O Xadrez dos concurseiros, do servidor público à autoridade

Nos últimos anos, tomou corpo um novo fenômeno no serviço público: os concurseiros, pessoas que, em algumas áreas selecionadas, entraram através de concursos disputadíssimos.

Os concurseiros mudaram a cara do serviço público. Vêm com preparo maior que os funcionários de carreiras tradicionais. Depois, o Estado banca cursos de mestrado e doutorado em universidades estrangeiras. Fogem do perfil tradicional de funcionário público.

Historicamente o serviço público oferece previsibilidade, uma aposentadoria que preserva ganhos e salários abaixo dos de mercado. Com as mudanças na última década, continuou oferecendo previsibilidade e aposentadoria, e salários iniciais muito acima dos salários de mercado.

Esse fenômeno gerou uma espécie nova de funcionário público sem vocação do pública e com ampla vocação de “autoridade”. Esse perfil de funcionário foi central na implementação do golpe, recebendo o respaldo da mídia para julgamentos de mérito de operações orçamentárias, como se tivessem sido ungidos pelo voto.

Tornaram-se verdadeiros militantes políticos – como foi o caso do procurador do Ministério Público das Contas.

Característica 1 – o retorno financeiro do valor investido na preparação do concurso.

Passar em concurso exige três anos de estudos ininterruptos e matrículas em cursos caros. Ou seja, investimento pesado em tempo e dinheiro e seletividade de classe socioeconômica. E as provas exigem memorização, não necessariamente vocação para a profissão pretendida. Entrando, o concurseiro irá casar essas vantagens com a dos ganhos, passando a pressionar o Estado para melhorias constantes nos rendimentos.

A expansão descontrolada do serviço público deve-se às pressões dessa nova classe.

Característica 2 – o servidor público e a síndrome da “autoridade”

Pega-se um jovem de pouco mais de 20 anos, confere-se um cargo regiamente remunerado, com salário inicial imbatível e, em cima disso, as prerrogativas de um poder de Estado.  

Grande parte dos concurseiros não se considera servidor público. Considera-se “autoridade”, segundo me relatam analistas tributários críticos do modelo atual de concurso.

Essa característica se deve ao fato do concurseiro dever seu status não à carreira implementada no serviço público, mas ao concurso que o transformou imediatamente em “autoridade” altamente remunerada.

Uma análise de caso pedagógica consiste em comparar o típico servidor público e um típico concurseiro: o primeiro, o procurador da República Celso Três, do Paraná; o segundo, o procurador Ailton Benedito, de Goiás.

O primeiro fez carreira no próprio Ministério Público, consagrando-se nas investigações do Banestado, um trabalho memorável que terminou abafado pelas autoridades superiores. Ignorou-se sua experiência no campo de batalha e foi isolado no interior do estado.

O segundo é um concurseiro que busca reconhecimento em bobagens inomináveis, como intimar o Itamarati a tomar providências contra a Venezuela por convocar jovens do Brasil para suas milícias digitais – a convocação era na Vila Brasil, subúrbio de Caracas.

Três jamais exporia o MPF a vexames, por ter feito a carreira no trabalho. Ou seja, criou uma lealdade e assimilou uma cultura do MPF. E deve sua reputação ao trabalho de campo, não a cursos de mestrado e doutorado.

Benedito – e outros colegas concurseiros de Goiás – não teve o menor pudor em expor o MPF a vexames ou às jogadas políticas do Instituto Millenium, por não ser servidor público, mas “autoridade”. Intimar o Itamarati, a Secom, a presidência da República torna-se um exercício banal de poder e amplamente desrespeitoso em relação à sua corporação.

Característica 3 – no concurso, o início da aposentadoria

Outra característica dos “concurseiros” é o fato de o primeiro salário ser muito elevado. Não há estímulo a se destacar nos serviços visando promoções. Muitos deles fazem do primeiro dia no serviço público o primeiro dia da contagem regressiva para a aposentadoria.

Compare-se o padrão Benedito de Procurador com, por exemplo, o funcionário do Banco do Brasil. Nos anos 90, o BB deu início a um profundo processo de transformações, visando tornar-se um banco de mercado. No final da década houve ajustes porque deixou-se de lado o fator serviço público. E constatou-se que os funcionários reagiam muito melhor quando confrontados com desafios de setor público. Ou seja, tinham que casar a disputa de mercado com a vocação pública. Nunca deixaram de se considerar servidores públicos. A carreira interna permitia que os funcionários gradativamente fossem assimilando os valores da corporação.

Fala-se muito em democratização trazida pelos concursos. Democratização foi o que o BB historicamente fez, permitindo que funcionários entrassem como contínuos e saíssem como diretores.

No caso dos “concurseiros”, isso não ocorre. O jovem inexperiente é jogado de chofre em uma função que lhe confere salário alto e poderes de Estado. A partir dali, tem-se uma carreira previsível e sem desafios.

Motivo 1 – a perda de valores do serviço público

O desenvolvimento brasileiro no século 20 foi fundamentalmente uma obra dos servidores públicos. Mesmos os cérebros que vinham de fora do Estado, tinham em elites da burocracia a matéria prima para empreender os grandes avanços necessários ao desenvolvimento. Banco do Brasil e Itamarati, posteriormente o Banco Central, o Planejamento, as estatais, sempre foram fornecedoras de quadros técnicos de alta qualidade. E esses servidores públicos tinham como missão transformar o país.

Para manter acesa a chama, foram criadas instituições públicas de formação, desde a Fundação Getúlio Vargas às Escolas públicas, a ENAP (Escola Nacional de Administração Pública), a Escola de Administração Fazendária.

No período Bresser-Pereira no Planejamento, e em bom período do governo Lula e início do governo Dilma, sentia-se uma sede de modernização no serviço público, de participar, de trazer novas ferramentas de gestão e planejamento.

Hoje em dia, perderam-se os liames que uniam as gerações anteriores às novas gerações de concurseiros.

Motivo 2 – o concurso em detrimento da carreira

Os concursos foram essenciais para impedir o aparelhamento da administração pública. Mas aboliu-se a carreira, ao jogar os concursados em cargos de relevo sem o devido preparativo.

Deveria haver um início mais modesto, e um plano de cargos e salários que fizessem o concurseiro crescer dentro do serviço público, entender as diversas etapas do seu trabalho, assimilar os valores e vestir a camisa de servidor público. Com muito orgulho

Luis Nassif

105 Comentários

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  1. Há alguns anos, trabalhei com

    Há alguns anos, trabalhei com uma procuradora da república. Certo dia, chocada, ela entrou na sala sem palavras.

    Um “colega” procurador havia acabado de pedir exoneração após menos de 3 anos de empossado.

    Mas este não era o motivo do choque.

    O motivo era: pediu exoneração para trabalhar no Oportunity, sob a tutela de Daniel Dantas.

     

    Este é um exemplo claro de uma geração inteira de concurseiros. O que manda é o $$$ e o poder.

    Claro que há gente boa, com consciência pública, mas é minoria.

    A maioria quer ser “dotô”, como antigamente eram os médicos em uma cidade do interior.

    1. Conheço dezenas de

      Conheço dezenas de concurseiros. A esmagadora maioria presta concurso em áreas do direito e de olho nos gordos salários. Não tem o mínimo “espírito público”.

      E, concordo com o Nassif; assim que conseguem passar já dão contagem regressiva para aposentadoria pois já entram ganhando muito e querendo ganhar mais. O contribuinte que se exploda.

      Entrelinhas, penso que o Nassif se referia mais a concurseiros do Judiciário. É isto mesmo, são os piores que tem. Querem ficar ricos com o cargo público.

  2. idade mínima
    Sou servidor público e concordo inteiramente com a análise do Nassif. Sempre me apontam o dedo dizendo que sou conservador quando falo isso, mas para mim deveria existir idade mínima para assunção de alguns cargos. Claro que ser velho não é garantia de maturidade, está aí o Bicudo que com 90 anos de idade ajuda a legitimar um golpe, mas é um requisito que pode ser importante para que a pessoa passe por outras experiências de trabalho antes de chegar a um cargo tão importante. Além disso, um juiz ou um procurador precisa de fato uma bagagem humana, experiência de vida mesmo (perdas, sofrimentos, alegrias, dores) para conseguir julgar indo além da letra fria da lei. Vemos juízes de 28, 30 anos, que mal sabem se gerenciar sozinhos (vivem até na casa dos pais ainda) dando sentenças que podem mudar os rumos de uma vida inteira. Já trabalhei em um lugar (não é no meu trabalho atual) em que eu vi claramente os concurseiros que o Nassif descreve: sujeitos arrogantes, que se acham numa classe diferenciada, estúpidos mesmo, mas respaldados por um bom salário e pela “institucionalidade”. Talvez tenha sido o lugar com o maior número de idiotas por metro quadrado em que eu já passei. É lamentável.

    1. É exatamente isso, idade mínima.

      Quando houve a grande derrocada do Lehmann Brothers, em setembro 2008, e o tsunami mundial a que se seguiu, começou a busca pelas explicações que justificassem o colapso financeiro generalizado. Li provavelmente na Carta Capital, um economista apontar como causa a “baixa idade dos operadores das mesas de operações dos grandes bancos”. As mesas de operações passaram a ser formadas por jovens, muito jovens engenheiros “criativos”recém-formados, hábeis na matemática financeira, cuja única meta eram os espetaculares bônus financeiros no final do ano. Deu no que deu. Cabelo branco é bom e eu gosto. 

    2. Técnicas, se aprende

      Técnicas, se aprende facilmente nas escolas. É só ter interesse. Já experiência é intransmissivel, por mais que transmissor e receptor sejam inteligentes. 

      Concordo integralmente contigo. Também sou servidor, com 38 anos de estrada. O quadro é esse aí.

  3. Não acho se trata disso

    Não acho se trata disso…

    Vc confunde as carreiras Juridicas e financeiras, com o resto da administração publica.

    Estas carreiras tem um grande poder, pela fraqueza da politica, quando politicos como Cunha chagam ao poder estas carreiras terão mais poder, pois são as unicas carreiras que podem prede-lo, isso serve para varios politicos atuais.

    Esse seus argumentos são os mesmos usados para acabar com a estabilidade, por isso preocupa, pois invés de corrigirmos com a reforma politica e juridica do país, criaremos nova geração de apadrinhados, que após cada eleição serão trocados para dar lugar a novos apadrinhados.

     Quanto aos concurseiros só ocorre pelos altissimos salarios( Juízes, procuradores, Fiscais de Renda etc tem salrios de elite), só com um governo legitimo e eleito pode diminuir a sede por poder dos sem voto.

     

     

    1. Sou totalmente contra acabar
      Sou totalmente contra acabar com a estabilidade. É um instrumento importantíssimo para a continuidade do serviço, para o não aparelhamento, etc. Mas não sou nada a favor de iuppies deslumbrados que com 26 anos de idade acham que são donos do mundo e acham que o Estado é uma empresa que deve, acima de tudo, pagar seus salários.

      1. Por isso

        Por isso que falei, generalizar os cargos juridicos com o resto…

        Uma boa reforma do judiciario seria a solução e não condenar a todos ao retocesso do fim da estabilidade.

  4. Nassif foi feliz em citar o

    Nassif foi feliz em citar o exemplo do BB.  Falo com profundo conhecimento do BB e realmente, as transformações foram digamos radicais, mas ainda existe um caminho para aprimorar uma parcela do funcionalismo da Instituição. Um exemplo, são alguns funcionários que mantém a mentalidade daquele servidor público que espera a concretização da aposentadoria. Mas o BB é uma boa referência, apesar de tudo.

  5. Há que se fazer uma distinção

    Há que se fazer uma distinção entre os concursos para áreas muito concorridas, basicamente a área jurídica ou administrativa do estado, das demais áreas como estatais, saúde e educação. Quando Nassif critica os “concurseiros”, ele o faz mirando o primeiro grupo. O segundo é politicamente e economicamente irrelevante, mas acaba levando a fama do primeiro.

    1. Isso mesmo

      Bem dito.

      Na minha área de formação (não é jurídica nem administrativa) a maioria dos concursos é pra cargos com salários ‘baixos’ de 3,5 ou qundo muito 5,5k. E pra um cargo em que você é subordinado a (na maioria das vezes) imbecis indicados politicamente, e acredito essa ser a realidade da maioria dos concurseiros no país, política e economicamente irrelevantes, como citado.

    2. Se o alvo era esse não

      Se o alvo era esse não deveria se referir aos ‘funcionários públicos’ de forma generalizada. Isso é agir de má-fé, quem faz isso é a imprensa suja.Se rebaixou ao nivel da Folha de São Paulo.

    3. Concordo inteiramente.

      Concordo inteiramente. Não se pode comparar as carreiras na área jurídica, verdadeiras incubadoras de indivíduos autoritários (com as honrosas exceções que só confirmam a regra), com as demais carreiras na saúde, educação e engenharia, por exemplo.

  6. concurseiros do meu brasilsil

    Nassif,

    Sempre critiquei o despreparo de inúmeros autênticos concurseiros – A pessoa que depois de estudar bastante, passou no tal concurso e saiu de onde sempre esteve, a barra da saia da mamãe.

    Foi “virar gente” do dia prá noite, com experiência de vida igual a zero, o caso do procurador que conversa com Deus e participante da LavaJato, pobre coitado bem remunerado  a dizer que iria acabar com a corrupção no país. Igual a Deltan Dallagnol existem muitos outros, tem aquele doido varrido de Rondônia, tem o procurador de SP que reconhece não ter nenhuma prova, mas que acha que o tal ap. de Guarujá é de Lula, tem que ser dele ????

    Estas aberrações estão espalhadas país afora, tem do RJ que já iria se tornando dono de quase metade do município de Búzios, e aí, qual foi a reação da crasse corporativista a estes desmandos ? Eu respondo, NENHUMA.

    No próprio serviço público, a atuação dos infelizes é normalmente fraquíssima, só se destacam pelo salário absurdo versus comptetência exercida com antolhos. Prejudicam a muita gente ao “entenderem” que a Lei tal quer dizer que cavalo é o mesmo que burro. Os prejuízos que já vi ocorrer por conta das atitudes/atraso em tomadas de decisão, etc… desta turma é fantástico, mas como eu disse, a turmeca de semideuses de araque não sofre qualquer tipo de admoestação.

    Hoje, o cidadão comum tem que rezar para não ter pela frente um destes débeis mentais concurseiros.  

    Existe uma minoria “com cabeça, tronco e membros” que é aprovada em concurso público, grupo que normalmente não aparece, já que é pessoal com mais de 3 neurônios. 

  7. Alguém sabe de alguma

    Alguém sabe de alguma categoria profissional no planeta que tenha como o judiciário e o MP brasileiros 2 férias de 30 dias por ano, ou seja, 60 dias de descanso por ano, noves fora finais de semana, feriados e recesso?

  8. À exceção dos concursos para

    À exceção dos concursos para membros de poder e correlatos (juiz, promotor, procurador estadual, defensor público, PR etc), os quais acredito exigirem uma preparação menos superficial e com maior dedicação, os demais (auditor fiscal, auditor do TCU e os seus congêneres estaduais, analistas do BACEN, MPOG, STN, analistas de tribunais etc) são abocanhados, quase em sua totalidade, por concurseiros que se preparam à base de apostilas e livros “para concursos”. São materiais caros, mas extremamente alienantes: o estudo resume-se a decorar muitas coisas, aprender superficialmente e fazer muitos exercícios, de forma que todos os detalhes fiquem armazenados no HD. De qualquer forma, eles assim o são porque as provas resumem-se a esse estilo: “decoreba”, superficial, muitas matérias e programas extensos – não necessariamente difíceis.

    Quase todos os que passam para esses concursos mais desejados (Receita, SEFAZ, TCU, TCE, BACEN…) estão na vida dos concursos por causa da remuneração e das facilidades da carreira, pouco se importanto com as atribuições do cargo e a aptidão para o mesmo. Quando fazem um mestrado é mais para ostentá-lo do que para servir melhor à administração pública.

  9. E chegando lá, a luta é por

    E chegando lá, a luta é por ganhos cada vez maiores, agregando-se benefícios e penduricalhos de toda espécie, respaldados em um corporativismo cada vez mais voraz. No Brasil, qualquer medida que vise construir e preservar a eficência, a   austeridade e a  moralidade, logo logo encontra, nos àrtifices da malandragem, os meios e caminhos para corrompe-la.

  10. E ISSO piorou depois que se

    E ISSO piorou depois que se auto-denominaram, “do Brasil”.  Ninguém se acha pertencente, ou respeita a chefia do PODER EXECUTIVO. O manezinho do TCU, que inventou as “pedaladas”, é um de uma sub equipe.E um “sub do sub do sub” e nem sua chefia assinou a pantomima.  É muito cacique, pra pouco indio. 

  11. Trem da alegria.

    Parecem válidos muitos dos argumentos, especialmente aqueles contrários à formação de grupos de servidores públicos totalmente desconectados da realidade sócio-econômica do restante da população. Supersalários (caso dos Juízes e Procuradores), inflados por diversos “auxílios” duvidosos e isentos de imposto de renda. Também são suspeitos esses mestrados e doutorados de utilidade pública questionável.

    Agora, a defesa feita do retorno aos nefastos trens da alegria; em que se entrava para um cargo público e, sem concurso público de ampla concorrência, se migrava para para outros cargos superiores; me parece um retrocesso.

    O colunista pode ter se deixado influenciar pela propaganda de categoria, por ele citada no texto. Pareceria razoável se existissem, hoje em dia, generais que não passassem antes por concursos de admissão às escolas de formação de oficiais? Ou agentes de polícia que se tornassem, sem o amplo concurso público, delegados da PF? Ou funcionários do judiciário, que embora bacharéis em direito, simplesmente virassem juízes sem o crivo da seleção pública? Diplomatas não selecionados, por concurso, para o Instituto Rio Branco? 

    O romantismo do tempo dos soldados que, escolados nos combates e na “tarimba”, chegavam a generais pertence, definitivamente, ao passado. O mundo mudou, e esse bravo soldado, por mais determinado e valente que fosse, teria que lidar com uma realidade muito mais complexa; que exige adequada preparação técnica, verificada por mecanismos isentos e apropriados às funções que serão exercidas.

  12. Agradecimento e Opinião

    Antes de mais nada gostaria de agradecer a Nassif e a todos que participam direta e indiretamente do jornalggn pelas informações, análises e discussões de alta qualidade. Sou estudante universitário e foi apenas por meio de um professor da minha instituição que conheci o seu blog há alguns meses. Antes, eu apenas via as tendenciosas notícias do G1.

    Com relação à discussão, gostei do ponto de vista Nassif, concordo que é necessário mais experiência de vida e um plano de salários gradativo. Além disso, acho importante um monitoramento maior desses profissionais para que caso não executem suas funções bem, possam ser demitidos com mais facilidade. Acho importante um pouco de receio para estimular o desempenho deles. Também acho que os concursos poderiam ter uma parte prática, uma espécie de entrevistas com estudos de caso a serem solucionados pelos candidatos que chegassem até essa etapa. Por fim, precisamos de uma educação escolar um pouco mais nacionalista e patriótica para que esses profissionais tenham vontade de servir a pátria e buscar uma sociedade mais justa e igualitária.

     

  13. O executivo dá o exemplo ao Judiciário

    O executivo dá o exemplo ao Judiciário quando coloca no comando de áreas vitais ao país , estado ou município, pessoas sem o mínimo conhecimento ou preparo do cargo que irá exercer

    As indicações políticas e o jogo do empreguismo fazem as indicações parecessem uma barganha ou troca-troca sem levar em consideração o prejuízo causado

    Vê-se o exemplo de José Serra como Ministro do Exterior: não consegue chegar aos pés do conhecimento adquirido por um Celso Amorim, mas foi colocado lá como barganha e interesses de terceiros ao governo e ao país

    Isso acontece muito e em várias esferas do poder, desde gabinetes do executivo a empresas públicas

    O Governo Lula teve o seu xeque quando colocou figuras políticas separadas das figuras de interesse público, colocou ministros com alto conhecimento da área de atuação de seus ministérios, no da fome, cultura e outros, como exemplo, porque tinha conhecimento de que estas pessoas sabiam dos problemas a serem enfrentados e tinham o saber necessário para superá-los

    No Judiciário não há essa separação, tampouco leva-se em conta o histórico de vida da pessoa, o galgar dos cargos é bem mais fácil: se promotor ou juíz fica no interior, depois pra capital e depois Procuradoria ou Desembargo, não há desafios, não há crescimento intelectual, mas um falsa intelectualidade (até hoje não esqueço a história do Marx e Hegel)

    O STF hoje é um exemplo claro do empreguismo e do concursismo no Judiciário: até hoje me pergunto se não fosse alguém com o quilate do FHc, alguém mais teria tido a coragem de nomear um Gilmar Mendes ministro pra bagunçar com todo o coreto com o seu partidarismo em favor do PSDB, jogando a isenção do STF pra debaixo do tapete

    E aí reside o verdadeiro mal que assolam os três poderes: o partidarismo, sejam de esquerda ou de direita, quem troca de comando seja no Congresso, nas prefeituras ou na Presidência desconstrói imediatamente tudo que foi feito pelo seu antecessor

    Lula não descontruiu a política ecômica do FHC, foi esperto: preservou as vantagens econômicas adquiridas e abriu crédito aos pobres e investiu no país, coisa que FHc estraçalhou em seu governo

    Com Temer-PSDB no governo a ordem é desconstruir tudo o que foi feito, preservar os lucros das instituições financeiras no país e impedir o povão de viajar de avião, quebrar os pobres e trabalhadores é especialdiade do PSDB…

    Mas em ano de eleições municipais é melhor guardar o veneno e a mordida da cobra pro ano que vem…

     

    http://www.estadao.com.br/infograficos/os-ministros-de-lula,politica,321230

    http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/11/politica/1457653658_976504.html

    http://www.stf.jus.br/portal/ministro/verMinistro.asp?periodo=stf&id=36

    http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/06/veja-medidas-de-corte-e-acoes-que-elevam-gastos-do-governo-temer.html

     

     

  14. cultura e tempo é o começo

    Nas minhas permanecias na França convivendo em ambientes burgueses pude entender o funcionamento das instituições.

    As lideranças são formadas na EPO que é fornecedora da matéria prima para a burocracia no estado, na politica, na administração da econômica e das empresas estatais, na área militar e de segurança etc. e exemplo para a burocracia da Europa.

    Esclareciam-me que um juiz recém-nomeado para a carreira não assumia nada de relevante nos julgamentos, acompanhava apenas o titular até os 36 anos e em seguida partia para o solo.

  15. Sinceramente, acho que há

    Sinceramente, acho que há muitas generalizações no texto. Isso de “segundo me disseram…” não serve como argumento. O Estado é um mundo. Longe de ser homogêneo.

    Sou servidor público e, embora reconheça que existam servidores descompromissados, que não produzem o que recebem (e, ao contrário do imaginário popular, são a exceção), isso de “síndrome de autoridade”, decorrente de uma origem “concurseira” e não compromissada com o “bem público” (em suma: tais servidores no fundo não passam de “coxinhas classe média”), é forçar um pouco a barra. Muitos que conheço se orgulham do trabalho que fazem e reclamam, sim, das ingerências políticas que às vezes sofrem. Um exemplo conhecido (mas pouco falado) foi o levante dentro da Secretaria do Tesouro de analistas que se recusaram a validar atos administrativos que eles sabiam estar ferindo a LRF. Coxinhas golpistas? Garanto-lhes que não! A maioria estava se borrando porque sabia que estavam fazendo algo pelo qual poderiam ser responsabilizados depois. Pessoas comuns. Da ótica do autor do texto, esses servidores estariam embuídos de “arrogância autoritária” ao se negarem sancionar determinações (que sabiam ilegais) de “gente que teve voto”…

    A única crítica que li que considero bem fundamentada sobre esse fenômeno do “concurseiro” (e que é tratada de passagem no texto acima) é a distorção salarial, que sem dúvida suga do mercado talentos das respectivas áreas de formação para ganharem melhor no Estado. Onde trabalho há dentistas e engenheiros que viraram servidores – compromissados! Eu larguei a vida acadêmica, após doutorado em universidade alemã, porque sabia que ganharia mal e viveria em um ambiente desestimulante. Um colega é pós-doutor em Paris e é servidor – outro extremamente compromissado. Talvez se os respectivos mercados em que nos formamos pagassem melhor, eles estariam servidos de melhores profissionais. Concordo. Contudo, o outro lado da moeda é que, na época em que os servidores ganhavam mal, o serviço público era constituído justamente por pessoas de baixa formação que não haviam conseguido se alocar no mercado.  Muitos entraram “pela janela” (sem concurso). No caso dos “concurseiros”, eles até conseguiriam se alocar no mercado, mas não querem ganhar mal nem sofrer de incertezas.

    Agora eu pergunto: dá para afirmar assim, sem mais, que o tipo antigo de servidor tinha mais vocação pública que atual?

     

    1. acho que o nassif generalizou para toda a administração o que é uma experiência do judiciário. o Eugênio Aragão foi entrevistado no Brasilianas há uns tempos e expôs um pensamento cristalino do MP. não é exclusivo do MP mas do judiciário. daí a toda a administração pública é um pulo.

      gostei de 2 pontos que levantou:

      1. mais preparo de quem passa impede sua instrumentalização (seu caso me lembra um muito próximo que terminou em geladeira)

      2. essa instrumentalização dá-se muitas vezes por quem chegou politicamente num posto – as normas precisam ser desenvolvidas também para estes postos sem jamais acabar com eles.. ainda assim são a ligação do voto com a máquina

  16. Nassif, não generalize!!!

    Nassif, você não pode generalizar!!!!!!

    Sou servidor público CONCURSEIRO de um alto cargo, e trabalho junto com muitos outros servidores CONCURSEIROS que prezam pela excelência no serviço público.

    Isso que você está falando, esta fase de se sentir autoridade ocorre sim, porém dura dois ou três meses. Logo logo o concursado percebe que é apenas mais um peão do Estado, desenvolvendo um trabalho como qualquer outro.

    Ou você acha que alguém sente prazer de ser autoridade ao cobrar impostos de velhinhos doentes, de empresas próximas a falir? Ou de ter que defender o Estado contra um funcionário na justiça, mesmo sabendo que o Estado é sacana e o funcionário deveria ganhar a ação? Não se pode atribuir o problema ao surgimento dos concurseiros e aos altos salários iniciais. Os salários são altos sim, porém muitas vezes incompatíveis com o nível de responsabilidade e exigência do trabalho.

    O que ocorre é a INGERÊNCIA POLÍTICA, associada ao poder financeiro, corrompendo e cooptando os funcionários a todo o momento. Nas instituições públicas, existem verdadeiros headhunters, procurando a todo momento identificar os novos “talentos” para atraí-los para o Lado B, ou até mesmo utilizá-los, através do poder de autoridade que possuem, para que realizem determinadas tarefas para atingir certo objetivo, que não é o interesse público.

    Vejo a questão muito mais como fruto do crescimento da direita no mundo e da falta de impor limites às autoridades do que simplesmente funcionários que se julgam autoridades e fazem o que querem, em detrimento da lei. De repente, por algum motivo, perdeu-se a vergonha de 

    Nas instituições, sempre há pessoas que defendem o PT, o PSDB, etc, com todas as linhas de pensamento que imaginar (afinal, passaram em um concurso, são pessoas de todos os lugares e com histórias de vida diferentes). Todas com o mesmo nível de autoridade e poder para realizar os mesmos atos, e que passaram pelos mesmos concursos. E por que somente aparecem aquelas que agem em uma determinada direção? Será que se o funcionário remar contra essa maré ele será punido? Quem irá aplicar a punição?

    Abraço

  17. 3 notas

    1 – quando Aragão explicou essa lógica, ela era claramente uma visão a respeito dos procuradores. uma conversa com meia dúzia de subordinados e nunca mais faria uma generalização destas. acompanhar estas instituições*, além da sua elite, ajudaria a entender o sistema de castas que as rege. quem obrigatoriamente acompanha sabe que essa tolice joga sobre uma montanha de gente uma injusta carga simbólica. e se é injusta com pessoas dessas instituições, mais será quem apanha junto só por ser funcionário público.

    *neste momento, nesta cidade, tem servidor de um dos orgãos deste judiciário protestando por estar há dois anos sem reajuste.. 

    2 – tirando os semideuses, quantos estatutários não trocariam sua condição pela CLT? se calhar falta explicitar as diferenças entre as duas para saber que estabilidade é essa. 

    3 – em carreiras do judiciário começaram a exigir prática juridica para ingresso… é muito pouco. ditador fosse e trataria de unificar a carreira judicial, ou pelo menos dar-lhe uma sequência. promotor ou juiz algum o seria sem fazer pelo menos uns cinco anos de defensoria antes de concorrer a esses postos – ganhando salário o bastante para o conforto e não o fausto. falta noção de rua.

     

  18. Há muito descompromisso hoje
    Nassif

    Faltam 3 anos para eu me aposentar e , obviamente, vários homens se aposentarao quase ao mesmo tempo pois somos do mesmo concurso e tivemos que cumprir as mesmas exigências.

    Fazendo parte de uma carreira classificada como função de estado, uma alta chefia da mesma pediu às chefias inferiores para mesclar, em trabalhos mais específicos, os antigos com os “novos” para a passagem de experiências.

    Acontece que os chamados “novos” são já funcionários há 13 ou 5 anos.

    Em crítica aberta, pontuei está excrescência.

    Posteriormente, este chefe e um assessor se justificaram para mim em particular: “- estão todos fazendo isso aqui de bico, todos estão preocupados com seus cursinhos preparatórios para concursos”-. Aliás, estes cursos viraram um mina de dinheiro, absorção de hora de trabalho de funcionários ( ja vi gente preparando aulas no expediente) e, obviamente, em tese, oportunidade de lavagem de dinheiro.

  19. Pior que esses concurseiros estão deslumbrado com o prestígio e

    Pior que esses concurseiros estão deslumbrado com o prestígio e as truculências do juiz moro. Parece que com todo o espetáculo midiático em torno da lava jato, esses concurseiros estão se soltando e se sentindo à vontade para sair por aí passando por cima de tudo e de todos. Chegamos num momento em que o país é obrigado a se subordinar aos caprichos de crianças mimadas que não tem respeito a nada e a ninguém.

  20. Juíza americana deveria servir de exemplo para Gilmar Mendes

    Carta aberta a Gilmar Mendes: o senhor deveria aprender com a juíza americana que pediu desculpas por se meter em política. Por Paulo Nogueira

      Postado em 14 Jul 2016por : Ela falou sobre política e teve que pedir desculpas para a sociedade

    Ela falou sobre política e teve que pedir desculpas para a sociedade

    Esta é mais uma da série de cartas abertas aos golpistas. No futuro, é possível que elas sejam reunidas num livro.

    Caro ministro Gilmar:

    O senhor desonra a Justiça. É a pior espécie de juiz que pode existir: aquele que se move por razões políticas. Sabemos antecipadamente qual será seu voto quando se trata de um tema político. Isto, em si, é uma afronta à dignidade da Justiça.

    O senhor sabe, ou deveria saber, que no mundo civilizado sua conduta é intolerável.

    Há um caso exemplar em curso nos Estados Unidos. Uma juíza da Suprema Corte, Ruth Bader Ginsburg, fez alguns comentários sobre o candidato à presidência Donald Trump.

    Chamou-o de “enganador”, e acusou-o de ter um ego enorme.

    Caro Gilmar: são elogios perto das coisas que o senhor fala de Lula e do PT sem nenhuma cerimônia e nenhum pudor.

    Pois as palavras da ministra geraram uma tempestade política entre os americanos. Trump disse que ela deveria renunciar. Especialistas em ética se ergueram contra a ministra. Editoriais de jornais condenaram-na energicamente.

    Repare, aqui, a diferença, caro Gilmar: nenhum jornal jamais publicou um editorial que reprovasse as barbaridades que o senhor pronuncia sistematicamente contra o PT.

    Isso mostra a aliança que existe entre as grandes companhias de mídia e alguns juízes do STF. Eu diria: as duas partes se merecem.

    A juíza americana, diante da repercussão de suas afirmações, recuou humildemente. Lamentou ter-se pronunciado em algo que não lhe cabe — política. “Juízes devem evitar falar sobre política. No futuro, terei mais cuidado.”

    Juízes que atuam como políticos rebaixam, ao mesmo tempo, a política e a Justiça. É o seu caso, ministro Gilmar.

    A péssima imagem do Poder Judiciário perante a sociedade deriva, em boa parte, do senhor. Mais recentemente, é verdade, outro juiz deu uma contribuição milionária para a desmoralização da Justiça, Sérgio Moro, com sua fixação em punir petistas e apenas petistas.

    E antes de vocês dois, não podemos esquecer, tivemos Joaquim Barbosa, a quem a mídia proporcionou holofotes em doses extraordinárias em troca do massacre do PT no julgamento do Mensalão.

    Caro Gilmar: insisto no ponto de que as declarações da ministra Rute foram nada perto do que o senhor fala todos os dias.

    Nos Estados Unidos, um juiz como o senhor não existiria. A opinião pública não tolera a intromissão de juízes nos debates políticos.

    Caro Gilmar: o senhor não é apenas um mau juiz. É também um golpista.

    Confio que, no futuro, comentários políticos de juízes provoquem no Brasil o mesmo tipo de indignação que existe nos Estados Unidos e em outros países socialmente avançados. Quem quer fazer política deve se submeter às urnas.

    O senhor é o retrato togado de um país explorado abjetamente por um plutocracia sem limites em sua ganância portentosa.

    Sinceramente.

    Paulo

  21. A “dama” que não volta ao tabuleiro

    Acredito que a grande maioria dos servidores públicos seja gente compromissada com o seu trabalho e que entregam toda a sua potencialidade na carreira em que escolheram servir. Imagino que Nassif está sendo bastante específico, referindo-se a muitos jovens deslumbrados, cujas potencialidades e inteligência poderiam ser mais bem usadas em beneficio do Brasil. Nestes últimos, ao atingirem o prêmio da zona de conforto ainda em plena juventude, demonstra-se um claro desperdício de inteligência nacional e uma estimulo enviesado em relação ao mérito.

    Lembra-me de jogo de “damas”, aonde a ficha com mais “méritos” que chega até o final do tabuleiro, se converte em “dama”, com mais poderes, e que devia voltar ao tabuleiro dando mais força ao time. Os meritocráticos aqui citados são como aquelas fichas do tabuleiro que se convertem rápido em dama, mas não voltam ao tabuleiro, e ficam apenas assistindo às fichinhas menos gabaritadas lutando pelo Brasil.

  22. Aversão ao risco.

    Caros debatedores,

    vamos combinar…

    Fala que o que todo mundo não quer mesmo é “dinheiro na carteira” ? Claro que esse é o desejo de todos ( ou da maioria).

    Como não  existe almoço grátis, o melhor a fazer é garantir o seu “acesso a esse almoço”.

    Você pode  comprar um bem qualquer, um imóvel financiado, por exemplo,  assumir, portanto,  um passivo com  a garantia de ter  o recebimento do seu dinheiro no final do mês para pagar suas contas etc.

    Claro que isso é bom, ótimo. Almoço garantido.

    Pense bem: você não vai precisar de “sentar na  mesa do restaurante desse almoço ” ao lado do  seu  adorado “patrão” para fechar aquele “acordo”( negociado sobre legislado)  bacana – do tipo caracu, cuja “cara” não é sua, em prol da “produtividade meritocrática  hã?… Que tal?

    Imagine-se lendo uma lei, interpretando-a de acordo com as regras,  vendo o que o Estado Oligárquico de Direito  pode e deve fazer para , em seguida, agir exatamente de acordo com ela em prol do bem da “nação”.

    Tá no papel. Tá na lei. Tá no bem comum da nação.

    Por exemplo: Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio. 

    Ora, o “mercado” também gosta de cumprir a lei, certo?

    Imagine-se, lado outro,  lendo a lei maior , por exemplo aqui:  

     salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 

    Aí você projeta uma “política pública” para que isso se torne “realidade” .

    Em seguida, basta  você requerer uma “verba”   lá no ORÇAMENTO PÚBLICO, sabe como?… para fazer com que o “monstro do lago ness” ( o mercado) resolva “aderir” a essa política pública , “distribuindo” cenouras para seus obreiros “colaboradores” fazendo a “economia girar”…

    Hã? Que tal? Lindo não?

    Ocorre que o monstro do lago ness também  tem aversão a risco. Ele também gosta de dinheiro no bolso só que com a devida “segurança jurídica”.

    Logo, ele gosta de “estabilidade” conquanto – só pra inglês ver –  defenda o “espírito animal”  ( de porco).  Para isso, o monstro do lago ness contrata sua tropa de choque: os economistas de escol de meia tigela para dizer que o “investimento vai ocorrer” se o retorno for “garantido” a um taxa interna de 15% , custo de oportunidade oportuno,  valor presente de alguns bilhões de dólares, limpinho, sem imposto, isto é, dinheiro devidamente depositado num paraíso fiscal qualquer, fruto de um excelente “planejamento tributário” . 

    Supimpa!

    Investimento esse, vale frisar,  com muita “segurança jurídica” sem qualquer viés especulativo em prol da pátria amada idolatrada salve, salve ( nosso petróleo).

     

    Nesse sentido, a lei de responsabilidade fiscal  trata de “garantir a estabilidade” do “serviço da dívida” , a fim de agradar aquele  Tripé macro econômico para Gregos e Troianos, para  Kid(crianças) e Bengalas( idosos).

    O tripé é bem vindo , sobretudo, nos “acordos” trabalhistas  do tipo caracu, cuja cara não é sua.

    Então, convenhamos, talvez valha a pena exercer uma função pública.

    Notemos bem:

    Até mesmo uma “empresa” meritocrática, familiar,  com aversão a risco, sem tributação na distribuição de dividendos, com garantia de transferência hereditária do mérito materializado na propriedade público-privada, etc,   é concurseira.

    Mudando o que deve ser mudado, “vive”  fazendo concurso nas  licitações públicas. E se deixar nem concurso querem fazer, vez que a lei 8666 é muito “burocrática”…

    Participam de  provas orais nos processo de licitação; 

    Realizam provas de títulos com seus balanços patrimoniais devidamente contabilizados isto é, seguindo rigorosamente todos os princípios e/ou  postulados contábeis para camuflarem  o caixa dois etc.

    E tudo isso devidamente auditado pelas auditorias independentes internacionais, como , por exemplo, uma Arthur Andesen da vida, ou uma outra qualquer que tenha “auditado” o Lehman Brothers , a serviço daquele monstro sagrado do lago ness meritocrático e produtivo cuja residência oficial só os economistas de escol sabem onde fica.

     

    Enfim, creio que é bom ser concurseiro. Vale a pena. Tanto para as pessoas físicas ( naturais) ou Jurídicas.

    No fundo, o concurso público visa uma maior fatia naquele bolo imaginário…

    Quanto a CLT?

    Não, não vamos pagar esse pato…

    Ora, essa daí não passa de uma “cópia” da carta del lavoro facista, anacrônica, temerária, que atrasa o crescimento da “nação”.

    Nesse caso, cabe aos servidores públicos – concurseiros do voto devidamente financiados pelo monstro sagrado- que estão nos representando naquele “órgão do poder”, que tem defendido o tripé do monstro sagrado, botar “ordem na casa”.

    Menos imposto e mais mérito!  E concurso é mérito também.

    Portanto, viva o concurso público meritocrático  do orçamento púplico-privado, patrimonial.

    Viva!

     

     

    1. Ótima ironia!

      Ótima ironia, Mogisenio. Foi bastante esclarecedor.

       

      Mas nessa balbúrdia toda, vejo que todo mundo tem se esquecido que o TCU sempre foi um órgão políticos e seusa presidentes foram nomeado por apadrimnhamento partidário. E os últimos presidentes e ministros do TCUforam indicados pelos tucanos e demos. Teve até um que condenou o gov. PT no setor elétrico por “presumir” (advinhação) que uma ação fdaria prejuísos ao paí “se” “alguma coisa” acontecesse.

      E até mesmo o PT não mostra isso para a população: que o TCU tucano resolveu. de umja hora pra outra, considerar crime o que antes, quando o governo era tucano, ele nunca considerou crime.

      O PT e DILMA vem pagando pela inabilçidade em ter enfrentado essa politização extremada do TCU e não tem ido à TV esclarecer isso para os cidadão, no vã afã de que a mídia PiG seria honesta.

      Pobre Dilma e, principalmente, pobre Brasil, que se deixou capturar pela maldade política.

      E Lula fez esse grande erro político, o de ter imposto Dilma pela segunda vez, quando internamente a maioria dos petistas não a queriam, por verem que ela não tinha a habilidade política de enfrentar a mídia, seja de forma sutil ou não!

  23. Nassif,
    Como servidor público

    Nassif,

    Como servidor público federal (prefiro não dar mais detalhes de onde, mas ao longo do texto vou deixar alguns detalhes do meu perfil/background até pra contextualizar algumas coisas) me agrada ver esse tema levantado no blog, pois tenho minhas críticas também sobre o tema, algumas diferentes das apontadas, mas gostaria de levantar alguns poréns no ótimo artigo.

    Característica 1:

    Existe a máxima no meio concurseiro de que “se faz prova até passar e não para passar”, então pode levar mais ou menos de 3 anos dependendo do perfil ou bagagem cultural/educacional da pessoa, e até da estratégia do concurseiro. Algumas pessoas focam em áreas ou carreiras específicas, outros dão “tiros” pra todo lado, o que pode encurtar ou alongar a trajetória concurseira.

    Já a questão dos cursos caros, é questionável, pois hoje, com a internet a disputa do aluno se dá em nível nacional, pois alguém pode fazer online um curso todo em vídeo de um curso preparatório de outra região. Se poupa tempo com isso (que era gasto com locomoção), fora que o curso online é mais em conta que o presencial. Também não é incomum a criação de “vaquinhas” entre pessoas em grupos de Facebook sobre concursos pra comprar um curso em conjunto e compartilhar. Outro ponto, é que um edital bem escrito e claro torna viável a busca por material por contra própria pra quem é autodidata (meu caso) e sabe se organizar.

    Sobre as provas pedirem memorização, é algo que mudou muito. Bancas grandes e tradicionais como ESAF, FCC, CESPE, etc…que são normalmente as que pegam os concursos mais disputados, já adotam um modelo de questões que pedem a compreensão da matéria aplicada num contexto, até mesmo relacionando com o órgão em questão no concurso. Em função disso, é raríssimo quem chega perto de gabaritar uma prova hoje em dia.

    Mas apesar das minhas considerações, não muda o quadro final desenhado pelo Nassif, de favorecer determinada classe econômica (e digo isso como alguém de classe média “média”, que estudou em colégio público e depois em universidade pública), pois mesmo que a pessoa consiga estudar com “custo zero”, ainda tem a questão tempo (e a bagagem), que é mais complicado pra pessoas humildes trabalhando em atividades mais pesadas normalmente associadas com a classe baixa. E ainda tem o valor da inscrição, então cada prova ou tentativa tem um custo, que é mais pesado pra quem tem menos recursos, apesar da possibilidade de isenção (que não sei como funciona).

    Outro porém (extra meu) que abriria nesse tópico é a questão das provas em si, cada vez mais carregadas de várias formas de Direito mesmo pra concursos que não são do Judiciário ou MP, e que ainda por cima são pra cargos de nível médio. Então, na prática, mesmo quando o cargo poderia possibilitar a entrada de alguém que tem apenas nível médio, o que ocorre é a entrada de pessoas cursando nível superior, formados ou mesmo mestrandos/mestres, preferencialmente ligados ao Direito ou cursos que tem contato com cadeiras da área. E é complicado conciliar conteúdo cobrado com o que será atuação prática do aprovado, até porque, dentro de um mesmo órgão tem N atividades pra ser realizar, isso supondo cargos gerais menos específicos.

    Característica 2:

    Aqui eu concordo com o Nassif em relação ao cenário final, mas o problema talvez não esteja tanto na diferença de perfil velho e novo, e sim nas carreiras, pois assim como existem servidores notáveis antigos, também existem os deploráveis em qualquer área ou esfera pública.

    E também depende do tipo de carreira, uma coisa é o agente administrativo “padrão” que vai fazer atividades mais técnicas ou burocráticas, e que raramente terá grande poder, outra são essas carreiras tipo Juiz e MP em que a pessoa é “órgão” em si e consequentemente “autoridade” com grande liberdade de atuação. Eu acho totalmente inadequado esse tipo de carreira, onde alguém, com pouca experiência (pedem 3 anos de atividade jurídica) como requisito possa ser alçado pra esse tipo de poder. Creio que o caminho deveria ser uma reforma nesses poderes, para que os próprios servidores “mortais”, com tempo de carreira, experiência, etc…pudessem ser promovidos para tais postos depois de algo como 20 anos de atuação, até porque, na prática, pelo que dizem, geralmente são os servidores que fazem o trabalho pesado nessas carreiras, escrevendo decisões, votos, etc.

    Característica 3:

    Não há como negar que tem carreiras que tem salário elevado. Nesse ponto, uma alternativa seria alongar carreiras existentes “pra baixo”, garantindo que quem entra, o faria num nível mais baixo. Sem falar que no serviço público federal, seja Executivo ou Judiciário, as carreiras tem poucos níveis pra avanço. No Executivo varia de caso pra caso, mas não lembro de carreira com mais de 18 níveis (anos), enquanto no Judiciário são 13. Ou seja, depois desse tempo, não há mais espaço para o avanço básico, que envolve, ou pelo menos deveria envolver, uma avaliação séria.

    Porém, aqui faltou observar que seja no Executivo, como no Judiciário, existem chefias (funções e cargos de confiança), então há sim, espaço para crescimento e busca do mesmo, além de desafios. No caso do Executivo, isso é mais complicado, pois a ocupação por partidos é frequente, o que acaba limitando o espaço do servidor de carreira crescer, o que no fim, funciona como um desmotivador. Já no Judiciário (Federal), o CC externo é bem raro, então o espaço é maior, apesar das diferenças entre servidores “mortais” e o topo formado por juízes, procuradores e outros.

    Motivo 1:

    Sinceramente, não concordo com essa visão, mesmo sabendo que minha opinião é baseada numa vivência limitada de 6 anos (e casos conhecidos de pessoas próximas e família). Prentendo “fazer carreira” onde estou, em função da realidade encontrada e carreira, mas já passei por empresa pública municipal e órgão do executivo federal. Mesmo o concurseiro “novo” (e não deixo de me incluir nesse grupo), pelo menos aqueles que tive prazer de ser colega, tem sim um espírito público, de abraçar o serviço, procurar resolver e contribuir na solução das situações encontradas, etc. Em alguns casos há até o confronto de visões com aqueles (raros) servidores mais antigos que adotam a cultura do “casaco na cadeira” ou “isso sempre foi feito assim” devido à vontade de mudar a realidade encontrada no setor público.

    Mas também não dá pra negar, que em função das diferenças salariais entre cargos, órgãos, esferas, há também um estímulo para uma migração de um lugar pro outro até se achar, o que era raro antigamente. Só que apesar da intenção de buscar “voos mais elevados” nunca deixei de contribuir o máximo que podia por onde passei, e também de garantir uma boa transição de tarefas e conhecimentos acumulados quando pretendia sair. E faço uma leitura parecida de outros “cangurus” que vejo por aí. O problema, é que até pelo receio de perder oportunidades de crescimento, tem sim uma minoria que opta por não deixar transparente essa vontade (ou mesmo a aprovação em outro concurso) até a hora H em que a saída acontece. E mesmo com a postura adequada, esse fenômeno criou uma rotatividade que é um problema pra organizações públicas com salários menos atrativos, pois gera uma discontinuidade da atuação do servidor público. Fora o risco da perda de conhecimento, pois o mesmo raramente está bem documentado na área.

    Motivo 2:

    Assino embaixo do escrito pelo Nassif, até por já ter passado por lugares onde falta um treinamento adequado pra quem entra. São poucas carreiras ou órgãos que tem um programa concreto e eficaz de formação. Normalmente ela se dá no local de trabalho com prática do dia-a-dia, e aí é loteria, a pessoa pode cair num lugar ótimo, com colegas atenciosos, que sabem como transmitir o conhecimento e as atividades. Ou então cair num lugar em que tá largam praticamente sozinho pra montar um edital de licitação do zero.

  24. Um texto, a meu ver, que

    Um texto, a meu ver, que aborda uma questão relevante através de uma argumentação lógica e balizada, mas que, infelizmente e talvez sem intenção,  parte de um mote equivocado, se não mesmo mesquinho, que é dar consequência a um arquetípico representado pelo neologismo “concurseiro”. 

    As disfunções em certas áreas do Serviço Público não podem ser explicadas a partir do perfil – seja positivo ou negativo – dos que nele ingressam através de uma porta estreitíssima, em especial para certas carreiras de escol, como é o caso do Ministério Público. “Concurseiro”, por esse aspecto, deveria ser um elogio, e não uma depreciação. Afinal, eles apenas se submeteram às regras do jogo.

    O inegável é que no campo institucional e mais abaixo, no da estruturação de certas carreiras do Estado, há distorções aberrantes. Duas em especial: a do dito Parquet e das vinculadas ao Poder Judiciário, nas quais pouco ou nada se exige de maturação emocional e intelectual para, de imediato, os concursados recém empossados assumam funções de relevância e altas responsabilidades. 

    Como se admitir, por exemplo, um imberbe com 24 anos assumir um cargo de Juiz de Direito ou o de Procurador/Promotor, mesmo que na condição de “auxiliar”, a par de salários altíssimos e incompatíveis tanto com a realidade financeira da Fazenda Pública como injustos, porque bastante distanciados, dos demais servidores públicos?

    Se juntarmos a isso uma conjuntura na qual são alçados à condição de semi-deuses, aí vira o fim do mundo. 
     

     

  25. Finalmente
    Existem dois vespeiros que se deve mexer: salários da magistratura e promotoria e a entidade que estabelece o perfil do aprovado nos concursos públicos para os cargos de maior relevância no Estado.
    É tem muito a se investigar.

  26. A analise é perfeita …

    A analise, a definição de conscurseiro, é mais que perfeita. É claro que nas carreiras de estado existem a “nobreza” e a “plebe”. Como rpofessora de uma instituição federal de ensino, me coloco entre a “plebe”, se comparado com os salarios e o poder das carreiras juridicas. Mas, de resto, é isso mesmo que o Nassif definiu. Quanto maior o exercico do poder, maior a disputa, maior o salario, maiores os desvios, maior o espirito corporativo. O Ministerio Publico já nasceu fadado a se tornar uma corporação com tudo de pior que esse tipo de organização possa trazer. Há que se repensar essa merda, antes que seja tarde. 

    1. Repensar, duvido.

      Maria Silva, acho que não dá mais tempo para se repensar o MP. Vamos aturar suas arbitrariedades, com as exceções de praxe, eternamente.

  27. Análise imbatível e irretocável

    Parabéns, Nassif.

     

    Esta análise é mais do que correta; ela é imbatível, irretocável, com argumentos irrefutáveis. Nota 10.

  28. A grande verdade no fundo…

    … É que procura concurso público como meta de carreira profissional não quer nada com trabalho. Só quer mordomia, vantagens adicionais e garantia de uma aposentadoria gorda.

    Além do que quem faz como concurso público omo meta de carreira profissional admite para si mesmo e para toda sociedade que não sabe fazer nada e nem quer fazer nada. Se tivesse realmente algum talento teria uma motivação muito mais intensa e uma paixão muito maior pela profissão, como é o caso dos artistas, sempre chamados de vagabundos e sem direito a nenhuma das mordomias que os incompetentes por exemplo do judiciário tem. O resultado fica claro neste judiciário mesmo que é extremamente incompetente, caro, ineficiente, elitista, com membros sem cultura nenhuma e conhecimento parco. Ou seja o sistema de concursos que domina o judiciário é um dos maiores motivos dele ser este lixo fedorento que sempre, ontem e hoje!

     

    1. Co modelo se na iniciativa

      Co modelo se na iniciativa privada tivesse mérito,  não  funcionasse o QI, quem indica, concurso pelo menos  tem mérito,  se a seleção não está absorvendo as pessoas com perfil, deve-se mudar a prova…..

    2. “A grande verdade..”

      Discurso que começa com “a grande verdade” (estilo Datena) geralmente vem acompanhado de uma generalização totalmente superficial e carregada de senso comum. Raso como um pires. Parabéns. 

  29. busca Google – Fraude em concurso público

    O mais impressionante é a quantidade de pessoas, sem moral e sem caráter que entram no serviço público para se locupletar o máximo que possa. Como são bandidos e não temem a lei vão para cima com tudo, deixando os que são mais honestos sem ação e corrompendo os que estavam tentados mas não tiveram coragem.

    O problema é muito mais sério do que parece, pois a quantidade dos desonestos é enorme e intimida os honestos, a ponto do Requião  por exemplo, proibir a fiscalização para acabar com os achaques.

    O Crime em certas funções é a regra e não a excessão, vejam por exemplo os escânda-los no Porto de Santos, vinculados a políticos do mais alto calibre, que servidor que enfrenta estes tipos?

    Busca Google, fraude em concursos:

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    Search ResultsDez são presos por suspeita de fraudar concursos públicos – G1 – Globo

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    Fraude em Concurso Público – JusBrasil

    http://www.jusbrasil.com.br/topicos/…/fraude-em-concurso-publico  Translate this pageDefinições, Notícias, Artigos, Legislação, Jurisprudência e muito mais sobreFraude em Concurso Público.

    Tudo sobre fraudes em concursos públicos

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    Fraudes em concursos públicos | ComotudoFunciona

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    1. Fraude em concursos

      Recentemente o CNJ fez a seguinte consulta pública: Existe interesse público na manutenção dos dados dos candidatos – particularmente aqueles com deficiência física ou mobilidade reduzida – que prestam concurso público, nos sítios eletrônicos dos Tribunais, mesmo após o encerramento do certame?

      Esta foi a minha resposta enviada ao CNJ:

      Sim, existe enorme interesse público na manutenção dos dados dos candidatos que participam dos concursos na internet.

      Explico.

      Sou servidor público e nos últimos três anos tenho me dedicado, exclusivamente, à realização de concursos públicos tendo participado, nesse período, em mais de 40 concursos, nas cinco regiões do Brasil.

      Infelizmente, não existe no Brasil uma legislação nacional que normatize a realização dos concursos públicos, logo, o que vemos hoje são regras esdrúxulas emanadas pelas organizadoras, com editais direcionados, exigências que beiram o ridículo e como consequência, reinam as dúvidas, fraudes e conluios nos certames.

      Ora, o que tem haver, então, a manutenção dos dados dos candidatos na internet com a realização dos concursos ?

      Tudo, pois, através da relação dos candidatos aprovados em um determinado concurso podemos inferir se houve fraude ou não.

      Como ?

      Simples.

      É senso comum, entre os concurseiros, que para passar em um concurso precisasse de tempo e dedicação. Isso se traduz, na prática, na participação em alguns concursos para que se comece então, a ser classificado, para depois começar a ser aprovado para, somente depois, ter sucesso no concurso que se almeja. Esta é a regra.

      Partindo deste raciocínio é extremamente difícil ou diríamos, até impossível que uma pessoa seja aprovada no primeiro concurso que ela participe. Ainda mais nos concursos com alta remuneração que exigem um preparação de anos.

      Desta forma, a manutenção dos nomes dos candidatos para consulta “ad aeternum” nos sites dos órgãos e das bancas organizadoras possibilitaria a consulta e apuração de possíveis “super candidatos”, ou seja, aquelas pessoas que nunca foram aprovadas em concurso nenhum e de repente aparecem como primeiros colocados em concursos muito concorridos e de boa remuneração.

      Seguem, abaixo, alguns exemplos de casos nos quais somente foi possível identificar as fraudes através da pesquisa e o cruzamento de dados sobre os primeiros colocados:

      http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,suspenso-concurso-da-camara-de-sao-paulo,39371

      http://www.mprs.mp.br/imprensa/noticias/id32059.html

      http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2011/08/justica-determina-que-concurso-para-auditor-fiscal-no-rj-seja-retomado.html

      http://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/2015/09/15/operacao-investiga-suspeita-de-fraude-em-40-concursos-publicos-no-rs.htm

      http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2013/06/04/internas_economia,369454/ministerio-investiga-1-789-denuncias-relacionadas-a-fraudes-em-concursos.shtml

      http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2012/06/golpe-transforma-concursos-publicos-em-cabides-de-emprego.html

      http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/10/dez-sao-presos-por-suspeita-de-fraudar-concursos-publicos.html

      Coletânea de concursos fraudados:

      http://concursos.brasilescola.uol.com.br/curiosidades/concursos-suspensos-ou-anulados.html

      Conforme pode ser constatado, no conteúdo dos links acima, as fraudes ocorrem em grande volume e a sua verificação só é possível através da fiscalização dos próprios candidatos, pois o poder público virou as costas para este problema.

      Como o poder público não age, criando uma lei nacional de concursos que discipline a matéria, são os próprios concurseiros que têm que estar vigilantes e atentos no acompanhamento dos concursos e denunciando aos órgãos devidos, as fraudes existentes.

      Limitar o acesso dos candidatos aos dados de concursos passados dificultará este cruzamento e verificação. Manter as informações sobre aprovados e candidatos atende aos princípios da publicidade e da transparência.

      O pleiteado “direito ao esquecimento”, por alguns candidatos aprovados em concursos, não dever ser considerado. Somente deve ser aplicado o “direito ao esquecimento” caso se associe, ao nome ou a imagem de alguém a crime do qual essa pessoa tenha sido absolvida, com trânsito em julgado, ou a fato calunioso, difamatório ou injurioso que causa-lhe sofrimento ou transtornos.

      Obviamente, o “direito ao esquecimento” não se aplica no caso de uma aprovação em concurso público.

      O direito de fazer desaparecer as informações que retratam uma pessoa significaria a perda da própria história, o que vale dizer que aplicar o “direito ao esquecimento”, no caso dos dados dos candidatos a concurso público, afrontaria o direito à memória de toda uma sociedade.

      É absurdo imaginar que uma informação que é lícita se torne ilícita pelo simples fato de que já passou muito tempo desde a sua ocorrência, além do que quando alguém se insere voluntariamente em um fato de interesse coletivo, como é o caso de um concurso público, mitiga-se a proteção à intimidade e privacidade em benefício do interesse público.

      Desta forma, pelo exposto acima, solicito que seja sopesado pelo nobre Conselho Nacional de Justiça que a manutenção dos dados dos candidatos, na internet, seja respeitada e se possível ampliada.

      ———————————————————-

      Nassif,

      Em média de cada 10 concursos: 3 são fraudados, 2 vão para justiça e 2 são anulados/cancelados. Os 5 restantes aprovam e nomeiam “os bons”.

      Eu tenho cada história sobre concursos, em todas as esferas públicas e em todos os poderes, que fariam você ficar corado de vergonha!

      Durma com um barulho desses…

  30. Os concursos públicos que

    Os concursos públicos que pagam bons salários sao a uniquissima forma de gente pobre sem parentes influentes e bem relacionados conseguir um reconhecimento financeiro pelo seu próprio empenho, esforço, determinação e sacrifício!

    no mercado privado de QUALQUER área valem os contatos dos pais para encaixarem suas crias incompetentes, no meio acadêmico a regra muitas vezes Eh a mesma, vale o QI, que se manifesta nos contatos pessoais das bancas arranjadas. 

    entao, acho que esse tipo de concurso eh uma das pouquíssimas selecoes justas nesse país, cada vez mais dominado por gente hipócrita e de muito,  muito gogo! 

    Pra que melhorar, se a gente pode sempre piorar, dando pitaco onde o QI ainda não domina totalmente.

     

  31. Outro grande problema

    A instituição em que ingressa o tais “concurseiros”, jovens ambiciosos apenas desejosos de enricarem à custa do serviço público, também tem grande parte na culpa dessa distorção por um fato muito simples: não dá a devida formação de um servidor público. Não lhes ensinam o que é o Público. Não o de cartilha; esse eles já sabem. Refiro-me a algo semelhante à ENA francesa e congêneres. Vejo esse problema nitidamente na instituição onde trabalho. Apesar de não terem a centésima parte do poder de um procurador ou juiz desse tipo, não sabem lhufas do que é, de fato, o Público. A culpa não é deles, mas tão somente da instituição que os empregou e não lhes deu a devida formação para ser um servidor público. Acreditam esse jovens que trabalham em um grande banco internacional, só pensam em ser gerentes, em planos de carreira, mas parecem não ter a mínima noção da gravidade do momento. Aos poucos, com boatos sobre demissões em massa, vão sentindo na própria pele a situação. Mas não têm capacidade de analisar politicamente o quadro econômico e agir em coletivo. Têm formação ultraconservadora das escolas de formação, mas agem por impulso.

    O que as instituições de Estado deveriam ter feito? Cursos sólidos sobre a história do Brasil, sua formação econômica, principalmente do pós-II Guerra; cursos que confrontassem as escolas de pensamento econômico e político etc. Creio que o que aconteceu aqui, deve ter acontecido em outras instituições-chave para o Estado nacional: alguns milhares de jovens que ingressaram recentemente no serviço público são apenas ignorantes políticos, deformados em sua formação acadêmica, e que não foram confrontados com um pensamento diferente, que dê ênfase aos valores públicos. E muitos se mostram insastifeitos quando seus caprichos de ambição não são atendidos. Às vezes me dá vontade de perguntar-lhes por que não vão procurar emprego no mercado privado.

    É muito fácil culpar apenas jovens ambiciosos sem atentar para mais essa gravíssima falha dos governos petistas. Acharam que ganhariam esse público apenas lhes dando bons salários.

  32. O problema do setor público é

    O problema do setor público é o cargo de comissão que nem concursado é ,  impossível fazer uma analise se levar em conta. Não misture carreiras de cunho policial e tributário com as demais. Salário alto só de cargo de confiança e que demora a conseguir

  33. Ah, Um outro ponto, com a

    Ah, Um outro ponto, com a formação academica não acontece a mesmíssima coisa?

    Pais pagam colégios super/hiper mega caros para que seus filhos estudem e façam depois medicina, direito e engenharia em renomadas universidades públicas (USP) que todos nós bancamos; ou seja, a sociedade banca o curso de medicina de gente endinheirada e …. por que não criticamos essa lógica? Não seria a mesma lógica que a daqueles que estudam (pagam cursos caros) 3 anos para passar em concursos concorridos?

    por que aceitamos que jovens estudem em colégios caros e façam universidade pública/gratuita depois, mas criticamos os concurseiros?

    nao seriam 2 pesos e 2 medidas? A diferença eh que talvez a gente se mate de trabalhar pra pagar colégio caro pros nossos filhos, não eh mesmo?!

     

     

    1. Há uma grande diferença,

      Há uma grande diferença, medico precisa correr riscos no mercado, precisa conquistar clientes, há muita concorrencia na medicina paga, o concurseiro do MP ou Judiciario tem tudo garantido em qualquer circunstancia, a custa do Estado.

      1. Correr riscos que nada, faz

        Correr riscos que nada, faz medicina na USP e vai ganhar dinheiro no Sírio ou no Einstein e se tiver um tempinho protesta na Paulista contra o Mais Médicos, vestindo camisa verde amarela da CBF, e tudo bem se a PM for deslocada pra proteger o pato da FIESP.

        ha uma casta tanto na Dr, Arnaldo Qto no Largo São Francisco, cuja teta do Estado garantindo a boa vida eh absolutamente histórica. Mas eles têm licença “cívica” afinal, são  igualmente doutores.

        concordo com o comentário de que a realidade nas Federais começou a mudar, mas, no meu profundo pessimismo, fico me perguntando se isso vai durar uma geração.

         

      2. Correr riscos que nada, faz

        Correr riscos que nada, faz medicina na USP e vai ganhar dinheiro no Sírio ou no Einstein e se tiver um tempinho protesta na Paulista contra o Mais Médicos, vestindo camisa verde amarela da CBF, e tudo bem se a PM for deslocada pra proteger o pato da FIESP.

        ha uma casta tanto na Dr, Arnaldo Qto no Largo São Francisco, cuja teta do Estado garantindo a boa vida eh absolutamente histórica. Mas eles têm licença “cívica” afinal, são  igualmente doutores, sem falar dos sobrenomes, ah, os sobrenomes…

        concordo com o comentário de que a realidade nas Federais começou a mudar, mas, no meu profundo pessimismo, fico me perguntando se isso vai durar uma geração.

         

    2. Esse quadro vem mudando

      Esse quadro vem mudando há um bom tempo, com a instituição do ENEM das cotas (raciais e de escola pública) nas universidades federais. Sei bem do que falo porque trabalho em uma. O perfil do estudante de universidade federal não é mais o do filhinho de papai que fazia cursinho pré-vestibular. Claro que ainda  existem bolsões de classe média alta, como no curso de medicina etc.  Mas o acesso foi bem democratizado, de modo geral.

      1. Só que o filhinho de papai

        Só que o filhinho de papai parou de estudar. Por falta de opção tinha que estudar para passar no vestibular. Hoje basta fazer uma prova qualquer, muitas vezes nem isso, e passam a frequentar – sem estudar – um curso superior. Até mesmo os tradicionais como medicina, engenharia, etc. Com o diploma do curso jabuti o papai ou o amigo do papai arranja uma função comissionada – sem fazer qualquer concurso e segue a vida sem trabalhar. Basta apenas que dê retorno para aquele que o indicou/nomeou. Simples assim. E muitas vezes com maiores poderes do que qualquer juizinho ou procurador. Ha milhares desse no serviço público 

      2. Adma, resumindo o que escrevi

        Adma, resumindo o que escrevi antes. “A mudança desse quadro” nas federais não se deve ao ENEM ou cotas. Deve-se simplesmente ao fato de que os filhos de classe média alta ou mesmo média média não precisam mais das federais para obter um diploma. Eles conseguem esse diploma de qualquer curso/área  – sem estudar – em módicas prestações mensais. E aí o rapagão/topeira está apto a exercer cargo comissionado  de confiança/mando no serviço público sem fazer qq concurso.

      3. Só que o filhinho de papai

        Só que o filhinho de papai parou de estudar. Por falta de opção tinha que estudar para passar no vestibular. Hoje basta fazer uma prova qualquer, muitas vezes nem isso, e passam a frequentar – sem estudar – um curso superior. Até mesmo os tradicionais como medicina, engenharia, etc. Com o diploma do curso jabuti o papai ou o amigo do papai arranja uma função comissionada – sem fazer qualquer concurso e segue a vida sem trabalhar. Basta apenas que dê retorno para aquele que o indicou/nomeou. Simples assim. E muitas vezes com maiores poderes do que qualquer juizinho ou procurador. Ha milhares desse no serviço público 

  34. Concurseiros

    Ô Nassif,

    Você esqueceu o pessoal da Receita Federal e das Recetas Estaduais, que são fundamentais na arrecadação das receitas públicas, e são todos concursados, mas por dever de ofício não fazem “piguização”.

    Fresten

    1. Por sinal
      O inicial de um auditor federal é 15 mil e o final 22 mil. Isso não é remuneração de “autoridade” em lugar nenhum. E os penduricalhos são exatamente os mesmos do restante do executivo federal (auxílio coxinha, etc). Quem ganha muito (e trabalha pouco) na área federal são os juízes e procuradores.

        1. 15 mil realmente não é

          15 mil realmente não é salário de autoridade . 

          Juiz ganha muito mais .

          Qualquer engenheiro , médico , dentista  ganha isso sem ter o esforço de ter estudado para um concurso público .

          A responsabilidade de que ocupa um cargo público e infinitamente maior que de qualquer emprego particular.

          A relação poder X salário deve ser respeitada ou a corrupição acaba vencendo .

          Aposentadoria integral com descontos integrais , diga-se a verdade , mas para os novos já não é mais assim.

           

          Sem FGTS !!! 

          Sem participação nos lucros !!!

           

          Quanto deve ganhar quem da despachos sobre dívidas de 1 milhão de reais ???

          Realmente gostaria de saber o que são “outros fatores que geram um custo ao estado enorme . “

          Eu desconheço tais vantagens .

           Quanto o particular paga a um empregado altamente qualificado ???

          Ninguém sabe pois vem em forma de prêmios como carrões de luxo ,apartamentos e pagamentos de cartões de crédito.

           

    2. Esqueceu também dos

      Esqueceu também dos professores estaduais que são funcionário públicos concursados e vivem a pão e água. Esquecimento seletivo?

      1. Pensei nisso

        Pensei nisso também.

        Responsável pela educação formal de milhões de crianças e adolescentes, o professorado de estados e municípios está sempre na pior, nunca é lembrado a não ser nos discursos vazios e hipócritas sobre “valorização do ensino”…

  35. Os MP’s sofrem com esse
    Os MP’s sofrem com esse modelo. Mas o poder judiciário sofre muito. Juízes novos vão julgar causas sem terem a menor experiência de vida, bom senso ou sensibilidade sobre o assunto.

  36. A especialização do índio

    Vivemos a onda dos metrados e dos doutorados. E não é só no funcionalismo público. Para evitar a instabilidade empresarial das empresas, causada justamente pela falta de decisões apropriadas por parte de sócios, muitos são os que procuram se defender acumulando títulos.

    Uma análise mais prática e menos teórica traz como resultado que, em um cenário medíocre e corrompido como é o cenário empresarial brasileiro pouca ou nenhuma seria a necessidade de indivíduos com tanta graduação. Embora as empresas possam se envaidecer por tais contratações, elas não possuem missão à altura de uma preparação como esta. Nem missão e nem ambiente.

    Embora os empresários adorem jactar-se em possuir um ‘x’ número de PhDs em seu quadro funcional, não atentam que os mesmos são colocados a trabalhar em bancadas, não possuem sequer um cubículo, o que se dirá de uma sala. Trabalham quase como operadores de telemarketing. Como é possível tratar-se de intrincados problemas estratégicos de uma empresa cercado pela ‘peãozada’, que tudo ouve e tudo comenta?

    Ah! Mas temos as salas de reunião, com ar condicionado que nunca é ligado por motivo de economia de energia. Lá, eventualmente (quando há visitas) são servidos cafezinhos, coados em coadores de papel e servidos em copinhos de plástico. Poderá existir também um vidro sobre a mesa, repleto de balinhas baratas, que só os visitantes conseguem acessar sem que o sócio já olhe com cara de poucos amigos.

    Normalmente há o famosíssimo telefone em forma de triângulo no centro da mesa. Teóricamente, deveria captar o som ambiente em 360 graus e serviria para conferências. Doce ilusão. Mesmo ‘de marca’, são fabricados na China, e quando se trata de qualidade de áudio em comunicações os chineses não se preocupam muito com a qualidade, inclusive aparelhos de telefonia celular. Os telefones nunca estiveram tão ruins, em termos de audio, como agora. Mas são baratos, é o que importa, e tem design que sugere tecnologia avançada. Mas possuem tal tecnologia? Nã-nã-ni-na-não. São um porcaria que te obriga a gritar as frases para que o interlocutor ouça. Consequentemente, lá se vai a confidencialidade da reunião. Paredes finas e vagabundas deixam vazar todo o conteúdo que estiver sendo tratado. E pouco importa que se esteja falando em ingles porque agora quem não possui ingles, e avançado, não trabalha mais em escritório. Mais uma exigência dos empresários, faxineiros poliglotas.

    O mesmo se dá com as telonas de video conferência. Além de saber o que está sendo dito, o bisbilhoteiro sabe também com quem. Mas, no fundo, isto não representa um sério problema, já que os assuntos tratados com o PhD serão absolutamente medíocres. Se discutirá sobre o Tesouro Direto, sobre as vantagens de se fazer hedge para remessas de U$1000, sobre estouros de orçamento que ninguem respeita, sobre possíveis financiamentos Refis ou BNDES, enfim, assuntinhos triviais que jamais estariam ao nível de um PhD.

    É claro, saem algumas bobagens risíveis sobre política e economia, mas a contabilidade que é bom, está meses atrasada. E há planos, estes feitos em salas mais herméticas, sobre ideias para praticar a evasão fiscal.

    E o empresário se sente seguro. Envaidecido pois está cercado de seus ‘pets’ diplomados, aptos para cuidar de seus probleminhas básicos com a destreza de ninjas super treinados.

    Este país é uma piada, de mau gosto.

  37. Estabilidade

    Existe uma distorção imensa no funcionalismo público, que não existe em países com histórias de sucesso, é a estabilidade no emprego.

    Quando damos estabilidade no emprego, criamos uma forma de poder infinito ao servidor público. Se além disto, ele tiver poder de Estado e salários gigantescos corremos o risco de criar uma tiranocracia.

    Funcionários públicos, nos EUA não tem estababilidade no emprego. Em grandes empresas todos os funcionários vivem sem estabilidade, mas a diretoria é a que tem a menor estabilidade. Em bancos por exemplo, todos os funcionários são contratados com carteira de trabalho, mas a diretoria não é. A diretoria é contratada por um contrato temporário de serviço, geralmente um ano. Fazem isto, para não manter por muito tempo no poder uma pessoa, não empoderar demais um único homem dentro da corporação.

    Na década de 90 tentaram cortar a estabilidade do servidor público, mas o PT barrou na camara. Não satisfeito embarrar, deu poderes quase que infinitos ao alto funcionalismo judiciário, após ganhar as eleições em 2002, e criar a lista tríplice.

    Quando alguém ganha mais de 10 mil reais por mês, as chances de se considerar elite, e tomar decisões como elite são imensas. Poucos resistem ao poder, sem se identificarem com o poder.

    Sou favorável, não à retirada total da estabilidade do servidor, mas de uma limitação, um contrato de trabalho com estabilidade temporária. . País algum de bom senso daria cargo vitalicio. Que fosse uma estabilidade ao concurseiro de alguns anos apenas. cinco anos para funcionários de baixo escalão e no máximo um ano para funcionários de alto escalão, inclusive judiciário. Depois disto, ficaria a disposição do chefe de departamento, decidir se renova o contrato do servidor por mais um ano ou não. Em caso de não renovar, o funcionário precisaria fazer novo concurso. Isto cortaria a arrogância do setor, e deixaria o país livre para servir ao povo, e não aos servidores.

    E acrescentaria mais alguns itens à lei. O concursado que fosse espulso ou exonerado por justa causa, ficaria proibido de prestar qualquer concurso público por um período de dez anos. O concursado deveria não só prestar concurso, mas ser aprovado pelo seu chefe, após uma entrevista, e mesmo assim, deveria ter um período de alguns meses de experiência no qual poderia ser demitido.

    Aposentadorias, deveriam ser equiparadas ao setor privado. E o principal, o procurador geral da república voltaria a ser nomeado nos moldes da década de 90, como era Geraldo Brindeiro, sem isto, temos um poder autônomo, e o governo vira refém, sem poder governar de fato.

     

     

    1. Acho que o NAssif assinaria

      Acho que o NAssif assinaria embaixo desse comentário. PArece que aderiu ao neoliberalismo. Daqui a pouco tá aderindo ao governo TEmer.

      1. Nassif aderiu ao bom senso

        Não se trata de neoliberalismo; se trata de cortar asas de cobras. Se trata de governabilidade.

        Nenhum cargo de poder deveria ser vitalício, e os cargos do judiciário, que tem mais poder do que o Legislativo e o Executivo são vitalícios.

        Ou o governo acaba com o empoderamento dos altos  funcionários públicos do judiciário, ou eles acabam com o PIB do Brasil. Não é pelo lucro, é pelo Brasil. Na hora de entregar a Petrobrás para a justiça americana, via “colaboração”, não houve uma pessoa que descobrisse um antidoto para impedir isto. Na hora em que um juiz de primeira estância destruiu as 25 maiores empreiteiras do país, destruiu 2 milhões de empregos e derrubou 5 % do PIB, nenhum defensor da estabilidade do funcionário público soube como impedir isto. Eu sei: corta a estabilidade de todo o alto escalão do funcionarismo público que resolve. Funcionário público está no cargo para obedecer o Presidente, e não para mandar no país e fazer o que quiser. Tem de ter poder quem teve voto, e não quem foi concursado.

        Ou então que façam eleições para todos os cargos do alto funcionalismo público, e mesmo assim, não teriam vitaliciedade do cargo.

        Eu assino em baixo dos artigos do Nassif, são excelentes.

  38. Concordo com os comentaristas
    Concordo com os comentaristas que recomendam cuidado nas generalizações.

    O problema, a doença, está no Poder Judiciário, que não tem freios nem controle externo.

    Outro absurdo é o caso de Joaquim Barbosa. Em que país desenvolvido um procurador se torna juiz da Suprema Corte sem nunca ter julgado nada na vida?

  39. Conheço o serviço público, e as causas são outras

    Se há uma característica que aprecio nas análises do Nassif é seu esforço visível em ir além da superficialidade dos fatos e buscar suas raízes, sejam elas psicológicas, históricas ou, como no presente caso, estruturais.

    Porém, desta vez, ao tentar caracterizar as mudanças no serviço público nas últimas décadas para ali identificar fatores explicativos dos exageros da Lava-Jato, ele incorreu em simplificação e unilateralidade.

    Sou auditor-fiscal federal desde 2003. Recebi algumas turmas de novos servidores na repartição. Nos últimos dez anos observei uma mudança no perfil dos ingressantes. Cada vez mais jovens e menos experientes. Contudo, esse fator por si só não me permitiu concluir por um menor nível de compromisso e uma maior incidência de arrogância. Realmente não foi o que constatei.

    Essas características negativas não são privilégio de jovens inexperientes. Vícios no serviço público sempre houve. Entre os servidores antigos também há os que são excessivamente ciosos de suas prerrogativas.

    Lembram-se de Ari Pargendler, o ministro do STJ que protagonizou aquela cena com um estagiário? Pois bem, na época dos fatos, o ministro tinha mais de sessenta anos de idade.

    Na Receita Federal, os membros da força-tarefa da Lava-Jato são altamente engajados. Trabalham com afinco e seriedade. Participam jovens e veteranos, sem distinção. E não há nada de militância política nesse trabalho. Os integrantes estão convictos de estar prestando um serviço ao país. Se outras pessoas estão tentando se valer desse trabalho para fins políticos, isso não tem rigorosamente nada a ver com a força-tarefa da Receita.

    Se a Lava-Jato tem erros e exageros, é preciso separar esses erros dos méritos e propósitos da operação em si.

    Não sei se, entre juízes e promotores, há vícios específicos derivados do ingresso de jovens na carreira. Pode ser; mas, pessoalmente, dou pouco crédito a essa tese. Sempre houve jovens de pouco mais de vinte anos ingressando nessas carreiras. E aí, de duas uma. Ou os jovens de antes cometiam os mesmos erros de agora, coisa que o artigo desconsidera, ou então os jovens de agora cometem erros que os de antes não cometiam, e aí a raiz do problema deve ser buscada nas características desta geração de jovens, e não nas mudanças estruturais do serviço público.

    Ok, há ainda outro fator, que é, sim, de natureza estrutural: a expansão numérica de cartas carreiras jurídicas. Por exemplo, a Procuradoria da Fazenda Nacional expandiu consideravelmente seus quadros nos últimos quinze anos. Agora, cá para nós, isso em si é mau? Não, não é. Pode tornar-se um problema na medida em que há um predomínio de jovens maior do que em carreiras mais antigas. Mas esse é um fenômeno estatístico próprio das atividades novas e, portanto, inevitável. Por outro lado, é transitório.

    Pode haver ajustes a fazer, seja no nível de responsabilidade atribuído aos ingressantes, seja nos requisitos de ingresso em termos de idade ou experiência pregressa; sem dúvida. Mas essas mudanças não terão um efeito decisivo.

    A rebelião do serviço público contra o establishment político é apenas uma face de um fenômeno mais amplo, que nem é novo. A classe média sempre desconfiou da classe política. Porém, sempre havia uma barreira entre ambas, que deixava os políticos impermeáveis a esse descontentamento. O que é que mudou, então? Várias coisas. Uma delas é que, com a expansão das carreiras de fiscalização e controle, promovida sobretudo pelo governo Lula, a classe média, por meio de representantes seus bem preparados, ingressou nessas carreiras e conseguiu obter poder real nisso que enxerga como uma luta contra a corrupção dos políticos. É natural que, nessa luta, ocorram excessos. Uns usam de subterúgios para tentar se safar; outros passam do ponto em sua sede de justiça.

    Agora mesmo estamos assistindo a um embate entre a classe política e setores do funcionalismo participantes da Lava-Jato. Estes acusam aqueles de estarem segurando reajustes salariais que já foram acordados vários meses atrás. A negociação foi concluída e assinada há um bom tempo, mas, sem justificativa plausível, os projetos de lei não são encaminhados ao Congresso, ou são retirados da pauta de votação, enquanto que outros acordos vêm sendo honrados sem problema algum. Fantasia? Realidade? Que cada um examine os argumentos de parte a parte e tire sua conclusão.

    1. É piada?

      “E não há nada de militância política nesse trabalho. Os integrantes estão convictos de estar prestando um serviço ao país. Se outras pessoas estão tentando se valer desse trabalho para fins políticos, isso não tem rigorosamente nada a ver com a força-tarefa da Receita! Não há militancia política, então eles devem ter nascidos em ninhos tucanos. E assim, naturalmente, só se reconhecem como aquela ave que adora chutar os ovos das outras espécies e ocupar o ninho destas. E são zelosos defensores da própria espécie. Já viu um tucano ser preso alem do zoológico? 

      1. Raciocínio binário

        É a tal história. Se a Lava-Jato tem distorções e manipulação política, então nada nela presta e todos os que nela trabalham estão colaborando com o golpe. Se fosse simples assim…

    2. Também achei um tanto

      Também achei um tanto simplista a análise do Nassif.

      A sua me parece mais consistente – muito embora ainda pense que o tema é por demais complexo e que, portanto, uma análise mais completa demande um esforço que inclui mais dados e instrumentos adequados de interpretação.

      Destaco um ponto de seu texto para fazer uma comparção à luz da histórica:

      “A rebelião do serviço público contra o establishment político é apenas uma face de um fenômeno mais amplo, que nem é novo. A classe média sempre desconfiou da classe política. Porém, sempre havia uma barreira entre ambas, que deixava os políticos impermeáveis a esse descontentamento”.

      Chamo a atenção para o fato de que, no final da Primeira República, essa desconfiança que você faz referência movia um outro setor do serviço público que era composto de gente oriunda da classe média – os oficiais do Exército que passaram para a história como “os tenentes” e seu movimento, o tenentismo.

      Assim como os tenentes do passado, grupos de procuradores e juízes, entre outras carreiras, tomam para si a tarefa de “fazer uma revolução saneadora”. Uma revolução bem do estilo da classe média da qual são oriundos. Uma revolução que, por outro lado, como a dos tenentes, é miope. Enxerga, sem dúvida, um problema real, que está próximo deles – a promiscuidade nos negócios envolvendo o Estado, notadamente a atuação dos políticos. Contudo, por dar as costas para o Brasil real, não enxerga o desastre social que é muito mais complexo. Problema que, sem dúvida, possui relação com o que eles estão combatendo, mas que vai muito além do eles conhecem,

      1. A ilusão da tecnocracia

        Perfeita a sua análise.

        A ilusão de que os sábios, ilustrados, iluminados e especialistas, impolutos e não contaminados pelos vícios da política é persistente no imaginário da nossa sociedade.

        Nossa classe média sempre esteve inclinada a pensar assim, e isso vem, pelo menos, desde a formação das novas elites que se destacaram das velhas oligarquias rurais desde o período final da monarquia, muitas das quais adotaram o ideário positivista.

        Por isso, não somente o tenentismo, como também projetos que viraram realidade, como o castilhismo gaúcho, o Estado Novo e mesmo a ditadura militar e o gerencialismo peessedebista dos anos 90 tiveram tamanha receptividade.

        O Nassif pode não ter acertado inteiramente neste artigo específico, mas no essencial, que consiste em advertir para o perigo que estas tendências tecnoburocráticas encerram para a democracia, ele está absolutamente correto.

    3. Engraçado q essa luta contra

      Engraçado q essa luta contra a corrupção dos políticos nunca é contra os políticos blindados pela mídia corporativa (tucanos principalmente). Esses funcionários públicos q nada sabem de ciência política, têm conhcimento zero sobre a história de seu país, além de serem analfabetos em macroeconomia, economia política e história da economia d o Brasil (não conhecem o comportamento de nossos agentes econômico) apenas seguem a agenda de Veja, Estadão, Folha de SP, CBN, etc. É daí q tiram a informação q possuem. São indolentes como quase toda a nossa classe média. Só estudam mesmo para passar em exames e ter bons salários, depois se acomodam. Lembra aqueles infelizes q confundiram Hegel e Engels? É isso. Nunca estudaram filosofia na vida. De ciências humanas, não sabem absolutamente nada. Eles querem é ganhar bem, só isso. São pessoas medíocres, e como tais vivem a lamber o próprio umbigo.

      1. Generalização

        Companheiro: você é evidentemente progressista; mas as generalizações que faz não combinam muito bem com sua posição política. Está sendo injusto.

  40. O problema está na gestão
    O problema está na gestão destes concurseiros,ao invés de
    estudos no exterior,dêem-lhes cursos de cidadania,mandem eles
    conhecer o seu povo,Lula nos salvou da crise de 2008 no mundo
    só com a sua política de valorização do salário mínimo,o povo
    ficou com mais dinheiro no bolso e acabou circulando muito
    dinheiro na economia,gerando empregos,SIMPLES ASSIM!!

  41. Sou servidor púbiico. Digo

    Sou servidor púbiico. Digo claramente que a forma atual de preencher os quadros é uma vergonha, um descalabro e um descaso total com o dinheiro público e a sociedade. AS provas de concursos simplesmente não cumprem o papel de selecionar os mais aptos para o cargo pretendido. Há uma ênfase para disciplinas da área jurídica, mesmo quando existe pouca afinidade desta com o órgão, enquanto pouquíssimos concursos abordam assuntos de sociologia, políticas públicas, história e psicologia. Resultado: seleciona-se “otoridades” cheias de seus saberes jurídicos, mas completamente ineptas para lidar com demandas gerencias e principalmente com os dramas  pessoais e sociais dos usuários dos serviços públicos. Talvez os poucos concursos que bem selecionam seu pessoal são o do banco do brasl e da cef. Não tenho certeza se ainda é asism, mas creio que  lá o sujeito presta concurso uma única vez para o cargo mais baixo na hierarquia. Depois ele vai fazendo concursos internos para subir de cargo. Com isso, o profissional acumula experiência e se identifica com a organização. Deveria ser assim para todos os órgãos públicos, com umas poucas excessões. Por exemplo: quer ser delegado de polícia? Faz concurso pra inverstigador da pc, fica lá uns dez anos sendo avaliado e depois presta concurso interno pra curso de formação pra delegado. 

    1. Uma discussão divertida essa…

       

      “Por exemplo: quer ser delegado de polícia? Faz concurso pra inverstigador da pc, fica lá uns dez anos sendo avaliado e depois presta concurso interno pra curso de formação pra delegado.”

       

      Allex, isso que você falou aí em cima é uma das discussões mais divertidas que existem, você conhece algum delegado de polícia, seja da Federal ou da Civil?.

      Se sim, tente jogar esta conversa para ele e veja como ele responde isso, mas não no início da conversa, deixe para o final, comece adulando a profissão de polícia, etc, etc, aí fale sobre o FBI, de como a PF (ou PC) poderia ser uma referencia igual aos agentes do Tio Sam (ou da polícia de Nova York no caso local/estadual). Voce vai ouvir os mesmo “discurso prontos” de como “queremos ser uma referencia igual ao FBI, ou a outras polícia européias” etc e tal.

      Aí, quando o sujeito estiver de peito estufado, orgulhoso por estar abafando, você entra com a discussão da carreira dos agentes do FBI, e pergunta para ele por que lá existe um plano de carreira onde o sujetio entra como agente de “Mesa”, independente de exigência de área de formação (casta dos Bacharéis em Direito) e aqui o sujeito com 24-25 anos de idade entra já mandando em agentes com o dobro de sua idade, com 20 anos de experiencia em investigação, tendo “faro” investigativo adquirido durante anos atuando em campo, etc e tal, fazendo também o papel de “professor” de curso intensivo para o “Otoridade” aprender como é uma investiação de verdade no mundo real, um pouco diferente daquela ensinada em 6 meses de “academia”.

      Para você ter uma idéia, acho que praticamente todas as diretorias da PF são ocupadas por Bacharéis em Direito, inclusive as técnicas, onde um curso de especialização de 360-420h, em qualquer faculdade, já qualificam (?) o sujeito para a função, ao invés dos 5-6 anos do sujeito que fez um curso superior completo na área.

      Mas tudo bem, isso faz parte de Pindorama e não vai mudar mesmo, então a gente “zoa” um pouquinho, afinal ria um pouco, faz bem!!!

  42. Nassif extrapola na sua

    Nassif extrapola na sua generalização. E erra contextos. 

    A situação exposta tem completa relação com as alterações impostas aos trabalhadores do serviço público federal por Bresser Pereira e seus continuadores, incluindo os que ocuparam estes cargos nos governos petistas. A criação das chamadas “carreiras de estado” e a quebra da isonomia entre funções (prevista na CF88 e no RJU e retirados pela Reforma Administrativa bressiana) deu origem a uma elite do serviço público federal, formada pelos procuradores de todos os tipos (mas principalmente pelos procuradores da república), pelos juízes federais, pelos auditores, pelo BC, diplomatas, pela PF e, agora, pela AGU. O número total dos trabalhadores do serviço público federal nessa condição não deve chegar a 10% do total de trabalhadores do SPF. 

    Ao contrário do exposto, tanto o governo FHC, quanto Lula e Dilma, tudo fizeram para aumentar a distância entre essa casta e as demais carreiras. Hoje, o topo de carreira para um professor das universidades federais (professor titular doutor) é menor que o inicial de auditor federal ou de procurador da república. No caso da AGU, os procuradores ganharam a possibilidade, através do acordo firmado em janeiro ainda com Adams como AGU, de receber sucumbência em processos em que atuam. A fragmentação de poder que a luta política nos conduziu (principal vetor da guerra híbrida, sem dúvida) possibilitou a criação de auxílios moradias, educação, saúde, terno, etc, para juízes e promotores, ou seja, a exarcebação do corporativismo. No caso destes, é bom lembrar, este é também um efeito da LRF, que possibilitou a efetiva autonomia financeira tanto do judiciário quanto do ministério público. 

    Não são os concursos a fonte de problemas. A desestruturação do estado nacional sim é a fonte. A inexistência de concursos durante os anos FHC, a diminuição do número de trabalhadore efetivos (e o aumento da terceirização)  gerou uma situação de caos em muitas áreas (como a PF e a Receita) que só começaram a se solucionar no governo Lula. 

    A solução, na minha opinião, passa por re-estruturar o Estado Nacional, com a criação de carreiras de longo prazo. Com a permissão de concursos internos para ascenção. Com a criação de um calendário de concursos, com a garantia de reposição das vagas geradas durante um certo período (por exemplo, um ano). Com a criação de um estágio probatório efetivo, no qual se impeça o trabalhador de ascender a posições de chefia, no qual se exija que cumpra cursos de formação voltados para a compreensão do que é o serviço público brasileiro. O fortalecimento da ENASP e sua melhor locução com os próprios servidores ajudaria fortemente. A exigência no cumprimento de dedicação exclusiva ao serviço público ajudaria bastante a evitar o trânsito público-privado hoje existente. E, por fim, o entendimento que o trabalhador do serviço público é um trabalhador como outro qualquer, tanto da parte dos governos, quanto dos próprios trabalhadores. E não um conjunto de fidalgos.  Isso implica em relação respeitosa, não desqualificadora, com as entidades representativas destes trabalhadores, tanto da parte dos governos, quanto da mídia, por exemplo. 

  43. SUF

    Nassif muito bom seu comentário…concurseiros jovens de mais não tem sensibilidade social para assumir cargo público de alto escalão…eu chamo de Sindrome da Universidade  Frívola…mulecada que sai de uma boa faculdade e logo adentra num cargo público só por estatos e estabilidade leem Cantanhêde e Gaspari e pensam que ‘explodir a casa para matar o rato’ ta certo, é o caso da famigerada Lava Jato que implodiu varias grandes empresas e outras milhares de microempresas…até o Estadão reconheceu que essa operação ja desempregou mais de 1 mi de trabalhadores (numero provavelmente 5 vezes maior) e nenhum delator ficou pobre…a mosca azul da vaidade picou esses jovens defensores da super legalidade. Quem criou esses muleques vaidosos foi o próprio governo estabelecendo como critério único o copy coly na aprovação a um cargo …quem gravar mais conteúdo ganha um ingresso para equipe Lava Brasil. Concurso deve ter idade mínima de 30 anos fase em que alguma dificuldade de vida traz o mínimo de amadurecimento…e o conteúdo bibliográfico voltado para  aplicabilidade em se preocupar com as consequencias se as medidas tomadas vão impactar o cidadão de bem, principalmente, a médio e longo prazo…coisa que um bando de jovens materialistas em que o ideal de vida é olha para si próprio vão demorar para entender.

  44. Da inviolabilidade dos concursos públicos.

    Acredito que os melhores venham das melhores universidades. Não que essas universidades os tornem melhores, eles que as tornam melhores. É só comparar o nível de um médico formado na FMUSP e um outro formado por uma faculdade particular. Idem um engenheiro formado por uma fábrica de diplomas e um outro formado na Poli. Isso, no estado de São Paulo, nos outros estados, o padrão se mantém, federais x faculdades particulares, com aquelas honrosas exceções.

    O juiz Moro, por exemplo, foi aprovado num concurso disputadíssimo para juiz federal. Ele, oriundo da Universidade Estadual de Maringá, então era melhor do que os formados na Universidade Federal do Paraná ou na USP? Duvido. Se ele fosse tão bom, teria entrado em uma delas. Não entrou porque não teve competência, dinheiro para isso havia. Seu pai, fundador do PSDB de Maringá, tinha recursos de sobra para isso. Então, qual é o ponto? Não são os três anos de dedicação integral para concursos. Isso, a maioria dos filhos da classe média que estudam na Faculdade de Direito da USP (popularmente conhecida como “Faculdade do Largo São Francisco”) pode fazer. O que me assusta, Nassif, são as notícias que ouço de gente suspeita e insuspeita sobre concursos para juízes, procuradores, delegados federais, auditores fiscais etc.

    De gente insuspeita ouvi a seguinte história: concurso  para juiz no DF. Excepcionalmente, o presidente de uma das salas não era juiz de direito, era um funcionário comum da justiça. Na coleta das assinaturas dos candidatos, a mulher encarregada de tal mister perguntou para uma das candidatas se ela era parente da desembargadora fulana de tal, por causa do sobrenome.  A candidata confessou que era filha. Até aí, tudo bem. A certa altura da prova, ela pediu para ir ao banheiro. Foi, sem ninguém acompanhá-la. Isso foi na época em que os celulares já enviavam e recebiam mensagens de texto. Não sei se a tal filha de desembargadora foi aprovada. No meu vestibular na USP, tive graves problemas intestinais na prova de Matemática do antigo MAPOFEI (um nome que assustava todos os vestibulandos para Exatas). Nas quatro horas de prova, fui umas três vezes ao banheiro. Em todas, fui acompanhado por um fiscal que examinava as “casinhas” para ver se não havia irreguladades, fórmulas nas portas, papéis escritos, etc. Hoje, quando ouço essas coisas, acho estranho, muito estranho. Não confio nessa nova classe de funcionários públicos porque não confio nos exames que os aprovaram.

    1. A suspeita que vc levanta

      A suspeita que vc levanta aqui é bastante leviana.

      Se você for ver a quantidade de juízes e procuradores federais oriundos de faculdades menos reconhecidas, é bastante significativa. A razão disso não é, como você supõe, fraude nos concursos. O que faz a USP ser melhor que a Uni XYZ é que na Uni XYZ você não encontrará cadeiras de “direito romano” ou “direito medieval” sendo dadas por doutores reconhecidos internacionalmente na área; você não terá cursos de direito civil, penal, administrativo e constitucional sendo dados pelos maiores juristas do país, e por aí vai. O diferencial de uma USP é que, se você quiser ter uma formação intelectual aprofundada em qualquer ramo do Direito, você encontrará os meios. Se quiser ser um advogado top, idem. Se quiser passar em concurso pra juiz, idem.

      Mas existem centenas de faculdades de direito espalhadas pelo país cuja singela pretensão é tão somente formar indivíduos com condições de passar na OAB e em concursos jurídicos de ponta, mas não para formar grandes juristas ou intelectuais. 

      E, de passagem, vale lembrar que o Brasil é o país que tem mais faculdades de direito do mundo. E não é apenas isso: é o país que tem mais faculdades de direito que de todos os países do mundo somados! Ou seja: há de tudo neste universo.

      http://www.oab.org.br/noticia/20734/brasil-sozinho-tem-mais-faculdades-de-direito-que-todos-ospaises

      Outro motivo é que, nas faculdades do nível Largo São Francisco, se você sondar os alunos, descobrirá que a maior parte não quer ser juiz ou promotor – quer ser advogado mesmo, porque advogado top ganha MUITO mais que juízes e promotores, e a qualidade da formação que lá se recebe, os contatos que se têm e as portas que se abrem os habilita a serem grandes advogados. Para muitos, querer ser juiz ou promotor é segunda opção.

       

  45. Ingresso na UF

    Ó curso de Direito da UFSM é considerado o que melhor prepara seus alunos para alcançar o cargo de juiz. Ao menos era até uns 05 anos atrás. Pois bem, na cidade funcionam alguns cursos preparatórios para o vestibular exclusivos para a área jurídica, cuja mensalidade por volta de 2010 já estava em torno de R$ 6.000,00. São tão bons que aprovam na UFSM quase 100% de seus alunos. Esses cursinhos são muito disputados, com estudantes oriundos de todos os estados.

     

  46. Problema geracional, de (in)formação e educação

    Alguns aspectos mais abrangentes faltam:

     

    1 – Problema geracional.

    Como já escrito nesses comentário, o problema não são os jovens apenas no serviço público, mas a geração de jovens no sentido geral. Há, no grupo que necessariamente mais presta e passa em concurso público (clase média, média alta), a assimilação de um conjunto de noções que virou mantra, sem qualquer reflexão ou conhecimento aprofundado: o viés antipolítico (e qualquer das suas ações, movimento, grupos, etc), a idéia da existência de uma meritocracia (sem problematizar todas as desigualdades do pais), a noção tosca de economia liberal como panaceia  promotora da transparência e eficiência, e, junto de tudo isso, a valorização sobretudo de valores individuais (“mérito”, “minha carreira”) em contraposição aos valores coletivos (o público, a república, a democracia), nada muito diferente de uma sociedade, em geral, pouquísimo politizada e cidadã. Esses tipos de discursos geralmetne são assimilados nas suas versões mais toscas, distorcidas e sem reflexão alguma (oriunda de memes, colunistas e página panfletárias), o que nos leva ao segundo ponto.

     

    2 – Bom preparo ? Será ?

    Quem passa em um concurso de alto nível, com alta concorrência, para cargos cujos salários são muito bons, necessariamente terá que estudar e assimilar muito bem o conteúdo de 10 ou mais matérias, terá que ter um aproveitamento acima dos 80%, e em muitos casos, será avaliado em provas objetivas e discursivas. Pois bem, será que isso garante um servidor “bem preparado” ? bem preparado para o que ? Quais os conhecimentos avaliados ?  A idéia de que alguém com graduação (curso “superior”) seja bem preparado deve ser relativizada quando percebemos quantos cursos desse tipo são praticamente a aplicação de uma cartilha, e outros, quando bons, se direcionam especificamente a apreensão de um conhecimento técnico, direcionado, desligado de outros aspectos da realidade. Formam-se pessoas com senso crítico, com visão sistêmica da realidade política, econômica e social ?  Materiais de concursos são também totalmente direcionados, esquematizados, mastigados para uma aprovação em concurso e não por uma reflexão crítica: estuda-se o que é consolidado, não há debates, reflexão, aprende-se técnicas, mas não são conectadas com os aspectos da realidde política, social e do serviço publico.  Há grandes bitolados que sabem/decoram toda uma Constituição ou conhecimento de administração, mas repetem o discurso midiático de criminalização de movimentos sociais, de apologia a um estado minúsculo (embora queiram a valorização do serviço público e da própria carreira), a criminalização das ações de certos partidos e políticos e o desconhecimento com aversão de uma série de políticas públicas (até da idéia de política pública). 

     

    3 – O que falta ?

    Conhecimento de humanas. A formação educacional no Brasil (e mesmo nos “bons” colégios) ainda é muito deficitária em formar cidadãos com senso crítico, reflexivos e capazes de fazerem uma leitura aprofundada da realidade em que vivem, de conhecerem as instituições e processos do estado em que vivem,. Sem essa formação, que não melhora em 98% dos cursos “superiores”, como formar cidadãos, e, após, servidores públicos ? Formam-se bitolados, técnicos, aplicadores de conceitos e noções, mas que não ligam lé com cré. Será possível formar um cidadão  consciente sem ter noções de economia, direito,além de sociologia, ciência poitica, filosofia, geografia,  história do brasil, já no ensino médio ? Para que isso não dependa do curso de graduação, mas seja uma formação geral para todos os cidadãos. Será que é possível que o perfil de concursados seja bom, sem que tenham um conhecimento mais aprofundado da realidade economica, social e política brasileira (incluindo dados de desigualdade, de renda, demografia, raciais, economicos) de sua formação histórica, do conhecimento da fundamentação das políticas públicas, etc ? Selecionam-se cidadãos ? Eu penso que, em sua maioria não, e quando sim, por mero acaso, e não pelo processo seletivo ou pelo perfil solicitado no concurso. 

  47. “Salário” de servidor público!

    É mais ou menos igual à discussão da piadinha sem graça:

    “Homem e mulher discutindo sobre dinheiro.
    Mulher: Você bebe?
    Homem: Sim.
    Mulher: Quanto por dia?
    Homem: 3 uísques.
    Mulher: Quanto paga por uísque?
    Homem: R$ 10.
    Mulher: Há quanto tempo você bebe?
    Homem: 20 anos.
    Mulher: Cada uísque custa R$ 10 e você bebe 3 por dia, R$ 900 por mês e R$ 10.800 por ano, certo?
    Homem: Correto.
    Mulher: Se em um ano você gasta R$ 10.800, sem contar a inflação em
    20 anos gastou R$ 216.000. Correto?
    Homem: Correto.
    Mulher: Você sabia que com esse dinheiro aplicado e corrigido com juros compostos durante 20 anos você poderia comprar uma Ferrari?
    Homem: Você bebe?
    Mulher: Não.
    Homem: Então cadê a sua Ferrari???”

     

     

  48. Quanta besteira!

    A coisa tá feia. Agora até o NAssif resolveu que “Os funcionários públicos” são o problema do Brasil, fazendo coro com o PSDB, o MBL e os ministros do Temer. Se quer atacar a justiça ataque diretamente, o funcionalismo público não se resume ao MP e aos juizes.Esse tipo de generalizaçao é o que se ve na imprensa suja.  A quantidade de besteiras escritas nesse post são incontáveis, A primeira delas aparece logo no começo: o seu querido governo do PT ACABOU com a aposentadoria integral no funcionalismo público. Omitir isso ou é ignorancia ou ma-fé.  Outra besteira enorme com relação aos salários. O argumento de que os funcionários públicos como um todo ganham mais do que no setor privado é o argumento de quem defende o arrocho fiscal e paulada nos funcionários públicos como um tudo – o pessoal do PSDB, do MBL, os analistas ‘economicos’ das organizações Globo e o Instituto Millenium e…o governo Temer. Se o argumento se refere a justiça é completamente sem sentido, pois não existe justiça privada. Um professor universário – que é funcionário público concursado, será que a proposta é que tenhamos professores universitários sem concurso? Entrariam como, indicados pelo partido do governo de plantão? – em inicio de carreira com exigencia de doutorado, ganha muito menos que um profissional com doutorado em inicio de carreira no setor privado na maioria das áreas área que o professor ministra o curso. Isso sem falar nos médicos que ganham fortunas no setor privado e comparativamente uma miséria no setor público. Esse sinceramente é o pior post que já visse nesse blog, cai ao nivel da Folha de São Paulo e do Globo!

    1. Concordo.
      O Nassif é sempre

      Concordo.

      O Nassif é sempre de muito bom a excelente, principalmente na série Xadrez. Mas nesse artio foi extremamente infeliz.

    2. Nassif do PT?

      E tem a coragem de dizer no seu texto “quanta besteira”!

      Se enxerga Andre B?

      No conceito, Nassif não está errado.

      Essa turma de almofadinhas do qual ele fala, com poder de “otoridade” quer tomar o país nas suas mãos.

      E o reajuste que o Tinhoso concedeu para o judicário e MPF, não  é reflexo disso?

      E quanto aos professores universitário concursado, mostra a sua ignorância sobre o assunto.

      Regra geral: os concursos são com cartas marcadas, nem sempre aprovando o melhor candidato.

      E tenho muito mais condições de provar que você não sabe o que está falando.

      Então… é besteira sua, e não do Nassif.

      1. ARGUMENTO DE QUEM TEM PEIXADA MAS NÃO TEM COMPETÊNCIA.

        A regra geral é Concurso com cartas marcadas!!!

        KKKKKKK!!!

        Vc vive onde amigo?????

        Precisa estudar, aprender a ser “concurseiro” dai vc vai estar marcado nas cartas.

        Concordo que o tipo de seleção não seja o melhor, mas falar que concurso é em regra com carta marcada é a maior baboseira que ouvi nos últimos tempos.  Isso é argumento de quem não tem competência para concorrer em igualdade com os demais e fica louco para conseguir um “carguinho” por indicação. O famoso “QI” – quem indica.

        Sai dessa amigo, melhore seus argumentos, senão não perca tempo postando besteiras. .

    3. Concordo com vc!

      Servidor público é a forma mais barata de pagar trabalhador. É só fazer as contas.

      Hoje em dia praticamente todo serviço público está melhor que o serviço privado. Plano de saúde da Unimed custa 500 reais por mês. Vamos pagar metade disto no SUS que temos serviço Cubano no Brasil. Escola particular nem se fala…tá tudo igual à escola pública. Segurança é melhor nem comparar…

      O problema do serviço público é a gestão do serviço público por pessoas indicadas pelo governo.

       

  49. Nese artigo há uma distorção

    Nese artigo há uma distorção completa. Faz uma generalização do perfil de servidores públicos a partir de algumas carreiras muito específicas (procuradores, promotores, juizes, auditores).

    A quem serve esse tipo de generalizações a partir do que é a exceção?

    A crítica a essa minoria é mais que pertinente, mas a colocando no seu devido lugar.

  50. 162 servidores expulsos por corrupção em 2016

    Além dos 157 envolvidos em casos de corrupção, outros 59 foram expulsos por “abandono de cargo, inassiduidade ou acumulação ilícita de cargos”; seis por “participação em gerência ou administração de sociedade privada”; quatro por “proceder de forma desidiosa”; e 30 por “outros motivos”.

    http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/07/governo-expulsou-162-servidores-no-1-semestre-por-corrupcao-diz-cgu.html

  51. O assunto está muito bem

    O assunto está muito bem apontado pelo Nassif, que se concentrou mais no judiciário, diante dos descalabros que estamos vendo, o que é muito natural. Ainda acho que o concurso público é a melhor forma de se tentar evitar os apadrinhamentos (tentar, apenas) tão tradicionais em nossa história. O problema pode estar na carreira. Não devia hacer concurso para juiz. Poderia ser o último (ou penúltimo) degrau de uma carreira no judiciário. Afinal, não existem concursos para diretoria de hospitais ou escolas. No final do ano passado, ao perguntar a um menino de 16 anos se tinha pensado o que queria ser, respondeu: juiz. Vai se preparar, não para SER juiz, mas para OCUPAR um cargo de juiz. Vai ser “otoridade” antes dos 30. 

    Talvez a falta de desafio profissional, no caso específico do judiciário, leve a essas distorções que vemos na lava jato, o maior emblema de abuso de autoridade nos tempos atuais.

  52. Douglas Kirchner, servidor público, foi demitido?

    Página do Conselho Nacional do Ministério Público disse em  05/04/2016 que a Kirchner foi aplicada pena de demissão, mas no final da página dizia: 

    Da decisão do Plenário cabem embargos de declaração a serem interpostos pela parte interessada por escrito, no prazo de cinco dias.

    http://www.cnmp.mp.br/portal_2015/todas-as-noticias/9122-plenario-aplica-pena-de-demissao-a-procurador-da-republica?highlight=WyJkb3VnbGFzIiwia2lyY2huZXIiLCJlbWJhcmdvcyIsImVtYmFyZ29zJyIsImRvdWdsYXMga2lyY2huZXIiXQ==

    E a gente não fica sabendo (via google, pelo menos) se de fato o procurador Douglas Kirchner foi efetivamente demitido do serviço público.

  53. Concordo

    Há uma casta de servidores que foram “ungidos” pelo Concurso.Adoram ser adornados por pronomes de tratamentos como Excelências, etc. Salários ou subsídios de nababos, muitas prerrogativas, pouco trabalho em geral. Há alguns perfis que os distinguem. Há os que já nascem encostados.Capacidade intelectual altíssima e desempenho nas atribuições mediano a baixo. A semana começa na segunda à tarde, ou terça, sequer batem ponto, estão dispensados do REF – Registro Eletrõnico de Frequência. O trabalho prestado é pífio em termos de produtividade. Escoram-se nos cargos mais simples, até em contratados, estagiários, enquanto fazem gazeta. Não tem compromisso com o serviço público e sim com o subsídios e outros ganhos de casta. Outros, são ávidos por promoção pessoal e usam o cargo como trampolim para saltos maiores. Há os que tem responsabilidade e pensam como os barnabés e estes, são mais ou menos de 30 a 40% das repartições que carregam o serviço nas costas, junto com os servidores, contratados e estagiários, tidos como a ralé. O serviço público precisa infelizmente do concurso para ingresso, como forma de evitar o apadrinhamento, mas também precisa urgentemente de carreira para premiar quem realmente trabalha.

  54. Problema Geracional

    Há hoje servidores que passam no concurso e sabem da matéria. Detém o conhecimento técnico. Mas saem às vezes aos 30 anos da casa dos pais direto para cargos como juiz, promotor etc. Eles não tiveram vivência em iniciativa privada, não adquiriram experiências de vida que são outra forma de aprender. Defendo então que para ser juiz a idade mínima seja de 35 anos e 5 anos de atividade jurídica, mas de verdade, e não apenas 5 petições por ano, que qualquer um consegue com um advogado amigo da família. Da mesma forma que se investiga a vida pregressa desses candidatos, temque investigar essa prática jurídica de cinco anos, se foi real ou somente pro forma. 35 anos não é uma garantia, mas uma esperança de que tenham mais experiência. Hoje, muitos têm conhecimento, mas péssima atitude, sem compromisso, sem suar a camisa, querendo apenas holofotes, privilégios, sem noção de respeito aos outros à hierarquia, arrogantes, “espertos”. Para a gente que trabalha há mais de 20 anos está sendo um horror!!! Entendo o que o Nassif quer dizer, sobre grandes cargos e uma certa maioria, embora não seja a mesma coisa em outras carreiras, como os coitados do magistério e outros.

  55. Adm Pública, seu abusos e seus problemas

    A Constituição de 88 veio para quebrar a ordem anterior, é papel de cada Constituição fazer isso, preparar o terreno para o novo enterrando vícios do passado.

    Na Administração Pública o monstro a ser morto era o do clientelismo, o da influência do poder político na administração do Estado ao ponto de torna-lo patrimônio pessoal desse mesmo poder político.

    1.       Poder político x Poder burocrático

     A impessoalidade foi o critério norteador dessa administração pública pensada em 88. Um certo romantismo também, ao fazer do aprovado em concurso um ser humano melhor, um “nativo puro”. De toda sorte, foi o movimento correto à época e o grande erro, entendo eu, foi que não houve uma continuidade do projeto, ou seja, desde 88 a administração pública só foi pensada a partir de revanchismo, ataques a direitos e solução de problemas pontuais. Nenhum governo se deteve para fazer o básico de qualquer projeto novo: estudar, coletar feedback e corrigir rumos.

    Nessa discussão uma premissa foi tomada: a de que toda influência política sobre os órgãos de Estado era funesta. O chefe no serviço público passou a ser visto como um representante dessa má influência e tudo o que dava a ele poder de ingerência foi descartado, descaracterizado ou relativizado. A própria avaliação do servidor passou a ser defenestrada, pois daria a esse chefe e, por conseguinte, ao poder político, poder de influenciar a administração pública e a vida do servidor subordinado. Paulatinamente a administração dos órgãos públicos (em especial após a reforma de Bresser e nos órgãos de Estado) passou a ser feita por funcionários de carreira, movimento que cresceu exponencialmente com a chegada do PT ao poder. Cabe ressaltar que a caracterização de Órgão de Estado e o discurso de impedir a interferência do poder político nele sempre foi tema de defesa do PT.

    Ocorre que isso invalida um outro ditame da Constituição que diz claramente no parágrafo único do seu Primeiro artigo que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição .”

    Se a classe política deve ser atentamente vigiada, ainda assim ela passa por referendo popular regularmente, coisa que não ocorre com a classe burocrática. O resultado disso é claramente visto não no poder judiciário como um todo, como muitos comentários aqui fazem crer, mas na elite do judiciário, nos seus membros, ou seja, juízes e procuradores. Claro que algumas benesses vazam para o staff operacional, como os tantos recessos, mas abuso mesmo está no topo.

    Há hoje uma corrida no executivo para “democratizar” a administração desses órgãos, a exemplo do que ocorre com o Ministério Público e sua lista tríplice. Entendo que isso é um erro crasso, pois a eleição do cabeça do órgão por seus pares só tende a tornar a administração dele mais corporativa, mais voltada para a satisfação do grupo que tem o poder de nomeá-lo.

    Outra corrida é a da busca pela Autoridade Autônoma, tornando essas categorias de elite em membros do executivo, sem que seus atos e decisões possam ser questionados senão em função de crimes (pelo menos por enquanto).

    Nõ tenho nenhuma dúvida quanto ao fato de que as demandas descritas nos dois últimos parágrafos só terão o condão a médio prazo de “democratizar” os abusos.

     

    2.       Trens da Alegria x Desenvolvimento funcional x Eficiência

     

    A Meritocracia passou a ser observada no Serviço Público Brasileiro, o que é um avanço, no entanto uma situação engraçada terminou surgindo: o Servidor público só tem seu ingresso a partir de uma prova pública, ou seja, o Concurso. E só. Fim.

    Todo o mérito existente hoje é o do Concurso. Toda e qualquer avaliação é defenestrada. Não há crescimento funcional, mesmo havendo a previsão legal, já que a promoção entre cargos de mesma carreira continuou a existir na Constituição, no entanto caiu em desuso e descrédito.  

    O Servidor não é avaliado em seu desempenho, logo o desempenho deixou de contar para a meritocracia. A promoção, que é o grande motivador em qualquer administração de RH, no serviço público é um aumentozinho que ocorre a cada ano e meio por antiguidade de forma automática e por um curto período de tempo, pois o número de classes e padrões nos cargos só diminui a cada alteração da tabela de vencimentos e a mudança de cargos não mais ocorre. Crescer a partir da avaliação de desempenho passou a ser considerado “Trem da Alegria”.

    Chegamos ao ponto em que um bom chefe é aquele que dispensa algumas horas de trabalho ou diminui a carga de trabalho para que o servidor estude para passar em algum concurso e esse servidor, que estudou quando deveria estar produzindo, valida o conceito quando de forma absolutamente meritória sai do cargo para outro melhor através de concurso público de provas ou de provas e títulos. Claro que estudar é meritório, claro que o servidor deve ser estimulado a estudar, mas em hipótese alguma para que ele saia do órgão que está ou em detrimento do trabalho que deveria realizar.

     

    EQUILÍBRIO.

     

    O Equilíbrio é a chave. O servidor público deve ter prerrogativas para poder desempenhar sua função sem que isso seja tolhido pelo poder político,  no entanto esse poder político também deve poder atuar sem que o Estado lhe tolha sua capacidade de ação, como está ocorrendo no Brasil hoje.

    A impessoalidade deve ser garantida no serviço público, mas não ao custo do servidor não poder ser avaliado, não ter que cumprir metas e, por outro lado, sem lhe tolher a possibilidade de crescer e se desenvolver a partir de sua dedicação ao trabalho.

    A administração pública deve ser justa, mas não sem poder remover servidores ou indicar chefias a partir do critério de confiança e compromisso com projetos.

    Como fazer isso? Simples, pela adoção de critérios, critérios que devem ser pensados de forma sistêmica para que tenhamos uma administração pública ágil, eficiente, justa e impessoal. Isso só pode ser feito se a discussão fugir da armadilha de ser feito a partir da indignação ou para a correção de abusos, pois isso é o que tem sido feito desde 88 e o que tem tornou a gerência pública inviável pela colcha de retalhos que é a Legislação que a norteia.

    Aproveito para agradecer Nassif por trazer o assunto à baila… isso é, sem dúvida, o que mais precisamos.  

  56. Como filosofar com a Marreta! Aforismo 29.

    Extratos de uma Defesa de Doutorado. – “Qual é a tarefa de todo ensino mais elevado?” – Tornar o homem uma máquina. – “Qual o meio para tanto?” – Ele precisa aprender a entediar-se. – “Como se alcança um tal estágio?” – Através do conceito de dever. – “Quem é seu modelo em relação a isto?” – O filólogo: ele ensina o enfronhar-se. – “Quem é o homem perfeito?” – O funcionário público. – “Que filosofia fornece a fórmula mais elevada para o funcionário público?” – A filosofia kantiana: o funcionário público enquanto coisa-em-si transformado em juiz do funcionário público enquanto fenômeno.

  57. concurseiros

    Meu caro Nassif!

    Com todo o respeito gostaria de opinar que seu artigo esta – no mínimo – muito confuso. Mistura alhos com bugalhos. Constata problemas reais, porem coloca no mesmo “saco” questões muito distintas e ao assim fazer acaba propondo soluções ilusórias.

    É uma pena pois assim não propicia um aprofundamento de questões importantes.

    Att.

    d’Avila

    PS – Me aposentei com 65 anos, 37 de contribuição, 30 de serviço público e 23 na carreira de auditoria.

  58. Bom dia Nassif
    Temos que ter

    Bom dia Nassif

    Temos que ter cuidado quando falamos de concursados, pois a maioria são “celetistas” sem a minima autoridade e quando deparamos com estatutarios, menos de 1% possui o poder mencionado por ti.

    Abração

  59. Não achei o artigo

    Não achei o artigo generalista, porque deixa entrever exatamente para quais funções se dirige, ao apontar o cenário atual.

    Já debatemos esse assunto em posts anteriores, e, como vimos aqui, as opiniões variadas, testemunhos de funcionários de carreira são preciosiosos e enriquecem por demais o debate.

    A meu sentir, considerando apenas as carreiras de juiz, promotor (incluido procuradores federais), AGU, defensor público e delegado, que concorde-se ou não, são os cargos determinantes para consolidação dos posicionamentos técnicos do Poder judiciário, deveriam ser consideradas tal como se vislumbra a seleção dos membros para o Itamaraty.  Trata-se de questão estratégica, sobremodo quando se constata o tratamento conferido pela Constituição Federal de 88 a tais funções dentro do organograma do judiciário, com autonomia para decidir sobre patrimônio e liberdade das pessoas

    Concordo com aqueles que argumentaram que deveria haver uma melhora na formação humanística do ensino em geral, mas como se trata de política pública educacional à longo prazo, e sujeita a descontinuidade por parte do executivo do momento (à guisa de exemplo, a movimentação para que seja excluída filosofia e sociologia da grade curricular), seria preciso uma solução localizada.

    Nesse sentido, simples inserção no concurso para estes cargos de uma prova de atualidades, sociologia, economia, e literatura, por exemplo, com cobrança de bibliografia básica e vasta nestas áreas, já alteraria o foco de preparo. Tal medida, por si só já excluiria o candidato imediatista e arrivista, aqueles que muitos neste espaço qualificaram como “alienado”. Ressalto que a resistência a tais matérias, por seu conteúdo não jurídico, seria fonte de crítica dos puristas, contudo, não se pode abrir mão de um conteúdo plural se o objetivo é conferir um viés humanista nas carreiras. Como bem ressaltou Nassif, o candidato a tais cargos já parte da premissa básica de que serão gastos três anos para atingir a base teórica (decorar), sentado dia e noite cursinhos como Damásio e LFG. Portanto, com a inclusão do conteúdo humanístico, somente uma formação contínua, estrutural em tais conteúdos, permitiria um direcionamento de vocacionados, como se dá no exemplo do Itamaraty. Por exemplo, quem pretende seguir carreira diplomática, costuma fazer aulas de línguas e ler livros de história, política, ainda bem cedo, sendo que a graduação geralmente é vista como etapa para chancelar o grau para o concurso. Quem não age assim, pena para ser aprovado.

    Apenas gostaria de sublinhar que o apego à formação humanística não tem como propósito o menosprezo pela formação técnica. Muito pelo contrário, pois é preciso vislumbrá-la como uma aparato técnico tanto para o profissional em sua vida e início de carreira, quanto para a sociedade, como garantia de mínima compreensão dos fenômenos sociais pelos ocupantes dos cargos de alta hierarquia do poder judiciário. Como disse o grande jurista, ex-ministro do STF, Carlos Maximiliano: “Quem só direito lê, direito não sabe”, em obra de 1925. 

    Outro ponto que merece consideração, e tantas vezes foi mencionado por outros comentaristas, é questão da idade mínima. Como bem ressalvou alguém, se idade per si fosse atestado de sabedoria, não teríamos de assistir ao papel grotesco de Helio Bicudo e Miguel Reale Jr. Pois bem, partindo da premissa de que os tempos mudaram, que alguém de 30 anos hoje ainda pode ser considerado jovem, sendo que muitos ainda moram com os pais, não seria descabido exigir-se uma idade mínima para ocupar tais cargos, cumulada com uma experiência de 5 anos, comprovada não por meros registros númericos de petições, mas de forma real.

    Por fim, em respeito ao sujeito que se dedica três anos sentado em frente a livros e apostilas, assistindo aulas telepresenciais e online, abrindo mão de sua vida social, é preciso acabar com indicação de juízes (já como desembargadores!) pelo quinto constitucional, para que não tenhamos de assistir um acinte como se deu com a filha de Fux, indicada pela OAb e nomeada desembargadora do TJRJ. 

     

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