Para entender a lógica da S&P

Primeiro passo: entender a grande disputa entre rentistas e economia real.

A disputa dá-se em torno do orçamento público. Os rentistas se apropriam dele através dos juros; a economia real através de subsídios ao crédito e compras públicas; o cidadão através de gastos sociais e com serviços públicos.

Como esses interesses precisam ser legitimados perante a opinião pública, cada grupo tratará de desenvolver argumentos em defesa da política econômica que melhor atenda a seus interesses.

Segundo passo: entender os impactos da taxa de juros sobre a dívida.

Os juros pagos dependem de dois fatores: do nível da dívida e da taxa cobrada.

Uma taxa de juros elevada, incidindo sobre uma dívida pequena, poderá ser menor do que uma taxa pequena incidindo sobre uma dívida elevada.

No início do Real, por exemplo, a relação dívida/PIB estava em 20%. No início doe 1995, o presidente do Banco Central Pérsio Arida jogou a taxa básica para 45% ao ano, para enfrentar uma fuga de capitais. Pérsio caiu, entrou Gustavo Loyolla, que manteve a taxa inalterada. Segundo ele, poderia ocorrer outra crise cambial e o Banco Central ter novamente que elevar os juros. Então, melhor derrubar vagarosamente a taxa. No final do governo FHC, a relação divida/PIB beirava os 60%.

Em país sério, Gustavo seria preso ou internado. Por aqui, tornou-se festejado consultor de mercado.

A política monetária do Real comprometeu o orçamento público por todo o período FHC, mais o primeiro governo Lula, a fim de trazer a relação dívida/PIB para níveis suportáveis.

Confira na tabela: manter por um ano uma taxa de juros de 45% incidindo sobre uma dívida equivalente a 20% do PIB é a mesma coisa que uma taxa de juros de 12,86% sobre uma dívida de 70% do PIB.

Toda a lógica mercadista consiste em definir sempre a mais alta taxa de juros possível, dentro de limites prudenciais.

Com a relação dívida/PIB em 20%, Loyolla pode elevar as taxas para mais de 40% ao ano. Com a relação nos 60%, Alexandre Tombini eleva para 14,5%. Na tabela abaixo, confira a taxa de juros necessária para absorver 8% do orçamento de acordo com diversas hipóteses de dívida.

Não se pense em algo conspiratório da parte dos cabeções. Eles apenas seguem a cartilha acriticamente e se curvam a princípios tratados como dogmas. Tipo:

1. Para cada problema econômico, um instrumento.

2.Para a inflação, política monetária.

3. Para a política monetária, só inflação, sem se preocupar com outros problemas, que deverão ser tratados por outros instrumentos, não pelo monetário.

Seguindo automaticamente o manual, se irá sempre ao teto dos limites prudenciais.

É por isso que consolidou-se o acompanhamento do déficit primário (que exclui os juros) e não o nominal. E que os principais economistas especialistas em orçamento – como Raulo Velloso ou Fábio Giambiagi – recusem terminantemente a incluir a conta de juros nos seus cálculos e propostas.

Para os técnicos do BC, o ganho virá quando a inflação cair e as taxas de juros recuarem.

Terceiro passo – Vamos conferir como será esse ganho na tabela da S&P.

A tabela vai de 2009 a 2018.

Aparentemente em 2018 se terá uma economia normalizada: o PIB correndo a 2,%, os investimentos em 17,7% do PIB e a poupança em 16,2%; o déficit comercial terá baixado de 4,4% para 3,3% do PIB e o superávit primário crescido dos -0,3% de 2016 para 1,5%,

Tudo normal?

Não.

A dívida líquida saltará de 46,7% em 2014 para 62% em 2018, como proporção do PIB. A dívida bruta passará de 58,9% para 71,3%. Mesmo as taxas caindo, pelo tamanho da dívida o orçamento continuará prisioneiro dos juros futuro afora.

A atual taxa Selic não comprometerá o orçamento apenas no próximo ano. Levará uma década, pelo menos, para o país trazer a relação divida/PIB para níveis razoáveis e liberar recursos para aquilo que traz efetivamente o desenvolvimento: investimentos na infraestrutura e nas pessoas.

 
Luis Nassif

95 Comentários

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  1. Juro não é lucro.

    Juros representam a preferência temporal do consumo, ou seja poupança interna.

    O estado se financia de 3 formas.

    1-Pela absorção da poupança interna e externa por meio do confisco de propriedade de terceiros, ou seja por meio dos impostos..

    2-Pela emissão de titulos públicos, da mesma forma absorve poupança interna e externa mas de forma não violenta,para isso paga juros.

    3-Pela emissão de moeda, ou seja inflação.

    Quanto maior o gasto estatal maior será o PIB, porque o gasto estatal é contabilizado duas vezes. Lembrando que o PIB não é o total de bens e serviços produzidos mas o total de bens e serviços consumidos comercializados dentro do país menos importação mais exportação.

    Com um nivel de poupança interna baixa e o gasto estatal elevado, ao absorver a pouca poupança interna que existe por meio dos impostos e da emissão de titulos, fatalmente teremos um indice de juros elevado, não pela ganância mas pela alta necessidade de financiar  o elevado gasto público.

    O governo ate pode endividar se e emitir moeda para gerar um boom temporário de desenvolvimento como foi feito no Brasil, mas sem o aumento da poupança interna e redução do gasto estatal não teremos recursos para financiar o desenvolvimento a longo prazo.

     

     

  2. Quando Portugal perdeu o grau de investimento
    A história da perda do “investment grade” português

    Após a perda do grau de investimento do Brasil pela S&P, um grande alvoroço se formou na imprensa e nos mercados. A catástrofe anunciada haveria acontecido.

    Mas como foi a história da perda do investment grade em outros países?

    Uma das mais ilustrativas é a de Portugal, que perdeu o investment grade em julho de 2011 e desde então ainda não o recuperou.

    Antes da quebra do Lehman Brothers, Portugal vinha pagando um rendimento em torno de 4% nos títulos de 10 anos. Com a perda do grau de investimento, o rendimento pago por esses títulos saltou de 10,93% em 30 de junho de 2011 para 16,42% em dezembro de 2011. Cabe lembrar que não houve impacto durante o mês de julho que encerrou com rendimento de 10,79%, abaixo do registrado no último mês de investment grade.

    Desde então, o “junk” dos títulos portugueses, que ainda não possuem o grau de investimento, reduziram seus rendimentos para 1,83% em janeiro de 2015, muito abaixo dos tempos de bom pagador. Ainda neste ano, Portugal viveu uma situação inusitada quando seus títulos de 6 meses tiveram rendimento negativo, ou seja, o mercado estava pagando para emprestar a Portugal.

    Salta aos olhos nesse processo a enorme lentidão das agências de rating, que apenas sacramentaram os movimentos do mercado. A maior alta nos rendimentos dos títulos portugueses ocorreu antes do fim do selo de bom pagador. Em 2011, enquanto as agências de rating e os mercados davam chiliques, Portugal conseguiria reduzir o déficit público praticamente pela metade.

    A história portuguesa é bastante elucidativa ao mostrar que o rating tem um impacto mais sobre o curto prazo do que no longo prazo, ao mesmo tempo que evidencia o completo despreparo dessas agências.

    1. O doido, aqui é o Schumacher, tchê. Cadê tu que não acho? Você está vendo que o Mr Hauly está tendo a pachorra de propor uma reforma tributária depois da lambança que ele fez nas contas públicas do estado do PR? Você sabe melhor do que ninguém que antes de chamarem o tal do Mauro Ricardo para salvar as contas, o Secretário da Fazenda era ele, ou seja … Desde que você publicou aquele artigo, do céu de brigadeiro, desde então estou tentando te encontrar através dos nossos ex-colegas e nada. Acabei de descobri alguns artigos seus aqui no GGN. Fico feliz em saber. Por onde andas, fera?

  3. São escritórios de agiotagem

    São escritórios de agiotagem internacional, instrumentos de indicação especulativa de juristas e rentistas argentários, desumanos que visam a maximização  do lucro fácil indiferentes aos custos que geram: desagregação, violência, desemprego, fome, morte. Quanto mais baixa a indicação, mais juros são extorquidos. São um dos agentes criminosos de que nos fala Jean Ziegler (professor das Universidades de Genebra e Sorbonne, ex-relator da ONU na área de alimentação e membro do Comitê Consultivo de Direitos Humanos da ONU até), de um mundo às avessas, desumano, desigual e de conflitos e que pode, e deve, ser diferente (Galeano ontem na Argentina)

    http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2013/07/13/uma-crianca-que-morre-de-fome-hoje-assassinada-diz-jean-ziegler-503352.asp

    http://www.conversaafiada.com.br/economia/s-ps-foi-condenada-por-fraude/

    Video imperdivel com Massimo D’Alema:

    L’ex presidente del Consiglio {dei Ministri} commenta l’appello, di cui è firmatario insieme ad altre personalità tra cui i premi Nobel Stiglitz e Krugman, per chiedere alle autorità europee più flessibilità sul debito greco e sulle politiche di austerità

    http://video.repubblica.it/economia-e-finanza/d-alema-gli-aiuti-alla-grecia-sono-andati-alle-banche-tedesche-e-il-video-diventa-virale/206213/205319

  4. A pior praga que assola o

    A pior praga que assola o país há anos, mais do que a corrupção, é a praga da selic. O  governo Dilma tem que acabar com esta praga urgentemente, caso contrário, a taxa selic vai acabar com o Brasil e precipitar a queda da presidente Dilma. Com reservas cambiais robustas, inflação em queda, o Banco Central pode reduzir a selic para 10%a.a. rapidamente, despertando o espírito animal nos empreendedores/empresários, estimulando a economia, aumentando a arrecadação, criando milhares de emprego, reduzindo o déficit fiscal significativamente. A presidente tem que partir para o ataque, deixar os especuladores prostrados: a presidente tem a faca e o queijo para reverter a situação. É só ela ter atitude e vontade de mudar a face do país definitivamente, tornando-o o melhor país do mundo.

  5. Dívida

    Não adianta coisa nenhuma fazer reformas fiscais, extinguir ministérios etc. enquanto tivermos um Banco Loyola, digo, Banco Central livre para endereçar aos rentistas centenas de billhões de reais por ano. Em qualquer país sério a taxa de juros da dívida pública é fixada pelo governo, não por um grupo de espertinhos que se intitulam financistas: é preciso fechar o  Banco Central e recriar uma espécie de Superintendência da Moeda e do Crédito no porão do Ministério da Fazenda.  Ainda gostaria de ver, na contenção de gastos planejada pelo Executivo, o corte dos vencimentos de todos os servidores públlicos que recebem, a qualquer título, mais do que os ministros do Supremo.

  6. Então não tem solução!

    E assim o PT assume de vez a política economica do PSDB.

    O jeito é votar no PSDB para assim acabar com as políticas públicas e diminuir o gasto do governo. E tentar manter o nosso emprego, chupando o saco do patrão. Tem que chupar, porque só puxar não vai dar certo.

     

     

    1. Ou….

      Diminuir a taxa de juros para 4,5% ao ano, … diminuir o imposto para os bens de consumo e aumentar o imposto para os ganhos de capital, manter os programas sociais que fazem o povo evoluir fisica e mentalmente, repatriar o dinheiro que foi mandado ilegalmente para o exterior, … fazer cumprir a lei que estabelece um teto para os salários dos funcionários públicos, ….  cortar os cargos em comissão em todos os níveis de governo, … exigir que toda notícia publicada em meios de comunicação que são uma concessão do estado seja comprovada com documentos e fatos, dando sempre a chance do contraditório…. 

       

      Pra começar,… tá bom …

      1. Ao Francisco

        Modesto, você, de verdade. Não está bom, está “bótimo”, melhor do que bom, melhor do que ótimo. Será que veremos chegar o dia em que sua proposta aconteça?

  7. Nassif, se puder responda!
    Vc

    Nassif, se puder responda!

    Vc está dizendo que a agência faz o jogo dos rentistas para pegar parcelas dos orçamentos públicos via juros. E o BC do Brasil atende a essa lógica de forma isolada. Mas eles jogam nas regras do capitalismo. Assim, como é possível driblar essa tabelinha para beneficiar a economia real e o cidadão? Creio que via crescimento econômico, mas como retomar isso? E como retomar sem estragar a relação com os rentistas? Afinal não podemos fingir que eles não existem e que não tem poder.

    Aguardo, se possível…

    1. “Não se pense em algo

      “Não se pense em algo conspiratório da parte dos cabeções. Eles apenas seguem a cartilha acriticamente e se curvam a princípios tratados como dogmas.” Essa conclusão deixa de mencionar a chantagem do sistema financeiro.

      Trabuco et al conversam com a Dilma se, e somente se, a dívida continuar a ser paga.

      Interessante olhar pelo prisma que 45% da arrecadação para pagar a dívida na época do PT é muito maior do que 45% de uma arrecadação baixa.

      Existe uma desvantagem momentânea para os credores se o país quebrar e não conseguir ir quitando a dívida.

      Em compensação, o que eles iriam ganhar com privatizações de água, petróleo…

       

  8. Levy

    E como a presidenta Dilma capitulou de vez ao mercado, colocando um banqueiro no Ministério da Fazenda, que só sabe cortar  despesas, gastos sociais e investimentos (os juros ele não vê), e dá uma banana pros desempregados, é isto, vamos desfazer 50 anos em 5.

    E isto porque a presidenta quis governar com os ricos. Foi escolha dela. Ela foi eleita pelos pobres, mas escolheu os ricos. Covardia ou o que quer que tenha se dado, eu não sei. Mas uma pessoa decente preferiria o impedimento a um ato deste de covardia. Foi uma decepção e tanto para os que a elegeram. Infelizmente.

    1. Absoluta e rigorosamente nada a ver

      Lula capitulou quando colocou Henrique Meireles, ex presidente mundial do BankBoston e deputado federal eleito pelo PSDB de Goiás, em 2002, para presidir por 08 anos consecutivos o Banco Central do Brasil?

      Lula capitulou ao nomear Antônio Palocci para o Ministério da Fazenda, com uma política mais ortodoxa que a de Pedro Malan, entre 2003 e 2006?

      Lula capitulou quando colocou Joaquim Levy para ser o seu Secretário do Tesouro Nacional (o n. 2 do Ministério da Fazenda), entre 2003 e 2006?

      Lula capitulou quando fez um baita ajuste fiscal em 2003, aumentando o superávit primário em valores superiores aos valores do tempo dos tucanos?

      Lula capitulou quando as consequências do ajuste fiscal feito por ele em 2003 foram o aumento do desemprego, a queda na renda dos trabalhadores e a inflação estourando o teto da meta?

      Lula capitulou porque entregou a Dilma, em 2010, uma taxa de juros de 02 dígitos, no valor de 10,75% ao ano?

      Porque, afinal de contas, Dilma Rousseff teria capitulado? Vejamos:

      Todos os programas sociais da era Lula estão mantidos e vários outros, como o Pronatec, Brasil Carinhoso, Ciência Sem Fronteiras e Mais Médicos, foram criados com grande êxito.

      O regime de partilha do pré-sal está mantido. A política nacional de valorização do salário mínimo está mantida. A política internacional da era Lula está mantida, etc.

      Então, porque Dilma capitulou?

      Capitulou porque enfrenta uma restrição fiscal passageira, oriunda da enorme mudança nas relações de troca comerciais do Brasil? Capitulou porque enfrenta uma forte desvalorização cambial, algo que está acontecendo com todos os países emergentes, em especial com a Colômbia e a Rússia?

      Enfim, digo eu que Dilma não capitulou coisíssima nenhuma. Ela sabe muito bem de que lado está na disputa econômica, política e social do Brasil. 

      O que acontece é que ela faz um governo sitiado pelo parlamento mais conservador dos últimos 50 anos, além de ser o parlamento mais fragmentado da história do Brasil (29 partidos com representação parlamentar). 

      Isto para não falar nas múltiplas tentativas de golpes de estado que se tenta fazer contra ela desde o dia 26 de outubro de 2014. 

      1. Minhas respostas:
        1:

        Minhas respostas:

        1: Capitulou

        2: Capitulou

        3: Capitulou

        4: Capitulou

        5: Capitulou

        6: Capitulou.

        No entanto, reconheco q existem diversos graus de capitulacao. Este da Dilma foi o mais feio de todos.

        Pois naquela ocasiao, FHC armou a arapuca: Lula seria eleito e as previsoes de sua irresponsabilidade seriam confirmadas nos primeiros anos de mandato e o Brasil quebraria, qdo entao o PSDB voltaria triunfabtenente ao poder, para restabelecer a paz economica e social.

        Lula trocou, sabiamente, mais maldades no inicio do mandato, por bondades distribuidas posteriormente a conta gotas, exatamente como manda o manual.

         

        Ja  D. Dilma criou a propria crise. Situacao fiscal relativamente facil, bastava igualar juros internos a juros externos, deixar o mercado levar o cambio e cagar um kg pra inflacao. Mas trocou td o desenvolvimentismo pelo “controle” da inflacao. Levou os juros pra estratosfericos 14,25%, num mundo de 0,25%. 

        Nem o Arminio Fraga foi tao mau(mau com u mesmo).

        Eu votei nela.

        Mas se quiserem derrubar, nem ligo!

         

  9. Juros reais é o que interessa

    Os juros pagos para a rolagem da dívida têm de fato sido verdadeiramente extravagantes. Em um dado período, que incluiu parte do governo FHC e também do governo Lula, foram mais delirantes ainda. Mas entendo que temos de raciocinar não em termos dos juros nominais, mas dos juros reais, obtidos após se deduzir a inflação. No momento, os juros reais são de 5%, não de14,5%. Usando os juros reais, a projeção do crescimento da relação dívida/Pib fica muito menor. 

    O melhor das últimas análises do Nassif é apontar que uma crise fiscal tem de ser abordada por um conjunto de medidas focadas coerentemente no ataque aos problemas mais graves. Aqui o problema se transforma em político, não puramente técnico, pois a avaliação da gravidade dos problemas envolve juízos de valor, que sempre são políticos e ideológicos. Na minha visão, por exemplo, o problemas mais grave brasileiro é o desperdício de um cenário demográfico que nunca mais retornará, em que fração ainda alta da população é jovem. Investir na educação desses jovens é nossa única chance de sair da chamada armadilha da renda média. Renda média é o máximo que um país com povo pouco educado pode atingir, mesmo que seja um “gigante pela própria natureza”. Mas, claro, essa é uma visão particular. 

  10. Creio que a lógica destes

    Creio que a lógica destes canalhas é bem mais singela: nós tiramos dinheiro destes trouxas deixando-os felizes ao dizer que eles merecem nota AAA e tiramos ainda mais dinheiro deles quando lhes damos nota CCC e eles ficam apavorados.

    A velhacaria destas agências de risco é absolutamente evidente. Elas quebraram o mundo em 2008 e nenhum dos pilantras que deu notas AAA ao bancos podres dos EUA e Europa foram presos ou pagaram indenizações aos desempregados. Desgraçadamente as sedes destas quadrilhas financeiras não ficam na Islância. Lá estes analistas de merda teriam sido presos. Mas se eles tivessem sido açoitados e jogados num vulcão o mundo ficaria bem mais seguro. 

  11. Juro é lucro

    O juro é a parte do conjunto da mais-valia produzida socialmente destinada a remunerar o capital financeiro, assim como o lucro – comercial e industrial – remunera os capitalistas dos respectivos setores. Os impostos são outra parte, destinada a manter os gastos estatais indispensáveis ao funcionamento do sistema. Por isso sempre houve uma disputa acirrada entre as frações do capital e o Estado para se apropriar ou até ampliar a sua participação nesse montante.

    O que ocorre no capitalismo neoliberal, e no Brasil isso parece muito claro, é que os juros – aí incluidos aqueles pagos para financiar dívida do Estado – passam a ser uma fonte de lucro tanto para capitalistas do setor produtivo quanto do setor financeiro. O capital industrial e comercial se remuneram com juros ao destinar parte do seu excedente para o circuito financeiro. Hoje a maioria das grandes lojas obtém ganhos financeiros maiores do que os operacionais, através de cartões de crédito e empréstimos aos consumidores. E qualquer grande empresa tem o seu departamento financeiro estruturado para manter o excedente de caixa aplicado em títulos públicos que rendem juros ás vezes superiores ao lucro operacional.

    Dessa forma, o grande capital “recupera” a parte da mais-valia que teve que pagar como impostos apropriando-se de grande parte do orçamento público através dos juros. No Brasil, esse montante já corresponde à metade do orçamento da União. Assim, mais do que disputarem entre si o excedente produzido socialmente, o capital financeiro, industrial, comercial e agrícola tornam-se parceiros no ataque ao dinheiro arrecadado através de um sistema tributário construído de forma a penalizar apenas os assalariados e a classe média. O conjunto dos capitais, não só o financeiro, torna-se rentista do estado.

    Expressões como “preferência temporal de consumo” e “gasto estatal elevado” não passam de cantilena ideológica para tentar justificar o saque aos cofres públicos e a apropriação da maior parte do dinheiro dos impostos que deveriam ser devolvidos à sociedade em obras e serviços a fim de construir um padrão de vida social minimamente civilizado.

    1. É lucro e é merecido

      Realmente, os “rentistas” lucram emprestando ao estado, e esperam continuar lucrando. Querem lucrar o máximo possível. Não querem, no entanto, que o risco de perderem dinheiro aumente, nem tampouco que deixem de lucrar, logo desejam que a taxa de juros seja a maior possível, sem comprometer a viabilidade. Isso não é um mecanismo perverso, nem representa a maldade dos rentistas, é simplismente a consequência direta de alguém desejar empregar seu dinheiro da forma mais rentável possível, que lhe é conhecida e controlada.

      A questão aqui não é a maldade dos rentistas, ou como o estado, “vítima”, deveria mudar suas políticas para destruir os rentistas, ou para força-los a emprestar contra sua vontade e seus próprios interesses. A questão é porque o estado se coloca como vítima, quando na verdade quem oferece os títulos e a promessa de pagamento de juros é o próprio estado?

      Não é apenas burrice dos cabeções, nem a mera obediência à regras tolas impostas por um receituário falho e imoral. A questão dos juros é que eles funcionam para coibir a inflação, principalmente quando o BC o faz sem aumentar a impressão de papel moeda. Há outras formas de se combater a inflação, além dos juros, e cada uma tem seus métodos e suas consequências. Nada impede o governo de empregar essas outras formas, para que a inflação caia e se mantenha baixa. O aumento dos juros aumenta a recessão, e isso é verdade para qualquer caso: O princípio pelo qual o aumento de juros combate a inflação é justamente o da restrição à liquidez, ou seja, reduzir o dinheiro circulando. Dinheiro circulando é atividade econômica, não apenas a “rentista”, mas também a diretamente produtiva. Logo a restrição à circulação causada pelo aumento de juros é necessariamente recessiva. Quando a economia está crescendo muito, essa recessão é suportável, pois não fica explicitada. Quando estamos em um quadro de estagnação ou recesão, aí ela se torna plenamente visível, ainda que o efeito seja sempre o mesmo, em todos os casos.

      O BC aumenta os juros para combater a inflação porque essa é sua função, e essa é sua ferramenta. Cabe ao governo executar os outros métodos, bem empregados, e de forma equilibrada, para que o efeito de combate à inflação seja mais rápido, e portanto, para que o BC possa aliviar a pressão nos juros. Se o governo não tivesse gasto tanto dinheiro nos últimos anos, e investido no modelo de economia consumista que não poderia se sustentar sem uma indústria produtora e sem um mercado de commodities aquecido, o orçamento estaria equilibrado, não haveria tendência de inflação, a desvalorização do real seria bem menor(oque também ajuda a conter a inflação), e não estaríamos em crise. Não haveria qualquer necessidade de aumentar os juros. Como as coisas são interligadas, os erros do governo causaram a crise, e o remédio dos juros, que é só um dos componentes da solução, doloroso, acaba sendo necessário, ainda que indigesto.

      Não deveriam os pseudo-economistas da libertação, filósofos da teologia “do interesse social”, atacar o aumentos dos juros, e menos ainda os interesses dos rentistas. Deveriam sim atacar os problemas que geraram essa consequência, os gastos mal feitos, as escolhas mal realizadas, as ideologias que renegam o racional. Os gastos sociais são incompatíveis com uma economia mal estruturada, com um orçamento mal-realizado, com investimentos que falharam e com custos de impostos que também oprimem a produção e aumentam a recessão, tanto quanto os juros. O estado vai deixar de ser benfeitor, assim como eventualmente deixará de prestar os serviços básicos de saúde, educação e segurança, se não gerir de forma competente o orçamento, a dívida, e as tendências futuras baseadas no modelo e nas leis em vigor e as que serão propostas. Chegará um momento em que terão de parar de aumentar os impostos e os gastos, ou entraremos em uma espiral auto-destrutiva que resultará em uma economia totalmente estatizada e improdutiva, sem propriedade, e sem direitos atendidos. Não é possível dividir de forma igualitária o menos que necessário à sobrevivência, e mesmo que houvesse apenas o suficiente para isso, não seria aceitável para boa parte da população. Esse modelo é conceitualmente falido.

      Se o governo parar de achar que é o motor da economia, se parar com a idéia de que sua função é tomar o máximo de dinheiro possível com impostos para então escolher de forma sábia como dividir o dinheiro tomado, entre rentistas, empresários subsidiadis, e necessitados da população, vai descobrir que todos os “sangue-sugas” vão ter de começar a trabalhar: Os rentistas dos títulos da dívida vão procurar emprestar seu capital à empresários que tenham bons planos, bons empreendimentos e competência para realiza-los(os que não tiverem vão falhar, e levar o dinheiro dos rentistas junto para o buraco…). Os empresários subsidiados vão falir, ou ter de descobrir como realmente produzir de forma eficiente para gerar lucro de forma honesta. E os necessitados vão ter de se virar para sobreviver, como sempre fizeram. “Magicamente”, restará ao governo dinheiro para diminuir impostos, ou prestar serviços básicos, que garantam não um padrão mínimo de vida e dignidade, mas sim um padrão mínimo de oportunidade para todos(e sem limites para o máximo de oportunidade, “cotas”).

      Enquanto a produtividade per capta do Brasil for essa porcaria que é, não haverá dinheiro para uma boa educação, nem para serviços de saúde, e tampouco para a segurança pública e o respeito aos direitos básicos de cada indivíduo. E tentar realizar essas coisas em sua plenituda sem a renda necessária é o mesmo que projetar a falência do sistema. Não basta vontade política para melhorar as vidas das pessoas, é preciso um plano racional e matematicamente coerente, que não use de contabilidade criativa, da “boa-vontade”(desapego ao próprio interesse) de todos os atores econômicos, e de barreiras e imposições artificiais que gerem distorções e defeitos fundamentais nos mecanismos de produção, crescimento e progresso. São essas distorções que vemos hoje, e que nos causam problemas: Rentistas que emprestam ao governo porque ele paga mais juros doque o mercado produtivo consegue. Empresários que disputam as obras públicas através de conchavos e propina para garantir o dinheiro e entregar muito menos doque lhes é pago(superfaturamento). E necessitados que recebem auxílio do governo e deixam de procurar emprego, que forçam a demissão de seus empregos para receber seguro-desemprego e bolsa-família, e que vivem de bicos aonde não pagam impostos, e nem produzem valor de forma consistente e compatível com seu real potencial. 

      O resumo da ópera é o seguinte: O governo não pode ficar do tamanho que é com a renda que temos. Tem de ser menor, e de ambicionar entregar menos serviços e direitos, enquanto planta a capacidade futura de produção e de infra-estrutura para que tenhamos mais renda per capita. Qualquer ordem invertida desse processo não funciona, simplismente aumenta a dívida pública, e compromente o futuro.

      1. Que politico vai se eleger

        Que politico vai se eleger com este discurso realista?

        Enquanto o populismo reinar culturalmente seremos subdesenvolvidos.

    2. “não passam de cantilena

      “não passam de cantilena ideológica para tentar justificar o saque aos cofres públicos ” seu texto é marxista e fala em ideologia.

      Você inverte causa e efeito.

      Se o governo gastasse apenas o que arrecada, diga me que necessidade haveria de pedir dinheiro emprestado para a sociedade.

      Não é estranho falar em exploração quando é o estado que usa a violência para confiscar parte do salário do trabalhador e diga se a conta estado sempre é paga pelo assaláriado não pelo capitalista que apenas repassa os custos dos impostos para o consumidor.

      O estado é o comitê executivo da classe dominante diz o comunista, esta certo. Mas, dar mais poder estatal é dar mais poder a classe dominante.

       

  12. Novo ministro da fazenda.

    Por que você não faz um concurso para eleger um novo ministro da fazenda?

    São tantos os seus leitores entendidos que deixariam o Levy na rabiola do mercado financeiro.

     

    1. Analogia perfeita

      Sua analogia e raciocínio estão perfeitos !

       

      Você nãp pode chegar para o seu patrão e falar: “Olha, eu comprei uma casa maior, 5 carros importados e mês que vem vou passar minhas férias em Paris e para isso preciso de 200% de aumento”.

      No caso do governo, ele detem o poder de aumentar seu próprio salário (impostos) e pouco importa se isso pode esgotar a fonte de renda.

      A diferença, de forma bem simplista, é essa….

    2. O único probleminha é que o

      O único probleminha é que o Brasil não foi inaugurado hoje. Temos uma dívida enorme, que já veio de décadas atrás (aumentou muito no período FHC) e só de juros, são centenas de bilhões gastos todos os anos.

      Se fosse seguir essa lógica, direciionaríamos toda a arrecadação para pagar a dívida e ficaríamos um ano sem pagar aposentados, funcionários públicos, hospitais, escolas, obras, etc.

      Ao contrário da sua casa (eu imagino), o governo deve muito, de outros carnavais.

  13. Os especuladores é que são malvados…?

    Ou os desenvolvimentistas é que são inocentes como pré-adolescentes? Eu te digo: “não entre na jaula do lobo”. Aí o desenvolvimentista diz: “só vou colocar a mão lá dentro, dá tempo de tirar se for o caso”. E então começa a ciranda da alegria. Quando você vê, o desenvolvimentista está com a metade do corpo dentro da jaula, e na sequência está cutucando o lobo com o dedo. Aí o lobo faz o desenvolvimentista em pedacinhos e vai palitar os dentes. Mas as viúvas desenvolvimentistas vem logo chorar as pitangas: “como o lobo é mau!!!”. Caiam no mundo real e parem de fantasiar, senhores!!! Lobos sempre vão ser lobos. Nós é que temos que deixar de ser otários e parar de passar cheques em branco para a nossa classe política.

  14. Os especuladores é que são malvados…?

    Ou os desenvolvimentistas é que são inocentes como pré-adolescentes? Eu te digo: “não entre na jaula do lobo”. Aí o desenvolvimentista diz: “só vou colocar a mão lá dentro, dá tempo de tirar se for o caso”. E então começa a ciranda da alegria. Quando você vê, o desenvolvimentista está com a metade do corpo dentro da jaula, e na sequência está cutucando o lobo com o dedo. Aí o lobo faz o desenvolvimentista em pedacinhos e vai palitar os dentes. Mas as viúvas desenvolvimentistas vem logo chorar as pitangas: “como o lobo é mau!!!”. Caiam no mundo real e parem de fantasiar, senhores!!! Lobos sempre vão ser lobos. Nós é que temos que deixar de ser otários e parar de passar cheques em branco para a nossa classe política.

  15. Acho que quem elevou a taxa

    Acho que quem elevou a taxa para 45%, número muito apropriado alias, foi o Armínio Fraga, Nassif. É bom não esquecermos, pois ele ainda está por aí cagando regra, e será o ministro da economia assim que o Gilmar empossar o Aécio, aquele que está na boca suja do Youssef.

    Dito isso, eu nessa história toda, fico menos preocupado com a Standar’s & Poor, nome mutio apropriado alias, e mais com o fato da Dilma não ter estratégia para sair da armadilha dos juros altos. Ainda mais agora que os cabeções podem motrar a presidenta que “deu resultado”, pois a inflação está cedendo.

     É impressionante como a presidenta tem dificuldade de fazer a leitura correta dos cenários. Perdeu a queda-de-braço com os rentistas na questão dos spreads quando estava por cima da carne seca (quase 70% de popularidade). Ok, acontece, o pessoal é profissional e ela era inexperiente. Poderia ter recuado estrategicamente, desde que entendesse sua derrota.

    Não o fêz, e aparentemente resignou-se diante da “inevitabilidade” da cartilha. Porque não passou por sua cabeça que sua derrota poderia ser por falta de estratégia política, de comunicação? Bastou algumas semanas de terrorismo econômico, com o mantra da “volta da hiperinflação” adornada por colar de tomates e pronto, jogou a toalha. E pensar que por ironia é o tomate que está puxando a inflação para baixo agora.

  16. Megalomania: doença ou vício?

    O pessoal precisa ser mais compreensivo, entender que não se larga vício assim, de uma hora para outra.

    Muita gente acha lindo quando um banco bate records de lucro, crescemos aprendendo isso.

    A solução é simples: optar pela descentralização. Mas quem consegue, de repente, parar de admirar os grandes? Como largar do vício dos sonhadores, de achar que um dia a gente pode vir a ser um deles? Ou do vício dos realistas, de esforçar-se para parecer um dos grandes, repetindo seus discursos, suas poses? Não é fácil…

  17. A pergunta.

    Como uma agencia ao mal falada hoje foi motivo de orgulho para Lula quando em 2008 usou a batida frase “nunca na história…” para comunicar aos brasileiros o aumento do grau de investimeno??

    Se fosse tão desqualificada, o Governo não teria reunido ministros assim que souberam do rabaixamento.

     

     

  18. Urgente:Juro real zero, Joaquim Levy é “pro market”quem disse

    isso ontem foram os grandes jornais estrangeiros, O Grande capital internacional tá influindo em nossa economia com seus representantes de sempre colocando a Presidenta e o Brasil contra a parede . Temos que reagir!

    #aiquesaudadedoguido#  Que voltemos a usar os bancos públicos para baixar os juros de mercados . a níveis suportáveis para girar a economia.

    O PSDB se perdeu,abandonou o povo e se afirma a cada dia como Partido do Grande capital financeiro, muitos cidadãos

    já estam sabendo disso . 

    O PMDB quer continuar como sempre: Carrapato dos Governos de plantão, só querem sugar até a última gota ,ainda tentando enganar o cidadão com falsos propósitos de governabilidade.

    O mundo todo sabem dos erros do PT ,mas dos grandes partido é o únicoque  ainda tem jeito se ousar o reencontro com os movimentos sociais , dar um cavalo de Pau  fazer um Governo pro “Andar de baixo ” , abandonar a política de que está”sacrificando o povo e enchendo as burras dos rentistas com taxa selic escorchante e juros de mercados escandalosos (cheque especial e cartão de crédio ) de fazer corar o mais usurento dos agiotas.Reativar as obras de infrasetrututa e obras geradoras intensiva de empregos.Não importa a debandada de alguns aproveitadores  que entraram no Partido durante os Governos Petistas 

     

  19. Ontem e hoje

    Ontem, em 2008, quando o Brasil recebeu selo de bom pagador, a frase de Lula foi: “Fomos reconhecidos como um País sério”, hoje, 2015, com a perda do grau a frase virou: “A perda não vale de nada, não muda nada”. Concordo com o leitor que fez uma interpretação simples, direta e correta: “Em casa gasto o que recebo”. A economia de mercado é assim, o capitalismo é assim, sempre foi e sempre será especulativo e cheio de maquiadores (tipo Dilma), a questão é quem está a frente da economia, dirigindo o barco. Países sérios a economia de mercado corre solta, lei da oferta e procura…aqui amigo, é a casa da mãe joana.

    1. Sua analise eh um pouco

      Sua analise eh um pouco simples. Soh gasto o que ganho sempre eh a melhor politica. Mas vc ja viu a divida oublica dos reis do capitalismo EUA e Japão.

       

  20. Juros x dívida pública – correlação precária ou até mesmo falsa

    MÚLTIPLAS VARIÁVEIS – Vamos colocar alguns dados na mesa de discussão. A partir destes dados teremos mais elementos para discutir  o tema da dívida pública no Brasil e no mundo, de maneira assertiva e sem achismos ou teses simplórias. Vejamos:

    -Dívida pública de países selecionados (trajetória entre 2008 e 2015)

    1) EUA: dívida pública de 64% do PIB em 2008 e de 103% do PIB em 2015. A taxa de juros dos EUA está em 0,25% ao ano, de forma ininterrupta, desde dezembro de 2008;

    2) Zona do Euro: dívida pública de 66% do PIB em 2008 e de 92% do PIB em 2015. A taxa de juros da União Europeia caiu de 4,25% ao ano, em 2008, para 1% em 2009. Hoje a taxa está em irrisórios 0,05% ao ano;

    3) Espanha (taxas de juros da Zona do Euro): dívida pública de 36% do PIB em 2008 e de 98% do PIB em 2015;

    4) França (taxas de juros da Zona do Euro): dívida pública de 64% do PIB em 2008 e de 95% do PIB em 2015;

    5) Itália (taxas de juros da Zona do Euro): dívida pública de 103% do PIB em 2008 e de 132% do PIB em 2015;

    6) Alemanha (taxas de juros da Zona do Euro): dívida pública de 65% do PIB em 2008 e de 75% do PIB em 2015;

    7) Reino Unido: dívida pública de 44% do PIB em 2008 e de 89% do PIB em 2015. A taxa de juros do Reino Unido é de apenas 0,5% ao ano, de forma ininterrupta, desde março de 2009;

    8) Japão: dívida pública de 167% do PIB em 2008 e de 230% do PIB em 2015 (mais alta dívida pública do mundo). A taxa de juros do Japão é de irrisórios 0,1% ao ano, de forma ininterrupta, desde dezembro de 2008;

    9) Grécia (taxa de juros da Zona do Euro): dívida pública de 105% do PIB em 2008 e de 177% do PIB em 2015;

    10) Brasil: dívida pública de 58% do PIB em 2008 e de 64% do PIB em 2015. A taxa de juros do Brasil era de 13,75% ao ano em 2008 e é de 14,25% ao ano em 2015. Neste meio tempo a taxa caiu para 8,25% ao ano em 2009 e fechou 2010 em 10,75% ao ano. Depois caiu para o patamar mínimo histórico, de 7,25% ao ano, entre outubro de 2012 e abril de 2013, e fechou o ano de 2014 em 11,75% ao ano. 

    Qual é a constatação óbvia, absoluta e cristalinamente óbvia deste panorama agora apresentado?

    Simples: os países que mais foram impactados pelo Crash de 15 de setembro de 2008 (EUA, Japão, Reino Unido e países da União Europeia), em que pese estarem com taxas de juros praticamente em 0% ao ano, há muito e muito tempo, viram as suas dívidas públicas crescerem de forma exponencial. 

    Já países como o Brasil (também poder-se-ia citar a Índia, a China, a Rússia, a Argentina e outras nações), em que pese estarem com taxas de juros altas em comparação com os países desenvolvidos, viram as suas dívidas públicas ficarem estáveis, com alta apenas residual ou até queda no valor da dívida pública. 

    Conclui-se, portanto, que é um erro crasso e rotundo falar em dívida pública tendo como premissa básica apenas o valor nominal da taxa de juros (a taxa real de juros do Brasil é hoje similar a taxa real de juros que tínhamos em 2010). 

    As políticas anticíclicas de expansionismo fiscal e monetário (Quantitative Easing), praticadas pelos países centrais, tiveram como consequência o aumento exponencial das dívidas públicas, em que pese as taxas de juros terem desabado.

    Aliás, diferente dos países emergentes como o Brasil, a inflação dos países centrais está em pouco mais de 0% ao ano desde o estouro do Crash de 2008. Justamente por isso, para tentar ”fabricar” mais inflação, é que as taxas de juros estão no menor patamar da história.

    Não fosse assim e os EUA, a Europa e o Japão teriam entrado numa espiral deflacionária pior que a da década de 30 do século passado (aí sim o mundo saberia o que é convulsão social).

    Repito, o expansionismo fiscal dos países centrais, com colossais e sucessivos déficits públicos, elevou enormemente as suas respectivas dívidas públicas.

    Este processo, com velocidades maiores ou menores, está sendo revertido, principalmente nos EUA que estão muito próximos da normalização na política monetária e fiscal. A Europa mantém um expansionismo monetário e começa a apertar na questão fiscal. 

    Este breve comentário não tem a pretensão de esgotar nenhum assunto, mas sim a pretensão de jogar um pouco mais de luzes na discussão sobre dívida pública, taxa de juros e inflação. É humanamente impossível falar hoje nestes e em outros índices econômicos sem falar do Crash de 2008 e de seus efeitos que se fazem sentir até hoje. 

    É também impossível falar de economia hoje, no caso do Brasil, sem falar de câmbio, do pior crescimento econômico da China desde 1989, da maior contração do comércio internacional desde 2009, da queda brutal no valor das commodities agrícolas e minerais, iniciado com força em meados do ano passado, etc.

    Qualquer discussão econômica que se fixe numa única variável, por exemplo, na questão da taxa de juros, sem analisar as outras múltiplas variáveis e o atual contexto nacional e internacional duríssimo em que vivemos, é apenas uma conversa de boteco. 

    1. Parabéns Diogo
      Prezaria a

      Parabéns Diogo

      Prezaria a inclusão da Relação Divida Publica X Juros da China e Russia, visto que com a bilateralidade da geopolitica voltando esse xadrez economico acaba passando por esses dois gigantes.

      Abração.

    2. Além disso criararam um

      Além disso criararam um oceano de papel pintado em busca de ativos reais mundo afora. Desestabilização de governos é uma tática manjada.

  21. Vender parte das Reservas Cambiais e reduzir os juros da Selic

    O Brasil deveria aproveitar a oportunidade para vender parte da Reservas Cambias no mercado à vista e resgatar o equivalente em títulos públicos, bem como resgatar antecipadamente parte da dívida externa, o que reduziria significativamente a dívida pública bruta.

    Caso fosse vendido US$ 70 bilhões das Reservas Cambiais no mercado á vista por R$ 3,80 o governo arrecadaria R$ 266 bilhões de reais, além disso poderia resgatar antecipadamente os  US$ 42 bilhões da dívida externa em títulos, restando apenas US$ 30 bilhões de  dívida externa contratual.

    Lembrando que a maior parte dos US$ 370 bilhões das Reservas Cambias foram comprados quando o dólar estava abaixo dos R$ 2,00.

    Com a venda de parte das Reservas Cambiais haverá uma estabilidade na taxa de câmbio, e dos preços internos, já que a maior  parte da inflação se deve a correção cambial  de mais de 70% nos últimos meses.

    Com a estabilidade cambial será possível reduzir rapidamente os juros da Selic.

    Para garantir a inflação dentro da meta estabelecida pelo CMN é necessário controlar a taxa de câmbio, vendendo dólar a R$ 3,80 e comprando dólar  a R$ 3,60

     

    1. Dívida Pública x Juros x Câmbio

      Já me perguntei porque o Governo não faz isso.

      Muitas vezes o acerto está na simplicidade, infelizmente a turma do economês não gosta de coisas simples, eles temem se passar por simplórios.

      Como você relatou, com o dólar tão alto, um punhado das reservas renderia uma soma significativa, iria impactar positivamente nos resultados das contas públicas (lucro do Bacen).

      Com o câmbio tão desvalorizado, o Balanço de Pagamentos sofrerá menos pressão deficitária, reduzindo a necessidade de um patamar tão alto de reservas.

       

    2. Seria uma loucura total. São

      Seria uma loucura total. São as reservas que mantem o Brasil com a cabeça acima da agua, como dizia o Ministro Mario Simonsen, inflação aleika, crise cambial mata. È em periodos de crise que as eservas são mais necessarias. Pre-pagar dividas que ainda vão vencer a longo prazo, ganha-se o que com isso? Nada. As reservas são isso mesmo, reservas e nem são tao altas assim, a Rusia tem o dobro com um PIB menor que onosso.

      1. Em 2008, uma crise muito maior o Brasil tinha US$ 200 bilhões

        O Brasil ainda carrega títulos da dívida externa que pagam mais de 16% de juros ao ano, resgatando a dívida externa antecipadamente, deixa de pagar os juros da divida externa,cerca de 5% a 16% ao ano,  e reduz a dívida pública bruta

        Além disso, sem dívida externa em títulos vai ser difícil as agência de risco continuarem a rebaixar a nota de crédito do Brasil.

        Mesmo vendendo US$ 112 bilhões das Reservas Cambiais ainda restariam US$ 269 bilhões, 30% a mais do que tinha em 2008

        As Reservas cambiais são para serem utilizadas em momentos de crise, como agora ou como em 2008, onde o BC vendeu cerca de US$ 20 bilhões de dólares das Reservas Cambiais

        Para controlar a taxa de câmbio e impedir a ação dos especuladores na atual crise,  US$ 20 bilhões  seria mais do que o suficiente.

        O BC precisa aproveitar as crises para vender parte das Reservas Cambiais e impedir a ação dos especuladores, e comprar em momentos de tranquilidade para impedir uma queda acentuada do dólar no Brasil, nada além disso.

        O BC também vendeu dólares em 2006 quando o FED iniciou um processo de aumento dos juros para limitar a ação dos derivativos atrelados as hipotecas americana.

        O momento de vender  parte das Reservas Cambiais é agora, principalmente considerando  que depois que passar a crise, aumentar as exportações e diminuir as importações o BC vai ter que voltar a comprar dólares para impedir um queda acentuada da taxa de câmbio.

    3. As reservas não são de 370

      As reservas não são de 370 bilhões de dolares, são de 280 bilhões, porque 110 bilhões estão travados em swaps cambiais, dolar vendido para entrega futura.

      1. Os contratos de swaps cambiais é um compromisso em reais

        As Reservas Cambiais são de US$ 370 bilhões, os swaps cambiais tradicionais  são acertados em reais, onde o BC recebe a taxa de juros da selic e paga a variação da taxa de câmbio do dólar(ptax).

        Ou seja o BC não utiliza dólares na operação e sim reais, o valor total dos contratos cerca  de US$ 110 bilhões atualmente é um valor de referência, “Esses contratos têm valor nocional equivalente a US$50 mil “cada, e o BC paga diferença quando  a variação  do dólar americano é maior que o juros da Selic, e recebe quando os juros da Selic forem maiores que a variação do dólar americano no período do contrato de swap.

        Lembrando que o BC é apenas o operador o resultado da operação é assumida pelo Tesouro Nacional

        “Equalização dos swaps cambiais realizados no mercado doméstico

        O BCB efetua com o Tesouro Nacional, dentro do mecanismo de equalização cambial, uma operação de características inversas a dos swaps cambiais realizados no mercado doméstico, alcançando um hedge perfeito, uma vez que os valores nocionais e as taxas são idênticos, entretanto, com posição inversa.

        Com essa operação, os swaps cambiais realizados no mercado doméstico não representam exposição cambial ou de juros para o BCB.”

        anexo:

        NOTA PARA A IMPRENSA – 28.08.2015—-Política Fiscal——-ZIP – 219 Kb

        BANCO CENTRAL DO BRASIL—Demonstrações Financeiras 30 de junho de 2015*pag. 16 e 17)

        30/06/2015 – Demonstrações financeiras contábeis – Banco Central do Brasil  (PDF – 985 KB)
        Publicado na Internet em 27/08/2015

        URL:

        http://www.bcb.gov.br/?balancete

        http://www.bcb.gov.br/?BD201506DF

        http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOLFISC

        http://www.bcb.gov.br/ftp/NotaEcon/NI201508pfp.zip

  22. rebaixamento de risco

    Nassif, como explicar a posição da S/P sobre um Pais que detem mais de 370 bilhões de dolares em reservas, de risco de calote? Não tem algo estranho nessa indicação de risco? Não será especulação?

     

  23. Conclusão: votamos numa presidente,

    mas elegemos uma defensora do rentismo e agora estamos fodidos, vamos pagar uma conta que não fizemos e que não para de crescer ás custas da precarização das nossas já precárias educação e saúde, fim dos programas sociais e aumento brutal de impostos que certamente vai atingir direto a classe média. Foi pra isso que a Dilma se esforçou tanto para se reeleger?

  24. A longa espera do impeachment ou coisa pior.

    Ontem no Jornal da Globo que passa lá pelas 00:30 hs William Wack foi simples e direto. Mostrou uma curva na qual o Brasil desde 2003 foi subindo e chegou em 2009 no alto quando a relação dívida pública e receita estavam em patamares muito bons. Neste período Lula deu uma entrevista em que dizia a maravilha que era o Brasil e o aumento da nota pela S&P representava que o Brasil adquiria o RESPEITO do mundo pelo desempenho de sua economia, declaração esta reprisada ontem no programa Pingo nos iiis de Reinaldo Azevedo na Joven Pan. Ai começou a derrocada ladeira abaixo, principalmente depois que Dilma entrou no governo, o GRANDE ERRO DE LULA, muito igual ao de Maluf ao apadrinhar Celso Pitta simplesmente porque ele era negro, e assim foi com Lula ao apadrinhar Dilma apenas porque ela era mulher e havia um apelo popular para que houvesse esta quebra de paradigma. Em ambos os casos não se levou em conta a capacidade de administrador público, simplesmente desejavam ganhar as eleições para colocar em cargos de confiança os apadrinhados para poderem roubar a vontade. Hoje se a cidade de São Paulo é uma instituição falida deve-se principalmente a Celso Pitta e Maluf. Todos os demais prefeitos que vieram após esta nefasta dupla pegaram uma terra arrasada. Assim também fez Lula. Ganhar as eleições era muito mais importante do que dar ao Brasil um gestor competente, pelos mesmos motivos de Pitta e Maluf, ou seja, manter os sindicalistas apadrinhados nos cargos de confiança, pouco importando se o Brasil iria naufragar no barco da incompetência de Dilma. Portanto não se deve desprezar as instituições que buscam manter o equilíbrio das contas dos países que recebem bilhões em investimento para manterem suas economias em desenvolvimento. Lula como sempre quando as coisas são contra ele ou seu nefasto partido busca sempre desprezar as opiniões, como se ele fosse alguém com um mínimo de conhecimento sobre qualquer assunto. Ontem a S&P era uma instituição respeitável por lhe dar uma nota alta, hoje ela não interessa, não serve para nada. Lula é como um macaco com uma metralhadora na mão, atira para todo lado pouco importando em quem acerte. O fato é que nossa economia vai de mal a pior e a única saída que o Sr. Levy aventa é o aumento de impostos. Se isto não fosse trágico seria cômico. Como diria o comediante Tiririca, um abestado. O caldo política e economia azedou faz tempo e agora vamos continuar a longa espera do impeachment ou coisa pior.

    1. Cade o contexto das declarações

      As duas declarações do presidente Lula são interessantes. Pergunto, essa agência de rating conseguiu alertar o mundo quando estourou a crise do Subprime dos Estados Unidos? At.

       

       

  25. Opção

    Eu concordo com as pessoas que chamam o Lula de duas caras, este negócio de tentar governar para banqueiro e correntista, pra rico e pra pobre não dá, está provado que isto é impossivel, eu pra mim é como diz Frei Beto, fique sempre do lado do pobre ainda que ele pareça estar errado. Jesus fez a sua escolha os coxinhas as deles e o Lula…

  26. o cara falou

    ” Engraçado como estas agencias de risco medem até dor de barriga na América Latina mas não tem coragem de rebaixar paises europeus quebrados”

    Luiz Inácio Lula da Silva

  27. Austrália AAA , Brasil BB- , onde diferimos

    Interessante artigo de um australiano, comparando as duas economias e concluindo que tudo é uma questão de confiança. O engraçado é que o plano de reforma com base no diamnate, que proponho, trás justamente isto – confiança.

    Australia’s AAA Emergency

    MELBOURNE — Yesterday, we talked about the big picture narrative being one of rising US interest rates and a reversal of long term capital flows. The biggest casualty of this narrative is emerging markets. Capital is flowing out of their economies, putting pressure on currencies, interest rates and budgets.

    Yesterday, the ratings agency Standard & Poors downgraded Brazil’s credit rating to junk status, which will put even more pressure on the beleaguered country. Big pension funds and institutional money are in most cases not allowed to hold ‘junk bonds’, and so they will have to sell out. This will increase capital outflows and put more pressure on the currency.

    As the Financial Times reports:

    ‘Worries over the Chinese economy, a slump in commodity prices and the implications of the Federal Reserve hiking interest rates have battered EM currencies in recent weeks.

    ‘Brazil is in the thick of the EM squall, but its problems are exacerbated by economic and political problems, including a sizeable capital accounts deficit and the government’s struggle to stick to its austerity agenda.’

    Hmmm, that all sounds familiar. Where have I heard these problems before?

    What other country has a huge reliance on iron ore, has economic and political issues, a sizable current account deficit and struggles to keep the budget deficit under control?

    You guessed it… Australia!

    But we have an AAA credit rating. Brazil’s status is junk. Why the big difference?

    Well, Australia has a few things going for it that Brazil doesn’t. For a start, we’re not in recession. Over the past two quarters Brazil suffered a 2.6% contraction in GDP. Their government debt-to-GDP ratio is nearly 60%, interest rates are around 14%, and they have a current account-to-GDP ratio of 4.17%. In addition, Brazil suffers from capital outflows.

    In case you’re wondering, none of this is very good.

    Australia on the other hand has a government debt-to-GDP ratio of 28.6% (sourced from trading economics) and low official interest rates of 2%. But based on our latest current account deficit blow out of nearly $20 billion for the June quarter, our current account-to-GDP ratio is a hefty 4.76%.

    The difference is that we have foreign capital coming into the country to finance the deficit. Brazil suffers from outflows…which is why its currency, the real, is plummeting and interest rates are so high.

    One area where Australia outdoes Brazil is in gross foreign debt. This is the total amount we owe to foreigners. Australia’s gross debt level is $1.81 trillion, or around US$1.267 trillion. Brazil’s, on the other hand, is just US$340 billion.

    There are clearly differences between Australia and Brazil. But what makes one country a solid, unquestioned AAA credit rating and another classified as ‘junk’.In a word, confidence. The confidence of our creditors ensures that interest rates are low and government borrowing remains low by international standards.

    The fact that our economy is keeping its head above water no doubt helps on this front. But our economy is relatively strong because low interest rates sparked a housing construction boom and household spending remains healthy. And creditor confidence helps keep interest rates low.

    This is why it’s so important for Australia to avoid a recession. Recessions are bad for confidence. If we were to enter a downturn, would our creditors keep sending money our way?…enough to allow the RBA to keep cutting rates to promote whatever type of growth it can muster?

    It’s an interesting question. I’m not trying to suggest that Australia will join Brazil in junk bond status anytime soon. But I am saying that our AAA credit rating is under threat. We have massive household debt combined with rising government debt levels. A recession would immediately blow out the budget deficit and put the credit ratings agencies on notice.

    The AAA rating is vitally important for Australia. Our banks, the financiers of the housing boom, borrow at favourable rates because of this rating.

    Recently, I spoke to a mate who works for a Chinese real estate development company. He told me that part of the reason for the large Chinese capital flows into Australia was to take advantage of the AAA rating. That is, buy assets in an AAA rated country. Take those assets to a bank and borrow against them. The cost of doing so is much cheaper than in non-AAA rated countries, which allows investors to leverage their returns on equity.

    My guess is that when Australia loses its AAA rating (not if, but when) it will have a massive impact. The RBA will have less room to manoeuvre on interest rates and our dollar will plummet. The confidence of our creditors will wane.

    There are only nine other countries in the world that hold AAA ratings from the three main credit ratings agencies. All of them, except for Australia and Canada, run current account surpluses, which means they’re not relying on creditors to finance their standard of living.

    I said it was a matter of when, not if, Australia loses its AAA credit rating. That’s because our politicians absolutely refuse to make any structural changes that would improve their long term finances.

    The path to a budget surplus only exists in make-believe forecasts. It doesn’t exist in reality. It may take a couple more years, but Australia is on the path to lose its most powerful economic weapon…its AAA credit rating. As Vern Gowdie argues here, it’s the ‘End of Australia’.

    Regards,

    Greg Canavan

  28. Rentistas …
    Rentistas? seriam eles os aposentados que pouparam a vida inteira.

    Ou seriam os jovens precavidos que poupam para a velhice?

    Ou seriam os fundos de pensão que tem o dever de remunerar aposentados hoje, amanhã e sempre.

    Talvez sejam os que poupam para comprar uma moradia ou cursar uma universidade.

    Poupar é básico e necessário, execetuando os funcionários públicos aposentados que recebem salários integrais às custas dos “rentistas” que fazem malabarismos para viver dos beneficios do INSS.

    1. Essa divida ativa é em grande

      Essa divida ativa é em grande parte apenas gráfica, não representa valor cobravel, os devedores são empresas quebradas, clubes de futebol fechados, gente que já morreu sem deixar espolio.

  29. Matou a pau logo no primeiro

    Matou a pau logo no primeiro parágrafo:

    “A disputa dá-se em torno do orçamento público. Os rentistas se apropriam dele através dos juros; a economia real através de subsídios ao crédito e compras públicas; o cidadão através de gastos sociais e com serviços públicos.”

    Sabe-se disso pelo menos desde a década de 70, sem sequer ter lido Offe ou Habermas. A disputa não está mais “no chão de fábrica” há muito.

    Mas o trecho mas mordaz mesmo foi: “Em país sério, Gustavo seria preso ou internado. Por aqui, tornou-se festejado consultor de mercado.”

    Porém, pra não perder a viagem, vou insistir que não me assusta que esses mercadores que só sabem comprar caro e vender barato apregoem o preço e a teria deles. o problema é o BC ser livre (“independente”) pra gastar o que quiser inclusive tabelando e indexando os juros ao lucro do estamento financeiro por meio do tal “boletim focus”.

    Mas o presal eles não levam, nem o  salario mínimo eles achatam!

    1. Quem puder e tiver paciência para explicar…

      Tenho me interessado pela dívida pública e seus mecanismos. Nas primeiras leituras sobre o sistema atual ficaram algumas perguntas. Quem puder e tiver paciência para explicar se habilite por favor…

      O compulsório pode ser utilizado para ajudar a baixar os juros na rolagem da dívida interna?

      O Governo faz um leilão com Selic Meta mais baixa. O mercado recusa (leilão no mercado primário sem interessados,  o e o Gov ao invés subir os juros, cancela a oferta). Aí o governo aumenta o compulsório permitindo que a parte aumentada seja aplicada em títulos públicos. Podem descer os preços do mercado secundário, juros ao consumidor mais caro inicialmente e fuga de capitais para exterior. Aí, novo leilão. ? Pode valer a pena entrar numa briga dessas?

      Que outras propostas alternativas se tem para garantir rolagem da dívida?

      Por que enxugar a liquidez (combate a inflação) com o prêmio dos juros ao invés de retirar dinheiro do sistema via aumento de compulsório?

      Não dá pra ter um comitê de política cambial? Meta de câmbio. No títulos ao invés de Selic, Dif de Inflação EUA X BR + juros americanos + % de risco é um sonho?

      Li a entrevista da Maria Lucia Fattorelli na Carta Capital e reproduzo um trecho aqui:

      “MLF: Nós sabemos quem compra esses títulos da dívida porque essa compra direta é feita por meio dos leilões. O processo é o seguinte: o Tesouro Nacional lança os títulos da dívida pública e o Banco Central vende. Como o Banco Central vende? Ele anuncia um leilão e só podem participar desse leilão 12 instituições credenciadas. São os chamados dealers. A lista dos dealers nós temos. São os maiores bancos do mundo. De seis em seis meses, às vezes, essa lista muda. Mas sempre os maiores estão lá: Citibank, Itaú, HSBC…é por isso que a gente fala que, hoje em dia, falar em dívida externa e interna não faz nem mais sentido. Os bancos estrangeiros estão aí comprando diretamente da boca do caixa. Nós sabemos quem compra e, muito provavelmente, eles são os credores porque não tem nenhuma aplicação do mundo que pague mais do que os títulos da dívida brasileira. É a aplicação mais rentável do mundo. E só eles compram diretamente. Então, muito provavelmente, eles são os credores.

      CC: Por quê provavelmente?

      MLF: Por que nem mesmo na CPI da Dívida Pública, entre 2009 e 2010, e olha que a CPI tem poder de intimação judicial, o Banco Central informou quem são os detentores da dívida brasileira. Eles chegaram a responder que não sabiam porque esses títulos são vendidos nos leilões. O que a gente sabe que é mentira. Porque, se eles não sabem quem são os detentores dos títulos, para quem eles estão pagando os juros? Claro que eles sabem. Se você tem uma dívida e não sabe quem é o credor, para quem você vai pagar? Em outro momento chegaram a falar que essa informação era sigilosa. Seria uma questão de sigilo bancário. O que é uma mentira também. A dívida é pública, a sociedade é que está pagando. O salário do servidor público não está na internet? Por que os detentores da dívida não estão? Nós temos que criar uma campanha nacional para saber quem é que está levando vantagem em cima do Brasil e provocando tudo isso.”

      São 12 dealers cadastrados e não são raros os leilões com apenas 1 apto a fazer lances. É triste. O Governo insiste em fazer isso.

      Não dá para tentar um atacado? ou varejo? Construir soluções que permitam o acesso e mais segurança ao pequeno investidor? Não dá pra abrir pra todo mundo? reduzir o custo da cústódia, por exemplo. Criar uma custódia pública como forma de incentivar a cultura de compra de títulos do governo? política transitória.

      Enfim, parar de mandar dinheiro para fora via juros. 

       

       

       

      1. Não conheço as ferramentas do

        Não conheço as ferramentas do BC.

        Mas o que me parece é que o governo perdeu, perdeu a briga à partir de setembro/outubro de 2012, quando as taxas de juros chegaram a 7,5%. Naquele momento o bloco reacionário se rearticulou e já no outono de 2013 irrompeu aquela campanha estrondosa do tomate; e logo depois com os gastos públicos da copa somados ao farisaismo anticorrupção sempre presente

        Note que não foi só o setor financeiro que estrilou. Até mesmo o tal “setor produtivo” embarcou nessa de cabeça; por dois motivos, creio eu: primeiro porque mesmo empresas não financeiras têm boa parte de seus ativos na forma financeira, de modo que se a renda de juros diminui aumenta-se os preços para compensar a “perda” de receita; segundo por lealdade de classe no sentido mais tosco que eles aprendem nas escolas de negócios: perceberam que com infraestrutura contratada, preço de energia, então baixo, o governo trabalhista teria vitória certa, o que significaria persistência do aumento relativo da renda do trabalho. E até mesmo, entre os mais estúpidos do setor, cresceu exponencialmente a paranóia vermelha e o medo do “bolivarianismo”.

        Já em 2014, mesmo com emprego recorde e inflação dentro do combinado, cruzaram os braços.

        E assim continuam. Não aceitam resultado de eleições: perderam mas querem governar. A tal “minoria com complexo de maioria”…

        Enfim, quando o governo dispunha de maior força relativa, perdeu; neste momento, enfraquecido, não sou otimista. Só resta defender o patrimônio nacional como puder e resistir ao ataque contra o aumento do salário mínimo. E dos programas sociais mais importantes, claro.

        Sair desse mutismo que beira o crime de responsabiliadade por ferir o Direito à Informação seria um bom primeiro passo, aliás.

        Saudações

  30. Em 2008, uma crise muito maior o Brasil tinha US$ 200 bilhões

    O Brasil ainda carrega títulos da dívida externa que pagam mais de 16% de juros ao ano, resgatando a dívida externa antecipadamente, deixa de pagar os juros da divida externa,cerca de 5% a 16% ao ano,  e reduz a dívida pública bruta

    Além disso, sem dívida externa em títulos vai ser difícil as agência de risco continuarem a rebaixar a nota de crédito do Brasil.

    Mesmo vendendo US$ 112 bilhões das Reservas Cambiais ainda restariam US$ 269 bilhões, 30% a mais do que tinha em 2008

    As Reservas cambiais são para serem utilizadas em momentos de crise, como agora ou como em 2008, onde o BC vendeu cerca de US$ 20 bilhões de dólares das Reservas Cambiais

    Para controlar a taxa de câmbio e impedir a ação dos especuladores na atual crise,  US$ 20 bilhões  seria mais do que o suficiente.

    O BC precisa aproveitar as crises para vender parte das Reservas Cambiais e impedir a ação dos especuladores, e comprar em momentos de tranquilidade para impedir uma queda acentuada do dólar no Brasil, nada além disso.

    O BC também vendeu dólares em 2006 quando o FED iniciou um processo de aumento dos juros para limitar a ação dos derivativos atrelados as hipotecas americana.

    O momento de vender  parte das Reservas Cambiais é agora, principalmente considerando  que depois que passar a crise, aumentar as exportações e diminuir as importações o BC vai ter que voltar a comprar dólares para impedir um queda acentuada da taxa de câmbio.

    1. http://cbonds.com/countries/B

      http://cbonds.com/countries/Brazil-bond

      Completo nonsense. As reservas cambiais são a UNICA defesa do Pais hoje, elas tem que ser aumentadas e não diminuidas. E elas não são integrais porque o BC vendeu swaps cambiais no valor de 110 bilhões de dolares, que devem ser deduzidos das reservas, então elas são bem menores do que aparentam. Com a degradação do rating vai sair capital, o que impacta as reservas e vai entrar menos, então a blindagem das reservas é fundamental para a solvencia do Pais.

      A Republica não tem nenhum bonus com coupom de 16%, os coupons são de 2.87% a 5% e pagar toda a divida publica externa não vai mudar em nada o rating das agencias, o rating é para o risco soberano e não se refere apenas à divida externa e sim para o conjunto da economia.

      1. Os contratos de swaps cambiais são um compromisso em reais

        As Reservas Cambiais são de US$ 370 bilhões, os swaps cambiais tradicionais  são acertados em reais, onde o BC recebe a taxa de juros da selic e paga a variação da taxa de câmbio do dólar(ptax).

        Ou seja o BC não utiliza dólares na operação e sim reais, o valor total dos contratos cerca  de US$ 110 bilhões atualmente é um valor de referência, “Esses contratos têm valor nocional equivalente a US$50 mil “cada, e o BC paga diferença quando  a variação  do dólar americano é maior que o juros da Selic, e recebe quando os juros da Selic forem maiores que a variação do dólar americano no período do contrato de swap.

        Lembrando que o BC é apenas o operador o resultado da operação é assumida pelo Tesouro Nacional

        “Equalização dos swaps cambiais realizados no mercado doméstico

        O BCB efetua com o Tesouro Nacional, dentro do mecanismo de equalização cambial, uma operação de características inversas a dos swaps cambiais realizados no mercado doméstico, alcançando um hedge perfeito, uma vez que os valores nocionais e as taxas são idênticos, entretanto, com posição inversa.

        Com essa operação, os swaps cambiais realizados no mercado doméstico não representam exposição cambial ou de juros para o BCB.”

        anexo:

        NOTA PARA A IMPRENSA – 28.08.2015—-Política Fiscal——-ZIP – 219 Kb

        BANCO CENTRAL DO BRASIL—Demonstrações Financeiras 30 de junho de 2015*pag. 16 e 17)

        30/06/2015 – Demonstrações financeiras contábeis – Banco Central do Brasil  (PDF – 985 KB)
        Publicado na Internet em 27/08/2015

        URL:

        http://www.bcb.gov.br/?balancete

        http://www.bcb.gov.br/?BD201506DF

        http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOLFISC

        http://www.bcb.gov.br/ftp/NotaEcon/NI201508pfp.zip

        1. È verdade que os swaps

          È verdade que os swaps cambiais se liquidam domesticamente MAS as contrapartes do Banco Central são quase 100% empresas que tem compromissos a liquidar no exterior e que portanto compram essa proteção cara. Se o BC vendeu 110 bilhões de dolares de proteção cambial é porque haverá uma compra de 110 bilhões de dolares de divisas para pagar compromissos no exterior, então a existencia desse volume de swaps significa futuros saques de 110 bilhões contra as reservas, dificilmente alguem entra em swaps sem que haja necessidade de proteção para remessa futura.

          1. Fluxo tradicional de dólares

            A proteção realizada em swaps cambiais é apenas uma parte do fluxo tradicional de dólares da balança de pagamento e não afeta diretamente as Reserva Cambiais, e representa cerca de 20% dos dólares comprados  no mercado financeiro em 2014.

            No mercado financeiro em 2014  foram comprados  US$ 513 bilhões e vendidos US$ 526 bilhões para atender estas operações.

            Exportações de 2014 US$ 225 bilhões

            Importações de 2014 US$ 230 bilhões

            Gastos de turistas no Brasil  em 2014 US$ 6,8 bilhões

            Gastos de turistas brasileiros no exterior US$ US$ 25,5 bilhões

            Serviços prestados para exterior em 2014  US$ 33 bilhões

            Serviços contratados do exterior em 2014 US$ 63 bilhões

            Remessa de lucros em 2014 US$ 25 bilhões

            Juros de empréstimo intercompanhia em 2014 US$ 3,9 bilhões

            Empréstimos contratados no exterior em 21014 US$ 43 bilhões

            Pagamento de juros de títulos públicos e privados em 2014 U$ 14 bilhões

             

      2. Tesouro Nacional:Informe

        Tesouro Nacional:Informe Dívida–Junho de 2006
        Resultado Parcial do Programa de Recompra de Títulos da DPMFe (pdf)

        —-Os recursos utilizados na recompra são oriundos das reservas internacionais.
        Considerando-se que as reservas apresentam um rendimento próximo ao dos títulos do Tesouro Norte-Americano (Treasuries) a operação proporcionou um
        ganho de valor presente de cerca de USD 520 milhões. Essa economia corresponde ao diferencial de juros entre os Treasuries e os títulos brasileiros recomprados, já que
        estes últimos são sempre emitidos com um prêmio sobre os títulos norte-americanos—-

        URL:

        http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/informes-sobre-a-divida-publica-de-anos-anteriores?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tesouro.fazenda.gov.br%2Fresultado-busca%3Fp_p_id%3D3%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dmaximized%26p_p_mode%3Dview%26_3_keywords%3Drecompra%2Btitulos%2Bd%25C3%25ADvida%26_3_struts_action%3D%252Fsearch%252Fsearch%26_3_redirect%3D%252Fresultado-busca%253Fp_p_id%253D3%2526p_p_lifecycle%253D0%2526p_p_state%253Dmaximized%2526p_p_mode%253Dview%2526p_p_col_id%253D_118_INSTANCE_HQtUOePWp0Qi__column-2%2526p_p_col_count%253D1%2526_3_struts_action%253D%25252Fsearch%25252Fsearch%2526_3_redirect%253D%25252Fdivida-publica-federal%2526_3_keywords%253DR%252Be%252Be%252Bs%252Bs%252Bu%252Bu%252Bl%252Bl%252Bt%252Bt%252Ba%252Ba%252Bd%252Bd%252Bo%252Bo%252BP%252BP%252Ba%252Ba%252Br%252Br%252Bc%252Bc%252Bi%252Bi%252Ba%252Ba%252Bl%252Bl%252Bd%252Bd%252Bo%252Bo%252BP%252BP%252Br%252Br%252Bo%252Bo%252Bg%252Bg%252Br%252Br%252Ba%252Ba%252Bm%252Bm%252Ba

        http://www3.tesouro.gov.br/hp/downloads/Informes_da_Divida/Recompra.pdf

      3. Dívida Pública Federal

        Dívida Pública Federal externa-pdf

        Tesouro Nacional:Informe Dívida–maio 2010

        —-Por  fim,  também  vale  ressaltar  o  lançamento  do  Programa  de  Resgate  Antecipado  de  Títulos  da  Dívida Pública  Mobiliária  Federal  externa  –  DPMFe,  que  buscou,  num  primeiro  momento,  a  recompra  de  títulos
        com  vencimento  até  2010,  dentre  Globais,  Euros  e  Samurais,  e  títulos  da  dívida  reestruturada,  os chamados Bradies
        Posteriormente,  incluíram-se  os  títulos  com  venci mentos  até  2012  no  conjunto  de  títulos  a  serem  resgatados.  Ao  longo  de  2006,  o  valor  recomprado  foi  de  US$  7,1  bilhões  em  valor  financeiro (US$ 6,1 bilhões em valor de face), o que significou a retirada do mercado de cerca de um terço do estoque dos Globais e de 15% dos títulos denominados em euro, com vencimentos entre 2007 e 2012.
        Esse  programa  vem  sendo  executado  pelo  Tesouro ao longo  dos  anos,  sendo  que  até  2009  foram  resgatados cerca de US$ 19,7 bilhões de títulos emvalor de face.——

        URL:

        http://www.tesouro.fazenda.gov.br/web/stn/-/informes-sobre-a-divida-publica-de-anos-anteriores

        http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/268746/Informe_DPFe_maio_2010/bcab97d3-cfc6-4834-b965-7e6b33d21732

        1. http://www.bloomberg.com/news

          http://www.bloomberg.com/news/articles/2010-07-21/fixing-brazil-s-yield-curve-makes-lula-buy-back-more-benchmark-2040-bonds

          Os Tesouros em geral fazem recompra de titulos em pequena escala para corrigir curvas de rendimentos (yeld curves).

          Isso nada tem a ver com um programa de recompra de toda a divida externa, que é coisa muito maior e desnecessaria.

          Essa recompra de Global 2040 custou pouco mais de um bilhão de dolares, é insignificante e tem uma logica especifica,

          baixar a curva de juros do conjunto da divida. O grosso dos Global Bonfs brasileiros paga entre 4 e 5% e não tem sentido manter em circulação um papel pagando 11%, mesmo sendo uma pequena emissão.

          Quanto a vender 112 bilhões da reserva, isso irá valorizar o Real , o que neste momento não interessa a ninguem e enxugar ainda mais a liquidez em Reais, aprofundando a recessão.

          As reservas internacionais são agora mais necessarias do que nunca, diminui-las seria um total contrasenso.

      4. Recompra de títulos reduzirá juros da dívida externa

        Recompra de títulos reduzirá juros da dívida externa, diz Tesouro
        17/07/2015 08p1—Brasília—-Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil

        A recompra dos títulos Global 2040, realizada ontem (16) no mercado externo, fez o Tesouro Nacional economizar US$ 1,7 bilhão com o pagamento de encargos da dívida pública. Em nota, o Tesouro informou que decidiu recomprar todos os papéis em circulação para melhorar o perfil e reduzir os juros da dívida pública externa.

        Na operação, o Tesouro gastou US$ 1,156 bilhão, mas economizará no longo prazo. Com o Global 2040 – emitido em agosto de 2000 com vencimento em 2040 – o órgão gastava 13,75% ao ano de juros e 11% ao ano com cupons (bônus pagos a cada seis meses aos detentores do título). Papéis semelhantes, de 30 anos de prazo, emitidos nos últimos anos no mercado internacional têm juros entre 5% e 6% ao ano e pagam cupom de 5% ao ano.

        Segundo o comunicado, o Tesouro tinha a opção de recomprar o Global 2040 por 100% do valor de face (preço do título no momento do lançamento) a partir de 15 de agosto de 2015. Caso não recomprasse os papéis, o Tesouro gastaria mais que o valor de 100% do preço de face por causa dos altos encargos do título que seriam pagos até vencimento em 2040.

        A operação foi realizada com recursos do orçamento da dívida pública e estava prevista no Plano Anual de Financiamento de 2015, documento com o planejamento do Tesouro para a administração da dívida pública neste ano divulgado em janeiro. Por meio dos títulos soberanos, o Tesouro Nacional capta recursos no exterior e se compromete a devolver os papéis no vencimento com o pagamento de juros. As taxas são definidas com base na confiança dos investidores em relação à economia. Quanto menor o risco de calote, mais baixos os juros.
        Edição: Denise Griesinger

        URL:

        http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2015-07/recompra-de-titulos-reduzira-juros-da-divida-externa-diz-tesouro

  31. O Tesouro Nacional já pratica a recompra de títulos da dívida ex

    Programa de Resgate Antecipado

    Em 2006, o Tesouro Nacional implantou o Programa de Resgate Antecipado de títulos da Dívida Externa, que consiste na recompra de títulos da dívida soberana no mercado externo. O Programa de Resgate Antecipado é um importante instrumento de gerenciamento do passivo externo e permite ao Tesouro Nacional, por meio de uma atuação pontual e oportuna, aprimorar a curva de juros externa e direcionar a liquidez do mercado para os títulos de referência (benchmarks).

    O Programa foi inicialmente desenhado para diminuir a concentração de vencimentos de curto prazo, reduzindo assim o risco de refinanciamento e aumentando o prazo médio da Dívida Pública Federal externa. Entretanto, a partir de 2007 o Programa passou a buscar o aprimoramento da curva de juros externa por meio da redução do estoque de títulos que não representam o atual custo de financiamento da República. Como resultado, obteve-se uma curva soberana mais eficiente, com a liquidez relativamente concentrada nos pontos de referência. A consequência natural foi uma maior previsibilidade no serviço da Dívida Pública Federal, levando à diminuição dos riscos de refinanciamento.

    Resultados do Programa de Resgate Antecipado

    Os resultados do Programa do Resgate Antecipado são divulgados bimestralmente no Relatório Mensal da Dívida Pública Federal.

    URL:
    http://www.tesouro.fazenda.gov.br/programa-de-resgate-antecipado

  32. O enredo não está bem contado e sem detalhes relevantes

     

    Luis Nassif,

    Pensei que você ia comentar diretamente sobre o rebaixamento da classificação de risco do Brasil. Fiquei então preparado para aproveitar o meu comentário enviado quinta-feira, 10/09/2015 às 20:58, para Mauro Silva1, junto ao comentário dele enviado quinta-feira, 10/09/2015 às 18:31, para Ana Torres no comentário dela de quinta-feira, 10/09/2015 às 18:31, junto ao post “Dilma diz que rebaixamento não é “catástrofe”, e Lula, “que não significa nada”” de quinta-feira, 10/09/2015 às 16:19, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.jornalggn.com.br/noticia/dilma-diz-que-rebaixamento-nao-e-catastrofe-e-lula-que-nao-significa-nada

    A idéia era reproduzir o comentário ou então deixar o link também para o post “Economistas discordam de avaliação da S&P” de sexta-feira, 11/09/2015 às 10:52, aqui no seu blog e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.jornalggn.com.br/noticia/economistas-discordam-de-avaliacao-da-sp

    Pretendia com o segundo link fazer referência ao meu comentário enviado sexta-feira, 11/09/2015 às 14:10, para Jaide, junto ao comentário dele enviado sexta-feira, 11/09/2015 às 11:54. Não que meu comentário tivesse relevância, pois afinal sou leigo nesse assunto, mas porque nos posts mencionados e em meus comentários e mesmo em outros há links para opiniões mais abalizadas a respeito do rebaixamento da nota de crédito do Brasil pelo Standard and Poor’s.

    Assim, não foi inerme, que eu me interessei por este seu post “Para entender a lógica da S&P” de sexta-feira, 11/09/2015 às 01:00. Por isso passei a o ler com toda a atenção, buscando encontrar qualquer menção direta sua à lógica da S&P. Ao fim e ao cabo, entretanto, vejo que a discussão sobre a lógica da S&P só aparece no título.

    Em sua defesa, você pode alegar que para o bom entendedor meia palavra basta. Talvez por bom entendedor você queira dizer que tenha conhecimento em economia, o que não é o meu caso, pois sou leigo nesse tema.

    De todo modo, quem como eu está prestes a ter mais de 60 anos, mesmo sendo leigo, é capaz de perceber, em um retrospecto ligeiro da história recente do Brasil, que no enredo que você conta há muitas lacunas que foram preenchidas de modo não bem factual.

    Você faz um retrospecto de uma passagem do Plano Real mencionando Pérsio Arida e Gustavo Loyola. E esquece de mencionar G. Henrique de Barroso F. Os dois, Pérsio Arida e Gustavo Loyola vão ficar apagados na história. Talvez não o Pérsio Arida, pois cabe a ele e a Andre Lara Resende a destruição da retomada da economia brasileira em 1986, com o Plano Cruzado. Se a história for justa, haverá também de reconhecer que em razão do Plano Cruzado tivemos a mais moderna e democrática constituição do mundo contemporâneo.

    E um pouco mais sobre o Plano Real com seus benefícios e malefícios para a economia brasileira sendo a mais relevante a elevação descomunal da dívida pública pode ser visto em alguns comentários que enviei para junto do post “Gustavo Franco e a crise global” de segunda-feira, 08/08/2011 às 13:03, aqui no seu blog e originado de sugestão de JB Costa para entrevista de Gustavo Franco à Folha de S. Paulo na série Entrevista da 2ª que saiu com o título “Exaustão fiscal global está na origem de turbulência”. O post “Gustavo Franco e a crise global” pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/gustavo-franco-e-a-crise-global

    E preso e internado deveria ser quem utilizou o Plano Real para ganhar uma eleição presidencial e os que apoiaram esse intento desfigurador do processo democrático. Não se pode querer prender quem garantiu que esse Plano não fosse jogado no buraco como o queria Pérsio Arida, ao propor uma desvalorização do real como reação à pressão contra as moedas fracas que começou a ocorrer no final de 1994 e nos anos seguintes. O aumento do juro do qual você fala que ocorreu em 1995, foi na sequência da quebra do México e da desvalorização do peso no Chile. Como perdeu a parada para G. Henrique de Barroso F., Pérsio Arida demitiu-se da presidência do Banco Central do Brasil.

    E essas tabelas suas não valem nada se não consideram a inflação do período.

    E quando se fala em PIB caindo em razão do juro é preciso também mencionar o crescimento do PIB em razão do câmbio.

    E para se apegar à Dívida Pública como a pior coisa do mundo é preciso fazer vistas grossas ao post de Paul Krugman intitulado “Debt Is Money We Owe To Ourselves” de 06/02/2015 às 07:32 am, cujo conteúdo está bem resumido no título e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://krugman.blogs.nytimes.com/2015/02/06/debt-is-money-we-owe-to-ourselves/?_r=0

    E se não fosse o fato de que você anda apagando os seus posts, o mesmo que disse Paul Krugman poderia ser visto sendo dito também por Márcio Pochmann, ainda que em Português e com palavras de sentido diverso, no seu post “O problema é o BC” de segunda-feira, 03/02/08 23:58, trazendo a entrevista de Marcio Pochmann a Lu Aiko Otta no Estadão. De todo modo a entrevista de Marcio Pochmann, com o título de ““Queremos pisar no acelerador, o problema é o BC”” pode ser vista no seguinte endereço:

    http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,queremos-pisar-no-acelerador-o-problema-e-o-bc,118999

    E o que Marcio Pochmann disse lá no início de 2008 e que se assemelha ao que Paul Krugman vem dizendo há um bom tempo e que repetiu agora no início de 2015 é que:

    “Estamos vivendo um ciclo de expansão da economia fundado nos investimentos. Temos hoje uma poupança enorme. A dívida no Brasil é de 43%, 44% do PIB (Produto Interno Bruto). É dívida, mas é crédito”.

    E por não considerar todos esses fatores sua crônica tem o mesmo valor da nota da S&P. No início traz alguém mais para dizer o mesmo que você, mas lá à frente quando se der a retomada, essas vozes de concordância com você vão ficar como ovelhas desgarradas, não de você que para não dar o braço a torcer permanecerá no mesmo diapasão.

    Se bem que esta questão da falta de razoabilidade na crítica ao juro alto, falta de razoabilidade que se tenta esconder revestindo tudo em planilhas de cabeças bem aquinhoadas de conhecimento, é algo difícil de ser vencido e com tendência a durar para sempre. Não se pode esquecer que em 2007, o Brasil já estava crescendo a taxas superiores a 5%, e no entanto, o próprio Marcio Pochmann, com todo o conhecimento de economia que carrega não percebia direito o que acontecia na economia real.

    Essa visão um tanto idílica ou defasada da nossa realidade se percebe na concepção de Marcio Pochmann a se crer na resenha que Lu Aiko Otta faz da entrevista, e da qual se pode dizer que Marcio Pochmann chegou à seguinte conclusão:

    “Pisar no freio ou no acelerador. Essas são as opções que se colocam para o País diante da crise que deve levar a economia mundial a crescer menos, segundo avalia o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann. Ele acredita que há convergência, mas não consenso, no governo em torno da segunda opção. A voz destoante seria o Banco Central (BC)”.

    Um pouco de bom senso mostraria que a taxa de crescimento da economia que estávamos tendo em 2007 era muito acima da nossa capacidade. Deveríamos esperar uns cinco anos de crescimento mais moderado para que então pudéssemos saltar para um novo patamar de crescimento.

    O mesmo aconteceu com o Plano Cruzado, que foi feito para permitir que o país voltasse a crescer, quando, na verdade, o ano anterior de 1985, com taxa de crescimento do PIB em torno de 7,8%, foi, desde o início da década de 80 até os dias de hoje, portanto, há cerca de 45 anos, o ano de maior crescimento. Em 1986, o país deveria cortar o crescimento em cerca de 3% percentuais, reduzindo-o para cerca de 5% do PIB, para permitir uma recuperação econômica segura e persistente.

    Então muito provavelmente mesmo que o país comece a recuperação a partir do início de 2016, não só nas eleições do próximo ano, mas ainda durante o ano de 2017 as ovelhas que lá se desgarrarão ainda permanecerão no seu rebanho clamando pela queda do juro.

    E acusarão não um banco central qualquer, mas um banco central que em fevereiro de 2014 foi apontado como banco central de liderança junto com outros que eram apontados apenas como reativos e outros como descontrolados, como se pode ver no post “EM central bankers: guiders, reactors and mavericks” de 03/02/2014 às 15:49, de Jonathan Wheatley e que foi publicado no blog beyondbrics do Financial Times e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://blogs.ft.com/beyond-brics/2014/02/03/em-central-bankers-guiders-reactors-and-mavericks/

    E é sim um banco central muito acima dos melhores referenciais que se têm, pois nunca na história do Brasil nós tivemos um banco central que conseguisse manter por quatro anos uma inflação variando menos de 1% ao redor de um valor médio de 6%. E muito provavelmente pela primeira vez na nossa história teremos durante cinco anos uma variação da taxa de juros que, quando feita, não ultrapassa 0,5%.

    E mais interessante é que as vozes contra o Banco Central do Brasil se avolumam exatamente agora que começa a surgir a perspectiva de que o Banco Central realize a previsão de atingir o centro da meta em 2016. E não é só isso, essas mesmas vozes se aliam ao que há de mais conservador no país como é a FIESP de São Paulo que teve o seu representante como candidato a governo de São Paulo pelo partido que fazia dobradinha com o partido da presidenta Dilma Rousseff, mas se recusava a participar da campanha da presidenta.

    Espero que a presidenta Dilma Rousseff tenha o pulso firme e que não se deixe vergar pelas críticas oportunistas ou ingênuas, essa últimas mais fruto ou do desconhecimento ou da ansiedade em querer ver o Brasil em um ritmo mais acelerado de crescimento.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 12/09/2015

    1. Se tivesse governismo

      Se tivesse governismo infantil como o sr. fala o autor blog não teria postado a matéria acima e a vários comentaristas aqui e outros blogs já fizeram o memso.

  33. Taxa de juros alta – combate à inflação ou dívida pública elevad

    Há quem diga que a taxa de juros não é alta como política de combate à inflação.

    Ela seria alta por causa da dívida pública alta, e portanto, maior o risco hipotético do calote, fazendo o mercado a exigir maior taxa de juros.

    Isto tem fundamento?

  34. dolar

    a m..a toda esta na obrigação de usar dolares na operações internacionais. Dolar, só da mão dos banqueiros. Se o “mercado” deseja uma fatia menor, basta dizer que o tomador esta com problemas para pagar. E quem dá a declaração? Agencias a serviço do “mercado”.

    Estes sujeitos estão mesmo é com medo dos BRICs emplacar e a brincadeira terminar. Para quem acompanha a politica internacional, sabe o que estou dizendo. O resto é economes.

  35. Uma ação Necessária

    Quando ocorre uma  significativa mudança no cenário econômico pela alteração dos juros americanos, alteração da nota de crédito pelas agências internacionais ou quebra no sistema financeiro internacional, há uma intensa movimentação no mercado de câmbio.

    Se alteração provoca aumento da demanda por dólares, os agentes econômicos tomam posições compradoras no mercado de câmbio, com exportadores retendo ao máximo os dólares da importações, os importadores comprando o mais rápido possível os dólares para quitar as importações, as instituições financeira e empresas cancelando a contratações de novos empréstimos e quitando antecipadamentes os emprèstimos já realizados, alterando significativamente a fluxo normal de  dólares no mercado de câmbio, o que torna necessário a ação do BC vendendo dólares para restabelecer a normalidade e sinalizar o patamar da taxa de câmbio.

    Nestes momentos alguns exportadores além de reter, passam a comprar dólares  para obter lucros financeiros, o mesmo ocorre nas instituições financeiras.

    A proteção realizada em swaps cambiais é apenas uma parte do fluxo tradicional de dólares da balança de pagamento e não afeta diretamente as Reserva Cambiais, e representa cerca de 20% dos dólares comprados  no mercado financeiro em 2014.

    No mercado financeiro em 2014  foram comprados  US$ 513 bilhões e vendidos US$ 526 bilhões para atender estas operações.

    Exportações de 2014 US$ 225 bilhões

    Importações de 2014 US$ 230 bilhões

    Gastos de turistas no Brasil  em 2014 US$ 6,8 bilhões

    Gastos de turistas brasileiros no exterior US$ US$ 25,5 bilhões

    Serviços prestados para exterior em 2014  US$ 33 bilhões

    Serviços contratados do exterior em 2014 US$ 63 bilhões

    Remessa de lucros em 2014 US$ 25 bilhões

    Juros de empréstimo intercompanhia em 2014 US$ 3,9 bilhões

    Empréstimos contratados no exterior em 21014 US$ 43 bilhões

    Pagamento de juros de títulos públicos e privados em 2014 U$ 14 bilhões

  36. Serviço da dívida

    Já tinha lido essa análise antes e também a comparação FHC X Lula / Dilma (link abaixo), mas acho que seria importante apresentar também em quanto fica serviço da dívida e comparar os dois períodos quanto a esse aspecto, separando dívida externa e interna, para sabermos melhor quanto ganhavam e quanto ganham os rentistas nacionais jogando com os títulos públicos. Se isso for traduzido não só em dólares e porcentagens do PIB, mas também em quantidades de salários mínimos, a comparação com FHC é capaz de ser ainda mais escandalosa.

    https://jornalggn.com.br/blog/iv-avatar/fhc-vs-lula-dilma-um-quadro-comparativo

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