O mundo discute formas de reanimar a economia; Guedes, não.

Enquanto o mundo discute formas de reanimar a economia, e chega-se ao consenso que o apoio às empresas e ao emprego são condições essenciais para vencer a crise, o Brasil afunda em depressão.

O prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, tem sido um dos mais instigantes revisores da ortodoxia que tomou conta da macroeconomia nas últimas décadas.

Em sua opinião, o padrão convencional de enfrentamento de crises – injeções maciças de liquidez – não é mais eficaz. As medidas fiscais e monetárias de diversas autoridades econômicas já somam 10% do PIB global. No entanto, de acordo com a avaliação do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, essas medidas não irão aumentar consumo e investimentos esperados.

O problema maior é que os recursos estavam sendo canalizados como reservas para as instituições. É o fenômeno que John Maynard Keynes chamava de “armadilha de liquidez” na Grande Depressão.

Em um primeiro momento, essas injeções de liquidez foram importantes para evitar falências generalizadas. Mas todas as medidas foram tomadas levando em conta um cenário de controle rápido da pandemia.

À medida em que a crise se prolonga, aumenta o receio de empresas e pessoas de gastarem recursos. Com  falta de tomadores de crédito, os bancos ficarão com a  liquidez empoçada.

Nos Estados Unidos, o excesso de reservas mantidas pelos bancos quase dobrou entre fevereiro e abril, passando de US$ 1,5 trilhão para US$ 2,9 trilhões, indicando que as políticas de estímulo monetário tiveram pouco impacto multiplicador.

Com dinheiro em  em caixa e falta de tomadores, a tendência será a formação de bolhas especulativas. Prova disso é a loucura que toma conta do mercado de ações, em uma piração sem sentido. 

Para Stiglitz, novas medidas monetárias poderão ter alguma eficácia após a Covid-19 estar dominada. Antes, não. 

Cria-se, então, um círculo vicioso. As empresas não acreditam na recuperação da economia nos próximos 6 meses ou um ano. Não acreditando, seguram os investimentos. Segurando  os investimentos, adiam a recuperação. Somente o Estado poderá quebrar esse círculo.

Um dos caminhos seriam os “títulos Arrow-Debreu”. Funcionaria assim: se uma família comprasse um carro hoje e a curva epidêmica permanecesse em determinado nível daqui a seis meses, seus pagamentos mensais seriam suspensos. Disposições semelhantes poderiam ser aplicadas a investimentos reais feitos por empresas.

Outro caminho seria o governo emitir cupons de gastos para estimular o consumo de famílias. Na China, diz Stiglitz, governos locais de 50 cidades estão emitindo cupons digitais que podem ser usados para comprar vários bens e serviços durante determinado prazo. 

Um padrão  já utilizado por países mais adiantados têm sido o de socorrer empresas, com a condição de manterem seus trabalhadores empregados e sem perda de renda.

Enquanto o mundo discute formas de reanimar a economia, e chega-se ao consenso que o apoio às empresas e ao emprego são condições essenciais para vencer a crise, o Brasil afunda em depressão. A última avaliação do Banco Mundial prevê queda do PIB brasileiro de 8%, muito abaixo da média mundial.

Contribuem para essa avaliação os erros do governos não apenas no combate à pandemia, como no combate à recessão. Paulo Guedes definitivamente não dá.

 

 

 

Luis Nassif

5 Comentários

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  1. O que parece é que Guedes desapareceu do radar pois está preocupado em resguardar seu dindin (e de parças) amealhado com “operações Caracú” de fundos de pensão (oxítonos).
    De resto, não se preocupem: a economia vai se recuperar em “V”.
    Ele só não esclareceu de quem.

  2. A missão dada ao tchutchuka é destruir o estado……como ele mesmo disse, jogou uma granada no bolso do inimigo congelando salários sem base econômica, apenas por que seu ofício é esse……para os amigos, alivia na cobrança dos impostos e dá mais de um trilhão sem exigir nenhuma contrapartida….., será celebrado, dará uma entrevista por semana,assim como determinado senhor, que foi péssimo presidente, mas permitiu que abutres rentistas não paguem um tostão de ir sobre as centenas de bilhões de lucro que recebem, essa turma adora um robin hood as avessas…..

  3. É o script da maçonaria! Numa ditadura dessa, não combater uma pandemia com ações preventivas é a ordem para obtenção dos resultados! Atingido os resultados, esconder o número de mortes por falta dessa prevenção é da essência de cada um desses facínoras! Imaginar que um ministro golpista dessa laia trabalhe para reanimar a economia é um exercício do tipo Alice.

  4. jegues….o doador de 1,3 trilhões de reais para que os bancos “não perdessem a SUA sgurança”…….agora, industria, comercio e serviços. quebrem todos para que o país volte a ser um sub-nada

  5. “Nós vamos botar dinheiro, e vai dar certo e nós vamos ganhar dinheiro. Nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos pra $ALVAR GRANDES COMPANHIAS. Agora, nós vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas”.

    Paulo Jegues Tigrão

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