Os grupos de mídia e o desrespeito às religiões

Em meados dos anos 90, um bispo evangélico chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em um programa da TV Record. Houve comoção nacional. A Globo aproveitou o incidente para conduzir uma feroz campanha contra o bispo e a Record.

O episódio resultou na demissão do bispo, no seu afastamento da sua igreja e um pedido de desculpas da Record.

Em Paris, o jornal “Charlie Hebdo” publica uma charge do profeta Maomé. Segue-se o atentado terrorista. A reação francesa foi uma nova edição do jornal com uma nova charge do profeta.

Nem se discute sobre o atentado: é um ato terrorista que deve ser condenado exemplarmente. O que se discute é sobre os limites da liberdade de expressão.

***

No Brasil, os mesmos grupos de mídia que conduziram a campanha contra a Record levantaram-se em defesa da liberdade absoluta de expressão. E aproveitaram oportunisticamente do episódio para combater qualquer forma de regulação. Regulação, aliás, em curso em todos os países desenvolvidos.

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Vamos por partes.

Não se pode comparar a forma de expressão individual de um artista, ou mesmo de um grupo em seu meio, com a penetração de um grupo de mídia, ainda mais daqueles montados em cima de concessões públicas.

A escala é totalmente diferente. Os grupos de mídia atingem milhões de pessoas, forjam o pensamento de vastas camadas de leitores ou telespectadores. Especialmente no Brasil, detém um poder de cartel imbatível.

Por isso mesmo, tem que existir limites à sua atuação. Mas uma visão vesga do Judiciário não entende essas características e tende a colocar todos os abusos ao abrigo do conceito de liberdade de imprensa.

***

Tome-se a própria Record.

Anos atrás, conduziu uma campanha pesada contra as religiões afro. O Ministério Público Federal de São Paulo abriu uma ação exigindo reparação, na forma de um programa produzido por lideranças negras, reparando os danos à imagem do negro e da religião.

Montou-se um programa digno, sem ataques à Record, mas explicando a natureza das religiões afro.

Não se conseguiu essa reparação. A sentença – absurda – dava à Record a liberdade total de veicular o que quisesse, sem que os atingidos tivessem direito à resposta.

Não há diferenças: o chute na santa, a charge do profeta, o ataque às religiões afro são atentados à religião. Por que esse tratamento diferenciado, de enaltecer o direito de Charlie Hebdo em satirizar o profeta, tirar o direito do bispo da Record de chutar a santa e conferir à mesma Record o direito de avacalhar às religiões afro?

A diferença está na ponta atingida: depende da maior ou menor influência do grupo atingido, em relação ao agressor.

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Confira-se:

  1. No episódio da santa, os católicos eram os atingidos e os evangélicos os agressores. Prevaleceu a maior influência católica.

  2. No episódio das religiões afro, atingidos foram os seguidores de religiões afro; agressores, os evangélicos da Record. Prevaleceu a maior influência dos evangélicos.

  3. No caso do Charlie, os atingidos eram muçulmanos.

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Há algo de muito errado nessas métricas diferentes. Católicos, evangélicos, seguidores de religiões afro, todos merecem o respeito dos meios de comunicação. E os abusos devem ser coibidos, sim, pela Justiça.

E viva o Papa Francisco, o que melhor está entendendo esses tempos nebulosos.

Luis Nassif

261 Comentários

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  1. GUERRA É GUERRA

    Que o mundo ocidental está em guerra com os povos muçulmanos e palestinos no oriente médio desafio alguém a negar. Os povos árabes, não seus governantes, são sistematicamente humilhados e roubados pelas superpotencias mundiais. Qual basicamente é sua riqueza? Petróleo. Um dia ele vai acabar e, neste dia, os governantes e a elite dos povos árabes vão pegar seus carrões, cavalos de raça, suas esposas e flhos e por tudo dentro de jatos e viver sua riqueza na europa, se já não fazem isto. O que sobra hoje para os povos oprimidos no oriente médio? O que sobrará no dia da diaspora dos seus ricos governantes? O que define a identidade de um povo? Qual é o lugar no mundo e dentro de si mesmos destes povos? Sun Tsu escreveu que nunca devemos acuar nossos inimigos a ponto de não lhes deixar saídas. Quem neste mundo pode ser quem é sem fazer isto através de sua cultura, vestes, comidas e religião? Me digam os experts em liberdade de expressão. Como expressar a si mesmos? Como?. O ocidente tem sido advogado, juri e juiz da identidade dos povos orientais e notadamente dos povos oprimidos do oriente médio. Mas, este não é o ponto a que quero chegar, embora gostaria de ver respondidas as perguntas acima, com franqueza e clareza cartesianas. O que a resistencia armada dos povos oprimidos do oriente está fazendo é uma GUERRA. E guerra é guerra. Há um ditado que no AMOR E NA GUERRA VALE TUDO. E não vale? Vale jogar bombas atômicas em cidades, napalm, matar crianças em guetos em varsóvia e em jerusalém. Quem escolhe o campo de batalha legitmo e legal para fazer uma guerra? Se guerra é uma ação organizada de agressão de uma povo ou civilização contra outra, onde é que se acha o teatro ideal e legitimo para isto? E quem é o juiz que julga qual teatro é o teatro válido? Meus amigos, eu acho que cada um escolhe as armas, o lugar, o tempo e o alvo que lhe seja mais proveitoso ou possível. Eu não posso escolher as armas e nem as condições de meu inimigo, posso sim escolher as minhas dentre as possíveis. Então eu afirmo que o que a Al Qaeda e o Estado Islâmico estão fazendo é GUERRA, e GUERRA É GUERRA. A hipocrisia e a cegueira arrogante do ocidente impedem o populacho de ver e entender isto. E creme de la creme a mídia ocidental que é títere dos poderes opressores do ocidente está jogando este jogo de perdedores. Voltemos a SUN TSU: Quem conhece a si e ao seu oponente, não deverá temer cem em cem batalhas, quem conhece a si e ao seu inimigo, não deverá temer o resultado de 50 em 100 batalhas e quem não conhece nem a si e nem a seu oponente deve temer 100 em 100 batalhas. Parece que o ocidente se arrisca nas duas últimas situações e leva junto os incautos. Não está em jogo a liberdade de expressão, o que está em jogo é como deve ser a GUERRA, e novamente o ocidente quer escolher pelos outros as armas, os lugares, o tempo e os alvos pelo seu inimigo. Se o ocidente fosse um jogador de xadrez melhor seria jogar sozinho e temer todos os resultados. abs

    1. A sabedoria de Sun Tsu

      “Nunca devemos acuar nossos inimigos, a ponto de deixa-los sem saídas”

      Os árabes estão ficando sem saída, desde que a “polícia do mundo” o governo norte-americano, líder das potências colonizadoras ocidentais, resolveu “democratizar o Oriente Médio.

      E dá-lhe invasões. Começou no Iraque, depois no Afeganistão, na Líbia, no Líbano, na Síria, e o Irã ainda resiste !

  2. Melhor que encomenda

    Ocidente encontrou a fórmula perfeita para provocação de ações bélicas no mundo árabe, por conta da “liberdade de expressão”. Alguns malucos respondem com atentados e, em seguida, mais um grupo de soldados parte para oriente médio.

    Cinco mortos em Niger: http://oglobo.globo.com/mundo/protestos-por-charges-de-maome-deixam-cinco-mortos-no-niger-15083920

    Igrejas queimadas: http://noticias.r7.com/internacional/mais-igrejas-sao-queimadas-no-niger-em-protesto-por-charges-de-maome-17012015

    Feridos no Paquistão: http://noticias.terra.com.br/mundo/asia/protestos-no-paquistao-contra-publicacao-de-charges-de-maome-deixam-3-feridos,1292c2a4a73fa410VgnCLD200000b1bf46d0RCRD.html

    Dez mortos: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/niger-protestos-contra-charlie-deixam-dez-mortos-em-dois-dias-2

    1. Outra leitura:

      Alexis,

      Bons dias,

      Uma outra forma na leitura do que ocorreu com a construção do Charlie, o que não invalida a pretensiosa e enviesada leitura feita pelo PIG apontada pelo Seo Nassif.

       

       

      Meu texto final sobre o caso Charlie

      17 de janeiro de 2015 | 12:32 Autor: Miguel do Rosário

       

       

      http://tijolaco.com.br/blog/?p=24282

       

      1. Excelente texto. Aliás o Je suis Charlie parte II também

        Nao gosto em geral de Miguel do Rosário, mas esses textos dele estao ótimos. Inclusive nesse “parte II” há uma boa análise dos motivos pelos quais tanta gente aqui nao entendeu nada e veio com essa ignomínia de se des-solidarizar em relaçao às vígimas. 

  3. A Liberdade de Expressão é

    A Liberdade de Expressão é inteiramente defendida pela grande Imprensa com a exceção – única – de haver alguma Falha. A Falha de São Paulo! 

  4. Direito de Resposta

    O debate sobre a regulação dos cartéis midiáticos será muito facilitada se for aprovado o Direito de Resposta, projeto já aprovado pelo Senado, e que aguarda votação dos Deputados. Será bem melhor se as mentiras propagadas sobre a regulação pudessem ser demonstradas de imediato. E ninguém pode argumentar que direito de resposta é censura.

  5. Radicalismo

    Toda forma de radicalismo deve ser condenada, nao so dos ocidentais contra os mulçumanos, mas o contrário também. Afinal, nao se concebe mulçumanos viverem por ex na europa com liberdade de religião e cristão serem sistematicamente mortos em países árabes apenas por pregar a biblia e cristo.

    Do mesmo modo, o radicalismo da direita raivosa, tão bem representada pela imprensa golpista deve ser combatido. Não é só PT x PSDB, é o pensamento fascista do “nós somos melhores que eles”, sendo que não são (basta ver apagão elétrico, apagão da água (em SP), vender todo o patrimônio nacional que puderam e entregar o governo com divida pública quase o dobro da que receberam, só para ficar em alguns poucos exemplos)

  6. Ótima análise, ouse fazer uma

    Ótima análise, ouse fazer uma charge ridicularizando o judaísmo e o holocausto e verá que o Nassif tem toda a a razão. O conceito de liberdade de expressão não tem nada de abstrato, ele se efetiva no mundo real na forma de força política e econômica.

  7. Os grupos de midia….

     

    A midia se aproveita de toddas as formas para reforcar sua ideologia e interesses. E com o legislativo que temos e, que ainda tem como candidato a presidencia Eduardo Cunha, ai mesmo e que estamos perdidos.

  8. outra leitura

    li O Miguem do rosario,gostei,melhor ainda quando lembra que os nossos cartunistas se tivessem coragem/inteligencia/senso de precepçao fariam como o “fundamentalista religioso” Charlie habdo, deitariam o malho nesses pastores das capelas da divina grana e nesses padres celebbridades que são inquilinos do cartel midiatico,pagando uma nota preta para alugar horarios e vender dvd para vigaristas que tambem pagam dizimo para ter uma suposta mordorma no céu. Comprar a obra com dizimos para usar camarote junto ao divino.não sei quem é mais vigarista,quem compra ou quem vende . Deitar o malho na macunbazinha da esquina é facil e dá ibope,porem lidar com as pastorada esperta ninguem se atreve.

  9. Coisa do Demônio

    No auge do confronto entre Globo e Record nos anos 90 , quando Edir Macedo foi preso e a Globo não cansava de mostrar um video clandestino no qual Edir Macedo ensinava seus “bispos” como forcar os fiéis a pagar o “dizimo” , A própria GLOBO produziu uma minisérie chamada DECADÊNCIA , cujo protagonista era um pastor evangélico inescrupuloso , interpretado pelo ator Edson Celulari. A minisérie retratava o pastor após o culto , bebendo whisky e transando dentro do templo .

    Um ataque frontal aos cultos evangélicos que na época comecavam a se tornar uma forca ameacadora para a GLOBO.

    Neste vídeo o ator Edson Celulari gravou um aviso ao público para esclarecer que a minisérie não era um ataque a qualquer religião , dada a reacão que causou na comunidade evangélica à época. Mas evidentemente que era um ataque .

    Como não conseguiu conter o avanco dos evangélicos através de seu poder de difamacão , hoje a GLOBO promove eventos de musica gospel no Faustão e também patrocina o evento MARCHA PARA JESUS . 

    Nada sei sobre religiões , mas acredito cegamente que a GLOBO é coisa do Demonio .

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=jLsP1qoBzqo align:center]

    1. O negocio da Globo é grana,e

      O negocio da Globo é grana,e este negocio de musica gospel é muito lucrativo.A Globo muito espertamente contratou os maiores vendedores de disco (Som Livre) e por isso tem de mostra-los em seus programas.O mercado da Religião é muito lucrativo,e a Globo sacou isto já faz tempo.

  10. Discordo Nassif. De fato, no
    Discordo Nassif. De fato, no Brasil os veículos de comunicação tem demonstrado um respeito absoluto pelo Pegida. O único grupo terrorista cristão capaz de chegar ao poder na Europa através de eleições não tem sido criticado nos telejornais brasileiros.

  11. “A diferença está na ponta
    “A diferença está na ponta atingida: depende da maior ou menor influência do grupo atingido, em relação ao agressor.”

    Só não vê isso quem não quer.

  12.  
    Tem gente que ainda não

     

    Tem gente que ainda não compreendeu que crença não tem meio termo. Crer no humor é uma crença. É crer mais no humor, acima de qualquer outras coisas. Se numa crença diz que não se deve fazer humor, ou qualquer gracejo ou gracinha com um determinado ícone e a outra crença diz que se pode fazer humor de tudo vai dar choque. O que deveria ser um probleminha vira um problemão pois não estamos lidando com uma crença chamada islamismo, mas duas crenças. O único meio de conciliá-las é extinguindo a outra. O outro método seria através do respeito entre as crenças, mas na crença do humor e na crença do islamismo o respeito não está explícito, não faz parte das práticas.

  13. grupos de mídia

    Discordo apenas no ponto de vista da visão da justiça sobre o caso, nós sabemos dos interesses que cercam esse grupo, eu queria ver se ela agiria da mesma forma se a globo fizesse alguma reportagem criticando as mordomias como auxílio moradia para os magistrados.

  14. Reflexão

    Excelente Nassif, me lembrei de um texto que li que circula na net em meio aos muçulmanos que dizia assim:

    Em uma democracia se você insulta os negros você é racista, se você insulta as mulheres você é um porco chauvinista, se você insulta um gay você é homofobico, se você insulta um hindu você é intolerante, se você insulta um judeu você é anti-semita, MAS se você insulta Maomé é liberdade de expressão!!

    O que tem de errado nestas métricas diferentes Nassif, vou parafrasear Caetano para responder: É que narciso acha feio o que não é espelho.

     

    1. Insultos a religiões, devem ter limites.

      Lili, eu complementaria que no caso da intolerância dos islamitas e muçulmanos a quem ofende seu profeta(semi-deus)é ainda mais agravada, pela antipatia que algumas nações e etnias árabes têm para com os E.U.A, e seus seguidores, que só enxergam extremismo e terrorismo, nas populações daquela parte do planeta, e não olham para seus “umbigos”. Quem assassina mais: Os extremistas da Al Qaeda e do Estado Islâmico, ou os “falcões de Washington e seus capatazes da OTAN ?

      1. Por que devem? As religioes estao acima de tudo?

        Você está defendendo a volta do crime de blasfêmia? Céus, a Idade Média já acabou! As religioes sao idéias como quaisquer outras, e podem sim ser criticadas e satirizadas em seus extremos. 

        Ou você quer proibir Rabelais, Diderot e Voltaire? Ou Guerra Junqueiro, Fernando Pessoa e Saramago? 

        1. Diga-mse com quem andas
          Agora

          Diga-mse com quem andas

          Agora Anarquista Lúcida(?)compara as charges racistas do CH com a obra de um Saramago, entre outros.

          Não surpreende que esse tipo de lucidez receba o apoio de gente da laia de um Argola, Benjamin Netanyahu e Reinaldo Azevedo.

          1. Levadas em conta as diferenças de modalidade, comparo sim

            Claro que uma charge é diferente de um poema ou de um romance, mas nao sao essas diferenças “literárias” que importam aqui, e sim o fator comum:  todas essas obras cometem o mesmo tipo de “blasfêmia” que há em Charlie Hebdo. Você por acaso já leu “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” ou “Caim”, de Saramago? Se leu, nao pode deixar de ter visto o grau de blasfêmia nesses livros geniais. E já leu “A Velhice do Padre Eterno”, de Guerra Junqueiro? Ou o poema VIII de “O Guardador de Rebanhos”, de F. Pessoa heterônimo Alberto Caieiro? 

          2. Eu já li o Evagelho Segundo

            Eu já li o Evagelho Segundo Jesus Cristo e vejo uma enorme diferença entre a apresentação que Saramago faz de JC das charges do CH, ex:

             

            Isso é a ofensividade pela ofensividade, um insulto gratuito, não gera qualquer reflexão. Se você considera essa charge e o ESJC a mesma coisa, não surpreende que se sinta confortável na companhia de Reinaldo Azevedo, Argolo, Inst. Millenium, Netanyahu e outros. Você deve ter muito mais em comum com eles do que imagina.

            e sim o fator comum:  todas essas obras cometem o mesmo tipo de “blasfêmia” que há em Charlie Hebdo.

            Um preso político e um estuprador possuem o fator em comum de estarem presos, qual o significado disso?

            Vamos apoiar estupradores por conta disso?

            Essa atitude radical, tendente aos extremos, aos absolutos, é o que une a extrema direita  à extrema esquerda, por isso Anarquista Lúcida(?)marcha na companhia de fascistões como Argolo, Azevedo e afins.

            Se alguém entrar em uma igreja, no meio de uma missa, abaixar as calças e cagar no altar estará cometendo um ato de blasfêmia, devemos louvar essa atitude, Anarquista?

             

    2. Satirizar uma religiao, sobretudo em suas versoes fanáticas, é

      muito diferente de insulta um POVO. Se vc insulta um muçulmano comum vc é racista também, mas nao quando faz uma charge com Maomé, em contextos determinados (em geral após ataques terroristas ou episódios de fanatismo). 

  15. LIBERDADE DE EXPRESSÃO OS GRUPOS DE MIDIA E O DESRESPEITO AS REL


    Prezado LUIZ NASSIF,

     

    A muito tempo não vejo ou ouço uma matéria tão LÚCIDA.

    Só espero que este contigente de JORNALISTAS, com o Seu viés dos Fatos aumentem.

     

    Muito Obrigado

    MANOEL LUIZ DA COSTA SOUZA  

  16. Nassif, nesses dias muito

    Nassif, nesses dias muito tenho relembrado os casos da RECORD. Até por curiosidade, se estava acordada tarde da noite, dava umas passadas de vista no programa, até pra poder criticar ou entender. Pois bem, quem comandava o programa era um tal bispo, ainda jovem à época, chamado Onorildo (seu primeiro nome). Foi ele quem esculhambou com a igreja católica, alegando a adoração a ídolos, coisa de satanás, etc. Em seguida, em tom de chacota, chutou a santa até vê-la totalmente esfacelada. Era a imagem de Nossa Senhora Aparecida. No dia posterior àquele, a Globo, que tem seus arquivos guardados pra soltá-los por conveniência, apresentou a imagem do bispo Macedo ao lado de pastores e bispos da Universal, novamente à base da chacota, jogando as cédulas arrecadadas dos dízimos no chão, para pisarem nelas, todos se rindo muito entre outras imagens muito chocantes. Quem quer ver isso, basta pôr no Youtube “Bispo Macedo ensinando os pastores a roubar”, e vai ver as mesmas imagens que a Globo mostrou.

    Macedo mandou Onorildo pra Miami pra ser esquecido por um tempo. Mas voltou com todo vapor. Todos os grandes eventos da Record tem Onorildo à frente, pois hoje ele é um dos diretores da emissora. Está muito diferente daquele que chutou a santa; mais gordo, inclusive. A Globo fez o papel de concorrente, pra desconstruir a Record, todavia, acho que valeu a apresentação daquela imagem, porque nos deu a ideia de como agem esses bispos e pastores em relação aos fieis. Eu, por exemplo, jamais imaginei que eles seriam capazes de atos tão degradantes. 

    Com relação ao desrespeito a todas as religiões afro-descendntes, e mesmo aos kardecistas, parece que não há uma sequer igreja, dita pentecostal ou neopentecostal que não os ataque diuturnamente. Para eles, “evangélicos”, é tudo coisa do satanás, e pronto. Até me ocorreu agora que você postou há uns três anos, mais ou menos, um caso triste envolvendo jogadores do Santos. Eram Neymar, Robinho, e acho que Pato. Numa época de Páscoa, os jogadores foram a uma casa de acolhimento de crianças para levar chocolates, ou outra lembrança, mas os três citados acima se recusaram a descer do ônibus e entrar na instituição porque era de espíritas (Kardecista). Datena, inclusive, conseguiu pôr a cara de Robinho e Neymar no seu programa, quando eles disseram que não entraram na casa por terem sabido que lá estava sendo realzado um ritual… O fato é que as crianças ficaram tristes porque queriam ver Neymar. Só pra dizer que é asim que esses evangélicos tem a mente obnubilada,  ou são cegos mesmo.

    O que aconteceu em Paris foi uma sucessão de erros. Desse triste episódio o país terá que tirar dele uma lição para evitar novos atentados. Quanto ao Brasil, também precisa acordar em relação a essa onda de ódio de religião contra religião, se quisermos prosseguir sendo um país onde as religiões podem conviver bem entre si. 

  17. Note-se que essas agressões

    Note-se que essas agressões em nome da liberdade de expressão constituem a plataforma do Instituto Millenium, alcateia dos barões midiáticos brasileiros. A reação à crítica do Papa Francisco pelos pitbulls da extrema direita, como Reinaldo Azevedo, denotam o caráter reacionário do fascismo que tentam ganhar impulso com o movimento je suis Charlie.

    No blog, o fascistão de carterinha Alessandre Argola já aderiu ao movimento do Instituto Millenium, fazendo coro a Reinaldo Azevedo e outors de seus gurus da extrema direita.

    1. Defender a liberdade de expressão e valores laicos

      Nunca foi uma postura política de direita e fascista. Somente um analfabeto como você poderia defender o contrário. Você é ignorante e desonesto, ao mesmo tempo. E um loser fracassado.

      O Fascismo sempre foi contra ideias liberais como a liberdade de expressão e sempre teve um elemento messiânico em seu background político. Reitero, ignorantes como você é que não sabem nada sobre isso, sobre Fascismo, Liberalismo etc.

      Mussolini aplaudiria de pé o atentado contra o Charlie Hebdo. Quem é contra a liberdade de expressão do jornal parisiense são as pessoas que verdadeiramente defendem ideias intrinsecamente fascistas, por excelência. Questão de noção política básica sobre as coisas.

       

      1. Defender a disseminação do

        Defender a disseminação do discurso do ódio, baseado no racismo e no preconceito, sempre foi um dos elementos centrais do fascismo. Hitler aplaudiria de pé as charges racistas do CH, principalmente contra os muçulmanos.

        Você defende essa disseminação do discurso do ódio – disfarçado em defesa da liberdade de expressão, estratégia definida pelo Instituto Millenium e aplicada por outros fascistões radicais, como Reinaldo Azevedo e afins – da mesma maneira como você defende a impunidade para os estupradores, torturadores e assassinos da ditadura, ou “Revolução Democrática de 1964”, que é o termo que você e seus amigos fascistas preferem.

        Basta ver seus aliados na defesa da “liberdade de expressão”: Benjamin Netanyahu, Reinaldo Azevedo, Instituto Millneium, etc. Nada mais natural que um fascistão de carterinha como você esteja plenamente alinhado com essa corja.

  18. Budismo (um exemplo de manipulação) e as colaborativas Wikipedia

    cansei de ver a versão em português que às vezes é muito incompleta ou panfletária, omitindo pontos de vista.Por exemplo: Budismo. Na versão internacional há referência, ainda que pequena, a críticas ao Budismo. A versão em português omite. De besta que sou, resolvi deixar uma nota lá na em português, alertando sobre isso. Agorinha fui conferir desconfiado, pois bem, retiraram  alerta que deixara. http://en.wikipedia.org/wiki/Buddhism e veja-se o panfleto em https://pt.wikipedia.org/wiki/Budismo 

    1. A figura, desenhada ou não, de Maomé

      A figura, desenhada ou não, de Maomé é sagrada,proibida de ser vista. CH sabe disso e na edição que ta vendendo milhóes volta a publicar. Um filme americano, se não me engano americano, foi correto, decente, ao não mostrar o profeta num filme com personagens mulçumanos. A càmera só e sempre apresenta como se fosse Maomé olhando pros adeptos. E surge um letreiro dizendo que, em respeito, o filme assim foi rodado.

      1. Esnobismo e wikipedia internacional?

        Pode ser esnobismo meu (mas só arranho inglês e o vocabulário às vezes é bem reduzido ou se entende o sentido). Citei pela curiosidade, pela comparação, pois tinha ficado em dúvida quanto ao panfleto (me parecia propaganda de Heródoto Barbeiro , budistas e cia ltda. Não seria possível nenhuma religião não ter questionamentos. No canal CURTA! imperdível, anteontem vi A História do Alcorão com descobertas recentes e um relato de pesquisadores sobre as diversas correntes do islamismo e das escritas nos alcorões (e impostas por califas despóticos que reivindicavam ser seus textos os verdadeiros. Daí, as diversas interpretações, como qq religião (e como qq partido político)

        1. Não critico opções partidárias ou políticas

          aos apressados. Têm os seus papéis e gente boa. Mas repito: “Os melhores homens que conheci foram no Partido. Os piiores também” – Jorge Amado, numa revista-livreto que teve curta vida, O livro de cabeceira do homem e o livro de cabeceirra da mulher (não era machista, era marketing, assim como dos melhroes contos mundiais num antigo livreto em banc de revista trazia semrpe uma mulher nua ou quase nua, Avec, q conheci pelo meu pai).

          1. Até hoje tenho os 28 volumes

            Até hoje tenho os 28 volumes da

            coleção Avec. Contos clássicos e  imperdíveis.

  19. Penso que são exemplos diferentes

    No caso da imagem da Santa que foi chutada pelo pastor evangélico,  o problema é que, pela lei vigente no Brasil, ele cometeu o crime do art. 208 do Código Penal. É uma conduta proibida. Houve um vilipêndio de um objeto religioso, que possui significado religioso.

    No caso da Record, há discriminação contra as religiões afro, uma crítica tendenciosa vinda de um órgão de mídia que pertence a um grupo notoriamente vinculado a uma Igreja evangélica, conhecida inimiga das religiões afro, acusadas pela Igreja em questão (Igreja Universal do Reino de Deus, que conta com milhões de adeptos no Brasil), de serem vinculadas a Lúcifer e coisas do tipo. Para quem é religioso, do tipo tradicional (e aqui estão excluídos os satanistas), isso significa abraçar o mal como finalidade etc, enfim, algo que deve ser combatido a sério, postura, claro, que é contrária ao espírito do Estado laico em que se traduz o Brasil.

    No caso do Charlie Hebdo, descontando o fato de que ele acontece em outro país, que possui outra legislação e a comparação direta fica prejudicada em razão disso, não existem os elementos presentes nos outros dois casos.

    Primeiro, trata-se de um órgão de mídia cujo tema principal é o humor e isso faz toda uma diferença. Não há uma postura séria de combate à crença das pessoas. Piadas por meio de charges não têm esse sentido, via de regra. Quando se ri de algo, retira-se o peso de eventuais preconceitos, mesmo quando quem ri possa endossar algum preconceito contra o que foi objeto da piada. O humor, se feito de forma honesta e de boa-fé, tem esse efeito neutralizador do poder nocivo de certos preconceitos. Por exemplo, é diferente quando Woody Allen faz piadas de certos comportamentos da cultura judaica e um antissemita faz piada sobre o mesmo assunto. A carga maliciosa no segundo caso é mais facilmente detectada. Ou seja, a intenção da piada é importante. Se é uma piada de boa-fé ou de má-fé.

    O humor é uma coisa interessante. Ele torna as coisas menos rigorosas. Existe uma liberdade maior. Pelo menos é melhor rir do que levar a ferro e fogo certas ideias. O humor torna menos prejudiciais certos preconceitos. Eles deixam de ser levados a sério. E é inegável que quase toda piada deixa de lado alguns cuidados, sempre tendendo a exagerar, a faltar com a verdade, a modificar o real sentido das coisas, incorrendo em preconceitos, sexismo, distorções e até mesmo discriminações. O humor tem um lado cruel, mas pode ser a melhor forma de lidar com alguns temas e suportar certas situações ou ideias. Se formos levar tudo a sério, o negócio vai se tornar insuportável. 

    Piadas tendem naturalmente a ser preconceituosas. O que é uma caricatura senão a ampliação de estereótipos? Esse exagero já é em si usado para gerar risos. A caricatura não deixa de ter uma carga preconceituosa embutida. O que diferencia é a forma de se falar sobre certos assuntos, de forma engraçada. Quando as pessoas riem, deixam certos pensamentos ruins de lado. Isso me parece certo.

    Segundo, o Charlie Hebdo não é inimigo do Islamismo, não quer acabar com ele nem o considera algo do “mal”, propriamente. O que se critica muitas vezes são aspectos fundamentalistas de algumas pessoas que professam a religião, uma certa interpretação. Claro que isso tem um sentido de confronto, mas não se pode dizer que o Charlie Hebdo seja contra o Islamismo quando faz o que faz. Charb, o editor do jornal, um dos mortos no atentado praticado pelos irmãos Kouachi, deu inúmeras declarações neste sentido, explicando que os fundamentaliats é que eram os grandes inimigos do Islã. A própria iniciativa de retratar Maomé é um exemplo dessa luta contra valores opressores, radicais. Existe nisso inegavelmente uma transgressão de uma visão religiosa, mas nada que desrespeite a religião enquanto sistema de crença. Critica-se um ponto específico, uma interpretação específica e não toda a religião do Islã.

    Terceiro, o Charlie Hebdo não pode ser validamente acusado de discriminar o islã ou os muçulmanos, pois ele fazia piada e ironia de todas as três principais religiões, o Islamismo, o Judaísmo e o Cristianismo. A impressão que se tem é a de que as charges eram mais centradas no tema do Islã, mas isso é falso. Talvez as charges tendo como tema o Islã ganhassem mais repercussão nos últimos tempos por causa das polêmicas que causavam, principalmente as reações dos radicais. Mas não significa que fossem a maioria significativa das charges. Ao contrário, o jornal existe desde 1970 (com origem numa versão anterior dos anos 60, chamada Hara-Kiri e depois Hara-Jiri Hebdo) e somente nos últimos anos voltou os seus holofotes mais de perto para o islã. Se visto em restrospecto o Charlie Hebdo, aposto as minhas fichas que as charges sobre o islã devem ser a minoria na história jornal.

    Então, é isso. As religiões não podem ser um tabu no mundo contemporâneo. Isso é coisa que remete ao período medievo e a instituições como a Inquisição. Elas, as religiões, podem e devem ser objeto de críticas, piadas, normalmente. As pessoas devem ter o direito de criticar um aspecto da religião ou toda a religião, se pensar dessa forma.

    Vou citar um exemplo muito claro do absurdo a que levaria a ideia contrária, só para ilustrar o meu ponto de vista.

    Em novembro de 2013, o jornal New York Post publicou um texto de uma jovem mulher, chamada Gital Dodelson, que era integrante da comunidade judaica ortodoxa de Nova York, onde ela descrevia a situação de aprisionamento social e religioso no qual ela se encontrava em razão do comportamento do seu marido, Avrohom Meir Weiss, que vinha de uma proeminente família judia da cidade, os Weiss de State Island, repleta de grandes rabinos (um dos seus tios é militante antissionista conhecido, Yisroel Dovid Weiss, do grupo Neturei Karta, um grupo de judeus ortodoxos que faz campanha ostensiva contra a existência do Estado de Israel). Eles tiveram um filho durante o casamento, uma criança de nome Aryeh.

    Para ser sucinto, Gital, uma mulher que tinha 25 anos na época, não estava conseguindo se libertar do seu ex-marido, porque ele não concedia o que na lei judaica se conhece por halacha  (em inglês, get), que é uma espécie de passe-livre que finalmente põe fim ao vínculo matrimonial perante a comunidade judaica e perante Deus. Eles eram divorciados pela lei civil laica, mas não pela lei religiosa. A situação perdurava já há três anos. Aos olhos de Deus, o matrimônio para os judeus só é terminado se o marido concede o “get” a sua ex-esposa. É uma forma de controle e manipulação por parte do marido judeu, haja vista que a mulher que não obtém o “get” fica impedida de relacionar-se com outros homens e sofre uma série de restrições sociais no âmbito da comunidade ortodoxa. É o famoso “se não vai ficar comigo, não vai ficar com ninguém”. Isso ao estilo judaico. As mulheres judias ortodoxas que não recebem o “get”  são conhecidas pelo nome agunah, cujo sentido é o de uma “mulher acorrentada”, ainda “presa” ao marido, que não pode se relacionar tampouco se casar novamente, o que é levado muito a sério pelos judeus ortodoxos praticantes. Se ela vier a ter filhos, eles serão considerados bastardos. Tudo isso com a agravante do homem, ao contrário da mulher, ter o direito de viver sua vida normalmente, inclusive se relacionando amorosamente com outras mulheres ou, ao que parece, até mesmo casando. A comunidade judaica ortodoxa não vê nada demais nisso. O homem pode, não a mulher.

    A campanha suscitada por Gital ganhou a Internet e até uma página no Facebook foi aberta para isso, além de um site. Claro que muita gente criticou esse aspecto do Judaísmo, inclusive judeus criticaram esse comportamento, mais aceito e observado entre os ortodoxos. Se a religião não pudesse ser criticada, Gital não poderia sequer contar com a solidariedade das pessoas. Ela era religiosa e se submetia a essa regra, o que aumentava o seu sofrimento. Tudo o que ela queria era que o marido concedesse o “get” para que ela pudesse se sentir livre para tocar a sua vida em termos sentimentais. Felizmente, o marido, pressionando pela repercussão do caso, concedeu o “get” a Gital, depois de três anos de sofrimento, o que pode ser lido clicando aqui. Eu entendo que casos assim podem e devem ser objeto de críticas e também de charges humorísticas, que principalmente ironizem aqueles que defendem esse tipo de coisa. Vejo isso como necessário.

    1. Explicação para o inexplicável.

      Prezado, o que o Papa Francisco, e algumas outras autoridades públicas e/ou eclesiásticas estão pedindo, em troca de uma convivência pacífica, entre os defensores da liberdade de expressão “total”, e os ocidentais(que ora estão em constante estado de alerta) é que é necessário, haver moderação e respeito, às religiões e seus símbolos, e à formação radical-ortodoxa islãmica.

      1. A linha defendida aponta para o cerceamento em favor da religião

        Muito difícil dizer exatamente quando religiosos podem se sentir “ofendidos” ou “insultados” por alguma ideia que se oponha a valores religiosos.

        O que o papa Francisco defendeu, apesar de aparentemente razoável, termina implicando um necessário cerceamento da liberdade de expressão, que não poderá jamais ser exercida se contrariar valores e ideias religiosas, pois, se isso acontecer, sempre existirão aqueles que se sentirão “ofendidos” ou “insultados”, em maior ou menor grau.

        A liberdade de expressão não pode ser limitada a este ponto. Sentir-se ofendido ou insultado por uma crítica a uma religião ou a um pensamento religioso não legitima a pretensão de proibir a manifestação do pensamento crítico.

        Penso que somente situações onde direitos de personalidade forem violados, e aqui depende da iniciativa individual, se o ato crítico expuser a pessoa específica ao ridículo, atacar a sua honra, o seu nome, a sua imagem, a sua dignidade, legitimarão ações contra a liberdade de expressão. Neste caso, o ofendido em seus direitos de personalidade poderá processar o autor da crítica, no legítimo direito subjetivo individual de proteger os seus direitos de personalidade.

        Uma crítica geral à religião, abstrata, dentro do campo das ideias, deve sempre ser protegida. Veja o exemplo que eu citei acima da judia de Nova Iorque que estava proibida de se casar novamente, pelas leis religiosas a ela aplicadas.

    2. Esse comentário é um exemploo

      Esse comentário é um exemploo da imbecilidade do bacharelismo. Argolo só vê problema em desrespeitar um símbolo religioso se a lei prever sanções,c aso contrário, não há problema.

      Esse é um exemplo do amoralismo típico de fascistas radicais como o reacionário Alessandre Argolo, defensor da ditadura. Vide como ele defende a impunidade para os torturadores, estupradores e assassinos da ditadura com base na Lei de Anistia. Se a lei garantir ao Estado o direito de matar, estuprar e torturar seus cidadãos, Argolo, como fascista bovino que é, aplaudirá entusiasmado o exercício da violência “legalista”. O pau-de-arara da ditadura é o maior exempolo do que Argolos da vida consideram civilizado.

      1. Verdade, sou favorável a matar, estuprar e torturar

        Desde que esteja previsto em lei. Claro que foi isso o que eu disse, óbvio. É uma questão justa e racional. A lei vale acima de tudo. Princípios e a Constituição não significam nada, muito menos a teoria dos direitos humanos. E se a lei autorizar matar, estuprar e torturar malucos como o Daytona, aí é que eu sou favorável mesmo. Até porque, mesmo a lei atual proibindo, eu também sou favorável. O crime estaria legitimado, porque só se deve usar a legitimidade em alguns casos, perfeitamente justificados, independentemente do que diga a lei, como matar certas pessoas. A justiça da lei, o quanto ela é justa, não é importante. Vale a letra fria da lei, como a humanidade sabe há muito tempo, desde Antígona, de Sófocles rsrs.

        Por exemplo, tipos como o Daytona precisam ser mortos aos poucos, sob tortura e sem pressa. É exatamente essa a minha posição. Se a lei permitir, vale. Em alguns casos, vale até mesmo contra a lei, como livrar a humanidade de “gente” como o criminoso Daytona, sodomizado na infância e que, por isso, virou uma escória descartável. Eliminar ratos como Daytona é um inegável bem para a humanidade. Precisam ser massacrados, exterminados, a bem do interesse público e do bem comum.

        PS: Há doses de ironia rsrs.

        .

    3. Meu querdio

      Se o vilipêndio está previsto como crime não tem a menor importância no contexto do que o Nassif expôs, do respeito aquilo que outros consideram sagrado, como regra de convivência social.

      Naquele dia ninguém se rovoltou contra o fato do pastor ter transgredido o art 208 do CP ao vivo e a cores na TV. Todo o país se rvoltou contra o ato de chutar de maneira gratuíta aquela que milhões consideram a padroeira do Brasil exatamente no dia dedicado a ela. Pode retirar o vilipêndio do CP na sua próxima revisão que, se um cara voltar a chutar a estátua da Aparecida, irá revoltar a todo o país, e a católicos no mundo inteiro, novamente.

      O que o texto propõe trazer a discussão, não passa pelas previsões legais as quais você está amarrado. Passa por regras de convivência social, que incluem o respeito pelo próximo, pelo diverso, por aquele que pensa de outra maneira. Quem estabelece essa regra de maneira objetiva ? Ninguém. É algo totalmente subjetivo.

      É aquela coisa da DUDH, que advogado nenhum consegue entender, porque estão intelectualmente amarrados a letra escrita da lei, que o direito de se manisfestar do CH vai até onde começa o direito do outro de não ser ofendido com sua manifestação.

      Daí você parte para tentar fazer uma exposição quase filosófica em defesa do humor. Ora, meu querido, aquilo que é humor para uns, não é para outros. Já ouviu falar em piada de mau gosto ? Já ouviu aquela do nordestino ? Já ouviu aquela do advogadinho alagoano ? E se eu contar toda semana uma diferente do nordestino ? É humor ?

      Terceiro ponto é esse absurdo que estão querendo, inclusive você, afirmar que é oito ou oitenta, que se pode achincalhar tudo ou voltamos à idade média. Besteira. Há milhões de textos escritos criticando o islamismo. Há milhões de charges de islâmicos por aí, incluindo clérigos, inclusive em jornais de países árabes e de maioria islâmica. Os radicais são retratados diariamente como imbecis e idiotas em charges de jornais de países árabes. 

      A única coisa que os ofende, e qualquer um tem o direito de se sentir ofendido, é a retratação do profeta deles, principalmente quando se faz em situações humilhantes, retratando-o como um idiota. Em outras situações, é até tolerado. 

      A história da mulher judia como exemplo de que se deve poder criticar a religião então, foi a cereja do bolo. É óbvio que se pode e se deve criticar a religião, ainda mais os seus praticantes fundamentalistas. Os próprios mussulmanos criticam os fundamentalistas da sua religião. Basta ver o caso da menina Malala, quando o Paquistão inteiro, com seus 97% de mussulmanos saiu em defesa da menina contra os fundamentalistas.

      Hoje, a menina Malala, Prêmio Nobel da Paz, só não pode estudar em um lugar do mundo, numa escola pública da grande França libertária a qual vocês estão babando nos ovos, porque ela quer ir à escola, lutou por isso, mas que ir de véu na cabeça.

       

      1. Liberdade de expressão não é defender direito ao racismo

        Confundir uma coisa com a outra é burrice ao extremo. Como expliquei no comentário anterior, o vilipêndio praticado pelo pastor evangélico contra a imagem da Santa, ALÉM da questão legal envolvida, NADA tem a ver com as charges do Charlie Hebdo. Pensei que tivesse sido claro quanto a isso, mas parece que não, salvo caso de analfabetismo funcional. Aí não tem jeito. Eu poderia escrever um tratado, além dos motivos que elenquei para diferenciar um caso do outro, e mesmo assim não me faria entendido rsrs.

        A questão de ser ofendido ou não é muito subjetiva (não totalmente subjetiva, isso é falso e ridículo, ao mesmo tempo, pois tem certas coisas que são objetivamente ofensivas para a ampla maioria esmagadora das pessoas), inclusive quando a lei se preocupa em proteger direitos de personalidade, uma tentativa de tornar mais objetivo os limites à liberdade de expressão. Ninguém pode usar a imagem dos outros sem autorização numa campanha comercial, por exemplo. Isso é um limite objetivo e gera danos morais e materiais se for violado. Ninguém pode fazer piada com o nome dos outros (os fake que grafam meu nome com intenções homofóbicas, por exemplo, cometem violação ao meu direito de ter o meu sobrenome de família respeitado, isso é objetivamente um ilícito e limita a liberdade de expressão). Fora outros casos de injúria, difamação e calúnia, limites objetivos à liberdade de expressão.

        A questão da piada com “nordestinos”, que muitos “sulistas” e “sudestinos” gostam de fazer para tornarem suas vidas miseráveis menos insuportáveis, obviamente não entra no meu argumento como algo legal, mas entra num certo sentido de mitigar (diminuir) o efeito nocivo do preconceito e da discriminação.

        É claro que não se pode confundir liberdade de expressão com o direito de ser racista ou difundir racismo por meio de piadas ofensivas. Esse ponto foi analisado no meu comentário anterior e, de novo, pensei ter sido claro sobre isso, mas parece que não rsrsrs. Tudo depende da finalidade, da intenção da piada, se ela é de má-fé eou de boa -fé. O Charlie Hebdo não fazia piadas racistas, não publicava charges racistas. Essa é a minha opinião. Logo, a restrição quanto ao racismo não incide sobre o que o jornal publicava, pelos menos nas charges a que eu tive acesso.

        Piadas com o povo do Nordeste são feitas há muito tempo neste país, principalmente quando a exógena ralé histórica européia imigrante, formada em seu grosso por doentes, pobres, miseráveis e ignorantes de todos os tipos e qualidades, que aportaram no país para resgatar a dignidade perdida na Europa depois que os brasileiros estenderam-lhe o píres, o que fizeram inclusive aderindo a uma política racista de embranquecimento do país, achou que tinha mais direito do que os brasileiros tradicionais, eminentemente representados pelo povo do Nordeste e sua monumental história de construção do país.

        Essas pessoas, descendentes do elemento exógeno imigrante da histórica ralé europeia, representam o povo do Nordeste nas piadas geralmente como feio, esfomeado, pobre, miserável, ignorante, matuto, bruto, machista etc. Não deixa de ser engraçada essa necessidade do elemento exógeno oriundo da ralé européia salva pela bondade brasileira, ele mesmo um descendente de pessoas que eram tudo isso e muito mais.

        Inclusive na Internet tem até umas divulgações muito populares, que eu acho grosseiras e muito preconceituosas, com um claro elemento racista inerente, que são aqueles memes que mostram animais, que eu presumo serem cabras, como representativos do povo Nordeste, o que fica claro pelas expressões e sotaques representados nos diálogos. Ainda que eu considere o teor daquela divulgação inegavelmente preconceituoso, discriminatório e racista, não posso negar que o humor que elas grosseiramente veiculam têm o poder de mitigar o efeito nocivo que elas trazem consigo, tanto que muitas pessoas do Nordeste curtem, comentam e compartilham aquilo nas redes sociais (eu até desconfio que quem criou aquilo seja uma pessoa do Nordeste, é provável). O elemento escatológico daqueles memes, quer quem o criou saiba disso ou não, serve simbolicamente ao racismo contra o povo do Nordeste praticado pelos sulistas e sudestinos etc, mas as pessoas riem daquilo, como se não houvesse nada demais. Ninguém se sente ofendido (Spiegelman fez algo parecido com isso em sua famosa HQ – Maus -, mas ali a ideia é outra e a revista é genial).

        Quanto a isso, creio que meu ponto está suficientemente bem fundamentado. Você pode discordar e teremos que concordar em discordar. Por mim, Charlie Hebdo está liberado.

        Com relação ao exemplo do véu e o que a França defende sobre isso em sua legislação, eu conheço a discussão e minha opinião é muito simples: os franceses estão absolutamente certos no debate. Não podem mesmo usar no espaço público, especialmente do Estado, vestimentas, religiosas ou não, isso é irrelevante na lei, que dificultem a identificação. Capacetes de motos, máscaras, burca, o véu integral muçulmano e qualquer forma que prejudique a identicação está proibida nos espaços públicos. Portanto, não é uma lei contra símbolos religiosos, mas sim contra qualquer vestimenta que dificulte a identificação.

        Na sociedade francesa, as pessoas exigem que o intelocutor seja naturalmente identificado, sem uso de apetrechos, vestimentas etc, que poderiam dificultar sua identificação em outro momento. É o direito à transparência.

        Se a Malala quer estudar numa escola francesa, não tem problema: ela deixa o indumentário muçulmano em casa ou retira-o momentaneamente, no caso, o véu integral, e vai à escola, como todos os outros estudantes franceses vão. Depois, quando sair do espaço público pertencente ao Estado, ela volta a professar a sua religião, normalmente, e pode usar o véu integral, que eu, particularmente, acho bonito. Mas aqui não se trata de ser bonito ou não. Eu concordo com a lei, pois a transparência nos espaços públicos, o direito de olhar diretamente na face da pessoa, sem qualquer intermediação de possível vestimenta que induza a um efeito de disfarce, deve ser respeitado. As pessoas têm o direito a isso, a olhar diretamente na face da outra pessoa, principalmente quando o contato se dá num espaço público (existem exceções na lei, como espetáculos artísticos, festas à fantasia em ambientes privados, espaços estritamente privados onde dogmas religiosos sejam exercidos, como Igrejas, mesquitas, a residência das pessoas, clubes etc). Na rua, pelo que me lembro agora, eu acho que também não pode (no caso do capacete da moto, claro que no trânsito, o uso está liberado).

        1. Meu querido

          Quanto ao chute naquele monte de barro, você não escreveu absolutamente nada a não ser a alegação de crime previsto no código penal.

          Deixa de ser mentiroso.

          Quanto ao humor com nordestino, deixa quieto. Vi que você se ofendeu. Abrirei mão do meu direito de contar a piada em respeito a você.

          Quanto a lei do véu, vá se informar, estúpido.

          Nas escolas públicas francesas não pode usar nem um véuzinho que seja, e nem o solidéu judaico.

          Essa lei do veu integral é outra lei nada a ver, e vale para qualquer local público, ou seja, no meio da rua não se pode andar de véu integral. E a malala não usa véu integral, desinformado.

          1. Esse teu “meu querido” é bastante piegas

            E conota falsa e ineficaz tentativa de exibir algum tipo de “superioridade”. É apenas piegas.

            Quanto ao que interessa, o problema é que você fez uma pífia tentativa de resumir meu argumento inicial à questão legal, inclusive com uma visão muito tosca sobre como pensam os operadores do Direito. Só para o teu conhecimento, são os operadores do Direito que aprendem, por formação, a descer ao cerne das questões tratadas em lei, diferentemente do que você falsamente afirmou antes, quando quis ver apenas uma aplicação da lei alheia à realidade. Esse tipo de comentário mostra profunda ignorância sobre o que é o Direito, sobre como são criadas as leis.

            Antes de se limitarem à formalidade legal, os operadores do Direito sabem há muito tempo que a matéria tratada na lei deve ter respaldo de legitimidade. É o princípio da legalidade tratado de duas formas diferentes, o requisito da legalidade formal e o requisito imprescindível da legitimidade. Então, antes de chegar à aplicação da lei, os operadores de direito já pssaram pela fase da aprovação do que foi positivado. Já houve a discussão sobre o que é justo ou não que se torne lei. E sempre se analisa isso em Direito, em qualquer área.

            Não me senti ofendido sobre piadas contra o povo do Nordeste, até porque, primeiro, elas não me atingem (meu perfil é outro), segundo, mostram mais o caráter desprezível de quem conta essas piadas do que qualquer eventual defeito das vítimas delas, pois mostram que são estupidamente racistas, preconceituosas, discriminatórias, partindo de visões falsas e distorcidas da realidade, e, terceiro, são muito ruins enquanto humor, o que não se pode esperar muito de pústulas racistas descendentes de ralés históricas que pouco ou nada tem a ver com a brasilidade, eternamente grata ao povo do Nordeste.

            O que eu fiz questão de ressaltar, mas você fez que não viu ou não entendeu mesmo, porque parece que entender não é muito o teu forte (até parece que comenta sem ler, tamanha a distância entre o que você diz e o que foi escrito), foi que defender as charges do Charlie Hebdo nada tem a ver com defender humor racista, discriminatório contra pessoas etc. As charges do Charlie Hebdo são críticas bem humoradas a valores e ideias religiosas, sem discriminação.

            Quanto à questão da Malala, contrabandeada indevidamente para a discussão proposta pelo post, a lei francesa a que eu me referi antes é a que trata de vestimentas que dificultam a identificação. Desconheço que exista outra lei que trate do assunto de vestimentas que impedem a correta identificação das pessoas e, quanto a este ponto, o ônus é teu de mostrar que Malala foi injustamente proibida, por aplicação da lei a que eu me referi, de usar um véu que não se enquadre na referida lei, pois todos que conhecem o assunto sabem que as vestes muçulmanas que se enquadram na proibição da Lei Federal francesa de março de 2011 são a burca e o véu integral, o niqab, que deixa apenas os olhos descobertos e é comum na Arábia Saudita. Outros tipos de véus, como hiyab (mais usado pelas muçulmanas, que cobre apenas o cabelo) e o chador (obrigatório no Irã, cobre todo o corpo e deixa o rosto de fora) seriam permitidos.

            Tudo isso pode ser confirmado no link a seguir: http://www.usp.br/aun/exibir.php?id=5295

            Se é essa ou não a lei que impede supostamente Malala de usar a vestimenta que você diz que não é o véu integral (niqab), não muda nada, pois poderia ser impedida de usar pela questão da laicidade estatal, a mesma que condena o uso de crucifixos em espaços públicos. O espaço público pertencente ao Estado também é laico. Isso por si só evita manifestações religiosas em tais espaços. E na França, de fato, existe lei neste sentido, a Lei nº 228/2004, que restringiu o uso de símbolos religiosos nas escolas públicas francesas. Se Malala foi proibida de usar um véu não integral por força da aplicação dessa lei de 2004, de novo, os franceses estão absolutamente corretos, pois espaço público estatal como uma escola não pode mesmo ser objeto de manifestações religiosas que influenciem os outros.

            De resto, esse ponto é irrelevante para a discussão. A religião continuaria podendo ser validamente criticada coomo manifestação da liberdade de expressão, independentemente se Malala pode usar vestimenta muçulmana ou não na escola. Não sei o que exatamente a proibição que incide sobre o direito dela de usar vestimenta religiosa nas escolas francesas tem a ver com a discussão proposta pelo tópico.

            O teu descontrole no comentário acima mostra que você não gostou de ser refutado e de ter exibida a tua profunda dificuldade de entender o que está escrito. Isso ficou claro quando você insistiu em resumir, bisonhamente, tudo o que eu disse à questão legal e quando passou a defender, de forma paternalista tosca, o cerceamento da liberdade de expressão porque “as pessoas podem ficar ofendidas”, confundindo a defesa do direito de ciriticar a religião dos outros, amplamente acobertado pela liberdade de expressão, com defesa de racismo.

            Penso que é caso de analfabetismo funcional, desonestidade, necessidade de aparecer, pieguice e burrice, tudo ao mesmo tempo.

          2. Meu querido

            Em primeiro lugar, se a minha forma de tratamento para com você te dá alguma sensação de inferioridade, lamento. Tente tratar aos outros desta maneira, não é fácil, mas tente.

            No mais, você como bom advogado, aperfeiçoou-se na arte da enrolação.

            Escreveu trezentas linhas e não mostrou onde disse, no primeiro comentário, qualquer coisa sobre a ofensa aos católicos brasileiros que não fosse o crime previsto em lei. Como se os brasileiros tivessem saído às ruas gritanto: “Olha, o pastor feriu o CP no seu artigo XYZ”.  Lamentável. O pastor seria escrachado e expulso do país, como foi, com ou sem Código Penal.

            No caso da lei francesa, saiu-se bem, buscou no google e aprendeu que existe uma lei que proíbe véu em escola pública. Uma estupidez, uma afronta a liberdade, que você defende, mostrando seu lado fascista. Do Estado audotoritário ditando regras de comportamento. Aliás, esse lado você sempre defendeu por aqui, agora vem com blá-blá-blá de operadores do direito. Um bando de otários. Na verdade, os supérfluos.

            Agora, a pida do nordestino é engraçada, se quiser eu conto, mas não pode ficar brabinho.

            Em tempo, outro perfil foi bom, cabeça pontuda. KKKKKKK

             

          3. Claro que eu defendo, escola não é Mesquita, Igreja ou Sinagoga

            Primeiro, vou falar sobre supostamente não ter falado, no comentário inicial, nada que não tivesse base na lei em relação ao caso do pastor que chutou a Santa. Isso é totalmente falso e é só ler o que está escrito por contraste (contrario sensu) com o que eu escrevi sobre o Charlie Hebdo, para interpretar corretamente. A questão é que o Charlie Hebdo é humor. O Pastor que chutou a Santa prega uma intolerância violenta, a sério, incompatível com os princípios do Estado laico brasileiro. Ele prega o ódio à religião católica ao atacar um objeto religioso que tem um sentido importante para os católicos.

            Isso não existe no Charlie Hebdo, como eu expliquei acima, e era apenas interpretar a contrario sensu para chegar a essa conclusão, inclusive considerando o que eu falei quando afirmei que “No caso do Charlie Hebdo, descontando o fato de que ele acontece em outro país, que possui outra legislação e a comparação direta fica prejudicada em razão disso, não existem os elementos presentes nos outros dois casos”.

            Como eu disse antes, o problema é que você não tem intelecto para entender o que está escrito. Bastava prestar atenção no que eu afirmei não estar presente no caso do Charlie Hebdo para concluir que o que foi citado estará presentes nos outros dois casos. Se eu digo que o Charlie Hebdo faz humor, as outras situações falam a sério. Se eu digo que o Charlie Hebdo não considera o Islamismo um mal, as outras situações remetem a isso. Se eu digo que o Charlie Hebdo não quer acabar com o Islamismo, as outras duas situações (perseguição da Record às religiões afro e Pastor que chuta a Santa) querem fazer isso, buscam isso, daí a condenação surgir naturalmente a quem age dessa forma, pois pode gerar problemas sociais muito graves. Um líder incitando os adeptos da sua religião contra os outros. É um discurso de ódio, de intolerância, que deve mesmo ser proibido, penalizado. Pr fim, o Charlie Hebdo não discriminava o Islã, pois também falava mal do Cristianismo e do Judaísmo, o que afasta a discriminação. As outras duas situações discriminavam as outras religiões, as crenças afro e a católica, combatidas como ruins, erradas, nefastas, diabólicas etc.

            Segundo, vamos falar agora sobre supostamente ser “fascista” a ideia que proíbe o uso de símbolos religiosos nas escolas francesas, como você acusou aí, de forma um tanto clichê, o que conota mediocridade.

            Não tenho qualquer medo da palavra “fascista” neste ponto, mais do que eu normalmente não tenho rsrs, até porque a acusação só mostra a profunda ignorância de quem me acusa de ser fascista por defender o Estado laico. Aliás, desculpe a franqueza, mas você parece ser muito medíocre para saber o que é Fascismo. Não está à altura do desafio, que exige muito estudo e leitura, inclusive de autores fascistas e não de autores que queriam deturpá-lo, deformá-lo e dizer que era outra coisa. Como eu sei que você não tem o cabedal necessário para a empreitada, logo vejo que estou diante de um neófito medíocre, que nada sabe sobre o assunto.

            Quando eu digo que você não sabe o que é Fascismo, eu afirmo isso coberto de razão.

            Mussolini e a Igreja aceitaram criar o estado do Vaticano por meio do Tratado de Latrão, documento legal que reconheceu a independência do Estado católico. No entanto, essa independência do Vaticano não significou que a Itália tivesse se tornado laica sob o Fascismo, ao contrário, Mussolini manteve o catolicismo como religião oficial do Estado italiano e aplicou outras medidas não condizentes com um Estado laico (instituiu o ensino confessional obrigatório do catolicismo nas escolas italianas,  uso de símbolso católicos nas escolas, aboliu o divórcio, imprimiu efeito civil ao casamento religioso etc).

            O Fascismo, como se observa, não assumiu a ideia de Estado laico e quando você me acusa de defender ideias “fascistas”  ao defender a correção da lei francesa que proíbe Malala usar um véu supostamente não integral porque é proibido usar símbolos religiosos em escolas na França (espaços públicos), como consequência da laicidade do Estado francês, eu só posso constatar entre risos o quanto você é ignorante sobre o que verdadeiramente é o Fascismo enquanto religião política que é e enquanto modo de ser (cultural), isso tudo em termos de fatos históricos. Para discutir assuntos como esse é imprescindível ter conhecimento sobre a História. Você não pode falar do Fascismo se divorciando do que ele foi em termos de fatos históricos. A História é importante porque ela dá sentido factual às ideias. Em outras palavras, não pode sair tudo da tua imaginação. Você não pode inventar um “fascismo” que não existiu na História, entendeu? Isso não é ficção, é mundo real.

            Em suma, concordar com a lei francesa que proíbe símbolos religiosos na escola, por razões ligadas à noção de Estado Laico, é uma posição em tudo incompatível com a forma como o Fascismo lidava com a questão das relações entre Estado e Religião. Quem conhece o que é o Fascismo sabe que isso tem tudo a ver com a forma messiânica com que ele lida com o exercício do poder e com a figura do líder político, além de aspectos transcendentais que fazem referência à nobreza do espírito e coisas do tipo.

            O Fascismo é considerado por muitos estudiosos do assunto a primeira grande religião política que existiu. Esse conceito sempre foi reinvidicado pelos fascistas, a exemplo do que afirma um dos maiores especialistas na ideologia e na cultura fascistas, o historiador italiano Emílio Gentile, que considera o Fascismo o primeiro movimento a assumir as características de religião política, principalmente em razão da noção do mito como única cultura adaptada às massas. A figura do Duce é fundamental nisso tudo, “o intérprete da consciência nacional”, daí o messianismo comum na religião política em que se constitui o Fascismo. O Fascismo não adotou historicamente, quando teve oportunidade para fazer isso, a ideia de Estado Laico, apesar das notórias diferenças entre o Cristianismo (defensor da paz, da tolerância e do amor ao próximo) e o Fascismo (defensor da guerra e da intolerância para com os seus adversários políticos).

            A Itália só se tornou laica em 1978, quando o Tratado de Latrão foi reformulado quanto a este ponto.

            Há quem diga que o Fascismo defendia o Estado Laico, devido a sua adoração ao Estado e não às religiões, como a defendida pela Igreja etc. Isso é falso e nasce de uma confusão muito comum: o Fascismo já tem, em si, uma espécie de visão religiosa do mundo. Ele é uma religião política, como afirma corretamente Emílio Gentile. Suas ideias já estão profundamente contaminadas por ideias em tudo compatíveis com uma noção religiosa sobre as coisas.

             

          4. Meu querido

            Que pobreza, hein ?

            Assim fica difícil. Você entende por fascismo o que aconteceu na Itália ? 

            É isso mesmo ?

            Vai ler Umberto Eco, vai. 

            Dispois nóis conversa. Se eu tiver saco. Por que burro verborrágico me enche o saco.

  20. É isso e mais:

    vejam-se os 3 posts consecutivos http://emtomdemimimi.blogspot.com.br/ Se procede a ligação do chargista dinamarquês com grupo neonazista, e CH reproduziu; se for verdade que a cada charge contra governo, catolicismo, CH publicava 100 contra o islamismo (não há número no blog, uso uma força de expressão); o buraco é bem mais embaixo. Foi publicado um artigo do católico Leonardo Boff neste GGN, mas nem no artigo, nem vi comentário – tudo bem: quase não leio comentários e comentaristas epouqíssimos post-títulos – não se citava este link acima q se pronunciava bem antes. A C.C. que saiu anteontem tem reportagem pelo próprio Mino Carta falando das manipulações (que ninguém me condene, mas ainda não li, tá aqui do lado pra ler devagar). CC semana passada e wikipedia internacional dizem que o estado laico francês é de verdade: o censo lá não pergunta sobre religião da pessoa. Creio que no Uruguai tb seja assim, laico de verdade.

  21. E viva o Papa Francisco.

    Em circunstâncias extremamente vulneráveis de acirramento entre o direito da imprensa livre, publicar o que quiser, em nome da liberdade de expressão, mesmo quando esta tal liberdade(ou seria libertinágem ?)ofende a valores morais e cristãos, e a comunidades cuja formação religiosa é fundamentalista, quem mais destaca-se entre os atores envolvidos nestes imbróglios, é exatamente a figura do Papa católico, que na mais capacitada ação ecumenista, assume o papel de defensor das religiões e seitas, para alertar aos formadores de opinião(será que o Charlie Hebdo forma opinião, ou desrespeita as instituições ?) que o excesso de liberdade de expressão, não condíz  com os princípios de convivência pacífica e de respeito às diferenças.

    O maior exemplo, de que suas palavras e suas exortações, valem mais do que manifestações e passeatas de Chefes-de-Estado, foi a reunião de cêrca de 7 milhões de fiéis católicos e nem tanto, hoje nu ma missa ao ar livre,em Manila, para aplaudi-lo e agradecê-lo por suas considerações a respeito do assunto acima citado, os atentados terroristas e a falta de respeito religioso, de cartunistas a serviço das potências ocidentais.

    Habemus Papa !

  22. O “sumiço” de Maria Inês Nassif.

    Dermeval, posso responder ? Estive conversando no último Sarau do Nassif, em São Paulo, com a irmã do Nassif, e da Maria Inês, a Lourdes, e perguntei da jornalista, e fui informado, que ela não mais presta assessoria ao Lula, nem ao Instituto Lula, e colabora com algumas publicações, como free lancer.

  23. Clap.. clap.. clap…

    Também por isto Eu Sou Nassif,

    Eu estava sentidno falta de uma posição do Nassif sobre este assunto. Todos os dias eu vasculhava todas as postagens na esperança de ler a opinião dele.

    Mas nem vou olhar os comentários abaixo porque a manada de Charles vai bater sem dó nele. A não ser que a manada já esteja correndo enlouquecida em outra direção e, por ter sido escrito pelo Nassif, seja acometida de mais uma crise de amnésia, tipo de ataque frequente a que manadas são acometidas.

  24. Liberdade de opinião

    Luis, gostei, achei até agora o melhor artigo sobre o assunto. Sim, porque ontem fiquei confuso, quando li que  a justiça francesa proibiu uma passeata “ante mulçamanos”. Se há realmente liberdade, ampla geral e irretrita de opinão, ela teria que ficar “acima de tudo”. Então poderia falar o que quizer contra pobre, negro, judeu, mulçumano, padre, gay, heterosexual, pastor, a mioria “normal”, o vizinho, etc…muita hipocresia neste assunto… Se sei o que ofende o próximo, então não posso usar, certo?

  25. O melhor analista desta situação, é um teólogo católico.

    Para quem ainda não entendeu o porque destes últimos acontecimentos, na França, na Bélgica, novamente na invasão de uma agência dos Correios de Paris, e desta constante ameaça a todas as instituições ocidentais, feita pela Al Qaeda e seus seguidores, aconselho-os a procurar na Internet, um artigo de Leonardo Boff, teólogo católico, que como um profundo defensor da Teologia da Libertação(de todos os povos) fui sucinto e sagáz, na explicação sócio-filosófica destas situações.

  26. Conflito mundial – Terceira guerra

    Se fizermos uma síntese de dois posts ontem e hoje teremos uma visão bem esclarecedora do atual momento que vive o mundo contemporâneo.

    Na França dois personagens tornaram-se celebridades, apesar da elite econômica fazer o possível para neutraliza-los.

    Dieudonne M’bala M’bala  é franco-camaronês e era, de longe, o cômico mais popular na França, até que fez um pequeno sketch sobre um colono israelense religioso, na televisão francesa.

    Alain Soral é autor e filósofo francês, cuja carreira política incluiu uma filiação ao Partido Comunista Francês e à Frente Nacional. É fundador de um movimento interessante chamado “Igualdade e Reconciliação” [orig. Égalité et Reconciliation], que visa a reconciliar o povo nativo francês (chamadofrançais de souche [francês de raiz]) e o povo francês recentemente imigrado para a França (chamado français de branche [francês de galho, ou de ramagem]) e fazê-los coexistir em completa igualdade.

    E hoje a contribuição de Nelsonz, neste post as  dom, 18/01/2015 – 06:58

    GUERRA É GUERRA

    Pode-se considerar a situação econômica e financeira da França (catastrófica), ou os muitos problemas sociais que assolam a já muito frustrada população francesa, mas quero focar um aspecto específico da atual crise francesa: a amplíssima distância que separa a maioria da população, de um lado, e as elites governantes, de outro…

    Que o mundo ocidental está em guerra com os povos muçulmanos e palestinos no oriente médio desafio alguém a negar. Os povos árabes, não seus governantes, são sistematicamente humilhados e roubados pelas superpotencias mundiais. Qual basicamente é sua riqueza? Petróleo. Um dia ele vai acabar e, neste dia, os governantes e a elite dos povos árabes vão pegar seus carrões, cavalos de raça, suas esposas e flhos e por tudo dentro de jatos e viver sua riqueza na europa, se já não fazem isto. O que sobra hoje para os povos oprimidos no oriente médio? O que sobrará no dia da diaspora dos seus ricos governantes? O que define a identidade de um povo? Qual é o lugar no mundo e dentro de si mesmos destes povos? Sun Tsu escreveu que nunca devemos acuar nossos inimigos a ponto de não lhes deixar saídas.

    Cada um sintetiza perfeitamente as condições sócio-economica-cultural de cada região, acontece que ao perceber que as condições em que vive o povo de cada região, magistralmente analisadas, percebemos que a coisa toda pode ser estendida para o mundo todo. Ai o estupor ganha proporção. Porque fica claro que o que acontece nestas duas regiões, acontece igualmente no mundo todo.

    A terceira guerra mundial já esta em plenitude.

    A elite econômica versus os povos que os sustentam.

    Tanto no Brasil, qto no Oriente Médio, qto na India, como na China ou mesmo nos países que alcançaram um maior patamar tecnológico e econômico, como a França ou mesmo toda a Europa e as américas.

    Como aconteceu as revoluções francesas e a russa? A queda da monarquia seguiu o mesmo padrão de separação da elite nobre do povo, e a pouca disposição de ouvi-los e compreender suas necessidades.

    Até que a ruptura aconteceu. A roda da historia gira inexoravelmente, independente da vontade humana, assim a família imperial na Russia foi sacrificada e a nobreza na França perdeu a cabeça, literalmente.

    Por causa de suas inúmeras ideias “politicamente incorretas” e declarações sem meias palavras, Soral é absolutamente odiado e temido pela classe governante na França. Embora Soral também tenha sido completamente banido de todos os veículos da imprensa-empresa, continua a ser imensamente popular entre o público em geral e seus livros são todos best-sellers.

    A popularidade de Dieudonne segue na mesma direção, incluindo o deboche da opinião publica qdo replicam o gesto da quenelle provocando esta elite, que surpreendentemente, assim como a antiga monarquia, é incapaz de compreender os anseios das populações.

    Qual é o lugar no mundo e dentro de si mesmos destes povos? Sun Tsu escreveu que nunca devemos acuar nossos inimigos a ponto de não lhes deixar saídas.

    E é o que infelizmente vem acontecendo no mundo todo. A guilhotina francesa, parece que não serviu de exemplo.

    Portanto, qualquer analise que tenta regionalizar este conflito, perde por si mesma a oportunidade de compreender este conflito. É necessário ter uma visão que transcenda o regionalismo e os interesses particulares.

    Os conflitos, como sugere todos os conflitos, é mais complexos, do que interesses pontuais e a compreensão intelectual restrita e incompleta, gerada pelo preconceito e discriminação.

      1. Não foi apenas ele

        Existe também citado, na internet, o caso de Mona Chollet, jornalista do Charlie Hebdo que foi sumariamente despedida em 2000 por protestar contra um artigo do editor da revista (Phillipe Val) que chamava “não civilizados” aos palestinianos.

  27. DEMOCRACIA SEM NORTE………

    A democracia é maravilhosa, mas o direito e o dever tem que existir em qualquer que seja o regime, e andar de mãos dadas, seu direito termina quando começa o meu, nunca vai funcionar quando só se querem direitos sem deveres……

  28. DEMOCRACIA SEM NORTE………

    A democracia é maravilhosa, mas o direito e o dever tem que existir em qualquer que seja o regime, e andar de mãos dadas, seu direito termina quando começa o meu, nunca vai funcionar quando só se querem direitos sem deveres……

  29. Agora eu vou te dizer uma

    Agora eu vou te dizer uma coisa: estamos vivendo em um mundo em que cada vez mais pessoas estão procurando a liberdade de pensamento e saindo das religiões. Acho melhor os líderes religiosos começarem a respeitar os outros (como os homossexuais e quem não é da sua religião) se quiserem ser respeitados. A culpa de tanto ódio nem sempre é da mídia. Na maior parte  é a própria religião que destila.

  30. Sobre o artigo do Luis Nassif

    Sou contra qualquer forma de religião fundamentalista, fanatismo jamais, E concordo com o Luís Nassif, sempre de extrema lucidez. Penso porém que no nosso país precisamos tomar cuidado com os adeptos das religiões evangélicas fundamentalistas que apoiam quem chuta os santos. Já fui prejudicada por evangélico preconceituoso e fanático só porque expresssei minha opinião, afinal eles não sabem ou não querem saber que as religiões evangélicas surgiram de dissidência com a Igreja Católica, a Bíblia é a mesma, etc. Uma vez conversei com um pastor evangélico que não sabia nada sobre Lutero, Calvino, etc, fiquei pasma. Fico muito preocupada com o avanço dessas religiões no Brasil. Na Bahia algum adepto da Universal bateu em uma baiana de acarajé do nada, apenas pelo fanatismo religioso. Se eles chutam santos sem ser maioria, s.m.j., fico imaginando o que poderiam fazer se algum dia, Deus nos proteja, eles se tornarem maioria. Respeito à religião alheia seja o catolicismo, a igreja evangélica, o candomblé, o judaísmo, o islamismo, o budismo, o kardecismo, etc é básico para a boa convivência, respeitem para serem respeitados. 

  31. À esquerda da esquerda está a direita

    Acho este episódio um caso típico de conceito de esquerda usado convenientemente pela direita que, no final das contas, saiu ganhando no episódio CH.

    A esquerda real, baseada na solidariedade e igualdade, com ênfase nas pessoas que mais precisam, e que se confronta diariamente com o neoliberalismo globalizante, o qual privilegia apenas o capital; é confundida com a esquerda comportamental, modernosa, que se confronta com o conceito conservador da vida das pessoas, que divide jovens e velhos e que, obviamente, defende a liberdade de imprensa e qualquer outro tipo de liberdade, até o extremo, às vezes em forma ingênua. São as esquerdas que a direita gosta, pois elas são também globalizantes e direcionadas ao consumo.

    No episódio CH gente se sentiu ofendida e, embora a esquerda real lutasse pelos direitos dos povos mais oprimidos, foi a esquerda comportamental que acabou sendo alvejada pelas mesmas pessoas que a outra esquerda luta por defender, no plano econômico, geopolítico e social. Um grande contra-sentido.

    Assim, uma esquerda extremista, em relação ao conceito comportamental, acaba comprometendo a esquerda real, ganhando a direita com isso. Na França, foi a direita quem comemorou, e foi a esquerda real, junto aos imigrantes, que ficou perdendo nesta história.

    No Brasil, existe também essa esquerda comportamental, alguns deles defendendo o jornalismo ofensivo da CH em pró da liberdade exagerada de opinião. Acontece que a direita é esperta, ao ponto que utiliza essa esquerdinha ingênua para lutar contra o véu da mulher árabe, sem saber que, pelo lado da direita, o objetivo é de meter ela dentro do Shopping, apenas isso.

    O mesmo acontece com os LGBT, que querem banheiro próprio, colégio próprio e outras bobagens, gerando uma impressão ridícula do que a esquerda é, e dando abertura para o crescimento de Bolsonaros e Pastores. Acho que devemos ter cuidado com as bandeiras e colocar as coisas na sua dimensão certa. 

  32. tolerância religiosa

                Talvez o papa pode fazer esse papel de pacificador em alguns momentos, tentando apagar o fogo da irá provida pela liberdade de expressão tão valorizada em países ocidentais, mas não conseguirá deter os radicais  extremista que vivem alienados em defender o seu líder “deus maomé ” a qualquer preço mesmo que seja a preço de morte.    Todas as religiões tem seus radicais cada um se expressa de sua maneira dependendo da afronta do que lhe é apresentado, no passado os jesuítas  eram padres da igreja católica que faziam parte da companhia de Jesus foi criada logo após a reforma protestante , como uma forma de barrar o avanço do protestantismo no mundo.  Nos anos 90, um bispo evangélico chutou uma imagem de Aparecida em um programa da TV Record. Houve comoção nacional e no meu ver um despreparo e desequilíbrio em todos os sentidos.  A Globo não perdeu tempo aproveitou o incidente para alimentar uma batalha que fugia da corrida pela audiência e se resumia no campo religioso numa  campanha contra o bispo e a Record. O episódio resultou na demissão do bispo, o seu afastamento da sua igreja e em pedido de desculpas da Record.A questão é, até que ponto as charges podem alimentar a intolerância desses radicais, visto que tentar  enfraquecê-los   é uma utopia.  Em Paris, o jornal “Charlie Hebdo” publica uma charge do profeta Maomé,  onde não foi a primeira vez. O que aprendo é uma lição antiga que você conhece. Não mexa  com quem está quieto, principalmente os mulçumanos radicais. Nem se discute sobre o atentado: é um ato terrorista que deve ser condenado. O que se discute é sobre os limites da liberdade de expressão.

  33. O cômico

             Simples: chutar uma imagem de Santa não me provocou o riso; as charges do Charlie Hebdo com as caricaturas do Papa, do Maomé, sim. Creio que se deve falar das condições do que é cômico, do que não é, do que provoca o riso e do que não. A arte satírica francesa antecede a Revolução Francesa que fazia caricaturas dos penteados da Maria Antonieta e cravou nela o apelido de Madame Défict.

  34. perfeito artigo.
    respeitar é

    perfeito artigo.

    respeitar é humano.

    o resto é barbárie,

    se posso fazer tudo, sem respeitar liberdade do outro,

    é o fascismo,

    o poder da violencia contra os que podem menos.

    por isso a importancia da palavra do papa francisco

    nesses tempos meio obscuros.

    a palavra dele denota avanço da história.

    o resto pode ser o recuo à barbárie, à

    ruína histórica(holocausto, etc), à inquisição, ao fascismo,

    ao fundamentalismo 

    – pensamento único –

    já existente.

  35. Eu penso, eu analiso, mas falo com o maior cuidado…

    Concordo com o artigo, a questão são os grupo e suas maiorias…o problema é que nem sempre saem impunes, existe pessoa altamente devotas as suas religiões e que não toleram críticas, abusos e desrespeito as suas visões religiosas. O respeito tem que vim de todos e se você menospreza e satiriza um grupo deve saber que pode também sofrer conseguências dos seus atos. Pode ser mais brando como foi o caso ocorrido no Brasil ou pode ser mais violento como o que o ocorreu em Paris. Toda ação gera uma reação! Por isto cuidado com o que fala, pois você pode pensar o que quiser… mas falar em público já é outra coisa!!! 😉

  36. O ser humano hominidio

    Para mim existe um só Deus que criou, cria e ira todas as coisas que existem no universo sejam elas boas ou mas pois Deus  é Supremo em tudo  e todas as suas  criaturas  são relativas, ~. Deus é a perfeição  suprema e para as suas criaturas só ha perfeições relativas  pois se houvesse perfeição  tudo acabaria pois  são imortais  logo iremos  sempre procurar a perfeição e nunca a acharemos. Deus nos criou de maneira igual e todos simples  e  ignorantes mas nos deu  a imortalidade não a eternidade (  a eternidade  só é de Deus  e do Universo pois não tiveram  começo e nunca tera fim e  um é complemento do outro ) o  a mente  e o livre arbitrio e o Universo todo  para  que nos todos possamos evoluir. A mente qué  propria do espirito e não o cerebro que é proprio do corpo carnal como dizem muitos  assim como dão um extremo  valôr ao coração  quando o valor deve ser dado ao cerebro. Assim como Deus não da esquerda e nem do PT ou seja é supremo na hoinestidade nos deu ainda  o  livre arbitrio para que possamos cada qual tomar as decisões  que assim o desejar,. e  iniciar e copntinuar em nossa evoluçaõ. Ou seja   somos todos uns computadores  e de acôrdo com os programas que  carregamos em nossa mente  somos mais adiantados, menos adiantados ou ainda em inicio de apredizagem. Podemos ser  adiantados mas  preguiçosos e estacionamos  outros mais atrazados  mas mais opoeosos  passam à nossa  frente  bém como de acôrdo com  os programas que carregamos no nossa mente e o nosso livre arbitrio podemos evoluir mais para o mal ou  mais para o bém e, assim  é que temos  a presente situação em nosso planeta , situação esta que outros planetas habitados ja passaram. 

    Com tudo isso nos os homens  dentro de nosso  estagio de evolução   não aceitamos o  Deus  Real mas sim criamos um Deus   o  qual dominamos e é nosso escravo  tudo o que for fora disto esta errado, o Deus dos outros ´´e  um Deus  falso, o meu Deus é o verdadeiro o pior  ainda é que  se juntam  formando uma comunidade  e  dizem  que é uma religião sendo esta a perfeita e todas as outros imperfeitas, para a nossa religião vale tudo para as outras não vale nada.

    Ou seja ao inves de unir, fazem como os partido políticos  e os times de futebol  dividem cada vez mais e mais e  ate  chegaram a  dividir Deus em Pai, filho e espirito Santo  e o que pior  O  pai, o filho e a mãe se tornaram mercadoria vendavel  para  se enricarem.

    Uma coisa  é certa  todos possuem religião mas uns poucos  possuem o principal RELIGIOSIDADE, como  nos foi  mostrada  por muitos de nossos irmãos  através  dos tempos passados e nos varios lugares ndo globo.

    Quanto  a França, la se aplica tudo, eles  usam dois pesos e duas medidas como fazem a esquerda e o PT aqui no Brasil . Eles podem fazer tudo, são acima de Deus e das Leis os outros não e assim é que meia duzia de lunaticos, sem religiosidade, desejando ficar na midia  e cheios do vil metal naõ respeitam  ninguem e para  mais  aparecer  foi mexer  com quem estava quieto  e é muito atrazado, deveriam ter com eles e procurar ajuda-los a evoluir e não humilha-los como o fizeram e ainda estão fazendo  e eu estou com os mulçumanos, eles lutam com as armas que possuem  e lutam bém , não se escondem atraz de mesas  e ficam a ofender os outros 

    O ruim é que  os divinos que  são acima de Deus e da Lei  não vão lá lutarem com armas  pois  fazem as ofensas e sabem que  outros irão morre ou ficar  aleijados  sem terem culpa de nada.

    A frança e seus herois do passado e que foram muitos  foram envergonhados  por meia duzia de patetas  a procura de fama  e dinheiro e o que é pior  outros  paises ainda os apoiam  mesmo sabendo que muitos inocente  irão sofrer sem nada terem feito.  É  salve-se quem puder.

  37. religião

    Cada ser humano deve respeitar,ao outro em todos sentidos.

    Não importa o tema,e sim o repeito as opiniões de cada ser.

    E viva a liberdade,responsavel e justa.

    Um homem tenta a 2014,trazer ideias de JUSTIÇA e Paz entre os HOMENS.

    E não encontra oportunidade para sua volta,pois o ser humano,não age como tal,

    So fala,mas não consegue devido seu ( EGOISMO MATERIAL ).

  38. LIBERDADE DE IMPRENSA: TODA LIBERDADE DEVE TER LIMITES.

           Todas as religiões e a fé de cada um devem ser respeitadas. A mídia acha que tem o poder, ILIMITADO E SUPREMO, da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa, SEM NENHUMA RESPONSABILIDADE PELOS MALES QUE, INJUSTA E MENTIROSAMENTE, FAZEM A MUITA GENTE. E. impunemente. desrespeitam quem querem e acabam com a vida de muita gente. ISTO NÃO É LIBERDADE DE IMPRENSA NEM DE EXPRESSÃO – É DITADURA DA MÍDIA. Toda liberdade tem limites: o artigo 5º da CF consagra o direito de IR E VIR, mas ninguém pode, evidentemente, IR E VIR COM UM VEÍCULO ROUBADO, por exemplo.

  39. Questões religiosas?

    A quem interessa a estratégia pouco sutil de representar disputas econômicas, geopolíticas, ideológicas como “questões religiosas” ?

    O complexo Record-Universal não é uma religião é um negócio. Suas disputas com  a Globo e a Igreja Católica nada tem de religiosas, são estratégias de ampliação de mercado e de influencia politica.

    O caso do semanário francês é apenas mais um exemplo. Serviam à estratégia do sectarismo como forma de controle político, o que faziam com eficiência, estimulando a intolerancia e a agressividade inter-cultural via reforço de visões preconceituosas, distorcidas e simplistas sobre a questão do multiculturalismo, da imigração e da exclusão social.

    É também o caso da questão palestina, frequentemente retratada como uma disputa religiosa e do 11/9, símbolo quase perfeito dos perigos do “radicalismo-fundamentlismo religioso”.

    Em todas essas questões as disputas econômicas, politicas, militares ficam em segundo plano em favor da corrente da interpretação religiosa, como se as angustias e divergências metafísicas da humanidade fossem o verdadeiro motor das guerras, e não a ganancia e a ignorancia.

    Da a impressão de que basta abolir as religiões e os valores metafísicos, submetendo-nos de vez ao império de um pensamento supostamente racional, objetivo e científico para que os conflitos humanos se resolvam.

    A defesa apaixonada  de uma idealizada ” liberdade de expressão” enquanto se ignora completamente o ” poder de expressão” , sendo esse último que determina quem vai falar, quem vai ser ouvido e quem vai ser obedecido, entra como a cereja desse bolo meio indigesto.

    1. Crítica falsa e desfundamentada ao CH e que transfere a censura

      O comentário acima, com todo o respeito, é falso no ataque que faz ao Charlie Hebdo, o que é feito inclusive de forma desfundamentada, sem demonstrar como e de que forma ele servia “à estratégia do sectarismo como forma de controle político, o que faziam com eficiência, estimulando a intolerancia e a agressividade inter-cultural via reforço de visões preconceituosas, distorcidas e simplistas sobre a questão do multiculturalismo, da imigração e da exclusão social”.

      Isso é completamente falso e é uma acusação absurda contra o jornal.

      Não havia sectarismo nenhum, muito menos como forma de controle político. Não havia estímulo à intolerância, mas crítica à intolerância. Não havia agressividade inter-cultural para além do humor. Não havia qualquer discurso contra o multiculturalismo, contra a imigração ou que de alguma forma amparasse a exclusão social. Essas foram algumas das mais absurdas acusações que eu li contra o Charlie Hebdo até aqui.

      O que se criticava, de forma bem humorada, frise-se, eram certas visões religiosas opressoras da liberdade das pessoas. Ninguém é obrigado a  concordar com isso em respeito ao “multiculturalismo”. E não sei como criticar um aspecto opressor, conservador, irracional de uma dada religião implica em criticar a imigração ou promover uma defesa da exclusão social. A afirmação é notoriamente improcedente.

      O pior de tudo é que você não explica como chegou a  concluir tudo isso, não se deu ao trabalho de fundamentar a acusação, o que torna a sua opinião, além de falsa, inválida.

      A propósito, desconheço quem são os que tratam a questão palestina como uma questão religiosa, pois se trata de uma questão política, essencialmente. Ali, não é um embate entre o Islamismo e o Judaísmo. É uma luta de um povo por mais direitos, por respeito aos seus direitos humanos, por terra, por trabalho, por respeito enquanto seres humanos etc.

      Por fim, o que o comentário acima faz é transferir a censura religiosa, pretendida por pessoas como o papa Francisco e os que endosssam a sua opinião, para a censura a outros temas políticos, sociais e culturais, sob a desculpa de que o problema está no chamado “poder de expressão”, essencialmente um problema de natureza econômica, produto da desigualdade.

      Quando o texto envereda por esse lado, no fundo quer dizer que o que não deveria existir, o que deveria ser censurado, são as opiniões econômicas, políticas e sociais que discordem do modo como ele acha que devem ser as coisas.

      Acontece que, neste ponto, ressurge o velho problema que a humanidade já superou há muito tempo quando criou o legítimo direito da liberdade de expressão, de pensamento, de ideias: todos têm o direito de falar, de publicar, de disseminar suas ideias, sejam elas quais forem, respeitados alguns limites, indistintamente.

      O problema da falta de meios de se fazer ouvido, de possuir meios que façam chegar aos outros as suas ideias ou opiniões, é um problema essencialmente de natureza econômica, que não diz respeito exatamente ao que significa liberdade de expressão. Este ponto não é “ignorado”. Cabe ser enfrentado e a Internet tem sido muito importante neste sentido.

       

  40. Hipócrita. É o mesmo tipo de
    Hipócrita. É o mesmo tipo de gente que aplaudiu feministas enfiando crucifixo no anus/vagina e quebrando imagens sagradas durante a visita do papa, agora clamando “respeito a religião” por causa de desenhos satíricos do Maomé.

    Hipócritas, de moral e caráter seletivos.

  41. liberdade, mais uma farsa das potências

    A palavra liberdade está sendo usada da mesma forma cretina que usam o famoso “eu te amo”. Tudo mentira. Destruíram o sentido do amor, banalizaram o amor. É eu te amo a todo instante e a traição rolando solta. Com a liberdade, funciona do mesmo jeito. Você tem liberdade de se expressar dentro do pacote, dentro do combo oferecido pelo poder. A maior prova da mentira sobre liberdade de imprensa é que essa mesma revista atacada, tão defensora da “liberdade”, expulsou de seu quadro de funcionários um chargista que fez piada com os judeus, o cara foi acusado de ser anti-semita, de apologia ao ódio contra o povo judeu. É duro acreditar nessa liberdade.

  42. Proteção ao ópio do povo?

     

    Eu torço para o Corinthias, então tenho o direito de não fazerem charges com Corinthianos.

    Eu sou gordo, então nada de gordos em caricaturas.

    Emagreci, sem magros tampouco.

    Sou homossexual, então nada de piadas com LGBT.

    E se sou machão, nada de me ridicularizar.

    Acrediro em duendes, não ninguém faz mais graça com meus amigos da era de aquário.

    Faço parte da multidão que godta de música sertaneja, então nada de piadas neste setor tampouco.

    Ou sou da minoria que gosta de Bruckner,  então nem pensar em uma graça com ele.

    Me respeitem! 

     

    Só para crentes a religião é sagrada. Para o estado não. Católicos, evangelicos, corinthianos, gordos, gays, machões: ou todos tem o direito de veto sobre caricaturas, ou ninguém tem.   Entendo que o Nassif acha que devemos todos ficar calados. 

    Prefiro a barulheira da vida que o silencio dos cimitérios.

  43. conceito máximo de liberdade

    Você tem a liberdade de nadar num rio com jacarés, sabendo que eles podem ter a liberdade de comer sua perna. Não é melhor usar a liberdade em outro rio ?

  44. Parabéns Nassif, perfeito.

    O debate desta questão virou um samba do anglo-saxão doido. Algumas pessoas se comportam como fundamentalistas da liberdade de expressão, outros se aproveitam politicamente e há os que, por serem ateus, viram fanáticos anti-religiosos. Não há justificativa alguma, para que um jornal USE a religião de forma política. É tão errado, tão radical, quanto a utilização pelos radicais do outro lado. 

  45. problema

    O problema e:

    O que é sagrado?

    Quem decide isso?

     

    Ataques pessoais e difamação de grupos de pessoas podem ser discutidas na justiça. 

    Mas não se pode impedir o debate de idéias com a desculpa de não ferir suscetibilidades religiosas.

    Ou voltaremos a inquisição. 

    1. Meu querido

      É a milionésima vez que você vem com esse papo furado da volta à inquisição, do 8 ou 80.

      Para com isso que está ficando ridículo.

      Ninguém está jmpedindo o debate de idéias, e a religião islâmica é debatida inclusive nos países de maioria muçulmana.

      E o que o CH fazia não era propriamente um debate. Fala sério.

      1. mesmo?

        a religião islâmica é debatida inclusive nos países de maioria muçulmana.

         

        Vá até a Arábia Saudita e diga que aláh não existe, para vc ver a liberdade que existe por lá.

        E que alguns querem ver por aqui também.   

        1. Meu querido

          Não posso dizer na Arábia que Alah não existe porque o Estado proíbe, não porque a religião proíba.  Ridículo isso.

          Se eu atravessar a fronteira eu posso.

          Isso é fácil de resolver, que os tais Estados laicos não reconheçam mais os Estados fundamentalistas. Que imponham embargos. KKKKK

          O grande opressor é o Estado, e não a religião. E isso é no mundo inteiro.

          Nietszche já tinha avisado, cuidado com esse negócio de fugir da religião e se jogar nos braços desse tal de Estado. Vocês vão pular da frigideira direto no fogo. Dito e feito. KKKKK

          1. argumento (?) ridiculo

            Se a religião não proibisse,  o estado não proibiria, na Arábia Saudita não existe separação entre estado e religião 

          2. Meu querido

            É fácil de resolver essa sua dúvida. 

            Saia da Arábia e vá até o Kuwait.

            Não interessa se a religia proibe ou não, se o Estado não usar da sua força, obedece quem quiser. KKKKK

            Vai prá Coréia e funda uma igreja para Maomé ou para Cristo e veja o que o Estado faz com você. KKKKKK

            Tomar os extremos como exemplo não vale de nada numa discussão como essa.

             

          3. Obrigado

            Vc me ajudou.

            Quem disse que havia liberdade para criticar a religião no mundo muçulmano foi vc.

            Agora vc confirmou que essa liberdade não existe.

            valeu  

          4. Mundo muçulmano ???

            Quando o camarada coloca tudo no mesmo saco, generaliza, não está com boas intenções.

            Existe o mundo judeu também ?

             

          5. Mal intencionado

            Acho que é  vc.

            Gosta de disto ver as coisas quando perde a discussão. 

            “Mundo muçulmano” é só uma expressão para se referir a países onde predomina a religião muçulmana 

          6. Só na imprensa ocidental

            E na escola onde você foi educado.  Para separar os ocidentais desenvolvidos dos muçulmanos medievais.

          7. escola

            A expressão não tem nada de ofensiva, é  só  para se referir a um grupo de países sem ter que ler uma lista enorme  de nomes de países.

             

            Ainda bem que estudamos em escolas diferentes.

            Educação não era o forte na sua escola.

          8. Meu querido

            Na escola onde eu estudei, se cumpria integralmente os Direitos Humanos Universais, inclusive aquele do Artigo 26, item 2.

          9. tatica

            Sempre defendi a vida é os direitos das PESSOAS.

            As IDEIAS são para ser discutidas.

            Vc usa a tática de imputar aos outros  coisas que eles não disseram como forma de ataque.

            Não tem condições de manter um debate honesto.

            Com certeza não ensinaram ética na sua escola, ou vc colou nas provas…. 

          10. Meu querido

            No seu primeiro comentáro, você diz que há uma tentativa de se interditar a discussão sobre religião.

            Isso não é verdade.

            Há milhões de textos, inclusive de quem professa esta fé, sobre o assunto, sobre seus males e seus benefícios.

            Há até charges de muçulmanos em jornais de língua árabe.

            Você usa do artifício hipócrita que isso seria uma volta à inquisição.

            O caso em discussão, que o Nassif trouxe para o debate não tem nada a ver com isso.

            Trata-se de ofensa gratuíta em troca de dinheiro, de venda de revista. Ofensa à consciência alheia. Ofensa de quem não sabe o que é professar uma religião e crer.

            Ou você vai me dizer que os caras do CH queriam discutir o islamismo ?

             

          11. Não mesmo

            Estou dizendo que proibir a discussão das religiões seria trazer de volta a inquisição

            Porque é isso que muitos querem.

            “Não pode ofender as religioes”

             

            Pergunta: o que é “ofender” uma religião? 

            Para alguns,  é  por exemplo questionar a existência de deus. 

            QUEM vai definir o que é  uma “ofensa”?

            Um grupo de religiosos?

            Isso É  inquisição! 

          12. Não meu querido

            Quem define o que é uma ofensa, se houve intolerãncia religiosa, é um juiz, e não a parte ofendida.

            Recentemente a Rede Bandeirantes foi obrigada a dar explicações sobre tolerância religiosa e tolerância a quem é ateu porque o Datena disse em uma de suas bizarras aparições que ” os caras se tornavam criminosos porque não tinham Deus no coração”.

            Isso é inquisição ?

          13. lei atual

            Isso pela lei atual.

            Se resolverem proibir “insultos às religiões”, como vai ficar?

            Isso é  o que muitos querem,  pelo que se pode ver aqui.

          14. Uai

            Se o juiz entender que houve prática, incitação ou indução à intolerância religiosa, como no caso do Datena, é crime sim.

            E é agravado se for através de meios de comunicação de massa.

            Ou você acha que pode ir prá TV promover a intolerância ?

            No caso do CH a justiça francesa achou que não houve, mas muita gente acha que houve.

             

          15. Alex, perda de tempo …

            Não queriam discutir nada, pois o debate não pode ocorrer quando você desqualifica e se coloca como superior. 

            Li em algum dos comentários algo como “o (fantástico, civilizado) povo francês ..”.  Ora, todos sabemos que isto simplesmente não existe. A Grécia foi o berço de nossa civilização e a maioria de sua população era escravizada à época.  Os franceses estão vivendo estes tempos – loucos, violentos, traumáticos – assim como todos nós; há franceses dignos e indignos como de resto em todos os países. Estamos todos sob as injunções colocadas pela realidade para nós.  Por isso, acho uma insensatez – ou parte de uma agenda realmente muito questionável – provocações gratuitas. Afinal ninguém ainda conseguiu dizer, clara e indiscutivelmente – qual é o objetivo que pode haver em ofender a religião de outras pessoas.  E não vale esse “argumento” de que estamos discutindo e criticando ideias retrogradas… Retrogradas para quem ?  Incensar é tão danoso quanto desqualificar, porque coloca distanciamento na discussão.

            Percebo uma certa fixação em Inquisição e Idade Média por aqui, e nitidamente, também, a fábula da serpente e do vaga-lume em pleno andamento. Tudo que é publicado, logo se transforma num palco.

            Perda de tempo Alex. Você já deu teu recado. Não sirva de escada nem de gatilho para manifestações repetitivas e que são somente isto: mais do mesmo.

          16. para de delirar, por favor

            para de chamar todo mundo de “meu querido”.

            já sei, vai me responder começndo com “meu querido”.

    2. Ofensa x Debate

      Debater não implica em Ofender. Não sigo nenhuma crença, mas nem por isso saio por aí avacalhando qualquer religião. Se a crença do religioso o faz uma pessoa melhor e não me representa uma ameaça por que vou criticá-lo?

    3. Triste isso!

      Meu caro edson!

      você já ouviu a palavra RESPEITO!?

      vaamos lá!

      Quem define o sagrado?!

      O Bom senso!

      será que nada sagrado para você?!

      para uns a Religião é sagrada, para outros a Familia é sagrada, e para alguns os amigos são sagrados e etc…

      então por que não respeitar o sagrado dos outros?!

      Acho que a Liberdade de expressão nos dá o direito de opinar, descordar e se expressar mas com responsabilidade!

      Será que para você a Liberdade de Expressão é algo que nos dá o direito de ofender e ferir os outros!?

      você tem direito de descordar de algo e até falar, mas por que ofender, debochar ou até mesmo denegrir?!

      cadê a tal da ÉTICA!!!!

      o que o Jornal frances fez não foi uma critica ao islã e sim uma ofensa, um deboche sem qualquer responsabilidade!

      não justifica o ataque que fizeram, mas minha mãe me ensinou duas coisas desde pequeno:

      1ª- Quem fala o que quer, escuta o que não quer!

      2ª- Tudo que plantamos, colhemos!

       

      O jornal plantou ofensas, odio e colheu isso!! (NÂO JUSTIFICA!!)

      Mas se respeitassemos mais o diferente e até mesmo fizermos críticas com mais ética e responsabilidade vamos ter uma sociedade mais madura e sabermos então usar melhor a LIberdade de Expressão.

      abraços

      1. triste

        Triste é  a capacidade de compreensão da leitura por algumas pesooas. 

        Nunca defendi insultos ou ataques pessoais a ninguém. 

        Se reler com atenção verá que defendo  a livre discussão de idéias.

         

        Algumas pessoas aqui parecem querer que blasfêmia vire crime, isso é  voltar para antes da revolução francesa.

  46. O nassif mistura assuntos e

    O nassif mistura assuntos e questões, mais uma vez.

    primeiro, o tal pastor não se afastou da igreja, trabalha para ela nos EUA.  Quem saiu foi outro pastor que o apoiou e por razões políticas.  Quem deu início a guerra com a globo, foi a record com o programa 25 hora que atacava a ligação da emissora com a igreja católica tão logo se soube da filmagem de uma mini série chama decadência.

    Segundo, objetos e locais de culto no Brasil são protegidos por lei. A exibição ultrapassou a crítica religiosa destruindo um símbolo reconhecidamente religioso acreditando se nele ou não. Do ponto de vista não católico,  a crítica tinha e tem todo o sentido, mas o pastor extrapolou e feriu a lei, tanto assim que respondeu processo e foi condenado.

    terceiro, Maomé não é um símbolo religioso e a rigor não existe no Alcorão proibição a desenhos e imagens. Os chargistas desenharam Maomé e nenhum deles e adepto da religião para ser punido por ela por não obedecela. O Alcorão coloca em elevado grau Jesus e Abraão,  e nem por isso reclama dos inúmeros desenhos e imagens de Cristo.  O que se tem portanto é a interpretação fundamentalista da proibição da idolatria (e algum muçulmano poderia tentar me explicar quem se ajoelha diante da revista para classificar o desenho de idolatra. A questão da blasfêmia e outra conversa mas os chargistas teriam que ser muçulmanos para então ser blasfemos, porque a blasfêmia implica na aceitação da qualidade de divina ou sagrada do objeto sob crítica). 

    Quarto, o nassif não explica que a emissora recorde foi processada pela veiculação de programas religiosos que ligam religiões afro como camdomble ao demonismo. Curiosamente não foi a iurd processada mas a emissora. Não foi uma questão de deixa pra lá da emissora mas ela entrou com recurso.

    Os chargistas não foram processados mas mortos metralhados. E isso é uma enorme diferença aos exemplos que o nassif usou. Segundo, ainda que seja por amor ao debate, os chargistas estariam errados se tivessem grafitado uma mesquita para ao menos parecer com o caso do chute na santa.

    Respeito ao credo e liberdade religiosa são representados pela inexistência de leis impedindo cultos, crenças e difusão de idéias.  Está na inexistência de turbas e grupos que usam de violência contra religiosos. Está na inexistência de ações visando tirar os direitos de pessoas que professam essa ou aquela crença da qual discordamos. Está na inexistência de desrespeito à consciência de um religioso obrigando lhe a agir contrário às sua crenças. E nada disso caracteriza a crítica à dogmas e ações religiosas, sociais e políticas de religiões e religiosos, seja essa crítica travestida de humor ou seriedade de um artigo na imprensa ou na blogosfera.

     

      1. Basta uma rápida pesquisa na

        Basta uma rápida pesquisa na Internet,  pra demonstrar o que escrevi e que vai de encontro ao que nassif expôs como casos de dois pesos e duas medidas na mídia quanto a religião.  O tolo ao invés de demonstrar que estou errado faz claque cega o que no mínimo demonstra incapacidade de construir um raciocínio elaborado.

        No caso dele supondo que tivesse lido, é  o caso clássico de ter lido, lido e lido e não ter entendido nada.

  47. “E os abusos devem ser

    “E os abusos devem ser coibidos sim, pela justiça.”

    Acho que este teria que ser o ponto consensual de uma sociedade que opte pela civilização e não pela barbárie.

    Parece ser uma discussão vencida mas não é.  Não só neste blog, é pelo mundo afora, muita gente, no tom e no conteúdo de seus discursos, deixa transparecer um “mereceram”, um “bem feito!”, sobre o acontecido com Charlie Hebdo. 

    Mesmo que alguns, baseados em outras leituras da realidade, tragam outros temas para a discussão, também importantes, a oportunidade para se discutir os limites da liberdade de expressão em geral e do humor em particular está posta. Por que não aproveitá-la?

    Que a blogosfera assuma seu papel de fórum de discussão também desse tema, não deixando esta discussão à mercê de atores sociais – partidos, mídias, igrejas, etc…- que pouco ouvem, quando ouvem, a sociedade para pautarem suas ações.

    Será uma discussão demorada, se for séria.

    Talvez alinhavar alguns dos pontos de partida possíveis para esta discussão, sem ordem de valor, seja em si um bom e prático ponto de partida, para começar logo o jogo e durante a partida a gente vai mudando o que tenha que mudar:

     

    – O humor tem características próprias que justifiquem uma discussão em separado?

    – Há que necessariamente existir limites definidos em lei para a liberdade de expressão?

    – Quais critérios seriam aceitos por toda a sociedade para estabelecer-se esses limites?

     

    Sim e sim e não sei.

    Por que sim à primeira? Porque, apenas para ficar em um exemplo, não dá para tratar o caso do bispo aloprado que chutou a imagem da santa (enquanto ele, chutando a estátua, dizia “Fala? Voce não é capaz de falar? Então fala!”, eu, mesmo sem crer, como torci pra santa responder: “Não enche o saco, idiota!”) com o caso de quem põe um adesivo no carro com os dizeres “Senhor, livrai-me de quem acredita em Ti”. No primeiro caso, a gente detecta claramente ódio (os chutes e o tom de voz, mais até que o conteúdo da fala) que não provoca reflexão, provoca repulsa e indignação. Pergunto honestamente aos cristãos, muçulmanos, judeus, todos os religiosos do blog: os dizeres do adesivo lhes ofendem? 

    Humor é uma das formas de Arte, que se vale, para existir, das outras formas da Arte e da fala.

    Sim para a segunda pergunta porque, também rapidamente pegando um exemplo mais à mão para não alongar em demasiado um texto já longo, não dá para deixar entregue à subjetividade do juiz decidir. Kamel ganhou em primeira instância a ação que moveu contra Nassif por ser chamado de “manipulador” e praticante de “jornalismo de hipóteses” . Como lembra bem Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, Collor (inocentado pelo STF das acusações de corrupção, é bom destacar) perdeu a acão que moveu contra Augusto Nunes por ter sido chamado de “bandido”, “chefe de bando”, “farsante” e “destaque da bancada do cangaço”.

    Paulo Nogueira pergunta: “Manipulador” custa R$ 50.000,00, o que Augusto Nunes disse não custa nada? 

    Não é possível que uma mesma lei permita ser interpretada de maneiras tão díspares.

    Cada juiz decide neste tema a seu bel-prazer (talvez em outros ou todos também, mas essa é outra discussão, também necessária e urgente). Limites claramente definidos em lei inibirão esse poder absoluto e arbitrário dos juízes.

    Não sei quais seriam os critérios para estabelecer os limites da liberdade de expressão que consensualmente a sociedade aceitaria. Dizer simplesmente que tua liberdade termina onde começa a minha é vago, não resolve nada.

    Já indo para o final e usando o primeiro exemplo que vem à mente, reflitamos um pouco sobre religião. Há redes católicas de televisão, há redes evangélicas de televisão, há horários de tv aberta comprados por igrejas.  Diferente de muitos, isto não me incomoda, desde que e sempre outros atores sociais – sindicatos, etc… – também tenham suas redes de tv. Assiste aquele canal quem quer. Eu não quero, não assisto.

    Só que as religiões (refiro-me às três maiores, as outras não agem assim porque talvez, sei lá, por não terem número, ainda não tenham tido a oportunidade de agir assim; realmente não sei, não é um insulto gratuito e leviano) não respeitam o direito dos outros. Lembram da reação aqui no Brasil a “Je vous salue, Marie”? À “A última tentação de Cristo”? Isto pra ficar no campo da arte. Não respeitam a liberdade sexual da mulher. Não respeitam os gays, as lésbicas. Não respeitam os ateus, os agnósticos.

    E externam despudoradamente esse desrespeito.

    Se metem em campanhas eleitorais!

    O que também não dá pra aceitar é redes públicas de televisão transmitindo missas, por exemplo. Aquela tv também é minha, é com meu dinheiro que eles usam sua liberdade de expressão para divulgar idéias que não concordo e algumas acho até absurdas. E nem se eu não pagasse impostos, seria minha do mesmo jeito, porque sou um cidadão da República.

    Quem ultrapassa o limite de quem? Em uma tv pública, por exemplo, sou obrigado a escutar que os problemas da humanidade começaram porque uma serpente resolveu dar palpite para uma mulher ou que Cristo morreu pra me salvar e que não há caminho sem ele e que se eu não aceitar isso estou  e estarei condenado.

    Quais seriam, portanto, os critérios para estabelecer limites à liberdade de expressão que satisfizessem as mais diversas e até mesmo antagônicas visões do mundo, da vida?

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    1. Viva o Papa?

      “Não só neste blog, é pelo mundo afora, muita gente, no tom e no conteúdo de seus discursos, deixa transparecer um “mereceram”, um “bem feito!”, sobre o acontecido com Charlie Hebdo”. 

      O Papa Francisco. a quem o Nassif dá “vivas” foi um deles…. Pisada de bola lamentável!

       

  48. “Liberdade de Expressão”?!

    Olá!

     

    O que é Liberdade de Expressão?!

    Infelizmente pessoas acham que liberdade de Expressão é falar o que quer ser observar se terá conseguencias, falar sem pensar se vai ferir o outro ou destruir algo.

    acho que até liberdade de expressão tem seu “Limite” o BOM SENSO!

    Pessoas “usam” a liberdade de expressão para ofender grupos, religiões e posições diferentes das suas.

     

    Exemplo: UM Cristão é contra o Homoxessualismo, é direito dele discordar, mas ele não pode ofender o Homoxessual por não concordar e um Homoxessual pode discordar de um cristão, mas ele não pode ofender um cristão por não concordar com a opção sexual dele.

    Ambos os casos são usados a Tal Liberdade de Expressão para cometer tal erro, e onde fica o bom senso?!

    O ataque na frança é um exemplo claro de falta de respeito com o diferente, não tem nada de liberdade de expressão ali!

    Simplesmente ofendem por não acreditar no Sagrado (Caso do Maomé) e não tem nenhum tipo de bom senso para percerber que ofende e magoam um segmento da sociedade mundial!

    Acho que devemos Lutar sempre por uma sociedade com Liberdade de Expressão, onde eu posso expor minhas idéias e minhas opniões, mas sempre com bom senso de não agredir o proximo e FERIR algum segmento da sociedade.

    minha Opnião!

    Abraços

  49. Capa do CH no dia em que o

    Capa do CH no dia em que o Brasil enterrava o Senna. Clara alusão a fama de gay que o mesmo tinha na França por conta da rivalidade com Alain Prost, que sempre fez questão de dar corda nesse assunto por lá.

     

  50. O debate não é por uma caricatura….

    O debate continua particularizado. Então vou entrar na onda a trazer uma evidência sobre como o Charlie exercia sua liberdade de expressão. Em primeiro lugar não se trata apenas de caricaturas, até porque tem sido veiculado falsamente tanto pelos nazijihadistas quanto pelos terroristas de Estado que a religião mulçumana ‘proibe’ qualquer representação de Maomé. Quem quiser é só consultar o artigo de Christiane Gruber, professora da Universidade de Michigan e pesquisadora de arte islâmica, na Newseek em 09 de janeiro de 2015.

    O segundo ponto é uma carta aberta de Oliver Cyran para François Cavanna, um dos fundadores do Charlie Hebdo. Cavanna morreu em 2014 e não foi vítima do massacre. A carta é de 2002, bem antes das caricaturas de Maomé republicadas pelo Charlie do jornal ultraconservador da Dinamarca, então com um primeiro ministro próximo à extrema direita. Portanto o debate sobre o Charlie não começou com a caricatura que gerou as ameças nem com o massacre feito deste ano. Segue a tradução da introdução da carta, explicando o contexto e o link para o original:

    “O texto que se segue consiste em uma nova peça no “dossier Charlie Hedbo”: ele evoca a lamentável conversão de François Cavanna, membro fundador do jornal, aos dogmas da segurança. Os fatos remontam ao início do ano de 2001: em um artigo publicado em 9 de janeiro, o autor saúda com satisfação a morte de Moussa, 17 anos, abatido em 2 de janeiro de 2002 na periferia parisience por um tiro na cabeça disparado pela polícia. Considerando que a jovem vítima teria ‘se colocado em risco’ (aceitando entrar em um veículo roubado) e que seu fim brutal esta dentro da ordem das coisas, Cavanna prossegue gesticulando furiosamente contra os “bandidos” dos banlieus, esses “brutos de testa pequena” que semeiam o “terror” sob “os olhos complacentes da polícia”(sic!). Foi em reação a esse artigo que Olivier Cyran, antigo colaborador do Charlie Hedbo, escreveu o texto que se seque, “sem ilusões quanto a utilidade de tal empreendimento, mas com o sentimento de me livrar de um nó na garganta”

    http://lmsi.net/Lettre-ouverte-a-Cavanna-fabricant

    Nem mesmo quem faz apologia do assassinato de um jovem mulçumano de 17 anos pela polícia merce ser morto. (o que ressalte-se não foi o caso de Cavanna!) Condenar a apologia de execuções policiais ou a gozação e ironia (claro que alguém vai aparacer aqui dizendo que não foi escrito não é o que foi escrito, que um livro sobre a mesa significa um pato na lagoa!) sobre um assassinato feito a sangue frio não é incompatível com a condenação de um assassinato feito a sangue frio. Na verdade é manter uma postura coerente, sem espírito de gado do “Je suis CIA”.

    1. Meu querido

      Acho que você confundiu as cartas.

      Tem uma carta aberta do Cyran ao Charb escrita em 2013, acusando o CH de ter se tornado um panfleto de incitação a discriminação contra o Islã.

      Carta esta, recheada de citações a edições que corroborariam a tese de Cyran que, a título de uma “salvação” comercial da publicação, ela tinha se desviado de seu rumo.

      Aliás, muita gente que defende a linha do CH faz alusão a 68, quando Charb era um recém nascido. Puta besteira.

      As edições especiais sobre a vida do profeta, pura provocação, renderam milhões.

      1. são cartas diferentes

        Alex, não confundi as cartas. A que você cita é não é  a única de Cyran dirigida ao Charlie

         O link para a carta que você cita é esse aqui, no original:

        http://www.article11.info/?Charlie-Hebdo-pas-raciste-Si-vous

        Ha uma tradução em inglês nesse outro link:

        http://louisproyect.org/2015/01/13/charlie-hebdo-not-racist-if-you-say-so/

        Há uma outra carta de Cyran, sugetivamente chamada “a opinião do patrão” publicada em 2006, em que ele denuncia que com Philipe Val o Charlie passou do “Iuminismo ao despotismo nem um pouco esclarecido”.  O link com o texto em francês é este:

        http://lmsi.net/L-opinion-du-Patron

         

         

  51. Pequenos presentes

    Valeu Nassif!

    Meu domingo já ia muito bem… ficou execelte depois desse post.

    As certezas vão se fixando em nossas vidas a partir dessas colocações e reafirmações.

    Fico ainda mais feliz ao saber que o meu modo de pensar encontra respaldo.

    Essas coisas, emboa pequenas, fazem diferença.

    Eu junto esses momentos aparenemente simplórios com enorme prazer. Porque qualificam, dão sentido às nossa vidas.

     

    “E viva o Papa Francisco, o que melhor está entendendo esses tempos nebulosos.”

  52. o ateismo religioso

    O ateísmo defendido com fervor religioso, como uma fé cega e irracional é tão opressivo e perigoso quanto a religião, na verdade é a religião pelo avesso. O ateu que foi além do ateismo, é totalmente indiferente a figuras, ritos, datas e todo esse aparato religioso. O ateu que foi além do ateísmo vê na religião apenas um sintoma, uma apreensão na consciência de uma realidade insuportável, na qual é necessária uma fantasia de salvação para continuar-se vivo – ou até para justificar a morte. O ateu que foi além do ateísmo combate racionalmente as instituições, a opressão, a desigualdade e a miséria, aquilo que torna a vida real insuportavel e que faz com que as pessoas precisem da religião. Combate a causa e não o sintoma.

  53. LIBERTINAGEM DE EXPRESSÃO

    No caso, se quisermos que tudo seja lícito e permitido, sem limites, como, então, conseguir a ordem social?

    Algo fundamental, no que se refere à ordem social é o sensato lema: “O seu direito acaba no limite em que o meu começa”.

    Assim é que deve ser uma sociedade ordeira, sensata, consciente e duradoura.

    Se “Liberdade de Expressão” for “fazer o que der na telha”, o que será daqueles que só querem viver suas vidas, sem interferir na do outro?

    Pelo que lí e percebi, o jornal francês que “cutucou onça com vara curta” sabia que naquela toca havia onças famintas, prontas para abocanhar quem ou o que com elas mexessem.

    Se houver a liberdade de expressão sem limites, então podemos “achincalhar” com qualquer gurpo ou indivíduo.

    Assim, podere-se-á achincalhar com religiosos de todas as vertentes, com homossexuais, lésbicas, padres, negros e qualquer outro grupo de pessoas e etnias, alegando a “liberdade plena de expressão”.

    Nesse caso teremos não a “LIBERDADE DE EXPRESSÂO”  mas sim a “LIBERNITANGEM DE EXPRESSÃO”.

    Respeito é bom e todos gostam.

     

    1. ridículo

      Você diz “Se “Liberdade de Expressão” for “fazer o que der na telha”, ..

      Liberdade de expessão é poder dizer o que der na telha ( não fazer) e responder pelas suas palavras.

  54. Tenho sérias restrições ao

    Tenho sérias restrições ao que você escreve aqui no blog,mas iquei feliz em encontrar um dos poucos com alguma lucidez nesses caso do jornal francês.

    Realmente,vejo uma postura absurda de grande parte dos órgãos de imprensa brasileiros(vide Rede Globo,Veja,etc), que ficam fazendo uma campanha maciça,defendendo a liberdade de expressão total e irrestrita. Toda vez que alguém diz que nem tudo pode ser dito,ficam furiosos e logo alegam que estamos sendo autoritários,contra a democracia etc.

    No entanto, a liberdade de expressão não pode vir acima do respeito ao vários grupos. Se não posso ofender alguém por sua raça, orientação sexual ou condição social,o que é justo,porque posso zombar e ridicularizar a religião?Não,não posso.

    Quanto à regulação da mídia no Brasil,duvido muito que isso ocorra algum dia.

     

    1. beata

      seu comentário é digno de uma beata. Porque teria a religião o privilégio de não poder ser ridicuarizada ( logo ela!).  De suas palavras só posso concluir que você é a favor de que não se façam mais piadas ( ou talvez as de Seleções do Readers Digest escapem??).

      Um mundo sem riso é sua proposta?

       

    1. Eles SEMPRE criticam os EUA,

      Eles SEMPRE criticam os EUA, os financistas, o Pentágono…

      nada a ver com o Gentili. Se os caras do Charlie Hebdo conhecessem a mídia e esses humoristas direitosos brasileiros, iriam criticá-los direto.

  55. Aleluia…. Vida em São Paulo

     

    Secretário de Alckmin critica ‘Charlie Hebdo’ e diz: ‘eu também sou Maomé

     

    http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1576880-secretario-de-alckmin-critica-charlie-hebdo-e-diz-eu-tambem-sou-maome.shtml

     

    “Não posso deixar de externar a minha mais profunda indignação ao mau uso da liberdade de expressão dos cartunistas franceses, que já provocaram mortes e insistem em dar chicotadas nos muçulmanos, desafiando-os e, quem sabe, até dando risadas disso.

    Afetados pela vaidade de demonstrar talento, com essa conduta negam o precioso direito de cada homem de poder exercer livre escolha de sua religião e de seu Deus. Humilhar provocativamente os muçulmanos equivale a instigá-los e a desafiá-los, enfim, essa torpe atitude soa quase como uma declaração de guerra.

    Será isso exercício do livre direito de expressão ou uma leviandade que envergonha a espécie homo sapiens?

    Neste momento, como católico, como cristão, externo a minha mais integral solidariedade as milhões de muçulmanos que praticam resignados a sua religião e até mesmo condenam a violência daqueles que optam pela violência. Posso dizer, inconformado com o mau uso da liberdade de expressão pelos franceses referidos, que EU TAMBÉM SOU MAOMÉ.”

     

     

     

  56. Et tu, Nassif ?

    Disparado o pior momento do Nassif no blog.

    Você atravessa a rua p/comprar pão. Aí um cara da esquina, reconhecidamente canalha, que todo mundo detesta, xinga a tua mãe e a tua mulher, com a rua todo ouvindo. Você avisa p/ele que na próxima vez vai tomar uma atitude.

    No dia seguinte você vai comprar pão, o cara repete tudo. Na manhã seguinte você pega uma metralhadora, vai na casa dele, e o fuzila, desarmado, sem chance de defesa.

    Quem acha que o ato é justificável, mesmo de uma forma mínima, condena os terroristas, mas aponta defeitos dos governos ocidentais (que existem aos milhares), ou injustiças contra os muçulmanos (que existem aos milhares).

    Quem acha que o ato é injustificável, não necessariamente defende a revista, mas repudia o uso extremo de conjunções adversativas na análise deste caso (cujo uso a maioria do blog adota e agora lamentavelmente o próprio Nassif).

    O cara que colocou a charge detestável da revista na morte do Senna acharia razoável que a Viviane Senna invadisse a redação metralhando todo mundo? Pelo visto sim.

    Fico surpreso com algumas pessoas da esquerda querendo “enfeitar o pavão” neste caso, pois historicamente (na América Latina) quando se usa violência contra opinião, quem se dá mal é a esquerda.

    PS: o Papa vem fazendo um grande trabalho, mas pisou na bola dessa vez. Quanto aos limites da liberdade de expressão, pergunte aos americanos Nassif, é NENHUM !!!, o que funciona é colocar uma pena milionária contra quem ataca a honra, mas isso quem decide é o judiciário, não uma cara com uma metralhadora…

  57. Falou tudo

    , não sou de acompanhar muito opniões de jornalistas do grande meio midiatico, pois a maioria prefere agradar a turma dos direitistas deste país. Confesso que suas opniões são de jornalistas que faltam no nosso país, e por isso tenho acompanhado suas matérias e tenho me indentificado com o seu jeito de pensar. Continue nesse caminho que é a grande parte desse Brasil. Tem meu humilde e singelo apoio, porque quando fiquei sabendo o que estava acontecendo em París e os motivos que levaram a este ato que é terrrorista ” condenamos” a primeira reportagem que me veio na cabeça foi justamente essa do pastor da rede Record. Parabéns!

  58. Mino Carta a meu ver erra e é ambíguo nesta edição

    Nassif epessoal, voces tirem suas conclusões, esta foi minha leitura. Não é preconceito meu (por já haver dito no blog de coisas que eu não gostava do Mino. Li com toda a boa vontade e caí de queixo com o cara em cima do muro.

    1. Gianni Carta tb não difere muito.

      Leonardo Boff foi desonesto e não citou, logo, só depois, o primeiro cara da blogosfera que se manifestou. Deu uns remendos depois. Frei Betto (e não é ateismo besta meu – não gosto de militancias ateistas, nem faço)  uma vez vetou um educador católico – deu branco esqueço o nome – que em entrevista no cnal CURTA! afirmou que Betto o vetou num congresso em que convidara outros católicos ou não no início da década de 60 ou 70.

    2. Oxalá Mino reveja sua posição
      Minha maior decepção com o texto de Mino Carta nesta edição é que ele não cumpriu com um dos requisitos que exige de si e dos demais cronistas políticos: ater-se à realidade factual para comentar os fatos. Dizer, por exemplo, que “a grei automatizada” compareceu à Marcha por ter sido “incitada pelas frases feitas da propaganda midiática”, além de subestimar a sensibilidade para indignar-se do povo francês, é querer diminuir a importância da maior manifestação de massas que Paris viu desde sua libertação. http://www.topito.com/top-photos-marche-republicaine-hommage-victimes-je-suis-charlie  É não enxergar a importância da participação massiva dos franceses muçulmanos – e isto também é importante, eram franceses muçulmanos, não muçulmanos franceses – marchando ao lado de cristãos, judeus, os demais, como as imagens mostraram e mostram, desmistificando as teses da Le Pen e sua FN. É não ver a importância da exclusão de Le Pen e da FN do ato. Sim, muita gente estava naquela Marcha em espírito, mas não porque “as autoridades juntaram o Ocidente em uma praça parisiense; a Marcha não foi com as “autoridades”, foi apesar delas. Uma jornalista do Charlie Hebdo, Zineb El Rhazoui, declarou, em entrevista a uma tv, com toda a ironia possível, que ficou surpresa de ver esses “novos amigos” do jornal, gente que vai para Paris dizer Je suis Charlie e que em seus países proíbe a venda do jornal.  

      http://youtu.be/PcL1KGjYSS8

       

       

        

       

       

  59. LIberdade de expressão

    Estranho o comportamento da mídia….

    Chicotear muçulmanos, poooooode..em nome da liberdade de expressão…

    mas….fazer chacota sobre negros..nao pooooode…é racismo…

     

    Onde está a coerencia?

  60. LIberdade de expressão

    Estranho o comportamento da mídia….

    Chicotear muçulmanos, poooooode..em nome da liberdade de expressão…

    mas….fazer chacota sobre negros..nao pooooode…é racismo…

     

    Onde está a coerencia?

  61. OFENSA

    O JOORNALISTA MAINARDI DA GLOBO NEWS CHAMOU DE BOVINOS OS NORDESTINOS POR TEREM VOTADO NA DILMA A PEGUNTA É ISSO É LIBERDADE DE EXPRESSÃO OU DESRRESPEITO À DEMOCRACIA ???

     

    QUANTO AO ARTIGO DO NASSIF SOU SUSPEITO DE OPINAR PORQUE SOU SEU FÃ INCONDICIONAL. 

  62. Dois pesos

    Em uma passeata do orgulho LGBT em SP, santos da Igreja Católica foram retratados em posições eróticas, em flagrante desrespeito aos adeptos desta religião, justamente por um segmento da sociedadde que exige respeito. Não vi na mídia análises sobre o ocorrido.

  63. Gravação original da música que fez sucesso na voz de Ney Matogr

    Pausa (se bem que alguém já disse que a questão maior é Deus, foi Sartre, se nao me engano): Gravação original da música que fez sucesso na voz de Ney Matogrosso. (Gravação que ouvi numa rádio popular, tem mais graça do que com Ney Matogrosso) https://www.youtube.com/watch?v=Xlo5ZlvUGEY –> GGN pode deletar (autorizo, foge ao post e nem preciso autorizar, claro)

  64. Uma charge é uma

    Uma charge é uma expressão.

    Uma bomba, um tiro também são formas de expressão.

    Se a bomba e o tiro são formas de expressão de desagrado censuráveis, a charge também o é.

    Nas democracias, matar é um expressão de descontentamento censuravel que dá trinta anos de cadeia (e até morte…).

    Mas tudo isso é, na Europa, Africa, Oriente Médio, teoria.

    No Brasil, não. Somos uma civilização multicultural e portanto, multireligiosa.

    Se QUALQUER religião (ou etnia) desistir da tolerância mútua, se qualquer uma cansar de só apanhar…

    Se qualquer um resolver só bater…

    O Brasil ACABA.

     

  65. De novo?

    Culpar a vítima, de novo?

    No caso do chute na santa, o cara usou uma concessão pública pra vilipendiar símbolo religioso, o que é – digamos – “complicado” diante da lei brasileira.

    No caso do Charlie Hebdo, ninguém veio defender que as charges eram bacanas, o jornal foi defendido porque, para qualquer mente sadia, o decente é se alinhar com quem tem uma opinião de que a gente discorda contra quem quer calar essa opinião na bala.

    Enfim, deve ter uma boa dezena de comentaristas aqui que, diante de um atentado a bala na sede do PSDB ia dizer “eu condeno o atentado, mas os tucanos…”.

    Raciocínios nojentos.  

  66. Há alguns milhões de anos atrás, a espécie humana deixou de ser homo sapiens (homem que sabe) para ser homo sapiens sapiens (homem que sabe que sabe). O que lhe deu a possibilidade da reflexão, articulação e desenvolvimento de ideias. Ideias que se dividiram e se confrontaram ao longo dos anos e até hoje. Evoluiu também a civilização, acompanhada da criação de regras, limites fundamentais para coexistência social. Quando não existe tais parâmetros, e quando essa inexistência prejudica ao outro, dá-se a possibilidade ao outro de reagir, contrariando outros parâmetros existentes. Muito embora busquemos na democracia realizar embates que fiquem apenas no campo das ideias, cada meio tem sua forma de pensar, suas crenças, e talvez nem todos estejam dispostos a serem sempre pacíficos, ainda mais quando se trata de uma minoria históricamente oprimida no meio em que vive. 

  67. Há alguns milhões de anos atrás, a espécie humana deixou de ser homo sapiens (homem que sabe) para ser homo sapiens sapiens (homem que sabe que sabe). O que lhe deu a possibilidade da reflexão, articulação e desenvolvimento de ideias. Ideias que se dividiram e se confrontaram ao longo dos anos e até hoje. Evoluiu também a civilização, acompanhada da criação de regras, limites fundamentais para coexistência social. Quando não existe tais parâmetros, e quando essa inexistência prejudica ao outro, dá-se a possibilidade ao outro de reagir, contrariando outros parâmetros existentes. Muito embora busquemos na democracia realizar embates que fiquem apenas no campo das ideias, cada meio tem sua forma de pensar, suas crenças, e talvez nem todos estejam dispostos a serem sempre pacíficos, ainda mais quando se trata de uma minoria históricamente oprimida no meio em que vive. 

  68. Obrigada Caríssimo
    Obrigada Caríssimo Nassif,

    dentre vozes ponderadas e prudentes que já se manifestaram sobre os diversos ângulos desta questão e sob todos os aspectos, seu post traduz meu pensamento.

    Desde os Essênios e os Cátaros, “ilhas de pureza” desafiando o poder temporal da Antiguidade à Idade Média, aos Espíritas e Espiritualistas (adeptos das afro-brasileiras) contemporâneos representando um pensamento divergente; assim como aos Islamitas, obstando com sua existência o acesso e o domínio de fontes de energia, as religiões, por representarem visões de mundo (não, elas não são somente os rituais e atos de fé), são apropriadas como bandeiras ou tornam-se alvos conforme a conveniência dos poderes temporais (as mídias e seus mercados, aí incluídas).

    Esta deve ser uma das vertentes de nossa análise e visão crítica para minimizarmos e apontarmos as injustiças e a exploração dos inocentes úteis.

    Apenas para ilustrar :

    http://m.extra.globo.com/casos-de-policia/crime-preconceito-maes-filhos-de-santo-sao-expulsos-de-favelas-por-traficantes-evangelicos-9868829.html

    http://m.oglobo.globo.com/rio/a-belfast-morena-13851938

    1. que desculpem espiritualistas dos mais diversos

      obs: todos somos espiritualistas no sentido de ter uma esperança, fé,ateus inclusive. Como qq religião, possui contradições, lembradas, citadas ao gosto de cada um.

  69. Daytona e Alex Sotto ignoram completamente o que é o Fascismo

    Daytona e o tal Alex Sotto, dois trolls estúpidos que atrapalham os posts, não sabem nada sobre o que é Fascismo, aquilo que o eminente historiador Emílio Gentile, um dos maiores especialistas do mundo na ideologia e na cultura fascistas, chamou de o primeiro grande movimento a se tornar uma religião política, cujo embrião foi o lema “religião da pátria”, criado nos anos de guerra civil em 1921 e 1922 pelo movimento esquadrista, braço armado dos fascios de combate. Os esquadristas de denominavam “cruzados da nação” e criaram os primeiros ritos religiosos fundamentais do culto fascista: “a saudação romana, o juramento, a sacralização da nação e da guerra, o benzimento dos emblemas (le Littorio), as honras rendidas aos mortos e aos mártires e, por fim, o recurso às cerimônias de massa” (in Intelectuais e Estado/ Marcelo Ridenti, Elide Rugai Bastos, Denis Holland, organizadores. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006, p. 86-87).

    Qualquer semelhança com o fundamentalismo islâmico não terá sido mera coincidência. Giovane Amedola, liberal italiano adversário político do então emergente Fascismo, foi o primeiro a perceber essa aspecto religioso no movimento. A mesma coisa Herbert Schneider, americano, que, em 1926-1927,  já havia notado os elementos religiosos do Fascismo, tais como a deificação do Duce, os ritos e os símbolos usados nas cerimônias, tudo a lembrar rudimentos de uma Religião ainda não institucionalizada.

    Para os dois ignorantes em questão, quem é favorável à ideia de Estado laico e a valores eminentemente liberais, como a liberdade de expressão, é “fascista” hahaha.

    Isso quando o fascismo sequer reconhece de forma estável direitos individuais, sempre sujeito a variações circunstanciais e aos interesses do Estado (não existe aquele núcleo essencial de direitos fundamentais, comum em democracias liberais) , tudocomo consequência pelo desprezo da própria noção de indivíduo que existe no Fascismo, que privilegia a noção coletiva, a sociedade, em detrimento do indivíduo. O indvíduo existe para servir ao todo, à sociedade, ao Estado. O individualismo liberal é considerado uma degenerescência, algo responsável pela decadência do Estado. O indivíduo é um meio no Fascismo, nunca um fim. O fim é o todo. Não há liberdade individual propriamente, mas liberdade para obedecer à autoridade do Estado e segundo seus interesses, para o qual se deve fazer tudo. Isso é Fascismo.

    Foi preciso eu ensinar ao tal Alex Sotto a natureza messiânica do Fascismo. Ele nem sabia que o Tratado de Latrão, que criou o Estado do Vaticano, não tornou a Itália um Estado Laico, como qualquer um que conhece a História sabe, pois tornou o catolicismo a religião oficial do Estado italiano e aplicou outras medidas não condizentes com um Estado laico, tais como instituir o ensino confessional obrigatório do catolicismo nas escolas italianas,  exigiu o uso de símbolso católicos nas escolas, aboliu o divórcio, imprimiu efeito civil ao casamento religioso etc. Ele disse que proibir a Malala, a garota afegã que ganhou o prêmio Nobel da Paz, de frequentar as escolas franceses usando um véu supostamente não integral, em razão da proibição vigente na França em relação ao uso de símbolos religiosos nas escolas francesas como reflexo da laicidade do Estado, é uma ideia “fascista”, contrariando tudo o que sabe historicamente sobre o que fez o Fascismo na Itália.

    O idiota Daytona, conhecido troll do blog, é outro profundo ignorante sobre o que é Fascismo. Ele, em sua estupidez e ignorância, defende a ideia de que a liberdade de expressão, existente em quem defende o direito do Charlie Hebdo publicar livremente as charges meramente bem humoradas e escrachadas contra o Cristianismo, o Islamismo e o Judaísmo, sem que se permita falar em discriminação ou desproporção nas publicações, é uma ideia “fascista”, como se o Fascismo fosse uma ideologia política que respeitasse ideias liberais como a liberdade de expressão.

    Esse é o nível dos dois trolls acima. Muito baixo. Não dão nem para o começo rsrs.

    Para discutir assuntos como esse é imprescindível ter conhecimento sobre a História, o que os dois trolls em questão não têm. Não se pode falar do Fascismo se divorciando do que ele foi em termos de fatos históricos. A História é importante porque ela dá sentido factual às ideias. Em outras palavras, não pode sair tudo da imaginação dos dois aloprados em tela. Eles não podem inventar um “fascismo” que não existiu na História. Isso não é ficção, é mundo real.

    Em suma, concordar com a lei francesa que proíbe símbolos religiosos nas escolas, por razões ligadas à noção de Estado Laico, é uma posição em tudo incompatível com a forma como o Fascismo lidava com a questão das relações entre Estado e Religião. Quem conhece o que é o Fascismo sabe que isso tem tudo a ver com a forma messiânica com que ele lida com o exercício do poder e com a figura do líder político, além de aspectos transcendentais que fazem referência à nobreza do espírito e coisas do tipo.

    O Fascismo é considerado por muitos estudiosos do assunto a primeira grande religião política que existiu. Esse conceito sempre foi reinvidicado pelos fascistas, a exemplo do que afirma um dos maiores especialistas na ideologia e na cultura fascistas, o historiador italiano Emílio Gentile, que considera o Fascismo o primeiro movimento a assumir as características de religião política, principalmente em razão da noção do mito como única cultura adaptada às massas. A figura do Duce é fundamental nisso tudo, “o intérprete da consciência nacional”, daí o messianismo comum na religião política em que se constitui o Fascismo. O Fascismo não adotou historicamente, quando teve oportunidade para fazer isso, a ideia de Estado Laico, apesar das notórias diferenças entre o Cristianismo (defensor da paz, da tolerância e do amor ao próximo) e o Fascismo (defensor da guerra e da intolerância para com os seus adversários políticos). Existe até uma corrente chamada Fascismo Clerical, que os dois trolls em questão desconhecem, claro.

    A Itália só se tornou laica em 1978, quando o Tratado de Latrão foi reformulado quanto a este ponto.

    Há quem diga que o Fascismo defendia o Estado Laico, devido a sua adoração ao Estado e não às religiões, como a defendida pela Igreja etc. Isso é falso e nasce de uma confusão muito comum: o Fascismo já tem, em si, uma espécie de visão religiosa do mundo. Ele é uma religião política, como afirma corretamente Emílio Gentile. Suas ideias já estão profundamente contaminadas por ideias em tudo compatíveis com uma noção religiosa sobre as coisas. Mesmo que não adotasse uma religião oficial para o Estado, não significaria que ele seria laico: o Fascismo e seus dogmas já seriam a religião adotada, sem qualquer espaço para que alguém pensasse de forma contrária, exatamente como querem os fundamentalistas islâmicos, a propósito, criar noções intocáveis de valores religiosos.

    Isso simplesmente não funciona numa democracia liberal como a que vigora na maior parte dos países Ocidentais. Não existem valores religiosos intocáveis. Os indivíduos são livres para terem as suas opiniões. Os religiosos terão apenas que tolerar isso e não exigir que tolerem os valores deles.

     

    1. Meu querido

      Vou repetir o que disse lá no outro comentário.

      Burro verborrágico é o tipo de sujeito mais chato que existe.

      Sabe aquela do nordestino fascista ?

      1. Você é burro, não escrevo para você

        Que sequer sabe interpretar um texto, como eu já demonstrei aqui.

        Escrevo para as pessoas que irão ler e ver o quanto você e o outro fake são idiotas. Você responde aos comentários sem nem ler o que está escrito ou, quando lê, não entende.

        Você é o típico troll. Esse “meu querido” já diz tudo sobre você.

        PS: Conta a do defensor de fundamentalistas islâmicos, jihadistas globais ainda por cima, que chama os defensores da liberdade de expressão de “fascistas” rsrs.

         

        1. Meu querido

          Você não quer me obrigar a ler essa lenga-lenga toda, né ? Fala sério.

          Já leu o Umberto Eco que te indiquei ?

          Sabe aquela do advogado nordestino que queria fazer uma lei para proibir as meninas e meninos de irem com o cordãozinho de Nosso Senhor do Bonfim para a escola ?

           

           

           

          1. Não, conheço uma melhor

            A do sujeito que começa as frases com “meu querido” (!), confunde defesa da liberdade de expressão com defesa do racismo (!!) e considera que opinar sobre uma lei francesa que proíbe símbolos religiosos nas escolas, como reflexo da laicidade estatal, equivale a querer fazer uma lei e proibir cordãozinho de Nosso Senhor do Bomfim nas escolas (!!!) rsrs. Sem falar que o sujeito em questão acha que advogado é parlamentar com o poder de fazer leis e aprová-las sozinho (!!!!) rsrs

             

          2. Conheço outra muito melhor

            A do fake idiota que sempre começava os comentários com  “meu querido”, fingia ser um perfil verdadeiro num blog e não sabia o que era interpretar um texto a contrario sensu hahahaha (essa foi uma das maiores provas de burrice que eu já vi em toda a história que eu participo de fóruns virtuais hahaha).

            De tanto se passar por um perfil verdadeiro, acreditou na mentira de que era inteligente rsrs.

          3. Conheço a das falácias orais, não escritas

            Afinal, “nordestino” não sabe escrever, não é mesmo? Rsrsrs.

            Se bem que existe uma ainda melhor rsrs.

            Você conhece a do fake de fórum de discussão na Internet que considera charges irônicas sobre valores religiosos fundamentalistas um exemplo de não “favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos”, segundo art. 26, item 2, da Declaração Universal dos Direitos Humanos?

            Imagine você que os cartunistas foram mortos pelos fundamentalistas por causa das charges e eram eles que não favoreciam à tolerância entre os grupos raciais e religiosos, segundo o fake da piada rsrsrs.

            As charges que criticavam o fundamentalismo religioso não podem ser liberadas, mas matar os outros por causa das charges, exercendo o fundamentalismo religioso criticado pelos cartunistas, pelo visto pode rsrs.

            São os cartunistas o verdadeiro “problema” e não o fundamentalismo religioso, que deve ser “respeitado” e protegido contra as “famigeradas” charges, afinal, é religião e as pessoas podem se sentir “ofendidas” e “desrespeitadas”. Você, como uma pessoa “inteligente”, sabe que isso não é nada bom. Veja o exemplo dos cartunistas trucidados em Paris rsrs. Temos que proteger os sentimentos religiosos de quem é capaz de um ato desses rsrsrs.

             

        2. Eu entendi direito ou o único

          Eu entendi direito ou o único “argumento” desses proto-fascistas é chamar vc de “nordestino” por ter citado um dos maiores especialistas em fascismo?

          http://it.wikipedia.org/wiki/Emilio_Gentile

          http://en.wikipedia.org/wiki/Emilio_Gentile

          http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674784758&content=reviews

          Tou chegando à conclusão de que o fato de qualquer pessoa tenha algum conhecimento neste país, se não tiver um título junto pra dar carteirada, o cidadão passa a ser atacado por quase todos apenas pelo fato da pessoa ler pra conhecer e tomar posições/comentar.

          1. É o racismo anti-nordeste “defensor” da religião

            Enfim, é a famosa hipocrisia dos racistas. Como foi refutado, a forma dele “provar” o ponto dele foi citar piadas contra “nordestinos”  hehehe.

            Não tem jeito, o perfil é um claro troll de Internet. O pior é que ele ficou com tanta raivinha quando eu mostrei que ele não sabe interpretar texto que deu a doida no fake hahaha. Fake que usa um perfil anônimo e sobe nas tamancas, mostrando que ficou pessoalmente atingido, ao ponto de querer ser racista anti-nordeste como “contra-argumento”, é sempre divertido rsrs.

  70. Islamofobia

    Caro Nassif,

    Venho humildemente aliar-me a seu pensamento e posicionamento. Tudo na vida tem limites. Inclusive a nossa liberdade. Posso sair nu na rua?; Posso dirigir embriagado? Posso usar drogas? Posso sonegar impostos? Posso entrar em qualquer lugar, tomar refeições e dormir tranquilamente? Não!!! Então não existe liberdade plena. Existem uma infinidade de leis que nos privam de determinadas atitudes, ou pelo menos limitam nossa atuação.

    Mexer com valores religiosos é muito perigoso. Não aprovo os ataques cometidos pelos ‘terroristas”, mas também não concordo com essas charges que ofendem os muçulmanos. Somos obrigados a respeitar seus sentimentos. 

    Existe pena de morte nos EUA. Nunca vi tamanha revolta quando o Tio Sam condena, e executa, alguém à pena de morte! Será que o Grande Satã pode, mas outros não. 

    Isto é incoerência!

     

     

  71. “Quem sabe pode; quem ama pode mais”, Roubo de Anna

    noutra seção ela cita “Quem sabe pode; quem ama pode mais”, Wanderley Oliveira. Minha gente, vamos usar de riso, mesmo o chamado humor negro, o deboche, a provocação, a dúvida (essas coisas todas às vezes tão mal compreendidas, às vezes por egoismo, vaidade só o autor de piadas entende e ri sozinho, enquanto outros rangem os dentes – acho que tô entre os egoistas, mas sei lá). Mas as rudes palavras que se vêem entre alguns participantes são piores do que as que “falo”. Só não me choco pq o ser humano, ó, ser humano, como somos limitados. Que todos tenhamos esta lembrança. Cansa sugerir regulamentação desta mídia (melhor assim, talvez eu fosse um dos primeiros da fila).

        1. mídia (Dicionário Houaiss versão online)

          mídia

          substantivo feminino ( c1960) B

          1 comn todo suporte de difusão da informação que constitui um meio intermediário de expressão capaz de transmitir mensagens; meios de comunicação social de massas não diretamente interpessoais (como p.ex. as conversas, diálogos públicos e privados) [Abrangem esses meios o rádio, o cinema, a televisão, a escrita impressa (ou manuscrita, no passado) em livros, revistas, boletins, jornais, o computador, o videocassete, o DVD, os satélites de comunicações e, de um modo geral, os meios eletrônicos e telemáticos de comunicação em que se incluem tb. as diversas telefonias.] cf. 3média

          2 pub departamento de uma agência publicitária especializado em selecionar os veículos (televisão, jornal, mala-direta etc.) e indicar as programações mais favoráveis à propaganda e divulgação de dada mensagem, de forma a atingir um público-alvo

          3 pub o conjunto de veículos utilizados numa determinada campanha publicitária

          3.1 pub qualquer veículo utilizado numa campanha publicitária

              ‹ esse jornal é uma boa m. para anunciar imóveis ›

          4 pub atividade profissional que trata do planejamento da mídia (acp. 3) e providencia a veiculação das mensagens publicitárias nos meios de comunicação selecionados

          5 comn base física ou tecnologia empr. no registro de informações como, p.ex. CD, videoteipe, impresso etc.

          substantivo de dois gêneros B pub

          profissional de publicidade encarregado da atividade de mídia (acp. 4)

          Locuções

          m. alternativa  pub B

          a que se distingue dos meios de grande alcance e ger. apresenta custo mais baixo e alcance restrito (como anúncios nos transportes públicos, sites da internet, publicações de pequena circulação etc.) ou que apresenta características não convencionais (anúncio aéreo etc.)

          m. eletrônica  pub B

          veículos como rádio, televisão, cinema etc.

          m. básica  pub B

          num plano de mídia, o veículo selecionado como principal e de acordo com a estratégia e os objetivos da campanha

          m. impressa  pub B

          veículos como revista, jornais, cartazes, mala-direta, folhetos etc.

          nova m.  B

          a que decorre de tecnologias recentes (informática, satélites)

          Uso

          em Portugal, prefere-se a forma média s.m.pl.Etimologia

          ing. n.-am. media (1923) ‘id.’, red. de mass media ‘meios (de comunicação) de massas’ < lat. media neutro pl. lat. de medius,a,um ‘meio; instrumento mediador, elemento intermédio’; a palavra e a pronúncia inglesas (em especial, a pronúncia norte-americana) se exportaram, graças ao seu maciço poder de cultura, comércio e finanças, manifestos em particular, no caso brasileiro, nas agências de propaganda comerciais; cp. o snt. mass media; ver med(i/o)-

    1. Terrorismo na França.

      Qualquer desajuste, enontra escuda na “Liberdade de Expressão”. Ora! o mundo todo reconhece o valor das “Ciências”, como aquele que define a ação e a reação. A cada ação corresponderá a uma ação contrátia. Se o Jurisculsulto Paulo, também religioso, pudesse hoje, emitir suas palavras como Jurisconsulto que era de Roma, diante da tergiversação da mídia inexcrupulosa, poderia repetir um de seus escritos da época. Age em fraude a lei as palavras que, só olhando aletra dela, mata o seu espírito”. A maldita Liberdade de expressão não importa em agressão às autoridades, esposa, conhecido ou qualquer outra personalidade. A dita Liberdade de expressão só é possível de ser mantida pela Moral dos Moralistas, mais impossível, mpela Moral da vida.

       

    2. Terrorismo na França.

      Caro Luis Nassif. Me perdoe. Estou de passagem e, depoius de escrever um texto, o mesmo se perdeu. Por isso resumirei em poucas palavras. A utilização da Liberdade de Expressão atende a moral dos moralistas, mas não a moral da vida!

       

  72. Liberdade de expressão X Liberdade de credo

    Prezado Nassif,

     

    Discordo do teu ponto de vista por considerar preponderante o respeito a legilslação dos Países! Na França, onde reina a democracia, se pode discordar, criticar e até blafesmar. A liberdade de expressão é sagrada! Excessos são punidos pela Justiça. Jamais a violência e terrorismo serão a solução!

    Já na maioria dos Países muçulmanos não existe respeito as liberdades individuais nem coletivas, eles queimam simbolos de outros paises, assim como degolam jornalistas, ensinam a matar desde cedo, incentivam o suicidio em nome do fanatismo, censuram a imprensa, além de estuprar e mutilar mulheres entre outros atos, normais para a cultura e Lei deles. Na Arábia Saudita quem for pego com uma Biblia será condenado á morte.

    Porque eles podem tudo e com todos e o mundo tem de ficar de braços cruzados?!

    Assim como respeitamos as Leis dos referidos Países e sua soberania queremos que eles respeitem nossas Leis e nossa soberania. Não devemos aceitar jamais o terrorismo como solução do que quer que seja!

    Eles mandam no País deles e os franceses no deles! Porque ceder a chantagem e ameaça de terroristas retrocederá a humanidade à nebulosa época das cruzadas onde o fanatismo religioso ceifou milhares de vidas. E isso (Teocracia e sua influência na monarquia) a França teve coragem de acabar em 1789! Espero sinceramente que não se permita o alastramento do terrorismo na França e muito menos no mundo!

    1. Caro Antônio Madruga,
      Estou

      Caro Antônio Madruga,

      Estou 100% de acordo com você, faz tempo que não vejo um comentário tão perspicaz e inteligente sobre o assunto. Quando li o artigo do Luis Nassif fiquei decepcionado pois em geral o que ele diz tem sempre fundamento, o que não foi o caso agora. Fico estarrecido com o que pessoas “esclarecidas” que conheço têm comentado sobre os ataques terroristas na França e a execução do brasileiro na Indonésia, entre outras coisas. Quando vamos aprender que a violência não resolve nada? Um forte abraço.

  73. inversão de valores ,EDUCAÇÃO & respeito

    Deus deu livre arbítrio ,mas disse : TUDO TEM CONSEQUÊNCIAS  !!!
    “ A SOCIEDADE DEVE DECIDIR O QUE QUER e EXIGIR…e dizer o que não quer e não aceitar“

    Drogas –liberar esvazia presídios ,mas não resolve o problema  e dramas familiares…

    educação –quem prima moral/caráter ,RESPEITO a vida e ao próximo…

    menor/maioridade – todos  somos vítimas …êles de nós que não educamos ,e nós vítimas dos não educados…

    MIDIA – precisamos de responsabilidade geral (pais ,educadores e autoridades)…

    SABEDORIA se aprende que : “SE A MORAL  ABAIXA a C RIMINALIDADE SOBE”…e que a moral é o “muro”entre  CERTO & ERRADO !!!

  74. “Eu sou pela liberdade de

    “Eu sou pela liberdade de expressão, é um princípio não negociável. Que na sequência o exercício da liberdade de expressão produza reações de violência, crimes, assassinatos, incêndios, saques, é menos um problema das pessoas que exercem esta liberdade do que daquelas que não a aceitam. Eu fico surpreso que se responsabilize o exercício de uma liberdade de expressão pela histeria, e não os próprios histéricos. Responsabilizar os caricaturistas pela brutalidade da multidão encolerizada é sinal de que a democracia já perdeu o combate, renunciando aos seus valores para se submeter às imposições daqueles que não amam nem a liberdade, nem a igualdade, nem a fraternidade, nem a solidariedade, nem o feminismo, nem a laicidade.” Michel Onfray 

  75. Parece que é mesmo isso: “Há

    Parece que é mesmo isso: “Há algo de muito errado nessas métricas diferentes. Católicos, evangélicos, seguidores de religiões afro, todos merecem o respeito dos meios de comunicação. E os abusos devem ser coibidos, sim, pela Justiça.”

  76. Alex “meu querido” Sotto não sabe interpretar a contrario sensu

    Vejam como o tal Alex Sotto é troll de Internet fraquinho, fraquinho, parece aqueles perfis de 10 anos atrás, debutando em fóruns de discussão.

    Eu escrevi o seguinte no primeiro comentário que fiz nesse post, no início da explicação que eu dei por que o jornal Charlie Hebdo não era similar aos casos da Record que perseguia religiões afro e do pastor que chutou a Santa (neste último caso, eu dizia, inicialmente no comentário, que era proibido porque era vilipêndio previsto em lei como crime):

    “No caso do Charlie Hebdo, descontando o fato de que ele acontece em outro país, que possui outra legislação e a comparação direta fica prejudicada em razão disso, não existem os elementos presentes nos outros dois casos” e segue-se então uma explicação sobre por que era diferente.

    Ao comentar o que eu escrevi, o tal Alex “meu querido” Sotto escreveu o seguinte:

    “Se o vilipêndio está previsto como crime não tem a menor importância no contexto do que o Nassif expôs, do respeito aquilo que outros consideram sagrado, como regra de convivência social.”  (sic).

    E seguia falando que advogado só se prendia a leis, sobre as razões pelas quais o pastor que chutou a Santa estava mesmo errado e o Charlie Hebdo deveria ser proibido de publicar as charges porque o que fazia era tão errado quanto (“porque ofende” ou “desrespeita as pessoas”, ele dizia). Em suma, a liberdade de expressão deve se limitar pelo que as pessoas, em suas subjetividades e suscetibilidades, se sentem enquanto ofendidas ou desrespeitadas. Nisso, ele comparava com piadas racistas etc. Criticar ou ironizar a religião é racismo, segundo o nosso fake, e defender a liberdade de expressão do jornal Charlie Hebdo é equivalente a defender racismo. Um negócio um tanto absurdo, que faria que tudo fosse proibido a qualquer momento.

    Respondendo a isso, eu esclareci que não tinha apenas me prendido à lei, que eu expliquei por que o caso do pastor que chutou a Santa não era igual ao Charlie Hebdo e que o caso da Record, quando perseguia religiões afro, também não poderia ser comparado ao Charlie Hebdo.

    Eis o que eu escrevi:

    “Como expliquei no comentário anterior, o vilipêndio praticado pelo pastor evangélico contra a imagem da Santa, ALÉM da questão legal envolvida, NADA tem a ver com as charges do Charlie Hebdo. (…)

    Aí o fake insistiu, da forma arrogante habitual, cheio de certeza, como todo ignorante, dizendo que eu não tinha dito porque os casos eram diferentes:

    “Quanto ao chute naquele monte de barro [a Santa], você não escreveu absolutamente nada a não ser a alegação de crime previsto no código penal.”

    Hehehehe, vejam que ele não conseguiu entender que meus argumentos não se limitavam à referência legal hehehe.

    Na sequência, eu respondi o seguinte:

    “Primeiro, vou falar sobre supostamente não ter falado, no comentário inicial, nada que não tivesse base na lei em relação ao caso do pastor que chutou a Santa. Isso é totalmente falso e é só ler o que está escrito por contraste (contrario sensu) com o que eu escrevi sobre o Charlie Hebdo, para interpretar corretamente. A questão é que o Charlie Hebdo é humor. O Pastor que chutou a Santa prega uma intolerância violenta, a sério, incompatível com os princípios do Estado laico brasileiro. Ele prega o ódio à religião católica ao atacar um objeto religioso que tem um sentido importante para os católicos.

    Isso não existe no Charlie Hebdo, como eu expliquei acima, e era apenas interpretar a contrario sensu para chegar a essa conclusão, inclusive considerando o que eu falei quando afirmei que “No caso do Charlie Hebdo, descontando o fato de que ele acontece em outro país, que possui outra legislação e a comparação direta fica prejudicada em razão disso, não existem os elementos presentes nos outros dois casos”.

    Como eu disse antes, o problema é que você não tem intelecto para entender o que está escrito. Bastava prestar atenção no que eu afirmei não estar presente no caso do Charlie Hebdo para concluir que o que foi citado estará presentes nos outros dois casos.

    Se eu digo que o Charlie Hebdo faz humor, as outras situações falam a sério. Se eu digo que o Charlie Hebdo não considera o Islamismo um mal, as outras situações remetem a isso. Se eu digo que o Charlie Hebdo não quer acabar com o Islamismo, as outras duas situações (perseguição da Record às religiões afro e Pastor que chuta a Santa) querem fazer isso, buscam isso, daí a condenação surgir naturalmente a quem age dessa forma, pois pode gerar problemas sociais muito graves. Um líder incitando os adeptos da sua religião contra os outros. É um discurso de ódio, de intolerância, que deve mesmo ser proibido, penalizado. Pr fim, o Charlie Hebdo não discriminava o Islã, pois também falava mal do Cristianismo e do Judaísmo, o que afasta a discriminação. As outras duas situações discriminavam as outras religiões, as crenças afro e a católica, combatidas como ruins, erradas, nefastas, diabólicas etc.” (sic)

    Isso tudo mostra que o fake é um troll, que não sabe o que significa interpretar um texto a contrario sensu. Está aqui patra trollar. Será solenemente ignorado de agora em diante.

     

     

  77. Que a repercussão depende do

    Que a repercussão depende do poder do grupo atingido, sem dúvida. Mas para discutir limites para a liberdade de expressão, tem que levar em consideração, além disso, as diferenças entre veículos, contextos, linguagens.

    Não dá para debater limites quando se está tratando de religião, usando os mesmos critérios para redes de TV ligadas a Igrejas e para revistas satíricas de pequena tiragem. Concordo com o Mauro, tem que se discutir limites para charges de jornal, em separado. Até mesmo do humor feito para a TV. 

    E claro, não para fazer censura prévia, mas para dar parâmetros para o judiciário decidir quando uma sátira passa dos limites e determinar que o ofendido não deva ser submetido à tal ofensa. Com direito a recurso do humorista, e tudo mais.

    Esse debate sobre os limites devem ser feitos, aí no judiciário também. E me parece que até já havia o debate em relação ao humor do Charlie. Já que alguns chargistas se demitiram e criticaram o excessivo foco do jornal no Islã. Mas com AK 47 não tem debate, tem o monólogo da violência, o massacre

  78. O Homem só é livre em seu

    O Homem só é livre em seu pensamento… Nunca o será, na sua forma de expressão… Pois, o sentido da vida, é aprender…

     

     

  79. Concordo em gênero, número e

    Concordo em gênero, número e grau. Escrevi em algum blog que pensei nunca dizer isto, pois sempre fui um tanto distanciada dos papas, que o Papa Franscisco estava captando as contradições e as áreas cinzas do nosso tempo

  80. “Há algo de muito errado

    “Há algo de muito errado nessas métricas diferentes. Católicos, evangélicos, seguidores de religiões afro, todos merecem o respeito dos meios de comunicação. E os abusos devem ser coibidos, sim, pela Justiça.”

    Infelizmente, a maioria das pessoas ignoram o contexto de Deus: Deus/Jesus/Espírito Santo/fé/Bíblia.

    O que vemos é uma vasto campo de estudos da religião. Os significados de religião são conteúdos do homem (santos, profetas, Deuses de barro, bezerros de ouro, feitiçaria, supertição elevada a crença religiosa, misticismo de curas entre igrejas católicas e protestantes).

    Deus não é placa de Igreja. Ou seja: A religião é coisa saida da cabeça de homens.

    Deus é a PALAVRA DE DEUS: A “Bíblia”, a qual diz quem somos em Cristo Jesus!!!

    Não há na Bíblia nenhuma citação para que santos ou profetas fora da Bíblia pudessem tomar o lugar de Deus em nós.

    Jesus, sendo Deus – com o Pai e o Espírito Santo – se fez homem e veio ao mundo; morreu como cordeiro pelos nossos pecados, e assim não há outro Deus no mundo, nem sacrificios se fazem mais necessários para se ir ao pai senão por Ele, Jesus.

    Transitamos na generalidade de oposições sem considerarmos a variedade interna das variações.

    Eu sou 100% JESUS (o verdadeiro Eu Sou).

     

    1. Não permita interferências do

      Não permita interferências do mundo em sua própria vida.

      Antes de ler, levante sua Bíblia e diga em forma de oração:

      Eu sou o que a Bíblia diz que sou.

      Eu tenho o que a Bíblia diz que eu tenho (em Jesus)

      Eu posso fazer o que a Bíblia diz que eu posso fazer.

      Hoje eu serei tocado pela palavra de Deus

      Eu nunca mais serei o mesmo

      Nunca, nunca, nunca.

      Em nome de Jesus,

      Amém

       

  81. Deixo claro q concordo c/ Nassif – mas vejam-se alguns adendos

    O Post continua e crescerá por estar em destaque em Home. Por isso,  vejam-se alguns adendos mais abaixo, um deles é ainda mais embaixo por mim, Nickname (não é mera vaidade, nem provocação), coincidindo com alguns outros participantes visitantes, não cadastrados ou cadastrados. O assunto é sério, e muito sobre o atendado, os atentados. Veja-se o doc longo sobre os diversos Alcorões e a figura proibida pelos mulçumanos em ser vista em qq lugar no mundo. Não sou Charlie, e sou contra os atentados, e sou pela liberdade de expressão, mas não o Absoluto, não a liberdade absoluta, por sinal q não existe em nenhum lugar do mundo. Mas o melhor doc franco-alemão eu vi no canal CURTA!

  82. Minha opinião

    Imprensa escrita: pode “tudo”, compra e lê quem quiser (claro que me refiro à questão colocada aqui, ou seja, sobre o respeito às religiões; é óbvio que não pode cometer crime, como, por exemplo, incitar ao crime); as religiões atingidas têm que tolerar, ao mesmo tempo em que são toleradas por quem discorde delas, no melhor espírito liberal tão explicitado aqui pelo A. de Argolo.

    Concessões públicas (ex.: rádio e TV): devem seguir um código de ética determinado e julgado por um órgão semelhante aos que existem na Inglaterra e em Portugal, a ser determinado pela lei dos meios de comunicações a ser elaborado. Controle de contéudo sim, mas sempre pós-exibição e nunca pré, e sempre evoluindo com a “jurisprudência” acumulada. A lei dos meios também terá que fazer o controle econômico (a proibição da propriedade cruzada teria que estar contida aí), é claro, mas aí já é outro assunto.

      1. Grato, Anna,e um ‘bug’ que já avisei ao Nassif Equipe mais acima

        não sei se acontece com vc e com outras pessoas. Ontem te elogiei umas 2 vezes e te citei noutra.

  83. O texto do jornalista Lúcio
    O texto do jornalista Lúcio Flávio Pinto que não teve a repercussão merecida sobre o atentado à Charlie Hebdo.Cito, do texto: “Por mais baixa que seja a qualidade do humor, quando ele sofre esse tipo de repressão, mais baixa é ainda o nível da sociedade que o reprime. A repressão, nesse caso, é sintoma de patologia social, muito mais do que qualquer perversão individual expressa na forma de humor.””Daí o 7 de janeiro ter-se tornado imediata referência universal neste século XXI de crescente radicalismo, intolerância, anticultura, anti-humanismo.”Aqui, link…http://www.oestadonet.com.br/index.php/politica/item/6248-charlie-hebdo-simbolo-da-utopia

  84. Intrincamos o assunto

    Podemos intrincar o assunto política, religião e terrorismo… 

    Claro, mas sabendo entender cada caso.

    1º – Existe a falta de conceitos para determinação da política soberana, e a determinação teogratica luta pela definição armada do seu conteúdo.

    2º – A situação religiosa transita numa necessidade de se resolver como questão política, para uma exteriorização de poder.

    3º – A própria situação representa a fase intermediária dos desdobramentos de poder, mas deveria corresponder as características de determinação entre o mundo geral e as atividades concretas destes dois extremos que permitisse a passagem de um para o outro. 

    Ou seja a economia inspira a confiança em si, encerrada num repouso rígido.

     

  85. A suposta campanha da record

    A suposta campanha da record contra “religiões afros” vem da exteriorização de como funciona o interior dessas chamadas religiões.  Expostas que são, por seus ex seguidores em programas de tv, onde pastores comercializam a fé, esses  “ex bruxos e ex bruxas” (chamados antigamente de pais e mães de santos), expoem com minúncias de detalhes as práticas de bruxarias e magias negras que praticavam quando eram membros dessas ditas religiões.  Ao abraçar a nova religião, (protestante) esses praticantes de baixa magia se dizem arrependidos e salvos do pecado por sua nova fé.  Sabedores dessas práticas que ora são expostas na tv, os demais adeptos enfurecidos partem para atacar e destruir templos, onde identificam os seguidores e praticantes dessas idiossincracias. 

    1. ?

      Sabedores dessas práticas que ora são expostas na tv, os demais adeptos enfurecidos partem para atacar e destruir templos, onde identificam os seguidores e praticantes dessas idiossincracias.

      Até hoje, só vi notícias de evangélicos atacando centros de umbanda e candoblé.

      Coloque aqui um link para uma noticia de jornal sobre ataques de umbandistas a igrejas evangélicas, por favor.

       

      PS: Falar em “bruxas” e “feitiçaria” em pleno século XXI ? Tenha dó!

       

    2. Bruxos, bruxas, baixa magia…

      Não sei se te dou parabéns pela sua enorme coleção de  preconceitos, ou pela tranquilidade com que você revela sua total ignorância sobre as religiões afrobrasileiras, ou pela inocência com que você crê nessas “conversões” frente às câmeras.

       

  86. Dermeval, concordo absoluta e

    Dermeval, concordo absoluta e inequivocamente com você!  Eles fazem muito bem de ficarem longe mesmo. Seria interessante inclusive que as questões, quando levadas para o embate pessoal, fossem tratadas em ambiente privado, para eximir os demais do constrangimento de ficar assistindo a agressões e xingamentos que nada acrescentam. Eu já me coloquei anteriormente contra a ideia de restringir a quantidade de posts no blog porque achei que empobreceria a discussão, mas um numero ilimitado que só traz mais do mesmo, ou que restringe a discussão a situações desconhecidas dos demais – pessoais – acaba tendo o mesmo efeito.  Estou reconsiderando minha posição diante do que tenho visto desde o lamentável atentado na França, que parece ter lançado uma bomba de efeito retardado por aqui. 

  87. Alex “meu querido” Sotto perguntou se eu conhecia a piada

    Do “nordestino” que abusava das falácias hehe. Eu respondi que só conhecia a do “nordestino” que abusava das falácias “orais”, faladas, afinal, “nordestino” não sabe escrever, não é mesmo? Rsrsrs.

    Se bem que existe uma ainda melhor rsrs.

    Eu perguntei ao nosso sempre “arguto” Alex “meu querido” Sotto se ele conhecia a do fake de fórum de discussão na Internet que considera charges irônicas sobre valores religiosos fundamentalistas um exemplo de não “favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos”, segundo art. 26, item 2, da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

    Imaginem vocês que os cartunistas foram mortos pelos fundamentalistas por causa das charges e eram eles, os “nefastos” cartunistas, que não favoreciam à tolerância entre os grupos raciais e religiosos, segundo o fake da piada.

    As charges que criticavam o fundamentalismo religioso não podem ser liberadas, mas matar os outros por causa das charges, exercendo o fundamentalismo religioso criticado pelos cartunistas, pelo visto, pode e essa manifestação de fundamentalismo é considerada algo que favorece a “(…) compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos”, segundo art. 26, item 2, da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

    Segundo o nosso fake, são os cartunistas o verdadeiro “problema” e não o fundamentalismo religioso, que deve ser “respeitado” e protegido contra as “famigeradas” charges que o criticam, afinal, é religião e as pessoas podem se sentir “ofendidas” e “desrespeitadas”. Ele, o fake do nosso exemplo, como uma pessoa “inteligente”, sabe que isso não é nada bom. Veja o exemplo dos cartunistas trucidados em Paris . Temos que proteger os sentimentos religiosos de quem é capaz de um ato desses. As mortes dos cartunistas comprovam o “grave erro” que eles cometeram. É uma conclusão bastante racional, como se observa.

  88. Aceito a crítica, mesmo com algumas imprecisões.

    de imprecisões não vou citá-las, não invalidam a crítica em seu conjunto e que aceito. Às vezes encho alguns posts porque outras opiniões iguais ou similiares entre si enchem o blog, abundam. (Só liguei o computador agorinha pra ver uma das várias e longas aulas de Michel Lowy sobre sociologia da religião e dei uma espiada, aula de uma série que já sugeri nalguma seção).

    1. Nickname Neckname 🙂 ) não desliga, é o PC que fica logado

      . Em dia de lua cheia, posto e repito algumas coisas (quase só no multimídia do dia). Excepcionalmente, leio alguns posts-títulos (só o post principal) e pouquíssimos comentários/comentaristas: percorro correndo quantas vezes fulano ou ciclana deixou algum comentário, não os leio não por desconsiderá-los, mas por achar que já imagino os argumentos e raciocínios deles, dos clap-clap-claps, etc. Nem se precisam ter poderes paranormais.

  89. Ao Nassif Equipe: outro ‘bug’:

    Anna Dutra fez comentário sob um meu e não recebi notificação no meu e-mail. Foi o mais abaixo “Como Vencer Um Debate Mesmo Sem Ter Razão”, Schopenhauer.

    1. Obrigada por me avisar Nickname!
      Pode haver algum problema sim… Minha configuração de visualização dos comentários foi perdida – tive que refazê-la – e não recebi realmente o aviso por email de todas as mensagens mencionadas; apenas de algumas (desta recebi). Não é grave, mas se aconteceu com outras pessoas pode truncar o fluxo da comunicação.

  90. Chega a ser inacreditável o
    Chega a ser inacreditável o autoritarismo de alguns discursos pretensamente libertários sobre este tema. Respeitar as religiões deveria ser algo básico em uma sociedade democrática. Antes que alguém me agrida verbalmente, deixo claro que sou atéia, e exijo respeito da sociedade frente a essa minha posição. Em troca, respeito também todas as religiões, apesar de não concordar com nenhuma delas. Aliás, como eu poderia querer respeito, se não estivesse disposta a respeitar também? É de uma prepotência imensa achar razoável que um veículo de comunicação possa zombar publicamente da crença (ou falta de crença) das pessoas…

  91. Queria entender

    É crível que o cartum que está na capa da mais recente edição da Charlie Hebdo tenha provocado tanta revolta em algumas comunidades muçulmanas?

    Em que exatamente esse cartum é ofensivo? Mostra o Profeta Maomé, com uma lágrima a lhe cair da face, semblante triste, segurando um cartaz do Je suis Charlie. A legenda do cartum diz: Está tudo perdoado.

    Esta legenda também convida à reflexão. Significaria que os sobreviventes perdoam os asassinos e quem os enviou e ajudou? Que o Profeta Maomé perdoa tanto os assassinos como os cartunistas por terem feito desenhos a seu respeito? Ou as duas coisas e mais alguma outra?

    A reação do Profeta desenhada no cartum é a de alguém que ficou triste com o ocorrido, de alguém que pensa “não precisava ter acontecido isso”. Sua fisionomia, somada ao fato de também estar dizendo Je suis Charlie, representa uma condenação inequívoca do atentado. E então lê-se a frase “Está tudo perdoado”.

    Isto tudo é ofensivo à religião muçulmana, ou a qualquer religião, em quê? Pra ficar com o exemplo trazido pelo Papa, esse cartum equivale a falar mal de mãe? Pois se está mostrando um lado compassivo, solidário, do Profeta! Se elogiar a mãe do Papa, a gente leva porrada também?

    1. Mas Mauro…

      Mas Mauro… é o que a gente comentava no outro tópico, sobre o machismo ou não machismo. Eu também acho IN-crível (até meio ridículo, para falar a verdade) que alguém se ofenda com aquela imagem. Mas… eu não sou muçulmana, aliás não sou crente em nada… portanto, não me cabe julgar. Quem sabe o grau da ofensa é o ofendido… não dá para argumentar dessa maneira.

      1. mc (escrevo em minúsculas

        mc (escrevo em minúsculas porque é assim que voce assina, mas te confesso meu desconforto em começar um parágrafo com minúsculas e conciliá-lo com meu costume de iniciar uma resposta pelo nome de minha interlocutora ou de meu interlocutor; tudo bem que ema, ema, ema, cada um com seu problema, mas voce talvez pudesse me autorizar, excepcionalnente, e por período experimental, e sujeito à revogação a qualquer momento sem necessidade de apresentação de justificativas, eu te chamar, quando começar um parágrafo, de Mc, ou Madame mc, que seria abreviado assim: Mme.mc, ou de outra forma de tua preferência cuja primeira letra seja maiúscula, o que voce acha?), as cenas que vi, dos protestos, estão me sugerindo outra leitura do que está acontecendo.

        Não tive tempo de ler sobre isto nos últimos dias, é pura sensação e palpite de mesa de boteco, mas me parece cada vez mais que essa indignação está sendo trabalhada, não é uma manifestação espontânea de reação de uma comunidade que teria se entendido ofendida.

        Em outras palavras, me deu a impressão que agentes políticos, por motivos políticos, “panfletaram” essa última capa da Charlie Hebdo, se é que não pegaram charges antigas para fazê-lo. As reações foram muito exacerbadas. Como é que um protesto contra uma revista feita por ateus acaba com incêndio de igrejas cristãs, por exemplo?

        Bem, isto à parte, é pura especulação minha que pode ser desmentida daqui a dez minutos, há essa questão em que ambos concordamos, quem sabe o grau da ofensa é o ofendido. Mas como viver com essa realidade, a gente concorda só até a página sete, acho, porque nem todo ofendido, só por ter sido ofendido, está certo, penso eu.

        Historinha real a título de exemplo: um parente meu, cristão evangélico devoto fervoroso e eu conversávamos na sala da minha casa. Tirei um maço do bolso, tirei um cigarro do maço, peguei o isqueiro. Pra que que eu fui fazer isto. Ele parou de falar no meio da própria frase, olhou pro chão, fez silêncio por alguns segundos, olhou pra mim e perguntou: “Voce vai fumar?”. Respondi: “Sim. Se te incomoda a fumaça, vamos ficar lá fora.” Aí, já com voz alta e visivelmente perturbado, ele disse: “Não. Voce vai lá fora.” Fiquei atônito. Eu estava com um maluco dentro de casa, além de mim. Bom, o que se seguiu não é importante pra minha tese, basta dizer que não saímos na porrada, convenci-o a caminhar comigo até um mercadinho aqui perto e lá fomos nós, eu fumando e ele me contando onde, como e por que a Bíblia proíbe o cigarro, o que aliás não é verdade.

        Meu ponto é: ele realmente se ofendeu porque eu “ousei” acender um cigarro perto dele? Sim, ofendeu-se, é verdade. Não foi na casa dele. Foi na minha. Ofendeu-se? Sim. Teria eu que acatar sua “autoridade” ofendida? Não.  Não, mc, não vejo assim.

        Charlie Hebdo é um jornal satírico francês, feito para ser vendido na França, que é um país laico, e é uma publicação que cumpre as leis francesas referentes aos limites da liberdade de expressão. O que é que os Imãs que não sejam franceses, o Papa, os rabinos e os padres que não sejam franceses têm a ver com isso? Não querem ler, não assinem o jornal. Só iriam ler se assinassem. Todas essas religiões têm representação na França. Quem se sentir ofendido, pode procurar a justiça.

        Pra terminar, nunca te dei nada de aniversário, trouxe uma lembrancinha, espero que voce goste, se não servir me avisa que vou lá trocar:

        http://youtu.be/Q9RO7_21DE0

         

        1. mauro chazanas (hehehe),

          mauro chazanas (hehehe), obrigada pela música, muito bonitinha.

          Bom, acho que eu não sei mais nada. O seu exemplo do cigarro me deixou confusa. Isso porque eu também fumo, e ia ficar muito fula da vida com o seu parente evangélico nessa siuação que você relata. Ou seja, por aí me identifico com você. Mas por outro lado, não entendo bem a comparação. No caso de eu acender um cigarro e o evangélico ficar “ofendido”, ele está ofendido por uma coisa que eu estou fazendo comigo. No caso de eu (digamos) gritar pra ele, “Esse seu Jesus é um canalha sacana”, ele ficaria ofendido também, mas por uma coisa que eu estou fazendo com o deus lá dele (= chamando de canalha sacana). Certo? Se eu gritasse isso seria uma agressão gratuita a uma coisa que ele acredita, um ataque sem motivo nenhum além da minha vontade de deixar o crente  bravo, ou talvez, de “desabafar”. E eu acharia meio inútil e babaca da minha parte fazer isso, ofender o deus do outro à toa. E para mim o desenho do Charlie cairia no segundo caso (“Jesus é um canalha sacana”), não no primeiro (fumar). Então, mesmo achando errado o evangélico ficar bravo se eu fumar, não acho comparável.

          Tou doida? dOiDa?

          1. Mc! São três canções! E o vídeo tem fotos!
             O exemplo que eu trouxe foi só pra ilustrar a tese de que não é só porque a pessoa ficou ofendida é que ela está certa. Não foi para equiparar os casos. (se bem que o modo como ele ficou perturbado não me pareceu mesmo preocupação com minha saúde; pareceu-me pessoalmente atingido com meu gesto) Mas esse episódio serve também para outra reflexão. Ele não estaria certo nem se o fato tivesse acontecido em local público, a não ser que fosse em um desses locais públicos que a lei local hoje proíbe. Mas a ênfase que eu dei em destacar que aconteceu na minha casa, foi para comparar com o fato de Charlie Hebdo estar na França, sua casa. A política editorial de Charlie Hebdo não desacata as leis francesas.  Nós não somos obrigados a seguir a lei que regula a vida na Arábia Saudita, por exemplo. Por que faríamos isso? Eu, voce se concordar, podemos escrever aqui no GGN que as autoridades religiosas da Arábia Saudita são cruéis, pra dizer o mínimo, por conta do que está acontecendo com o blogueiro saudita, dez anos de cadeia e mil chibatadas, em nada suaves prestações de 50 chibatadas semanais, que ele já começou a pagar: http://noticias.trra.com.br/mundo/asia/condenacao-de-blogueiro-sera-reavaliada-na-arabia-saudita,681d683cbd3fa410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html Se fizermos isso, estaremos insultando o Islã. E, veja, sujeitos a julgamento por algum grupo de terroristas pretensamente religiosos, e execução aqui no Brasil! Foi isso que aconteceu com Charlie Hebdo. Cidadãs e cidadãos franceses, vivendo na França, publicam um jornal onde escrevem e desenham o que lhes dá na veneta, sem com isso descumprir a lei francesa, que reconhece e ampara esse direito. Dois sujeitos, que nem dizem serem eles os ofendidos, o ofendido teria sido o Profeta, vão e matam os jornalistas. Pronto. Profeta vingado. Sobre o exemplo que voce trouxe, mc, o mais aproximado seria, talvez, imaginar uma rodinha de amigos e amigas, que estão na casa de um deles ou de uma delas, todos e todas não religiosos e não religiosas, contando piadas, sobre os mais variados temas, e também sobre religião, que não é um tema tabu para eles. Relembrando: a circulação de Charlie Hebdo era restrita para os padrões franceses, e mesmo assim quem comprava na banca era quem queria, custava 3 euros. Tem assinantes no mundo inteiro, não muitos, mas assina quem quer. Divulgava apenas a capa de cada edição em seu site na internet. Depois do atentado é que houve esse dilúvio de cartuns na rede, dando a falsa impressão que era de divulgação massiva e que só tratava de religião, e gratuitamente (só abordavam esse assunto quando no mundo havia acontecido ou estava acontecendo algo relacionado), e que todos esses cartuns eram de amplo conhecimento mundial. Não é verdade.   

             

             

             

          2. Mas os terroristas eram
            Mas os terroristas eram franceses também… Não atacaram na casa dos outros, e sim na casa deles mesmo. Enfim, acho que esse teu argumento da casa de um e casa de outro não cabe nesse caso. É verdade que eles estão sendo tratados como se fossem estrangeiros, imigrantes, etc., mas é uma imprecisão… São franceses também, então, a coisa da cultura da França versus outras não se aplica nesse caso. Certo? Enfim, espero não ser ser mal interpretada nisso que disse, não estou querendo defender nada, só acho que esse ponto é importante para entender tudo um pouco melhor.

          3. Mc, se não estou me perdendo

            Mc, se não estou me perdendo em algo, acho que os exemplos são válidos. 

            O “invadir a casa dos outros” cometido pelos irmãos não foi porque eles não tivessem nascido na França, eles nasceram. Mesmo se fossem imigrantes, que não são, não seria por isso que eles seriam invasores. 

            Eles foram invasores porque se prepararam para agir, e agiram, segundo um código de leis que não é o da França. O código de leis que seguiam não era o dos demais cidadãos franceses, nem dos franceses muçulmanos. Estes, quando incomodados com um determinado cartum, acionaram Charlie Hebdo na justiça, eu coloquei o link aqui no blog para um documentário em francês com legendas em inglês sobre um dos processos, o mais famoso. 

            Veja a diferença. Os franceses muçulmanos julgaram, corretamente, estar em pé de igualdade com os jornalistas. E estão. São todos franceses. É uma mesma justiça para todos. E é uma justiça laica em um país laico para uma sociedade que assim escolheu ser. Os irmãos que cometeram o crime não se enxergavam cidadãos em um país assim, jamais iriam à justiça francesa, porque para eles Justiça é a justiça conforme alguns pregadores islamistas a descrevem.

            Em certo momento de suas vidas, ou após um longo processo, não sei, eles se exilaram da França, mesmo continuando a morar lá. Não tinham mais compromissos com o Estado laico. Sua lealdade, sua pátria, sua razão de ser, de viver e de morrer por, era um mítico Islã.

            Esse Islã mítico, é bom lembrar, não é unanimidade entre os muçulmanos. Um Imã francês declarou no dia do atentado: “Eles disseram que vingaram o Profeta. Que profeta? Quem é o profeta deles? É Satã?” Decorei sem querer essa fala, pela contundência.

            O maior número de vítimas dos terroristas que se dizem muçulmanos se encontra nas comunidades muçulmanas. Dia sim, dia não, é uma bomba que mata vinte, outra hora é quarenta, e assim vai, e estou me referindo apenas ao Iraque.

            Das três fôrças político-guerreiras que aplaudiram o atentado, a Al-Qaeda, o Estado Islâmico (que divulgou um outro vídeo terrível ontem, ameaçando executar dois cidadãos japoneses) e o Boko-Haram, este último é o que patrocina crianças-bomba. No sábado 10 de Janeiro uma criança que testemunhas estimaram ter por volta de dez anos de idade se explodiu em um mercado numa cidade da Nigéria, vinte mortes. No dia seguinte, mais duas meninas-bomba, uma de dez e outra de dezenove anos, sete mortes. O Boko-Haram asassinou por volta de 2.000 pessoas, segundo a ONU, nas duas primeiras semanas deste ano, e este número ainda pode aumentar porque havia, há, muita gente desaparecida.

            Mc, esses caras não são muçulmanos. Não é possível que sejam. Ou então todos esses outros muçulmanos que condenam isso é que não são.

            Na relação custo-benefício, pra ser bem prático, eu acho que toda e qualquer religião mais atrapalha que ajuda o progresso da humanidade, tanto no atacado ( intervenção das religiões na vida da sociedade) como no varejo ( a psique de cada uma, um). Ateìsmo fanatizado militante, também. Se puxar o prontuário de todas as maiores religiões, é enorme. Quem delas teve mais poder por mais tempo sobre mais gente, mais crimes cometeu. 

            Mas nesse caso Charlie Hebdo, os assassinatos não foram obra de alguma cúpula da religião muçulmana, foram planejados e executados por organizações terroristas que inteligente e brilhantemente, do ponto de vista deles, se valeram de pretextos religiosos.

             

             

          4. Mas esses homens eram criminosos

            Mas esses homens eram criminosos, ou seja, evidentemente não agiram conforme as leis da França, nisso estamos de pleno acordo. Se pareceu que eu disse alguma coisa diferente disso no comentário, foi falha minha, me desculpe (relendo, vejo que fui muito pouco clara mesmo). Não era esse o meu ponto: quando chamei atenção ao fato da nacionalidade foi apenas para contrapor o argumento de que alguém não pode se sentir ofendido quando está “na casa dos outros”, que foi o que eu entendi que você tinha dito no exemplo do evangélico. Não pretendi focar no ato do crime em si, seja na casa dos outros, na sua própria casa, em lugar nenhum; o ponto da discussão, na minha visão era o potencial de ofensa das charges – essa era a sua pergunta inicial, “dá para acreditar que alguém se sinta ofendido com aquela charge”, etc. 

          5. Complementando

            Só mais uma coisa, para esclarecer de vez – também na questão da ofensa religiosa, em si, não se trata necessariamente de uma discussão em termos de leis. Pois você tem razão, se nos restringirmos ao aspecto da lei, a lei na França permite a blasfêmia sobre qualquer religião. Mas não é só a lei que regula essas coisas, são também as decisões pessoais, o gosto, a ideologia, etc. A lei não se discute, se é essa, pronto – mas a decisão e gosto, esses é que eu estava discutindo.

          6. Continuando a conversar, queria responder teus 2 comentários

            Não quis trazer esse tema para ser apenas uma discussão em termos de leis. Como tentei dizer, e não sei se consegui, o que houve cada vez mais me parece ter sido um ato terrorista que se valeu de pretextos religiosos. Ou, em outras palavras, se nunca tivesse existido Charlie Hebdo, quem ideou o atentado teria escolhido outro alvo sob outros pretextos, religiosos ou não. Só talvez o futuro poderá confirmar isto.

            Estamos tentando tirar do episódio as lições possíveis. Nesse sentido estamos discutindo o direito de Charlie Hebdo publicar os cartuns e textos que julgar expressarem sua opinião, e responder por eventuais abusos na justiça francesa. Voce defende que não apenas a lei francesa deva ser levada em conta, mas também outros fatores. Pela obrigatória conclusão a que se chega se pusermos em prática o que voce coloca em teu comentário de 19.01 às 19:09, aqui mesmo neste post, Charlie Hebdo, jornal satírico que pretende ser, deve se abster por completo de abordar qualquer religião. Estou com a posição oposta e para defendê-la procuro trazer vários argumentos, sem ordem de valor ou importância.

            Esse ponto de invadir a casa do outro para impor sua própria lei está inserido neste contexto. Neste sentido, não se tratou de um crime apenas, uma infração da lei francesa que a exemplo das outras proíbe matar. Foi além. 

            Vamos exemplificar de outra maneira. Voce declarou-se atéia. Voce pode ser atéia aqui no Brasil, a lei brasileira lhe reconhece esse direito. Eu, que também nasci no Brasil e aqui moro, me converti à religião muçulmana, e integro a corrente mais extremada, que trata as mulheres como trata. Tenho um conjunto de valores que para mim são sagrados, que para mim definem o que sou, fazem parte da minha alma. Certo dia nossos caminhos se cruzam, te vejo sair de um automóvel que voce mesma dirigia, voce está usando saia e, para cereja do bolo, acende um cigarro em plena rua, em plena luz do dia. Voce me ofendeu profunda e dolorosamente com tuas atitudes. Te interpelo para te admoestar que voce não pode fazer isto que está fazendo, voce está vivendo fora do papel que minha interpretação da religião muçulmana diz que voce deve seguir. Voce responde que está no Brasil, que tem o direito de fazer tudo que a lei brasileira lhe permite, que eu é que não tinha o direito de lhe chamar a atenção e que além de tudo isso voce é atéia.

            Te dou um tiro. Eu ajo conforme a Lei que escolhi seguir, a lei de minha pátria espiritual. Sou sujeito às leis deste Islã mítico, não às leis de uma sociedade ocidental degenerada, como para mim é o Brasil. Na minha cabeça, estou certo.

            Mnha atitude foi explicada, mas, está justificada? Voce realmente provocou o que lhe aconteceu? Voce teria que, aqui no Brasil, me ouvir quietinha, apagar o cigarro, pedir desculpas, prometer que só usaria doravante um vestuário mais de acordo com o que eu penso que voce deva usar, deixar o carro lá mesmo e voltar a pé pra tua casa? 

            Voce vive como vive porque está segura que não está desrespeitando nenhuma lei de tua casa, o Brasil. Eu não posso impor meu código de leis. Não posso invadir tua casa e te obrigar a fazer o que eu quero que voce faça, em nome de uma lei que voce não reconhece.

            Voce diria que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Que não dá para comparar a postura de Charlie Hebdo, que com seus desenhos teria ofendido Deus, seus profetas e seus fiéis, com a tua postura, que não desenhou ninguém nem nada e não falou nada de ninguém. Mas não concordamos a sério que cada um é que sabe o que lhe ofende e o grau da ofensa?

            Os limites da liberdade de expressão foram expandidos ao longo da história, é uma epopéia escrita com muita dor e muito sangue. Não se tem registro histórico de quando, como e onde a primeira luta por mais liberdade, inclusive de expressão, se deu, mas se sabe que passou pelo questionamento de que a existência e a escolha de reis e rainhas são por vontade de uma Entidade Superior a que se deu o nome de Deus, pelo questionamento da infalibidade papal, pelo questionamento à autoridade rabínica, etc… e etc…, culminando, por exemplo, com o blogueiro saudita que questionou a religião muçulmana conforme as atuais autoridades religiosas a entendem e se atreveu a dizer que muçulmanos, cristãos, judeus, ateus, etc…, são iguais e por esta e outras declarações libertárias foi condenado a dez anos de prisão, U$ 200,000.00 de multa e mil chibatadas, 50 por semana. Este episódio do blogueiro é de agora, voce sabe.

            Mc, a existência de um jornal como Charlie Hebdo é necessária para toda a humanidade. Para evitar que tenhamos retrocesso, que percamos conquistas. Para que o blogueiro saudita seja solto, para que voce continue levando tua vida como voce bem entende.

          7. Mas eu não acho que não deva
            Mas eu não acho que não deva ter Charlie(s) Hebdo(s)! Quando eu disse isso? O que me incomoda é acharem que jornais satíricos estão acima da crítica… Que existam, que publiquem, e que se possa criticar depois. Me parece absurdo e prepotente que, em contrapartida à liberdade de expressão, não se aceite a crítica. E os debates nesse caso parecem estar indo por aí (i.e.: “ninguém pode se ofender”). É só isso Mauro, exatamente a mesma coisa que eu disse sobre o machismo, estou dizendo aqui sobre a ofensa religiosa (que, por sinal, não me importa pessoalmente). Desculpe se respondo bem menos detidamente do que o seu longo comentário merece, sobre o restante, estou refletindo.

          8. Mc e m.c. fumam o cachimbo da paz

            Mc, se entendi corretamente esta tua última resposta estamos de acordo em tudo que é o mais importante: Charlie Hebdo tem o direito de existir assim como é e assim como qualquer órgão de imprensa está sujeito à crítica, Charlie Hebdo também está.

  92. Ha diferenças
    Isso so explica a tosca reação brasileira em relação ao feito de que religião e fé são intocaveis e podem sim ser criticadas e até ridicularizadas e a reação oportunista de sua imprensa aos feitos.   Na França ninguém vê o jornal CH como que atacando muçulmanos ( mais essa agora!). Ha enorme diferença entre dizer que se pode sim desenhar e caricaturar um profeta, o papa (Bento XVI foi bastante caricaturado) ou ainda os ortodoxos do judaismo que ja levaram suas bordoadas, com ataques à um povo e sua religião. Charlie Hebdo sempre defendeu o povo palestino ao contrario de toda a imprensa brasileira, sempre ao lado do sionismo!  O pobre arabe-muçulmano, corretor de Charlie Hebdo que morreu no ataque, que o diga!  

    1. Muito bem, Maria Luísa.este

      Muito bem, Maria Luísa.

      este post está cheio de comentários de quem nunca leu e não gostou do Charlie Hebdo. Atacam ao Charlie sem conhecê-lo, quando na verdade deveriam estar denunciando os oportunistas e hipócritas da imprensa brasileira, que dizem “je suis Charlie” – o que beira o absurdo para quem conhece minimamente o CH! (como fez a revista de esquerda Marianne, na edição dessa semana)

      o mais engraçado é que, na época das eleições, atacavam os evangélicos por suas posições extremistas… e agora condenam o CH por fazer exatamente o mesmo, só porque os atacados, no caso, são extremistas islâmicos.

  93. ….”publicam um jornal onde

    ….”publicam um jornal onde escrevem e desenham o que lhes dá na veneta”…

     Saiu barato, já imaginaram se fosse um 747?… 

     ….. “liberdade de expressão não pode vir acima do respeito” …..

    ___ Senão, vira  [LIBERTINAGEM DE EXPRESSÃO].

     

    1. E publicam assim porque o

      E publicam assim porque o país onde vivem tem leis que lhes reconhece esse direito.

      Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo a não ser por fôrça de lei. E a Lei francesa diz que o Estado é laico.

      Religião é uma ideologia como outra qualquer. E como qualquer ideologia – fascismo, comunismo, etc… – está sujeita a críticas. E a sátiras. 

      Quem desrespeita quem? Quem faz um desenho para um jornal de circulação restrita, e que ninguém é obrigado a comprar, ou religiões que ao longo da história chegaram até a promover guerras, como o próprio Papa admitiu no caso da Igreja Católica? E se a gente estudar a fundo os motivos dessas guerras religiosas, aí é que a gente vê que lindo que foi.

      Os terroristas gritaram que vingaram o Profeta. Que fé é essa dos terroristas em seu profeta que acharam que um desenho poderia machucá-lo, ofendê-lo? Isso, pra quem tem fé verdadeira, presumo, é impossīvel. Eles em vez de vingar, pelo contrário, ofenderam o Profeta!

      Não, não saiu barato. Foi um crime hediondo e estúpido.

       

    1. Libertinagem é um conceito

      Libertinagem é um conceito relativo e subjetivo. O senhor possa talvez considerar normal mulheres irem à praia  usando fio dental, eu posso talvez considerar libertinagem ( não penso assim, foi só um exemplo).

      O atual rei da Arábia Saudita tem quatro esposas. Para muitos do Ocidente, além de polígamo, ele é um libertino. Para muitos ele é um homem pio e devoto, tanto que se assim não fosse não lhe seria permitida a honra de ser o Guardião das Duas Portas, cargo único na religião muçulmana, referente ao fato de Meca e Medina estarem na Arábia Saudita.

       

  94. “Liberdade e libertinagem são

    “Liberdade e libertinagem são dois conceitosrelacionados e que muitas pessoas confundem. Os dois são fulcrais no processo de tomada de decisão do ser humano, e revelam atitudes diferentes dos indivíduos.

    A liberdade consiste no direito de se movimentar livremente, de se comportar segundo a sua própria vontade, partindo do princípio que esse comportamento não influencia negativamente outra pessoa. De acordo com a filosofia, a liberdade é a independência, autonomia e espontaneidade do ser humano.

    Por outro lado, a libertinagem é fruto de um uso errado da liberdade, porque demonstra irresponsabilidade, que pode prejudicar não só a própria pessoa, mas outras pessoas também. Quem age com libertinagem, revela não se importar com as consequências que o seu comportamento pode ter. Em muitos casos, a libertinagem é traduzida por uma ausência de regras. Desta forma, alguém que bebe e depois dirige, é um exemplo de alguém cuja atitude evidencia libertinagem, pois está colocando em risco a sua vida e a vida de outras pessoas.

    A famosa frase  “A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro.”, atribuída por muitas pessoas ao filósofo inglês Herbert Spencer, indica que a verdadeira liberdade respeita o próximo, e o seus direitos.

    Na Bíblia, mais concretamente em 1 Coríntios 6:12, o apóstolo Paulo afirma: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.” Esta passagem revela que nós temos a capacidade de fazer muitas coisas, mas que nem tudo o que podemos fazer é bom, porque as nossas ações têm consequências.

    Já a libertinagem assume uma mentalidade oposta: “Eu posso fazer tudo o que eu quiser, ninguém tem nada a ver com isso e ninguém pode me impedir.” Um libertino é alguém rebelde, egocêntrico, embrutecido, escravo de todos os desejos que surgem na sua mente, e por esse motivo a libertinagem é a principal causa de barbaridades. A libertinagem escraviza e mutila o ser humano, enquanto o oposto – a liberdade – o capacita a ter uma convivência saudável com o seu próximo.”

    _______ [ Dizer mais o que?…] _______

    1. Nào aprofundando o exame dos

      Nào aprofundando o exame dos conceitos de liberdade e libertinagem e mesmo da conveniência e pertinência desse debate nesses têrmos, vamos aceitar que a comparação seja necessária e que os conceitos que o senhor traz sejam corretos e completos, apenas para fim de discussão.

      “A liberdade de um termina onde começa a liberdade do outro.”

      Quem determinou ou determina onde termina a liberdade de um? E quem determinou ou determina onde começa a liberdade do outro?

      Há trinta anos, até 1985, mais ou menos, a liberdade do senhor e a minha liberdade de criticar alguma atitude do governo terminava no cérebro. Se a gente falasse, ou escrevesse, o que pensava, estaria invadindo a “liberdade” do governo, e poderíamos ter sérios problemas.

      Quando os primeiros cristãos começaram a fazer proselitismo e questionaram os deuses romanos, exerciam liberdade ou libertinagem? Ultrapassaram os limites ao atacar a crença comum daquela época e lugar. Desrespeitaram quem pia e sinceramente acreditava num panteão de deuses,  desrespeitaram sua fé.

      Se o senhor disser que foi um caso diferente, porque era uma religião monoteísta combatendo a idolatria, eu pergunto: e a conversão forçada sob a espada de muçulmanos e judeus?

      Ou a prática atual de missionários cristãos levarem a Palavra, como eles dizem, a países muçulmanos e a Israel, isso é o quê?

      Cada qual define onde começa e termina a própria liberdade e a liberdade dos outros?

      Ou esses limites têm que estar muito bem definidos em lei, que seja uma mesma lei para todos?

      Charlie Hebdo era e é obrigada a cumprir a única lei cabível, a lei francesa. E respondeu e responderá por eventual abuso na justiça francesa, como deve acontecer em qualquer sociedade civilizada.

       

       

  95. Democracia

    Democracia inclui liberdade de expressão. Mas Liberdade de expressão não significa agressão para ninguém. Nesse caso em particular, houve um ataque de expressão por parte da imprenta francesa agredindo ao profeta Maomé. Depois em represália houve o atentado à gráfica matando X pessoas. 

    Vamos por parte, às proporções de ataque não são iguais, uma foi gráfica e a outra foi carnal com morte. Desproporcionada como todo fanatismo, não somente muçulmano,mas também há fanatismo católico, na idade média se queimava em praça pública aos que atentassem contra os princípios imposto pela igreja católica, na Inglaterra católicos e protestantes já tiveram guerras com mortes por diferencias religiosas, em fim, Fanatismo não é bom para ninguém.

    Agora me parece que também houve um reação desproporcional com os presidentes da Europa se juntando em passeata para defender os chargistas. Sem nem criticar os chargistas, como se estivessem certos na suas propostas, só enxergaram o lado contrário, do ataque. Aí tem!

    Parece-me que o mundo esta se preparando para um controle mundial, dividido em cinco partes: Europa; Asia; América; África; Oceania. Baixo um único Comando Mundial.

  96. “racismo e preconceito não são opiniões, são crimes”

    Vladimir Safatle: “Liberdade de expressão nunca significou, nem nunca significará, dizer qualquer coisa de qualquer forma. Se alguém ironizar os negros como intelectualmente inferiores, tripudiar das mulheres com enunciados machistas que expressam a história de sua sujeição, fazer chacota dos judeus baseado nos velhos preconceitos que alimentam milenarmente o antissemitismo, espera-se que o Estado impeça a circulação de tal violência. Certos enunciados trazem uma história amarga de violência, humilhação social e preconceito contra grupos mais vulneráveis. Não por outra razão, todo racista hoje em dia clama pela liberdade de expressão, pelo direito de “expressar sua opinião”. Mas racismo e preconceito não são opiniões, são crimes.”

    Artigo completo na Carta Capital hoje, http://www.cartacapital.com.br/revista/833/palavras-e-metralhadoras-9110.html

     

     

    1.   
      Está perfeito, até
        

      Está perfeito, até aí.

      Mais: aqui no Brasil, que é onde a gente pode, até a página três, influenciar e agir, é necessário aprofundar a discussão sobre os limites à liberdade de expressão para que tenhamos uma legislação que consiga ser ao mesmo tempo o mais libertária possível e que seja inequívoca e não dê margem a dubiedades quando criminosos eventualmente quiserem se valer desse argumento, o da liberdade de expressão, para externar preconceitos odiosos de quaisquer espécies.

      Eu queria insistir nisso. Precisamos chegar a uma legislação que, sempre a posteriori, dê munição jurídica a quem se sentir ofendida ou ofendido por ataque à sua pessoa por conta de sua orientação sexual, de seu sexo, da cor de sua pele, de fazer parte de um povo, de ser oriunda ou oriundo de alguma região de algum país e mais alguns etc…, a serem claramente definidos em lei, para que a vítima desse ataque tenha possibilidade real e concreta de lograr êxito nos tribunais. 

      O que segue no texto do Professor Safatle é que nos puxa de novo para outra discussão:  alguns, ou vários cartuns de Charlie Hebdo seriam simplesmente preconceituosos e profundamente violentos “(…) em relação à parcela da população francesa (os magrebinos e descendentes de árabes, majoritariamente muçulmanos, atualmente a mais miserável, discriminada e sem representação social.”

      Uma resposta a essa argumentação veio de Kenan Malik:

      “Yet, hardly had news begun filtering out about the Charlie Hebdo shootings, than there were those suggesting that the magazine was a ‘racist institution’ and that the cartoonists, if not deserving what they got, had nevertheless brought it on themselves through their incessant attacks on Islam. What is really racist is the idea that only nice white liberals want to challenge religion or demolish its pretensions or can handle satire and ridicule. Those who claim that it is ‘racist’ or ‘Islamophobic’ to mock the Prophet Mohammad, appear to imagine, with the racists, that all Muslims are reactionaries. It is here that leftwing ‘anti-racism’ joins hands with rightwing anti-Muslim bigotry.”(Íntegra do artigo aqui: https://kenanmalik.wordpress.com/2015/01/08/je-suis-charlie-its-a-bit-late/

       

      Uma outra resposta, vinda de um muçulmano praticante, francês, foi dada durante o julgamento da ação movida contra Charlie Hebdo por uma organização muçulmana francesa: muitos ocidentais pensam que os muçulmanos são incapazes de entender uma piada, pensam que aos muçulmanos falta senso de humor. Encontra-se essa declaração no documentário “É duro ser amado por idiotas”, cujo link eu torno a colocar: http://www.myfrenchfilmfestival.com/pt/ Está em francês com legendas disponíveis em inglês, exibição gratuita. Por fim, a discussão sobre Charlie Hebdo ser racista, preconceituosa e islamofóbica chegou a um ponto que lembra as mesas redondas de futebol que discutem se foi ou se não foi pênalti.  Que me desculpem o Galvão Bueno e o Arnaldo, mas não foi pênalti, Charlie Hebdo não é e nem nunca foi racista, preconceituosa, islamofóbica. 

       

       

       

       

      1. Isso não tem nada a ver com “liberdade de expressão”…
        Mauro,  Sobre o caráter racista e preconceituoso ou não-racista e não-preconceituoso do Charlie Hebdo, estou conformada em concordar em discordar de você. Mas há um outro ponto em seu post que eu gostaria de comentar. Você continuamente coloca a quesão em termos de “liberdade de expressão”, o que me parece equivocado. Já eu não acho que nada disso tenha relação com nada ligado à  liberdade de expressão, *muito menos* censura. De fato (e partindo da sua premissa de discutir a questão na perspectiva brasileira), nada disso tem a ver com criar lei alguma. No Brasil já temos lei contra o racismo, por exemplo – e por sinal, muito avançada. E (esse agora é o ponto), essa lei se aplica *onde quer que o racismo se manifeste,  seja no elevador do seu apartamento, seja num estádio de futebol, seja em uma coluna de jornal*. A lei é contra o *racismo*, e não tem nada a ver com a liberdade de expressão ou (muito menos) de imprensa. Eu entendi que o artigo do Safatle vai por aí, ao dizer que “racismo e preconceito não são opiniões, são crimes”. Há algum desvio portanto nessa discussão… Os que consideram (como eu) que o Charlie Hebdo veiculava expressões de racismo, machismo e desrespeito religioso estão sendo acusados de ser contra a “liberdade de expressão”, quando, na verdade, são contra o racismo, o machismo, e o desrespeito à religião. Isso tudo me parece tão claro, que me dá até desespero de explicar.

        1. Tentativa de metáfora: ararinhas azuis

          Para aplacar meu desespero em explicar, tento uma metáfora. Imagine que um jornal publique um comentário de um colunista assim: “Eu odeio as ararinhas azuis. Eu quero mesmo que as últimas ararinhas azuis do Brasil sejam engaioladas. Eu cada vez que vejo uma ararinha azul na floresta, atiro nela, ou no mínimo, prendo numa gaiola. E acho que você deveria fazer o mesmo”. Daí, alguém ao ler isso acha um absurdo, uma incitação ao crime (porque matar ou prender ararinhas azuis, no Brasil, é um *crime*), processa quem escreveu, e quem escreveu sofre as penas da lei. Te pergunto. Isso teria sido um caso pertinente à legislação sobre “liberdade de expressão”, ou pertinente à legislação sobre crimes ambientais? Eu acho que teria sido um caso de desrespeito à legislação sobre crimes ambientais, e nada a ver com liberdade de expressão. Enfim. Só uma tentativa de metáfora, porque, gente, que desespero.

          1. Esse cara não é Charlie Hebdo

            Mc, antes de mais nada, respire fundo e não se desespere, pois, além de não adiantar nada, se voce for do desespero à fúria na certa digitará aplicando excessiva fôrça física nas teclas e quem acabará pagando a maior parte da conta é o pobre teclado, que é o menos culpado nessa história toda, que é teu amigo, faz tudo que voce quer, e depois que voce vai dormir o coitadinho desabafa com o monitor e chora nos ombros do mouse.

            Olha, não sou operador do Direito, só posso especular. Te respondo, então, que ele responderia à acusação de fazer apologia de crime ambiental, de cara.

            Quando ele confessou que quando vê uma ararinha, ele atira ou no mínimo prende, ele está confessando dois crimes ambientais que já cometeu.

            Então, acho (é puro achômetro, mc, repito) que ele pode ser acusado de três crimes: os dois atos praticados e fazer apologia do crime.

             

          2. Pronto, concordamos

            Concordamos, não? Você também não acha que processar o cara das ararinhas azuis é atentar contra a liberdade de expressão dele. Portanto também, acredito, não acha que simplesmente criticá-lo seria atentar contra a liberdade de expressão dele. É isso que eu estou querendo dizer desde o começo, Mauro, criticar o que as pessoas escrevem não é reprimir sua liberdade de escrever… E, em alguns casos, condenar as pessoas a partir de algo que escreveram também não tem nada a ver com liberdade de expressão.

        2. Mc, não conheço quem defenda

          Mc, não conheço quem defenda que externar racismo seja exercício da liberdade de expressão, a não ser os racistas.

          Minha ignorância e minha consciência de ser ignorante me impedem de ser arrogante e afirmar que qualquer pessoa que defende e defenda a livre expressão total ou é racista ou no mínimo é conivente com práticas racistas. Quis escrever isto porque ainda não estão claras para mim, por exemplo, as posições sobre liberdade de expressão de Noam Chomsky e Gerald Thomas. O vídeo com um trecho de uma entrevista de Noam Chomsky dada em 2011 foi divulgado aqui no blog, não é necessário eu trazer novamente o link porque voce já o conhece, tanto que fez um comentário elogiando a posiçào de Chomsky, que achei dúbia pois perigosamente dá margem a mais de uma interpretação, talvez por conta da edição que foi feita (o vídeo não traz o que ele falou antes e nem o que falou depois).

          A opinião de Gerald Thomas está aqui: https://geraldthomasblog.wordpress.com/2015/01/17/folha-de-s-paulo-gerald-thomas-opiniao-tendencias-e-debates/

          Mas, independentemente das opiniões deles e a menos que, estudando-os e a outros que assim pensam, que os há, a sociedade convença-se do contrário, externar racismo não está amparado pelo direito à livre expressão. Acho que não dá pra eu ser mais claro que isto.

          Sim, discordando de voce, é necessário um debate aprofundado visando a alterar a legislação sobre liberdade de expressão. Não é possível que Danilo Gentili ofereça bananas pelo twitter a um negro e continue solto, pra ficar só com esse exemplo.

          Sim, o Professor Safatle mandou legal no trecho que voce pinçou e publicou. Destaquei isto em meu comentário. A maionese começou a desandar no restante de seu artigo, onde a gente encontra o trecho que destaquei, está entre aspas, e que para refutação eu trouxe outras duas opiniões, uma delas, conforme também destaquei, de um muçulmano praticante. Te asseguro que não me bate um desespero como o que te acomete, mas uma grande e profunda estranheza, ao constatar que dois ocidentais não muçulmanos (voce declarou que não é, presumo que o Professor Safatle, pelo que conheço de seus escritos, tampouco o seja) imaginam enxergar uma ofensa que um muçulmano afirma que não existiu. 

          Para esse debate que estamos tendo agora, a questão de Charlie Hebdo ser ou não racista e preconceituosa é essencial. Pois é exatamente por saber – não estou usando a palavra “saber” por arrogância – que Charlie Hebdo não é e nem nunca foi racista que me disponho a defendê-lo, no limite de minhas fôrças e capacidade e incompetência, por mais árido e desgastante que às vezes o debate possa se tornar.

          Então, veja, não represento ninguém, a galera do Je suis Charlie é composta por pessoas com mais de uma motivação, idem a galera do Je ne suis pas. A Anarquista Lúcida e eu conversamos longamente sobre isto, publicamente aqui no blog. Esse movimento não goza de “centralismo democrático”.

          Mc, eu não penso que ninguém que seja do Je ne suis pas Charlie seja contra a liberdade de expressão conforme os motivos que voce elencou, a não ser um.

          Esse único ponto é o desrespeito às religiões, que entendi que Charlie Hebdo pratica e sempre praticou, e que diferente de voces, eu acho que tem o direito de continuar fazendo.

          Pode parecer que quem pensa assim só fica repetindo os mesmos argumentos e mantém sua posição por pura teimosia, mas não é assim. O que acontece é que quando voce identifica o núcleo do teu pensamento, constrói um discurso que lhe parece lógico e o traz a público e esse discurso não é desmentido, ou melhor, superado por uma tese diferente, voce o mantém.

          Minha tese é, resumindo: Charlie Hebdo é um jornal que se propõe satírico, com um olhar progressista e de esquerda. Trata dos assuntos que lhe vêm à frente, conforme e quando surgem. Considera as religiões ideologias como outras quaisquer, não entendendo que mereçam tratamento diferenciado. Não é condescendente com os praticantes da religião A, B ou C.

          Charlie Hebdo julga estar no seu direito à livre expressão expressar-se satiricamente sobre quaisquer religiões. Quem pensa diferente está dizendo: não, sobre religião não, sobre religião voce não pode se expressar livremente. É evidente que voces afirmam que no tópico religiões não deve haver livre expressão. Não reconhecem que fazê-lo seria exercer um direito.

          No final de seu artigo, o Professor Safatle acena que o governo francês deveria ter agido para, é o que transparece do texto, impedir que Charlie Hebdo continuasse exercendo seu direito de livre expressão também sobre religiões. Suspeito que não há consenso no Psol do Professor Safatle sobre o episódio Charlie Hebdo em geral e muito menos ainda nesta derradeira sugestão de Vladimir Safatle em particular.

           

           

           

          1. Na realidade acho que

            Na realidade acho que concordamos sobre um ponto, mas nos expressamos de modos diferentes: você acha que não é legítimo expressar o racismo, eu também não. Onde discordamos é que você remete isso a uma questão de limites/regulações da liberdade de expressão; eu remeto isso ao fato de que o racismo (no Brasil) é um crime, e é por isso que as expressões de racismo sofrem penas. Pode parecer que é a mesma coisa, e o resultado pode até ser o mesmo; mas são mecanismos diferentes. Por exemplo, uma pessoa sofrer as penas da lei se publicar que vai cometer um crime X não é um caso de combate à liberdade de expressão, mas sim de combate ao crime X (vide as ararinhas, concordamos nisso).

            O problema é que alguns crimes se materializam *na expressão*. É o caso do racismo: ao proferir a expressão racista, você já está cometendo o crime (e não, por exemplo, apologia ao crime). Daí, algumas pessoas confundem as coisas, e passam a achar que que quem combate expressões racistas em veículos de imprensa está prejudicando a liberdade de expressão, quando não é isso: está-se combatendo um crime que se materializa naquela expressão (e de outras formas também, que aqui não estão em debate).

            Nessa minha tese, portanto, o problema é determinar o que é e o que não é crime. Mas isso é um problema social, histórico, jurídico, que vai muito além aqui do nosso debate – é uma questão de o que cada sociedade normatiza como inaceitável. Alguns casos são muito claros, todos sabem que são crimes – sei lá, assassinato –  e ninguém, que eu saiba, defende que a imprensa possa fazer apologia a esses crimes. Outros casos são mais sutis, quando envolvem aspectos ideológicos, ou crimes que se materializam na expressão. Exemplos no caso brasileiro: racismo e intolerância religiosa. Entretanto, esses são crimes previstos na lei, e não deveria haver nem o que discutir quando se aplicam penas a quem expressa racismo ou intolerância religiosa por aqui.

            Em outras sociedades será diferente. Pode haver por exemplo um país no qual a lei para a liberdade de expressão é semelhante à do Brasil, mas no qual quem expressar o racismo não sofre as penas da lei, porque lá o racismo não é crime. Ou, pode haver um país com restrições imensas à liberdade de expressão, uma censura ditatorial por exemplo, mas no qual também o racismo não é crime (e onde, portanto, mesmo com a censura, você poderia encontrar textos super racistas nos jornais). Para mim isso demonstra que a questão não é sobre liberdade de expressão nem liberdade de imprensa, é sobre o que é aceitável ou inaceitável em cada sociedade de um modo mais geral.

            Bem, como fica então a coisa da tolerância religiosa, assunto inicial do post? Na minha tese, fica subordinada à pergunta: nessa sociedade X, há alguma normatização sobre a tolerância religiosa? Se houver, os veículos de imprensa tem que segui-la – como qualquer outra pessoa. Se não houver, obviamente, não. Ainda nesse segundo caso, mesmo sem lei, um veículo pode decidir não publicar textos ofensivos a nenhuma religião, por postura editorial.

            Agora sim voltando ao Charlie. Pelo que temos lido, não há na França uma lei como a do Brasil, que normatiza a tolerância religiosa no geral. Nesse caso, o jornal pode publicar, pela lei, a ofensa religiosa que quiser. A discussão sobre se isso é bom ou ruim fica então inteiramente fora do âmbito legal – torna-se uma questão de ética, gosto, etc. Sobre o racismo: eu entendi (posso estar enganada) que também não há na França uma lei geral sobre o racismo (apenas sobre anti-semitismo). Novamente, a discussão vai para o âmbito da ética. Esse é o âmbito no qual o Safatle está tratando a questão, no artigo que enviei (pelo menos no meu entendimento). E eu não vejo porque ela não possa ser feita, nesse âmbito da ética. Não consigo entender por que cada vez que alguém aponta o caráter preconceituoso das charges do Charlie, por exemplo, o assunto gira para a liberdade de expressão. Eu posso não estar discutindo liberdade de expressão nenhuma, mas sim apenas discutindo o racismo…

            Ficou enorme isso, me desculpe – era apenas para tentar responder todos os pontos que você colocou (coisa que aliás ainda nem fiz; vamos conversando).

             

          2. Tolerância religiosa

            Mc, há alguns pontos em teu texto que me obrigam a refletir mais e outro ou outros que penso haver abordado em meu outro comentário de hoje à tarde.

            Queria abordar o que voce chama de tolerância religiosa. Tanto no Brasil como na França, pelo que sei, a Lei garante a tolerância religiosa. Nesses países, como em outros e não todos, o Estado não proíbe ninguém de praticar quaisquer religiões e nem mesmo persegue quem não tem religião alguma. 

            Quem no Brasil, por exemplo, pratica a intolerância, o faz ao arrepio da lei. Vide o exemplo trazido pelo Nassif, o do clérigo de uma religião chutando um símbolo religioso de outra religião. Vamos lembrar as declarações de certos religiosos de algumas igrejas atacando violentamente as religiões de matriz africana. E lembremos também do episódio Datena, quando atacou duramente os ateus e as atéias em uma edição de seu programa e foi obrigado a se retratar. São só alguns exemplos, há mais.

            Isto também é verdade na França. Tanto lá como aqui penso que eventual restrição a alguma determinada cerimônia religiosa ou prática religiosa se deva à eventualidade de determinada religião descumprir o que as leis do país estabelecem como de obrigatório cumprimento por toda a sociedade ou como proibição para toda a sociedade. Se um casal religioso não permitir, por motivos religiosos, que seu filho de cinco anos de idade receba transfusão de sangue e se por causa disso houver risco de morte, o médico, mais que autorizado, é obrigado pela lei a não seguir a vontade expressa pelos pais da criança, não importando que com essa atitude esteja desrespeitando um preceito religioso.

            A tolerância religiosa não deve ser confundida com proibição de exame crítico e satirização das religiões. A intolerância religiosa é a proibição de alguém ou algum grupo exercer a prática de sua fé, ou a falta dela. Alguns países perseguem sistematicamente os cristãos por serem cristãos. Alguns países têm a pena de morte para quem se declara ateu. Isto é intolerância religiosa.

            A crítica e a satirização das religiões estão no mesmo pé de igualdade da crítica e satirização de quaisquer ideologias.

             

          3. Em tempo: Chosmky

            Sobre Chomsky, eu entendo que a visão dele sobre liberdade de expressão é de liberdade irrestrita: tudo deve poder ser dito, mesmo o que possa ser considerado uma atrocidade.

            Mas… ele também defende que *todos* devem poder dizer o que pensam. Isso as pessoas muitas vezes “esquecem de lembrar”. Inclusive, todos devem poder dizer o que pensam daquele que disse o que pensa… sem serem acusados de restringir a liberdade de expressão. 

            Sobre os acontecimentos recentes na França, por exemplo, ele disse o que pensa e disse muito… veja o artigo que ele fez para a CNN (!), e que levou o seguinte título: “Chomsky: Paris attacks show hypocrisy of West’s outrage”: http://edition.cnn.com/2015/01/19/opinion/charlie-hebdo-noam-chomsky/

             

          4. Em tempo 2 (alerta, texto imenso)

            Caro Mauro

            Relendo nossas discussões, percebi que em nenhum ponto eu declarei claramente a minha posição sobre a liberdade de expressão, e com isso, causei diversos mal-entendidos. Então para me redimir, e evitar mais explicações (ninguém deve estar nos aguentando mais aqui), vou tentar dizer claramente a minha posição:

            – Eu sou a favor da liberdade de expressão plena, à la Chomsky. *Plena*: quer dizer que eu não acho que haja nenhum assunto neste mundo, ou nos mundos a serem ainda criados, que não deva poder ser discutido com toda liberdade, por quem quer que seja.

            – É verdade que há coisas que, ao serem ditas, podem ofender indivíduos e comunidades. Na minha visão a liberdade de expressão *inclui* as coisas que, ao serem ditas, podem ofender indivíduos e comunidades. Repetindo: acho que devem poder ser ditas.

            – Isso não quer dizer que eu ache lindo viver em um mundo no qual as pessoas ficam ofendendo as outras – e sim, quer dizer que eu acho mais importante defender que as pessoas possam dizer o que pensam do que proteger pessoas de potenciais ofensas. Porque, de um lado, a liberdade de expressão é fundamental para o desenvolvimento da ciência, para o debate político e filosófico, etc.; e, de outro lado, a separação entre o que é ou não ofensa nem sempre é clara. Em um mundo ideal, seríamos capazes de separar sempre e inequivocamente o que é debate saudável e o que é ofensa. Mas como isso é muito difícil *a priori*, é melhor não regular nada *a priori*, ou seja, o custo de regular a ofensa pesa demais em relação aos benefícios de se poder discutir tudo.

            – Enquanto isso, junto com a liberdade de imprensa, acho que devemos lutar por transformações culturais e sociais que façam surgir uma sociedade na qual as pessoas não ofendam as outras – não porque seja proibido ofender, mas porque elas, em suas éticas, não querem ofender as outras.

            – Dessa luta por transformação social vem o seguinte e fundamental adendo: as coisas ofensivas, ao serem ditas, devem poder ser (1) criticadas e/ou (2) punidas por lei.

            – Exemplo de coisa que acho que pode ser criticada: machismo. Acho medonho, mas não acho que deva ser proibido dizer coisas machistas. E, em compensação, acho que quando eu leio uma coisa machista, devo poder dizer: “que coisa revoltante e machista, seu machista revoltante”; e: “olhem aqui que revista mais machista e revoltante, vamos boicotar”, etc., sem que ninguém venha me dizer que eu estou atentando contra a liberdade de expressão. Você fala o que pensa, e eu falo o que eu penso do que você pensa. Da mesma forma como acho inaceitável a censura, acho inaceitável a repressão à crítica (que é o que eu estou vendo acontecer, nesse caso do Charlie Hebdo).

            – Exemplo de coisa que acho que, além de criticada, pode ser penalizada: não acho nada, a lei é que diz em cada lugar, em termos mais” gerais ou mais específicos. Um exemplo de lei “geral” seria a que regula “calúnia e difamação”, i.e., os indivíduos que se sentirem caluniados ou difamados podem responder às ofensas, qualquer seja a ofensa. Um exemplo de lei específica é a que remete à intolerância religiosa, no caso do Brasil.

            – Por fim, essa visão da liberdade de expressão irrestrita é indissociável de um modelo democrático das mídias. Porque, se todos devem poder dizer o que querem, a mídia não pode ser concentrada – ou só o que esses querem dizer será dito.  Só entendo regulação das mídias nesse sentido: uma regulação que impeça a concentração dos meios e que assegure o direito de plena expressão (inclusive, da plena expressão dos que se sentirem ofendidos pela plena expressão dos outros). Nunca uma regulação que determine a priori o que pode ser veiculado.

            Desculpe o tamanho da coisa, prometo que agora paro.

          5. Chomsky, Gerald Thomas, direito de crítica e penalizações
            Para decifrar o que Chomsky efetivamente propõe, vamos ver onde a gente eventualmente concorda ou discorda não quanto ao mérito da proposta, mas na interpretação do texto. Ele aponta a hipocrisia de quem diz Je suis Charlie e para tal lembra uma série de fatos e uma sua (dele Chomsky) interpretação do caso Siné. Até aí acho que voce e eu fazemos a mesma leitura, ele está denunciando e atacando o “dois pesos e duas medidas.  O que ainda não estou convencido é que ele realmente proponha a livre expressão total. Ele não defendeu isso nem no texto esse publicado na página da CNN e nem no vídeo editado divulgado aqui no blog.  Sem ler sua (dele) defesa dessa proposta, se é que ele a defende, não há como discuti-la. Ainda não encontrei essa suposta proposta, está na minha fila de pesquisas na internet. A deferência para com Chomsky é por sua estatura intelectual. Se ele defende isso, quero conhecer seus argumentos. Já em relação a Gerald Thomas, também gostaria de lê-lo mais e na verdade fazer uma ou duas perguntas para não ter dúvidas sobre o que ele realmente pensa. O artigo de Gerald Thomas na Folha, cujo link eu trouxe em um dos comentários anteriores neste mesmo post, é a mais forte defesa do direito à livre expressão que li. Veja, pelo que voce escreveu, voce concorda com Chomsky menos do que voce pensa, pois a livre expressão que ele parece defender não seria passível de penalização alguma. Repetindo, não está claro para mim o que Chomsky realmente pensa a respeito do assunto e, aproveitando a oportunidade, já agradeço se voce ou alguém que esteja acompanhando a discussão souber de algum seu texto onde ele afirme e esclareça sua posição. Mc, não consigo aceitar que pessoas, alegando direito à livre expressão, agridam outras pessoas por pertencerem a outros grupos étnicos, terem outras orientações sexuais, serem de outro gênero, serem oriundas de determinadas regiões dos países, serem membros de determinados povos. Por isso é que defendo o estabelecimento em lei de limites bem claros e inequívocos sobre os limites à liberdade de expressão, o que implica em uma discussão demorada se for séria e democrática. E, para deixar bem claro, não pode haver censura prévia, as penas da lei seriam sempre aplicadas a posteriori. Quanto ao direito à crítica dos textos e cartuns, pra ficar com o exemplo de Charlie Hebdo, concordo integralmente contigo. Sempre pensei assim e se deixei transparecer que pensava diferente foi provavelmente falha minha. Há uma coisa que queria, no entanto, destacar: Charlie Hebdo publica um cartum. Alguém faz uma crítica a esse cartum. Absolutamente legítimo. Voce faz uma crítica à crítica feita por aquele alguém. Absolutamente legítimo também. Voce não está querendo tolher a liberdade de expressão daquele alguém, está apenas exercendo teu próprio direito à livre expressão. Por fim, sobre a extensão dos textos e a continuação da discussão, não creio que estejamos aborrecendo alguém. É um assunto sério, ultra-atual, está no rol das preocupações do blog, não é só de interesse teu e meu, e tanto voce como eu estamos, com todo o cuidado possível, empreendendo um grande esfôrço para clarear a discussão. Eu sinceramente até queria ouvir mais vozes.  No meu caso, sobre a extensão dos meus textos, assinaria o que Oscar Wilde escreveu como última frase de uma longa carta que dirigiu a um seu amigo: me perdoe pela extensão da minha carta, não tive tempo para ser sucinto. 

          6. Chomsky… 2

            Mauro, muita coisa para pensar no seu post. Mas por enquanto só queria te dizer que, numa boa, eu sou especialista em Chomsky e fã número 5.001 (no caso dele é bastante!), e acho que concordo com ele exatamente o quanto concordo 🙂

            Tem uma bibliografia muito generosa de Chomsky sobre liberdade de expressão… eu recomendaria o seguinte para começar: 

            Some Elementary Comments on The Rights of Freedom of Expression, http://www.chomsky.info/articles/19801011.htm

            O contexto desse texto diz tudo: é o prefácio do livro que negava o holocausto (Robert Faurisson, Mémoire en défense, October 11, 1980), eposídio já mencionado em outro post. Dáuma olhada, e depois conversamos mais!

          7. P.S.: Gerald Thomas

            Eu não consegui ler o artigo do Gerald Thomas que você mandou, porque não assino a Folha, e o site, como sabemos, é fechado (o que, no caso, não deixa de trazer uma bela ironia à tona…). Será que alguém que assina poderia colar aqui?

          8. O artigo de Thomas

            Essa é a íntegra do artigo, a Folha não publicou tudo:

            QUEM RI POR ULTIMO, RI MELHOR !!!
            (IN) Tolerância X Tolerância. A ULTIMA coisa nesse mundo que preciso é lição em direitos humanos. Durante SEIS anos trabalhei na Amnesty International (a sede da organização: International Secretariat – década de 70) em Londres trabalhando pelos presos políticos brasileiros, exilados, desaparecidos e torturados. Depois fui pra “Liga de Liberação dos Povos” do Senador Italiano, Lélio Basso. E depois disso, fui pro Russell Tribunal. Sei do que estou falando. Não é somente das celebridades presas ou exiladas, como Gabeira, Herzog, Stuart Angel e Arraes que falo. Eu visitei quase todas as prisões brasileiras em 1978 (Barro Branco, Frei Caneca, Itamaracá, etc). A lista era enorme: o Doi Codi, a Oban, etc estavam em plena operação (assim como o Fleury no DOPS) e outros esconderijos da ‘ocupação militar’ brasileira pós Ato Institucional numero 5 mandavam ver. E eu la, na sala de “telex” da Amnesty, em Southampton Street, Covent Garden, defendia os estudantes da Convergência Socialista ou dezenas de presos cujos nomes, infelizmente, hoje me fogem a cabeça. Ah sim, Alex Polari de Alverga, Nelson Rodrigues Filho, Vladimir Pomar, Pedro Pomar, Elza Monerat, Iramaya Queiros Benjamin e assim por diante. Faz um mês (ou um pouco mais), eu estava marchando nas ruas de NY (onde moro), protestando o horrendo veredicto do “Grand Jury” sobre a horrenda morte de Eric Garner em Staten Island e Michael Brown em Ferguson, Missouri. Fiz o mesmo ha dois anos quando Trayvon Martin foi assassinado na Florida e deixei flores no ‘makeshift memorial” dos dois policiais mortos em Brooklyn, Wenjian Liu (Chines, 12 anos de USA) e Rafael Ramos, hispanico. Como veem, sou ecletico nas minha homenagens. Gostaria de estar hoje em Paris – nessa marcha de 1 milhão pra ser mais um na multidão, apostando nessa utópica sociedade livre e na mais utópica ainda “liberdade de expressão”. Mas não estarei. Mas fico feliz ao ouvir que QUARENTA chefes de estado estarão: de Netanyahu a Mahmud Abas! Que ironia! A ultima “marcha de 1 milhão” da qual participei foi em Londres, 2003, pra tentar evitar que Tony Blair se juntasse a Bush na inútil, banal e estúpida invasão do Iraq ( e olha a merda que deu!) Sim, defendo toda e qualquer liberdade de expressão, mesmo depois desse trágico evento de Paris que matou os cartunistas do Charlie Hebdo e mais pessoas num mercado Kosher. Sei o que é racismo: fui criança em Erwin ,Tennessee e, confesso que vi as piores coisas, presenciei os mais horrendos comentários sobre negros – era o centro da “segregation” (junto com Alabama, etc), justamente quando o maior de todos os lideres, Dr. Martin Luther King Jr, estava marchando pra Washington e….bem… Sei o que é xenofobia: mais da metade da minha família foi exterminada em vários campos de concentração na Alemanha (de Auschwitz até Buchenwald) e nem por isso deixo de ser fã incondicional de Richard Wagner e enceno suas óperas. Sei o que significa ‘odiar o inimigo”, já que fui educado com o holocausto na cabeça mas com um pai protestante luterano que tinha uma ampla visão de mundo e – depois de ter lutado dentro da Alemanha em plena Segunda guerra (a favor da Resistência pro Forças Aliadas), olhava o mundo pasmo, assim como meu mestre Samuel Beckett, olhava o mundo pasmo, de sua janela no Boulevard St Jacques, nessa mesma Paris depois de ter feito o mesmo: trabalhou na Resistance. Mesnmo tendo minha família exterminada em Auschwitz, admito qualquer forma de cartoon, sacanagem, piada, etc a respeito dessa cultura (judaica) da qual faço parte. Nada (ou pouco) sei sobre o Judaísmo. Nem me lembro das “datas sagradas” – pois pra mim essas datas viraram uma espécie de transtorno bipolar. Não se comemora Ramadan ou Yon Kipur ou Natal pra celebrar nada. Comemoram-se as “diferenças”. Uma espécie de competição olímpica horrenda que confina cada credo ao seu guetto, afirma sua superioridade, e ataca os outros. ODEIO VACAS SAGRADAS. Eu sou a favor do FIM aos tabus e das Vacas Sagradas. Palhaçada tudo isso! Mas, MESMO assim, mesmo assim!!!, admito sátiras aos cadáveres dos meus parentes! Sou filho da contra-cultura, pus meus pés na lama de Woodstock e até hoje acredito naqueles valores “Freedom, Freedom, I’m a motherless child” e acredito (inutilmente) no Star Spangled Banner que Hendix inverteu, distorceu e transformou nas bombas que caiam sobre Vietnam. “É tanta liberdade que não há mais como provocar”, dizia o Wolinski em 1993, passando pela favela da Rocinha, no Rio.
            Wolinski foi morto na quarta feira passada, na redação do Charlie Hebdo. Merda!. ODEIO qualquer forma de racismo. Sou uma figura publica e eu ja disse a que vim e a que veio (que feio!), faz mais de 4 decadas. Sou de teatro e do teatro! Da farsa ao realismo, da satrira as lagrimas, me coloco no palco “fingindo encenar a mim mesmo”, usando atores ou cantores liricos numa tentative de reinventar o “mundo ideal” – sendo que essa Torre de Babel ja deu!!! E tento escrever (sim é desespero incrivel) , tento depor sobre a minha época, sobre os conflitos do tempo presente em que vivo. Qualquer coisa DIVISIVA É HORRIVEL. Somos HUMANOS porra! To cagando se é mesquita, sinagoga, igreja católica, templo evangélico, templo bhuddista ou o caralho a quatro. Qualquer pessoa que LEVA A SERIO demais o fato de nos satirizarmos uns aos outros, que vão a merda!!! Ou se enterrem Vivos ou mortos vivos ou (quase mortos)!! Sim, sou intransigente no que diz respeito a liberdade de expressão de cada um: e sou ainda MAIS INTRANSIGENTE quanto MATAM EM NOME DE ALLAH, DE MOHHAMED, de Cristo, de comunismo, de Nazismo, de Fascismo, de qualquer “ismo”. Protestei nas ruas de Nashville e de New York na dedada de 60 e 70 contra a Guerra do Vietnam. Junto do nosso parco movimento, havia um cartunista de NY (Jules Feiffer) e tinha o Pasquim do Ziraldo e Jaguar e Francis no Brasil e tinha o Private Eye em Londres e tinha o Monty Python – que valia por todos (em especial: “THE LIFE of Bryan” – com sua sátira sobre o apredrejamento (stoning) ou a própria crucificação ou as varias milhares de dissidências entre as frentes de libertação da Palestina. Caricaturar NUNCA é crime. Caneta e lápis não matam ! Exageram, humilham, nos fazem cócegas, mas não matam. Aceito QUALQUER caricatura a respeito da minha família contida em cinzas em em cinzeiros (que tanto vi nas minhas épocas da Triligia Kafka em Vienna, no Wiener Festwochen em 1989)!!!. Posso ficar incomodado com desenhos de cinzeiros cheios com a legenda “aqui dentro, uma pilha de ex judeus” – mas não saio por ai metralhando as pessoas. E quando urram da platéia “Judeuzinho volta pro campo”, como berravam na minha platéia em Tristão e Isolda no Municipal do Rio em 2003, eu abaixo as calças e mostro a BUNDA!!!! Uma caricatura pode apagar a outra, como a borracha, lado oposto do lápis que a desenha. Sim, mostrei a BUNDA e fui processado por evangélicos hipócritas e fanáticos (Rosinha, Garotinho, essa cambada). Mas, um ano depois, e muita grana gasta com advogados, acabei absolvido pelo STF em Brasília. Eu faria tudo de novo, assim como esta em plena reunião de pauta nesse momento, a equipe que sobrou, do Charlie Hebdo. O próximo numero terá 1 milhão de exemplares. Deja vu? Talvez. Afinal, bati nas portas da Amnesty International na década de 70 porque eu havia recebido a noticia, via The Guardian, de que o Pasquim todo havia sido preso, inclusive meu futuro sogro, o Ziraldo. Tradições geram preconceitos.
            A merda com as tradições! A merda com os preconceitos! Ninguém vai nos calar, jamais. Podem nos oprimir por um tempo, podem matar alguns, podem torturar com choques e waterboarding, podem tentar nos massacrar de todas as formas mas…QUEM RI POR ULTIMO, RI MELHOR !!! GERALD THOMAS
            Jan 11, 2015    

  97. A religiosidade pode ser vista de vários ângulos.

    A religiosidade como expressão da fé.

    A religião é uma sistematização da fé. E a fé uma característica do ser humano. Logo, em relação à fé individual ou a prática coletiva da fé, a religião, seus limites devem ser apenas os limites imposto pelo código penal.

    A religião como forma de poder.

    Nesse caso vale apenas uma definição: todo poder emana do povo e por ele, ou em seu nome, deverá ser exercido nos termos da constituição.

    Ou seja, a religião como forma de poder é inconstitucional. E, portanto, deve ser combatida. 

    Não é por menos que o Estado deve ser laico.

  98. Então… Se você passarem

    Então… Se você passarem pela rodovia Rondon e virem uma espécie de obelisco na entrada de uma cidade escrito: AQUI JESUS REINA, é a cidade onde eu moro. Os evangélicos tomaram conta da política e da  Prefeitura. Veículos, bens  públicos, cartazes, todos são estampados com essa idiotice. De onde se deduz que mulçumanos, budistas, umbandistas e adeptos do candonblé não podem viver neste reinado.

    No interior de São Paulo, especialmente nas cidades pequenas, as antigas famílias grandes puxadoras de voto foram substituidas pelos pastores das Igrejas Evangélicas e como a Igreja Catótica retirou-se da política e da atuação social após o infame e despreparado papado de João Paulo II o obscurantismo e fanatismo está tomando conta das pequenas cidades.

    O promotor da cidade passa todos os dias pelo “obelisco” e não consegue enxergar nada de errado. Deve ser da facção do Dellagnol. A famíla evangélica (e eu não tenho nada contra os evangélicos mas contra o fanatismo e o preconceito) que domina a política da cidade há 16 anos estão metidos em falcaturas até a cabeça e dois deles estão com direitos políticos cassados e o atual prefeito enfrenta um processo de cassação. Mas como Aqui Jesus Reina… serão perdoados.

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