No “Valor”, artigo com uma corretora dizendo que o capital estrangeiro está saindo da B3 por falta de boas oportunidades de investimento.
É fruto direto desse modelo maluco, em que um cartel espalha o terrorismo fiscal, a mídia ecoa, e Roberto Campos Neto é bem sucedido para manter a Selic como a segunda mais alta taxa real de juros do planeta. Enriquece o capital improdutivo, impede o grande salto – do capital financeiro financiando a economia real – e provoca um esvaziamento do mercado acionário.
Pior que isso, nos últimos anos toda a criatividade de alguns agentes do mercado consiste em promover saques contra o Estado, operações mal explicadas de privatização, contando com a cumplicidade de agentes públicos.
Esse estilo de atuação, de se valer de brechas no setor público para grandes tacadas, foi praticado na América Latina desde o golpe do Chile. O ditador Augusto Pinochet os chamava de “pirañas financeiras”.
O jogo dos piranhas é manjado:
1. Cooptação de funcionários públicos, em órgãos de controle, a exemplo do que ocorreu com o CADE e a Lava Jato.
2. Assunção do controle de grandes estatais – mesmo sem dispor de maioria do capital – e venda de seus principais ativos com os recursos sendo distribuídos através de dividendos polpudos.
O caso mais expressivo foi das refinarias da Petrobras. Mas está acontecendo na Eletrobras e acontecerá na Sabesp. São ataques irresponsáveis contra serviços públicos essenciais, assistidos pachorramente pela mídia, judiciário e executivo.
3. Uso do poder de controle para negócios obscuros.
Desde o impeachment, os piranhas financeiros ganharam uma musculatura inédita no país. Deitaram e rolaram no interinato de Michel Temer e, especialmente, no período de Paulo Guedes como Ministro da Economia.
Fontes de Brasilia atestam que o grande receio de Lula é seu governo “Dilmar” – isto é, perder apoio político, como ocorreu com o governo Dilma.
Não se deve perder de vista que, em que pese a falta de jogo de cintura política, a queda de Dilma se deveu também à herança do presidencialismo de coalisão de Lula, que Dilma não soube administrar. Os escândalos da Petrobras são prova disso.
Agora, tem-se um modelo similar. Para garantir apoio político, o governo Lula loteou cargos em empresas públicas relevantes. O Banco do Brasil é presidido por uma funcionária de carreira. Mas há diretores do PP, do PL, do PSD, do MDB e do PSDB.
A presidência da Caixa Econômica Federal foi entregue ao Partido Progressista e diretorias rifadas para o Partido Liberal e para os Republicanos.
A consequência óbvia tem sido a eclosão de episódios potencialmente explosivos. No caso da CEF, o afastamento de gerentes que se opuseram a uma operação mal-cheirosa de R$ 500 milhões com o Banco Master.
No Ministério de Minas e Energia, a naturalidade com que o ministro Alexandre Silveira tem tratado os negócios com a J&F mostra que, decididamente, ele não tem medo do perigo.
Agora, no Banco do Brasil, uma operação mal-cheirosa envolvendo o banco BTG Pactual.
No ano passado, com o artigo “Xadrez do BTG e a operação dos precatórios” mostramos a jogada armada por Paulo Guedes nos anos anteriores, de dar um calote nos precatórios, derrubando seus preços, mas permitindo a instituições do mercado pagarem concessões e compra de estatais pelo valor de face dos títulos.
Lá, detalhamos o modo BTG de atuar, cooptando funcionários públicos para operações lesivas aos bancos públicos. Depois, a estranha venda de créditos podres do BB ao BTG Pactual, quando o banco vendeu à Enforce Gestão de Ativos, do banco BTG, uma carteira de créditos “estressados” de R$ 2,9 bilhões por R$ 371 milhões. Não houve avaliação, licitação, nada. E o funcionário do banco, responsável pela operação, Antonio Leopoldo Giocondo Rossin, foi trabalhar para o BTG.
Agora, uma empresa do BTG, presidida por Rossin, adquiriu os recebíveis da Construtora WTorre junto ao BB, apesar da empresa estar adimplente com o banco.
O caso rola na Justiça, mas, mais à frente, será mais um capítulo da disputa política.
Faria melhor o governo Lula em criar um departamento próprio de compliance, com os próprios quadros da CGU, para analisar cada operação mal-cheirosa de seus aliados políticos.
A única vantagem do erro é o aprendizado. Se não aprendeu, não tem salvação.
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Nassif tem razão. A Lava Jato nos ensinou que não é possível confiar muito nos juízes quando grandes somas de dinheiro estão evolvidas. Os que não são dinheiristas por convicção podem se tornar dinheiristas de ocasião. Melhor remediar o mal na raíz, evitando nomeações que colocam em risco tanto o patrimônio público quanto a credibilidade do governo.
Nassif eu vi na midia CORPORATIVA empresarial enaltecerem tanto um tal de mercado,e falavam mercado pra e mercado pra lá,até irritou,vou dizer o q é mercado,somos nós o povão e os empresários produtivos,esses são os q DESENVOLVEM O PAÍS,a mídia dos donos bilionários são porta vozes dos seus interesses bilionários,se houver só a voz desses mesquinhos ecoando no Brasil,muitos inocentes acreditam,na democracia precisa ter um contraponto senão não há EQUILÍBRIO (peso para um lado e peso para o outro e a balança social económica se equilibra)neste sentido a internet instrue a muitos para o bem e para o mal(fake news)só q ai as pessoas desenvolvem a autocritica e o senso se transfere do virtual para o mundo real,isso leva um tempo de colheita e já está chegando,precisa ter algum tipo de embate social económico,Bolso é problema da direita tradicional não nosso,quer saber?As pessoas ocupam a mente com algo,querem acreditar em algo,na crise criada pelos bilionários de 2008 houve isso,falaram um coisa e o nosso presidente à época falou outro,o nosso presidente passado falava uma coisa e o q icorreu?Até atentandos em escolas havia,o q antes na história nunca houve,como ele se elegeu?A mídia dos bilionários convenceu toda uma nação q um político de mais de vibte anos era o novo e mesmo tendo falas e práticas anticristãs era cristão,ora quem é q é mal na história?Se acabavam com o mercado consumidor
interno e a caoacidade das pessoas gastar e do governo público investir no desenvolvimento para q todos ganhassem dinheiro,Conseguiram convencer até os empresários q tudo valia,q essa destruição era boa contra o mal do Lula,incrivel,sinceramente dou risada de tanta ingenuidade ou lavagem cerebral mesmo,foram seis anos esse terror midiático,compreensível,a lava jato acabando com as maiores empresas e milhares de empregos e os donos da midia Bilionários batendo palmas e arrastando toda uma nação junto pro buraco,bom pra quem dinhriro pra comprar as emoresas concorrentes ou se manter minimamente no mercado,tu do isso é o modus operandi crise de 2008 aonde muitos quebraram e houve mais monopólios privados dominando os mercados,me cansa vir aqui e ter escrever isso,estão todos cegos sendo levados aos ventos por aqueles q praticam o diversionismo com coisas vãs!!! OBS.:UFA !!! SEM MAIS!!! BATI O RECORDE NO GGN !!!
Nassif, poderia comentar o artigo do Paulo Rabello de Castro. Tem um gráfico interessante onde ele compara vários dados econômicos desde o plano real
https://www.poder360.com.br/opiniao/em-30-anos-de-real-brasil-criou-megainflacao-de-juros/
Cadê meu comentário?Pfv sem censura ggn !!!
Como Caixa e BB tem diretorias do PL se o PL é oposição ao governo? não há votos no PL e ele não compõe a base, isso nem faz sentido.
EXCELENTE ARTIGO, Luis Nassif !!!
Era necessário uma mídia honrada para mencionar essas maracutaias que ocorrem há muitos anos , e sempre são abafadas e substituídas por banalidades pela mídia dominante .
Eu tenho postado alguns assuntos como esse caso do Gudes fazer o BB vender carteira de créditos (ditos podres) de R$2,9 bilhões por R$371 milhões para o BTG , banco fundado pelo próprio Guedes , para revender em seguida por muito mais .
Também denunciei a Vale pela venda de sua participação de 40% na Mineração Rio do Norte (de alumina) em Autazes-PA , para Norsk Hydro , Norueguesa, por uma fração, com intermediação de uma offshore em Luxemburgo .
E ainda hoje , falei de outra negociação da participação xe 51% da Vale, na mina de ferro Simandou , na Guiné Bissau onde desistiu ,e perdeu US$2,7 bi . Não sei como ficou , depois .
A Vale vendeu 10 ativos importantes desde 2019 para pagar dividendos exorbitantes , assim como a Petrobrás, Eletrobrás , e todas as privatizadas .
Estão saqueando o Brasil , e as mídias dominantes são omissas no que realmente importa.
.
https://www.noticiasdemineracao.com/minerio-de-ferro/news/4336270/simandou-finalmente-recebe-luz-verde
Não temos órgãos de controle a altura das saques que ocorrem nesse país.
A solução é “pulverizar” o controle para o público, para particulares,
como nos caçadores de recompensa.
Com direito a um prêmiode 20% do valor recuperado ou salvo. Qualquer pessoa
no país poderia exercer esse controle.
Aí sim, todos se dedicariam a vasculhar falcatruas.
Você mesmo Nassif iria ganhar fortunas.