Objetivos do Milênio: a busca da produtividade perdida

Entre os temas sobre o mundo pós-pandemia, o Brookings Institution – com apoio da Fundação Rockefeller – destacou a questão da produtividade global.

Segundo o estudo, a fonte mais importante de crescimento duradouro da renda per capita é o crescimento da produtividade do trabalho – isto é, a produção por trabalhador.

Antes mesmo do Covid-19, porém, havia uma redução no crescimento da produtividade em todo mundo. Nas economias avançadas, a desaceleração manteve a tendência de queda que ocorre desde o final dos anos 90. Após a crise financeira global de 2007-2009, houve queda mais acentuada nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento.

A pandemia do Covid-19 deverá acentuar essa tendência.

Há discussões sobre as causas da queda da produtividade.

Uma delas são os rendimentos decrescentes do progresso tecnológico. As inovações passaram a expor apenas ganhos marginais de produtividade.

Um segundo motivo seria o atraso entre o desenvolvimento de novas tecnologias digitais e sua incorporação nos processos produtivos.

Finalmente, uma ampla fraqueza no investimento devido à queda de demanda.

A queda dos investimentos se deve a uma soma de fatores, maior incerteza política, menor crescimento nas economias avançadas, choques adversos nos termos de troca para exportadores de commodities, desaceleração do investimento estrangeiro direto para importadores de commodities e crescimento dos encargos da dívida.

Outros motores de crescimento da produtividade também esmoreceram. O nível de escolaridade estabilizou em muitos países. Houve estagnação das cadeias de valor globais. E o nivelamento da urbanização também influenciou.

Identificou-se também uma redução no ritmo de melhoria das instituições e uma melhoria limitada nas percepções sobre a eficácia do governo, controle da corrupção, estado de direito e estabilidade política.

Também houve o esgotamento no movimento do emprego, indo das manufaturas de menor valor para os serviços.

Tudo foi agravado pela pandemia. A recessão global de 2020 levou a uma redução na renda per capita em 90% dos países, com impactos na produtividade por meio de vários canais: investimentos e comércio mais fracos, erosão do capital humano e desemprego persistente.

As propostas

As propostas são ainda vagas, mostrando dificuldade em desenvolver estratégias contra o inevitável. Sugere investir na mudança sustentada em direção ao teletrabalho, a incorporação de tecnologias digitais na manufatura, finanças e educação e a terceirização.

O investimento em habilidades digitais poderia compensar parcialmente o impacto negativo do fechamento de escolas.  As cadeias de suprimentos podem ser reestruturadas, aumentando a diversidade e a resiliência.

Para aproveitar o momento, as economias emergentes deveriam implementar com urgência as pré-condições necessárias para aproveitar o momento.

Um dos pontos seria facilitar o investimento em capital físico e humano. Os recursos precisarão ser realocados para setores e empresas mais produtivos, através do fortalecimento da concorrência.

Precisaria haver estímulos para as empresas adoptarem novas tecnologias, assim como formar os trabalhadores.

Um dos pontos negativos apontados é a interrupção da escolaridade com o Covid-19.

Sugere-se redes de segurança social mais bem direcionadas, visando prevenir o abandono escolar – que é fruto da perda de renda.

Outra sugestão são as regulamentações permitindo resolução rápida e eficiente de empresas em falência e facilitando a realocação de mão de obra de empresas e setores de baixa produtividade para outras de alta produtividade. Um dos caminhos seria remover as barreiras para entrar nos setor formal, ajudando a enfrentar os desafios da informalidade.

Da parte dos governos, deve haver investimento no amplo acesso à Internet, ampliando a disponibilidade de ensino e treinamento online de qualidade. Uma força de trabalho com melhor formação tem menos probabilidade de ser substituída pela automação.

1. Metas ambientais no centro das políticas públicas.

2. Sistema financeiro internacional.

3. Cadeias globais.

4. Multilateralismo.

5. Liderança local

6. Desenvolvimento sustentável

7. Produtividade global.

8. Deslocamento do trabalho.

9. Desigualdade.

10. Custos humanos da pandemia.

11. Gestão do Covid

12. Educação global.

Luis Nassif

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