O samba de uma nota só do Banco Central

O Brasilianas.org de 2a feira passada, pela TV Brasil, trouxe uma discussão sobre a independência do Banco Central. Participaram Roberto Troster – ex-economista chefe da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) -, José Ricardo da Costa e Silva – conselheiro do Sindicato dos Funcionários do Banco Central – e André Biancarelli – do Instituto de Economia da Unicamp.

***

O debate demonstrou alguns pontos da atual ideologia do BC, especialmente a ideia fixa no sistema de metas inflacionárias.

Como lembrou Troster, o conjunto de atribuições do BC é muito mais amplo do que ele chama de “coponização” – o foco recorrente no Copom (Comitê de Política Monetária) e nas discussões sobre metas inflacionárias.

Cabe ao Bacen zelar pela solidez do sistema financeiro, pela melhoria dos canais de crédito, pela desconcentração bancária, por uma estratégia de realocação da poupança privada, saindo do curto prazo para o longo.

***

Nas últimas décadas, o BC abriu mão de qualquer veleidade estrutural.

Há um mercado de títulos que remonta os períodos de hiperinflação. Nos últimos anos ensaiaram-se algumas tentativas de mercados de títulos privados para financiamento de investimento. Há toda uma poupança empoçada, não avançando para prazos mais longos devido à forma como o BC administra os juros de curto prazo.

Aparentemente, nada disso sensibiliza a diretoria do BC.

Mesmo no corpo técnico, o que dá status não são os grandes temas estruturantes, as discussões sobre o papel do BC em uma economia em profundas transformações, mas o mergulho em análises recorrentes sobre o sistema de metas inflacionárias.

***

No debate, admitiu-se que a correlação entre BC independente e baixa inflação só vale para países desenvolvidos, com moedas conversíveis e que há tempos convivem com baixa inflação. O que obviamente não é o caso do Brasil.

Mesmo defensores intransigentes do modelo de metas inflacionárias, como Costa e Silva, aceitam que a única relação de causalidade entre o aumento da taxa de juros e a inflação é a apreciação cambial – a valorização do real, com todas as implicações negativas sobre a produção interna. E admitem que as atas do Copom jamais explicitam essas metas cambiais.

***

No combate à inflação, o fator expectativa é central. Se uma empresa julga que haverá inflação, aumenta seus preços – e a inflação não acontece – poderá perder participação no mercado. Do mesmo modo, se negocia seus preços sem reajuste e ocorre um aumento da inflação, corre o risco de perder rentabilidade.

Por isso, além de choques de oferta ou demanda, o efeito-manada é um dos fatores de estímulo à inflação.

O sistema de metas permite essa coordenação, a um preço extremamente elevado. De um lado, demole a política fiscal e não define limites fiscais para a atuação do BC.

***

Hoje em dia, há uma razoável concatenação entre as expectativas do mercado e do BC em relação à inflação futura. Os relatórios são minuciosos, assim como as projeções dos diversos preços.

Houvesse um estadista à frente do BC, à esta altura do campeonato os quadros técnicos do banco estariam debruçados em formas alternativas de coordenar as expectativas sem comprometer o câmbio e o orçamento.

Mas, infelizmente, o banco é dominado pelo pensamento burocrático.

Luis Nassif

20 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    1. Tá tudo dominado – Carry Trade na veia

      O negócio do BC do Brasil é garantir a mamata do Carry Trade, que leva o sangue, o suor e as riquezas dos brasileiros na mão grande. 

      E toca a volatizar o câmbio, com a taxa de juros pornográficas aqui praticada desde tempos imemoriais, para garantir os bonus de final de ano gastos em Saint Barth.

      O Sr. Costa e Silva, deixou claro, como escreveu o Nassif, para que eles estão lá:

      “Mesmo defensores intransigentes do modelo de metas inflacionárias, como Costa e Silva, aceitam que a única relação de causalidade entre o aumento da taxa de juros e a inflação é a apreciação cambial – a valorização do real, com todas as implicações negativas sobre a produção interna. E admitem que as atas do Copom jamais explicitam essas metas cambiais.”

      Agora, se fosse eu lucrando no Carry Trade, ia colocar uns 1000 Costa e Silva lá dentro.

       

  1. BC da boca torta

    Não seria impróprio dizer que o BC, desde 64, também vem sendo uma agência  facilitadora dos negócios da finança privada, instalada confortavelmente no seio do aparelho de Estado e em articulação subordinada com a grossa finança privada sem fronteiras, estacionada, majoritariamente, no espaço da anglofonia. É por esta razão que o samba de uma nota só dos BCs dependentes da banca privada não se dá por acaso. Orwellianamente, por sinal, acostumou-se a dizer a torto e a direito que os BCs mais dependentes seriam independentes. É preciso, assim, questionar cada vez mais os pressupostos da independência do BC em relação à sociedade, para em seguida desnudá-los e expor à luz suas contradições internas, tão zelosamente ocultadas pelos recorrentes discursos tautológicos dos dirigentes do próprio.

  2. Ideologia, não burocracia

    O problema do BC não é burocracia, mas ideologia. Não adianta ser funcionário de carreira, se o sujeito acredita nos dogmas do mercado. É preciso dizer ao mercado que ele perdeu a eleição. Governa quem ganhou. Mas pra isso tem que ter coragem. Até agora não vi isso em nenhum governo do PT. Talvez por que seus dirigentes também acreditem nos mesmos dogmas. Nesse caso, estamos ferrados.

  3. “No debate, admitiu-se que a

    “No debate, admitiu-se que a correlação entre BC independente e baixa inflação só vale para países desenvolvidos, com moedas conversíveis e que há tempos convivem com baixa inflação.”

    Eu não vejo esta correlação entre BC independente e baixa inflação nos países desenvolvidos. Aliás, volto a repetir aqui, este debate está atrasado pelo menos 6 anos aqui no Brasil, já que desde a crise de 2008 nos países desenvolvidos o que o BC independente destes países vem tentado criar é, justamente, inflação.

    Qual o objetivo primordial da política do FED de Quantitive Easings, senão gerar inflação? Não conseguiram criar ainda toda a inflação que eles queriam, mas evitaram o mal maior, que seria a deflação.

    O mesmo ocorre no Japão há anos.

    Na zona do Euro, o BC europeu demorou um pouco mais a cair a ficha, mas também parece que entenderam que o objetivo, no momento, é criar inflação.

    Por que razão? Para trazer de volta o equilíbrio entre poupança e investimento, haja vista que neste cenário de aversão ao risco dos investidores, neste momento de crise, este equilíbrio só pode ser alcançado a taxas de juros reais negativas.

    Eis que, diante de tal cenário desastroso na economia mundial, o que estamos debatendo aqui no Brasil? Como reduzir a inflação, se devemos ter um BC independente ou não.

    Ou seja, criou-se um fetiche na sociedade brasileira que o ponto central da economia são as baixas taxa de inflação, cuja meta deve ser perseguida, através de um BC independente, e ainda não se percebeu que este modelo se esgotou no próprio centro do sistema desde 2008.

    E digo mais: o ativo mais nobre da economia mundial hoje chama-se taxa de inflação. Nós deveríamos estar nos gabando, mundo afora, de possuir as taxas de inflação que possuímos. É de causar inveja a qualquer europeu, americano ou japonês.

    E ao invés de nos aproveitarmos deste ativo nobilíssimo que temos hoje no Brasil, de inflação de 6,5%, e trazer as taxas de juros nominais a níveis mais baixos, deixando as nossas taxas de juros reais a valores muito pequenos, como ocorre atualmente mundo afora, ou até negativos, situação que os americanos, japoneses e europeus dariam a vida para conseguir hoje, estimulando os investimentos, estamos discutindo como desperdiçar este ativo nobre chamado inflação.

    Só no Brasil mesmo.

     

  4. Cadê o vídeo?

    Não achei nem aqui pelo portal, nem do brasilianas e no canal do YT. Pessoal, há um tempo venho achando que vocês têm que divulgar melhor estes vídeos. Nassif, seria muito interessante criar um canal no Youtube contendo estes vídeos, pra gente se inscrever e conseguir acompanhar os feeds por lá.

  5. “Mesmo no corpo técnico, o

    “Mesmo no corpo técnico, o que dá status não são os grandes temas estruturantes, as discussões sobre o papel do BC em uma economia em profundas transformações, mas o mergulho em análises recorrentes sobre o sistema de metas inflacionárias.”

    Caso sério o disparate do BC: metas, quando há, são para serem cumpridas integralmente e não medidas ao meio (para o centro). Para não haver os danos da elaboração, o melhor é não haver metas a exaurir com a inflação.                                                                                                                                                                                                            O modo de constituir qualquer dedução sobre critérios de aceitabilidade, em que o centro se ocupa com um ente matemático, por algum motivo de identificação, exige os fundamentos com a realidade principal, para dela poder falar com sentido exterior ao Estado.                                                                                                                                                                                               No momento, o BC precisa de um controle de competência do governo para manejar o dinheiro interno, porque ainda não domina a meta da centralidade social pelo valor sequencial de fundamentos dela mesma; na realidade. Ou seja: transformar a realidade em valor.                                                                                                                                                                                               Fica estranho o BC pedir independência para cobrar especulação externa, em medida prévia da sociedade, por preço de uso do país com títulos públicos.                                                                                                                                                                                             Acho muito persuasiva a argumentação técnica de que restaria a base indutiva no Estado, mas ao preço da Selic para apreender uma medida produtiva. A sociedade civil deve entender que essa prescrição é a simples análise de incapacidade natural, em termos de lógica da ciência da economia.  Tudo depende da primeira formatação.

  6. O Samba de uma nota so do Banco Central

    Caro Nassif

      Acho que no encontro dos blogueiros com a DILMA  , por voce não fazer parte do grupo ,  se perdeu uma grande chance de questionar e debater alguns temas que voce coloca a muito tempo nos seus artigos deste portal GGN e comentarios dos seus colaboradores .

    Acho que no programa de segunda feira Brasilianas.org  faltou a presença de um outro economista  de peso mais radical / provocativo que colocasse em cheque  as medidas que o BC toma de aumentar a taxa SELIC  indevidamente  a 11%  para agradar o mercado , aumentar indevidamente a divida , provocar todo esse freio na economia e agora em vez de baixar a taxa SELIC reduz o  compulsorio para irrigar de imediato a economia com alguns bilhoes .

    Porque ninguem mencionou incluir entre as atribuições do BC , buscar garamtir o pleno emprego  com o FED tem .

    Porque os membros do Copon são imunues a serem processados pelos  danos que eles causam ao pais ao ao nosso povo quando aumentam sem limite a taxa de juros e aumentam a divida interna que sangra 47% do orçamento para pagamento de juros e amorização desta divida ? Que responsabilidade e esta ?

    Por que o nosso cambio precisa continuar a ser ser variavel e naõ fixo como o chines ? 

    1. O programa de segunda foi sensacional

      O André Biancarelli foi eficiente em derrubar todas as falácias dos dois outros debatedores, muito bons diga-se de passagem, mas, convenhamos, defender um banco central que vaza por todos os poros é uma tarefa impossível.

      A discussão demandaria mais tempo, pois os argumentos são complexos e desconhecidos pela maioria das pessoas (se existe um negócio secreto é o bancario),  assim em uma hora, a proeza do Nassif e do André ( com ajuda das perguntas dos internautas, rsrsrs..), não foi trivial, na minha opinião.

      O Troster e o Costa e Silva, suaram frio, gaguejaram, tergiversaram e no final sairam com um sorriso amarelo  que não tem  preço.

      A Marina e a Neca do Itau estão prestando um serviço sem igual para o Brasil, desnudando, pelo menos aqui no Nassif e na Net, a verdadeira tarefa do BC do Brasil, ligado ao BIS de Basiléia, que pertence a 13 bancos privados.

      Devagar a gente chega lá.

      1. Dilma, olho vivo que cavalo não desce escada

         

        Deleveraging, What Deleveraging? The 16th Geneva Report on the World Economy

        Luigi Buttiglione, Philip Lane, Lucrezia Reichlin, Vincent Reinhart 29 September 2014

        The world has not yet begun to deleverage its crisis-linked borrowing. Global debt-to-GDP is breaking new highs in ways that hinder recovery in mature economies and threaten new crisis in emerging nations – especially China. This column introduces the latest Geneva Report on the World Economy. It argues that the policy path to less volatile debt dynamics is a narrow one, and it is already clear that developed economies must expect prolonged low growth or another crisis along the way. 

         

        The Lehman Brothers bankruptcy tipped the world into its worst economic crisis since the Great Depression. The recovery has been slow and weak – even in those economies such as the US that emerged first from the acute phase of the Global Crisis. Emerging markets did better during the Crisis, but have recently slowed down. Some, such as China, are seeing marked increases in leverage that raise the odds that they will experience home-grown crises in the future.

        To understand the length and depth of the Crisis – as well as the weak recovery – it is essential to analyse the role of debt dynamics.1 In the 16th Geneva Report on the World Economy, we conduct a deep dive into the details of global debt dynamics over the past decade. This includes consistent comparisons across regions and sectors and an emphasis on the interaction of debt and income. We provide a multi-dimensional perspective on leverage for both advanced and emerging economies. Our comprehensive approach includes both public and private debt, with the latter broken down on sectoral lines (households, non-financial corporates, financial sector). Moreover, we take into account national adding-up constraints by relating sectoral debt levels to the overall international investment position.

        What deleveraging?

        Contrary to widely held beliefs, the world has not yet begun to delever. Global debt-to-GDP is still growing, breaking new highs. Figure 1 shows the evolution of total debt (excluding the financial sector) for our global sample (advanced economies plus major emerging market economies). While there was a pause during 2008-09, the rise of the global debt-GDP ratio recommenced in 2010-2011.  Data in the report also show that debt-type external financing (leverage) continues to dominate equity-type financing (stock market capitalisation).

        Figure 1. Global debt-to-GDP ratio, 2001-13

        As Figure 2 shows, global debt accumulation was:

        Led by developed economies until 2008; but Has been led by emerging economies since 2008; the sharp rise in Chinese debt is especially striking.

        These emerging markets as a group are an important source of concern in terms of future debt trajectories. China and the so-called ‘fragile eight’ could find themselves in the unwanted role of ‘host’ to the next phase of the global leverage crisis.

        Figure 2. Debt dynamics for a selection of advanced and emerging economies

        Note: DM = developed markets, EMU = Eurozone; EM = Emerging Markets.

        While the emerging markets may be the Global Crisis’s future, its legacy continues to have severe consequences in the developed economies. This is especially true for Eurozone peripheral countries, which are vulnerable due to the complexity of their crisis and the inadequacies of the mix and sequence of policy responses. To date, the US and the UK have done a good job of managing the trade-off between deleveraging policies and output costs. They did this by avoiding credit crunches while still achieving meaningful debt reductions in their private sectors and their financial systems.

        This result, however, was achieved at the cost of a substantial re-leveraging of the public sector – including their central banks. As a consequence, deleveraging the central banks will be a primary policy challenge for the foreseeable future.

        Evolution of debt-carrying capacity

        While debt levels are rising, the world is seeing a poisonous combination of growth and inflation rates that are lower than expected – in part due to the Global Crisis. Deleveraging and slower nominal growth are in many cases interacting in a vicious loop, with the latter making the deleveraging process harder and the former exacerbating the economic slowdown.

        Debt capacity in the years to come will depend on future dynamics of output growth, inflation and the real interest rates. Potential output growth in developed economies has been on a declining path since the 1980s.

        We argue that the crisis has caused a further, permanent decline in both the level and growth rate of developed economies’ output.The underlying output growth in emerging markets – most prominently China – has also been slowing since 2008.

        As evidence of this, Figure 3 shows the slowdown in growth forecasts for both advanced and emerging economies, as captured by the progressive reduction in output projections in the different vintages of the IMF’s World Economic Outlook since 2008.

        Figure 3.

        The equilibrium real interest rate – that is, the interest rate compatible with full employment – is also poised to stay at historical low levels. Debt capacity will be under pressure if the actual real interest rate settles above its equilibrium level. This is likely to be the case in jurisdictions subject to the combined pressure of declining inflation and the zero lower bound constraint. Additional concerns come from possible increases in risk premia in those countries with a high level of legacy debt.

        The danger of early rate rises

        In such a context, and with still very high leverage, allowing the real rate to rise above its natural level would risk killing the recovery. Beyond pushing the economy into a prolonged period of stagnation, this would also put at risk the deleveraging process which is already very challenging.

        Although there is a lot of uncertainty about such predictions, our call is for caution on interest rate rises. The case for caution in pre-emptively raising interest rates is reinforced by the weakness of inflationary pressures.

        Moreover, the ECB should catch up with the other major central banks in an aggressive policy of quantitative easing.

        A forceful intervention with outright purchases of sovereign bonds – as well as private securities – is the correct tool for dealing with excessive downward pressure on inflation and fulfils the ECB mandate of price stability while helping the stabilization of the debt and easing credit conditions.

        Further procrastination in implementing these by now urgent policy measures would risk, in the medium term, the resurgence of pressures on the sustainability of the Eurozone itself.

        The broader challenges

        The policy requirements for successful exit from a leverage trap are much broader than the appropriate conduct of monetary policy. The report addresses the fiscal challenges, the scope for macro-prudential policies and the restructuring of private-sector (bank, household, corporate) debt and sovereign debt.

        The report also argues that – given the risks and costs associated with excessive leverage – more needs to be done to improve the resilience of macro-financial frameworks to debt shocks and to discourage excessive debt accumulation. Finally, we advocate enhanced international policy cooperation in addressing excessive global leverage.

        References

        Buttiglione L, P Lane, L Reichlin and V Reinhart (2014), Deleveraging, What Deleveraging? The 16th Geneva Report on the World Economy, CEPR Press, September.

        Bank for International Settlements (2014), 84th Annual Report.

        Bank for International Settlements 2014 Annual Conference

        Borio C, R N McCauley and P McGuire (2011), “Global Credit and Domestic Credit Booms”, BIS Quarterly Review, September, pp. 43–57.

        Jorda, O., M. Schularick and A. M. Taylor (2011), “Financial Crises, Credit Booms and External Imbalances,” IMF Economic Review 59(2), 340-378.

        Lo, S. and K. S. Rogoff (2014), “Secular Stagnation, Debt Overhang and Other Rationales for Sluggish Growth, Six Years On”, BIS 2014 Annual Conference, 

        Mian, A and A Sufi (2014), House of Debt: How They (and You) Caused the Great Recession, and How We Can Prevent it from Happening Again, Chicago, IL: University of Chicago Press.

        Obstfeld, M (2014), “Trilemmas and Tradeoffs: Living with Financial Globalization”, BIS 2014 Annual Conference, 

        Footnote

        1 Over recent years, the Bank for International Settlements (BIS) has provided a wealth of analysis of global debt dynamics; see, for example, Borio et al (2011), the 2013-2014 BIS Annual Report and the papers presented at its 2014 Annual Conference. In particular, see Obstfeld (2014) and Lo and Rogoff (2014).  On household debt, see Mian and Sufi (2014). On the relation between credit booms and financial crises, amongst many others, see Jorda et al. (2011).

         

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador