Os problemas do estilo Dilma de centralização

Um dos grandes vícios de gestão no Brasil foi o excessivo poder conferido aos financeiros das empresas no período hiperinflacionário e mantido por algum tempo após o fim da inflação.

Com o fim da hiperinflação e a previsibilidade inflacionária, o financeiro foi colocado no seu devido lugar. A ele cabe viabilizar investimentos, avaliar impactos financeiros das estratégias e definir limites para os gastos. E que não avance além das chinelas.

Mas no âmbito da administração pública foi mantido o mesmo vício de tratar o Ministério da Fazenda e a Secretaria do Tesouro Nacional como instâncias acima dos demais ministérios.

***

Os Ministérios sociais trabalham de forma colegiada, Inter setorial, com consultas aos clientes (os cidadãos). Por isso mesmo, têm produzido a parte mais eficiente e moderna da gestão Dilma.

A Fazenda e o Tesouro limitam-se a cumprir cega e burocraticamente as ordens da presidente, sem nenhuma análise das externalidades das medidas.

Tem que cortar despesas? É o próprio Tesouro que define onde e como cortar em cada Ministério. Tem que conceder um incentivo? A Fazenda atende os desejos da presidente sem analisar consequências.

Cada decisão tem impactos em outras áreas; cada isenção fiscal tira o espaço para outras estratégias fiscais.  Por isso mesmo, não pode sair da cabeça de uma só pessoa.

***

Há inúmeros exemplos de como a autossuficiência conduz a erros:

Isenção de IPI para venda de automóveis

Objetivo: estimular a indústria automobilística, ajudando a segurar o emprego e impedindo queda maior no PIB industrial.

Pontos negativos: acentuou os problemas de mobilidade nas grandes metrópoles. Reduziu os repasses para estados e municípios, impactando os gastos obrigatórios em saúde.

Vácuos incompreensíveis: poderia ter exigido como contrapartida: 1. Metas de exportação. 2. Metas tecnológicas de melhoria do desempenho ambiental e melhoria na utilização de etanol.

Juntando todas essas pontas, foi a melhor política para o momento?

Isenção de encargos sobre folha

Objetivo: garantiu emprego formal em alguns setores.

Pontos negativos: reduziu o espaço fiscal para medidas de impacto horizontal, como redução de PIS-Cofins. Inviabilizou setores que não foram contemplados pelas medidas, como o caso dos terceirizados da aviação civil. Criou uma barafunda contábil, ao definir isenção por produtos e não por empresas. Não perenizou os empregos por não garantir a continuidade da isenção.

Redução da conta de energia

Objetivo: reduziu o custo Brasil.

Pontos negativos: liquidou com fundos setoriais cujos recursos tinham destinações específicas. Provocou perdas patrimoniais expressivas para algumas estatais. Sobrecarregou o Tesouro por erros de cálculo.

São medidas que impactam vários setores, que têm repercussão sobre a economia, as contas públicas, os cidadãos. É correto que sejam definidas por uma só pessoa, sem avaliações maiores, ainda que sendo a presidente eleita?

O governo Dilma tem as ferramentas necessárias para promover uma revolução gerencial no Estado brasileiro. Na área social, há uma experiência consolidada de trabalhos inter setoriais que poderá ser estendida para a área econômica. Na área de desenvolvimento, uma estrutura subaproveitada de conselhos empresariais (no âmbito da ABDI). Na área de infraestrutura, experiências incipientes de institucionalização dos investimentos no âmbito da EPL (Empresa de Planejamento e Logística).

Falta apenas um detalhe, importante, pessoal e intransferível: a presidente, abrir-se para essas formas modernas de gerenciamento e de participação cidadã.

Luis Nassif

48 Comentários

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  1. Excelente.
    Apenas dois

    Excelente.

    Apenas dois questionamentos:

    No início do governo Dilma se observou que ela foi à Folha, à Globo, se reuniu com empresários, incentivou a produção, reduziu custos e qual foi a resposta destes setores?

    Mantega, Ministro da Fazenda, foi bombardeado incessantemente desde que assumiu o Ministério por esses mesmos setores acima?

  2. Falta Rumo, Norte e Estrela

    Uma Presidência que não tenha clareza de objetivos, táticas e estratégias não consegue produzir nada que preste e seja duradouro.

    Taí o governo lame duck ( pato manco) da Dilma para não me deixar sozinho nesta.

    O caso do aumento real do salário mínimo é emblemático.

    Vamos a passos largos para a destruição dos empregos, com o fim da cadeia produtiva e no final a redução dos ganhos e perdas maiores. A baixa da Selic foi a mesma coisa, mas como pegou setor mais organizado  a reviravolta aconteceu antes.

    Podem fazer as manifestações que quiserem, só os funcionários públicos, que deveriam ser demitidos e contratados outros no seus lugares, é que continuarão com as mamatas e privilégios odiosos.

    1. Mamatas?

      Mamatas e privilégios odiosos?

      De quais funcionários públicos você está falando?

      De que qual poder? Judiciário, Legislativo, Executivo?

      É importante definir melhor isso.

       

      1. Privilégios são sempre odiosos

        Tudo que causa inveja aos outros é passível de ser encarado como privilégio.

        Assim, como todos os privilégios são odiosos, muitos que invejam interpretam as vantagens exclusivas como privilégios.

        O funcionalismo público, por seu caráter especial, especialmente nas funções exclusivas dos Estado, concede certos privilégios mas que vêm atrelados à responsabilidades, pois a função é especial e a sociedade, o povo e a Nação esperam destes indivíduos que se comportem de forma diferenciada frente a desafios especiais.

        Mas Alessandro, você me parece boa gente, têm certeza que quer discutir sobre privilégios do funcionalismo público, tenho a impressão que isto é um vespeiro pior do que a CPI da Petrobras?

        O assunto da mensagem é o fim do aumento real do salário mínimo e, pior, sua perda de poder aquisitivo ou diminuição da massa salarial em poder do povo brasileiro.

  3. Renúncia fiscal, energia e tributos

    Pois é Nassif, se ela errou nestas três áreas prioritárias (foi você quem disse), então tem que sair mesmo. É claro que outros podem ter opiniões diversas. O que acho curioso nos fanáticos é achar que é um absurdo sequer cogitar a hipótese de mudar de rumo. Bom, mas é aquela história, se eles penssassem não seriam fanáticos…

    1. Salve Simão Bacamarte.

      Bem, legal mesmo, divertido é ver o fanatismo fazendo pose de racionalista. Como nos ensina Foucault e Machado de Assis, é tudo um questão de classificação.

      Vamos todos rumo a Casa Verde, este é o convite dos “racionais”

      Uai, como eu vou fazer política e defender o que eu acredito, se eu tenho que me subordinar aos “racioanlistas” que me dizem qual é o rumo?

      Quem detém o santo graal da verdade na luta política?

      Piada.

      1. Você é fanático?

        Estou partindo deste pressuposto, uma vez que você respondeu meu post criticando. Você falou que sou fanático posando de racionalista. Só uma dúvida, o Nassif tb é? Do jeito que este blog está ficando daqui a pouco vão querer censurar o próprio Nassif…

        1. Dai a necessidade de um pacto pelo bem do Brasil suprapartidario

          O policiamento ideológico está cada vez mais feroz por aqui, mas a verdade nos liberta destas falsas amarras.

        2. Mais louco é quem me diz…e não é feliz…

          Bem, se você está me fazendo esta pergunta, tá precisando mesmo de ajuda.

          Mas eu, como bom fanático que sou, te respondo: Somos todos!

          O problema são aqueles que desejam classificar os outros. 

          Quanto à censura, não se preocupe: quem detém a chancela não é você, nem eu…e parece que o criticado acabou por aceitar e publicar a crítica, logo…

           

  4. Tucanalhas x petralhas , petralhas x tucanalhas.

    Este eh o pano de fundo da vida política brasileira atual. Dilma tem características gerenciais próprias e uma inquestionável  determinação para atingir seus objetivos. No mundo  da administração o estilo  do gerente pouco diz sobre os resultados que ele possa atingir. São inegáveis nossos resultados quanto a inclusão social e atenção aos mais desfavorecidos. Já no mundo das atividades econômicas  a guerra petralhas x tucanalhas e viceversa tem feito estragos desnecessários . Da mesma forma, a intolerância que se observa nos freqüentes choques entre os novos atores da nossa sociedade de consumos e seus tradicionais ocupantes tem mostrado resultados cruéis com significativa perda de qualidade da nossa sociedade, cujos exemplos mais gritantes são assistência médica e segurança. O comportamento da mídia tradicional só tem se mostrado ativo na degradação civilisatorio entre nos. Lamentável.

  5. O milagre da descentralização.

    Ninguém deve discutir questões religiosas. São do escopo privado, pertencentes ao patrimônio moral do interlocutor.

    Os mantras do blogueiro no sentido de provocar um debate, na verdade, um desgaste ao governo, no que tange a questão “gerencial” é um destes fenômenos.

    Por mais que falemos e mostremos os fatos, ele continuará a bater nesta surrada tecla. Ele CRÊ nisto.

    E claro, como bom crente, ele pesca algumas evidências para dar contornos de verdade ao seu dogma de preferência. Vejamos o caso do IPI. As críticas estão corretas, quer dizer meio-corretas. Ele esqueceu de dizer que a diminuição dos repasses foi compensada, em parte, pelo aumento de IPVA nos Estados e Municípios (na razão 50 a 50%), e na outra parte palo aumento de receita de ICMS gerado pela cadeia produtiva do automóvel, como serviços, peças, etc, e na possibilidade factível de redistribuição da cadeia produtiva para fora do eixo SP, mesmo trazendo os efeitos nefastos da guerra fiscal, é verdade.

    Outra coisa é óbvia: No sistema capitalista, não haverá quem ganhe sem alguém que perca. É o caso da isenção de encargos e dos custos de energia.

    O governo olha, vê quem tem gordura para queimar e adota as medidas que acha plausíveis.

    Mas o blogueiro coloca como se as medidas do governo pudessem atender a todos, de forma isonômica e indistinta. Não respeita o fato de que pode ser uma opção, adequada ou não, de acordo com a posição do interlocutor e seus interesses, mas legítima, com outorga das urnas, portanto…

    Por fim, fica a pergunta: Como “revolucionar” a gestão do Estado sem revolucionar o próprio Estado? Como trazer “métodos” gerenciais e estratégias revolucionárias sem que o nosso arranjo institucional aponte nesta direção?

    Sim, colocamos a gestão econômica no mesmo nível colegiado, concordo, e criamos uma instância tecnocrática gerencial com superpoderes? Conselhos e colegiados subvertendo a noção presidencialista? Parlamentarismo de gabinete?

    Como destravar o controle do capital sobre os mandatos, e sua sanha rentista sobre os orçamentos púbicos? Basta colocar o Tesouro e a Fazenda um nível abaixo?

    Mas como eu disse, questões de fé a gente respeita…ainda que considere tolice.

    Mistérios da fé…

    1. Quem não tem competência…

      Quais foram as contrapartidas exigidas por parte das montadoras para receber esse enorme benefício? Nenhuma. Hoje a indústria, cujas vendas caíram nos últimos meses, coloca a faca no pescoço do governo, exigindo mais vantagens. Agora o governo vai pedir cooperação? Sem chance. Só se consegue negociar em posição de força.

      Quanto à isenção dos impostos, não estou sequer entrando no mérito ou no fato de que alguns setores ficaram prejudicados. Na época eu trabalhava na área financeira de uma indústria; a forma com que a medida foi implementada foi simplesmente ridícula. Alguns produtos com desoneração, outros não, ou seja, todo mês a empresa tinha que calcular o percentual de faturamento que caía nos produtos beneficiados. Sobre esse produtos cabe imposto sobre a receita; sobre os outros cabe INSS, e essa proporção varia todo mês… Isso sem contar que quando tivemos que passar para o novo regime, o código de recolhimento do novo imposto sequer existia na GPS da Receita Federal. Simplesmente um desastre absoluto na implementação.

      Quem não tem competência não se estabelece…

      1. Caro amigo,
        Compartilho

        Caro amigo,

        Compartilho ideologicamente a aversão ao aprofundamento do estado-finança, como admirador de Marx que sou, embora totalmente leigo na sua teoria, tão atual nos dias de hoje.

        Creio que os incentivos fiscais são um poderoso instrumento de desigualdade concorrencial, mas enfim, o capitalismo é isto: um sistema que prega a concorrência, enquanto trabalha para eliminá-la.

        No entanto, se eu olhar o quadro todo, ou seja, a saúde financeira e econômica do país, o número de empregos, os investimentos externos diretos, a ampliação dos direitos sociais (educação e saúde), através da execução orçamentária, eu tenho a impressão que nossos governantes acertaram mais que erraram, ainda que eu, por princípio, também ache que dar dinheiro para tapar buraco da GM em Detroit seja em escândalo.

        Mas fazer o quê? Qual é a fábrica de automóveis que desenvolvemos? Até a França, um paiseco de segunda têm duas marcas, a Noruega e a Suécia.

        E como você acha que estas fábricas cresceram e tornanram-se globais, apenas com competência? Creio que não.

        Mas voltando ao tema, desde 1950, o Brasil entuba dinheiro para as montadoras, este foi o meio de “modernização” do Brasil, e até hoje é celebrado pelas viúvas de JK.

        Só agora descobrimos o problema moral disto?

        Estranho não?

        Pois é…

        Já o seu julgamento sobre desoneração de produtos e os defeitos na implementação são só ranzinice. Todos os países do mundo escolhem (e às vezes parece aleatória a escolha) onderar uns e desonerar outros.

        Vejam que fazemos isto até na criminalização: Pode se entupir de whiskey e cachaça, mas não pode entupir o nariz de cocaína. E veja que loucura que fica: Morremos pelos bêbados motoristas, morremos porque o mercado de drogas não respeita as proibições.

        Loucura.

    2. É pelos frutos que se conhece á árvore

      Nesta senda de dois caminhos, um leva a virtuose, o outro à perdição, apesar de ser muito mais suave a agradável no princípio.

      O governo Dilma está na colheita dos seu frutos.

  6. Sobre a redução de IPI, temos

    Sobre a redução de IPI, temos outro ponto negativo. O trabalhador que compra um carro deixa de comprar muitas coisas (vestuário, um produto alimentício, um cinema, etc…) pelo peso do valor do carro. Com isso sacrifica muito segmentos em detrimento de favorecer as grandes montadoras (claro que elas são as que mais empregam) e sacrifica os pequenos industriais/comerciantes. Assim como o aluguel pesa muito no salário e atrapalha os segmentos de menor expressão.

    1. Permita-me discordar.

      Embora o veículo seja um componente importante na pauta de consumo, não há dados (pelo menos não foram apresentados) que demonstrem empiricamente que os outros segmentos sejam afetados.

      Não há esta correlação alegada por você, quer dizer, há, mas em sentido contrário: Quando a venda de veículos estava em alta, outros setores avançavam, justamente pela extensão da cadeia produtiva e seus ramos, que repercutem em todos os segmentos sociais, e em todas as cidades, desde mecânicos, mercado imobiliário, lavadores, flanelinhas, indústria petroquímica, até, infelizmente, empresas de suprimentos médicos (com aumento dos acidentes).

      Por outro lado, o declínio recente das vendas não impulsionou outros setores, ao contrário.

      A indústria do carro ainda não encontrou subsitituta como fomentadora da atividade econômica, embora esteja em decadência, ao menos no padrão clássico do tipo ABC década de 70/80.

      1. Este Anubis deve ser de Marte

        Aqui na Terra, como postei recentemente, existe um encalhe de automóveis prontos, na casa dos milhões, espalhados pelo planeta todo.

        A industria automobilística, não só no Brasil, mas no mundo é usada como instrumento de políticas públicas, especialmente no que tange ao uso da mão de obra.

        Seu argumento carece de uma explicação do governo, que foi o autor da medida autoritária que unilateralmente reduziu oIPI do setor sem demonstrar claramente, salvo a manutenção dos empregos até às eleições, os efeitos e reflexos de sua ação, que vai contra o que ocorre no planeta.

        1. Saudações, Venusiano.

          Bem, aqui em Marte, decisões de governos eleitos são legitimadas pela outorga dos eleitores. Este troço estranho se chama represenatividade.

          Por outro lado, se o amigo venusiano olhar, eu não faço um julgamento sobre o IPI, mas apenas discordei das “sentenças” do amigo de Saturno (Nassif) e do mercurial seu Madruga:

          01- Um faz uma anotação de viés único sobre o incentivo, esquecendo o IPVA e o impacto de geração de ICMS ao longo das cadeias produtivas;

          02- O outro saca um “argumento”(?) sobre a indústria calçadista.

          Eu creio que há certo consenso que a indústria automobilística foi o epicentro das medidas anticíclicas do governo Lula e o início do governo Dilma.

          Certo ou errado? Não tenho distanciamento histórico, nem a arrogância venusiana ou saturniana para decretar, lamento.

          Talvez seja a distância de vocês que permita tal visão “panorâmica”.

          Saudações…ou em venusianês: rscve%444U—bzrrr”

      2. Números comprovando não sei

        Números comprovando não sei se tem, mas eu falo pela experiência na minha cidade que tem como forte o setor industrial calçadista. Os próprios representantes e lojistas que vendem o calçado alegaram que o mercado calçadista baixou muito pois muita gente anda comprometendo muito o salário com compra de carro, esses eletronicos novos (tablet, celular, etc) e o calçado sofreu muito com as importações também. Hoje compra um calçado de marca na internet por um preço que as empresas aqui não conseguem competir, e não vem falar que é o lucro Brasil, pois dependendo do produto o preço de venda da internet fica perto do preço de custo. Sei que a indústria automobilistica tem mais peso no PIB e tal, e tem muitos outros setores interligados, mas que foi uma medida que atrapalhou o ramo calçadista foi, pelo menos aqui na minha cidade.

        1. Caro amigo, eu ia contrapor o

          Caro amigo, eu ia contrapor o que você disse, mas você mesmo se contradiz, veja:

          “(…)Os próprios representantes e lojistas que vendem o calçado alegaram que o mercado calçadista baixou muito pois muita gente anda comprometendo muito o salário com compra de carro, esses eletronicos novos (tablet, celular, etc) e o calçado sofreu muito com as importações também. Hoje compra um calçado de marca na internet por um preço que as empresas aqui não conseguem competir, e não vem falar que é o lucro Brasil, pois dependendo do produto o preço de venda da internet fica perto do preço de custo(…)”

          Bem, depois dizer que o incentivo via IPI afetou a indústria calçadista…eu nem vou falar mais nada, só boa sorte!

           

  7. São medidas que impactam

    São medidas que impactam vários setores, que têm repercussão sobre a economia, as contas públicas, os cidadãos. É correto que sejam definidas por uma só pessoa, sem avaliações maiores, ainda que sendo a presidente eleita?

     

    O Nassif realmente acredita que a Dilma tomou essa ecisao sem levar em consideracao outras pessoas. Talvez careca de pensar que ela apenas nao seguiu os conselheiros que ele ouviu, mas outros conselheiros. Nao existe assunto que nao divida opinioes, logo, nao existe uma corrente de conselhos a serem seguidas. Essa imputacao de autoritaria nao vem soh da grande midia e do empresariado “com estimulo animal”.

    1. Prezadaformo minha opinião

      Prezada

      formo minha opinião conversando com membros do governo, com jornalistas que cobrem a área, com técnicos e até Ministros, e até com a própria presidente. Você forma sua opinião sobre a minha sem conversar com ninguém, nem comigo.  

      1. “Você forma sua opinião sobre

        “Você forma sua opinião sobre a minha sem conversar com ninguém, nem comigo. “

        Talvez ela tenha pecado no básico em não perguntar no que você se baseia…

         

        Mas também não acredito que a Dilma decida sozinha tudo, sem consultar conselheiros…

        Mesmo que esses conselheiros sejam os profetas do apocalipe, digo, do neoliberalismo…

      2. Se os ilustres estão dizendo

        Se os ilustres estão dizendo essas coisas todas fazendo-o acreditar que para ações delicadíssimas bastaria a Presidente abrir a mente é porque o buraco é mais fundo que imaginava.

      3. Parabéns!

        Nassif, 

        Como de costume, apreciei o post crítico às ações do governo, pois qualquer leitor não fanático consegue perceber que são críticas que objetivam aperfeiçoar a administração pública, e não fazer oposição política.

        Gostei também da resposta à comentarista, por ter a confirmação de que você tem contatos privilegiados, mais uma vez não por motivos políticos (se fosse, teria que calar-se ou seguir a onda dos fanáticos,  não criticar), mas sim porque faz parte de colher o que você plantou: jornalismo sério e independência de opinião.  Se você forma sua opinião em contatos diretos com eles, certamente há uma troca, e eles também formam as deles a partir das suas (na minha humilde, deveriam dar-lhe mais ouvidos).

        -x-x-x-x-

        Como se costumava dizer, o financeiro das empresas era chamado para tomar medidas de corte de despesas, a fim de enfrentar crises.  A primeira conclusão óbvia a que chegava era: “o cafezinho é supérfluo, cortemos o cafezinho”.  A redução de custos era mínima, e o mau humor da equipe aumentava em proporção muito maior.  Sem falar nas propriedades motivadoras do cafezinho.

        Conheço um engenheiro que, para demonstrar que era bom financeiro, dizia o seguinte: “Dou uma caneta Bic para o funcionário trabalhar, e só dou outra quando ele me trouxer a primeira com a carga totalmente vazia.”

      4. “Talvez careça de pensar que

        “Talvez careça de pensar que ela apenas nao seguiu os conselheiros que ele ouviu”. Vc entedeu o que eu disse Nassif? Não disse que vc não formou opinião sem falar com ninguém, apenas disse que a Dilma pode ter dado ouvidos a outros conselheiras que não aqueles que você ouvira. Agora da próxima vez eu digo Amén, ok?

  8. Nassif, às vezes acho que

    Nassif, às vezes acho que você enxerga o mundo da gestão com lentes cor de rosa demais.

    O financeiro foi colocado no seu devido lugar com o fim da hiperinflação? tem certeza? pergunta lá na Sadia, ou ao que sobrou dela. Pergunte lá na TAM. pergunte em muitas outras grandes empresas se é assim mesmo (mas por favor, não pergunte ao financeiro, tá?)

    Essa subordinação às Finanças não acontece só no governo federal, está espalhada pelo mundo afora.

  9. Não sou economista e muito

    Não sou economista e muito menos analista de políticas públicas e privadas. Como uma xereta, apenas acho que os comentaristas de todas as opiniões estão se esquecendo da crise mundial e do desemprego, quando a Dilma iniciou seu governo. Isto posto, acredito que ela priorizou,  não a indústria automobilística em si, mas simplesmente optou pela que mais empregos gerava, evitando o desemprego em nosso país. A meu ver, agiu acertadamente,  devido a situação mundial , em que até as grandes nações entraram em desespero.

  10. Falta mais!

    Falta equipe, rumo, projeto, liderança de um estadista! E as reformas estruturas e infraconstitucionais, paradas desde a saída de Palloci.

    Parabéns Nassif, são posts assim, que enxergam além da manada petista, que calam a boca dos que o chamam de “chapa branca”.

  11. Dilma precisa urgente encontrar o seu “Haddad” para a economia:

    Precisa voltar a pensar o país, virar a página do “desenvolvimentismo torto” do Mantega e o “monetarismo politicamente correto” do Palocci.

  12. A redução da energia

    A redução da energia funcionaria muito bem se houvesse governos alinhados ao Planalto nos estados onde estão as principais companhias energéticas (Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Goiás).

    O PSDB boicotou a redução da conta de luz, redução dos custos para eles, apenas se for para agradar especuladores/rentistas.

  13. O problema da Dilma não o seu

    O problema da Dilma não o seu estilo péssimo, o problema da Dilma é ela mesmo, a Dilma é muito ruim. Falando francamente, Dilma é uma tragédia que nos assonbra, petistas e oposição….sem falar no resto….

  14. ..estilo Dilma de centralização…seu Nassif sabe nada, inocente

    …estilo Dilma de centralização…seu Nassif sabe nada, inocente, do que seja um Estilo Centralizador de Palácio de Governo Absolutista.

    CINE-GOURMET DO SEU NASSIF

    Os Sabores do Palácio (Les Sauvers du Palais, 2012), filme de Christian Vincent

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=qdoWpItCD7A%5D

     

     

     

     

  15. Por que admirar quem sai das platitudes?

    A História da humanidade contraria frontalmente os ensinamentos do discípulo de Sócrates. As visões idealizadas de Platão sobre mundo hoje servem como referência de consensos, de unanimidades.

    Políticos, que fizeram e/ou fazem parte da história mundial, exemplos: Hitler, Mussolini, Stalin, Roosevelt, George W. Bush, Obama, Putin; assim como aqueles que fizeram e fazem parte da história brasileira, exemplos: Getúlio, Médici, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma, tem  traço que deveria ser avaliado, e considero, admirado, por todos nós: a liderança. A liderança implica basicamente em largar as platitudes e não delongar em demasia antes de tomar uma determinada decisão.

    Fui replicado pelo Nassif depois de ter feito comentário em um post dando conta da famosa pecha de intransigente que Dilma Vanna Roussef, hoje presidente do Brasil, carrega. O meu questionamento é sobre a tendência de se fazer julgo sobre decisões de líderes que não nos agrada. Isso sempre irá existir. O blogueiro tem contatos em Brasília e é talvez uma das pessoas mais bem informadas sobre o Brasil atualmente. Contudo, há nos últimos tempos insistência em criticar decisões  como se únicas válidas seriam aquelas baseadas em especifico “background”.

    No exercício da liderança, até mesmo em países autoritários, o líder habitualmente tem seus conselheiros oficiais, e os não oficiais, mas isso não necessariamente significa que ele, o líder, não possa ter seu próprio ativismo. Costuma-se dizer que toda decisão depois de tomada é a correta. Eu tendo a concordar muito com essa declaração porque assumir posicionamentos é uma das tarefas mais complicadas na política, tendo em vista que o consenso jamais será alcançado.

    As decisões que o Nassif apontou como sendo erradas foram decisões com base em conselheiros também, e no próprio discernimento da presidente. Não se discute aqui que elas não foram erradas, sim elas foram, como o próprio Nassif mostrou com argumentos sólidos.  O que pontuo é que caso Dilma tivesse seguido as alternativas sugeridas pelo Nassif não há qualquer garantia de que essas medidas seriam mais efetivas e sobre suas consequências no médio e longo prazo.

    Ela tomou a decisão, saiu da platitude do discurso consensual, e se arriscou a ser criticada. Isso não tem nada a ver com pecha de autoritária, apenas com o exercício de liderança, sujeito aos erros e acertos. Ao insistir nessa pecha de autoritária, o blogueiro soa como sendo uma crítica  dos conselheiros do Rei que não foram ouvidos.

    Não se trata apenas de defender Dilma em qualquer ponto, trata-se apenas de não adjetivar porque meus conselhos não foram ouvidos. É nesse ponto que tendo a admirar todos os homens e mulheres públicas que decidem implantar seus projetos mesmo sabendo da carga de adjetivações que irão receber por seus erros. Criticar é natural. é um direito nosso. Por exemplo, eu critico FHC e sua política durante o Gov. PSDB, mas isso não me tira a capacidade de admira-lo quanto a tomada de decisão, poucos de nós tem a coragem para simplesmente apertar o botão, e nessa falta de decisão o que  é melhor mesmo é  sentar nas ideias de mundo perfeito, platônico.

  16. Dilma não é lider!

    Querer empurrar Dilma como lider é empulhação!

    Lula a seu modo tinha liderança  e muito mais articulação! Luiz inácio ouvia, ponderava e decidia, muitas vezes contra sua propria vontade!

    A impressão que tenho é que a Presidenta decide, informa os ministros para se adaptarem a situação e finalmente escuta as opiniões normalmente a favor do que ela decidiu! Não é a toa que seu ‘staff’ pessoal de ministros é composto por pessoas apagadas!

    Peca por tentar presidir o Brasil sozinha e deixa o PT pautar seu governo com projetos de cartilha, as ‘reformas de base’ (muitas das quais populistas e eleitoreiras), que podem sair caro ao pais. Em outras palavras, não se preocupa com decisões do congresso, além de estar permitindo um afrouxamento geral no pais, segurança publica é um dos exemplos mais fortes!

    Como falo sempre: o problema da Presidenta, que é essencialmente trabalhista, é o PT!

    Porém, não deixo de lado a excepcional capacidade de Dilma em gerenciar projetos, tocar e finalizar obras. Falta uma pós graduação na politica, já liderança é talento, não se aprende em banco de escola!

  17. O problema da Dilma

    O problema da Dilma é a total parcialidade da mídia. Em tudo que o governo faz, procura-se o pêlo para dizer que “tem o problema do pêlo”. Em contrapartida, outros politicos, com problemas gigantescos, porem do lado “bom”, recebem um tratamento obsequioso.

    Comparem por exemplo, a abordagem do problema da água em São Paulo, com o programa “mais médicos”. Comparem o tratamento na imprensa para estes dois casos.

    Vejam a quantidades de quadrilhas desbaratadas pela policia federal. Fala-se de aumento de corrupção, não se fala do aumento brutal de eficiencia e produção da policia federal totalmente reequipada pelos governos Lula e Dilma.

    Vejam os absurdos de violencia com as proprias mãos, como é o caso  da moça que voltava da Igreja e foi brutalmente espancada até a morte. Ninguem aventou a hipotese  disto ser resultado da enorme campanha da mídia instigando a população contra “governo e politicos”.

    Vejam as cobertuas de escandalos: para alguns partidos, há a citação nominal ” fulano de tal do partido X”, para outros politicos, do outro espectro, é citado apenas ” o politico X’. 

    Portanto, por mais feliz que se a analise técnica acima, e eu discordo dela, o que é necessário neste momento é uma abordagem mais politica de todas  estas questões.

     

     

  18. “…Falta apenas um detalhe,

    “…Falta apenas um detalhe, importante, pessoal e intransferível: a presidente, abrir-se para essas formas modernas de gerenciamento e de participação cidadã…”

    Nassif, entenda uma coisa:

    Comete equívoco considerável quando insinua que planos grandiosos podem ser resolvidos a partir da ação resoluta deste ou daquele indivíduo, no caso os presidentes da república.

    Realmente não sei o que o faz pensar de tal modo, qual teoria embasa o raciocínio e conhecimento que imagina ter do assunto.

    Se eu sei que você sabe que ser Presidente de um país como o nosso com graves problemos sociais, políticos e econômicos exige do lado da solução um tão formidável cardápio de ações, projetos, planos e planejamentos, pessoas, grupos, associações e instituições, tempos medidos no curto, médio e longo prazos…

    Práticas, técnicas, ciências e sabedorias, história, geografia, teoria política, ciência de governo, teoria política, sociologia etecetera e tal.

    Por que diabos acha que a coisa andará só porque a Dilma precisa entender meu deus do céu.???

    Agora, o seguinte:

    Talvez ela saiba o que tem que fazer, talvez não. Se ela sabe o que fazer isso por si só não basta, pois até hoje não o fez.

    E se é o caso dela começar a saber (sua proposta), talvez não tenha condição de realizar simplesmente porque não crê ser capaz de promover um verdadeiro desarranjo da estrutura que herdou.

    Dito de outro modo, para o que espera que ela faça não bastam ministérios abertos a participação popular,

    Mas um número mais enxuto destes numa perspectiva de montagem da matriz ministerial (que já é dificílimo), estratégia de longo prazo, controle eficiente da agenda de governo com o monitoramento de problemas, aproveitamento político das oportunidades, redefinição da dinâmica federativa, descentralização do poder e por aí vai…

    Faz muito tempo que nada disso é testado no plano federal. E testá-lo significa reduzir um bocado a força da atual coalizão.

    Não é trabalho para uma única pessoa…Vai me desculpar muito.

    1. Você acusa Luis Nassif dos mesmos erros que você carrega

       

      Chico Pedro (Sábado, 24/05/2014 às 10:13),

      Primeiro, o sábado ficou estranho no seu comentário. Eu vi sexta-feira seu comentário e pensei em comentá-lo, mas não tive tempo. Agora o vejo com esta datação esquisita. Bem, mas este é apenas um detalhe irrelevante que só me chamou atenção ao o indicar como destinatário das minhas divagações.

      O seu primeiro parágrafo é de um primor estupefaciente. Você acertou uma pedrada bem merecida em Luis Nassif. Você acertou exatamente no sério defeito da retórica de Luis Nassif. Já lá nos textos na Folha de S. Paulo, ele fazia estes manifestos em que se estabelecia um ponto de reviravolta com base em uma decisão, em uma tomada de posição, muitas vezes individual. No fundo, entretanto, o discurso dele contava só com a retórica e com um voluntarismo em que ele atribuía a alguém maior capacidade ou poder para mudar do que a pessoa tinha e que também a realidade ou circunstâncias permitiam.

      Agora, é preciso ver que a retórica de Luis Nassif tem um fim específico. O texto dele vai sair em outras paragens. Terá leitores petistas e anti petistas. E um segundo ponto é que Luis Nassif nunca fez campanha contra o que eu chamo de slogans mentirosos do PSDB (Somos pela ética na política, somos contra o fisiologismo, governo bom o povo põe, governo ruim o povo tira, a inflação é o mais injusto dos impostos). A bem da verdade, Luis Nassif embarcou em todos os slogans mentirosos do PSDB. E assim se no futuro Dilma Rousseff ganhar as eleições, Luis Nassif dirá que ela ganhou porque fez as mudanças que a tornaram um bom governo. E se ela perder é porque não fez.

      Os slogans que eu chamei de mentirosos, eu só os chamo de mentirosos porque são do PSDB. Há pessoas ingênuas que acreditam nesses slogans. Quando são elas que reproduzem esses slogans eu os qualifico como slogans ingênuos de pessoas com a característica da ingenuidade. Só que no caso do PSDB, com a formação intelectual de muitos da cúpula dirigente tendo sido feita nos Estados Unidos e o pleno conhecimento do funcionamento da democracia por parte de lideranças importantes do partido, era impossível não saber que os slogans que eram reproduzidos eram falsos. Uma democracia é mais fisiológica quanto ela é mais democrática. Para reduzir o fisiologismo é necessário aumentar o autoritarismo e reduzir a participação popular. Um modelo centrado no planejamento em que tudo fica pré-definido precisa de um centralismo e de uma prevalência do interesse técnico e precisa contar com o suporte do autoritarismo para ser implementado e acompanhado com fidelidade. É muito neste sentido que eu sempre, ao fazer a comparação da democracia americana com a democracia europeia, procuro mostrar que os Estados Unidos são mais democráticos do que a Europa.

      É bem verdade que um modelo centralizador e autoritário com um norte técnico refletido na idéia de planejamento pode fazer a democracia apresentar a característica da igualdade com mais facilidade. Na Europa a participação popular é menor do que nos Estados Unidos, pois nos Estados Unidos há menos regras tolhendo a ação do representante da população. É neste sentido que eu digo que os Estados Unidos são mais democráticos do que a Europa. Só que a igualdade é razão e fim da democracia. Quanto menos igual for uma sociedade menos democrática ela é ou tem condições de ser. E assim por ser mais igualitária a Europa é mais democrática do que os Estados Unidos. Os limites e potencialidades da democracia precisam ser mais bem conhecidos até para compreendermos de que lado estamos no processo político. Sem esse conhecimento muitas vezes propomos medidas que ou aparentemente são contra a nossa ideologia ou sao contra nossa aparente ideologia.

      Então, voltando aos slogans do PSDB, lembraria que sempre considerei que eles eram falsos e eu considerava que, com o conhecimento que os próceres do PSDB tinham da política, eles sabiam que os slogans eram falsos. Assim, o fisiologismo é da essência do processo democrático (Processo que só existe na democracia representativa e que em razão do poder que os grupos minoritários alcançam com a possibilidade de acordos e conchavos faz a democracia representativa superior à democracia direta que sendo pontual torna-se excludente dos grupos minoritários). O que norteia a atividade política feita pelos representantes que não podem renunciar ao interesse do representado é a legalidade e não a ética.

      Inflação baixa significa ou recessão ou juros reais altos e, portanto, ou os trabalhadores estão desempregados ou os rentistas ganham mais com os juros reais altos. Então a frase inflação é o mais injusto dos impostos ao fim e ao cabo vai-se provar falsa.

      E não existe nenhuma comprovação científica de que governo bom fica e governo ruim sai. A análise do que é bom ou ruim é subjetiva ou seja depende da ideologia do avaliador. Um governo bom para uma determinada ideologia é um governo ruim para outra ideologia.

      Então o texto de Luis Nassif é crítico do governo de Dilma Rousseff e com isso ganha admiradores entre aqueles que são críticos ao governo de Dilma Rousseff e ao mesmo tempo abre o flanco para em caso de vitória de Dilma Rousseff ele poder justificar a vitória dela no fato de ela ter adotado as idéias que fizeram do governo dela um bom governo.

      E você critica o Luis Nassif por ele ter deixado a porta entreaberta para dar entrada a boa justificativa de Dilma Rousseff vir ganhar as eleições. Critica de modo correto, pois não é possível que de repente tudo mude e que para tudo mudar só seja suficiente a vontade de Dilma Rousseff.

      Só que mais à frente você passa a ditar normas sobre o bem governar. Primeiro você estabelece a necessidade de bem saber. Diz você:

      “Talvez ela saiba o que tem que fazer, talvez não. Se ela sabe o que fazer isso por si só não basta, pois até hoje não o fez”.

      Então se a Dilma Rousseff soubesse e tivesse feito – sendo que você considerou que como ela não fez é porque ela não sabe – então tudo teria sido resolvido. O que fica parecendo que você não aplicou em você a crítica que você bem fez a Luis Nassif. Este é o problema que eu venho mencionado há muito quando utilizo os seus comentários para também fazer a crítica a algum texto. Você coloca o planejamento como a solução de todos os problemas sem atentar para a limitações do planejamento dentro de um sistema capitalista e dentro de um regime democrático. E você faz a sua crítica com base na retórica de tal modo que tem tanta validade o que você diz como a negativa de sua retórica.

      Veja que a partir da frase em que você diz que a Dilma Rousseff não sabe o que deve ser feito, você estabelece o que seria necessário fazer para resolver os problemas da Administração Pública Brasileira. Você até que é objetivo e não fica só com palavras vazias como mudança, alteração. Assim, você diz logo de início que seria preciso que Dilma Rousseff promovesse “um verdadeiro desarranjo da estrutura que herdou”. Não se pode negar que aqui você foi incisivo e não ficou em cima do muro. E propós medida que denota coragem.

      Aqui como eu disse você foi objetivo. Só que é uma objetividade retórica. Com base em que princípio científico você se aventura a dizer que é necessário realizar uma verdadeiro desarranjo da estrutura administrativa brasileira?

      Aliás, esta crença nestas mudanças abruptas permite aqui duas ponderações. Uma é lembrar que o Luis Nassif acredita muito nesta figura de se fazer esta política de terra arrasada. Aliás, é bem possível que ele quando falava na possibilidade de Dilma Rousseff “promover uma revolução gerencial no Estado brasileiro”, além de abrir o flanco para uma justificativa para a vitória da Dilma Rousseff ele tivesse em mente o mesmo que você ao falar em “promover um verdadeiro desarranjo da estrutura que herdou”.

      E a segunda ponderação diz respeito ao Plano Cruzado. Alguém comentou que o Plano Cruzado, que destruiu a possibilidade de desenvolvimento perene da economia brasileira, não seria adotado se o presidente fosse Tancredo Neves. Jamais uma pessoa ponderada, profundo conhecedor da Administração Pública brasileira, deixar-se-ia conduzir por uma idéia de um economista que gostava de saltar de paraquedas e de participar de corrida de automóvel.

      Eu sempre imaginei que as pessoas que propõem mudança abrupta da estrutura administrativa brasileira não só pecam pela desconsideração do processo de planejamento, como também por um desconhecimento da formação, constituição e evolução da Administração Pública brasileira e mais ainda de uma total falta de responsabilidade com a solução proposta. Aliás uma crítica que eu fazia a Fernando Henrique Cardoso foi ao fato de ele ter declarado que se perdesse as eleições em 1994, ele voltaria a dar aulas. É claro que minha crítica a Fernando Henrique Cardoso não valia muito porque eu sabia que a declaração dele era mais de bazófia e ele sabia que iria ganhar e portanto a declaração dele não tinha valor. Mas fosse uma declaração verdadeira revelaria apenas falta de responsabilidade.

      E na sequência você vai relacionar mais propostas de mudanças, mas em que se pode apontar de um lado um tanto de soberba de se achar como o único a imaginar as soluções ou o criador exclusivo delas e de outro um tanto de ingenuidade de acreditar que aquelas seriam medidas capazes de fazer a transformação que a Administração Publica brasileira estaria a requerer. Aliás, há que se apontar também para certo desconhecimento do funcionamento da Administração Pública uma vez que qualquer leitura mais atento dos jornais falando sobre o orçamento público permite concluir que as medidas propostas já de muito fazem parte do dia a dia da Administração Pública.

      Reproduzo o que você diz para que se possa ver claramente nas suas propostas a presença da soberba, da ingenuidade e do desconhecimento. Diz você:

      “ministérios abertos a participação popular, . . . . um número mais enxuto destes numa perspectiva de montagem da matriz ministerial (que já é dificílimo), estratégia de longo prazo, controle eficiente da agenda de governo com o monitoramento de problemas, aproveitamento político das oportunidades, redefinição da dinâmica federativa, descentralização do poder e por . . . .” .

      É bem verdade que o título deste post é “Os problemas do estilo Dilma de centralização”. Então, a centralização é um pressuposto ao referir-se ao estilo Dilma. Assim você tem um pouco de razão em propor a descentralização do poder. Razão apenas no sentido de que agora há menos descentralização do poder.

      É preciso levar em conta, entretanto, que, dadas as limitações de natureza constitucional, um provável, e que eu tomo como certo, estilo centralizador de gerenciamento do governo por parte da presidenta Dilma Rousseff, produziu poucos resultados de concentração de poder durante o governo da presidenta Dilma Rousseff comparativamente ao que se tinha no governo do ex-presidente Lula.

      Na verdade, este post de Luis Nassif tem três partes. O título que é um mote que tem boa aceitação entre todos. Há os que gostam do estilo concentrador da presidenta Dilma Rousseff e há os que são contra. Os dois grupos ficam razoavelmente satisfeitos com o título, pois no título Luis Nassif não diz que o estilo é ruim, mas sim que ele traz problema. Além disso, em todo o canto do país há um grupo muito grande que defende a descentralização do poder. Os prefeitos do Brasil todo clamam pela descentralização. Então, com o título Luis Nassif atinge um grupo grande de leitores interessados no testo dele.

      Agora, a realidade não favorece tanto na defesa da descentralização. Quem conhece a realidade do Brasil sabe que em um país desigual é preciso ter políticas centralizadas (E planejadas) que combatam a desigualdade. Defender a descentralização em país desigual é próprio de quem defende a desigualdade ou não sabe sobre o que fala. Ou fala aquilo que traz audiência.

      De todo modo, o título deste post ficou um tanto isolado. Nada mais foi perguntado sobre o título e em consequência nada mais disse Luis Nassif sobre o título. Depois, numa segunda parte, ele faz uma série de críticas a políticas que Dilma Rousseff adotou, ficando mais próximo dos opositores do governo de Dilma Rousseff. E na terceira parte, Luis Nassif passa a bola para Dilma Rousseff resolver o problema do gerenciamento da máquina pública brasileira.

      Você se embirrou com a terceira parte e tomou o título como fato. Só que como eu disse, Luis Nassif utilizou o título apenas para angariar leitores. Ele já sabe que não há conhecimento científico capaz de determinar o que seria melhor: a descentralização ou a centralização. Você pode apontar defeitos e virtudes de uma e de outro. E você tem dados históricos que mostram que um planejamento mais centralizado consegue mais eficiência na redução da desigualdade. Se o seu desejo for de assegurar mais liberdade você vai optar pela descentralização. É, portanto, uma questão ideológica.

      E você nada disse a respeito dos problemas que Luis Nassif apontou. É um direito seu, mas esta sua omissão dificultou eu utilizar seu comentário para criticar a análise de Luis Nassif. E dava para explorar os três pontos trazidos por Luis Nassif, como exemplos, de erros do governo da presidenta Dilma Rousseff: 1) Isenção de IPI para venda de automóveis; 2) Isenção de encargos sobre folha e 3) Redução da conta de energia.

      Luis Nassif faz uma análise razoável, mostrando os benefícios e as externalidades negativas das medidas. Não sou economista e as medidas analisadas foram concebidas sob o aspecto econômico e, portanto, não dá para eu ir muito além das sandálias. De todo modo, vale expressar o que eu penso sobre as medidas que Luis Nassif escolheu para analisar o governo da presidenta Dilma Rousseff.

      De modo geral, ainda que não seja economista, eu mais me deixo seguir pelas idéias dos economistas keynesianos. Tenho, entretanto, uma grande divergências com os economistas keynesianos no que diz respeito à tributação. Quando o país está crescendo eu defendo o aumento da tributação para que se possa, com mais recursos públicos, mais bem realizar uma melhor distribuição de renda. E quando um país está em crise como a crise que o mundo atravessa agora, eu também defendo o aumento do tributo e defendo o aumento da receita tributária com base em duas razões. A estagnação decorre das pessoas pobres reduzirem o endividamento e das pessoas ricas aumentarem a poupança. Em momento assim é necessário que o Estado aumente os gastos públicos. Embora não seja necessário considero que é melhor que o Estado possa gastar mais com uma receita maior do que aumentar os gastos sem aumentar as receitas. Assim, eu sempre fui contra políticas de redução de impostos para alavancar a economia. Prefiro o aumento dos gastos e por medida de segurança um prévio aumento da carga tributária.

      É claro que o governo tem mais dados para trabalhar estas políticas. Imagino que estas propostas, embora decorram de concepção ideológico da qual eu discrepo, são implantadas a partir de estudos bem desenvolvidos e com uma base de dados cada vez mais primorosa. Ainda assim e mesmo que o objetivo tenha sido alcançado estas propostas de redução de tributação poderiam ser reavaliadas posteriormente, tendo em vista o resultado alcançado. Há um tanto de factual em tudo. Por exemplo, como saber o quanto haveria de consumo de veículos, se a política não fossem adotada? Dificilmente alguém teria a resposta precisa.

      Bem e o que diz de negativo Luis Nassif a respeito da “redução de IPI para venda de automóveis”? Primeiro vale lembrar que Luis Nassif não trouxe dentre os benefícios que ele relacionou como decorrente da política de redução do IPI a previsão que o benefício não alcançando os produtos importados funcionava como uma política de barreira a importação.

      Agora em relação às externalidades negativas Luis Nassif aponta dois efeitos da política de redução de IPI na venda de automóveis: 1) acentuou os problemas de mobilidade nas grandes metrópoles e 2) Reduziu os repasses de IPI para estados e municípios, impactando os gastos obrigatórios em saúde. O item um fez-me lembrar da eleição de Tancredo Neves em 1982. Naquela época, o trânsito em Belo Horizonte era coordenado pela Metrobel e os congestionamentos eram uma constantes. Quando se pegava um ônibus na hora de pico o risco de ficar parado no trânsito era total. No calor da primavera de 1982 naqueles congestionamentos infernais ficava fácil prognosticar que Elizeu Rezende perderia a eleição para governador enfrentando Tancredo Neves que sem muito carisma sabia costurar com parcimônia a candidatura dele e iria contar com a ira da população belorizontina presa nos engarrafamentos. Então falar que a redução de IPI acentuou os problemas de mobilidade nas grandes metrópoles, esquecendo que a intenção foi em grande parte reduzir a importação de veículos é exagerar nos efeitos da medida.

      Quanto a redução do repasse é necessário colocar estes dados de modo mais comparativo. De quanto foi a perda com IPI? Houve ganho e se houve qual foi o tamanho desse ganho com os outros impostos? Não quero dizer que não houve a perda, mas a crítica vindo de Luis Nassif é até um pouco canhestra. Luis Nassif sempre foi um defensor da redução de tributos para alavancar a economia. Eu sempre fui contra. Desde o início da década de 90 quando eu li o texto de John Kay. “Tax Policy: A Survey” eu faço menção a uma crítica dele à famosa curva de Lafer. No texto para negar comprovação científica à “curva de Lafer”, John Kay conta a história de que a curva foi desenvolvida em um guardanapo de papel em um restaurante.

      Considero então que a política de redução de IPI deve ser vista dentro de uma concepção ideológica de economistas keynesianos que preconizam a redução de tributo, concepção de que eu, ainda que não seja economista, divirjo, e dentro de uma concepção ideológica de economistas com visão social, visão com a qual eu comungo, e que reconhecem que construção civil e indústria automobilística tem uma presença bem acentuada na economia brasileira e são importantes setores para se trabalhar quando se pretende favorecer o crescimento econômico.

      A análise que Luis Nassif faz a respeito da “isenção de encargos sobre folha” peca também pela não abordagem mais completa dos objetivos da política. Com a “isenção de encargos sobre a folha” o governo pretendia também criar mecanismos de favorecimento ao mercado interno. Ao pagar menos encargos sobre a folha, o produtor nacional competia em melhores condições com o produto proveniente do mercado externo. Além disso, a política favorecia o exportador que ao pagar o tributo sobre o faturamento teria a isenção no caso do produto exportado. Uma política assim tem que ser bastante focada, muitas vezes sendo direcionadas até para produtos e não para empresas.

      E no entanto a primeira crítica que Luis Nassif lança à política de “isenção de encargos sobre a folha” é que ela diminuiu o espaço fiscal para a redução de modo geral (Sem o caráter de seletividade) do PIS Cofins. Aqui faço duas observações. Primeiro lembro que este é o verdadeiro Luis Nassif defensor de redução de tributos para aumentar o consumo. E segundo lembro que uma das primeira medidas adotadas por David William Donald Cameron foi o aumento do IVA inglês. Medida que além de permitir aumento nos gastos tem dois efeitos importantes na Balança Comercial. Os produtos importados ao chegarem no país serão tributados em uma alíquota mais alta. Pelo funcionamento do capitalismo o efeito no preço desta carga tributária no produto estrangeiro é maior do que no produto nacional. A idéia é a seguinte. Um produto nacional que custava 100 e que com a nova alíquota deveria custar 110, passa a custar apenas 105 quando se considera o efeito do equilíbrio entre oferta e demanda e preço ao longo de toda a cadeia produtiva. Já no caso do produto importado, ao sofrer sozinho toda a nova incidência o importador precisará vender o produto a um preço mais próximo de 110. Do mesmo modo, ao vender o produto para o exterior, e receber toda a isenção do tributo para exportação, o exportador passará a poder vender o produto a um preço ainda menor do que era antes. Ou seja, é quase como diminuir os 10 do preço de 105 e não de 110.

      Se não me engano em 2012, Antonio Delfim Netto, que sempre defendeu os interesses dos grandes empresários propondo medidas de redução do imposto fez menção ao uso do sistema fiscal como mecanismo de proteção do mercado externo. Era a desvalorização fiscal. Na verdade, o texto de Antonio Delfim Netto “É o câmbio, é o câmbio…” fora publicado no Valor Econômico de terça-feira, 31/01/2012, e pode ser visto aqui no blog de Luis Nassif junto ao post “O euro e homogeneidade de interesses, por Delfim Netto” de terça-feira, 31/01/2012 às 10:03 no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-euro-e-homogeneidade-de-interesses-por-delfim-netto

      No artigo, Antonio Delfim Netto faz referência ao artigo “Fiscal Devaluations” (NBER – Working Paper 17.662, de dezembro/ 2011) de autoria de Emmanuel Farhi, Gita Gopinath, and Oleg Itskhoki e que pode ser encontrado no seguinte endereço:

      http://www.nber.org/papers/w17662.pdf

      Restou a política da redução de energia elétrica. Aqui o maior problema em meu entendimento está na falta de atenção para os ensinamentos de John Mainard Keynes cometido por economistas de concepção keynesiana. Uma idéia cara aos keynesianos é o da rigidez dos preços. Então a redução de custos que o governo concedeu aos consumidores de energia não acarretou a redução dos preços como o governo equivocadamente esperou que acontecesse. E o pior é que o setor energético é altamente tributado e a redução de preços que em si não tem muita repercussão no aumento de consumo, pelo menos de modo proporcional à redução do preço, significa diminuição da arrecadação de tributos no setor. A crítica de Luis Nassif é correta, mas ele conclui fazendo uma questão sem muita fundamentação. Pergunta ele:

      “É correto que sejam definidas por uma só pessoa, sem avaliações maiores, ainda que sendo a presidente eleita?”

      É quase impossível que esta política tenha sido definida por uma só pessoa. Até porque bastaria um parecer de alguma auditoria externa para comprometer politicamente o autor solitário de tal medida. Foi um erro, e um erro que mostra mais ainda um atraso de nossas instituições. Não devemos ter o complexo de vira-latas, mas não podemos esconder o fato de que há cinquenta anos os Estados Unidos mandaram o homem à Lua e provavelmente daqui a cinquenta anos ainda não teremos condições de realizar o feito americano.

      Enfim, penso que você, como todos nós, faz a crítica porque ideologicamente você não concorda com as medidas adotadas. É mais ou menos assim que que se fundamenta a crítica de todo mundo. Ninguém critica um governo com o qual se identifica ideologicamente exceto naquelas situações em que há divergência ideológica. O grande problema da maioria das críticas é quando além da divergência ideológica há também a construção de um ideário que só serve para aparentar dar fundamentação a afirmações retoricas sem muita consistência com a realidade.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 26/05/2014

      1. Alguns links relacionados ao meu comentário anterior

         

        Chico Pedro (Sábado, 24/05/2014 às 10:13),

        Em várias oportunidades junto ao meu comentário anterior para você, eu pensei em fazer referências a posts em que eu já falara o que foi dito ou que outros tenham falado com mais propriedade. Para ganhar tempo evitei fazer as referências. Aproveito e deixo as referências aqui.

        Primeiro faço menção a dois posts posteriores a este post “Os problemas do estilo Dilma de centralização”. O primeiro é o post “Vícios e virtudes da representação política brasileira” de segunda-feira, 26/05/2014 às 17:40. Trata-se de post que se remetia ao programa Brasilianas.org na TV Brasil na segunda-feira, 26/05/2014, das 20h às 21h, em que se iria discutir a democracia direta e a democracia representativa no Brasil e contando com a participação do professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP, Pablo Ortellado, do professor Titular de Ética e Filosofia do Departamento de Filosofia da USP, Milton Meira do Nascimento e do cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Antonio Flavio Testa. O endereço do post “Vícios e virtudes da representação política brasileira” é:

        http://ggnnoticias.com.br/noticia/vicios-e-virtudes-da-representacao-politica-brasileira

        Não há um link para o programa, mas fiz a indicação porque lá há um comentário meu enviado segunda-feira, 26/05/2014 às 22:00, em que critico a idéia da superioridade da democracia direta sobre a democracia representativa. É bem verdade que esta discussão sobre democracia direta e democracia representativa não guarda relação com o seu comentário, mas na minha análise sobre o seu comentário eu faço menção aos falsos slogans do PSDB. O PSDB sabe da superioridade da democracia representativa sobre a democracia direta. E sabe que esta superioridade decorre do fato de que a democracia representativa é um processo e sabe que é exatamente por se tratar de um processo que se torna possível na democracia e inerente a ela a prática do toma-lá-dá-cá, do é-dando-que-se-recebe, dos acertos, acordos e barganhas, ou seja, de tudo aquilo que se chama de fisiologismo. Sendo assim, o fisiologismo deve ser entendido como um mecanismo imprescindível ao processo democrático na democracia representativa. E, no entanto, o PSDB fundou-se dizendo que iria trazer a ética para a atividade política retirando de lá o fisiologismo. É um discurso falso que deseduca. O PSDB conhece, mas prefere deixar o povo na escuridão.

        E com esforço se pode estabelecer um pouco de relação desta discussão sobre o fisiologismo com o seu comentário. Para você é preciso de mais planejamento. O planejamento é um mecanismo técnico que reduz o espaço para a negociação política. Quando mais planejamento menos fisiologismo haverá. E pode-se fazer também outras correlações. Quanto mais planejamento, mais o modelo político será autoritário. Um modelo autoritário e com menos fisiologismo é certamente menos democrático. Então a sua proposta de priorizar o planejamento precisa ser entendida como uma proposta de quem quer menos democracia.

        O segundo post posterior ao post “Os problemas do estilo Dilma de centralização” e que eu intenciono indicar é o post “Os economistas e a nova realidade política do país” de terça-feira, 27/05/2014 às 06:00, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele em que Luis Nassif fala sobre o Seminário Indústria e Desenvolvimento Produtivo no Brasil promovido pelo EESP (Escola da Economia de São Paulo) e pelo IBRE (Instituto Brasileiro de Economia) da Fundação Getúlio Vargas. O post “Os economistas e a nova realidade política do país” pode ser visto no seguinte endereço:

        http://ggnnoticias.com.br/noticia/os-economistas-e-a-nova-realidade-politica-do-pais

        Pode ser que eu faça um comentário lá, mas se for o caso, apenas devo transcrever a parte do meu comentário para você em que eu analiso os pontos negativos das três medidas adotadas pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. Pois bem, no post “Os economistas e a nova realidade política do país”, Luiis Nassif utiliza uma apresentação de Nelson Barbosa em que se procura mostrar o quanto melhorou o ambiente econômico e a melhora sendo em muito em decorrência das medidas em que Luis Nassif apontou as fraquezas. Não que Luis Nassif estivesse errado em apontar as fraquezas das medidas econômicas consideradas. O problema é não compreender as medidas na real abrangência delas.

        Sobre o fisiologismo e sobre o seu apego ao planejamento, eu gostaria de indicar dois posts existentes aqui no blog de Luis Nassif. São dois posts antigos e neles não há referência ao que eu chamo de desencontro entre fisiologismo e planejamento, mas são dois posts que eu menciono com certa regularidade e assim qualquer pesquisa no google não só leva a eles como também leva a outros posts em que eu tenha discutido um pouco mais sobre o fisiologismo ou sobre o planejamento e talvez em posts mais recentes eu tenha feito menção ao caráter mais técnico do planejamento e ao caráter mais político do fisiologismo e da dificuldade de coexistência dos dois.

        O post sobre o fisiologismo é “FHC combate o fisiologismo que praticou” de quarta-feira, 16/11/2011 às 09:59, e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/fhc-combate-o-fisiologismo-que-praticou

        Fiz uma série de comentários no post “FHC combate o fisiologismo que praticou” para mostrar como todos, comentaristas e o autor do post, Luis Nassif, não apresentam um entendimento uniforme e consistente sobre o fisiologismo. Para Luis Nassif o fisiologismo é uma praga como se fosse um crime e ao mesmo tempo é imprescindível para a governabilidade e, portanto, como a governabilidade deve ser feita dentro da lei, não é um crime. Aliás, esta incapacidade de nossos intelectuais aceitarem o fisiologismo como uma prática inerente ao processo democrático pode ser vista junto ao post “Clientelismo e corrupção do sistema político, por Aldo Formnazieri” de segunda-feira, 10/03/2014 às 08:18, aqui no blog de Luis Nassif contendo a transcrição de texto de Aldo Fornazieri. O endereço do post “Clientelismo e corrupção do sistema político, por Aldo Formnazieri” é:

        http://72.55.165.238/noticia/clientelismo-e-corrupcao-do-sistema-politico-por-aldo-fornazieri

        Enviei segunda-feira, 10/03/2014 às 19:07, um comentário crítico ao post “Clientelismo e corrupção do sistema político, por Aldo Formnazieri” que além de indicar outros posts antigos e recentes onde grassa um entendimento equivocado ou do fisiologismo ou da democracia questiona a visão de democracia dos nossos intelectuais.

        Disse que o entendimento seria equivocado porque ou o fisiologismo é entendido como um crime – o que ele não é, ou a democracia é entendida como um modelo ideal em que o bem comum seria guia da ação de todos os políticos em cada caso concreto. Um modelo assim de democracia retiraria da democracia a principal característica dela que é a composição de interesses conflitantes. Se o bem comum é conhecido, os interesses não podem se conflitar uma vez os interesses devem ir no mesmo sentido do bem comum.

        Outro post recente aqui no blog de Luis Nassif e que relativamente ao fisiologismo há comentário meu fazendo uma crítica direta ao entendimento dos manifestantes de junho de 2013 sobre a democracia e que penso vale ser aqui indicado é o post “O PT e o movimento dos sem partidos” de domingo, 18/05/2014 às 06:00, e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://horia.com.br/noticia/o-pt-e-o-movimento-dos-sem-partidos

        De certo modo, os manifestantes idealizam a democracia e assim não aceitam a democracia brasileira que evidentemente não é uma democracia idealizada, mas a democracia real. É uma crítica que eu faço a você na sua defesa do planejamento. Você idealiza a Administração Pública e a atividade política e além de colocar uma expectativa em demasia no planejamento o faz dentro de uma idealização e não dentro da realidade.

        Eu disse que havia dois posts que eu gostaria de mencionar, sendo um sobre o fisiologismo e outro sobre o planejamento. O post sobre fisiologismo é “FHC combate o fisiologismo que praticou” e o post sobre planejamento é “O Brasil policêntrico” de sexta-feira, 04/11/2011 às 10:31, e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-brasil-policentrico

        O post “O Brasil policentrico” traz a matéria intitulada “Pais não tem plano para superar desequilíbrios” e é de autoria de Lilian Milena da Agência Dinheiro Vivo que aborda o trabalho de Célio Campolina Diniz que foi apresentado no 16º Fórum de Debates Brasilianas.org. Gosto de chamar a atenção deste post porque nele há um comentário seu e um comentário meu junto ao seu. O seu comentário como quase sempre é para criticar a falta de planejamento no governo do PT. Assim, junto ao post “O Brasil policêntrico”, eu enviei quarta-feira, 09/11/2011 às 17:52, um comentário exatamente para junto de comentário seu enviado sexta-feira, 04/11/2011 às 12:02. Como o título do post foi fácil de memorizar, sempre que preciso fazer crítica a você ou a outro comentarista que tenha visão semelhante a sua sobre o planejamento, pelo que eu considero como sendo uma supervalorização do planejamento, eu aproveito o que eu já escrevi junto ao post “O Brasil policêntrico”. Não foi o caso de um comentário seu com réplica minha, mas penso que vale deixar indicado aqui o post “A insatisfação da comunidade científica com a troca no MCT” de sexta-feira, 21/03/2014 às 07:23, porque nele há um comentário meu enviado sexta-feira, 21/03/2014 às 14:01, para junto do comentário de Ivan de Union, de sexta-feira, 21/03/2014 às 07:31, eu que eu faço referência ao post “O Brasil policêntrico”. O endereço do post “A insatisfação da comunidade científica com a troca no MCT” é:

        http://www.ggnnoticias.com.br/noticia/a-insatisfacao-da-comunidade-cientifica-com-a-troca-no-mct

        Bem, eu indiquei a Ivan de Union o post “O Brasil policêntrico” para deixar para ele uma informação sobre quem seria Clelio Campolina Diniz que estaria assumindo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em substituição ao ex-diretor do Inpe, Marco Antonio Raupp. Então o Clelio Campolina Diniz que fizera as críticas a falta de planejamento no Brasil e críticas que você utilizava para criticar o governo da presidenta Dilma Rousseff era o mesmo que vinha para prestar serviço ao governo no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Aliás por ser menos política do que Lula, e esta pouco politização da Dilma Rousseff deve ser vista mais como uma crítica, a presidenta Dilma Rousseff tem feito mais pelo planejamento do que o antecessor dela.

        E indico também o post “A visão racional de Chico Lopes sobre a economia” de domingo, 19/01/2014 às 05:00, com texto de autoria de Luis Nassif. O endereço do post “A visão racional de Chico Lopes sobre a economia” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/a-visao-racional-de-chico-lopes-sobre-a-economia

        Junto ao post há um comentário seu enviado segunda-feira, 20/01/2014 às 09:16. Eu aproveitei o seu comentário para enviar para você um comentário na segunda-feira, 20/01/2014 às 11:53, em que eu rememoro algumas vezes em que fiz comentários com críticas a sua visão sobre o planejamento. Em meu entendimento, na sua concepção, além da supervalorização do planejamento, você deixa de constatar o tanto que a Administração Pública é planejada (Ainda que se possa fazer senões a este planejamento seja pelo caráter incipiente ou insipiente dele) e você não considera as condições e circunstâncias que o Brasil enfrenta e que tornam mais difícil o planejamento aqui e agora e nem se apercebe que há um aperfeiçoamento no processo de planejamento no país até mesmo como fruto do aprendizado por se conviver com condições e circunstâncias que sem nos diferenciar muito do mundo ainda assim nos dão certa especificidade.

        Bem, e quanto à parte do meu comentário para você em que eu abordo as questões das políticas econômicas do governo que foram analisadas por Luis Nassif eu gostaria de deixar dois grupos de indicações. O primeira grupo de indicação é para posts recentes aqui no blog de Luis Nassif onde eu já havia feito algum tipo de defesa das ações realizadas pelo governo. Defesa que como a que eu fiz no meu primeiro comentário para você não era integral, uma vez que eu sou refratário a políticas de redução da arrecadação, como mecanismo para impulsionar a economia. Menciono como exemplo de comentário meu em defesa da política econômica do governo, o meu comentário para Luis Nassif enviado sexta-feira, 28/03/2014 às 14:18, junto ao post “O caso Petrobras-Pasadena à luz da economia mundial em 2006” de sexta-feira, 21/03/2014 -11:00 e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://horia.com.br/noticia/o-caso-petrobras-pasadena-a-luz-da-economia-mundial-em-2006

        A minha linha de argumentação é de que as medidas que o governo tem adotado apresentavam também a expectativa de que, com as medidas, seria possível ter uma inflação dentro de uma faixa mais ajustada à realidade brasileira e ao mesmo tempo não utilizar em demasia a taxa de juro que de certo modo é uma forma de se conceder altos ganhos para o setor financeiro alegando que o que se visa é garantir uma inflação baixa para a população. Em meu entendimento uma inflação baixa via aumento do juro é boa para o setor financeiro e é percebida como algo de muito bom pela a população mesmo que o aumento do juro tenha tido algum reflexo no aumento do desemprego. E uma inflação mais alta, embora percebida como algo danoso pela população, resolve muitos problemas que um país tem, principalmente o tamanho da dívida pública.

        Um segundo post dentro do primeiro grupo poderia ser o post “27,5% de etanol na gasolina, por Newton Lima” de quinta-feira, 24/04/2014 às 12:40, aqui no blog de Luis Nassif e contendo o artigo do deputado do PT Newton Lima intitulado “27,5% de etanol na gasolina”. O endereço do post “27,5% de etanol na gasolina, por Newton Lima” é:

        http://72.55.165.238/noticia/275-de-etanol-na-gasolina-por-newton-lima

        Menciono este post porque nele eu envio quinta-feira, 24/04/2014 às 19:44, um comentário junto ao comentário de DanielQuireza e que ele enviara quinta-feira, 24/04/2014 às 14:52, onde além de falar um pouco sobre a política do governo em relação aos preços de combustíveis eu deixo uma série de links onde eu tive oportunidade de expressar o meu entendimento sobre a política de combustíveis do governo.

        A observar que escolhi o comentário de DanielQuireza para justapor o meu comentário porque eu intencionara elogiá-lo pelo esforço que ele fazia em argumentar com racionalidade as políticas econômicas do governo. DanielQuireza defende o governo, mas no caso da política de combustíveis, a qual ele era contrário, ele assume uma posição crítica, mas como sempre, pode-se observar que ele procura fazer uma análise racional.

        E dentre os posts do segundo grupo eu mencionaria três, sendo dois no blog de Alexandre Schwartsman denominado “A mão visível”. Primeiro remeto para um post antigo no blog dele intitulado “Por quê?” de quarta-feira, 29/02/2012, e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://maovisivel.blogspot.com.br/2012/02/por-que.html

        No post Alexandre Schwartsman defende uma inflação mais próxima da meta de inflação. Para ele, “[c]oncretamente, a capacidade de crescimento de um país independe da inflação ser 4,5%% ou 6,5%”, mas ele considera que não há dúvida, “particularmente para a parcela mais pobre da população, que uma taxa de inflação de 4,5% é preferível a uma de 6,5%”.

        Considerei o post “Por quê?” de Alexandre Schwartsman como um post fraco, no sentido de que eu esperava uma defesa mais robusta da necessidade de combate à inflação parte de uma pessoa com a formação dele. Gosto do post porque lá eu resolvi deixar a indicação de tudo que eu lembrava que de certo modo mostrava que a defesa de uma inflação mais baixa não era assim um assunto liquidado entre economistas. Talvez ainda volte ao post para lá deixar indicado outros textos mais recentes que questionam a supervalorização que alguns economistas fazem do combate da inflação. Um segundo post também no blog de Alexandre Schwartsman é o post “Derruba sim…” de terça-feira, 8/04/2014, com a transcrição do artigo dele publicado na Folha de S. Paulo de quarta-feira, 2/08/2014. O endereço do post “Derruba sim…” é:

        http://maovisivel.blogspot.com.br/2014/04/derruba-sim.html

        No post “Derruba sim…” Alexandre Schwartsman faz uma forte crítica ao artigo “Juro alto não derruba inflação” de autoria de Yoshiaki Nakano e que pode ser visto no post “Nakano: juro alto não derruba inflação” de terça-feira, 18/03/2014 às 08:16, aqui no blog de Luis Nassif. O endereço do post “Nakano: juro alto não derruba inflação” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/nakano-juro-alto-nao-derruba-inflacao

        A crítica de Alexandre Schwartsman traz como justificativa um gráfico mostrando uma relação entre o núcleo de inflação numa defasagem de 18 meses e o juro real. O que se observa pelo gráfico é que a relação entre juro real e inflação é inversa. Enfim quanto maior o juro real, que beneficia o rentista, menor é a inflação, que, segundo Alexandre Schwartsman, beneficia os mais pobres. Enfim rentistas e pobres precisam agradecer toda vez que se aumenta o juro real.

        E o terceiro post no segundo grupo é uma chamada no blog de Paul Krugman para artigo dele sobre a inflação. No blog dele o post foi denominado “Inflation Targets Reconsidered” de terça-feira, 13/05/2014 às 04:12 am, e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://krugman.blogs.nytimes.com/2014/05/13/inflation-targets-reconsidered/?_php=true&_type=blogs&_r=0

        Na chamada Paul Krugman diz só o seguinte:

        “My paper for the ECB research conference (pdf) in Portugal, later this month”.

        E deixa indicado o link para o artigo dele “Inflation Targets Reconsidered” em pdf e que é o que segue:

        https://webspace.princeton.edu/users/pkrugman/pksintra.pdf

        No artigo que talvez ainda não seja a versão definitiva, Paul Krugman defende uma inflação ainda maior do que a de 4% que fora defendida em 2013 por Laurence Ball no artigo “The Case for four percent inflation” e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://krieger2.jhu.edu/economics/wp-content/uploads/pdf/papers/wp607_ball.pdf

        Esse segundo grupo de posts tinha a intenção de mostrar que a política econômica do governo foi no sentido de deixar uma inflação mais próxima daquilo que seria o melhor para o país. O grande problema de uma política assim é que ela pode até ser boa para a economia de um país, mas politicamente ela assim não é percebida pela população.

        Ainda em torno da inflação, eu deixo um link para o post “Começaram as interpretações da fala de Cerveró” de quarta-feira, 16/04/2014 às 15:52, aqui no blog de Luis Nassif com texto dele. O endereço do post “Começaram as interpretações da fala de Cerveró” é:

        http://www.ggnnoticias.com.br/noticia/comecaram-as-interpretacoes-da-fala-de-cervero

        Faço a indicação deste post mais por nele haver comentário que enviei sexta-feira, 18/04/2014 às 02:48, para o comentarista Autônomo junto ao comentário que ele enviara quinta-feira, 17/04/2014 às 08:31. No meu comentário eu analiso o problema político que representa a inflação na medida que ela é vista pela população como prova de corrupção do governo. Talvez se pudesse dizer que se rouba mais dos pobres ao fazer a inflação baixa, pois para fazer isto significa aumentar a dívida pública com juro real elevado o que beneficia os já muito ricos, no entanto na percepção popular o que se tem é o contrário. E assim, governante que quer sobreviver precisa tomar decisões que são percebidas como boa pela população mas que muito provavelmente é ruim para o país.

        Talvez pudesse ainda mencionar um ou outro post que se relacione com o texto do meu primeiro comentário para você. Caso eu lembre de algum outro que eu considere relevante deixar o link, eu espero ter tempo para trazer aqui a indicação.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 28/05/2014

  19. Concordo!

    Nassif, Concordo com você. Tenho muitas dificuldades de entender a lógica atrás destas decisões.

    Em relação ao caso do setor automobilístico, um ponto crucial para a geração de empregos é o índice de nacionalização dos veículos. Pois montadoras e seus robos, como GM, WV, não geram tantos empregos como as autopeças. Pesquise qual era este indice há 20 anos atrás e qual é indice hoje? 70% para 30% mais ou menos? Para que ajudar uma GM que no passado recente batia recordes e mais recordes de produção e mesmo assim ameaçava fechar fábrica e despedir mais de 1000 funcionários? Como bater recorde de produção e no mesmo período demitir? Robos. Indíce baixo de nacionalização signfica dinheiro nosso nos cofres da China, México… Em relação a energia não precisamos nem de muita memória. Há um ano atrás baixou-se a conta e agora sobe novamente. Que planejamento estratégico é este?

  20. “…Fico pasmo ao ouvir o

    “…Fico pasmo ao ouvir o ministro da Justiça dizer que a polícia “sabe que sua greve é ilegal”, assim como fiquei diante das amáveis relações do ministro Paulo Bernardo com os porta-vozes da casa-grande, ou com a farta distribuição de favores tilintantes pelo BNDES, ou com a falta de sintonia entre o governo e o partido que o levou e teria de sustentá-lo no poder. Com falhas uivantes dos dois lados…” (Mino Carta)

    Governar é arte mais fascinante de todas por motivo simples: é dificílima ao quadrado.

    Sem competência, conhecimento, planejamento, estratégia e métodos eficientes de governo cedo ou tarde serão engolidos pelas circunstâncias.  

    Vocês se enganaram redondamente em relação ao PT que jamais esteve preparado para governar.

    Embora os bons resultados colhidos fossem festejados pelo ufanismo lunático como realizações sobrenaturais, sobrou a vocês tornarem-se advogados de defesa justificando tudo a todos sempre, incansavelmente.

     

    Finalmente, o seguinte:

    “…As condições do País, medievais de muitos pontos de vista, são claras para quem tem olhos e não acredita morar em Dubai. Insinua-se, porém, no cenário algo mais, ainda impreciso, indefinido, embora ameaçador, à revelia de todos os envolvidos, quem sabe, como acontece quando a situação foge do controle…” (Mino Carta)

    Nesta semana a polícia militar de Minas informou que a violência está demais e pediu “maior severidade das leis”. Há por aí afora sites de grupos armados pregando reação contra os “bandidos”.

    Acordem enquanto é tempo para que isso aqui não vire um estado policialescom com gravíssimos distúrbrios sociais e fragilidade institucional dramática.

    Que os grupos de interesse de esquerda acordem enquanto é tempo, porque o mar não está pra peixe.

  21. O problema da Dilma não é

    O problema da Dilma não é centralização, que por sí só não determina fracasso ou sucesso.

    Existem dezenas de casos de líderes centralizadores que deram certo e dezenas que delegavam e deram errado, eram fracos e inseguros.

    O problema é de capacitação intelectual!

    O caso das tarifas de energia elétrica exemplifica claramente, num setor que deveria ser sua especialidade, a falta de capacidade da presidenta. Custou bilhões e desorganizou o sistema. A Dilma achava que bastava uma dedada, que todos eram imbecis por não tere tentado uma solução simplista para algo complexo.

    Dilma é assim, voluntariosa e sem intelecto para governar . Serve, talvez, para sargento, certamente não para general.

    Em suma, é fraca e cheia de personalidade.

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