Raio X da indústria automobilística: a dura recuperação, por Luis Nassif

Percebe-se uma queda drástica a partir de janeiro de 2018. Apenas no último mês estabilizou a produção, em patamar ainda muito baixo, mas sinalizando algum crescimento pela frente.

Nos últimos dias, a Volkswagen paralisou todas as suas fábricas por falta de chips. Em qualquer país organizado, seria um caso de governo. O Ministério da Economia atuaria na linha de frente, tentando resolver os gargalos.

Mas o Ministro Paulo Guedes – debaixo de quem ficou não só o antigo Ministério da Fazenda, como o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, do Trabalho e do Planejamento – foi incapaz de tomar qualquer atitude. Aliás, o único empenho do governo é liquidar com o único fabricante de chips nacional, pelo fato de ser estatal

Vamos a um Raio x da indústria automobilística em cima dos dados acumulados até maio de 2021.

Gráfico 1 – em relação ao acumulado de 12 meses atrás, apenas uma pequena alta nas exportações. Queda em todos os demais indicadores.

Gráfico 2 – a queda na produção..

No gráfico, o único sinal de alta, em relação a 12 meses atrás, é na exportação – +10,7%. Em relação a 2018, tem-se o rascunho do mapa do inferno: 50,3% de queda nas exportações; queda de 8,4% nos licenciamentos nacionais e 22,8% na produção.

Gráfico 3– A produção equivale, grosso modo, à soma do licenciamento de novos carros nacionais mais as exportações. Há uma pequena recuperação nas vendas internas, ajudando a melhorar timidamente a produção.

Gráfico 4 – o comportamento das exportações.

Percebe-se uma queda drástica a partir de janeiro de 2018. Apenas no último mês estabilizou a produção, em patamar ainda muito baixo, mas sinalizando algum crescimento pela frente.

Gráfico 5 – o destino das exportações

O Mercosul – aquele mercado que Paulo Guedes quer desmontar – responde por 69% das exportações brasileiras de automóveis. América do Norte responde por outros 22%. O restante do mundo é irrelevante.

Gráfico 6 – as exportações para os países do Mercosul

Nos últimos anos houve uma queda abissal, depois das crises econômicas e políticas das principais economias do continente. A manutenção da pandemia não permite projeções otimistas. No gráfico abaixo, um retrato da queda de exportações para o continente.

Gráfico 7 – as importações do setor.

Repare que alguns grandes mercados, como a Argentina, também exportam para o Brasil. É curioso que há importações de países tradicionais, mas até de parceiros pouco conhecidos, como a Bélgica, Tailândia, Hungria e Eslováquia.

Gráfico 8 – a balança comercial do setor

O único mercado com quem o Brasil tem superávit no mercado de carros é o Mercosul.

Luis Nassif

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