Os cabeças de planilha jogam a toalha, mas preservam os frutos

Durante vinte anos apontei as loucuras da política monetária do Banco Central, consolidada a partir do plano Real. Os arquivos da Folha estão repletos de colunas minhas apontando as inconsistências teóricas e práticas.

Aliás, na pesquisa me dei conta de que, apesar dos artigos não terem sido banidos dos arquivos da Folha, Otávio Frias Filho cometeu a mesquinharia de retirar meu nome de todos os índices diários de matérias do jornal.

No livro “Os Cabeças de Planilha” procurei mostrar – com base na semelhança histórica do Encilhamento – como o conjunto de teorias levantadas pelos economistas visava, no fundo, consolidar um novo tipo de poder (o financeiro) e contribuir para o enriquecimento pessoal dos economistas, à custa de custos enormes impostos ao país.

Prossegui nessa cruzada em inúmeros artigos aqui no Blog.

Em todos os momentos, sobressaiu a figura de André Lara Rezende, o mais brilhante dos economistas do Real, responsável maior pela política de remonetização da moeda, apesar de fora do governo na época – já estava em sua distribuidora formando uma fortuna considerável.

Em maio de 1995 – em pleno Real – passei a alertar para a quebradeira que estava a caminho, devido às políticas monetária e cambial do Banco Central. Viajava muito em palestras, e em todos os cantos vinham pequenos e médios empresários assustados com a queda das vendas.

Nas reuniões do Conselho da Folha alertei que a crise era dura. Otávio Frias procurou se acalmar. Disse que tinha conversado com o Ministro da Fazenda Pedro Malan e que no máximo o crescimento do PIB seria reduzido em 1 ponto percentual.

Propus um desafio: colocar algum repórter para telefonar para várias prefeituras do interior, escolhidas aleatoriamente, e perguntar sobre a crise. À noite, no interior do estado do Rio, para uma palestra, recebo telefonema de Frias, assustado. O quadro levantado confirmava, de fato, o tamanho da vaga recessiva que vinha pela frente.

Nesse ínterim, André entra na discussão.

No dia 22 de maio de 1995, no artigo “Os gurus e a retórica da meia lógica”( https://goo.gl/kQrJGW) critiquei duramente uma entrevista dele concedida à Folha:

Em pouco tempo a manutenção dessa taxa de juros inviabilizará definitivamente o ajuste fiscal e rapidamente tornará o passivo público superior ao conjunto de estatais a serem privatizadas. E começará a se refletir rapidamente na arrecadação fiscal. É só conferir como será a arrecadação de maio e junho.
A médio prazo, essa política não só não resolve, como aprofunda e inviabiliza qualquer ajuste fiscal futuro.
No plano da balança comercial, a manutenção desses juros dizimará o que restou de exportações de manufaturados. (…) Até agora as exportações de manufaturados não desabaram completamente porque muitas empresas resolveram bancar o prejuízo por algum tempo, para não perderem mercado lá fora, enquanto aguardavam a reversão dessa loucura.
Com o acréscimo adicional de custos, provocado por essas taxas malucas, e perdendo a esperança de uma reviravolta a curto prazo no cenário, a queda das exportações de manufaturados passará a ser geométrica, com todo o componente de quebradeira e desemprego. Em outros tempos, tinha-se recessão interna, mas mantinha-se aberta a porta externa, minimizando seus efeitos. Agora, não. É veneno na veia, direto.
(…) Se se mantém a atual política monetária e a atual banda cambial, ganham-se alguns meses a mais de inflação baixa. E só. Em contrapartida, joga-se o país em recessão profunda, aborta-se o movimento de modernização registrado pela economia nos últimos anos, destrói-se a estrutura de exportações de manufaturados e inviabiliza-se qualquer tentativa futura de ajuste fiscal. Saque direto contra o futuro.
Como subproduto, dizima-se a estrutura produtiva, abrindo espaço para que esses bancos de negócios, montados em dinheiro externo, e com suas engenharias financeiras, entrem adquirindo companhias industriais grandes a preço de banana, financiando-se nas taxas pagas pelos títulos públicos. Pequenas e médias vão direto para a lata de lixo.

No dia seguinte, na Folha, sob o título “Festival” (https://goo.gl/JBIAHJ), André procurou desqualificar as críticas, por não estarem substanciadas nos estudos acadêmicos, mas em meras observações empíricas:

“O “policy entrepreneur” dá aparência de respeitabilidade conceitual a demandas políticas de grupos de interesses. Sua argumentação segue uma linha mestra: procura desqualificar o que preconiza a boa teoria por serem raciocínios acadêmicos, que desconhecem a vida prática, a realidade. Jogam com um preconceito tão profundamente arraigado quanto ignorante -mas de eterno apelo para os homens práticos- de que o teórico é um sonhador desligado da realidade. “Homens práticos, que se crêem livres de toda influência intelectual, são geralmente escravos de algum economista defunto”. Sábio Lord Keynes”.

“Em economia, traçar a linha divisória entre as idéias sérias e a pseudociência é muito mais difícil do que nas ciências exatas. Existe um campo fértil para a formulação de doutrinas que são pura expressão de preconceitos populares, façam eles sentido ou não. A demanda por teses politicamente vendáveis é particularmente intensa em períodos de crise. Como viemos de uma década de sérias dificuldades, temos sido um prato cheio para a ação dos vendedores de idéias e planos.
Mas nos últimos dias, confesso, há muito não ouço e leio tal festival de bobagens conceituais vendidas como a realidade prática em oposição à inflexibilidade acadêmica”. 

Em 26 de maio de 1995, com o artigo “D. Sebastião e a reunião de Carajás” (https://goo.gl/mHaEC6) rebati:

“Hoje há uma multidão de neo-sebastianistas -basicamente lotados na imprensa- que acredita piamente que, dia desses, um economista yuppie descerá diretamente de Carajás, em seu Porsche de corrida, para preparar a revanche do Cruzado.
A grande maldição dos anos 80 não foi Sarney, nem a classe política. Foi a superficialidade dos pacotes econômicos e a mística que envolveu os pacoteiros.

(…)Quando se preparou a troca de moedas do real, todas as avaliações indicavam que se tinha o melhor conjunto de circunstâncias favoráveis na economia para um plano de estabilização. Confira:
 

1) Maior nível de reservas cambiais da história -possível apenas depois que o economista Ibrahim Eris reformulou a política cambial brasileira. 2) Uma economia aberta e superavitária -a partir da reestruturação do comércio exterior e de um programa de abertura planejada da economia. 3) Uma economia desregulamentada -depois do fim da reserva de mercados e de um sem-número de restrições à livre competição. 4) Empresas brasileiras reestruturadas e ingressando firmemente em projetos de modernização -processo iniciado com o Plano Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP) e com as câmaras setoriais. 5) Programas de investimento em quase todos os setores -assegurados pela manutenção das regras do jogo por quatro anos. 6) Relativo consenso sobre reformas fundamentais. 7) Equacionamento da dívida interna, ainda que às custas da violência do bloqueio dos cruzados.
Com toda essa enorme agenda, em 20 anos tudo o que nossos gurus lograram produzir foram estudos recorrentes sobre troca de moedas -a parte mais espetaculosa e superficial de um plano.

 

Com apenas 18 meses com a economia de volta às mãos dos pacoteiros, e apenas com sua capacidade de brincar de fliperama com as políticas monetária e cambial, tem-se: 1) O país em nova crise cambial. 2) A volta de alíquotas superprotetoras em muitos setores. 3) Crescimento exponencial da dívida interna, comprometendo o futuro ajuste fiscal. 4) Uma multidão de empreendedores arrependidos até a medula dos ossos por terem apostado no país e programado investimentos.
 

Mesmo assim, recebem olhares embevecidos de analistas rasos, que conclamam, com um frêmito nelsonrodriguiano: o plano é bom, porque faz doer.
 

Todo o ouro de Carajás não vai pagar o custo dessa aventura.

A revisão acadêmica

Vinte anos de juros elevadíssimos promoveram o mais profundo processo de concentração econômica da história, que praticamente consumiu todos os excedentes orçamentários que poderiam ter sido investidos na infraestrutura, em educação, saúde, na economia real. A diferença entre o Brasil que é e a potência que poderia ter sido está nos trilhões desviados do orçamento para pagamento de juros.

E, agora, o principal formulador das políticas monetária e cambial do plano Real, André, escreve um artigo em tom acadêmico aceitando que todas as críticas contra essa loucura estavam corretas. Em “Juros e conservadorismo intelectual” (https://goo.gl/QJOdjT) dá a mão à palmatória, trata como mero conservadorismo acadêmico erros intencionais que praticamente destruíram o futuro do país. E traz as últimas novidades da teoria econômica:

·      Taxas de juros elevada não combate inflação, pelo contrário: além de não afetar a demanda, sinaliza para o mercado que o Banco Central está apostando em inflação mais elevada.

·      Taxas de juros elevadas pressionam as contas públicas, aumentam o déficit nominal, obrigando o governo a cortar mais ainda as despesas primárias e, desse modo, impactando o nível de atividade; do outro lado atraem dólares apreciando o câmbio e reduzindo preços de importados, à custa de desequilíbrios de monta nas contas externas. Assim, o controle da inflação se faria de forma torta, com enormes sequelas na economia.

·      Taxa de juros mais baixa não é inflacionária. Essa conclusão tardia do André – fundada nas últimas “descobertas” da fronteira do conhecimento econômico – derrubam essa baboseira de que Dilma Rousseff derrubou a taxa de juros sem ter condições e isso provocou mais inflação.

As constatações empíricas

No artigo “O padrão sangria na política Monetária” (https://goo.gl/JUQ9g5) de 3 de fevereiro de 2012, aqui no Blog, mostrava que era mínimo o efeito da política monetária sobre a demanda através do mercado de crédito.

“Por exemplo, um bem de R$ 1.000,00, por 36 meses a taxa de 3% ao mês (42,6% ao ano) resultará em uma prestação de R$ 45,80. Um aumento de 1 ponto na Selic (que provoca comoção nacional), se repassado para o financiamento, resultará em uma prestação de R$ 46,21. Um aumento de 3 pontos na Selic anual resultará em uma prestação de R$ 47,03. Pergunto: impactará a decisão de compra do consumidor? Evidente que não. Portanto, o efeito do canal de crédito é inexpressivo”.

Também era mínimo o efeito sobre o custo dos estoques das empresas. Tão pequeno que elas repassariam o custo para o produto final, a manteriam os estoques no mesmo nível:

Por outro lado, mostrava um efeito perverso sobre a oferta (o aumento de investimentos):

“Suponha um investimento de R$ 1 milhão, com uma taxa anual de retorno de 10% e um prazo de 10 anos para amortização. O fluxo de caixa terá que ser de R$ 162,7 mil por ano para amortizar o investimento em 10 anos (sem considerar o valor residual). Se a taxa aumenta 3 pontos, o prazo de retorno aumenta para 14 anos. É evidente que ocorre um corte em todos os investimentos que proporcionem um retorno inferior.

É uma lógica maluca. A política monetária atua sobre a demanda visando corrigir o descompasso com a oferta. Em vez de aumentar a oferta, a política monetária a reduz, através da inibição dos investimentos.

Só o país da jabuticaba para aceitar essa lógica”.

Finalmente, impactava tremendamente os investimentos públicos:

“Aumenta a Selic. Há uma pressão adicional sobre as contas públicas e sobre a relação dívida/PIB. Para contrabalançar, exige-se um aumento do superávit primário. Cortam-se investimentos públicos e, com isso, reduz-se a demanda agregada.

Depois, alega-se que o país não pode crescer (e tome juros altos para segurar o crescimento) porque não tem infraestrutura adequada”.

No dia seguinte, no artigo “A ficção da política monetária”(3/02/2012) (https://goo.gl/OvTxKc) analiso o impacto da Selic sobre os estoques das empresas. Mostrava mostrava que cada ponto da Selic (que tem um impacto de quase R$ 100 bilhões no orçamento público) impactaria em 0,1% o custo final do produto, variação ínfima.

No artigo “Para entender a planilha do BC” (29/02/2012) (https://goo.gl/bKDOmW) mostro a irracionalidade do mercado tentando calcular a taxa de juros de equilíbrio (aquela que manteria os preços equilibrados) e o conceito do PIB potencial (o crescimento possível, dadas as vulnerabilidades da economia)

“Quais seriam os mecanismos que estabeleceriam essa correlação entre Selic e PIB potencial ou Selic e metas inflacionárias?

Se existirem, são os mais tortos possíveis, um método que, na medicina, poderia ser comparado às velhas sangrias para reduzir a pressão do doente.

Assim:

1. O PIB está supostamente crescendo acima do PIB potencial. Isto é, a produção interna está acima da capacidade produtiva.

2. Aumenta-se a Selic.

3. O único efeito da Selic é reduzir os investimentos privados. Então, em vez de aumentar a oferta para equilibrar a oferta com a demanda, faz-se o contrário: um movimento para derrubar a demanda através da redução dos investimentos, que poderiam garantir a melhoria do PIB potencial. Desestimula-se o investimento produtivo para reduzir a demanda imediata – método mais anacrônico que a sangria.

Um segundo processo, mais daninho ainda, é o seguinte:

1. Aumenta-se a Selic. Com isso há um aumento da dívida pública, dos juros a serem pagos, exigindo maior superávit primário para contrabalançar.

2. Para aumentar o superávit, o governo corta despesas com saúde, educação, com investimento. Com isso, derrubam a atividade produtiva, desaquecendo a economia.

Se esses dois movimentos fossem explicados nos Estados Unidos ou na Alemanha, seriam motivo de risos”.

No Brasil, a tragédia não provoca risos. Agora, André joga fora as velhas ideias. Mas conserva os ricos frutos da árvore envenenada.

Luis Nassif

69 Comentários

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    1. Ovotavinho está dentro da

      Ovotavinho está dentro da chocadeira chamada PIG (Partido da Imprensa Golpista). Essa chocadeira composta por, entre outros “orgãos de imprensa”, a Rede Globo, a Veja, o Estadão, a Istoé, etc., deram-se as mãos para acabar com o país, destruindo o excelente legado deixado por Lula e Dilma ao povo brasileiro. Ovotavinho é um monstro da espécie Godzilla preste a sair da casca com o dinheiro que o governo golpista do usurpador Temer tem injetado no PIG. Se decidisse seguir o exemplo do pai, que transformou a Folha durante a campanha das “Diretas Já!” e produziu jornalismo de alta qualidade, Ovotavinho, livre da casca, ganharia muito mais do que atualmente. Se desse esse giro de 180 graus, muitos ex-assinantes como eu voltariam a assinar a Folha e Ovotavinho saíria de dentro da chocadeira para ser admirado como Otávio, o herói, o íntegro, o incorruptível, etc.

  1. Dizem que não se deve comprar

    Dizem que não se deve comprar um livro pela capa.Mas isso não funciona na vida real.

    Assim como um texto de jornalismo:Ele é mais lido pelo título.

    É o caso do título deste texto:

    Chama a atenção e vc lê.

    ps: No meu caso, nem título precisava, porque leio tudo.Mas isso não é normal.

      Ou é ?

  2. Entregam os anéis para não perderem os dedos

    O país caminha para a insolvência com esses juros. Se isso acontecer, nem a banca se salva. Estão é desesperados. Por isso o Ilan recebeu a ordem do mercado para baixar os juros rápido. É perder os anéis para não ficar sem os dedos.

    Entre os neoliberais há os idiotas e os espertos. Os idiotas acreditam mesmo na religião do juro alto mais austeridade. O André Lara é esperto e sempre soube que as taxas de juros altos invibializavam o país – mas enricavam gente como ele.

    Só deu a mão à palmatória porque os juros agora estão matando a galinha dos ovos de ouro. Não há nem possibilidade de recorrer ao FMI, por causa da crise lá fora.

    Pra piorar, o Trump não fechou com os golpistas, como tinham feito Obama e Hilary: os EUA não vão socorrê-los de suas roubalheiras e trapalhadas.

    Então, eles sabem que têm que fazer a política certa, a dos heterodoxos que sempre criticaram – menos por questões teóricas que por interesse. Tomara que não seja tarde demais. Estamos à beira do abismo econômico e social.

  3. VÁ ATRÁS DO DINHEIRO!

    Caro Nassif, não são cabeças de planilha, são o verdadeiro crime organizado.

    Estes senhores enriqueceram enquanto o Brasil empobrecia e uma pessoa como tu, que talvez não tendo a maldade na cabeça, não se dá conta que não há convicção nestas CABEÇAS, há sim desejo de se beneficiar com tudo isto.

    Como diz a polícia quando investiga casos parecidos como este, VÁ ATRÁS DO DINHEIRO. O criminoso que lida com fraudes, golpes e assemelhados deixa um rastro que fica fácil de seguir, os lucros de seu crime.

    Alguém destes que impropriamente chamas de Cabeças de Planilha ficou pobre? Perdeu dinheiro com as políticas por eles aplicadas? Certamente que não! Como já relatado por muitos a própria Rede Globo caiu no conto do vigário e quase faliu por acreditar nos meliantes. Milhares de empresários e milhões de empregados destes mesmos empresários também saíram perdendo, agora um, só um destes “cabeças de planilha” ficaram pobres por acreditar no que eles mesmo falavam? Claro que não, e como agora estás te preocupando com o verdadeiro crime organizado, verifique, não são “cabeças de planilha” são criminosos.

  4. Me causa uma tristeza

    Me causa uma tristeza profunda, conhecer essa questão dos juros, apresentar os argumentos, mostrar as provas e, na maioria absoluta dos casos, é como se falasse para as paredes.

    Se a Mirian Leitão e os economistas “de mercado” que escrevem para a Folha, Estadão, Veja, Época, Exame e que comentam na Globo News disserem que comer excremento é bom, o “produto” vai faltar e vai ter gente ganhando fortunas vendendo.

    Aquele ditado “Em terra de cegos, quem tem um olho é rei”, deveria ser mudado para “Em terra de cegos, quem tem um olho se suicida por extrema depressão”.

  5. Prezado Nassif, a vocação do

    Prezado Nassif, a vocação do Brasil não é para tragédia, não.

    É para pornochanchada, mesmo.

    Só quem dá risada é o 1%, que se serve do povo como escada, para suas gracinhas.

    Mas tem gente que acredita que não, que esses economistas apenas cometeram erros, enganos, e que só agora perceberam, e por isso, coitadinhos, se penitenciam, agora.

    Esse artigo do Lara Resende é um acinte, um deboche. Vazado em linguagem incompreensível para os 99% que o enriqueceram e a seus pares.

  6. Eles sempre souberam

    Eles sempre souberam Nassif,mas tinham q enganar o povo,os atuais cabeças de planilha comandantes da

    economia a dupla ita e u,estão no mesmo caminho”metendo o louco”na linguagem das ruas,quebrando as empresas

    desonerando-as,endividando-as e depois ou as compram ou lucram em cima delas,é só vermos os lucros q os bancos

    apresentam em 2016,fácil,fácil de se provar isso,agora o q acho mais engraçado é q os próprios empresários

    produtivos nada fazem para fugir deste sequestro,são acomodados tb ,assistindo o JN e metendo o pau no PT!

  7. Avaliação do texto do Lara Resende
    Esse artigo do Lara Resende tem alguns problemas graves.
     Primeiro, diferentemente do que ele sugere, o modelo IS-LM prevê que ocorra exatamente o que ocorreu em relação ao Quantitative Easing.

    Além disso, diferentemente do Lara Resende e do Cochrane, pessoas como o Krugman, basearam-se no IS-LM para fazer previsões ANTES dos fatos acontecerem.

    Aliás, recebendo críticas contundentes de pessoas como o próprio Cochrane, que errou COMPLETAMENTE em suas previsões, sem nunca ter a dignidade de assumir seus erros, baixar a bola e procurar corrigir seus rumos. 
     A Internet possui várias desvantagens, mas uma vantagem é que tudo fica registrado e pode ser conferido por todos. 

    Podem conferir um resumo muito bem feito pelo DeLong sobre o histórico desses debates e previsões:

    http://equitablegrowth.org/equitablog/u-s-immediate-risk-becoming-argentina-monday-smackdownthe-honest-broker-week-july-26-2014/

    ————————————————————-

     Lara Resende também se equivoca COMPLETAMENTE ao afirmar que 

    “A experiência do QE deixou claro que o financiamento monetário – através da expansão de reservas remuneradas no banco central – não é inflacionário.”
     Não é verdade e não é isso que o IS-LM afirma, por exemplo. É precisamente na situação da Armadilha de Liquidez que “o financiamento monetário – através da expansão de reservas remuneradas no banco central – não é inflacionário”. Finalmente, o fato do Lara Resende estar se baseando em Cochrane se revela ao final, quando ele defende que o grande problema da inflação no Brasil seria a falta de sustentabilidade das contas públicas, o que é um assunto sério demais para ser tratado dessa maneira leviana e superficial com que ele e os economistas do governo Temer tratam essa questão.
     E Lara Resende é pródigo em se utilizar adjetivos que impressionam os incautos, mas são facilmente desmontados por pessoas mais atentas.
     A fronteira da macroeconomia NÃO está nesse momento com pessoas como o  Cochrane…

    Está, na verdade, começando a se afastar da chamada Hipótese da Renda Permanente, introduzida por Friedman, e de modo mais geral da Hipótese de Agentes Racionais, defendida por Cochrane.

    ————————————————————————————–

     Aliás, coincidentemente, o Krugman postou ontem um twitter mencionando um post bem interessante do Noah Simith, que até um tempo atrás defendia as ideias equivocadas do Cochrane:

    https://www.bloomberg.com/view/articles/2017-01-12/milton-friedman-s-cherished-theory-is-laid-to-rest
     Esse post tem um link para um outro post anterior muito interessante sobre o mesmo tema:

    https://www.bloomberg.com/view/articles/2016-07-26/economists-give-up-on-milton-friedman-s-biggest-idea
     E também tem um link para um artigo recentíssimo do Xavier Gabaix implementando essas ideias de racionalidade limitada num modelo que apresenta características Keynesianas no curto prazo e neo-Fisherianas no longo prazo.
    http://pages.stern.nyu.edu/~xgabaix/papers/brNK.pdf
     Só que uma das conclusões desse modelo, diferentemente do que é defendido pelos conservadores Lara Resende e Cochrane, é que uma política fiscal ativa é ainda muito mais justificada do que nos modelos neo-Keynesianos tradicionais!

  8. O problema é que muitos dos

    O problema é que muitos dos acólitos ainda repetirão o discurso dos rentistas, até terem seus próprios ricos frutos da árvore envenenada. Aí sim, só então, poderão fazer este exame de auto consciência.

    Joaquim Levy, por exemplo, ainda não reconheceu a tragédia que perpetrou – ele ainda esta na época do plantio e da colheita.

    De todo modo, a imprensa marrom que os empodera, os forma (e deforma), é claro, não reconhecerá sua cota de rros nunca. Se o André Lara Resende mudou de opinião, que se mude, pois, o articulista.

  9. O primeiro lance da enganação

    O primeiro lance da enganação econômica, diante da impossibilidade de superação da crise mundial que se instalou em 2007/2008, foi justamente uma turbinagem daquelas tentativas de desqualificação do senso comum para falar sobre problemas de economia, a que o Nassif se refere brevemente. Fixado este objetivo, foi bem fácil constituir um exército de “acadêmicos” para que jurassem que o branco era preto e o de cima estava em baixo. Não queremos com isso dizer que o Nassif se atém apenas ao senso comum, longe disso. Mas ele é um estudioso que sabe levar em conta e valorizar o senso comum como instrumento indispensável de perscrutação da realidade.

    Este lance de reclamar exclusividade no exame dos problemas da economia para uma certa facção de economistas, já foi superado. Inúmeros grandes economistas colocaram sob intensa e profunda análise todos os aspectos que antes eram exclusividade dos especialistas acadêmico-midiáticos, e detonaram com quase todas as suas estúpidas ideias. Os desmascararam, por assim dizer. E colocaram seguidamente seus estudos e suas conclusões na Rede, em verdadeira avalanche. Aquela exclusividade acadêmica de que fala o ilustre representante dos cabeças de planilha, hoje soa como ridícula.

    Depois desse lance, o outro que veio foi a enganação midiática pura e simples. Falar para todos que tudo vai muito bem, quando na verdade tudo vai mal. Isso só é possível quando você impede os grupos sociais de serem compreendidos como classes, de pensar como classes sujeitas aos mesmos problemas econômicos. Segundo essa compreensão,  os trabalhadores não poderiam falar como uma classe de trabalhadores. Não poderiam entender seus problemas econômicos comuns, e muito menos se organizarem para tentar resolver esses problemas, buscando interferir no mundo político em busca de solução para seus interesses. 

    Segundo essa teoria da enganação geral, a sociedade deve ser vista coletivamente apenas como grupos de interesses – étnicos, religiosos ou de gênero, sem jamais se abordar os problemas econômicos que perpassam de modo comum a tais grupos e os extrapolam. Assim, haveria apenas na sociedade os problemas dos negros, das mulheres, dos homossexuais, dos budistas, dos católicos, etc.. Como se em uma mesma  fábrica não trabalhassem negros, mulheres, católicos e homossexuais, todos eles tendo em comum seus problemas de classe, como trabalhadores que são. Esta teoria, este modo simplista de repartir a sociedade e fazê-la ver o mundo,  também está destinada a ir para o espaço. Exemplo disso está na última eleição presidencial dos Estados Unidos, na qual Hilary esperava pelos votos de todas as mulheres. Chegou a dizer em sua campanha que havia no inferno um lugar reservado para as mulheres que não votassem em mulheres.

    Entretanto, metade das mulheres americanas não votaram com ela, mas contra ela. Do mesmo modo, a intensa campanha contra Trump como sendo ele um racista, buscando o voto do suposto grupo de interesse negro, não chegou a convencer os trabalhadores negros, que votaram em quem lhes prometeu atenção para seus problemas de classe. Os eleitores americanos, relevando-se os que votaram em Hilary por seguirem uma perspectiva talvez equivocada de “buscar o mal menor”, dizem os jornalistas, preferiram claramente votar seguindo uma linha de resposta a seus problemas econômicos, fundamentalmente problemas de classe. E premiaram com a derrota o tal discurso dos grupos de interesse.

  10. Prezado Nassif
    ALR não é

    Prezado Nassif

    ALR não é apenas pedante, é arrogante e presunçoso para defender (e agora, como vc diz, jogar no lixo as bobagens que ele pregava durante 20 anos) seu projeto deenriquecimento pessoal

    E agora, voltam como zumbis para saquear o que restou do país – será que o mercado (quem compõem o mercado? Os grandes bancos, especuladores? Quem são eles) terá tamanho poder para sacanear o Brasil assim?

  11. Dica de pauta

    Olá pessoal do GGN. Seria bem oportuno fazer um artigo que esmiuce a carreira de André Lara Rezende. Uma biografia particular que se confunde com as polítcas de governo, nosso modelo econômico, escândalos e projetos políticos atuais e futuros.

  12. Na veia Nassif, lembro dos artigos na época

    Mas agora estou na bolsa, enfiado até o pescoço no ADVFN na discussão da PRML3, não dá tempo de esculhambar estes picaretas, mas segue o meu apoio.

  13. É de lascar…
    Só no Brasil o
    É de lascar…
    Só no Brasil o assassino, exibindo todo “seu” ouro, volta à cena do crime sem qualquer culpa e sem temor.

  14. A ironia do destino: Lara
    A ironia do destino: Lara Rezende fundou um banco de investimento que batizou com o nome de Matrix. Ele sabia o que estava criando.

  15. Eppur si muove

    Prezado Nassif,

    Galileu Galilei teve que renegar suas convicções, para não arriscar a vida.

    Você manteve as suas, e pode comemorar agora, sem falsa modéstia: “eu estava certo”.

    Eu acompanho você desde os tempos da Folha, e como compartilho suas opiniões, me sinto no direito de também comemorar.

    Grande abraço

    1. Só não sei se tem muito o que

      Só não sei se tem muito o que comemorar. Esse “mea culpa” mais ou menos de André Lara Resende se refletirá na conduta dos integrantes do Copom? E a terível depressão aconômica pela qual passamos, causada, dentre outros fatores, justamente por essa política suicida de juros, quem vai pagar por ela?

      1. ´Comemorar no sentido de que

        ´Comemorar no sentido de que a tese do LN foi reconhecida como certa.

        Não é comemorar pela esperada redução das taxas de juros.

        Conforme o Diogo já demonstrou, a taxa média real de juros em 2016 foi de 7,4%.

        Assumindo que até o final de 2017 a Selic caia para 9% e a inflação para 5%, eu calculo que a taxa média para 2017 vai ficar ainda muito alta, em volta de 6%.

        Em outras palavras, não vai haver queda substancial da taxa real de juros.

        Considerando que a expectativa é de aumento da dívida pública nos próximos anos, atingindo talvez 90% do PIB em 2019, será que a taxa de juros vai diminuir?

  16. Sugiro que volte a telefonar às Prefeituras

    2017 promete ser um osso duro na vida de prefeitos, uma vez que a esmagadora maioria dos municípios estão sofrendo uma erosão em suas receitas correntes.

    Com a queda nas receitas, explodem os gastos com a folha de pagamentos, o que obrigará os prefeitos a demitir. Primeiro vão os comissionados, que todos, via de regra, aplaudem. Depois virão os servidores não estáveis. Essa é a ordem da Lei de Responsabilidade Fiscal.

    A receita menor impacta tb os investimentos, que já são praticamente inexistentes, que por sua vez impactam negativamente o emprego.

    Vai faltar carrinho de pipoca…

  17. Desde que leio o Nassif, o mundo se abriu para mim

    Prezados,

    Ainda na década de 1980, ouvia as análise de Luís Nassif pelo Rádio. Depois passei a lê-lo na FSP e acompanhá-lo pela TV. Com a popularização da internet e com criação das páginas próprias (advivo no início e depois o GGN) pude me aprofundar mais e ler com mais atenção as análises econômicas e políticas feitas por este que, juntamente com Jânio de Freitas e mais alguns poucos e seletos nomes, está entre os maiores nomes do jornalismo econômico e político brasileiro. Eu  nunca me convenci pelas teorias dos economistas do Plano Real, o qual sempre considerei uma fraude. Quando li “Os cabeças de planilha” tive a certeza de que todas as minhas desconfianças não eram mera implicância de alguém da Esquerda, que fazia oposição ao governo neoliberal, privatista e entreguista de FHC.

    Se critico Luís Nassif e outros que demoraram a perceber que as “Jornadas de 2013′ e a chamada “Lava a Jato” eram etapas de uma trama para derrubar o governo legítimo e no lugar dele colocar as quadrilhas políticas que hoje vemos desmontar e pilhar o Estado Brasileiro, num ataque avassalador do ultraneoliberalismo, de modo a recolocar o mesmo grupo do PSDB no poder, reconheço que foi Nassif o primeiro grande jornalistas a fazer críticas diretas, frontais, contra todo o projeto neoliberal encarnado pelo PSDB, o governo FHC e toda a equipe daquele governo. 

    Como notam os leitores, Luís Nassif foi, até o final da década de 1990, um jornalista dedicado aos temas econômicos e  não investia suas forças e capacidades de análise no campo da política, pelo menos de forma direta. Embora toda grande decisão na área econômica seja, em essência, uma decisão política, Nassif não se embrenhava diretamente no aspecto decisório no que ele tem de político; presumo que os veículos de mídia em que LN trabalhava o podassem e restringissem o campo de análise. A internet livrou Nassif dessas amarras e limitações. Com a ADVIVO e depois com o GGN Nassif pôde/pode exercer plenamente o Jornalismo Invesigativo e de crítica e análise, abrangendo aspectos políticos (decisórios) e econômicos (técnicos).

    Como bom profissional que é, LN jamais se deixou abater, mesmo diante de injúrias, difamações, calúnias, perseguições, processos e ameaças que sofreu e continua a sofrer. André Lara Rezende, Edmar Bacha, Pérsio Arida, Gustavo Franco, outros da turma da PUC que participaram da elaboração do Plano Real foram criticados po Nassif tão logo colocaram em prática o nefasto plano que quebrou o Brasil três vezes, fez cair continuamente a renda do trablaho, aumentou a dívida pública de forma exponencial, dilapidou o patrimôni o públco, concentrou renda e inviabilizou o desenvolvimento do País. Toda essa turma que ajudou a criar o Real é cínica, antipatriótica e criminosa, como atesta o Rogério Maestri. Agora, passados quase 23 anos, depois que o partido político a que são ligados promoveu um golpe de Estado que mergulhou o país no caos social e numa depressão econômica ao aplicar uma dose ainda maior do veneno neoliberal por meio da qudrillha encabeçada por michel tmer, eduardo cunha, eliseu padilha, geddel vieira lima (et caterva) e outros que compõem o ‘interinato’, vem André Lara Rezende com seu criminoso cinismo admitir que toda a teoria defendida por ele e asseclas está errada.

    A pergunta que fica é: quantos anos serão necessários para que a classe média – analfabeta política, manipulada pelo PIG/PPV e seduzida pelo ódio nazifascista, que idolatra sérgio moro e toda a ORCRIM da Fraude a Jato, arrogante, pretensamente auto-suficiente – que  vestiu camisas da CBF e ofendeu a presidenta Dilma Rousseff, pedindo sua deposiçao e mesmo o encarceramento não apenas dela, mas também do ex-presidente Lula, vai dar o braço a torcer e admitir os erros e crimes que apoiou e coonestou?

     

  18. Reminiscências

    No site de busca da FOLHA  http://migre.me/vSnPt   há 6.849 páginas referentes a Luís Nassif 

    em 04/02/1994 (o número 1) o primeiro parágrafo do seu artigo é muito interessante. O título é “Vergonha Nacional”

    “Não se tem recursos para a saúde, mas a esquerda vota a readmissão de 160 mil funcionários públicos e a direita a anistia total a agricultores. O circo pega fogo, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, continua praticando o jogo da dubiedade em relação à sucessão presidencial e o Congresso não dá quórum para aprovar um programa de governo.”

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/2/04/dinheiro/27.html

  19. um ponto na Selic vale quantos empregos?

    “… cada ponto da Selic (que tem um impacto de quase R$ 100 bilhões no orçamento público) impactaria em 0,1% o custo final do produto, variação ínfima.”

    Para pagar estes R$100 bilhões aos rentistas, o governo necessita de um maior superavit primário, para conseguí-lo, reduz despesas com saude, educação e investimentos, derrubando a atividade econômica! Quantos empregos se perde por cada ponto da Selic ou pelo pagamento de mais 1% de juros ao feliz rentista?

  20. Não vi o Nassif prever o
    Não vi o Nassif prever o desastre do governo Dilma, essa sim a presidenta que redefiniu a palavra “quebrou o Brasil”. O que o Nassif classificou de brutal frecessão foram 2 anos de  crescimento de 0,5 e 0,7% respectivamente.  Bem diferente governo dela que jogou o Brasil na depressão economica de -10% em apenas 2 anos. O pior é que o Nassif saiu defendendo aumento e criação de impostos e apoiou a Dilma até o último instante. Será que um dia teremos um artigo do Nassif fazendo um mea-culpa?

     

     

     

    1. Papagueando a mídia

      Você está repetindo o que a mídia alinhada ao PSDB bateu anos, para alimentar movimentos golpistas contra a presidente reeleita, o que contribuiu muito para criar um clima propício para afastá-la sem comprovação de crime de responsabilidade. Portanto, contribuiu para que os brasileiros sérios passassem pelo constrangimento de um golpe digno de República de Bananas.

      Durante anos, a mídia ocultou uma crise fortíssima no preço internacional das principais commodities. Infelizmente, a balança comercial brasileira foi e ainda é muito dependente da exportação de commodities. 

      Desde 2012, principalmente depois da produção norte-americana de petróleo a partir do xixto (que inundou o mercado dessa commoditie) e da mudança estratégica comercial da China (que diminuiu o ritmo de compra de commodities), o preço internacional das principais commodities entraram em curva descendente, inicialmente numa queda relativamente suave. No segundo semestre de 2014, e especialmente durante o mês de outubro/2014, o ritmo da queda tormna-se violento, abrupto. Basta vr as curvas que estão diponíveis na internet. 

      Só um exemplo: de 2011 a 2015, o barril de petróleo caiu de aproximadamente US$ 130 para aproximadamente US$ 40. Não é preciso lembrar também que o Brasil é grande exportador de minério de ferro, e suas exportações de petróleo também têm peso importante na balança comercial brasileira. 

      Estou falando isto porque a mídia impressa brasileira ocultou todo esse quadro de crise dos preços das commodities para jogar sobre os ombros da Dilma toda a responsabilidade sobre um quadro de crise econômica. Criou uma narrativa de que todas as dificuldades econômicas eram decorrentes de desajustes internos, “causados pelo governo Dilma”. Pura canalhice, com intenções políticas claras para quem queria e quer ver, e que jogou o poder da presidência nos braços de uma camarilha de quinta, com Temer, Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima, Serra, Moreira Franco, et caterva.

      E você, com este comentário acima, está repetindo essa ladainha canalha. 

    2. Pra você eu vou repetir a

      Pra você eu vou repetir a resposta que dei prum outro coxinha

      Existem dois tipos de pessoas que frequenta este blog. Um é do tipo que sujeito que estuda muito, lê muito, cruza informações, confere e reconfere dados e depois reflete bastante antes de escrever alguma coisa aqui. Embora eu nem sempre concorde com eles, claramente se nota que tem muitos comentariastas e autores aqui que tem bagagem e “contiúdo” (como diria o Brizola). Outro tipo de sujeito só lê a Veja e assiste a GloboNews e depois vem aqui escrever merda. Esse é você.

    3. Complementando as críticas…

      Sabe por que eu sei que vc não passa de um troll idiota? Porque faz críticas típicas de quem não lê o Nassif. Qualquer um que frequenta o espaço sabe que o Nassif tem vários textos criticando a política econômica do governo Dilma. Apenas ele se abstém da crítica rasa no seu estilo.

      Leia o blog com mais frequência e espírito aberto… Te tornaria uma pessoa melhor!

  21. Juros e conservadorismo intelectual
    Quanto aos textos do Nassif eu diria que “matou a cobra e mostrou o pau”.

    Quanto ao AndréLR , seu posicionamento no texto abre uma cratera nas hostes conservadoras, então, eu o saúdo, mesmo porque a argumentação esclarecedora sempre deve ser saudada.

    Não nos esqueçamos: a convergência é sempre um instante de superação.

  22. Francamente o que se podia

    Francamente o que se podia esperar de um Chicago Boy? Que resolvesse os problemas econômicos e sociais do país? Pelo Amor de Deus! Essa gente recebe treinamento acadêmico justamente para fazer o que fizeram: abortar toda possibilidade de desenvolvimento de um país, de forma que o Império Yankee não seja desafiado. São anos de lobotomização acadêmica que resultam numa aberração intelectual.

    Que são Quinta Coluna eu nunca tive dúvidas, minha dúvida é outra: é se essa gente tem a menor noção dos efeitos das políticas que propõem, tanto que formulei três hipóteses:

    – Se desconhecem o resultado das ideias que defendem, são ignorantes;

    – Se conhecem o resultado das ideias que defendem e esperam sinceramente que funcionem, são ingênuos do pior tipo;

    – Se conhecem o resultado das ideias que defendem e sabem o estrago que vão fazer, são canalhas do pior tipo.

    Não sei exatamente em qual dela o Lara Rezende se encaixa, mas o estrago que essa gente fez só pode ser comparada a um holocausto nuclear: arruínaram o país sem deixar nenhuma perspectiva para o futuro, como Nassif bem disse.

    E a desgraça continua porque o Meirelles ainda anda por ai fazendo estrago…

  23. BRASIL , o bobo da turma

    De cabeças de planilha – no sentido de gente bitolada em uma única fórmula para resolver problemas – aposto que nunca tiveram nada . 

    São ideólogos a serviço do grande capital , encarregados de formatar a aceitação da opinião pública para suas grandes jogadas.

    No topo, as lideranças do grande capital internacional nos EUA se encarregam de garimpar gente talentosa e lapida-los nas grandes universidades. Uma vez catequisados , quando regressam a seus países de origem estão com o discurso pronto para alardear as virtudes do grande capital.

    Nas décadas de 70 e 80 a missão era combater o planejamento econômico central , com medo que o monstro comunista se espalhasse. Milton Friedman , Friederich Hayek , von Mises , foram as figuras que legitimavam o discurso. Elaboraram longas teses para atacar o controle econômico e demonstrar como ele significava escravidão e como o sistema de livre empresa era o paraíso na Terra. Prêmio Nobel para Hayek .

    Uma vez derrotado o grande satã na década de 90 , a missão agora era escancarar os mercados do terceiro mundo. Para isso o FMI e o consenso de Washington jogaram todo seu poder de pressão contra as economias em desenvolvimento. Mais uma vez , como todo movimento precisa de uma ideologia para legitimá-lo , foi a época de figuras como Merton e Scholes , ganhadores do prêmio Nobel de 1997. 

    O resultado foram as privatarias do Leste Europeu – à época recem saido do comunismo – e da América Latina – recem saida da crise de endividamento externo ; e a devastação dos mercados financeiros pela livre movimentação de capitais , com as quebras históricas de Tigres Asiáticos , México , Russia e o Brasil de FHC . Os ideólogos do FMI continuaram prescrevendo seus remédios de juros altos e arrocho fiscal , enquanto emprestavam quantias astrônomicas às economias detonadas no balanço de pagamentos pela ação deletéria da livre movimentação de capitais –  empréstimos estes destinados a resgatar os financistas e transferir o ônus aos Tesouros NAcionais – exatamente como agora na crise grega . Discutir restrição à livre movimentação siginificava ser metralhado por essa turma. Como Joseph Stiglitz e Paul Krugman , que criticaram duramente as medidas adotas para lidar com a crise dos países asiáticos , e foram por isso igualmente duramente atacados pelo stablishment . 

    Depois de conceder o Nobel a Merton-Scholes no auge da selvageria liberal , o mea culpa do stablishment internacional por seus erros (intencionais)  foi conceder o Nobel a Stiglitz , Krugman e Amartya Sen . 

    O Brasil é o exemplo ideal nas mãos desse movimento. Gustavo Franco , Bacha , Arida , LAra Resende , Arminio Fraga , todos discipulos fiés do receituário. Coréia do Sul que adotou outro caminho depois da crise teve trajetória econômica mais consistente e estável desde então . O Brasil novamente ficou na promessa , com os juros altos na mão .

    A era LULA sepulta os desequilíbrios do balanço de pagamentos. O jogo sujo da grande finança internacional daria sua última cartada pouco antes da eleição de Lula em 2002. Espalhando pânico e boatos sobre a situação que o país ficaria com a eleição de Lula , logrou produzir uma crise de confiança e detonou o cambio. A reboque – como sempre – as agências de classificação de risco jogavam gasolina na fogueira . Não tiveram fôlego para detonar a economia completamente como fizeram durante a era FHC , mas provavelmente devem ter lucrado muito . 

    E agora , com o golpismo conduzindo o jogo das elites predatórias e martelando na tecla do superavit fiscal para pagar juros , querendo acabar com a febre sem curar a infecção , vai jogar mais duas décadas no lixo . 

    Será que aguenta ? 

     

  24. Caro Nassif,

    temo lhe informar que essa inserção do Brasil na, convencionada, COMUNIDADE FINANCEIRA INTERNACIONAL começou muito antes.

    Quando da conclusão de meu curso de economia a monogragia versava sobre a constituição da dívida externa brasileira entre 1968 e 1982, ano que quebramos e passamos duas décadas a pão e água.

    Foram mais de 200 páginas de análise de item por item do Balanço de Pagamentos brasileiro, todas as contas, e nada justificava o incremento no endividamento de US$ 7,9 bi (1967) para 120 bilhões de dólares em 1982.

    A dívida computados os déficits das duas crises do petróleo, os investimentos do segundo PND, conta de serviço(juros, royalties, lucros), etc, não deveria ultrapassar 28 bilhões de dólares, ou seja, 1/4 do montante existente. 

    O homem que pode responder a isso está aí e seu nome: DELFIM NETO. 

    No mais concordo plenamente com você, acrescentando que, quando do “cálculo” da taxa de juro de equilíbrio no modelo de metas de inflação ELE NÃO LEVA EM CONTA A PRODUTIVIDADE, daí que toda a PRODUTIVIDADE é transferida integralmente para o Capital e nada para o Trabalho. 

    Nassif, sem ser muito rigoroso no cálculo, o plano real (sic) consumiu 1 trilhão de dólares de recurso brasileiros. 

    Esse é um bom assunto para se analisar. 

  25. Caro Nassif: acompanho com

    Caro Nassif: acompanho com muito carinho as suas análises desde a TVE, já faz muitos anos, e penso o seguinte: Muitos e muitos, como você condenaram os juros altos o tempo todo. Os economistas dos governos desde há muito ouviam e davam as mais esfarrapadas desculpas para essa calamidade; alguém aqui, por acaso, pensa que esses economistas eram bobinhos? Você agora diz que eles preservam os lucros ou frutos? Ora, eles bem sabiam e se benificiaram com essa trama infernal que arrasou este e ainda arrasa o país. Alguém se alembra da luta do Vice de Lula, José de Alencar, contra os juros da tal amaldiçoada CELIC? Pregou para os peixinhos, eles davam risada da pretensa inocência do homem honesto que sabia da maldade, mas morreu e com ele um dos mais probos seres que eu ouvi falar. Outrossim, pensar que o Lula era inocente nesse teatro; bobo é quem pensa que ele é bobo. E a Dilma? Era bobinha também ? Em 2015 as empreiteiras que trabalhvam para a Petrobrás despediram milhares de funcionários, o que resultou numa brutal queda nas vendas do comércio e D. Dilma permitiu que se explodissem os juros para travar o crescimento. Ela e só ela, apagou o incêndio com gasolina. Não venha cá culpar o Banco Central por eu não votei no BC eu votei em DILMA, uma socialista e ela virou, não sei o quê porque com o país parando ela mandou cortar investimento privado????

  26. Poder versus modelos econômicos
    Só temos que lembrar que não adianta termos a teoria econômica perfeito se temos uma disputa de poder. Qualquer que seja a política econômica adotada por um governo progressista seria sabotada pelo setor produtivo/ financeiro, os que realmente detêm os recursos. Temos que conquistar as massas e com elas, as estruturas de poder. Não vai adiantar só um executivo cambaleante cedendo sempre que há uma crise.

  27. O crescimento monetário é finito…

    Não existe como a economia de um país ou do mundo crescer infinitamente…

    Por isto os ciclos de crescimento e de quebradeira.

    O Brasil não é Cuba ou Venezuela ou Grécia. Possui lastro de demanda interna reprimida de 100 anos de crescimento constante sem crise. Se associar ao crescimento da Africa teremos um crescimento reprimido de 200 anos no qual o Brasil pode se aproveitar.

    O problema interno é o governo federal que não deixa o Brasil crescer… 

  28. Que bom que temos um Luis que

    Que bom que temos um Luis que não respeita Januário.

    Mas deve ter o coração caloso por tantas previsões confirmadas.

  29. Prezados editores GGN,
     
    O

    Prezados editores GGN,

     

    O artigo do Lara Rezende é bastante confuso, ele termina dizendo que o a taxa de juros é subordinada ao deficit fiscal e que a taxa de juros determina a inflação no curto prazo, o que é há muito tempo sabido. A novidade é o excesso de liquidez aparentemente não provocar inflação. Entretanto, é como uma revogação da lei de oferta e procura, ou seja, hipoteticamente é como se no verão uma oferta maior de picolés deixasse os picolés ainda mais caro. Matematicamente modelos podem chegar a essa conclusão, dependendo dos parâmetros e premissas. Mas de todo modo, caro Nassif, a sua crítica nunca esteve correta, pois vc nunca mencionou que a taxa de juros vem do deficit fiscal, e nunca esteve correta porque sim, no curto prazo a selic trava a inflação, apenas no longo prazo ela provocaria inflação. O caos do governo Dilma parece que encurtou essa definição de longo prazo.

  30. Em primeiro lugar, a economia

    Em primeiro lugar, a economia sem conhecimento sistemático não é ciência, é engano de fundamento; multiplica juros e inversão de valores acontece como sofisma do sujeito oculto desde tempos imemoriais.

    O economista é um estudioso teórico de relacionamentos humanos, mas farsante defensor da ficção estrangeira, com diploma de propósitos que chamam para fora conectivos da sociedade, porque faz de contas que é traido ao longo do tempo – se cada um pode encobrir situações de sua culpa pessoal, basta se perdoar uns aos outros.

    Desculpa: Não sabem descobrir as causas que reconstrói o bem estar dos outros, por isso não foram capazes de planejar o dinheiro para prever o futuro das conversões de poder; logo, sabem com profundidade como provocar à ruína interna de repetir esse tratamento de crise fiscal de fora para dentro.

    A medida que ficamos mais velhos somos a sua infância economistas, pois também não nos sentimos responsáveis por não denunciar a fonte de suas mentiras.

  31. Avaliação do Oreiro sobre o texto do Lara Rezende
    https://jlcoreiro.wordpress.com/2017/01/15/nihil-novi-sub-sole-uma-replica-a-lara-resende/

    Nihil novi sub sole: uma réplica a Lara Resende

    Lemos no Livro do Eclesiastes 1:9 que “Não há nada de novo debaixo do Sol”. Esta é a impressão que tive ao ler o artigo de André Lara Resende “juros e conservadorismo intelectual” publicado no Valor Econômico na ultima sexta-feira dia 13 de janeiro.

    O objetivo principal do artigo é apresentar uma explicação teórica satisfatória para o problema dos juros no Brasil, mais especificamente o patamar persistentemente elevado da taxa real de juros de curto-prazo. Segundo o autor as explicações oferecidas até o presente momento – baixa propensão a poupar, ineficácia da política monetária, entre outras – não foram capazes de dar uma resposta convincente e definitiva para a questão. Em particular, a permanência da taxa real de juros em patamares muito elevados num contexto de dois anos seguidos de queda do PIB e desemprego em torno de 12% da força de trabalho não seria passível de explicação com base na teoria macroeconômica dominante, a qual o autor denomina de modelo neokeynesiano com expectativas racionais; de forma que seria necessário o desenvolvimento de uma nova teoria. Para o autor o problema do juro no Brasil só seria explicado pela Teoria Fiscal do Nível de Preços, segundo a qual a baixa credibilidade da política fiscal – ou seja, a ocorrência de uma probabilidade positiva e significativa de default da dívida pública em algum momento no futuro – levaria a um aumento das expectativas de inflação, haja vista que a inflação mais alta no futuro não só pode atuar no sentido de reduzir o valor real dos títulos públicos que não estejam indexados ao nível de preços, como ainda garantir receita de senhoriagem para o governo conseguir minimamente cobrir o déficit público. Expectativas de inflação mais elevadas levariam o Banco Central a ajustar a taxa nominal de juros para cima, pois a taxa real de juros seria determinada “no lado não monetário da economia” sendo, portanto, uma constante. Dessa forma, taxas de juros nominais mais altas estariam associadas a taxas de inflação mais altas no longo-prazo, invertendo assim a lógica tradicional de operação da política monetária, segundo a qual o Banco Central aumenta a taxa de juros para reduzir a inflação.

    O argumento é interessante do ponto de vista lógico, mas não tem nada de novo. Trata-se essencialmente do mesmo argumento apresentado por Thomas Sargent e Neil Wallace no seu artigo clássico “Some Unpleasant Monetarist Arithimetic” (1981) [ ver: https://www.minneapolisfed.org/research/qr/qr531.pdf] . No modelo de Sargent e Wallace quando o Tesouro possui um déficit fiscal permanente, o Banco Central pode se ver obrigado – mesmo contra a sua vontade – a monetizar esse déficit, ou seja, a imprimir moeda para pagar as despesas do governo. Isso porque o aumento contínuo da dívida pública (como proporção do PIB) fará com que em algum momento do tempo a restrição orçamentária intertemporal do governo seja violada, tornando o governo insolvente. Nesse contexto, o Banco Central será obrigado a imprimir dinheiro para pagar o déficit orçamentário, ou seja, terá que abandonar o controle da oferta de moeda e da inflação para atuar como “banqueiro do governo”. Se os agentes tiverem expectativas racionais eles irão antecipar essa atuação do governo, e irão reajustar as suas expectativas de inflação para cima, muito antes do Banco Central flexibilizar a política monetária.

    Essa situação foi descrita por Sargent e Wallace como “Dominância Fiscal”, a qual consiste na incapacidade da autoridade monetária em conduzir a política monetária de forma autônoma – isto é, com vistas ao controle de inflação – devido ao desequilíbrio fiscal permanente. Nessa situação, mesmo que o Banco Central tente reduzir a inflação por intermédio de uma contração da oferta de moeda (ou aumento da taxa de juros), as expectativas de inflação não irão ceder porque os agentes antecipam que, em algum momento no futuro, o financiamento monetário do déficit público será requerido e, consequentemente, a inflação terá que subir. Nesse contexto juros nominais mais altos hoje significam inflação mais alta no futuro. É o mesmo argumento de Lara Rezende.

    Antes de passar a análise do caso brasileiro não posso deixar de comentar que no modelo Sargent-Wallace (e, por tabela, no artigo de Lara Resende) a moeda é, por assim dizer, hiper-neutra, ou seja, ela não é capaz, sequer, de controlar o nível de preços (ou a taxa de inflação). Enfatizo isso porque não consegui entender o entusiasmo com o qual muitos heterodoxos saudaram o texto de Lara Resende. Ora um dos elementos do nucleo-duro do pensamento heterodoxo é precisamente a não-neutralidade da moeda, tanto no curto como no longo-prazo. Afirmar a hiper-neutralidade da moeda não tem nada de heterodoxo. Trata-se apenas do projeto novo-clássico levado as suas ultimas consequências.

    Voltemos ao caso do Brasil. Em função do desequilíbrio fiscal produzido e gestado pelo governo Dilma Rouseff a capacidade do setor público de gerar superávits primários na magnitude suficiente para manter estável a relação dívida pública bruta/PIB foi eliminada. Como consequencia disso, essa relação entrou numa trajetória ascendente, a qual só deve ser revertida depois de 2020. Até lá a dívida pública pode chegar a 90% do PIB. Como o superávit primário como proporção do PIB que é requerido para estabilizar a dívida pública é função (entre outras variáveis) do tamanho da dívida pública; não podemos descartar a priori a possibilidade de ocorrência de dominância fiscal no futuro caso o superávit primário requerido para a estabilização da dívida pública se mostre econômica ou politicamente inviável.

    Mas essa não é, contudo,  situação atual no Brasil. Os mercados financeiros aparentemente compraram a ideia de que as reformas que estão sendo feitas pelo governo Temer (a PEC 55 e a reforma de previdência) serão capazes de, num futuro não muito distante, reverter a trajetória da dívida pública como proporção do PIB sem que seja necessário recorrer ao financiamento monetário do déficit. O resultado disso é que as expectativas de inflação para os próximos anos já estão razoavelmente ancoradas no centro da meta de inflação. Sendo assim, não me parece razoável creditar a dominância fiscal a persistência dos juros no Brasil em patamares elevados.

    O modelo macroeconômico neokeynesiano – tal como apresentado no livro de Carlin e Soskice “Macroeconomics: imperfections, institutions and policies” (2006) – mostra que o patamar da taxa de juros pode ser explicado por dois componentes. O primeiro é o juro real neutro ou de equilíbrio, ou seja, aquele que é compatível com uma taxa de inflação constante ao longo do tempo (o que exige, em geral, que o hiato do produto seja igual a zero). O segundo componente é a dosagem de juros que é requerida para fazer com que no médio-prazo a inflação convirja para a meta definida pela autoridade monetária (Ver Oreiro et alli, 2012, p. 561).

    Lara Resende se mostra perplexo com o patamar dos juros no Brasil no contexto da profunda recessão que a mesma se encontra. Não vejo motivo para isso, pois esse patamar de juros pode ser perfeitamente explicado pelo modelo neokeynesiano. Com efeito, em 2015 a economia brasileira sofreu uma série de choques de oferta (realinhamento dos preços dos combustíveis e das tarifas de energia, maxi-desavalorização da taxa de câmbio, entre outros) que fizeram com que a inflação ficasse muito acima do teto do regime de metas de inflação.

    Nesse contexto, o Banco Central seguindo o protocolo do RMI deve elevar a taxa real de juros acima do nível neutro ou de equilíbrio. Esse aumento será tão maior quanto (i) menor a sensibilidade da inflação ao hiato do produto; (ii) menor a sensibilidade da demanda agregada as variações da taxa de juros e (iii) maior a aversão da autoridade monetária aos desvios da inflação com respeito a meta.

    A literatura que Lara Resende afirma que não é capaz de dar uma resposta convincente para o problema dos juros no Brasil (na qual se inclui Oreiro et all (2012) – aponta precisamente para o fato de que no Brasil a inflação é (a) pouco sensível ao hiato do produto (devido a indexação de preços e salários, notadamente o salário mínimo, a inflação passada) e (b) a demanda agregada é pouco sensível as variações da taxa de juros devido a existência de títulos públicos indexados a taxa de juros – as famosas Letras Financeiras do Tesouro – o que diminui o efeito riqueza da política monetária, reduzindo assim a eficácia da mesma. Como nada foi feito no Brasil nos ultimos 20 anos para eliminar essas distorções – pelo contrário, o grau de indexação da economia foi aumentado nos ultimos anos com a institucionalização da regra de reajuste do salário mínimo e com o aumento das operações compromissadas, o que elevou a parcela da dívida pública que é atrelada a selic – não é de estranhar que a persistência da taxa de juros em patamares elevados. A esses fatores devemos somar a surpreendente mudança de atitude do Banco Central com respeito aos desvios da inflação com relação ao centro da meta após a substituição de Tombini por Ilan Goldfjan na presidência do Banco Central. Com Goldfjan o BCB ficou “mais conservador”, ou seja, menos tolerante com o desvio da inflação com respeito a meta. De acordo com o modelo neokeynesiano essa mudança de preferências impõe necessariamente uma dosagem maior de taxa de juros. Não há nada de novo debaixo do Sol.

    Enfim, o problema dos juros no Brasil não é de “falta de diagnóstico” ou muito menos devido a um suposto “conservadorismo intelectual”. Na verdade a interpretação dada por Lara Resende para a persistência dos juros elevados no Brasil é tremendamente conservadora pois reduz o problema dos juros a uma questão puramente fiscal. Isso me parece um enorme reducionismo. Os juros no Brasil permanecem altos porque simplesmente nenhum governo da Nova República procurou eliminar as distorções que conduzem a esse resultado. Nisso FHC, Lula e Dilma se mostraram igualmente incompetentes.

    Quero finalizar com uma reflexão. Quando um certo problema persiste por muitos anos – na verdade décadas – a razão da persistência pode não ser a falta de um diagnóstico claro, mas sim falta de interesse em resolver o problema. A eliminação das distorções que levam a esse equilíbrio ruim afeta não apenas os rentistas, mas também os sindicatos. Ao fim e ao cabo pode ter sido construída no Brasil uma coalizão de interesses que impede a redução dos juros para um patamar mais razoável. Se isso é verdade a solução para o problema dos juros no Brasil não passa pelo Banco Central. Infelizmente esse problema pode não ser resolvido nunca.

    Referências

    Carlin, W; Soskice, D. (2006). Macroeconomics: imperfections, institutions and policies. Oxford University Press: Oxford.

    Oreiro, J.l; Paula, L.F; Silva, G.J; Amaral, R. (2012). “Por que as taxas de juros são tão elevadas no Brasil? Uma avaliação empírica” . Revista de Economia Política, Vol. 32, N.4.

     

  32. Direito real x investimento externo

    Direito real x investimento externo (endividamento do país pela própria riqueza).

    Mateus 18:18 – “Com toda a certeza vos asseguro que tudo o que ligares na terra terá sido ligado no céu, e tudo o que desligares na terra terá sido desligado no céu.”

    Absurdo do direito real:

    1 – Sujeito ativo = o titular do direito real e um objeto  (aqueles que não trabalham e criam o valor do objeto, exemplo: bancos, investidores e especuladores dos fenômenos do mundo

    2 – Sujeito passivo no direito de crédito = O Estado, enquanto endividado, se quiser deixar o meio produtivo agir em todas as atividades reais.

    3 – Jus est facultas agendi = O direito é a faculdade de agir.

    “Apocalipse 12: 7 a 10: Anjos pelejam no céu contra o dragão – “Houve peleja no céu. Miguel e seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu lugar deles.

    E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e satanás, o sedutor de todo mundo, sim foi atirado para a terra, e com ele os seus anjos.”

     

     

  33. Prezado Nassif,
    A sua crítica

    Prezado Nassif,

    A sua crítica não procede, pois a única coisa que vc disse nesses últimos 20 anos foi que o BC deveria baixar os juros, sem apontar as causas técnicas do nível elevado. Nunca foi mencionado em seus artigos que a causa dos juros altos é o verdadeiro descalabro fiscal brasileiro, em todos os governos. Simplesmente baixar os juros sem resolver o lado fiscal seria o caos financeiro, e era isso que vc sempre dedendeu. Vc não enxerga a correlação entre juros e a questão fiscal, vide o seu repúdio à PEC 55, que tenta controlar os gastos públicos. Não procede vc se vangloriar de que esteve certo esse tempo todo.

     

      1. Caro comentarista Roland

        Caro comentarista Roland Rola,

         

        Estamos aqui discutindo o deficit primário, é um tema um pouquinho complexo pra uma visão 01.

        1. Elevando

          Ora, Romeo!

          Por que discutir apenas 1/6 de um problema tão importante.

          Vamos elevar o nível e incluir os outros 5/6.

          Para resolver um problema você deve atacá-lo por inteiro. É lógico!

           

          1. Isso aí Roland Rola, consegue

            Isso aí Roland Rola, consegue entender que o problema dos juros tem uma origem? que não adianta combater a consequência? Se a resposta for não sugiro um curso de lógica!

          2. Origem

            Existe uma origem, e o resultado fiscal de 2015 deixa bem claro:

            De acordo com o BC, em 2015 a necessidade de financiamento do setor público (NFSP) foi de R$ 613 bilhões. Desses, R$ 111,2 bilhões são oriundos do déficit primário, que a pec 55 ataca. Por outro lado, houve um déficit de R$ 501,2 bilhões resultantes dos custos da dívida pública, majoritariamente alimentados pelos elevados juros. Fica claro que o problema do déficit fiscal está nas despesas financeiras e não nas despesas primárias. 

            Dessa forma, existe uma origem. Mas os juros é que são a origem.

          3. Caro Roland Rola, 
            Consegue

            Caro Roland Rola, 

            Consegue ver que a cada ano temos um deficit primário enorme? E que a conta de juros reflete um deficit primário bilionário de décadas e décadas?

          4. Negativo
            Você está equivocado, Romeo.De acordo com o BC, de 1999 à 2015, só houve déficit primário em 2014 e 2015. A proporção da soma dos déficits primários desses 2 exercícios, equivale apenas a 15% de toda NFSP. Assim, 85% da pressão sobre a formação da taxa SELIC nesses 2 anos tem sua origem nos próprios juros; e nos anos anteriores, 100%. Daí concluímos que trata-se de um círculo vicioso onde os juros elevados geram o déficit fiscal que pressionam os juros. Se quer resolver esse problema, o ataque deve ser majoritariamente sobre as despesas com juros e não sobre as despesas primárias, como se pretende com a pec 55.

  34. Dois caipiras, na porta do Itaú

    Padi, cumé que consegue, pade do céu: emprestar a meiporrcento. E ser emprestado a oito e meiporrcento, num mês?

     

    Pois é, padi do céu, e ainda pondo a laia desta pra cuidarr do bancentral?

     

    Obs.: fácil de ver, nenhum dos dois tinha mestrado. Mas afinal,  prá que mestrado, se tinham bolso e sabiam ler… 

     

    Moral da Fábula: qualquer idiota consegue nos fazer de idiota, usando somente economês. Menos estes dois fregueses, espertos, na porta do sedento banquinho laranja, acima.

     

     

  35. Você acredita?*

    DELFIM NETO – FOLHA

    “Mesmo que haja uma recuperação da atividade de 1% a 2%, há uma boa probabilidade de que voltemos à meta de inflação em 2017, o que abre um espaço para a redução da taxa de juros real, com todas as suas consequências positivas para o avanço do equilíbrio fiscal.”

    http://migre.me/vTzyf

      

     

    *claro que não.

  36. Juros são proporcionais ao

    Juros são proporcionais ao Risco do credor em não receber o montante investido. Reduzir juros sem reduzir o risco resulta em fuga de capital e dificudade de rolar a dívida pela escassez de crédito disponível. Foi o que começou a acontecer quando em 2012 Dilma baixou os juros na marra, não atoa teve que voltar atrás. Não se reduz juros sem sinalizar ao credor (mercado) a total capacidade de honrar com a dívida, responsabilidade fiscal com transparência e credibilidade. Não quer se submeter ao mercado? Então não tome dinheiro emprestado do mesmo, ou seja, mantenha seus investimentos e despesas no nível de sua receita. 

  37. O Senhor prova a sua grandeza.

    Isaias 41: 21 a 26 – “Apresentai a vossa demanda, diz o Senhor; alegai as vossas razões, diz o rei de Jacó. Trazei e anunciai-nos as coisas que hão de acontecer; relatai-nos as profecias anteriores, para que atentemos para elas e saibamos se se cumpriram; ou fazei-nos ouvir as coisas futuras.

    Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem ou mal, para que nos assombremos, e juntamente o veremos.

    Eis que sois menos do que nada, e menos do que nada é o que fazeis, abominação e o que vos escolhe.

    Do norte suscito a um, e ele vem, a um desde o nascimento do sol, e ele invocará o meu nome, pisará magistrados como lodo e como o oleiro pisa o barro.

    Quem anunciou isso desde o princípio, a fim de que o possamos saber, antecipadamente, para que digamos: É isso mesmo? Mas não há quem anuncie, nem tampouco quem manifeste, nem ainda, quem ouça as vossas palavras.”

    Alego uma Razão de Referência, ouçam do mundo real, desde o princípio das obras às coisas futuras.

    E invoco o seu nome, eis me aqui.

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