular muita bosta. Isto nos dá um suspiro. De qualquer forma temos a vantagem de escolher o que vamo ler. Eu por exemplo, neste momento estou lendo este blog, e ninguém pode me impedir.

      1. Novos problemas? claro!

        Você, e abaixo Cris Kelvin, apontam que as novas tecnologias também trazem seus problemas. Problemas maiores, menores, ou simplesmente diferentes? Só o futuro dirá. Em The Medium is the Message, Mcluhan argumenta que o mais importante na midia não é seu conteúdo, mas o próprio ambiente que ela gera. Bem, o conteúdo também é muito importante. Pelo link

        hypescience.com/manipulacao-da-opiniao-publica-atraves-da-midia-segu…

         você vê os filtros pelos quais a grande midia elege os temas que divulga. Esses filtros definem o conteúdo de maneira devastadora. Infelizmente, os blogs também têm os seus filtros, às vezes não menos perversos. A História é um grande desfile de problemas.

  4. Acabou

    Me parece que a única coisa que sustenta as grandes empresas de mídia no Brasil é a publicidade chapa-branca. Maria Candelária é o que me vem à mente quando, por invigilância, leio editoriais. Aliás, na velha imprensa, tudo é editorial, palpite, opinião.

    O mercado de notícias não obstante existe, resiste e é enorme. Mas o lugar da inovação não fica mais nas velhas redações.

    Dono de jornal que não sabe o que é e como funciona o BuzzFeed, por exemplo, não conhece nada do seu próprio mercado. Aliás, o Nassif publicou um post ontem sobre o BuzzFeed e quase ninguém comentou. O site recebeu 146 milhões de visitas somente em maio de 2015. Quantos jornais o Otavinho vendeu nesse mês?

    O pessoal do YouPix, que é um lugar de inovação comandado pela ótima Bia Granja, vem produzindo bastante conteúdo relevante sobre esse tema:

    O jornalismo está vivão
    E a culpa é dos leitores das redes sociais
    O brasileiro é quem mais lê, compartilha e comenta notícias no mundo. Precisa desenhar? ¯_(?)_/¯
    https://youpix.com.br/o-jornalismo-est%C3%A1-viv%C3%A3o-f50b41b0b982#.ka88a7riv

    O que o The Washington Post pode ensinar às “empresas de mídia”
    https://youpix.com.br/o-que-o-the-washington-post-pode-ensinar-%C3%A0s-empresas-de-m%C3%ADdia-d70adbf9c63b#.ykuqw0p1e

    O Estadão tem um grande passado pela frente
    A terrível “Síndrome de Kodak” que assola o jornalismo brasileiro
    https://youpix.com.br/o-estad%C3%A3o-tem-um-grande-passado-pela-frente-e93e739ba905#.pfxvlowc

    Esse último artigo é ÓTIMO. Mostra que o pessoal de estratégia do Estadão leu o mais importante relatório de mídia mundial e entendeu exatamente o oposto! Ou seja, nem o idioma inglês os dinos dominam.

  5. Que a vaca do pig vá para o

    Que a vaca do pig vá para o brejo e não leve o Brasil junto, que é o que eles estão tentando fazer. É mais ou menos como o Cunha, sabe que o fim está próximo, mas quer fazer o maior estrago possível enquanto ainda tem poder de fogo.

    Mas o mais interessante é que apesar da agonia do pig, ou talvez por isso mesmo, o jornalismo nunca esteve tão pujante. Se voce não é coxinha para ficar só no PUM da Gafe — pensamento unico midiático da Globo, Abril, Folha e Estadão – voce terá acesso aos mais diferentes ângulos da realidade. A quantidade de opiniões, informações a abordagens é infinita

  6. fim de quase tudo com final feliz

    nestes fins dos tempos os fins justificam a mídia ggn-nassif está prosa e não está com tudo em profetizar e evangelizar – na apoplética pregação escatológica sermão da montanha – o fim de quase tudo que se movimenta na atual civilização judaico-cristã… só livra e redime dos pecados impunemente da sua maldição escatológica profética: o fim do PT-171,  o fim do patético-trágico governo dilma, o fim do presidente-picareta, o sinatra das palestras, para isperto isperto e meio…

    1. Fim de quase tudo ou quase tudo.

      Kiegaard, filoso dinamarquêz em bom portugues.Kieres aki cagar, dizia que todos nos somos idiotas e nao existe nenhum idiota superior para desmentir isso. Alguns sao esforçados,mas nao vao conseguir. O celular e a internet vao formar a geraçao mais inteligente do planeta,por enquanto ressuscitamos a palavra KKKKK. Foi assim com a invençao da enxada,decepou muitos dedos no inicio do manuseio. A intenet colocou um operario para realizar o melhor governo da historia,energisou o salvelindo,aumentou a auto estima,a sensaçao de pertecimento. E alguns lamentaveis brasileiros estao ainda em duvida se estao felizes. Inseridos no contexto.Ja imaginaram o gari da minha rua e  a faxineira do meu predio no meu grupo de zap zap. Ja imaginaram um representante comercial,como eu,conhecedor de 2800 municipios do salvelindo,ex comissario de bordo,participar de zap zap com a fina flor da sociedade,misturados com os nobres e os excluidos ali enchendo de talento e criatividade o meu zapa zap diario. E muita mixaria para ocupar espaço no reducionismo da globo e cumplices e seus cabeças lotadas…de merdas.

    2. Vcs da “impoluta” oposição é

      Vcs da “impoluta” oposição é que querem aplicar o 171  com o voto de 171 picaretas e conhecidos ladrões públicos,..,.vá estudar história do Brasil

  7. A WEB

     A nossa amada, e adoravelmente bagunçada, INTERNET está mudando o rumo da História da Humanidade!!!

    Cheguei a trabalhar com a tal BITNET nos primórdios da INTERNET e sei do que estou falando…

    Os estamentos midiáticos de sempre NÃO MAIS estão hegemônicos quanto à divulgação dos fatos e verdades sobre a Realidade…

    Claro que dejetos de maré baixa como a GLOBOSTA e a perceVEJA não se podem declarar “fontes de verdades”, todos o sabemos…

    Agora, com a WEB, TODOS NÓS podemos ser fontes de informações; como na Vida Real…

    E isso incomoda MUITO, MUITO aqueles estamentos que querem continuar a DOMINAR a Mente Humana, ao pior estilo das RELIGIÕES…

    ESSAS mídias que aí estão dominando a nascente da narração sobre a Realidade não mais têm aquela credibilidade (FALSA, sabemos hoje….) que um dia, supostamente, tiveram…

    Está claríssimo hoje que elas sempre manipularam a Mente Social nela inoculando SUAS próprias “verdades”, sempre ancorando interesses velados, escondidos, inconfessáveis…

    Questão de tempo, apenas, que essa mídia corrupta, conivente, fascista e reacionária volte para o BUEIRO de onde nasceu…

    LULA 2018!!

  8. Fim dos agregados tambem

    Este fim de ciclo de uma midia que monopolizou a informação,arrasta junto tambem outras instiuições,ideologias,preconceitos.As igrejas perdem,a ideologia do capitalismo,a defesa da guerra,a defesa de um modo de vida que esta destruindo o planeta.Muitos pilares que tiveram na midia um grande defensor entrarão em processos de esfarelamento. Não creio que se possa haver mais um controle como havia antes.Pode-se protelar,minimizar alguns fatos,mas inevitavelmente serão defenstrados,pois a internet tornou-se uma ferramenta de discussões,e não somente informações. Qualquer fato relevante é disseminado no face,Google,blogs,emails,watsapp,e é dissecado ate restar o fato,a realidade.Seja qual for o tema,o assunto e se conter algo mas técnico,mais elaborado,ha milhares,milhões de especialistas,conhecedores,do tema,engenheiros,advogados,fisicos,astronomos,militares,emfim uma gama que nehuma corporação do mundo pode rivalizar a um corpo analitico desta magnitude.A informação é agora terreno livre,não ha mais atravessadores.

  9. Nascimento, vida e morte

    É da natureza humana falar do passado, do presente e do futuro. 

    Direito de Resposta – Editorial da Folha

    “Infelizmente, os parlamentares criaram uma definição muito aberta do que pode ensejar o direito: tudo o que atentar “contra a honra, a intimidade, a reputação, o conceito, o nome, a marca ou a imagem”.

    Com isso, um autor que não goste de certa resenha sobre seu livro ou o jogador de futebol que tenha reparos à descrição de sua atuação na partida poderiam em tese requerer e obter um pedido de resposta –um exagero evidente.”

    “Outro problema grave diz respeito ao foro. O projeto permite que o processo corra no local de residência do ofendido, e não no do réu (o órgão de imprensa).”

    http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/10/1696950-algum-avanco.shtml

  10. Ora, Veja…

    Não sei se existe algum estudo confiável no Brasil sobre a tiragem comparativa de jornais e revistas nos últimos anos… Mas pegando apenas a Veja como exemplo, pode tirar no mínimo 35% do que eles dizem ser a tiragem real; e uso como exemplo o prédio em que moro. Temos 22 apartamentos e de 7 que recebem a Veja (sei disso porque sou o síndico) 3 (e me incluo entre eles) cancelaram a assinatura há 1 anos ou mais. E continuam recebendo…

    1. A Veja é uma forma de colocar panfletos de propaganda nas casas.

      Voces não entenderam o objetivo da Veja entregar sem que a pessoa assine, olhe a quantidade de propaganda que existe nesta revista, é mais que 50% das páginas.

      Logo a Veja é feita para as pessoas folhearem lerem uma ou duas coisas que interessa e lerem as propagandas.

      Quando alguém tenta colocar folhetos de propaganda em um prédio qualquer, geralmente o porteiro não permite, logo a única forma de acesso da propaganda as casas é fantasiando-a de revista.

      As manchetes mentirosas e sensacionalistas da Veja fazem parte da estratégia de atrair o leitor, que procurando a informação de capa, mesmo que ela não exista pois só é uma manchete, leva o leitor a folhear e olhar as propagandas, se ele fizer isto o objetivo está atingido.

      O único problema que a Veja encontra nesta estratégia é que o descrédito da revista pode repercutir no produto que está a venda, quando o leitor identifica um órgão de imprensa como mentiroso e pouco credível ele tem inconscientemente a tendência de associar o produto a falta de credibilidade da revista que o contém.

      Este último ponto pode ficar mai evidente para produtos mais sofisticados e caros, como automóveis, se a propaganda diz que o automóvel tal tem mais isto ou mais aquilo, como o leitor já não acredita no meio ele não vai acreditar na propaganda.

  11. O direito de resposta será

    O direito de resposta será uma cachoeira de água gelada, contendo cubos de gelo, sobre as cabeças criminosas das famílias proprietárias da grande mídia brasileira. Começarão a usar bacias ao invés de chapéus, porque, conforme uma frase de João Guimarães Rosa: “Da noite p’ro dia, meu chapéu virou bacia.” Os que não usam chapéus terão de passar direto para as bacias, principalmente Ovotavinho, que tem o crânio muito frágil, uma casquinha. Ficarão muito parecidos com agricultores chineses, que usam um tipo de chapéu que lembra uma bacia. Como são mancomunados com a direita golpista, no campo ideológico e das negociatas, o direito de resposta também fragilizará essas ligações espúrias. Será muito bom se eles se tornarem plantadores de arroz na China.

     

     

  12. Estudei artes plásticas o
    Estudei artes plásticas o suficiente para saber que as propagandas contem muito disso. O objeto, a peça é quase um entretenimento, o que já era para a maioria.
    Google e Facebook não são tão criativos, mas são eles que seterminam os parâmetros, e tranformam tudo em caixas horríveis em termos de comunicação visual.
    São excelentes para consumidores compulsivos e necessitados em varios graus.
    Mas a arte de despertar interesse, não é para os fracos.
    Quando fazia minhas experiências de webdesign havia um programa em sua 1¤ versão chamado flash…costumava criticar entre meus colegas de atividade que o flash nao era um programa para designers, mas para programadores desenharem, fato dos comandos serem sínteses de programação , quando propriamente dito, tinha que escrever os códigos em java….nenhuma coisa de outeo mundo, mas a velocidade e a transformação imposta pela mídia nova, deixou muitos designers na mão. Pra fazer uma página de internet é muito fácil e ja vem tudo pré definido pelo google e facebook. templates, cliparts, fontes seguem a pasteurização da comunicação visual.
    A percepção do indivíduo é aprofundada mas
    um tanto quadrada e sem amplos horizontes.
    A liberdade que a internet nos deu e que o HTML proporcionou de interação, foi morrendo por questões de segurança virtual e comercial. Uma armadilha, um buraco de mau gosto que se compara a teabalhar no mercado de peixes: a gente acostuma.
    Quanto ao mercado de opiniões, a empresa que faz o anúncio, espera rapidamente resultados e nem sempre é assim. As vezes o anúncio imperceptível podendo ser aqueles gifs pesados e ridículos poluindo a pagina que está bombando, mas a propaganda é só mais um elemento, um termo no código -fonte. Digamos ainda que tenha todo um retorno razoável, e mesmo assim, a leitura dos dados e terceirizado para os que manjam esratisticas. Grandes empresas , ok. Tem uma agência familiarizada com termos e políticas do Google/Face. Estes ganham dinheiro rapidinho. Mas o anunciante, o pj fica perdidinho e larga tudo na mão de quem não conhece o produto.
    A minha queixa é a perda desta categoria de profissional dedicado à essa arte.

  13. Mídias tradicionais e a ausência de interatividade.

    Precisamos pensar nos meios de comunicação tradicionais de comunicação: jornal, revista, rádio, TV e TV à cabo e suas plataformas pouco atraentes e funcionais para os usuários/telespectadores. 

    Pensemos numa notícia. Quando ela for publicada em um Jornal, certamente, será uma notícia que já sabemos dela desde o dia anterior.  Quem se interessa por notícias sobre Política, por exemplo, certamente, não terá muita novidade no impresso. O leitor já viu a notícia que lhe interessa em algum portal, blog, site da Internet, até mesmo antes de sair na TV ou no rádio.

    Tudo é imediato e sem intervalos comerciais. Sem a espera da entrega do Jornal. Sem precisar ir à banca de jornal. Sem precisar esperar o programa de notícias do rádio ou da TV paga que aborde o tema Política. Sem precisar esperar os telejornais da noite.

    Eu vou diretamente aonde sei que encontro a notícia/notícias e com o enfoque que melhor me agrada, segundo a Ideologia ou o formato jornalístico e textual que me apraz. Tenho o poder de escolha.

    Vale o descrito acima para todos os meios de comunicação pré Internet.

    Imaginemos uma rádio FM e o tempo que a gente ligava para rádio e pedia para ouvir aquele Flash Back? Depois de uma ou mais horas, se déssemos sorte, o apresentador pegava a música e tocava no rádio. Hoje, entro no Youtube e num instante começo a ouvir a música que quero.

    Imaginemos a TV aberta e sua grade de programação diária com horário exato para tudo. E se eu não estou em casa no horário exato perco o programa/ o capítulo da novela, etc. Sem contar que gravar a programação da TV se tornou pouco usual com o DVD e o Blue Ray.

    Tenho um pacote TOP de TV à cabo com gravação e pause, avance e retroceda e pago 238 para poder gravar a programação da TV e assistir quando posso. Lembrando que para assistir o programa gravado preciso estar com o controle remoto nas mãos, se pretendo fugir dos comerciais, apertando o botão avançar e o play novamente.

    Nós sabemos que com a paranoia da pirataria a TV aberta e a TV fechada retrocederam. Havia o videocassete e ele nos dava a liberdade de pôr uma fita e gravar a programação e assistir quando desse. Sucedeu o DVD e o Blue Ray que para evitar a pirataria, creio eu, e tentar garantir a exclusividade do conteúdo de imagens para o telespectador ligado à TV dificultaram com a gravação da programação e a portabilidade do gravado, mudando de ambiente, da sala para o quarto, de uma casa para outra, da TV para a Internet e smartphone.

    A ausência da possibilidade de disseminação, em larga escala da programação da TV não é um dos motivos da perda de sua preferência entre as pessoas?

    Tanta preocupação com os direitos de imagem de uma novela, por exemplo, que as pessoas acabam se desligando delas, se perdem alguns capítulos. Você cria outras identidades.

    Talvez, se fosse fácil acessar a qualquer hora, gravar e disseminar os conteúdos da TV em todo lugar ela mantivesse força, e até os patrocinadores teriam retorno maior ao anunciar na TV aberta ou TV à cabo. A TV estaria na Internet, no Youtube, no Facebook, no Instagram, no smartphone, etc.

    Não vejo ninguém compartilhar vídeos de programas da TV aberta. Ela ficou fechada em si mesma, girando em círculos. E os heróis virtuais viraram outros, não parece assim?

    Imaginemos, surge a Internet e sua liberdade de escolhas, cada um vai para o local que quiser nela e faz o que gosta de imediato com interatividade e participação via comentários, hoje, até com criação de vídeos próprios, vai-se aos chats com temas específicos, etc. Encontra-se nichos de amizades, como acontece aqui no GGN. E a TV nos escravizando em sua grade de programação diária, silenciosa, sempre igual e querendo a gente de frente para ela sem piscar os olhos.

    E, ainda por cima, nasce o revolucionário Netflix. Voltamos a ter a possibilidade de assistir TV de um modo que com a obsolescência do videocassete se havia esquecido: podendo pausar, avançar, retroceder e assistindo na hora que bem quisermos o conteúdo oferecido e com três atrativos novos e importantes:

    1) Preço baixo, custa 20 reais mensais;

    2) Você assiste temporadas inteiras de séries na sequência, sem ficar preso à grade de programação;

    3) O horário é você quem faz e não a TV.

    Os heróis e vilões mudam.

    Downton Abbey, Narcos, Marco Polo…

    Não adianta imaginar que algo estático e sem interatividade, como são as mídias tradicionais: TV (esta nem sequer com a capacidade de um pause, avance e retroceda), TV à cabo, rádio, jornal e revista possa sobreviver.

    Imaginemos o que é melhor:                                      

    Só poder assistir um capítulo por dia de uma novela que estou curtindo demais, ficar durante seis meses escravo de um horário X, e que sei será o próximo capítulo disponibilizado somente 24 horas depois e aguentando os comerciais;

    Ou assistir séries inteiras sem intervalos comerciais na hora que puder dando pause, recomeçando depois de atender ao telefone ou depois de tomar banho, parando na metade e continuando no dia seguinte do mesmo ponto que havia terminado no dia anterior?

    A TV aberta e a TV à cabo não estão dialogando com a interatividade e com o telespectador. Somos estáticos em seus domínios. Sem contar que a programação, muitas das vezes, não é a programação que nos interessa acompanhar. 

    A grade de programação é fixa para que os nichos de anunciantes, é o que imagino, possam atingir o público diversificado de cada programa, sejam telejornais, novelas, programas de auditório ou o Futebol.

    O Netflix não tem propaganda e nem tem grade de programação.

    Mais revolucionário impossível.

    Um fato a ser pensado.

    Não é à-toa que algumas rádios como as rádios que focam no trânsito das grandes cidades andam fazendo sucesso.

    Elas recorrem aos motoristas para serem os informantes das condições do trânsito nas principais vias das grandes cidades. É o diferente, o interativo em ação.

    Imaginemos quando será que no Brasil vai se chegar a ver uma TV aberta interativa?

    Eu não imagino. É só lembrar-se de uma palavrinha: CONTRADITÓRIO e imaginar o frio na barriga que deve dar nos donos da velha mídia brasileira.

    Vai que alguém resolve contradizer o pensamento único dela de repente, não é verdade? E se virar moda?

    Enfim, além de tudo tem esta questão do conteúdo, dos temas tabus que não podem aparecer nestas mídias tradicionais, muitas delas, à-serviço da sociedade do 1%. E que a Mídia Ninja, os jornalistas independentes estão disseminando e com sucesso Internet afora.

    O conservadorismo Ideológico e excessivo até, as plataformas arcaicas, a preocupação com o monopólio do conteúdo produzido, a programação nem sempre atraente e nada comunitária nem plural (representando a sociedade como um todo), a ausência de interatividade (consentida em muitos veículos de comunicação, bem sabemos), entre outros fatores, não podem dar sobrevida longa ao rádio, TV, jornal e revista tradicionais. 

  14. Um detalhe importante

    Nos paises do Mercosul, a poderosa mida antipopular sempre atuou com um braço do Departamento de Estado Americano, com relaçoes “carnais” a la Menen. Na Venezuela, Argentina, Bolivia, Equador e Uruguai, os governos aprovaram leis para limitar os abusos e enquadraram estas empresas de acordo com regras claras que combatiam o monopolio de opinioes, enquanto simultaneamente, o avanço da internet contribuia para enfraquecer as posiçoes destes veiculos. Aqui no Brasil, apesar das promessas, nada foi feito. Entao eu pergunto: será que a perspectiva do PT enquanto parte do poder era que a decadencia dos jornais e tvs fosse suficientemente rapida de modo que nao precisasse regulamentar a concentraçao destas e assim passar para a historia com um partido que nao censurava a imprensa? Porque nada é capaz de explicar tanta leniencia com os assassinatos de reputaçao e destruiçao da credibilidade do partido.

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