Xadrez da disputa ideológica nas metrópoles

Peça 1 – A crise da democracia representativa

A crise de 2008 derrubou o mito da democracia representativa como forma de governo. Até a Primeira Guerra foi o sistema que permitiu a internacionalização do capital e a derrubada de muros nacionais. De 1914 à Segunda Guerra houve o interregno autoritário, com o nascimento do comunismo e do fascismo. Da Segunda Guerra até 1972 o grande pacto que permitiu definir controles sobre os fluxos de capitais, equilibrando um pouco o jogo entre interesses nacionais e sociais e os interesses do capital, garantindo um desenvolvimento seguro de muitos países emergentes e o florescimento do estado do bem-estar na Europa.

De 1972 em diante houve a segunda grande investida do capital, culminando com três grandes vitórias:

Vitória 1 – o fim da paridade dólar-ouro, devolvendo a liberdade aos fluxos de capital.

Vitória 2 – o advento da era Reagan e Thatcher influenciando as democracias ocidentais  a diminuir o papel do Estado.

Vitória 3 – a queda do muro de Berlim, precedendo a derrocada do Império Soviético.

Ao mesmo tempo, houve a explosão das redes sociais e um novo movimento de concentração e de aparecimento de novas superempresas globais.

Aí reside o centro da crise da democracia representativa. Acabou o sonho do pote de ouro no final do arco-íris das reformas liberalizantes. Mas a maior crise do capitalismo provocou, paradoxalmente, a maior crise das esquerdas, com o crescimento de grupos de direita.

Tem-se, então, o seguinte quadro:

1.     A democracia representativa não mais atende os interesses do grande capital. O desmonte dos estados de bem-estar social, no pós-2008, matou qualquer veleidade de reconstrução nacional através das velhas fórmulas financistas, pela óbvia impossibilidade de sustentar eleitoralmente o sonho neoliberal. A maneira de contornar o problema foi apelar para um conjunto de fórmulas que afastassem de vez o controle do voto sobre as políticas econômicas. No caso da União Europeia, pela imposição das regras do Banco Central Europeu. Em países menos civilizados – como o Brasil e a América Latina em geral – pelo estratagema dos golpes parlamentares.

2.     Encerrou-se a era da conciliação, de pactos sociais costurados através de eleições diretas e a aposta dos movimentos populares na democracia. Agora, o que há, a ferro frio, é a disputa selvagem pelo controle do orçamento nacional. No caso brasileiro, de forma ostensivamente tosca, através da política monetária do Banco Central e da tentativa de privatizações a toque de caixa.

Peça 2 – a reconstrução da política e a crise dos estados nacionais

Os movimentos pós-2008 mostram um enfraquecimento cada vez maior dos estados nacionais. A Grécia foi o primeiro estado nacional a ser varrido do mapa, tornando-se um passivo dos bancos internacionais. Foi uma vitória ampla dos bancos sobre a política. E a Grécia era apenas um retrato na parede, uma pequena economia.

Com o golpe brasileiro, há uma vitória maiúscula do capital financeiro sobre a política, juntando no mesmo balaio de alianças o Ministério Público, a camarilha dos 6, grupos de mídia e o mercado.

Com as dúvidas lançadas sobre a política econômica de Dilma, a interrupção da democracia, a falência dos partidos, a reconstrução da narrativa social não se dará através das políticas nacionais. O próximo campo para o embate de propostas serão as regiões metropolitanas.

É nelas que se poderão recuperar alguns dos valores básicos da democracia, como a participação dos moradores, a apropriação do espaço público

E aí despontam duas propostas similares, a do prefeito de São Paulo Fernando Haddad, e do candidato do PSOL no Rio, Marcelo Freixo.

Peça 3 – a luta pelo território das metrópoles

Nas discussões de políticas nacionais, as estratégias de apropriação do orçamento e de captura da política econômica são sustentadas por falácias teóricas que, para os leigos, passam a ideia de verdade científica. A participação dos cidadãos na política quase sempre é restrita aos períodos eleitorais.

No ambiente das cidades, é muito mais fácil definir o que é e o que não é interesse público, assim como as formas de participação direta.

Pelo menos no plano retórico, Freixo é o político que melhor tem definido esse novo locus das batalhas conceituais.

As cidades são definidas conforme as relações de poder, diz ele. As cidades globais vão ficando cada vez mais iguais, com os megaeventos, os encontros em shoppings centers, as ruas segregados, as cidades desiguais.

O fenômeno neoliberal não se caracterizou apenas pelo processo de redução do estado, diz ele. Nas cidades, ele se consolida para deslocamento de poder: mais que controle econômico, o capital passa a dispor do controle político. Há um esvaziamento da ideia de poder público. Quem decide pela cidade é o capital

O exemplo mais nítido é o Rio de Janeiro. Com toda sua estrutura de ex-capital, com o arcabouço público de que dispõe, não existe uma Secretaria do Planejamento, porque o planejamento é dado pelo mercado. Viram cidades-mercados, cidades, caras, desiguais, tendo a remoção de pobres como prática e a gestão do dinheiro público pelo setor privado através das Organizações Sociais.

A mobilidade urbana é o grande debate de democracia social, porque define o direito às cidades. E, no Rio de Janeiro, a mobilidade urbana está nas mãos das empreiteiras. Elas administram os trens do Metrô, a barca Rio-Niteroi, a Zona Portuária, onde 75% dos terrenos são públicos.

OS exemplos da cidade-cara estão nos aluguéis, na falta de IPTU progressivo, na falta de habitação popular em áreas centrais.

A pouca importância dada às cidades é comprovada pelo fato do Rio de Janeiro ter sido utilizado pelo PT como moeda de troca com o PMDB, E não era qualquer PMDB, mas o PMDB carioca.

Peça 4 – as políticas democratizantes nas metrópoles.

O caminho a ser trilhado será o da radicalização da democracia participativa, através dos conselhos de moradores, de usuários, de formas de participação nas prefeituras regionais.

No caso de Freixo, sua campanha criou o site “Se a Cidade Fosse Nossa”, montando um programa participativo. Há um “Se a Cidade Fosse Nossa” para cada bairro, favela e serviço público.

Enquanto no Rio ainda é uma plataforma de um candidato – que provavelmente será endossado por outros candidatos populares, como Jandira Feghali -, no caso paulista já há resultados concretos.

É o caso do Plano Diretor que definiu novas formas de construção e a indução à construção de moradias populares em zonas residenciais, entre outros avanços.

Outro ponto central foi o enfrentamento da ditadura dos automóveis, através de iniciativas como o de apropriação da cidade (Paulista, Minhocão) por pedestres e pelas bicicletas, além das faixas únicas de ônibus e os novos limites de velocidade.

A experiência paulistana serviu para quebrar inúmeros tabus. Sabe-se ser possível criar opiniões majoritárias em favor de novas práticas.

Após o golpe, a nova política nascerá das metrópoles.

Luis Nassif

24 Comentários

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  1. É assim que se faz uma pesquisa “decente”

    Sensacionalista: próximo Datafolha perguntará se brasileiros acham governo Temer ‘ótimo’ ou ‘maravilhoso’

    Postado em 21 de julho de 2016 às 4:42 pm     

    Do Zorzanelli no Sensacionalista:

     

    A última pesquisa nacional de opinião sobre o futuro da presidência do país feita pelo instituto Datafolha causou muita polêmcia. Tudo porque o instituto e seu dono, a Folha de S. Paulo, “esqueceram” de dar aos entrevistados a opção de novas eleições. Desta forma, o número real de 60% de pessoas querendo novas eleições passou para 3%. A manchete da Folha dizia que 50% dos brasileiros queria que Temer continuasse, enquanto 32% gostaria de ver Dilma na cadeira de presidente.

    “Como para muitas pessoas ficou a impressão de que fizemos algo de propósito para beneficiar o governo Temer, resolvemos mudar tudo”, disse o editor-executivo Sergio Dávila.

    “Para a próxima pesquisa vamos querer saber se o brasileiro acha a Dilma ou a Marcela mais bonita, se o governo do Temer está ótimo ou maravilhoso, nessa linha.”, completa. “Baseado nisso, acho que os senadores poderão tomar a decisão mais acertada.”

    O Sensacionalista conseguiu acesso a um dos novos questionários. Eis algumas das questões:

    “Supondo que se Dilma voltar sua mãe, seu cachorro e seu melhor amigo morrem, você quer ver o fim do governo Temer?”

    “Supondo que Temer fosse a única opção no mundo, além dele ninguém, você gostaria que ele continuasse presidente pelo amor de Deus?” (Nesta hora, o pesquisador deve chorar).

    “Como você acha que podemos continuar atiçando o fogo do caos político para continuar vendendo mais jornais?”

     

     

  2. Excelente este xadrez

    Este xadrez está para ler inteiro e degustar.

    Hoje, a ação direta da população dentro das suas cidades poderá levar de baixo para cima a boa política e o desejo de nação autônoma.

    Frases para assimilar:

    “A democracia representativa não mais atende os interesses do grande capital”

    “disputa selvagem pelo controle do orçamento nacional”

    “Com o golpe brasileiro, há uma vitória maiúscula do capital financeiro sobre a política”

    “participação dos moradores, a apropriação do espaço público”

    “A participação dos cidadãos na política quase sempre é restrita aos períodos eleitorais”

    “No ambiente das cidades, é muito mais fácil definir o que é e o que não é interesse público, assim como as formas de participação direta”

    “não existe uma Secretaria do Planejamento, porque o planejamento é dado pelo mercado” (sobre RJ, entregue ao PMDB pelo PT, como moeda de troca – troca mal corespondida como vemos pelo Golpe)

    “no Rio de Janeiro, a mobilidade urbana está nas mãos das empreiteiras. Elas administram os trens do Metrô, a barca Rio-Niteroi, a Zona Portuária, onde 75% dos terrenos são públicos”

    “aluguéis (caros), na falta de IPTU progressivo, na falta de habitação popular em áreas centrais”

    “radicalização da democracia participativa, através dos conselhos de moradores, de usuários, de formas de participação nas prefeituras regionais.”

    “Se a Cidade Fosse Nossa”

    Contribuição

    Eu gostaria de contribuir com a discussão sobre o conflito de administração das cidades “modelos” aqui discutidas e o poder do Estado nacional. As cidades estão hoje asfixiadas justamente pelo poder econômico que subjugou o Estado e que pressiona para “baixo”.

    Falta apenas neste xadrez discutir uma nova relação entre cidades e poder federal, do tipo “se o Brasil fosse nosso”.

    1.    As administrações estaduais: Para evitar o efeito nefasto da ação do poder econômico, que hoje controla o Estado, é importante observar que são as estruturas de administração estadual as que trazem inchaço da máquina e tudo o que há de pior, de cima para baixo, incluindo os próprios vícios deste tipo de administração. O Estado da federação devia ser apenas um elemento de vinculação e fiscalização entre cidades e o governo federal, que facilite o trânsito de políticas públicas e não um novo ente paquidérmico sujeito aos vícios de cima e longe das virtudes do que aqui se propõe.

    2.    Legislativo: Deveria haver uma forma mais democrática de levar ao parlamento os legítimos representantes deste tipo de administração popular das cidades, para aplicar este conceito na esfera federal, principalmente com as chaves do orçamento. A reforma política poderá contribuir

    (Estava esquecendo: Fora Temer!)

  3. Um dos dramas do Brasil é

    Um dos dramas do Brasil é que, como não há projeto nenhum de país, as cidades pequenas e médias, nos tempos de bonança econômica do país [2009-2013], tinham com projeto tornar-se um mini São Paulo ou Rio, ou seja, prioridade pros carros e pouco investimento em transporte público e permissão de monstrengos arquitetônicos. Além de mudar as megalopólis, o Brasil teria que ter um plano pra fomentar que as cidades se desenvolvessem de forma racional – e isso ajudaria as megalopólis também. Mas num país em que vc liga a tv num dia é um presidente e no outro dia é outro presidente e nada acontece [ vide Turquia], isso é um sonho de uma noite de verão. 

  4. “O que está em cima é com o
    “O que está em cima é com o que está embaixo”, dizia o filósofo, ou Deus, Hermes Trimegisto.

    Para se compreender o novo, que está em gestação, há que se incluir nas observações e análises os conjuntos, as relações de interdependência entre os diversos componentes.

    Esse é o novo, que surge da saturação do modelo que o optou em preferenciar a análise das partes para compreender o todo.

    Se, por um lado, há insatisfação do capital produtivo com o modelo representativo, tal saturação é vista nas populações mundiais, e no também capital especulativo espremido em poucos departamentos que possam ser missão para exploração,; são poucos os Brasil que pagam juros astronômicos, são poucas as empresas com espectativas de crescimento.

    A insatisfação é total, e por isso a germinação do novo.

    Os que detêm o “status quo” sabem do abismo que se abriu e por isso todos os países se armaram com leis draconianas e arrancaram seus aparatos de auxílio da ordem em verdadeiros exércitos repressores que usam a violência desmedida como no campo de guerras.

    Meu é à toa que o poder Judiciário dos países ganharam uma musculatura de gigantes para esbofetear quem ouse divergir.

    É o Estado que se armou para defender o pouco angu que sobrou.

    Do outro lado das trincheiras as populações insatisfeitas.

    Todos estamos completamente órgãos, sem estrategistas
    governantes, sem expressões culturais, sem líderes populares que compreendam e sintetizem os vazios das sociedades.

    O mundo se encontra em outra fase de passos retroativos, então, igual à catapulta que é puxada para trás para ser impulsionada para a frente, o salto virá, o novo aparecerá.

    Independem do sistema dominante os avanços obtidos pelas sociedades. O que difere é a forma como eles são alcançados:

    1 – O modelo cede para que direitos sejam incorporados de forma menos traumática, vide os exemplos dos avanços trazidos pela Revolução Industrial e os frutos obtidos pelos movimentos da década de sessenta.

    2 – O modelo não cede e as mudanças são arrancadas à força, como na Revolução Francesa, americana, e em outras guerras intestinas ou mundiais.

    Estas são as fórmulas conhecidas de transformações en curto e médio resido de tempo.

    As transformações que surgem nas metrópolis apontada pelo profundo estudo de Nassif, são modelos comportamentais cujos frutos são colhidos em longo prazo. A fome em todos os setores é real e cobra o imediatismo nas soluções.

    A questão é se os insatisfeitos controlarão suas necessidades não supridas para esperar as transformações lentas conquistadas por mudanças culturais.

    Parece, pelos exércitos armados pelos Estados para combate interino, pela insatisfação do capital produtivo, pelo entrincheiramento do capital especulativo, e pelos movimentos reivindicatórios das populações, que o conflito explodirá, se não houver um “lulismo” geral, irrestrito, e mundial.

  5. Os desempregados são um problema local e não estadual ou naciona

    O problema do novo esquema financista mundial são os colaterais que ele gera e tem de administrar.

    Onde as redes sociais de proteção e a sociedade são mais organizadas o embate se dará de forma mais civilizada. Onde as forças sociais encontram-se em estado de desordem, o Caos reinará.

    O post que venho colocando aqui para discussão e foi olimpicamente olvidado por todos os comentaristas até agora, põe o dedo na ferida, que é o desemprego dos trabalhadores e a queda de rendimento das famílias.

    Como sempre digo, dinheiro na mão é vendaval e quando ele pega populações empobrecidas em estado de necessidade, os que detêm o Capital, se confrontados, optam sempre pelo caminho de menor resistência.

    As grandes massas de desempregados que irão vagar pelas cidades darão, na minha humilde opinião, a a cor e o tempero das grandes cidades e mesmo das médias e pequenas.

    Segue o post sem discussão até aqui:

     ThinkStock)

    Trinca fatal : Deflação X Desemprego X Inelasticidade dos salários

    A prova do aumento exorbitante pelo BC do Brasil dos já pornográficos juros está no forte desemprego provocado pela inelasticidade dos salários, que obrigam a demissão dos que ganham mais e a criação de vagas com salário mínimo, pois não dá para ser menor.

    Segue a matéria do G1 que não me deixa mentindo sozinho, mas o pior é que com o aumento da Selic, aumenta a quantidade de dinheiro que o Brasil manda para fora e é esterelizado no mercado financeiro ou usado para comprar bens e riquezas dos brasileiros. Com isto o déficit do Brasil que com a dona Dilma seria de 30 a 40 Bilhões, foi com o Temer para 120 Bilhões, depois 140 Bilhões e já está em 170 Bilhões com um viés para os 300 Bilhões no final de 2017.

    Ps: Taxa de juros real = Selic – inflação ou no caso atual taxa de juros real = Selic + deflação, ou seja a Selic está aumentando a taxa de juros real quando existe deflação e não é reduzida.

    Brasil só cria vagas formais de até 1 salário mínimo, mostra Caged

    Em 2016, até maio, foram geradas 96,5 mil vagas de até 1 salário mínimo.
    Nas demais faixas, houve fechamento de postos de trabalho. 

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    Marta CavalliniDo G1, em São P

     Reprodução / EPTV)Setor de agronegócios foi um dos que gerou vagas neste ano entre as faixas salariais mais baixas (Foto: Reprodução / EPTV)

    Levantamento obtido pelo G1 com o Ministério do Trabalho e Previdência Social mostra que pelo menos desde 2015 o saldo positivo de vagas formais está se restringindo às faixas salariais de até um salário mínimo. Em 2014, houve saldo positivo de vagas até 1,5 salário.

    Em maio deste ano, houve o fechamento de 72,6 mil vagas, segundo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Nos cinco primeiros meses do ano, um total de 448,1 mil vagas foram fechadas. Mas dentro da faixa salarial de meio a 1 salário mínimo, única a apresentar saldo positivo de postos de trabalho, foram geradas 96,5 mil vagas até maio.

    Já as faixas salariais que mais fecharam vagas em 2014 foram de 1,51 a 2 salários e de 2,01 a 3 salários. Em 2015 o cenário se repete. Neste ano, as faixas com maior saldo negativo até maio são de 2,01 a 3 salários e de 3,01 a 4 salários (veja na tabela).

     

     SALDO DE VAGAS CRIADAS (ABERTAS MENOS FECHADAS)Salário mensal
    (em salários mínimos)201620152014Até 0,515.81925.45242.381De 0,51 a 180.730172.533368.836De 1 a 1,5-55.534-235.222692.077De 1,51 a 2-158.139-396.716-28.559De 2,01 a 3-142.962-534.282-270.182De 3,01 a 4-66.786-197.055-138.175De 4,01 a 5-38.254-116.146-65.019De 5,01 a 7-32.758-97.299-69.024De 4,01 a 10-26.961-72.808-52.115De 10,01 a 15-18.235-46.459-31.732De 15,01 a 20-7.551-19.116-13.074Mais de 20-9.777-26.134-19.007não class.12.3072.7154.283Total-448.101-1.540.537420.690Fonte: Caged/Ministério do Trabalho

    Setores

     

    Deflation 
    When the supply of money relatively to the demand decreases to such an extent that prices, in general, fall, there is said to be a contraction or deflation of currency. Deflation causes a rise in the value of money and fall in the prices of commodities.  

    De acordo com o Ministério do Trabalho, os setores que tiveram saldo positivo de vagas do último mês do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) dentro da faixa salarial de até 1,5 salário mínimo foram agropecuária, extração vegetal, caça e pesca (40.653 vagas abertas), indústria da transformação (9.190 vagas) e serviços (2.012).

    O sociólogo Ruy Braga, professor do departamento de sociologia da USP e estudioso do mercado de trabalho brasileiro, explica que, na década de 1980, o motor da criação de emprego estava concentrado na faixa salarial entre 3 e 5 salários mínimos e associado a empregos mais diretamente ligados à indústria.

    Nos anos 1990, com a reestruturação produtiva, globalização, derrubada das tarifas alfandegárias, estímulo às importações, abertura dos mercados e processo de privatização, diz ele, a dinâmica mudou e o emprego criado no mercado formal se concentrou nas faixas acima dos 5 salários mínimos, principalmente nos sistemas financeiro e bancário.

    De acordo com Braga, nos anos 2000, especificamente a partir de 2003, houve a criação de 2,1 milhões de empregos formais todos os anos, até 2014, concentrados na faixa salarial de até 1,5 salário mínimo. E a partir de 2015 começou a forte perda líquida de emprego.

    Segundo Braga, o modelo de desenvolvimento econômico brasileiro dos últimos 13 anos se estruturou em torno de setores que não são demandantes de força de trabalho qualificada, como o agronegócio, a construção civil, construção pesada e serviços.

    O sociólogo diz que o setor de serviços absorveu principalmente a massa de desempregados criada na década de 1990 pela crise do emprego na indústria. “Consequentemente essa massa de novos trabalhadores que foram inseridos em ocupações formais nos últimos 13 anos encontrou um mercado de trabalho que se especializou em multiplicar essas ocupações que não dependem de tempo de formação. Normalmente são empregos que pagam 1,5 salário mínimo na entrada, ou seja, empregos de classe trabalhadora, distribuídos principalmente no setor de serviços, que foi o que mais absorveu essa massa”, explica.

    Braga cita ainda a indústria do call center, que cresceu exponencialmente nos últimos 12 anos e que agora com a crise passou a demitir. “Mas até então se transformou na principal porta de entrada do mercado de trabalho principalmente para o grupo de trabalhadores mais jovens e que se especializou nesse tipo de emprego que paga até 1,5 salário mínimo, com alguma proteção trabalhista, mas altas taxas de rotatividade e de adoecimento, mas que ofereceu a possibilidade para que os trabalhadores subalternos, principalmente mulheres e negras, pudessem entrar no mercado formal como primeiro emprego, então é uma massa muito jovem que ilustra bem esse tipo de emprego que foi criado nos últimos anos no Brasil”, diz.

    O sociólogo lembra que a indústria de energia, petróleo e mineração tiveram um crescimento exponencial na década passada, mas entraram em crise com a queda nos preços das commodities nos últimos anos e, com a retração das atividades, passaram a fazer parte da realidade do desemprego. “São setores importantes da atividade econômica, mas não se caracterizam propriamente pela multiplicação de empregos qualificados”, afirma.

    Quem ganha mais é demitido
    Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria Integrada, diz que é natural na atual conjuntura econômica as empresas adequarem suas atividades à demanda menor, produzindo mais com a mesma quantidade de pessoas. “Para ajudar a produção e o nível de demanda mais baixo tem o processo de demissão de pessoas que ganham mais. Assim, o salário médio diminui justamente porque o empregador demite pessoas que têm salário maior e recompõe com pessoas menos experientes”, explica.

    Bacciotti afirma que o emprego privado está caindo e as pessoas estão buscando se recolocar no mercado com outras atividades, principalmente por conta própria, e dentro desse segmento também ocorre diminuição da renda.

    O economista afirma que os salários vão achatando principalmente quando as pessoas não têm mais opção no mercado de trabalho. “Dá para esperar aumento de salário se houver melhora no nível de ocupação, mas há fatores estruturais que impedem melhora no rendimento. Tem que melhorar a negociação, mas não dá com tanta ociosidade. Quanto menor a ociosidade, a negociação fica mais fortalecida”.

    Previsão
    Para Braga, o cenário é bastante imprevisível, mas o que seria possível se imaginar para um futuro imediato é que haja uma pequena recuperação em termos de emprego provavelmente no próximo ano, com diminuição da taxa atual de desemprego e um ganho de empregos no mercado de trabalho. “No entanto, essa pequena recuperação não será capaz de recuperar a massa de emprego que foi perdida nesses últimos dois anos. Então a tendência é que o desemprego continue em alta e esses empregos que forem criados nesse momento sejam empregos que reproduzam as mesmas características da última década, ou seja, empregos que pagam muito pouco”, prevê.

    “Um dos setores que estão sendo mais atingidos pela questão do desemprego hoje é o de serviços, até porque a indústria já passou por um processo de degradação e desintegração de algumas de suas cadeias e de elevação do desemprego e hoje é a vez do setor de serviços desempregar”, afirma.

    Braga explica que o emprego no setor de serviços é mais barato que o da indústria e, por isso, é um setor muito flexível, pois cria-se muitas vagas e também se desemprega com muita rapidez e a rotatividade é muito alta. Segundo ele, caso haja uma retomada do emprego no país, ainda que discreta, haverá uma reedição do modelo concentrado no setor de serviços como ocorreu nos anos 2000, que continuará sendo carro-chefe desse processo de empregabilidade.

    Para o economista da Tendências, o cenário atual do mercado de trabalho não deve melhorar tão cedo. “A gente trabalha com um cenário desfavorável para o mercado de trabalho. A taxa de desemprego tem espaço para aumentar. Há sinais de melhora, mas ainda não se materializaram”, diz.

    Bacciotti diz que o mercado de trabalho é o último setor a responder num cenário de melhora da economia e prevê volta nas contratações mais para o meio do ano que vem. “Ainda está num processo de contenção de atividade, a confiança está melhorando, a indústria deve voltar a respirar até o ano que vem”.

  6. Esperar alguma coisa da

    Esperar alguma coisa da cidade de São Paulo? Tá louco. No estado do Tucanistão a regra é maluf, pitta, kassab, serra, jânio, fleury, quércia, alckmin, etc. Na capital não é diferente, basta ver as pesquisas recentes. Haddad, Erundina e aquela traíra que concorreu pelo PT e também se tornou prefeita foram exceções.

  7. De um ponto ao outro do texto

    De um ponto ao outro do texto é possível perceber não diria equívocos, mas superficialidades que comprometem a análise. Sempre foi assim, não seria diferente agora.

    Há incontornável inclinação por traços gerais e, o pior, supostamente definitivos.

    .

    “…A crise de 2008 derrubou o mito da democracia representativa como forma de governo…”

    Onde? No mundo todo? Na América Latina? Na Ásia? No Canadá ou na Suíça?

    São ao todo mais de 200 estados mundo afora com mil e uma diferenças entre si sob qualquer categoria que se queira: demográfica, geográfica, histórica…

    Dentro destes uma série de povos, gentes, grupos. Conformam unidades coletivas intensas que ao final significam culturas políticas, modos de se organizar, decidir, fazer, pensar, representar etc.

    Dizer que uma crise afetou um único modo de se organizar politicamente (a democracia não exaure todos os outros) é tão falso quanto uma nota de três reais.

    Há mundos dentro de mundos e cada um destes sente pouco ou muito intensamente os fenômenos de escala mundial. A crise de 2008 no o Brasil é uma coisa, na Noruega é outra totalmente oposta. 

    É um tremendo absurdo dizer uma coisa dessas logo no início do texto, na verdade. 

    Teria umas três ou quatro coisas para dizer só nessa primeira frase infeliz, vou entretanto saltar logo para o miolo.

    .

    A lógica do espaço que se submete ao capital exige apenas um par de olhos e micro noção das coisas para os moradores das grances cidades brasileiras. Alegra-me saber que o Freixo e o Haddad fazem parte deste grupo.

    Por volta de 1960 o centro de Beagá era praticamente intacto, configurava uma unidade arquitetônica. Muito bonita, por sinal.

    Bastou uma ligeira mudança na legislação conduzida pela Câmara dos vereadores alterando regras de construção para NO OUTRO DIA se iniciar o processo de verticalização. 

    Destruíram a cidade ontem, continuam destruindo hoje e assim será até que não reste mais…Quando se olha para muitas capitais do país notam-se semelhanças: caixotes verticais (ridículos de tão feios) espalhados pelos bairros (geralmente a partir do centro) obedecendo à lógica de valorização espacial ao longo do tempo. 

    Portanto, dizer “lógica do capital” explica bem mais ou menos e a meu ver confunde – ao menos um pouco – consequência com causa. 

    Convém demais declinar outros fatores. Vou misturar um pouco de processo com produto, mas basicamente: financiamento privado de campanhas (obviamente corrosivo para a representação, mas não do mesmo modo em todos os cantos), fragilidade do controle social, clientelismo, atávica incapacidade da alocação eficiente de recursos, agentes muito poderosos (fator largamente desconsiderado).

    .

    Finalmente, a salvação da lavoura que começa pela atuação local SEM uma ótima perspectiva do nacional  não irá nos levar muito longe.

    É alguma coisa para um reagrupamento de tropas, para um grande projeto é muito pouco. E só.

    A “democracia participativa” tem seu charme e poder de sedução. Deveria ser vista numa combinação com a representativa. Por si só não acredito que gere efeitos profundos. Um dos problemas – talvez não o maior deles – é a escala.

    E aqui me vou. Tem vários outras coisas neste ponto. Mas não tenho tempo nem paciência.

    Valeu, grande abraço.

    1. Concordo com você, o Nassif parece estar de mãos atadas

      Como cronista de um governo moribundo que entregou os pontos lhe sobra poucas notícias relevantes a narrar, infelizmente.

      1. Mestre Weber, meu caro amigo

        Mestre Weber, meu caro amigo santista.

        Parece que nosso amigo está tentando desesperadamente encontrar um ponto de apoio ou de alívio ou sei lá o quê. Adora isso desde muito tempo.

        .

        Agora, há grandes temas. Você mesmo eu vejo expondo alguns com boa frequência.

        De modo um tanto rápido e amiúde precário a dificuldade a meu ver é de vários tipos:

        .

        a) Há número suficiente de atores “comprometidos”?

        Acho que não. Os atores relevantes – que poderiam ser do mercado, das artes, da política, religião, esportes, academia etc – não formam uma massa consistente.

        Simplesmente não há boa massa crítica. É a história da ausência de líderes. Fenômeno importantíssimo por si só, mas tratam-no como se fosse uma criancinha indígena ou um presidiário do Maranhão. 

        .

        b) Há ideias ou propostas entre estes “poucos” atores relevantes?

        De novo, não. Que as questões são altamente complexas virou o clichê mais surrado da atualidade. Todos falam sabendo pouco ou nada sobre o conceito. 

        Entretanto, ninquém (pessoas, grupos, sindicados, partidos, escolas, governos, associações) tem soluções. Ou, na melhor hipótese, possuem soluções parciais.

        .

        – Há articulação entre os poucos e indecisos atores relevantes?

        Também não acho. A Erundina diz uma coisa, o Haddad diz outra, o Patrus está escondido em algum lugar, o Requião grita sozinho, a Jandira descabela, o Lula faz o que mais gosta (tentar eleger-se) menos Política…

        .

        – Existe recursos – meios para discussão e construção de agenda – para comunicar as propostas (que são no máximo parciais) de atores (que não são existem em número suficiente) dispersos (porque não estão articulados) no território?

        Também não. Outra tragédia espetacular aqui.

        As famílias que controlam os meios de comunicação (jornais, revistas, tevês, rádios, internet) destroem *UMA PARTE das possibilidades de relação interpessoal. 

        Não se trocam ideias e informações, não se conseguem acordos, pactos, compromissos, entendimentos.

        *Uma parte porque não depende só deste sistema para relações interpessoais, obviamente. A cultura do autoritarismo cuida uma outra parte…

        .

        Com mais um pouco de tempo e cuidado talvez encontre outros problemas.

        Mas de um modo geral tudo isso tem muito da nossa identidade histórica, estrutura jurídico formal, capitalismo retardatário dentre outros.

         

        1. Grandes temas brasileiros

          A quem cabe identificar, equacionar soluções e  implementá-las?

          As que dizem respeito ao Brasil, me parece que são atribuições da Presidência da República.

          Realmente com o Temer lá, estamos no deserto.

          Boa discussão.

  8. Nessas eleições corre-se um grave risco

    Nessas eleições corre-se um grave risco para as candidaturas de esquerda

    O partidarismo do Judiciário é a maior ameaça que o Brasil já teve, mais até do que a fraude eleitoral ou a manipulação de pesquisas, acho que o Nassif deveria ter atentado pra esse aspecto, ainda mais com o advogado do PSDB Gilmar Dantas como Presidente do TSE

    Pra que se concretize essa participação cidadã dos eleitores é preciso antes que tais eleitores se tornem cidadãos, concientes de seu papel nas cidades, em cada bairro e rua em que moram e para se tornarem cidadãos de fato deveriam, principalmente, participar ativamente de política partidária, algo que nos dias de hoje é considerado uma afronta, como se alguém que participasse de um partido fosse um gângster, e esse é o grande triunfo dos manipuladores do capital: tão pior do que uma escola sem partido é um cidadão sem consciência partidária, então os partidos ficam sempre nas mãos dos maus-caracteres e dá nisso que a gente vê hoje…

     

    http://www.ocafezinho.com/2016/05/15/gilmar-mendes-o-chefe-do-golpe-comandara-o-tse/

    http://www.revistaforum.com.br/2016/07/18/senado-abre-consulta-publica-sobre-projeto-escola-sem-partido/

    http://g1.globo.com/pop-arte/blog/geneton-moraes-neto/post/ex-ministro-do-stf-denuncia-ditadura-dos-partidos-e-lanca-apelo-ao-congresso-e-hora-de-criar-candidaturas-avulsas-no-brasil.html

    http://www.revistaforum.com.br/2015/10/15/o-eleitor-que-pode-ser-condenado-por-doar-60-reais-ao-psol/

    http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/10/16/eleitores-sao-processados-por-doacoes-de-ate-r-30-no-rio-e-em-sp.htm

    1. Nada haver.O que o texto me

      Acho que não tem nada haver.

      O que o texto me indicou é que as cidades são: a) o próximo campo de batalha (eleições 2016); e b) que são espaços mais apropriados para experiências políticas democráticas.

      O fato é que sempre foi. Nos anos 80 e 90, a batalha era pelos municípios, verdadeiros laboratórios de políticas públicas. Tudo ficou menor, me parece que “o mercado” foi ficando mais grande. Veja a experiência rica e democrática da Porto Alegre petista. Se ouve falar de experiências de políticas públicas municipais bem sucedidas? Não  mais.

      1. Não estou falando num cenário

        Não estou falando num cenário imediato, mas sim numa perspectiva histórica de mudanças sociais impostas pelo poder que o capital tem de (re)formar os comportamentos humanos e suas formas de organização.

  9. Eu não diria que a nova

    Eu não diria que a nova política nascerá das metrópoles, mas novas lideranças sim. Acho inclusive que deveríamos apliar o leque de metrópoles pois é muito difícil que surja uma grande novidade em RJ ou SP. Na primeira pelo fracionamento da oposição ao poder local e na segunda pela força do conservadorismo local. Acho que as eleições em porto alegre, recife e belo horizonte talvez possam contribuir mais para a formação de novas lideranças.

  10. Nassif, o otimista
    Falta

    Nassif, o otimista

    Falta combinar com a população. Qual é a aprovação do Haddad mesmo? Esses dias tomei um uber e precisei pedir para o motorista parar de falar mal do Haddad. Quem liberou o uber mesmo?

    Justo em São Paulo que tem um transporte público indigno até de transportar gado e os imensos esgotos a céu aberto que são os rios Pinheiros e Tietê. Se nem essa gigantesca prova de corrupção e descaso comove os cidadãos paulistanos não vão ser assuntos comunitários que irá sensibilizá-los. Sensibiliza-lo-ia (é assim que se escreve na escola sem partidos e sob o regime vigente no Brasil comandado por Temer?) se a imprensa mandasse, mas a imprensa destrói o trabalho do Haddad (que é o melhor nome do PT) e manda acreditar que o Psdb do Serra e Alckmin é honesto e sabe governar.  E o povão vai feito bobo dançando atrás da flauta mágica tocada pela imprensa e os grupelhos repetidores da web. 

     

    1. Ora, como é que se refere a

      Ora, como é que se refere a um exemplo positivo de política pública em São Paulo sem citar o nome de Haddad e falar do PT? Estranho essa mesquinharia até entre os progressistas

  11. A pregação dos candidatos

    A pregação dos candidatos escolhidos fica prejudicada por ignorar totalmente as propostas de Erundina, em São Paulo e Jandira,  no Rio,  candidatos igualmente com propostas saudáveis para os povos das capitas de São Paulo e do Rio e que guardam muita semelhança com as dos favoritos do blog.

     

  12. Vejam só que bonitinho…

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=q2_AN_oOexw%5D

    SÓ QUE NÃO!

    Sinceramente, eu gostaria muito de votar na Jandira como sempre fiz. Mas, dessa vez, voto no Freixo sem piscar se ele estiver melhor cotado. O que provavelmente acontecerá. (Alô PT, cadê você? – Depois não reclamem…) 

    Nesse caso, sim, pode-se lamentar a desunião “das esquerdas”, como de praxe por aqui. No fim, sem muita surpresa, vão ao segundo turno Crivella e Romário ou Bolsonaro(socorro!!!).

    Pesquisa indica que Marcelo Crivella pode ir para o 2º turno com Romário, Freixo ou Bolsonaro

    http://diariodorio.com/pesquisa-indica-que-marcelo-crivella-pode-ir-para-o-2o-turno-com-romario-ou-bolsonaro/

    1. PS: O Molon se f…

      Saiu do PT e foi para a Rede, em grande parte, com vistas na sua candidatura à prefeitura. Agora, vai perder os votos dos petistas e simpatizantes para a Jandira, e dos descontentes à esquerda e dos “alternativos” para o Freixo. 

      Dançou!

  13. A crise da democracia

    A crise da democracia representativa e o desmonte do estado de bem estar social se explica por:

    Problemas do povo resolvidos,pra quê tantos políticos? Nenhuma burocracia! Pra quê advogados?

    É O INTERESSE CORPORATIVISTA,PREVALECENDO SOBRE O DIREITO COLETIVO DO SER HUMANO!

    Obs;Não queremos ser felizes? ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL É A CHAVE!(foco das discussões)

    1. Desmonetização, a chave da felicidade social?

      O artigo toca um ponto muito interessante, ainda mais que o desemprego no Brasil será o gatilho de TODAS as mudanças num futuro próximo.

      O dinheiro que usamos, com base numa sexualidade economicamente produtiva está em xeque. O que irá surgir em seu lugar ainda é uma incógnita, escondia em um denso nevoeiro que se dissipa lenta e paulatinamente. O blockchain e as moedas virtuais parecem ter um lugar garantido neste futuro e irão satisfazer os quatro pulsões básicos da humanidade.

      Segue o artigo do Peter  sobre o assunto.

      Why the Cost of Living Is Poised to Plummet in the Next 20 Years

      BY ON JUL 18, 2016

       

       

      People are concerned about how AI and robotics are taking jobs, destroying livelihoods, reducing our earning capacity, and subsequently destroying the economy.

      In anticipation, countries like Canada, India and Finland are running experiments to pilot the idea of “universal basic income” — the unconditional provision of a regular sum of money from the government to support livelihood independent of employment.

      But what people aren’t talking about, and what’s getting my attention, is a forthcoming rapid demonetizationof the cost of living.

      Meaning — it’s getting cheaper and cheaper to meet our basic needs.

      Powered by developments in exponential technologies, the cost of housing, transportation, food, health care, entertainment, clothing, education and so on will fall, eventually approaching, believe it or not, zero.

      In this blog, I’ll explore how people spend their money now and how “technological socialism” (i.e., having our lives taken care of by technology) can demonetize living.

      As an entrepreneur, CEO or leader, understanding this trend and its implications is important…it will change the way we live, work, and play in the years ahead.

      How We Spend Our Money Today

      Spending habits around the world tell a pretty consistent story — we tend to spend money on many of the same basic products and services.

      Take a look at how consumers spend their money in three large economies: The United States, China, and India.

      In the U.S., in 2011, 33% of the average American’s income was spent on housing, followed by 16% spent on transportation, 12% spent on food, 6% on healthcare, and 5% on entertainment.

      In other words, more than 75% of Americans’ expenditures come from housing, transportation, food, personal insurance, and health.

      In China, per a recent Goldman Sachs Investment Research report, there is a similar breakdown — food, home, mobility, and well-being make up the majority of the expenditures.

      Interestingly, in China, consumers care significantly more about looking good and eating better (and less about having more fun) than in the U.S. — nearly half of consumer income goes to clothes and food.

      In India, with a population of 1.2 billion people, expenditures on food, transportation, and miscellaneous goods and services are most prominent.

      Rent/housing and healthcare represent a smaller portion of expenditures.

      These differences likely represent cultural differences in each of the three very different countries — but overall, you see that the majority of expenditures are in these top 7 categories:

      TransportationFoodHealthcareHousingEnergyEducationEntertainment

      Now, imagine what would happen if the cost of these items plummeted.

      Here’s how…

      Rapid Demonetization — What It Means

      To me, “demonetization” means the ability of technology to take a product or service that was previously expensive and make it substantially cheaper or potentially free (in the extreme boundary condition). It means removing money from the equation.

      Consider Photography: In the Kodak years, photography was expensive. You paid for the camera, for the film, for developing the film, and so on. Today, during the megapixel era, the camera in your phone is free — no film, no developing. Completely demonetized.

      Consider Information/Research: In years past, collecting obscure data was hard, expensive in time if you did it yourself, or expensive in money if you hired researchers. Today, during the Google era, it’s free and the quality is 1000x better. Access to information, data, and research is fully demonetized.

      Consider live video or phone calls: Demonetized by Skype, Google Hangouts, the list goes on:

      Craigslist demonetized classifiedsiTunes demonetized the music industryUber demonetized transportationAirbnb demonetized hotelsAmazon demonetized bookstores

      Demonetizing ~$1M Worth of Stuff We Take for Granted

      In the back of my book Abundance (page 289 of the recent edition), I provide a chart showing how we’ve demonetized $900,000 worth of products and services that you might have purchased between 1969 and 1989.

      900,000 worth of applications in a smart phone today

      People with a smartphone today can access tools that would have cost thousands a few decades ago.

      Twenty years ago, most well-off U.S. citizens owned a camera, a video camera, a CD player, a stereo, a video game console, a cellphone, a watch, an alarm clock, a set of encyclopedias, a world atlas, a Thomas guide, and a whole bunch of other assets that easily add up to more than $900,000.

      Today, all of these things are free on your smartphone.

      Strange that we don’t value these things when they become free. We just expect them.

      So now, let’s look at the top seven areas mentioned above where people globally are spending their cash today and how these things are likely to demonetize over the next decade or two.

      (1) Transportation

      The automotive market (a trillion dollars) is being demonetized by startups like Uber. But this is just the beginning.

      When Uber rolls out fully autonomous services, your cost of transportation will plummet.

      Think about all of the related costs that disappear: auto insurance, auto repairs, parking, fuel, parking tickets. Your overall cost of “getting around” will be 5 to 10 times cheaper when compared to owning a car.

      This is the future of “car as a service.”

      Ultimately, the poorest people on Earth will be chauffeured around.

      (2) Food

      As I noted in Abundance, the cost of food has dropped thirteenfold over the past century. That reduction will continue.

      $ olf pemr capita disposable income spent oln food in the United States

      $ olf pemr capita disposable income spent oln food in the United States

      As noted in the chart above, the cost of food at home has dropped by >50%.

      Additional gains will be made as we learn to efficiently produce foods locally through vertical farming (note that 70% of food’s final retail price comes from transportation, storage and handling).

      Also, as we make genetic and biological advances, we will learn how to increase yield per square meter.

      (3) Healthcare

      Healthcare can be roughly split into four major categories: (i) diagnostics, (ii) intervention/surgery, (iii) chronic care, and (iv) medicines.

      (i) Diagnostics: AI has already demonstrated the ability to diagnose cancer patients better than the best doctors, image and diagnose pathology, look at genomics data and draw conclusions, and/or sort through gigabytes of phenotypic data… all for the cost of electricity.

      (ii) Intervention/Surgery: In the near future, the best surgeons in the world will be robots, and they’ll be able to move with precision and image a surgical field in high magnification. Each robotic surgeon can call upon the data from millions of previous robotic surgeries, outperforming the most experienced human counterpart. Again, with the cost asymptotically approaching zero.

      (iii) Chronic/Eldercare: Taking care of the aging and the chronically ill will again be done most efficiently through robots.

      (iv) Medicines: Medicines will be discovered and manufactured more efficiently by AIs and, perhaps in the near future, be compounded at home with the aid of a 3D printing machine that assembles your perfect medicines based on the needs and blood chemistries in that very moment.

      It’s also worth noting the price of genomics sequencing is plummeting (as you’ll see below, at five times the rate of Moore’s Law). Accurate sequencing should allow us to predict which diseases you’re likely to develop and which drugs are of highest use to treat you.

      The plummeting cost to sequence the human genome (Source: NHGRI)

      The plummeting cost to sequence the human genome (Source: NHGRI)

      (4) Housing

      Think about what drives high housing costs. Why does a single-family apartment in Manhattan cost $10 million, while the same square footage on the outskirts of St. Louis can be purchased for $100,000?

      Location. Location. Location. People flock to high-density, desired areas near the jobs and the entertainment. This market demand drives up the price.

      Housing will demonetize for two reasons: The first reason is because of two key technologies which make the proximity of your home to your job irrelevant, meaning you can live anywhere (specifically, where the real estate is cheap):

      (1) Autonomous Cars: If your commute time can become time to read, relax, sleep, watch a movie, have a meeting — does it matter if your commute is 90 minutes?

      (2) Virtual Reality: What happens when your workplace is actually a virtual office where your co-workers are avatars? When you no longer need to commute at all. You wake up, plug into your virtual workspace, and telecommute from the farm or from the island of Lesvos.

      The second technology drivers are robotics and 3D printing, which will demonetize the cost of building structures.

      A number of startups are now exploring how 3D printed structures and buildings can dramatically reduce the cost of construction and the amount of time it takes to build a building.

      For example, a company out of China, WinSun, is 3D printing entire apartment buildings (see picture below):

      6-story building 3D printed by Winsun

      6-story building 3D printed by WinSun.

      (5) Energy

      Five thousand times more energy hits the surface of the Earth from the Sun in an hour than all humanity uses in a year. Solar is abundant worldwide. Better yet, the poorest countries on Earth are the sunniest.

      Today, the cost of solar has dropped to ~$0.03 kWh. The cost of solar will continue to demonetize through further material science advances (e.g. perovskite) that increase efficiencies.

      (6) Education

      Education has already been demonetized in many respects, as most of the information you’d learn in school is available online for free.

      Coursera, Khan Academy, and schools like Harvard, MIT and Stanford have thousands of hours of high-quality instruction online, available to anyone on the planet with an Internet connection.

      But this is just the beginning. Soon the best professors in the world will be AIs able to know the exact abilities, needs, desires and knowledge of a student and teach them exactly what they need in the best fashion at the perfect rate.

      Accordingly, the child of a billionaire or the child of a pauper will have access to the same (best) education delivered by such an AI, effectively for free.

      (7) Entertainment

      Entertainment (video and gaming) historically required significant purchases of equipment and services.

      Today, with the advent of music streaming services, YouTube, Netflix and the iPhone App Store, we’re seeing an explosion of available selections at the same time that the universe of options rapidly demonetizes.

      YouTube has over a billion users — almost one-third of all people on the Internet — and every day, people watch hundreds of millions of hours on YouTube and generate billions of views.

  14. Boa análise, mas simplificadora.

    Prezados,

     

    O que tenho observado nessas mais de três décadas que acompanho os fatos sociais e políticos em nosso País, é que as Esquerdas se desgastam e se enfraquecem em disputas e brigas internas, deixando de se preparar para enfrentar os verdadeiros adversários: a direita oligárquica e plutocrática, a banca financista, os detentores do capital e os porta-vozes desses estamentos, que são os veículos da chamada ‘grande mídia comercial’, ou seja o PIG/PPV.

    Hoje mesmo este portal publica artigo do professor Wanderley Guilherme dos Santos, que nos últimos anos, tem ocupado seu tempo em escrever críticas à Esquerda, municiando a Direita, ao expor as divergências e fraquezas do epectro político que representa os interesses da maioria da população, especialmente das parcelas secularmente excluídas social e economicamente. O mesmo desserviço tenho observado em outros intelectuais que se dizem ‘esquerdistas’; Aldo Fornazieri, que escreve regularmente neste GGN, é outro que tem adotado a mesma postura que Wanderley. Mais de uma vez eu os critiquei duramente, pois a vaidade desses acadêmicos só encontra par na dos juízes que se consideram deuses. Esses intelectuais esquerdistas demosntram uma extrema necessidade de estar nos holofotes do PIG; ao fazer essas críticas à Esquerda eles atraem a atenção da mídia golpista, são convidados para entrevistas e eventos, têm artigos citados nos veículos do PIG, garantindo assim a divulgação não só desses artigos, mas também de livros e pesquisas que estejam desenvolvendo ou tenham desenvolvido. Ou seja: esses ‘intelectuais esquerdistas’ usam a crítica à Esquerda como ferramenta de marketing. Considero deplorável essa postura ancorada na velha e manjada técnica ‘uma no crvao, outra na ferradura’.

    Como alguns leitores bem observaram, não apenas São Paulo e Rio de Janeiro são as metrópoles a serem observadas. Pelo menos quatro outras merecem atenção: BH, Porto Alegre, Salvador e Recife. Outros leitores mencionaram cidades-estado, não apenas no conceito moderno e pré-moderno; considero extremamente relevante a discussão do conceito cidades-estado, principalmente a partir da década de 1950 e nos dias atuais. A divisão territorial e política que temos no Brasil, com estados federados, é completamente artificial, além de ineficiente. Não faz sentido tratar como unidades federadas as regiões metropolitanas, com seus problemas e demandas muito peculiares, e o interior dos estados. As regiões metropolitanas de São Paulo, do Rio de Janeiro, de BH, de Salvador, do Recife, e de Porto Alegre, por exemplo, são completamente distintas do interior desses estados. Portanto o mais lógico do ponto de vista administrativo, para atendimento às demandas públicas da população que reside nessas regiões metropolitanas é que elas fossem cidades-estado. Quem mora nas cidades metropolitanas, cheias de carências, muita vioência e quase completa ausência dos poderes públicos, do Estado, sente na pele que o modelo atual de divisãopolítica e administrativa é completamente invioável. Vou citar dois exemplos, na RMSP: São Caetano do Sul e Carapicuíba. A primeira tem índices de desenvolvimento (idh, mas não apenas ele) comparáveis aos de países desenvolvidos (em 2010 o IDHM era de 0,862; a segunda tinha IDH bem menor, de 0,749 no mesmo ano. Outra cidade da mesma RMSP, Embu das Artes, tinha IDHM ainda menor: 0,735. Quem conhece as cidades citadas e sabe como é calculado o IDHM percebe que a diferença de 0,127 entre São Caetano do Sul e Embu das Artes é muito expressiva. Com uma administração voltada para o desenvolvimento mais harmônico e uniforme, o que é possível em cidades-estado, as grandes diferenças observadas entre  locais tão próximos geograficamente poderia diminuir.

    Mas o tema central do artigo é o papel da Esquerdas na próximas eleições municipais, na RMSP e RMRJ. Mais uma vez observo que as disputas internas da Esquerda podem alijá-la do segundo turno, caso a disputa não seja definida no primeiro.

    Em São Paulo, Luíza Erundina e Fernando Haddad dividirão os votos do mesmo eleitorado progressista (que perfaz de 30 a 40% dos aptos a votar); com a atual onda recionária, anti-petista, golpista, reacionária e conservadora que se abateu sobre o estado paulista o mais provável é que esse eleitorado progressista esteja no limite inferior, ou seja, Fernando Haddad e Luíza Erundina disputarão 30% dos eleitores; o mais provável é que nenhum dos dois vá para o segundo turno; morrerão abraçados e afogados. Ao contrário, a Direita já traçou estratégia para ir sozinha ao segundo turno, tal qual vimos na eleição recente para a presidência da Câmara dos Deputados. Geraldo Alckmin tenta emplacar o pseudo-político e pseudo-empresário – o almofadinha plutocrata joão dória Jr. – como candidato oficial do PSDB; os demais rapineiros que trocam bicadas com Alckmin (liderados por José Serra e seu ventríloquo Andrea Matarazzo) declararam apoio a traidora Marta, que abandonou o PT (sob a desculpa mais falsa que cédula de R$7,00 de que deixava o PT e se filiava ao PMDB de Eduardo Cunha eTemer, para ‘combater’ a corrupção) para ser candidata pelo PMDB, esse arremedo de partido que nada mais é que uma frente oligárquica e fisiológica, um exemplo acabado a velha e corrupta política brasileira. Apenas os tolos acreditam que Marta, pelo PMDB, terá condições de fazer uma administração voltada aos interesses populares. O ‘out-sider’ Celso Russomano, como em eleições anteriores, lidera as pesquisas de intenção de voto; ele representa também a Direita, turbinada nos últimos anos pelos seguidores das igrejas neopentecostais. Com as máquinas e cofres do estado paulista e da FIESP,  além de um segmento religioso expressivo, a direita mais retrógrada e reacionária tende a ocupar o executivo municipal da maior cidade brasileira, a partir do próximo ano.

    No Rio de Janeiro a situação é parecida com a de São Paulo. Marcelo Freixo, pelo PSOL, Jandira Feghali, pelo PC do B e com apoio do PT, Alexandre Molon, pelo não-partido Rede, tendem a dividir os votos do eleitorado mais progressista da capital fluminense. Embora não se identifique no Rio o conservadorismo arraigado de SP, é bom notar que ele cresceu muitos nas três últimas décadas, ancorado nas igrejas neopentecostais. Não por acaso o estado do Rio elegeu Eduardo Cunha para deputado e Marcelo Crivella para senador. Aliás, se não fosse o intenso trabalho da TV Globo, em apoio e parceria explícita para eleger Luiz Fernado Pezão, Crivella seria hoje o governador do RJ. As sondagens de intenção de voto feitas até agora dão vitória a Crivella, já no primeiro turno. É bom lembrar que Globo, assim como em 2012, tudo fará para demolir Civella. Mas hoje o PMDB de Cabral e Pezão não tem um candidato viável; Pedro Paulo está desmoralizado e nem a Globo é capaz de converncer os eleitores cariocas a depositar o voto em alguém que espanca a esposa. O escorregadio Romário ràpidamente aprendeu a realizar negociatas políticas; como se viu na última semana, ele ‘vendeu’ o apoio ao golpe de Estado em troca de cargos em estatais, como a indicação de um apaniguado para a Diretoria de Administração dem Furnas. Romário é do tipo fàcilmente cooptável e manipulável pelo PIG (Globo à frente); ademais  o PIG tem informações comprometedoras sobre ele; basta uma ameaça, para enquadrar o ex-jogador e senador seguir as regras dos irmãos Marinho; Romário disse que não será candidato. Mas relembrando Itamar Franco, Política é como as nuvens nio céu. E Romário já mostrou que não é confiável. O certo é que a disputa interna pode fazer com que, também no Rio,  a Esquerda não vá ao segundo turno da eleições municipais.  A ver.

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