O homem que inspirou a Abril e a Globo

É pequena a bibliografia sobre a formação dos grupos contemporâneos de mídia brasileiros nas últimas décadas.

O advento da TV aberta e da tecnologia da micro ondas – que permitiu a transmissão simultânea do sinal de TV ao vivo – produziram a penúltima grande revolução no formato dos grupos de mídia. A última é a da Internet.

Coube a Henry Luce, fundador e mentor do grupo Time-Life a grande revolução do período, que o tornou o norte-americano mais influente de sua época.

Luce teve influência direta sobre os dois grandes grupos brasileiros que emergem desse período: as Organizações Globo, assumindo a liderança no mercado de TV; e a Editora Abril, do mercado de revistas.

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Antes da TV, Luce se consagra com um conjunto de revistas campeãs, a Time (espelho da futura Veja), a Life (copiada pela Manchete), a Fortune (de negócios) e a Sporteds Illustred, servindo de modelo para os novos grupos editoriais.

Inovou no modelo de negócios, ao criar uma nova empresa, a Time-Life, que se valia da grande penetração das revistas para a venda de produtos de catálogo.

Quanto teve início a era da televisão, promoveu uma transição bem sucedida para a nova mídia, tornando-se o primeiro grupo a juntar todas as formas de comunicação em um mesmo conglomerado, batizado de Time-Life Broadcast Inc

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Nos anos 50, a Time-Life e as redes NBC, CBS e ABC deram início a uma estratégia de internacionalização, fortemente amarradas aos interesses diplomáticos e comerciais norte-americanos.

Em outubro de 1964, em um seminário do Hudson Institute, um dos principais executivos da Time Life explicou a fórmula de expansão das redes norte-americanas:

1. Ter posição minoritária nos países da América Latina, devido  às  leis  dos  respectivos  países  sobre telecomunicações.

2.  Ter  sócios  locais,  e  “eles têm provado ser dignos de confiança”.

3.  A programação diurna da   TV  será importante  para  o  êxito comercial e poderosamente eficaz e popular.

Ao mesmo tempo, propunha uma parceria com o governo norte-americano, “como um meio de atingir o povo do continente”.

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Luce se valeu da esposa Clare Booth Luce, primeira mulher diplomata de peso dos EUA, para avançar em parcerias com outros países.

No período em que Clare foi embaixadora na Itália, lançou o Panorama, em sociedade com um grupo local.

Quando a esposa veio como embaixadora no Brasil, serviu de ponte para a sociedade com Roberto Marinho, das Organizações Globo, firmada em 1961. A sociedade permitiu à Globo recursos para tirar as principais atrações dos concorrentes; e o know how de programação, comercialização e operação da rede.

A sociedade ganhou velocidade após 1964 e só foi interrompida em 1971, quando Marinho adquiriu a parte da Time-Life.

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Na área das revistas, Luce foi essencial para alavancar os irmãos Civita – dois ítalo-americanos que aportaram no Brasil e Argentina, respectivamente, sem capital e com a intenção de explorar o mercado de revistas. Consta que um deles, Victor, foi funcionário da Time-Life.

Em pouco tempo, a Editora Abril, do Brasil, e o Editorial Abril, da Argentina, lançaram 19 títulos de revistas. Na Argentina, o carro-chefe tornou-se a revista Panorama – que ostentava na capa a parceria da Abril com a Time-Life. No Brasil, a revista Veja, seguindo a fórmula consagrada no Times.

O estilo Time consistia em tratar as notícias como um produto agradável, com o texto que fosse compreendido pelo leitor mais medíocre. Para obter esse alcance, havia uma simplificação de tal ordem, especialmente de temas complexos, que adulterava totalmente o conteúdo. Era a tal sociologia para a dona de casa de Botucatu.

Para conferir veracidade ao texto, o estilo contemplava uma série de detalhes de ambiente, passando a ideia da “onipresença” e “onisciência”.

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No final dos anos 60, com a doença de Assis Chateaubriand e a crise dos Associados, a Globo assumiu a liderança na TV aberta e a Abril no mercado de revistas.

As Organizações Globo deram certo e se consolidaram como o grande grupo editorial brasileiro, valendo-se das falhas na fiscalização da radiodifusão.

Com o tempo a fórmula Veja transformou-se em um esgoto a céu aberto e a Abril não conseguiu fazer a travessia para o novo modelo. Tentou a Internet, a TV a cabo, tanto a produção quanto a operação. Fracassou em todas as novas frentes.

Hoje é um grupo que caminha para o fim.

Luis Nassif

30 Comentários

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  1. O fim

    Como dizia o saudoso Paulo Preto “nao se deixa amigo ferido na beira da estrada” (ou algo assim). Esse fim ainda vai vazar muito sangue…

  2. Caminho

    Não acredito no fim. Talvez, venda. A Abril não tem sucessão bem definida. Outra opção, um golpe a favor de grupo político mais amigável, tentou várias vezes sem sucesso. Que vendam, entrem numa boa grana em qualquer paraíso fiscal, e divirtam-se criando personagens patéticos, como Mainardi, Alcântara, Patury. Fim mesmo será quando, com eles, criarem um teatro de marionetes para filhos de jornalistas. 

  3. Caminho

    Não acredito no fim. Talvez, venda. A Abril não tem sucessão bem definida. Outra opção, um golpe a favor de grupo político mais amigável, tentou várias vezes sem sucesso. Que vendam, entrem numa boa grana em qualquer paraíso fiscal, e divirtam-se criando personagens patéticos, como Mainardi, Alcântara, Patury. Fim mesmo será quando, com eles, criarem um teatro de marionetes para filhos de jornalistas. 

  4. MERCADO EDITORIAL E DE TV

    No Brasil existem coisas que nem o tempo consegue explicar,, há rumores, indicios que purgam por dar aos fatos versões que beiram a utopia, mas na verdade o que acontece aqui é que, dependendo de quem governa, se terá esse ou aquele grupo tendo sucesso nas suas atividades.

    O mercado editorial e de tv não foge a regra, tivemos o grupo manchete, o correio da manhã, a última hora, tv excelso, tv rio, tv tupi, que , num derrocada inimaginável, sucumbiram aos governos que naquela época ditavam o  que deveria ser feito. Naquela época como agora , ainda, talvez em menor poder, o governo fechava o acesso ao financiamento, público e privado, e sangrava , financeiramente, qualquer instituição que não rezava pela sua cartilha.

    Hoje o império Globo se vale da sua indepencia, sua força financeira, mas de tempos em tempos amarga perdas provocada pelas artimanhas de quem está no timão do pais.

    Um pais onde a impressa sofre influencia direta do poder economico, cada vez mais, pode não ser calada pelo pode de estado, mas pode emudecer pelo poder do dinheiro.

  5. http://upload.wikimedia.org/w

    http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ac/Clare_Boothe_Luce_cph.3b02741.jpg

    CLAIRE BOOTHE LUCE a charmosa esposa de Henry Luce faz parte do pcote desse grande editor. Escritora brilhante,

    escreveu estorias que viraram filmes importantes, colaborava em muitas revistas, superior e  diferente do marido em cultura, charme, politicamente era amiga dos Roosevelt mas partidariamente era uma aguerrida Republicana, doi Deputada

    pelo Estado de Connecticut, foi Embaixadora na Italia e no Brasil na Administração Einsenhower. Catolica praticante,

    o marido era Presbiteriano, sobreviveu à morte de Luce e continuou na ativa na politica em Washington.

    Um ponto baixo do casal Luce, foram os maiores patrocinadores nos EUA do casal Chinag Kai Shek, deram à Madame

    Chiang duas capas do TIME, uma delas tres meses antes da queda do regime nacionalista, o mais corrupto do Seculo XX.

     

  6. Escória da Guerra Fria.

    Certamente foi uma estratégia do Dep.Estado americano.

    Pega um empresário do ramo americano,  dál-he um monte de dinheiro, usa a diplomacia e outros meios.

    Associa-se a empresários de preferência locais e monta um sistema de comunicação de massas que passarão filmes, desenhos, documentários, um imenso acervo dos americanos, revistas que já nascem com todo o acervo da Dysnei e Time-life e pronto.

    A dominação cultural e econômica é só o próximo passo.

     

    A Guerra Fria acabou mas restaram esses impérios manietados culturalmente, que agora seguem as ordens de elites 

    (da qual são a cara visível já que são eles tb elite) para solapar qualquer iniciativa de desenvolver-se.

    Como gosta o ex-patrão.

    Sem dúvida foi uma jogada de mestre.

    Criaram monstros que infernizam a vida de nações.

  7. AS 10 REVISTAS SEMANAIS MAIS VENDIDAS DO BRASIL
    AS 10 REVISTAS SEMANAIS MAIS VENDIDAS DO BRASIL (média): 1º. Veja – 1.191.803 exemplares por semana, 2º. Época – 417.798, 3º. IstoÉ – 344.273, 4º. Caras – 279.458, 5º. Viva Mais – 167.723, 6º. Ana Maria – 167.419, 7º. Contigo – 139.115, 8º. Tititi – 122.601, 9º. Minha novela – 98.859, 10º. Malu – 93.982.

          1. Apesar de frequentemente você

            Apesar de frequentemente você ter comportamento de troll, não censurei. Confira se não colocou a provocação em outro post.

  8. Essa o Homer não vai entender

    A sociologia para a dona de casa de Botucatu foi brilhantemente sintetizada pelo William Bonner , num evento ocorrido na GLOBO em 2005 , no qual o apresentador disse que o critério para a seleção de notícias é a capacidade de entendimento do telespectador médio da GLOBO , identificado numa pesquisa encomendada pela própria GLOBO – esse perfil médio foi apelidado de HOMER SIMPSON .

    ‘Essa o Homer não vai entender’, diz Bonner, com convicção, antes de rifar uma reportagem que, segundo ele, o telespectador brasileiro médio não compreenderia.

    http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/laurindo_lalo_leal_filho

     

     

  9. LUIS NASSIF/ charlie Hebdo

                             ´Tambem consigo ver assim a repercussão do  atentado. Por exemplo se eu disser a uma pessoa ” Voce é FEIO ” posso ser acionado judicialmente por isso, mas se eu desenhar a mesma pessoa e colocar numa charge, neste caso prevalece o Direito de Expressão ”  se eu for jornalista,  Claro! Outra coisa, nunca tinha visto falar em CHARLIE HEBDO, é logico com 60 mil exemplares/edição, e com atendado? Passaram dos cinco milhões…. ‘ ENQUANTO UNS CHORAM OUTROS VENDEM LENÇOS !

    OBS: Acho Você muito claro nas palavras e muito corajoso! Parabens.

  10. E as radios?

    Muito bom artigo, com um ótimo panorama da TV e revistas, mas e a rádio?

     

    Essa mídia tem mais alcance que o resto e poucas vezes é lembrada. Qual é a relação dela?

  11. um desastre na transição para era digital
    A AOL-Time Warner foi um dos maiores desastres empresariais de todos os tempos do capitalismo moderno. O que viera a ser um novo paradigma, um espelho-referencia para os grupos de mídia tradicionais, na transição para era digital, tornou-se um fiasco ferroviário total.

    Não por menos, os grupos tradicionais como a Abril, Globo, sucumbem em grandes dificuldades nessa transição, conforme amplamente pautado no blog.

    Outrora referência obrigatória de leitura semanal de formadores de opinião, a revista Time sucumbe em um crescente ostracismo.

  12. Mas houve época que a Abril

    Mas houve época que a Abril conseguiu sair desse formato copiado de lá, e buscou um certo nível de excelência, Nassif. Na Veja com Mino Carta quando a revista adiquiriu prestígio entre os formadores de opinião. E sem esquecer que o velho Victor Civita lançou duas coleções “Os pensadores” e “Genios da  pintura” que não eram apenas para as donas de casa de Botucatu.

    Meu tio marxista trabalhou na Abril, e admirava o velho Civita. Em relação aos filhos, ele já na época dizia que não valiam nada. Em certo sentido, também vale para a Globo. Certo que o “dr. Roberto” era capaz de tudo por poder, mas conseguiu um nível de excelência incontestável na sua TV. Com Waler Clark e Boni. Era a época de Dias Gomes, Chacrinha, Chico Anizio, adaptações de Nelson, Guimarães Rosa e etc. Hoje temos Faustão, Zorra Total, Tucano Huk e Ana Maria Braga.

    A estrutura da mídia brasileira é ruim ainda por cima por causa disso. Por ser um monopólio familiar fica na dependência dos herdeiros, nos casos acima, uns filhinhos de papai incompententes, pusilâmines e mau-carater. 

    1. Abril

      Na verdade você se refere a época em que a Veja colocava denuncias contra o Collor, depois FHC e nessa epoca vocês achavam a revista boa, mas agora que ela denuncía o PT ela não presta. País de idiotas mesmo, ficam defendendo pilantras. Enquanto os bobos da corte não enxergarem que não adianta trocar o partido do poder mas sim a mentalidade do nosso povo vamos ficar nessa porcaria de corrupção absurda. Isso mesmo trabalhe muito para pagar seus impostos e sustentar o Collor, Sarney, Renan, Kassab, etc…

      1. Seu comentário muito pouco tem a ver com

        o comentário anterior.

        E as palavras chulas mostram que você deve estar acostumado com outros blogs.

        Fora o fato que o que escreveu tem um nível claramente destoante dos demais comentários.

  13. E o Nuno Vasconcellos?

    O único grupo de comunicação sério que deve existir no mundo,  é o Ongoing, do português Nuno Vasconcellos. Nunca se escutou falar nada dele no IG. Esse grupo é dono ou tem participação do que mesmo no Brasil? Jornais Brasil Econômico, O Dia, Meia Hora. E do que mais? Site IG. Talvez na redistribuição de canais que alguns propõem o Grupo EJESA, que o Ongoing possui 30%, deva receber umas concesões né?

     

  14. Na verdade parece que a

    Na verdade parece que a “Veja” vai tendo sobrevida enquanto o governo do estado de São Paulo bancá-la como panfleto do PSDB e alinhados.

  15. A falência da Time-Life rendeu um belo filme

    Por incrível que pareça, a decadência do grupo Time-Life rendeu um belo filme, chamado “A vida secreta de Walter Mitty”. O que torna mais surpreendente ainda é o fato de ter sido dirigido e protagonizado por Ben Stiller, um notório indicado às listas de piores atores dos EUA. 

    Mas o filme retrata o fechamento da revista Life, passando a se tornar Life Online, e suas demissões, com um foco na perda dos valores mais humanos que a tecnologia trouxe como consequência.

    Claro, é uma óbvia defesa da mídia tradicional, como se ela fosse a dona desses valores tão nobres, que a internet supostamente teria destruído. E esquece de dizer que a democratização da opinião e da informação também veio com a evolução digital.

    Mas nem isso faz o filme deixar de ser poético e, de certa forma, homenagear os jornalistas e fotógrafos que, independente dos interesses de seus patrões, fizeram do jornalismo a sua vida. 

    1. FALENCIA? Nunca houve algo

      FALENCIA? Nunca houve algo remotamente proximo de falencia, o grupo se fundiu com a Warner Bros., empresa de cinema e ai resultou a Tome Warner Inc., que vale na bolsa US$67 bilhões hoje.

  16. Der Spiegel

    O semanário alemão Der Spiegel foi criado inicialmente pelas forças aliadas que ocupavam o país, também nos moldes do americano Time. Foi uma das iniciativas para desnazificar a imprensa e leitores alemães, copiando o sucesso editorial do Time. 

    Em 1947 o semanário foi então entregue a mãos alemães, ao jornalista Rudolf Augstein (1923-2002), que já trabalhava na publicação criada pelos Aliados. A partir disso Augstein fez do periódico o mais influente da Alemanha e um dos mais conceituados, senão o mais, da Europa. É também o mais vendido do continente com quase 900 mil exemplares semanais.

    Considerado o órgão de imprensa que marcou a democracia no país pós-guerra e arauto da liberdade de imprensa, Der Spiegel teve o mesmo início, editorialmente, como Veja, à sombra de uma publicação norte-americana, mas saiu do lugar comum e, com um jornalismo sério e competente, continua sendo um exemplo de imprensa independente, de exercício responsável, tão neutro quanto possivel, enquanto meio de comunicação.

  17. Nassif,
    Clare B. Luce nunca

    Nassif,

    Clare B. Luce nunca foi embaixadora no Brasil. Designada por Eisenhower, viu-se arrolada numa reportagem da revista Time sobre a Bolívia que a impediu de tomar posse. Vivia-se tempos do Tratado de Roboré.

    Pelos idos de março de 59, antes do “imbroglio”, O Globo, em alguns artigos, já mostrando satisfação de tê-la por perto de sua… “redação” publicava:

    Seria muito lamentável que a vinda da Sra., Clare Luce, como Embaixadora dos EU para o Rio de Janeiro, ficasse prejudicada pelos recentes episódios  relacionados com a divulgação pela revista “Time” de uma reportagem de graves repercussões na Bolívia. […] até agora niinguém fez qualquer alusão a ela na citada desastrada reportagem… por isso espara-se que tal fat não atrase sua vinda para o nosso país. 

    Em honra de S. Sebastião, ilustro com comentário de 1951 do inesquecível Carpeaux:

    Nos bons velhos tempos, quando os EU ainda não tinham compromissos internacionais, costumavam nomear embaixadores as pessoas que tinham ajudado, com dinheiro ou propaganda, a eleição do novo presidente da República Assim, ainda o Presidente Eisenhower nomeou seu embaixador em Roma, a Sra. Claire Booth Luce (Time, Life e indústria de sabão), que se fantasiou para o papel de santa penitente num filme bíblico e fez estragos na política italiana.       

      

  18. casado com a embaixadora

    casado com a embaixadora estadunidense no brasil, associam-se a marinho m 61, até 71…

    aí  tem indícios do pré-golpe, golpe,

    manutenção do golpe????

  19. Hoje é um grupo que caminha para o fim.

    “Hoje é um grupo que caminha para o fim.” Não da para acelerar ? Esse cheiro de esgoto está cada vez mais insuportável.

  20. Olhando minha estante sou

    Olhando minha estante sou obrigado a concordar que a Abril publicou coisas maravilhosas no passado: “Os Pensadores”, “Os Economistas”, “Grandes Personagens da Nossa História”, livros de literatura brasileira e universal, e o inigualável “Os Cientistas”. Pena que a editora não conseguiu renegar os interesses do capital nacional e estrangeiro optando em ser uma quinta coluna abjeta cujo único intuíto é destruir o que poderia ajudar a construir: um Brasil melhor. 

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