O presidencialismo frágil e as lições de JK

O Brasilianas.org (TV Brasil) da última segunda-feira juntou três especialistas para discutir a crise política: o cientista social Roberto Grün, da Universidade Federal de São Carlos, o escritor e advogado André Araújo e o biógrafo de Juscelino Kubitscheck, Ronaldo Costa Couto.

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As diferenças entre o presidencialismo brasileiro e o norte-americano foram bem colocadas por Araújo.

Não se pode governar grandes países federados sem uma ampliação do poder do Executivo federal, diz ele. Nos Estados Unidos, o Ministério Público é uma extensão do poder do presidente da República. Ele nomeia e pode demitir a qualquer momento tanto o Procurador Geral quanto qualquer procurador federal.

Além disso, uma visão utilitária da política confere ao presidente da República poderes inimagináveis no Brasil, como o anistiar condenados, se se entender que será útil ao país. Foi assim com Bill Clinton que, na véspera da sua saída, assinou um indulto para um grande empresário norte-americano, Marc Rich, considerado o maior sonegador fiscal do país. Pagou com o desgaste político, mas seu poder não foi questionado.

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No Brasil, como reação ao período militar, a Constituinte de 1988 criou um poder pulverizado, que acabou se tornando fator de instabilidade política para todos os presidentes pós-ditadura.

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JK encarou turbulências até maiores e se saiu bem. Estava em plena Guerra Fria, enfrentava Carlos Lacerda e os militares, assumiu um país que estava sob estado de sítio há pelo menos dois anos e, nos seus primeiros meses de governo, enfrentou duas rebeliões militares: a de Jacareacanga e Aragarças.

Mais ainda: uma campanha com acusações diárias de corrupção, ampliadas com a construção de Brasília. E, no entanto, saiu consagrado do governo.

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A fórmula JK começava com uma simpatia contagiante, que encantava aliados e adversários.

Depois, pelo exercício seguro da autoridade, atuando em duas frentes. Contra as rebeliões, mão de ferro. Derrotado o inimigo, o perdão, como um ato do príncipe, não uma prova de fraqueza.

Fazia parte de seu cardápio político o compromisso inalienável com a democracia. No primeiro dia de governo, praticamente suspendeu o estado de sítio. E recusou insistentes apelos – de Tancredo a Brizola – para mudar a Constituição de forma a permitir sua reeleição.

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Acadêmicos pouco afeitos ao mundo real tendem a minimizar o peso das relações pessoais na política. São essenciais, conforme comprovam Getúlio Vargas, com seu formalismo, JK e Lula com sua informalidade contagiante.

Sua relação com o Judiciário foi pavimentada por relações sociais prévias com os principais nomes.

JK cooptou os grandes grupos empresariais brasileiros, tornando-os sócios das multinacionais que trazia para o país.

Exerceu o presidencialismo de coalizão, sim. Loteou cargos, Ministérios. Mas definiu um projeto de país e criou uma estrutura paralela para gerir os novos projetos.

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Certa vez, Costa Couto indagou de Tancredo Neves – principal articulador político do governo JK – qual a principal virtude de um governo. A resposta: governar é trabalhar em equipe. Mas é imprescindível um fator de coesão: um projeto claro de governo e de país. Sem ele, não se anda.

Luis Nassif

47 Comentários

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  1. Pena…
    Perdi o programa e esqueci de gravar. O programa gravado pode ser assistido em algum sítio? Obrigada!

    Nassif, o projeto – aquele que ganhou o meu voto na eleição passada – todos conhecemos.

    No entanto, diante da implementação de ações imediatas de ajuste tão acerbas e contrárias ao desenvolvimento esperado do projeto, a lacuna neste momento reside na necessidade de reafirmação inequívoca dos postulados vitoriosos – através de ações concretas além dos discursos.

    Esta reafirmação precisa atenuar o sentimento de engano que ganha terreno e força na proporção direta das falhas (e da falta) de comunicação do governo. Comunicação com e para os apoiadores, não para os opositores.

    Qualquer espaço não ocupado, será – está sendo e foi – ocupado. E esta “invasão do espaço de interlocução” torna cada vez mais difícil a escuta – pelos apoiadores, pelos simpatizantes, pelos defensores – da mensagem governamental. O discurso predominante e solitário, por não sofrer qualquer tipo de ameaça ou contra argumento peremptório, está decantando pelos estratos sociais e as narrativas populares estão sofrendo uma influência perniciosa – porque falsa e de caráter desagregador – sem que haja ação governamental que as corrija equilibrando um pouco o jogo.

    Me parece que iniciou-se, ou agora está mais aparente, uma reação. Espero que esta reação aponte para uma maior interlocução com as áreas prioritárias apontadas no projeto vitorioso de 2014 e que, colocadas em espera devido às emergências surgidas desde o final do pleito – econômicas e políticas, ações concretas (além das de comunicação e gestão da mudança) sejam catalisadoras da vontade de manter-mo-nos nos trilhos e de vencermos este momento difícil – rico, mas muito difícil – com esperança.

    Equipes são mantidas, movidas e alimentadas por objetivos comuns. Básico. Objetivos não explicitados são inócuos para a construção de um projeto. Dando a conhecer onde está o norte na bússola e o que tem no pote ao final do arco-íris, o líder será seguido. Sem isso, restará o discurso vazio e a oportunidade perdida.

  2. Demasiadamente simplista

    Simplismos não ajudarão a resolver problema algum. O modelo político-partidário-eleitoral atual torna o país praticamente ingovernável, independente de quem ocupe a poltrona no Palácio do Planalto. Vejamos:

     

    Juscelino Kubitschek, do PSD, foi eleito em 1955 numa dobradinha com o antigo PTB de João Goulart (que foi seu vice e que fez mais votos para vice do que JK para presidente). 

     

    Naquela época a eleição para o parlamento acontecia em anos diferentes das eleições presidenciais. As eleições parlamentares aconteciam de 04 em 04 anos (1946, 1950, 1954, 1958 e 1962).

     

    As eleições presidenciais, sem reeleição e em turno único, aconteciam de 05 em 05 anos (1945, 1950, 1955 e 1960). O vice era eleito em chapa própria. 

     

    Na eleição de 1955 a dobradinha Juscelino e Jango (PSD-PTB) elegeu o presidente e o vice da república:

     

    1) Juscelino: 35,68% dos votos;

    2) João Goulart: 44,25% dos votos. 

     

    Juscelino assumiu em 1956 com o parlamento eleito em 1954. Neste parlamento herdado do pleito parlamentar de 1954, a dobradinha PSD/PTB tinha 170 deputados federais, de um total de 320. Ou seja, a coligação de apoio a Juscelino Kubitschek contava desde o início com 53% dos parlamentares na Câmara dos Deputados. 

     

    Veio então o pleito parlamentar de 1958 e a dobradinha PSD/PTB elegeu 181 deputados federais, de um total de 326. Ou seja, a coligação situacionista aumentou de 53% para 55,5% no número de parlamentares no Câmara dos Deputados. 

     

    No Senado a coligação PSD/PTB era ainda mais forte e sempre é importante relembrar algo que as pessoas insistem em esquecer: naquela época o vice presidente da república ocupava automaticamente o cargo de presidente do Senado.

     

    Ou seja, o sr. João Goulart, além de ser vice de Juscelino, foi também o presidente do Senado Federal nos 05 anos de governo de JK, algo que ajudava e muito na governabilidade. 

     

    Naquela época apenas 05 partidos tinham relevantes bancadas no Congresso: PSD, UDN, PTB, PSP e PR. O restante era composto por meia dúzia de micro partidos que não elegiam mais do que 06 ou 08 parlamentares. 

     

    Feito o registro histórico, cumpre passar aos tempos atuais. O PT jamais teve a força que o PSD tinha na época de Juscelino. O PT jamais teve a força que o antigo PTB tinha no tempo de João Goulart.

     

    O PT, mesmo somado com o PMDB nos dias atuais, consegue ter no máximo 25% dos parlamentares na Câmara dos Deputados (sozinho o PT tem apenas 13% dos parlamentares).

     

    Ora, se a dobradinha PT/PMDB tem hoje somente 25% dos deputados federais, como comparar com a antiga dobradinha PSD/PTB, que no tempo de Juscelino sempre conseguiu ter mais de 50% dos parlamentares na Câmara dos Deputados?

     

    O problema atual nada tem a ver com a falta de um programa de governo bem definido, mas sim com a pulverização amalucada que se verifica no parlamento. 

     

    Juscelino teria feito o seu plano de metas tendo 28 partidos com representação no Congresso Nacional, como existe hoje? Teria feito se a sua sustentação política, comandada por PSD e PTB, tivesse apenas 25% das cadeiras na Câmara, ao invés dos mais de 50% que sempre tiveram?

     

    O problema atual do Brasil não é Dilma, Lula ou FHC, mas sim um modelo que engendrou uma fragmentação partidária tão gigantesca que torna o país praticamente ingovernável. Com Dilma, esse quadro tenebroso de fragmentação partidária apenas se agravou de maneira absurda. 

     

    O “presidencialismo frágil” da época de JK, como foi cabalmente demonstrado, é rigorosamente forte e coeso se comparado ao verdadeiro presidencialismo frágil, que se verifica, em especial, na legislatura atual. 

     

    E mais do que isto, e para finalizar, Juscelino pegou o país numa situação econômica muito positiva e sem o pool máfio-midiático que existe hoje contra a mandatária da nação. E ele também não teve que enfrentar nenhum Crash econômico mundial, algo que Getúlio Vargas enfrentou a partir de 1930 (Crash de 1929) e que Dilma está enfrentando agora em decorrência do Crash de 2008.

     

    A situação política de Juscelino à época é muito, mas muito mais confortável, principalmente no parlamento, do que a situação política enfrentada pelo PT, por Lula e por Dilma a partir de 2003. 

     

    Mesma sorte não teve Jango em 1964. Bastou a dobradinha PSD/PTB rachar para que ele fosse golpeado com o apoio de lideranças expressivas, como a do então deputado federal Ulysses Guimarães do PSD, entre outros tantos que apoiaram a sua deposição. 

    1. Não dá pra comparar !

      Realmente, Diogo, a diferença é enorme e tentar comparar politicamente uma a outra época traz uma ideia completamente truncada como fundamento. Acho que o Nassif precisa trazer você e outros analistas políticos com mais pé no chão para avaliar esse monstrengo de sistema político,  agravado ainda mais pelas iniciativas do Judiciário, que só recentemente se aliou a uma posição justa (com a excessão do Gilmar, que não “devolve”). Seu comentário vale um post!

    2.     Concordo que o número de

          Concordo que o número de partidos é grande.

          Acredito que isso foi causado pela tentantiva(1988) de impor, não aceita pela população, de implantar no Brasil o parlamentarismo.

       Outro ponto é personalismo, onde vota-se na pessoa e não no partido, veja que mesmos algumas das personalidades da politica nacional(Marina, Ciro, etre outros) mudam de partido como de camisa. Em paises desenvolvido isto não ocorre, se vc é trabalhista não vai mudar para a direita ou se vc é republicano mudar para os democratas. 

    3. MAIS E MAIS PARTIDOS
      Parece

      MAIS E MAIS PARTIDOS

      Parece que já estou vendo no indefectível  horário nobre das TVs a invariável propaganda obrigatória :-Venha para o “ PQualquer Coisa”,junte-se à nós e seja um Vereador nas próximas eleições.

      -Ouça agora a palavra do  presidente de nosso partido em “Cafundó “,Vereador Fulano de Tal .

      E blá blá, e lero lero  e mimimi.

      E nós brasileiros é que pagamos tudo isso .

  3. Ou seja

    O nosso sistema politico esta na beira do abismo. Se não mudarmos o sistema partidario, acabar de vez ou diminuir as coalizões, toda vez que um governo enfraquecer, pode cair nas mãos de mercenarios e ficar inviabilizado.

    Outra coisa, é que as eleições para deputados e senadores deveriam vir apos as eleições presidenciais, ja que isso esclareceria aos cidadãos a importância de se votar (ou não) nos partidos que compõem a base da governança. Isso também não interessa ao Congresso, claro. 

    De qualquer forma, o que vira pela frente, ja que a mobilização popular não conseguiu (onde estão os manifestantes do 15?), apoio suficiente para a reforma politica, sera a lei Vaccareza. Olha o PTai, mais uma vez sendo cavalgado pelo PMDB. 

     

  4. Eu compararia o

    Eu compararia o presidencialismo de coalização no Brasil a um carro velho, cheio de problemas, difícil de engatar as marchas, para pegar, sem direção hidraúlica, freio não muito confiável. Peguemos uma kombi 1980 sem manutenção nenhuma. Os passageiros dentro dela ( leia-se, o povo ) fica dependente da habilidade do motorista. JK e Lula foram motoristas exímios, que conduziram com segurança e velocidade o veículo. Só que, na mão de um motorista que só dirigira carro com direção hidraúlica e sistema eletrônico, aí o bicho pega. É tranco a toda hora e risco do carro parar no meio do caminho. Enfim, é hora de trocar essa carroça por um carro menos velho para não se depender só da habilidade do motorista. 

  5.  
    O Ronaldo Costa Couto é um

     

    O Ronaldo Costa Couto é um saudosista de um passado morto.

    Hoje é um golpista ao lado do Aécio.

    Esse senhor não merece nenhuma confiança.

    1. A cada pergunta do Nassif ele

      A cada pergunta do Nassif ele respondia algo que nào tinha nada a ver. E o que foi a piada de Deus e o diabo? Totalmente sem noção. O único que se salvou no programa foi o André.

  6. Muito importante e certeiro o

    Muito importante e certeiro o comentário do Sr. Diogo Costa,ressaltaria

    “O problema atual nada tem a ver com a falta de um programa de governo bem definido, mas sim com a pulverização amalucada que se verifica no parlamento.”(sic )

    Possuimos ,se não me engano,32 partidos e mais uma dezena de projetos para a criação de mais partidos,partidos esses ,em grande numero ,verdadeiras arapucas dirigidos por ratazanas que infestam a politica brasileira ,que agora ,com o Fundo Partidário triplicado em seu valor(de 288 milhões para 900 milhões ), vão tornar mais atraente a criação de novos partidos.Dos blogs que frequento,tanto de direita como de esquerda  não li nenhum protesto sobre mais essa “facada ” no Erário.Quem sabe alguém mais capacitado que eu ,possa escrever sobre isso ?

     

     

     

  7. Assisti ao programa, e gostei

    Assisti ao programa, e gostei muito dos entrevistados, da postura política de cada um. E acho que o resumo da ópera atual é essa mesmo: que sem projetos de governo, embora com coalisões, um presidene é refen dele próprio.

    Dilma se saiu bem na surna, e discursou para o povo no dia de sua posse com palavras bem colocadas para o momento, mas, infelizmente, o que disse sobre os graves problemas por que passam o Páis, nesses três meses parece terem se perdido no ar. O atual governo de Dilma pode ser comparado a uma gestante que sofreu muitas dores na hora do parto, e não sentiu alegria pelos meses de gestação, dado que o filho nasceu, foi pra incubadora e já parece ter morrido, de tão frágil.

    Para quem não é anti-petista, cheio de ódios contra um único partido, resta-nos um sentimento meio decepcionante, somado ao fato incontestável, de que está ruim com ela, e pior ficará com as alternativas apresetnadas. 

    Quem de bom senso pode imaginar o futuro sem Dilma como o que está aí? O que a oposição, seja ela qual for, tem a nos oferecer? No congresso os parlamentares só tem dois propósitos: reproduzir a imprensa golpista, com a VEJA e o Globo debaixo do braço ao subrem a tribuna para discursarem, ou esperara ansosos as próximas MP’s, cientes de darem uma rasteira no Executivo, por verem nessas ações a mais conveniente para desconstruirem o Governo estabelecido. Projetos mesmo não existem.

    JK, sem dúvida, foi um exemplo de homem político, por ter um projeto quase impossível de ser implementado, mas cumpriu-o à risca. Enquanto governava, e a cada dia, parecia que os ventos sopravam a seu favor. Surge a bossa Nova, a indústria automobilística se escancara, entre outras maravilhas. E a favor dele próprio tinha o fato dele vir de uma profissão humanística, e, portanto, de saber ser forte, duro, mas indulgente também. Era simpático, carismático como poucos. Atravessou marés brabas com a oposição ferrenha tentando golpeá-lo, mas carregou consigo pessoas da mais alta credibilidade. Quem ergue Brasília são pessoas de todos os recantos do país, muitas delas chegando ao Planalto Central nas piores condições, e hoje muitas delas estão ricas porque trabalharam muito, mas souberam aproveitar as oportunidades para fazerem daqueles momentos o futuro de suas famílias. Essas pessoas e suas famílias estão aí para exaltarem a imagem de JK quase como se adora um Deus. 

  8. Anos JK

    Quem disse que JK enfrentou 2 revoltas no início de seu governo, errou. 

    Concordo sobre Jacareacanga que foi em 1956 mas Aragartças, longe disso, já foi em fins de 1959. Esta, liga-se até à renúncia de Jânio como candidato. [Esta renúncia do Jânio, acredito eu, só poderia ser explicada por um único brasileiro: o impagável Stanislaw Ponte Preta] 

    Outro erro: dizer que JK trabalhou em equipe é algo inexplicável.

    Dizia-se, à época, lê-se nos jornais, que suas reuniões ministeriais eram no Viscount…

    O que deveria ser dito e proclamado é que JK teve um dos ministérios mais “entreguistas” de toda nossa história:

    Lucas Lopes, Horácio Láfer,Sebastião Paes de Ameida, Amaral Peixoto. Isto sem contar Roberto Campos no BNDE, Augusto F. Schmidt com secretário, e o inefável Valentim Bouças. Isto sem contar Fleiuss na Petrobras e Sardenberg Alexínio no CNP, só essa dupla atrasou a Refinaria de Caxias em 2 anos…

    Não façamos de JK o que ele não foi. 

  9. JK tinha um projeto de país. 

    JK tinha um projeto de país.  Mas revelou-se desastroso em muitos aspectos.Destruiu o sistema ferroviário brasileiro e aumentou drasticamente a dívida do país. Desconheço se fez algum trabalho de inclusão social. Trabalhou num meio confortável que foi a classe média brasileira.

    Dilma, segundo Nassif deixa entrever nas entrelinhas, não tem projeto de país. Dilma e o PT tem um projeto de país sim. O projeto em muitos aspectos é amplamente vitorioso. Milhões de brasileiros adquiriram cidadania,  o Nordeste tornou-se uma região integrada ao país e houve um imenso trabalho de valorização e inserção do país no plano internacional. Indices de educação e saúde melhoraram e muito. A economia desenvolveu-se de forma que o país é hoje é sétima economia do mundo. Fora o apoio à Petrobrás (e a defesa das nossas reservas petrolíferas) que permitiu o assentamento de uma das maiores petroleiras do mundo. O que paralisa o governo Dilma é seu medo de errar e uma absurda falta de comunicação aos brasileiros do que esta sendo feito ao país. É uma deficiência da presidente, claro que é. Mas essa classe dominante brasileira, arrogante, preconceituosa, antipatriótica, às vezes preguiçosa,  contribui muito para que  o projeto da presidente não se instaure com o sucesso que deveria ter.

    Dilma também trabalha com uma economia internacional totalmente diferente. Nessa  nova economia um país pode ser devastado pela ação das corporações financeiras num só dia. Surpreende é que os governos petistas tenham feito tantas mudanças no país enfrentando uma oposição lesa pátria  e um stablishment sórdido onde o que menos importa é a nação brasileira e o que mais importa é a extorsão do Estado.

    Nassif, porque é sempre a presidente que tem que se curvar a todos os poderes, seja institucional ou econômico, do país? Numa República o poder está assentado sobre três poderes. Será que é porque ninguém se importa com o Brasil? Porque a presidente é acusada de ferir o orgulho de ministros (alguns nem ministros são mas  ministrinhos tal a canalhice com que atuam) se esses próprios ministros não tem um projeto para o país na área que atuam? E o Legislativo qual o projeto que tem de país?

    E é uma presidente bem intecionada que tem que se ajoelhar para esse tipo de autoridade pública? Ou para essa classe dominante?

     

     

    1. questionamento de dois pontos

      Vera Lúcia,

      Dizer que JK destruiu nosso sistema rodoviário é um clichê sem fundamento em fatos. JK trouxe a indústria automobilística para o Brasil e abriu grandes rodovias, tais como a Rio-Brasília e a Belém Brasília. A interiorização do Brasil que ele sempre enfatizou seria inviável por meio de ferrovias. Mas o que ele fez para destruir o sistema ferroviário? Esse sistema foi sendo marginalizado gradivamente desde JK. 

      Quanto à inclusão social, durante o governo JK o salário mínimo teve o valor mais alto de nossa história, e o número de trabalhadores com carteira assinada subiu enormemente.

    2. Muito bem lembrados

      Vera Lucia, muito bem lembrados o projeto de país do partido e do governo, tudo aquilo que se cumpriu até hoje, o cenário em que nos encontramos e a canalhice dos demais políticos (sem contar a sordidez da chamada “elite” brasileira!). É impossível solidificar um Estado Democrático de Direito se os quadros – digamos – “técnicos” de governo (além de nossos juristas) não abrirem os olhos e deixarem de enquadrar essa canalhice e sordidez…

    3. Em termos de obras esqueci de

      Em termos de obras esqueci de falar da ferrovia Norte-Sul, da transposição do Rio São Francisco e da modernização dos portos e aeroportos. Além do Minha Casa Minha Vida. E é a presidente Dilma que não tem projeto para o Brasil…

  10. Parlamentarismo já! E viva o

    Parlamentarismo já! E viva o Conselheiro Gaspar!

    Quero saber quem manda – no parlamentarismo, manda o parlamento e fim de papo! Hoje mandam as corporações, inclusive MP e Judiciário (além da PF, que também virou Poder…).

     

      1. Vera, não alimente os

        Vera, não alimente os trolls.

        Note, pelo comentário do infeliz, que ele não comentou a matéria ou replicou algum comentário.

        Veio apenas encher o saco. Se pararmos de dar trela para essa cambada, com o tempo irão fazer seus comentários esdrúxulos nos blogs dos seus ídolos. Duvido que leiam as matérias para fazerem seus comentários.

  11. Hoje assisti o Café com

    Hoje assisti o Café com noticia,na Band.Constatei uma linha bem amena e pró Governo federal,

    Falaram do desemprego na cadeia do petróleo mais ressaltarm vagas no setor de serviços.até uma entrevistada dizendo que emprego tem é o povo que quer moleza.Projetaram 7,1% o desemprego para esse ano,mais informaram que hoje está em 6,8% um indice baixo se comparado com o mundo.

    E um comentárista politico, não lembro o nome.fez duras criticas ao PMDB lembrou o Cid Gomes e mandou o Renan Calheiros largar o osso.e Fritou a redução dos ministérios proposto pelo PMDB,”se fosse sério o PMDB deveria entregar os 6 ministérios que ocupam,e lembrou da lista de cargos ocupados por Renan desde o governo FHC.

  12. Parabéns pela análise do

    Parabéns pela análise do Diogo Costa. Precisamos mudar urgentemente o modelo político que aí está. Uma nova CONSTITUINTE precisa ser convocada e pasmem, os políticos não deveriam participar. Isto é coisa séria e eles não são.

  13. O golpismo no Brasil e como

    O golpismo no Brasil e como atacá-lo

     

    Quando exprimimos que algumas “teorias da conspiração” sobre golpes em andamento no país não são elucubrações e encontram no mundo real todos os elementos que provam sua existência, não estamos brincando. Eles, os golpistas, estão aí e contam com o auxílio poderoso de interesses internacionais. Eles existem de fato e objetivam conquistar e estabelecer posições de poder e de destaque, para a partir destas posições lançarem suas ações ilegais ou semi-legais baseadas em análises ideologicamente direcionadas da economia e em investidas seletivas de fingida moralidade, legitimadas apenas por uma mídia disposta a qualquer aventura antidemocrática para desestabilizar um governo que vai contra seus princípios entranhados de busca do reinado supremo do regime de livre mercado e o qual, além de tudo, simplesmente odeia, por não ser originário da tradição elitista de comando do país.

    Desestabilizar – esta é a palavra que define a ação do golpe. Tentar tomar o governo na força bruta seria completamente insensato e certamente atrairia o repúdio imediato de forças inauditas em defesa da Nação e da já surrada ordem democrática. Mas desestabilizar é outra coisa, é empurrar para fora do eixo, é manter permanentemente o governo sem pontos de equilíbrio. Estas ações de desestabilização estão consubstanciadas naquilo que a presidenta Dilma definiu como sendo “a turma do quanto pior, melhor”.

    A oposição, em seu sentido amplo e não no sentido partidário mas também por vezes com este, atuando intensamente através da mídia e de alguns setores do judiciário e ministério público, a priori não está direcionada para a derrubada da presidente.

    A tática de ataque ao governo que ela vem empregando é aquela a que seus tutores americanos chamam de “spoiling attacks”, ou sejam, “ataques para estragar”, para deixar o inimigo permanentemente fora de equilíbrio. Isso é desestabilizar. Foi assim que com a ação fulcral do judiciário italiano destruiu-se o mundo político da Itália e se o deixou bem raso, para que do adubo de seus destroços se desse o surgimento de Berlusconi, o corrupto bom e blindado. Só falta mesmo a forjação de documentos com aval externo, para atacarem o PT como fizeram ao PCB italiano, que no final do processo saiu destruído, mas levou consigo toda a complexa estrutura polarizada do mundo político da Itália, que ao fim se mostrou de uma fragilidade surpreendente. Berlusconi representou o desabrochar de outros tempos, a onda de choque italiana da queda do muro de Berlim, a ascensão definitiva de um neoliberalismo que em se dizer novo e salvador, representou a destruição da própria soberania nacional e o fim completo da democracia da comunicação na Itália, cuja estocada final foi o controle ditatorial da estatal e até então independente televisão italiana, a RAI, e a demissão de seus grandes nomes do jornalismo e do teleteatro. Tudo isso era necessário para subjugar a orgulhosa Itália ao férreo comando centralizado da União Europeia. Hoje se diz com bastante argumentação que toda esta movimentação foi acompanhada de perto e aprovada com entusiasmo pelos Estados Unidos.

    Com as devidas reservas, porque aqui se trata de um pastiche por vezes ridículo e lá foi de fato uma tragédia, como não ver um paralelo de abundantes semelhanças entre tal processo e as ações aqui comandadas pelo doutor Moro, já que ele mesmo se diz inspirado (obcecadamente) naquela Operação Mãos Limpas da Itália, que por sinal deu também um show de febre midiática, mas não limpou mãos algumas? Este juiz vê na Itália a inspiração para seu desempenho, assim como aquele outro juiz viu na Alemanha um atalho para a condenação sem provas, e não hesitou em colocar o carbono e copiar de modo grosseiro uma suposta teoria do domínio do fato. Pelo caminho do espetáculo e dos holofotes, a Mãos Limpas não produziu limpeza para o progresso, mas apenas limpeza para a ruína e o suicídio empresarial na Itália. Os juízes da Mãos Limpas, não apenas por seus próprios assassinatos e não apenas porque quem está em guerra com a Máfia não pode dormir um só instante, foram tragados pelo processo todo porque o golpe político-econômico era muito maior que eles mesmos e seu eventual idealismo. E a corrupção resta hoje soberana, segundo o Tribunal de Contas Italiano, carregando consigo dos cofres públicos 60 bilhões de euros por ano, naquele país. (http://www.muco.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=483:corrupcao-na-italia&catid=45:corrupcao-pelo-mundo)

    Os golpistas esperam com suas ações abrir, no caso do Brasil, uma oportunidade ocasional para que uma almejada mudança de governo se dê mascarada de legalidade. Só um anjo de inocência acredita nesta balela de combate à corrupção. Se quisessem realmente combater a corrupção, não excluiriam de suas investigações todo e qualquer indício que leve a complicar alguns líderes oposicionistas, que parecem encobertos por um manto ideológico que os permite praticar folgadamente malfeitos nos narizes dos falsos moralistas da polícia, do Ministério Público, do judiciário e da mídia, sem que estes tomem em relação a eles uma única providência séria. Os casos da Lista de Furnas imbricada com a tal Lava Jato e do helicóptero com meia tonelada de cocaína estão aí para provar isto.

    Eles, os golpistas desestabilizadores, também estão agindo sofregamente dentro do Congresso Nacional, onde muitos dão com o namoro ao golpismo, com muita satisfação, resposta firme ao fato de terem sido eleitos por dinheiro de bancos, empresas e outras fontes, e não por vontade voluntaria e insuspeita do voto popular. Colocam-se assim, com muito gosto, flagrantemente contra os interesses do país. Eles não querem o ajuste fiscal, que poderá levar o país a remendar com forte remendo seus erros (não cabe mais a discussão se foram ou não “erros necessários”, vamos em frente, isso já passou) e preparar terreno para avançar ainda mais no desenvolvimento com justiça social, a grande meta do nosso grande tempo.

    Eles, os golpistas, são a turma do quanto pior melhor. E o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que hoje protagoniza para o país e para o mundo o papel de comandante de todas as forças oposicionistas, tem que ser responsabilizado também pelos atos do golpismo, não pode fugir a isso. É sua a responsabilidade por tudo, inclusive pela candidatura de Aécio Neves à presidência.

    Em última análise, eles esperam agora levar o país a uma complicada situação de sua economia, com a paralisação das obras de infraestrutura, com seu estrangulamento energético e com a ameaça de destruição de muitas grandes empresas ligadas ao setor energético, sobretudo as de construção civil.  

    Acordar – deve ser a nossa palavra de ordem contra os golpistas. Pessoas que amam o Brasil estão dormindo, como que hipnotizadas, enquanto os golpistas avançam. Vamos fazer acordar quem está dormindo, para lançarmos uma ofensiva demolidora contra quem quer destruir nosso país.

  14. Copomentário de Vera Lúcia Venturini

    Muito oportunos e esclarecedores os coment´rios de Vera Lúcia Venturini.

    É preciso prestar mais atenção: Vera Lúcia não afirma que JK destruiu o sistema rodoviário, mas o ferroviário.

     

  15. JK e Lula : informalidades

    JK e Lula : informalidades contagiantes

    “Cara brasileira”: automática sintonia com o povo, mesmo opositores.

    “Nossa Presidenta”, está mais para Angela Merkel, infelizmente.

    Acredito também no Fator Sorte, Destino, ou Conspiração do Universao.

    Veja o Azar de Dilma: o doleiro pivô do maior escândalo de corrupção do país só se diferencia dela pelo Y igualando-se no resto: “oussef” .

    Há que reconhecer que essa mulher precisará ter garra e peito pra vencer tb o imponderável. 

    Mesmo ateus, talvez, precisem dizer: “Deus te ilumine, presidenta!” 

    Afinal,  O Brasil precisa SER mais UNI-DO e menos “PAR-TIDO”. 

    Que JK do Além inspire a necessária conciliação das almas do lado de cá. Especialmente se a corda esticar além do limite suportável sob a pressão de fantasmas golpistas.

     

  16. Nassif, sinceramente, não

    Nassif, sinceramente, não vejo falta de “projeto de país”. Este é o mesmo desde de 2003. Uma social-democracia à brasileira. Um pacto entre o capital produtivo e o trabalho, em que o capital financeiro não é proibido de ganhar dinheiro, mas deve atuar em sintonia com uma proposta desenvolvimentista. Um desenvolvimento baseado em inclusão no mercado de consumo.

    Não só, em inclusão no sistema educacional também. Além de ir ampliando o acesso de populações pobres ao sistema de saúde pública, ao mesmo tempo deixando a saude privada com sua parte do mercado. Social-democracia.

    Nas relações internacionais é a integração sul-americana e com os Brics. Ou seja, tem projeto, está aí, para quem quiser ver. O que não tem agora, mas tinha com Lula, é estratégia política para manter e ampliar o projeto.

    Aqui discordo do Diogo. A crise atual não é só por causa de minoria no Congresso. Isso se resolve com negociação. A crise é o total fracasso nas estratégias de governo, se é que tem alguma

  17. O Carlos Heitor Cony sempre
    O Carlos Heitor Cony sempre falou das dificuldades do JK comparando-as com o momento atual.

    Governou num certo país dos cinquentas onde os “estadistas” atuais nem sonham com a natureza das dificuldades, embora arrotem vôos de galinha como a chegada ao paraíso.

  18. Um Recorte

    Em homenagem a Diogo, Juliano, Vera Lúcia e tantos outros que acreditam que temos, sim, um projeto de País.

    UFPR, UFBA, UFAM ou UFRJ, discute-se qual delas teria sido a primeira Universidade Federal do Brasil. Certo é que em aproximadamente 80/90 anos, até o final do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002, o País foi capaz de criar 45 universidades federais, atuando em 148 campi.

    Em 12 anos de governos do PT e aliados (8 anos Lula/ 4 anos Dilma) foram criadas 18 universidades federais em 173 novos campi. Um incremento de 40% em número de universidades e 117% em número de campi.

    Em Santa Catarina, a UFSC foi criada em 1962 e até 2009 era a única no Estado, ocasião em que foi criada a Universidade Federal da Fronteira Sul-UFFS, em Chapecó-SC, com campi também em três municípios do RS e em dois do PR.

    Desde que me conheço por gente (tenho 52a) Santa Catarina tinha uma Escola Técnica Federal-ETFSC, em Florianópolis (criada em 1968, sucessora de estabelecimento de ensino profissionalizante fundado em 1910). De 2002 a 2014, nos governos Lula/Dilma, foram criados nada mais nada menos que 21 Institutos Federais, sendo hoje, pois, 22 no total (a ETFSC passou a denominar-se IFSC, campus Florianópolis). “Incremento” de 2.100% (HAuHAuahahaha). Detalhe: foram 422 escolas técnicas criadas em 12 anos em todo o País!

    Alguém tem idéia de quantas universidades federais foram criadas nos 08 anos de governo do PSDB (FHC)? Nenhuma.

    Alguém sabe dizer quantas escolas técnicas os governos do PSDB (FHC), entre 1994-2002, criaram? Segundo PHA, no Conversa Afiada, foram 11, e mesmo assim em convênios/acordos/parcerias com municípios/estados/”setor produtivo”(!?).

    Isso, só pra ficar num recorte em torno do que o Governo Federal, nas gestões Lula/Dilma, investiu em educação. Porquê, dentre outras realizações, nada disso é “capitalizado”? Será que esses dados fazem parte da grande demonstração de que este é um governo que não tem projeto de País?

  19. JK tinha um projeto de país, mas…

    JK tinha um projeto de país, sem dúvida. Esse projeto tinha aspectos positivos e negativos. E o problema de Dilma não é que ela não tenha um projeto de país, como alguns dizem, mas sim que ela tem um projeto de país. A propria ideia de um “projeto de país” é anacrônica nos dias atuais. Fazia sentido 70 anos atrás, no tempo em que éramos uma economia simplória que um poder executivo forte podia administrar por etapas, tal como um rigoroso presidente de uma empresa faz com sua empresa. Na época atual, o papel do governo deve ser normativo, e o progresso do país não deve ser conduzido por um Grande Líder iluminado e todo-poderoso, mas por toda uma gama de empresas privadas, cada uma criando seu  próprio projeto de negócios, isso dentro de um ambiente de confiança e segurança gerado pelo governo. O nacional-estatismo – sistema dos que acreditam em projetos de país, sejam Vargas, JK ou os militares – chegou ao esgotamento nos anos oitenta, arrastando-nos a um longo período de estagnação econômica.

    A tentativa extemporânea de ressuscitar um projeto de país, seja este qual for, só vai reproduzir os mesmos passos da conhecida síndrome: inchaço do Estado, que suga o dinheiro disponível no país para os bancos estatais distribuírem ao séquito de empresários amigos-do-rei, causando inflação para o povo e juros altos para os demais empresários, paralização dos negócios e por fim desemprego. Estamos voltando à velha “estagflação” dos anos oitenta, estágio terminal do nacional-estatismo. Essa síndrome já podia ser sentida na época de JK – houve aumento da inflação, e as acusações de corrupção de que foi alvo não eram calúnia dos opositores, pois um grande salto nos níveis de corrupção é inevitável à medida em que se fortalecem os laços entre os funcionários do governo e a corte de empresários amigos-do-rei. Mas naquele tempo, ainda se podia dizer que o saldo era positivo: grandes obras de infra-estrutura foram feitas, e diversos setores da indústria tiveram seu pontapé inicial.

    JK, enfim, teve pontos a favor e pontos contra. Não tenho dúvida de que ele era bem intencionado, mas também ele me pareceu um tanto ingênuo. Entre seus grandes erros, pode ser citado o lançamento da cultura inflacionária que dominou o país por pelo menos 40 anos. Ele acreditava que produzir inflação era um meio engenhoso de distribuir pela população o custo das obras do governo, mas eu chamo isso de expropriação. No plano político, ele reprimiu revoltas militares, para logo em seguida anistiar os revoltosos, acreditando ingenuamente que os anistiados lhe seriam gratos. Conforme se viu, os anistiados cassaram-no e não lhe deram anistia. Pouca gente se dá conta, mas foi JK o responsável pela gestação do grupo que efetivamente deteve o poder durante o período militar, pois foi ele quem começou com a prática de dar cargos a militares em empresas estatais, achando que assim estaria apaziguando-os. Naquele período, o país foi governado de facto por uma casta de tecnocratas, e não pela cúpula udenista. Gente como Golbery do Couto e Silva, Mário Andreazza, Ernesto Geisel, Costa Cavalcanti, todos esses entraram na máquina pública pela mão de JK.

    JK é História. Para se refletir, não para se imitar.

     

    1. Empresa privada???

      Excelente análise, mas discordo sobre as empresas privadas serm o motor de crescimento do país. Será que elas terão o chamado “espirito animal” para desenvolver e dar pujança a economia brasileira??? Creio que devem ficar a cargo do Estado setores estratégicos.

       

      1. Sim, terão

        Será que elas terão o chamado “espírito animal” para desenvolver e dar punjança à economia brasileira?

        Por que não teriam? Nos países desenvolvidos, as grandes empresas, inclusive aquelas que atuam em setores estratégicos, têm sido empresas privadas desde a revolução industrial. Foram empreendedores privados como Carneggie, Rockefeller, Westinghouse e Thomas Edson que dotaram os EUA de aço, petróleo, estradas de ferro e energia elétrica. No Japão, foram empreendedores privados como Mitsubishi e Toyota que fizeram o Japão tecnologicamente independente. A grande maioria das principais companhias petrolíferas do mundo são privadas. Quase todas as indústrias automobilísitcas são privadas. Quase toda a indústria aeroespacial é privada. Mas no Brasil, enquanto o empresário brasileiro tiver como projeto mamar nas tetas do Estado, isso não vai acontecer. No fundo, o empresário brasileiro deseja retornar aos tempos pré-capitalistas anteriores à abertura dos portos, aquele sistema conhecido como mercantilismo, no qual a livre empresa e a liver concorrência eram proibidos, e toda atividade econômica só podeia ser feita com o apoio e a permissão do rei, que concedia monopóliso a seus protegidos.

  20. Excelente artigo.

    Excelente artigo. A Constituinte de 88 a longo prazo deixará este país ingovernável. Não é a toa que após 88 o país teve salvo raras exceções os menores crescimentos de PIB de toda a história nacional.

    Nos EUA, o Presidente tem poder quase absoluto. Nomeia o Supremo (Sem Republicanismos) nomeia e demite procurador Geral da República, nomeia e demite Ministério Público, pode anistiar presos, só o Congesso pode deter o Presidente lá, e já é o suficiente. E mais, poucos partidos nos EUA. Sem negociações intermináveis com dezenas de partidos no Congresso, o país deslancha. Em uma palavra, coesão de poder.

    Não por acaso, os EUA foram o primeiro país a começar a sair da crise. Não a toa os EUA tem um dos maiores PIBs do mundo. E são considerados democracia, tanto quanto nós. .

    Aqui no Brasil o Governo é engessado por todo mundo, pautado, comandado e não pode reagir. O Presidente no Brasil só serve para levar a culpa quando algo dá errado.

    Todos os países do mundo que tem crescimento econômico robusto, tem Constituições que outorgam poderes em quantidade ao Presidente. Como uma canoa a remo, se não houver um líder com poder para comandar todos, cada um rema para onde quiser e o barco anda em círculos.

    Ou o país inclui estes itens na Reforma política, ou continuaremos sendo o país da crise e do baixo crescimento econômico, ou até corrermos o risco de uma crise econômica montro.

    Neste ritmo de crescimento, dentro de algumas décads, o PIB do Paraguai e da Bolívia serão maiores do que o nosso.

  21. E o dna golpista?

    Caros Nassif,

    não sei se o que eu entendi ao ler o seu texto, está de acordo com o que v. realmente pensa.

    Assim, se eu o compreendi bem devo lhe confessar que o seu texto me fez refletir um pouco mais.

    Selecionei apenas um passagem de seu texto para , a partir dele, tecer alguns comentários. Vejamos.

    Acadêmicos pouco afeitos ao mundo real tendem a minimizar o peso das relações pessoais na política.(grifei)

    Comentários:

    compreendo que o mundo real pode ser real de acordo com o que julgamos ser real. Mas, falar em real sugere um  enfrentamento  da velha dicotomia entre “empirismo” e “subjetivismo”.

    Aristóteles, salvo engano, agiu bem quando não separou essa duas entidades.

    O famigerado “cogito ergo sum” entre outras teses filosóficas históricas,   seguiram em sentido diferentes.

    Racionalismo demais pode nos levar ao homem racional, natural, atemporal, enfim, àqueles drs. spocks dos ortodoxos economistas que ainda propagam a fraudulenta lei da oferta e da demanda. Lei para enganar desorientados nesse mundo de concorrência mais que imperfeita.

    Por outro lado, subjetivismo demais  pode nos levar ao “romance” rousseauniano.

    Pois bem.

    Diante dessas baboseiras que acabo de escrever, acredito  que o r. jornalista tenha sugerido, com base na entrevista realizado no último programa ( que eu assisti) que o “poder executivo” deva ter uma certa preponderância em relação aos demais órgãos dos poderes da república federativa do Brasil.

    Vejamos mais um trecho do seu texto:

    Não se pode governar grandes países federados sem uma ampliação do poder do Executivo federal, diz ele.

    Prosseguindo.

    Está claro que a parte do texto se refere à opinião do entrevistado. Porém, de qualquer forma, não há como concordar com tal proposta.

    Isso porque, a CR/88 é o documento que define, claramente, TODAS as competências de todos os poderes da república. Ponto final.

    Quando o poder executivo tem competências exclusivas e primárias, nao é que ele, o poder executivo, pode agir de uma forma ou de outra. Ele DEVE agir de acordo com tal competência. Ora, a rés é publica.

    O fato de  nos EUA o presidente possuir determinadas competências não confere à nossa presidência as mesmas competências, obviamente.

    Não há como comparar EUA com Brasil. Ou melhor, se partimos para a comparaçao então que esta seja feita integralmente. É dizer, de uma lado, os EUA com sua história, sua evolução, sua bomba atômica, seu PIB, principalmente, o seu PNB , seu povo, suas normas  etc,  e do outro o Brasil com seus “valores” equivalentes.

    Só por ai, já podemos perceber onde chegaríamos.

    Tratando agora, especificamente, do Brasil, é notória a maior força do poder executivo federal  em nossa federação centrífuga, mesmo com as “adoráveis” capitanias hereditárias. Adoráveis para os “sorteados-mores” do passado.

    Suspeito que até hoje, genealogicamente, ainda estão por ai, exercendo seus poderes especiais…. Talvez, ao contrário da tese apresentada  pelo entrevistado, precisamos sim, de um Pombalino do século XXI para tentar acabar com os “celeiros” espalhados pelos cantos de nossa frágil soberania. Soberania? Será mesmo?…

    Começamos com uma invasão mercantilista. Até ai, normal para as américas. Para o “novo mundo” ( no fundo, velho e habitado, inclusive, com humanos avançados do tipo, maias, incas, astecas, etc. Seria o início do “bolivarianismo”? rsrsrsr.

    Mas, diferenciamos dos demais  com a presença dos  GOLPES. E são resilientes…

    Aliás, golpe é o que não falta por aqui, não é mesmo. A começar pelo marechal fonseca e seu sucessor ainda mais feroz, o Floriano. E não precisamos aqui , continuar contando  “histórias”.

    O fato é que golpe parece estar no DNA do brasileiro. Ora, não é que nesse mês mesmo, uma turma não saiu por ai em busca de mais um golpe?

    Seriam estes bandeirantes os sucessores dos donatários de outrora, em busca da preservação do latifúndio?

    O plano estratégico do PT foi apresentando antes das eleições. Está lá, no programa de governo. Aliás, desta vez, eu o li, assim como o dos outros concorrentes, do PSDB e do PSB.

    O do PT me pareceu mais aproximado á CR/88.

    Essa sim, o programa de TODOS. Todos cidadãos maiores de 35 anos  que pretenderem concorrer à presidência da república, devem respeitá-la, antes de qualquer ato.

    E esse plano, que se transformou em plano plurianual, e deve seguir como LDO para se tornar LOA faz balançar diversos “interesses”. E como….

    Portanto, o ponto central nesse debate para mim é este, isto é, quem pode respeitar mais a CR/88 com o seu programa de governo , seu plurianula, sua LDO e sua LOA.

    Resposta, na minha opinião, até agora,  a sua excelência, a presidenta Dilma.

    O resto está fora e deve, igualmente, respeitar , HARMONICAMENTE, o ocupante do cargo de presidenta da república.

     

    Só que o DNA golpista, os interesses são ilimitados, os recursos , assim como a ética e a moral, são limitados.

     

    O maior problema é tentar compensar alguma eventual falta de recurso com maior exploração da mais valia seguida de redução da maioridade penal , em flagrante desacordo com o maior programa brasileiro que é a CR/88.

     

    Eis a questão.

    Saudações

  22. Se JK tivesse TCU, MPF e MP’s

    Se JK tivesse TCU, MPF e MP’s Estaduais, CGU, ONG’s Amientalistas Internacionais, Lei de Licitações e outros entes e “trecos” controladores e leis na época dele Brasília não saia do papel. Outros tempos, senhores. “Menas”, por favor. 

  23. Vale maturar mais as idéias antes de as entregar ao povão

     

    Luis Nassif,

    Não sou jornalista nem sou alguém da área de marketing, também não sou acadêmico, posso estar enganado sob o aspecto comercial, mas avalio que um programa centrado em Ronaldo Costa Couto para falar sobre o período JK com comparações com o momento atual seria muito mais instrutivo. Roberto Grün e André Araújo serviriam para fazer o contraponto construído no conhecimento acadêmico de Roberto Grün e no conhecimento profundo ainda que diletante e empírico de André Araújo.

    E o resumo deveria ser feito com mais calma. Assim, a diferença que o Andre Araujo aponta entre o presidencialismo brasileiro e o norte-americano não ficaria caricata em razão das distorções que André Araujo faz do presidencialismo brasileiro. Qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento sabe que o presidente nos países da América do Sul são dentro do seu país muito mais poderosos do que o presidente dos Estados Unidos. O grande poder do presidente americano não só ancorado no poderio militar, como no poderio econômico como no poderio financeiro, mas principalmente ancorado na constituição americana é fora dos Estados Unidos.

    Para se ter a idéia da diferença é só lembrar o que ocorreu no governo de Clinton com uma tentativa de alterar a possibilidade de veto do presidente americano que poderia ser apenas sobre artigo da Lei. Essa matéria esta na Wikipedia e serve para mais bem entender o presidencialismo americano.

    Aliás, quando da Emenda da reeleição o único que manifestou mostrando essa diferença entre o presidencialismo aqui no Brasil e o presidencialismo nos Estados Unidos foi o Roberto Campos. Parecia que só o Roberto Campos seria uma pessoa no Brasil com o mínimo de conhecimento que eu mencionei acima. O próprio Andre Araujo sabe disso e não explicita porque ele tem certo preconceito contra as instituições políticas dos países da periferia. Ai ele caricaturiza e quem acompanha o que ele diz vê somente o que ele quer mostrar.

    E depois o seu término contem uma imprecisão que se foi incutida em você pelo Roberto Costa Couto, ele que é um historiador político, compromete-o e só se explicaria pela admiração que ele tem por Juscelino Kubitschek e por Tancredo Neves. Você afirma:

    “Certa vez, Costa Couto indagou de Tancredo Neves – principal articulador político do governo JK – qual a principal virtude de um governo. A resposta: governar é trabalhar em equipe. Mas é imprescindível um fator de coesão: um projeto claro de governo e de país. Sem ele, não se anda”.

    Tancredo Neves não era o principal articulador político de Juscelino Kubitschek. Aliás, talvez nem fosse mesmo articulador político de Juscelino Kubitschek. Penso que a frase é só sua e não de Rodrigo Costa Couto. Não se pode esquecer que muitos colaboradores de Juscelino Kubitschek ficaram do lado de Magalhães Pinto na campanha para o governo de Minas Gerais em 1960.

    E aqui cabe fazer uma analogia com o momento atual. Eu dizia que a eleição de Tancredo Neves em 1985 era a melhor coisa que acontecera ao Brasil porque o Tancredo Neves não tinha a capacidade empreendedora de um Juscelino Kubitschek e, portanto, iria fazer um governo de aumento de receita e de diminuição de gastos. Bem comparando, Juscelino Kubitschek seria um Guido Mantega e o Tancredo Neves um Joaquim Levy.

    Quanto ao projeto para o Brasil, avalio que quando as coisas dão certo, todos atribuem o sucesso à existência de um projeto corretamente executado, e quando dão errado, atribuem o erro à falta de um projeto. O problema maior é que ao longo do tempo vai-se mudando a avaliação sobre o que deu certo e o que deu errado. É só recordar do período de governo que foi de 1995 a 2002. Aliás, se Aécio Neves tivesse ganhado as eleições, a turma do milhão não teria ido às ruas e Fernando Henrique Cardoso estava sendo apresentado como o supra sumo da competência e haveria bons historiadores para atestar isso.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 25/03/2015

  24.  E, no entanto, saiu

     E, no entanto, saiu consagrado do governo.

    Não dá para concordar com essa afirmação. JK não saiu consagrado em 60. Nem dentro do PSD conseguiu lograr indicar seu preferido para a sucessão. E nas urnas perdeu para um Jânio que prometia justamente “varrer”  a sujeira que ele tinha deixado.

    Depois teve que se eleger Senador por Goiás, onde ganhou por razões óbvias, simplesmente tinha colocado aquele pedaço de Brasil no mapa.

    A dimensão do governo de JK só foi reconhecida posteriormente. E é assim mesmo que acontece, o tempo é o senhor da verdade e só com ele se define a real dimensão de cada personagem histórico. Lula, por exemplo, este sim, saiu consagrado, hoje boa parte dos brasileiros já o vê com outros olhos. Collor saiu defenestrado e não é difícil encontrar quem o defenda e o coloque como vítima de um golpe por ter contrariado interesses de muitos cartéis. O próprio FHC, que em 2002 era o próprio anticristo, já começa a ter sua importância histórica revista por muitos brasileiro. 

  25. Ele estava preparado como
    Ele estava preparado como poucos na história para assumir a responsabilidade…

    Foi prefeito e governador de Minas antes de se tornar Presidente.

    O Lula perto dele é um anão de jardim.

    Falar em informalidade é desconhecimento absurdo, certa desonestidade intelectual.

  26. Num momento em que os

    Num momento em que os especuladores e a Lava Jato paralisam a economia, falar de políticos não nos permite tirar a lama do passado no fundo do poço.

    Onde encontrar o Brasil em termos de dinheiro sujo?

    1 – Com os especuladores do dinheiro físico, que penduram o país no investimento externo e, sem lastro, podem manipular o país pelo câmbio flutuante

    2 – Com os banqueiros, que preferem ganhar os investimentos com a moeda digital, copiando o crescimento e a inflação. 

    3 – Encontrar o Brasil pela simetria do dinheiro com o cálculo científico da produção;  porque o ajuste fiscal não pode ser um metro com nenhum dos dois comparsas.

    Ninguém aguenta mais esse circulo de pesquisas de inflação e aumento da Selic, por gerações de títulos públicos no vermelho.

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