Xadrez da globalização e da financeirização

Copidescado às 12:00

Caso 1 – as guerras internas na geopolítica

Desde a criação do padrão ouro, sempre houve uma disputa interna, nos países, em torno do modelo.

O padrão ouro era essencial para a globalização do sistema financeiro e do comércio internacional, ao criar uma medida de valor global para os países que aderiam. Por outro lado, impedia os países de praticar políticas cambiais e monetárias autônomas e satanizava qualquer forma de proteção comercial.

Nesse mundo idílico, cada país se especializaria naquilo que sabia fazer: os desenvolvidos, em produtos industriais; os não-desenvolvidos na produção de matéria prima. Estratificava-se, assim, a relação inicial entre países.

Mais que isso, qualquer problema britânico, o Banco da Inglaterra aumentava os juros atraindo o ouro do mundo inteiro. Esse movimento provocava uma redução da moeda em circulação nos diversos países, uma apreciação do ouro, tirando a competitividade de seus produtos e jogando as economias nacionais em recessão.

Além disso, a adesão ao padrão-ouro, ou sistemas similares, impedia que pudessem se valer dos gastos públicos como estimulador da economia.

Em cada país, a disputa era decidida pelo jogo de interesses em cada ponta, a dos metalistas, do padrão ouro, e dos papelistas, do papel moeda.

Pertenciam ao grupo dos metalistas os financistas locais e os importadores em geral e seus parceiros internacionais, compradores e, especialmente, bancos ingleses, seja para atividades rentistas ou investimentos industriais.

Do lado dos papelistas, os exportadores de produtos industrializados, que também recorriam a medidas protecionistas contra as importações.

O desenvolvimento norte-americano do século 19 está diretamente vinculado ao repúdio ao padrão ouro e às tarifas protecionistas conquistadas pelos industriais da costa leste. Foi uma guerra entre papelistas e metalistas na qual, o período de hegemonia dos papelistas, permitiu um salto na industrialização norte-americana.

No final do século, a internacionalização de grandes grupos e o aparecimento de grandes financistas, como J.P.Morgan, inverteram a balança política, trazendo de volta o padrão-ouro, que perduraria até a 1a Guerra.

Peça 2 – a correlação de forças

Quando se olha a questão nacional, a médio prazo uma política industrial inteligente reforçará a economia nacional, melhorará o nível de emprego, adensará as cadeias produtivas, aumentará o mercado interno de trabalho, por consequência a condição de vida dos cidadãos. Interessa a quem vê a economia da ótica dos cidadãos locais.

Melhorando a economia internamente, além disso, atraía capital externo produtivo, desde que se mantivesse o câmbio desvalorizado, porém estável.

A outra visão é das empresas – e investidores – que tratam a economia de forma global. Acenam com a vantagem de um comércio sem barreiras, com a possibilidade de investimentos transbordando dos países mais ricos para os menos ricos. O desenvolvimento interno seria decorrência.

Com o tempo se percebeu que o livre fluxo de capitais tinha impacto enorme sobre a atividade interna, já que saía ou entrava ao sabor de fatos pontuais de mercado.

Não havia a soilidariedade com o interesse nacional. É o caso dos bancos que emprestavam para governos e empresas nacionais e precisavam apenas da garantia de manutenção do valor emprestado e da folga no orçamento para garantir a solvência.

Com o papel-moeda, estariam sempre sujeitos a desvalorizações cambiais que reduziriam o valor a receber.

A lógica do padrão-ouro definia vencedores e perdedores:

1. Se a nação tivesse um déficit na balança comercial, significava que estava gastando mais ouro do que recebendo.

2. A redução dos estoques de ouro obrigava a uma redução da oferta de dinheiro.

3. Com menos dinheiro, haveria menos atividade econômica, obrigando as empresas a reduzirem sua produção. Assim, o ajuste interno era dado pelo aumento do desemprego e pela redução da rentabilidade da produção voltada para o mercado interno.

4. Se havia superávit comercial, entrava mais ouro, maior quantidade provocava uma redução no preço do ouro e, automaticamente, uma redução no preço relativo dos produtos exportados.

Esse mecanismo era incompatível com o crescimento da economia.

O aumento dos investimentos quase sempre vem acompanhado de aumento das importações e da necessidade de aumento do crédito. Se o aumento das importações levasse ao desequilíbrio comercial, haveria uma contração no crédito que abortaria o crescimento.

Ou seja, pelo padrão ouro sempre seriam privilegiados os interesses externos em detrimento das demandas internas.

Por outro lado, a estabilização do câmbio, com o padrão ouro, atraía investimentos externos, em parceria com capitalistas locais. Os lucros dos bancos ingleses com as ferrovias da América Latina superavam em muito o que ganhavam em sua atividade nacional.

Peça 3 – o jogo de forças no Brasil

O governo Lula seguiu uma estratégia inicialmente bem-sucedida de criar uma massa crítica em favor das políticas mercantilistas nacionais (aquelas que privilegiam o mercado interno e a produção doméstica).

Abriu um enorme espaço para as empreiteiras, através do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e das ações diplomáticas. Ajudou a criar supercampeões nacionais na área de alimentos e siderurgia. Deu seu maior lance com o pré-sal, e a possibilidade de dar musculatura à indústria de máquinas e equipamentos e de tecnologia para estaleiros e plataformas. Por sua vez, esses campeões ajudavam na governabilidade através do financiamento de campanha no caixa 2.

Com exceção da Petrobras, a tentativa de casar financiamentos de campanha com benefícios pontuais – praticada pela Lava Jato para criminalizar os repasses – é forçar a barra. JBS, empreiteiras, Odebrecht bancavam o PT porque o modelo de desenvolvimento apresentado era benéfico para elas. Da mesma maneira que o mercado sempre apoiou o PSDB. Em ambos os casos, obviamente, ressalvados os casos explícitos de propinas e corrupção.

Onde a tática falhou? Na baixa compreensão e pouca atuação sobre o Judiciário, Ministério Público e mídia. Quando entraram, desequilibraram o jogo. E sua participação no jogo era de cunho eminentemente ideológico, já que, a rigor, não participam da atividade produtiva.

A mídia sempre foi favorável aos modelos financistas – o padrão ouro ou, como agora, o câmbio apreciado controlado – porque sua balança comercial (exportação de programas x importação de enlatados) sempre foi deficitária. Isto é, sempre importou muito mais do que exportava, no caso do papel de imprensa e da compra de programas de televisão.

Além disso, o mercado publicitário sempre girou em torno de dois grandes anunciantes: mercado financeiro, multinacionais de consumo.

Havia, portanto, um nítido alinhamento econômico e ideológico nesse pacto.

Não foi à toa que a ofensiva da Lava Jato esmagou impiedosamente as empresas que compunham o leque de apoio a Lula, destruindo tecnologias, empregos, posições estratégicas no mundo. Não foi meramente uma ação anticorrupção: foi um trabalho eminentemente geopolítico, em que o pacto dos vencedores (mídia-multi-Judiciário-MPF) tratou as empresas (e não apenas os empresários) de acordo com o direito penal do inimigo.

Peça 4 – os candidatos a Catão

A atuação dos personagens públicos mais ostensivos obedece a essa correlação de forças. E, tendo à mão a mídia e o Judiciário, cria-se o mais eficiente movimento de mobilização popular: o combate à corrupção.

E aí se entra no terreno conhecido da hipocrisia que permeia os períodos de catarse e de atuação hipócrita contra a corrupção.

Todo paladino que cavalga movimentos anticorrupção passa a ser glorificado como o escoteiro que enfrenta os poderosos. Ganha visibilidade e poder, na medida em que sua palavra passa a ter peso. Mas os verdadeirois paladinos da lei só existiam na imaginação dos roteiristas dos velhos faroestes.

Quando o Ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), assume o papel de o homem que matou o facínora, não se pense no cavaleiro solitário enfrentando os vilões da plutocracia.

Ele atua tendo na retaguarda um elenco estelar de grandes multinacionais brasileiras e estrangeiras e, especialmente, a Rede Globo, o poder maior que paira sobre o Brasil. Indague dele qual sua posição sobre os escândalos do futebol e sobre o inquérito espanhol contra a Globo. Ganha uma coleção completa das obras de Lenio Streck quem conseguir arrancar uma declaração sequer do nosso intimorato James Stewart dos trópicos contra um esquema de corrupção amplo e disseminado por todo o país, envolvendo o esporte mais popular.

Na cena principal do filme, Stewart-Barroso duela com o vilão Lee Marvin-Gilmar, mas quem atira de trás dele é John Wayne-Globo e todo o exército da globalização.

O combate à corrupção costuma atrair vários tipos de personagens.

É só recordar o imenso oficial-anti-corrupção que foi Demóstenes Torres, fruto de uma dobradinha Veja-Carlinhos Cachoeira.

Depois das manifestações de rua contra o impeachment, contam-se às dezenas trambiqueiros de vários quilates que uma mera pesquisa no Facebook mostrava terem sido soldados mais vibrantes nas marchas contra a corrupção. Uma semana depois da votação do impeachment, a mais eloquente deputada a favor do SIM teve seu marido preso por corrupção.

E não apenas os catões de rua ou do baixo clero da política.

Enquanto procurador, Pedro Taques tornou-se uma lenda do Ministério Público Federal (MPF), atuando contra o super-vilão Comendador Arcanjo – um bicheiro que controlava cassinos na fronteira e lavava seu dinheiro com grandes plantadores de soja da região.

Eleito senador e, depois, governador do Mato Grosso, Taques se envolveu em diversas denúncias de propinas para financiamento de campanha. A última denúncia é sobre um esquema ilegal de escutas armados por auxiliares contra adversários políticos.

Poucos catões mantem a coerência, como é o caso do procurador Luiz Francisco, que conserva a postura evangélica.

O ex- PGR, Antônio Fernando de Souza, montou toda a estratégia da AP 470, o mensalão. Na denúncia, poupou o banqueiro Daniel Dantas, apesar de laudos da Polícia Federal apontando-o como o grande financiador de Marcos Valério. Aposentou-se e foi para um escritório de advocacia imediatamente contemplado com uma conta gigante da Brasil Telecom, na época controlada por Dantas. Hoje em dia, advoga para Eduardo Cunha.

A exploração da publicidade da Lava Jato, por Deltan Dallagnol, é apenas um ensaio de movimentos futuros, quando a luz dos holofotes começar a piscar.

Deltan entrou no mercado pujante dos conferencistas amparado exclusivamente no protagonismo adquirido com a Lava Jato. Apanhado no contrapé por denúncias, apressou-se a informar que repassou todos seus cachês de 2017 a um fundo destinado a combater o crime, ajudar nas investigações.

Até hoje não informou qual o instrumento do qual se valeu para as doações. Com toda certeza, o dinheiro continua em sua conta de investimento.

Na semana passada, cobrou cachê elevado da corretora que mais cresceu no mercado de capitais nos últimos anos. Ao mesmo tempo, o juiz Sérgio Moro desestimulava a delação de Antônio Palocci – que prometera focalizar no mercado financeiro – sob a alegação de que estaria blefando.

Quem pode garantir que não houve um acerto, cuja contrapartida foi o cachê?

Poderia dizer que não tenho provas, mas tenho convicção de que foi pagamento de suborno. Mas seria irresponsável. Minha convicção é que houve foi um amplo desrespeito de Deltan ao MPF, ao se beneficiar dos frutos de um trabalho público, permitir que a sombra da suspeita seja lançado sobre toda corporação e, como agravante, provavelmente ter mentido sobre o destino dos cachês. Afinal, como diz a nota oficial da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) quem investe contra um procurador investe contra todo o MPF. Donde pode-se extrair o reverso: quando um procurador apoiado pela ANPR mente, é como se a mentira fosse um valor aceito pela corporação.

Nenhuma surpresa. A maioria absoluta dos Catões são como investidores que se agarram rapidamente à primeira oportunidade de ganhar poder para fazer jogadas de interesse pessoal, escudado na bandeira da anticorrupção. A história esta repleta desse tipo.

Por que, no fundo, campanhas contra corrupção, a favor do bem, da verdade e da imortalidade da alma, são apenas instrumentos de uma guerra econômica necessariamente suja. De ambos os lados.

Luis Nassif

53 Comentários

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  1. Vc se esqueceu do impoluto
    Vc se esqueceu do impoluto provurador Demostenes Torres. Perdoado pela justica a pedido do MP podera ser indenizado e de lambuja voltar ao Senado. E Lula podera ser preso por essa mafia midiatico penal com base em falsa delacao

  2. E ainda tem gente que acredita
    que a culpa e do PT por ter “trazido o PMDB” na chapa de Dilma, obviamente ignorando que a governabilidade foi debilitada pela exploração do “mensalão” e que o PMDB esteve a sombra de todos os governos pos Sarney.

    Como diz um meme que recebi pelo whatsapp, um pais onde se tira uma Presidenta por suposto crime de pedaladas e não faz nada contra golpistas e corruptos notórios tem mesmo é que ir pra PQP.

  3. No caso do procurador se ele

    No caso do procurador se ele agiu contra a lei é simples,

     

    processo administrativo e punição, que pode levar à demissão, os parlamentares do PT tem que cobrar das autoridades competentes, do contrárioo que prevarica são elas, ao final já ficou bem ruim para os “doutos”…….

  4. Acho que houve um erro no

    Acho que houve um erro no período: “Foi uma guerra entre papelistas e metalistas na qual, o período de hegemonia dos metalistas, permitiu um salto na industrialização norte-americana.” Acho que faz mais sentido: “Foi uma guerra entre papelistas e metalistas na qual, o período de hegemonia dos papelistas, permitiu um salto na industrialização norte-americana.”

  5. O Lula deveria procurar o

    O Lula deveria procurar o conteúdo das palestras. 

    O procurador certamente não foi lá falar que empresários são corruptos. Deve ter feito a caveria do PT e de Lula. 

     

  6. Já ouvi sobre lavagem de

    Já ouvi sobre lavagem de consciência e de notícia ..

    ..por ela, Dalagnol, que tem nome de remédio mas NÂO é,  diz que doaria a grana pra APAE do PR (descontados 70 ou 80% pra cobrir custos), aos cuidados da esposa de Moro  ..assim ficaria tudo em casa  ..rsrs

    FATO  ..assim como o BRASIL precisa apurar a atuação de S.Moro em suas viagnes e aderência “legalista” aos tramites e normas americanas (atentando contra a nossa soberania) ..o caso desse promotor tende a ir pro mesmo caminho  ..afinal, quanto mais o tempo passa, mais e mais vemos das estravagâncias e querências partidos dessa dupla curitibana

  7. Responde aí:
    – Alguém sabe por que Moro travou as delações de Palocci e de Cunha que alcançariam o sistema financeiro e sistematizou as delações que atingiram as nossas megas empresas?

  8. Partindo do raciocínio da

    Partindo do raciocínio da ANPR e do MPF, o que podemos dizer de tais instituições considerando o procurador Angelo Goulart Vilella?

  9. Noves fora, o que resta é a Globo… Sempre ela!

    Mais um xadrez magnificamente jogado e que mostra como a Rede Globo é o eixo de todas as mazelas brasileiras. Cirurgicamente montada pelos americanos logo após 1964, tem uma função estratégica que, acredito, seja única no mundo. E engana-se quem pensa que o JN é sua arma mais letal… Não. São as novelas… Que, do pobre ao rico, do progressista ao coxinha, criou um padrão de conduta que salta aos olhos no mundo real. O Brasil é uma novela da Globo… E seus personagens procuram agir da forma que a Globo os projeta. As raras exceções, vivem levando sustos; pois não conseguem entender que o Brasil virou o que é graças a um trabalho que ja leva mais de 50 anos e influencia praticamente 4 gerações de brasileiros. E não dá a menor pinta de exaustão…

  10. Beleza de post, Nassif !

    Beleza de post, Nassif !  Claro, sem economês; profundo mas ao alcance; ferino, sem atingir colaterais. Só uma coisa não consegui entender : “JBS, EMPREITEIRAS,  Oderbrecht, bancavam o PT porque o modelo de desenvolvimento apresentado era benéfico para elas”. E aquela empreiteira, explicitamente tucana, com executivos fazendo campanha para Aécio e dirigindo altos e estridentes “baixo calão” à Dilma,  não considerava benéfico, era um ponto fora da curva ou estava pretendendo mudar de ramo tornando-se rentista ? Não que eu ache importante solucionar minha dúvida, é que vejo a situação esdrúxula a que o golpe nos levou, que sem uma mudança de rumo, entre mortos e feridos morreremos todos. Ou será que o MP julga que permanecerá vivo após a destruição ?

  11. Por que não se investiga

    Por que não se investiga Dallagnol procurando os seguintes dados?

    – Cachês

    – Quantidade de palestras

    – Público

    – Patrocinadores

    – Patrimônio dele

    – Quando ele faz tais “palestras”? Ele tem jornada de trabalho tão elástica assim?

    – Aonde costuma passar férias?

    – A família possui empresas?

    – Ele tem cotas em fundos de investimentos?

    – É acionista de alguma empresa?

    Que tal mapearmos e/ou fazermos um histórico?

    PS: Não esperem nada da corregedoria do MPF.

  12. Uma pequeníssima observação.O
    Uma pequeníssima observação.O golpe venceu.Venceu?A que custo,pergunto eu.Quando os luminosos deixaram de piscar talvez possamos analisar com mais clareza o tamanho das perdas,e verificar com precisão cirúrgica se realmente o golpe venceu.O custo da vitoria poderá ter sido devastador e irrecuperável.A ver.

  13. É fácil comprovar a forma
    É fácil comprovar a forma tendenciosa das decisões de Moro.

    É suficiente observar as delações, a quem beneficiou, o quantum da redução de pena para os que indicaram petistas e sua oposição, e os outros benefícios aos delatores.

  14. Um xadrez certeiro do Nassif.

    Um xadrez certeiro do Nassif. Cheque mate no Dellagnol! Só faltou lembrar que o catão palestrante antes mesmo das palestras “cujo os cachês ele vai ceder para criancinhas doentes”, já especulava com minha Casa minha vida.

    Esse sujeito é o símbolo do catão brasileiro, do tipo evangélico. Se não fosse procurador certamente abriria uma Igreja do gênero “aceita cheque”.

    PS: Assim como o Lula ia aceitar o triplex como vantagem indevida, ele ia ceder os cachês para filantropia “cristã”. Com ele é tudo na base do “ia”. Nós temos que que aceitar como fato algo que ainda não aconteceu, porque ELE disse que vai, ou ia acontecer. Como diriam os coxinhas desbocados, VTNC, meu filho!   

  15. Particularmente só me ficam as denúncias.

    Eu percebo tantas denúncias contra os MP´s (estaduais… federal) que só me ficam dúvidas quanto à suas ética. Tinha tanto respeito e orgulho dos judiciários brasileiros, mas hoje nada sobra. Faltas de provas, sobras de convicções desembasadas, muita luta política. Pena, o MPF está desmoralizado pelos próprios procuradores.

  16. “Onde a tática falhou? Na baixa compreensão e pouca atuação sobr

    “Onde a tática falhou? Na baixa compreensão e pouca atuação sobre o Judiciário, Ministério Público e mídia. Quando entraram, desequilibraram o jogo”

     

    O Ministério Público sempre foi órgão autônomo e essa autonomia sempre lhe permitiu investigar e pedir a condenação de quem quisesse, foram décadas de corrupção generalizada nos três poderes da República desde o período Sarney e o MP e o Judiciário nunca tinham levado a cabo uma investigação tão completa, tão profunda e tão engajada quanto a lava jato, fica-se com a impressão de que antes desse período não havia justiça no Brasil

    Mas o período de maior investigação sobre a corrupção no Brasil casa justamente com o maior reforço da PF e do próprio MPF no governo do PT, porque a alta cúpula do Partido sabia da doença da corrupção e o quanto era sangrado do país pra ir pro bolso alheio e isso precisava ser parado

    Só não contavam com um componente altamente ideológico na seletividade das investigações e das denúncias, foi esse componente ideológico que arrasou o país, fazendo com que os negócios brasileiros fossem vistos como atividade criminosa e, por consequência, todos aqueles que se beneficiaram direta ou indiretamente dos dividendos das empresas brasileiras foram vistos como criminosos

    O PT não contava que as nvestigações da lava jato não seriam somente para combater a corrupção, se fosse por isso os corruptores e delatores teriam de devolver no mínimo 90% de tudo que roubaram e ir pra cadeia e não delatar e gozar depois o dinheiro roubado, o plano era criminalizar esse período histórico de alto desenvolvimento econômico e social do Brasil e voltarmos ao faz de conta da justiça do período Sarney-FHC o que se fecharia com chave de ouro com a prisão de Lula, mas ai veio o fator JBS

    O que se fazer agora com uma pessoa como Lula quando não se possui uma prova material sequer de sua culpa enquanto o atual Presidente da República é alvo de inquéritos mais robustos que qualquer escândalo que já houve no Brasil?

     

     

    https://jornalggn.com.br/noticia/com-pt-pf-realizou-50-vezes-mais-operacoes-do-que-com-fhc1

    http://www.redebrasilatual.com.br/economia/2017/05/desemprego-que-sobe-em-todas-as-regioes-e-subocupacao-atingem-26-5-milhoes

    http://www.valor.com.br/brasil/4289144/lava-jato-contribuiu-para-o-aumento-do-desemprego-diz-ipea

    http://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/02/politica/1486051264_488519.html

    http://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/26/politica/1498485882_380890.html

  17. Muito boa a análise. Dá uma

    Muito boa a análise. Dá uma pequena ideia do jogo por trás da Lava Jato e de quebra mostra o quanto são imbecis os que fazem uma análise primária e superficial com base no mantra do “combate a corrupção”.

  18. Um replica a nu e os ultimos catões batendo bumbo

    Um xadrez como esse deveria ser lido por muita gente. Para quando a criação de um grande portal de noticias por parte dos jornalistas, advogados, socilogos, cientistas politicos, juristas, psicanalistas e outros, independentes? Isso também é urgente para que, enfim, possamos recolocar o Brasil nos trilhos.

  19. Lula é o político mais
    Lula é o político mais CONFIÁVEL no mundo atualmente,segundo pesquisa JM(de j.marcelo ou José Marcelo tanto faz)a pesquisa ouviu uma pessoa (eu)e constatou q Lula não perde pra ninguém neste quesito no Brasil,e internacionalmente só perde para o Mandela(já era demais né)esta pesquisa está devidamente registrada no órgão competente ( no ggn, espero q passe na moderação) e… Fim !!

  20. O STF como poder moderador
    O STF como poder moderador tem falhado mesmo dentro de suas hostes.

    Falhou quando permitiu que o legislativo atropelasse o executivo no impeachment ilegal e imoral de Dilma.

    Falhou ao permitir que o achismo passasse a ser fundamento de sentença.

    Falhou ao permitir a destruição da justiça liberal e o seu garantismo.

    Falhou ao permitir, como última fonte de poder, que senadores descumprissem suas decisões, como no caso de Calheiros e no de Aécio, entre outros.

    Falhou ao permitir que a justiça se tornasse um barril de denúncias inconsistentes.

    Falhou ao permitir que a justiça se tornasse fonte constante de vazamentos.

    Falhou ao permitir que setores da justiça se tornassem entidades de perseguição política.

    Faltou ao permitir que a mídia influenciasse andamento de processos.

    Falhou ao permitir que a justiça deixasse de ser o maior órgão de confiança da população, como indicado em recente no pesquisa

  21. Moro quer eliminar o Lula e tudo o que ele fez

    Acredido que a intenção do Moro seja não só condenar o Lula (em primeira instância), mas também mete-lo na cadeia mesmo antes que  recorra à segunda instância. Arrumará uma desculpa qualquer, e o Lula já será preso ao mesmo tempo em que a sentença for dada. Já fez isto com o Paloci, tirando-lhe o direito de recorrer em liberdade. Fez isto com a desculpa mais esfarrapada do mundo, a de que pode vir atrapalhar o tal processo judiciário. 

    1. Caro Alberto,

      faz parte do script. O Sr. Ex-Presidente não apenas não pode ser candidato, ele também NÃO PODE SUBIR EM PALANQUE!! Imagine-o num palanque a dizer “Votem no Haddad!”. Ou no Ciro Gomes, ou no Rui Costa Pimenta, ou no Patrus, ou no Lindbergh, ou no Mauro Iasi, ou no Requião, ou no Saci, ou no Boto… ELEGE!!! Vide D. Dilma (com todo respeito à Sra. Presidente)!

      Esse risco a turma do golpe não vai querer correr…

  22. “Na cena principal do filme,

    “Na cena principal do filme, Stewart-Barroso duela com o vilão Lee Marvin-Gilmar, mas quem atira de trás dele é John Wayne-Globo e todo o exército da globalização.”

    “O homem que matou Liberty Valance” é o filme.

    Dirigido pelo genial John Ford, o filme tem um final surpreendente. Na cena do duelo, no primeiro momento, acredita-se que Ronson Stoddard( Stewart) mata Liberty Valance( Marvin). Depois vê-se que quem matou foi Tom Doniphon(Wayne).

    Mas a versão de que Stoddart matou Valance prevaleceu. No filme tem uma frase que sintetisa um fenômeno muito atual, a pós verdade. Ao afirmar que realmente tinha matado o vilão, o “herói” indaga ao jornalista Maxwell Scott( Carleton Young): “Vai publicar essa história senhor Scott? O jornalista respondeu: “Este é o oeste senhor. Quando a lenda antecede o fato, publica-se a lenda”.

    No nosso momento atual temos a vera vários Stoddart e Scott. Falsos heróis e jornalistas que ignoram os fatos para dar suas versões ou a de seus patrões. Ontem, por exemplo, liguei a Globo News para ver a repercussão da denúncia de Janot contra Temer. Foi constrangedor.

    As análise sempre rasas, ontem teve um momento retumbante. O correspondente em NY relatou a estranheza que causava na matriz o fato das pessoas não estarem nas ruas protestando contra o usurpador golpista. Foi um silêncio sepulcral, o âncora antes de passar a palavra ao comentarista de política abaixou a cabeça.

    Chamou então o comentarista. Logo de cara, percebe-se que todos foram pegos de surpresa. Aí, o camarada tira da algibeira a pérola: as pessoas , diga-se a classe média golpista, não estão protestando porque a economia com Temer está melhor.

    Realmente seu Valdo Cruz, voce sair de uma situação delicada, mas com quase pleno emprego para uma recessão com 14 milhóes de desempregados é um “avanço” e tanto.

  23. Delação de Palocci NÃO “acontecerá”: ou “de fato”ou”de direito”

    E isso é bom para TODO mundo! Ninguém quer (1) corrida bancária/ (2) corralito/ (3) novo PROER. Assim, de um jeito ou de outro, os bancos vão sair fora. A não ser… bem… a não ser que Dallagnol e os Curitiba Boys façam mais M.

    GLOBO NA MIRA DO FBI, BANCOS NA DO DALLAGNOL E BLOGS DE ESQUERDA “PERDIDINHOS”: O “CAOS” DA IRRACIONALIDADE HUMANA

    Por Romulus & Núcleo Duro

    (…) Essa história de “FBI pegar a Globo” está seguindo o esquema normal de política em D.C.: a agência – no caso o DoJ – capturada pelo lobby.

    O Departamento de Estado ainda não deu atenção a isso porque até agora não teve relevância na sua seara.

    Detonar a Globo seria um “game change” no Brasil… de décadas!

    Qual o interesse dos EUA – enquanto ~Estado~ e não enquanto país onde Time Warner/ Disney são sediadas – em implodir a Globo – o maior obstáculo à esquerda e ao nacional-desenvolvimentismo no Brasil?

    Afinal, a direita $EMPRE $E €NT€ND€… £¥NDAM€NT€!

    Mas…

    A Globo é democrata e os EUA tem hegemonia política republicana atualmente.

    A “sorte” da Globo é que o deep-State do Departamento de Estado é democrata.

    O “azar” da Globo é que a operação em que ela está metida é… ~mundial~.

    Assim, a queda da Globo pode acabar como, “apenas”, um efeito colateral. Tolerado! (…)

    *

    O “caos” descabelado… minimamente “penteado”:

    I. Blogs de esquerda fazem demagogia enquanto seus leitores deliram com uma “Revolução de Outubro”.

    II. FHC e Armínio Fraga dão a senha: PSDB é, apenas, a “pinguela” do 1%.

    A “ponte para o futuro” é a… JURISTOCRACIA!

    E, mais uma vez, nós avisamos aqui!

    III. O estilo “caótico” do blog e o seu alcance, necessariamente, restrito.

    IV. “Jeitinhos” e “Jeitões” juristocráticos.

    V. BOMBA! Sim, aquela mesmo: a NUCLEAR – os Bancos!

    Ainda na mão do Dallagnol “candy crush” (!)

    VI. “Lula” – o melhor Presidente que o Brasil ~nunca~ terá novamente??

    – O maior ativo político nacional – e internacional!

    Mas…

    – Esnobado pela “elite” – que, no Brasil, se escreve, necessariamente, entre aspas mesmo.

    VII. Atenção: ~fontes~ confirmam a jornalistas nossas deduções sobre o (não) “julgamento” da delação da JBS no STF!

    VIII. Sucessão na PF – a rapidinha do… “instituições funcionando normalmente” (!)

    IX. Epílogo: a tensão estrutural entre a Juristocracia e a Política no país onde se inventaram os tais dos ~3~ Poderes… hmmm… “independentes” (?) …

    País esse que, inclusive, ~não~ aplica essa ideia!

    Algum motivo haverá de existir…

     

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  24. o câmbio também é importante
    “Onde a tática falhou? Na baixa compreensão e pouca atuação sobre o Judiciário, Ministério Público e mídia. Quando entraram, desequilibraram o jogo.”

    Outra falha que faltou a ser analisada foi a política de valorização cambial que deveria ter sido abortada em fins de 2006, mas que continuariam forte, de vento em popa, até pelo menos 2015, mesmo contando as tímidas desvalorizaçãoes cambiais a partir de 2012. As empreiteras só ganharam o jogo onde o comprador eram governos que agiam por contratos e onde haviam barreiras de entrada a outros concorrentes. Quem tinha que se virar com concorrência estrangeira em preços a um câmbio continuamente valorizado ou importava para diminuir os custos ou quebrava. Faltou visão dos governos à época de ver que isso não podeia dar em coisa que prestasse.

  25. Bolsonaro e Front National, dois atores para o mesmo papel.

    Bolsonaro e Front National, dois atores para o mesmo papel.

    Parece que a cada dia fica mais clara a política da direita para as próximas eleições, ou seja, vão utilizar a mesma estratégia que utilizaram há mais de 15 anos na França, a velha e conhecida tática de colocar o Bode na Sala! Como é feito isto? Pois bem, vamos relatar o caso francês e verão a semelhança do que vão fazer no Brasil.

    Em 1972 cria-se na França um partido político de extrema-direita e de caráter protecionista, conservador e nacionalista denominado Front National, este partido foi criado por um paraquedista da brigada estrangeira que atuou na guerra colonial da Indochina (atual Vietnam, Laos e Camboja) e na guerra da Argélia, onde os franceses foram batidos nas duas frontes, que via na figura do General Charles de Gaulle um traidor por ter se retirado das colônias. Os sentimentos de parte dos militares eram semelhantes dos alemães durante as duas guerras mundiais, e com a insatisfação Jean-Marie Le Pen ganhou seus adeptos.

    Até as eleições de 2002 a presença do Front Nacional (FN) na França era marginal, porém por motivos imagináveis neste ano o FN passa ao segundo turno das eleições presidenciais francesas ganhando no primeiro turno por uma margem de 0,7% sobre o candidato socialista Leonel Jospin que era a esquerda do partido Socialista Francês.

    No segundo turno, unem-se todos os franceses para fazer barragem a Le Pen e o candidato conservador da direita francesa com apoio da imensa parte da esquerda, atingindo a imensa votação de 82,21% contra os 17,79% de Le Pen e com uma participação maciça dos eleitores franceses 79,7% (o voto na França não é obrigatório).

    Depois deste evento, se passa a demonizar nos meios de comunicação o FN, sempre se lançando o espectro de um provável segundo turno com a presença ou de Jean-Marie Le Pen e posteriormente com sua filha Marine Le Pen, nas últimas eleições também é utilizado a figura do voto útil contra o FN, mas mesmo assim o partido de extrema direita chega em segundo lugar. Da mesma forma do que em 2002 se faz uma campanha de voto em Emmanuel Macron em 2017, porém apesar de um aumento significativo do primeiro ao segundo turno de Macron, passando de 8.656.346 de votos para 20.743.128 a abstenção aumentou em muito e o percentual de votos de Macron atinge 66,10% dos votantes contra 33,90% da Marine Le Pen.

    O que se vê claramente é que a direita centrista francesa se favoreceu, e se favorece com a existência do Front National, pois este é um verdadeiro bicho-papão da política francesa, ou seja, com a ameaça do FN chegar ao poder há uma formação de uma barragem a esta agremiação de extrema direita.

    Quais são as semelhanças e quais as diferenças do processo Francês e do Brasil? Podemos analisar por dois pontos, pelo lado pessoal e pelo lado da grande política. Pelo lado pessoal na aparência Bolsonaro e Jean-Marie Le Pen tem semelhanças incríveis e diferenças notáveis. Como semelhança temos duas pessoas que foram militares paraquedistas e tem a mesma noção política em termos de tudo o que é desagradável para o grande público. Jean-Marie Le Pen é direitista, racista, claramente fascista, xenofóbico, conservador e além de apoiar a tortura ele mesmo declarou em 1962, sobre as ações dos franceses na guerra da Argélia, com suas próprias palavras que: “Je n’ai rien à cacher. Nous avons torturé parce qu’il fallait le faire…..”(tradução livre: Eu não tenho nada a esconder. “Nós torturamos porque era necessário se fazer….”). Porém as semelhanças pessoais param por aí, Jean-Marie Le Pen lutou em duas guerras, e não ficou fazendo flexões em quartéis, e ele tem uma capacidade de oratória muitíssimo superior a Bolsonaro, enquanto o francês faz discursos sobre a extrema-direita Bolsonaro se desnuda frente a programas humorístico de TV declarando que era um estuprador de galinhas (a ave doméstica) na sua adolescência e ainda ri sobre isto. Por outro lado enquanto Bolsonaro fica pipocando de partido em partido, Jean-Marie organizou um partido de extrema direita que é uma das cinco maiores forças dos partidos franceses.

    Quanto a organização partidária, as diferenças do FN e de Bolsonaro são notáveis, o primeiro se trata de uma organização política que independente da figura de Jean-Marie mantém algo entre 15% a 20% do eleitorado francês, já Bolsonaro nem consegue se manter num partido.

    Apesar das diferenças políticas do Front National e de Bolsonaro, parece que o esquema que a direita brasileira está montando é o mesmo que a direita francesa sempre utilizou, ou seja, se promove Bolsonaro acima de suas reais capacidades, assusta-se a esquerda e evita-se que Lula se candidate para num primeiro turno um qualquer possa chegar junto a Bolsonaro no segundo turno, assustando todas as pessoas, partidos dos o PSOL e outros de centro esquerda apoiarão o “qualquer pessoa” num segundo turno, dando legitimidade a este.

    Poderíamos até criar um esquema para as próximas eleições:

    (1) – Aumentam artificialmente a popularidade de Bolsonaro.

    (2) – Ameaçam com a possibilidade de Lula não concorrer.

    (3) – Grandes partes das pessoas ficam apavoradas com a eleição de Bolsonaro.

    (4) – Se promove “qualquer um” para candidato contra Bolsonaro.

    (5) – No primeiro turno dá o “qualquer um” e Bolsonaro.

    (6) – Se convoca todos para votar no “qualquer um” contra Bolsonaro.

    (7) – Elege-se o “qualquer um” e todos ficam felizes.

    (8) – O “qualquer um” se mostra até pior do que Bolsonaro.

    (9) – Pode-se repetir o mesmo esquema mais duas eleições.

    Tudo isto tem problemas pela frente, porém fica claro que a política encabeçada pela grande mídia conservadora está no ponto (1) do cronograma.

      1. Temos que pensar nos próximos passos, não só na semana!

        No Brasil todos viraram comentaristas da semana, exatamente porque não pensam no que ocorrerá no futuro.

        Há uma diferença entre desejo e vontade com o que realmente ocorrerá, mas todos estão ficando na vontade.

  26. Lula admira Dilma, que admira Getúlio, que admirou o povo!

    O Getúlio foi mesmo um dos maiores patriotas; como o Brizola e o Jango, porque a história rio-grandense os influenciou a produzir um positivismo progressista, gestado no militarismo dos embates entre os impérios português e castelhano; ainda mais porque era embalado pela lógica da colônia de povoamento de Porto dos Casais, a fim de que, mais “alegres”, enfrentassem os platinos; eram tão identificados com a missão integradora do estado que foram cativados por Anita e Garibaldi, sendo que, mesmo uma ameaça separatista, propunha, num primeiro momento, libertar os escravos; ou, posteriormente, recepcionar muitas vítimas oriundas do genocídio paraguaio, que seus próprios lanceiros negros ajudaram a executar. Um cantado sotaque até hoje ecoa pelos retábulos dos altares de suas igrejinhas, encimadas pela pomba do Espírito Santo, como no distante Açores. Meu avô paterno era ferroviário na “Inglesa” – a São Paulo Railway – e os ingleses confidenciavam política com ele, pois o consideravam da “tribo” (apesar de fã de Éamon De Valera, um inspirador irlandês/nova-iorquino da forma das lutas anticoloniais de 40 anos depois), por ser seu pai um padre irlandês, Francis Buningham, que foi amado por uma galega de Ribadavia; certa vez um deles comentou que Getúlio não os assustava, porque era um grande estancieiro e criador de cavalos, de tal modo que, por sua origem, dificilmente quebraria a lógica do império inglês de valorizar a arma financeira deles, conforme tão bem nos explicou o Nassif. E atentem que os ingleses conheciam profundamente os outros “gauchos” do outro lado da fronteira! Mais realista foi outro gaúcho, o Luiz Carlos Prestes, por ter considerado Getúlio o nosso maior quadro burguês. Sim, Getúlio era um gigante, mas não porque o restante da burguesia tenha a dimensão homúncula de Temer e do Supremo, quando prevarica no julgamento de Dilma, portanto grito: VOLTA, DILMA! Seja a nossa ponte para o DIRETAS JÁ!

  27. Basta perguntar…
     
    Basta

    Basta perguntar…

     

    Basta perguntar aos franceses da DCNS o que acham do “liberalismo financista cambial” da atual “equipe Cômica”. Basta perguntar aos franceses, noruegueses, dinamarqueses e coreanos  da 7 Brasil o que acham da ” política de estado” de Mr. Parente.

    Basta perguntar aos meus “colegas” civis da Odebrecht defesa/ Mectron o que ESTA (está?) acontecendo em Itaguaí.

    Basta a ” douta senhora sabe-tudo da bolinha de papel” dizer suas certezas sobre o que pensam Laurenti Bili ou Yannick Rest sobre nossa engenharia e nossa “indústria de defesa” nos tempos de defict, Copom ou boletins mil da vida…

    Basta ver o que estava por ser, e certamente, não é, quem sabe ainda será… Será sim, quando houver noção clara de país, de nação-estado. Noção de DESENVOLVIMENTO PATRÍO, que certamente os que auferem “platas” no mole e se queixam de e dos “brasileiros classe C” nos metrôs de Paris não tem…

    Não se forma massa crítica com ouro e rentismo… Alías, renda para se consumida em Miami e seus “investimentos imobilíarios”.

     Precisamos de estado, de país, de gente, de povo e daí, empreiteiros, administradores, engenheiros, tecnícos e embrionários de Brasil.

     

     

  28. Não me alimento de ouro nem de papel

    BELÍSSIMO ARTIGO. BELÍSSIMO, MESMO!

     

    Como a população do planeta atualmente já passa dos 7 bilhões de pessoas, com perspectiva de chegar aos 9 bilhões antes de 2050 e praticamente um terço sofre com a fome e a desnutrição, minha opinião é que tanto papelistas quanto metalistas fazem o jogo sujo daqueles que se aproveitam cada vez mais da estratégia dos governos de financiarem seus gastos via emissão de títulos e mais títulos pagando juros atrativos ao capital especulativo mundial, hoje, certamente, na casa de dezenas de trilhões de dólares. Basta observar os números da dívida interna brasileira, via modelo do Plano Real, saindo de algo próximo a sessenta bilhões de dólares para cerca de um TRILHÃO de dólares, ou seja, na casa de 60% do nosso PIB.

     

    E, quando o país começa a oferecer riscos a esse capital circulante, por incrível que pareça, algo muito comum com o Brasil, o governo é obrigado a usar de mecanismos para dar garantia aos “investidores especulativos”, via aumentos ainda maiores das taxas de juros e ajustes nos gastos públicos (i.é. PEC do teto dos gastos, reforma da previdência e outras que virão, podemos esperar, na saúde e educação). Quanto à saúde, observemos a briga Trump x Obama nos EUA, não que seja referência para alguém.

     

    Num Brasil assolado por escândalos de todo tipo, onde alguns são investigados à exaustão, fazendo parecer que outros são santos, ou, simplesmente, deixados de lado, pouco se fala em auditar a dívida pública brasileira. Talvez porque ela seja resultado de investimentos mal feitos, má aplicação de recursos. Mas, talvez, a dívida brasileira de mais de três TRILHÕES de reais (vergonha escrever o nome da moeda do meu país em minúsculas) também seja resultado de taxas de juros elevadas propositalmente em determinadas ocasiões, quando ocorriam algumas transações financeiras e outros acordos no submundo do mercado financeiro. Por que ninguém se propõe a investigar?

     

    Mas, eu não me alimento nem de ouro, nem de papel. A minha sobrevivência depende, acima de tudo, de determinados nutrientes não encontrados no metal e no papel, além de saúde, educação, segurança. E quando um grupo de pessoas necessita de algo para a sua sobrevivência, este grupo não estará preocupado se o ouro e o papel serão suficientes para todos (como na piada do Comandante), todos se preocuparão com aquilo que os manterão vivos: itens de primeira necessidade. Então, é lamentável ver uma casta (superior) da população mundial e, principalmente, a brasileira, usufruindo-se do modelo financista para aumentar, a cada dia, seu patrimônio financeiro, diga-se bem, ao passo que muitos sofrem para garantir o seu aumento patrimonial irreal, sem ter, sequer, o que comer.

     

    O capital pode crescer, mas, não pode oprimir até chegar ao ponto de causar o risco de haver um confronto com os desesperados. Estamos próximos de um momento de ruptura neste processo cíclico, onde quem pode mais, chora menos. É só fazer uma comparação do tamanho das dívidas e do tratamento que receberam do capital o Japão e a Grécia, por exemplo. E o que por lá ocorreu nas ruas de um e não ocorreu nas ruas de outro.

     

    Utilizar ouro como garantia de reserva para emissão de moeda foi durante muito tempo a prática mundial, até que começaram a emitir dinheiro sem lastro em ouro. Por que o ouro foi escolhido? Poderia ser petróleo, pedras preciosas, platina, prata, sal, trigo, vinho e, como alguns iriam gostar, nióbio. A escolha deve ter sido em função da raridade, facilidade de guarda e de padronização.

    Como a necessidade de alimentos e água cresce proporcionalmente ao aumento da população e este ocorre em maior índice em países onde já se verifica a escassez de alimentos, dentro de pouco tempo o que comer e o que beber se tornarão cada vez mais raros e também são fáceis de padronizar: quilogramas ou litros. Nacionalismo à parte, poderemos ter, muito bem, moeda com lastro em comida. Bastará vontade para isto. Apenas um reforço ao argumento: tudo o que se tem atualmente é a promessa de que alguém vai pagar; no caso dos alimentos, teríamos a promessa de produção e fornecimento. Tema para estudo por economistas e pesquisadores em início de carreira.

     

    Enquanto houver desmandos, o povo brasileiro, naturalmente cidadãos e cidadãs comportados, ordeiros, corretos, suportam, mas isso vai até quando começar a faltar comida. Aí ou mudamos a forma de fazer política “financeira” no Brasil ou AS RUAS mudarão a política econômica NA MARRA.

  29. Xadrez da globalização e da financeirização

    Texto “PORRETA”, Luis Nassif, tudo que não aprendemos numa vida voce ensina neste artigo, assim vamos ter que fazer a “REVOLUÇÃO BRASILEIRA” como vem sendo apregoado aos quatro ventos e na Frente Parlamentar e outros … e como dizia o Grande Professor Simon Rodrigues “ou INVENTAMOS ou ERRAMOS” … !!!

  30. Xadrez da globalização e da financeirização

    ->Peça 3 – o jogo de forças no Brasil

    o fracasso do Lulismo (e novamente vem a ressalva: o termo não é depreciativo, inclusive foi consagrado por um Lulista, André Singer, em seu  livro “Os Sentidos do Lulismo”) tem raízes não apenas na política mas também na economia.

    ou seja: não somente numa conciliação de classes impossível (o golpe é a prova derradeira disto), mas num projeto econômico também inviável (do que o Plano Levy foi o deprimente reconhecimento disto).

    toda a concepção do projeto econômico do Lulismo, a “nova matriz econômica”, é datada frente a um capitalismo globalizado e financeirizado. como a roda da História não gira para trás, é impossível retornar aos tempos do pleno emprego industrial.

    por isto outra das miragens de marketing do ciclo Lulista foi um pleno emprego que jamais existiu. nas pesquisas do IBGE o item relativo ao “sub-emprego” sempre permaneceu tão alto quanto o nível da taxa de juros real.

    assim como a “nova classe média” sempre foi uma manipulação estatística de um economista neoliberal vinculado a um think-tank conservador, o que não impediu do governismo abraçar o conceito com unhas e dentes.

    um dos resultados mais perversos, e irônicos, da política de empresas “campeãs nacionais” foi Odebrecht e JBS unidas financiando, com recursos públicos, a campanha pelo Golpeachment.

    [ um longo colchete:

    vivemos numa economia terciária, onde tudo e todos são uma rede de fornecedores de serviços, com o tempo de vida convertido plenamente em tempo de trabalho não remunerado (a atividade nas redes sociais como uma neo-escravidão), um trabalho imaterial (fora da dicotomia manual x intelectual) e desvinculado do emprego e do salário, agregando valor ao produto (ou serviço) através de sua associação com um modo de viver.

    a mesma camiseta de malha, idêntica materialmente, tem valor absurdamente diferente caso esteja associada a uma grife. e ao usá-la, se faz do corpo um comercial vivo. se está trabalhando gratuitamente para agregar valor a esta grife, mas se experimenta como de fato vivendo o modo de vida associado aquela grife. quando na verdade somos apenas escravos felizes com a própria escravidão. mas tanta “felicidade” ilusória só pode redundar em depressão, o distúrbio de nossa época. ]

    alguns indagam, mesmo que ironicamente: “quem irá nos salvar?”. a resposta está por toda parte no deserto do real, após se dissiparem todas as miragens: “ninguém! não há salvação…”

    nossa maior fraqueza é também nosso maior poder. num quadro de total falência da representação e completa ilegitimidade dos poderes constituídos, resta apenas o radical poder constituinte das ruas, das redes e das ocupações.

    a situação é extrema, portanto requer medidas e soluções extremas. não se trata de uma opção, mas de uma imposição das circunstâncias.

    nossa salvação virá por nós mesmos, por nossa capacidade de exercermos nosso poder constituinte. e isto só é possível nas lutas.

    .

    1. arkx

      Você me desculpe, mas vou meter o meu bedelho de novo no seu comentário.

      Tem mais inconsistências do que consistências.

      Vou cemeçar pela última.

      Concordo quando diz que não é possível conciliação de classes.

      Os resultados perversos e irônicos da marcas campeãs nacionais você não pode debitar na conta, porque até prova em contrário ninguém tinha uma pré concepção que esse ou aquele empresário iria sacanear o Lula. Tem até o atenuante que muitos criticam o governo por afirmarem que os bancos nunca ganharam tanto. Nem assim eles deram trégua.

      O que queria que o Lula fizesse?

      Reduzir a taxa Selic a 7,25% como Dilma fez e foi a senha para o seus desastre? Até nisso Lula foi arguto. Muitos o criticam, mas era o que se podia fazer naquela conjuntura. Tanto é verdade que ele terminou os seus dois mandatos.

      As miragens de marketing do ciclo Lulista do pleno emprego que jamais existiu. Pera ai!

      Num país miserável concentrado no norte e nordeste ter um emprego sem qualificação, não foi um avanço?

      Você quer comparar o mundo globalizado com empregos qualificados que escasseiam até nos paises desenvolvidos, querer aplicar no Brasil, não tem o menor sentido.

      A regulamentação do empregado domestico foi outro avanço que deixou a elite puta da vida com Dilma. Também não foi um avanço?

      Eu, você e um quantidade de brasileiros “privilegiados” que tem formação superior é apenas um extrato mínimo da população e assim mesmo sofrendo com as agruras da crise mundial.

      O que você queria? Que essa grande maioria já saissem de cra com o seu primeiro emprego e que pudessem engordar as estatísticas com empregos de qualidade e validar o filão dos 40 milhões que ascenderam a classe média? Isso seria possível em treze anos?

      Volte ao planeta terra, mais especificamente no Brasil.

      O que você quer eu também quero, mas não dá para fazer num país com atraso de mais de 500 anos.

      Agora, pelo que eu percebo você naõ acredita mais no Lula e se fia num movimento popular para quebrar as regras vigentes.

      Mas com qual formação política e intelectual poderemos contar?

      Vou viajar na maionese e dizer a você que para mim só haveria condições se fosse instituido um governo forte (ditadura mesmo) se você quiser chamar do proletariado ou qualquer outro nome fique a vontade, mas com um líder luminar que enquadraria toda essa putaria que se consolidou em 500 anos e botar para quebrar e fazer tudo o que eu você e a grande maioria da população deseja: bom emprego, bom salário,  boa saúde, boa educação, tempo para o lazer, país independente, soberano, respeitado mundo afora.

       

      1. Xadrez da globalização e da financeirização

        -> Tem mais inconsistências do que consistências.

        nenhuma inconsistência. ao contrário de sua defesa do de Lula e do Lulismo, repleta delas. é péssimo sinal que após todo este sofrimento do Golpeachment, ainda se faça defesa do Lulismo. isto quer dizer que ainda teremos muito mais sofrimento até se reconciliar a visão do mundo com a realidade dos fatos.

        -> porque até prova em contrário ninguém tinha uma pré concepção que esse ou aquele empresário iria sacanear o Lula.

        preste atenção na bobagem ingênua, mas de enorme conseqüência, que vc escreveu. a plutocracia brasileira é colonial e escravagista. é uma cleptocracia, e não empresários “nacionais” de viés “popular”. ainda pior: o setor dominante no Brasil é atavicamente golpista.

        e não se trata de “sacanear” ou não o Lula (o que demonstra como vc pensa como um Lulista) e sim que vão “sacanear” com qualquer projeto que não seja colonial e escravagista. ou seja: vão nos sacanear.

        -> Reduzir a taxa Selic a 7,25% como Dilma fez e foi a senha para o seus desastre? Até nisso Lula foi arguto. Muitos o criticam, mas era o que se podia fazer naquela conjuntura.

        outras duas grandes inconsistências.

        a primeira é que jamais se deve tratar qualquer dado estatístico desvinculado de seu contexto. SELIC a 7,25% pura e simplesmente não quer dizer absolutamente nada. deve ser considerada tanto na série histórica quanto convertida a juros reais para ser comparada ao restante do mundo.

        a SELIC desceu a 7,25% em 10/2012, o que então eram 1,80% de juros real. cabe então verificar esta taxa em relação as demais economias, vc pode mesmo fazê-lo. 

        em 11/2013 a SELIC já estava em 10,00% (4,23% reais), com o Brasil retornando glorioso ao sempre seu primeiro lugar mundial no ranking de juros reais (4,40%).

        a outra inconsistência é ainda mais reveladora do mal que o Lulismo fez ao Brasil: se não é para mudar nada, ou apenas mudanças extremamente pontuais e insustentáveis, de que adianta ser governo?

        tanto Lula quanto Dilma não fizeram o que “poderiam fazer”. ao contrário, ficaram muito aquém do que deveriam ter feito.

        na verdade, a taxa de juros reais SELIC deve ser negativa, não há nenhum motivo técnico para que não seja. e não há absolutamente nada que os bancos e o mercado financeiro possam fazer em represália. desde que sejam enfrentados. mas o Lulismo jamais poderia enfrentar justamente aqueles que financiavam suas campanhas eleitorais!

        em 2013 Dilma havia sim reduzidos os juros reais, a população estava na ruas exigindo mais direitos e mais democracia. o que fez o Lulismo? criminalizou as manifestações, forjou esta patética versão (sustentada até hoje) que foram forjadas pela CIA e voltou para dentro de si mesmo (ao invés de sair às ruas para se juntar com a multidão), continuaram abraçados com aqueles que seriam seus algozes.

        o Golpeachment nasce em Junho de 2013, porque foi a encruzilhada em que o Lulismo, mais uma vez, ficou de costas para a História. e foi sacramentado quando Dilma lançou o Plano Levy, traindo seus eleitores.

        mas tem ainda outras inconsistências no seu comentário, no momento ficarão para depois.

        seja como for, compreenda algo: nenhum governante muda nada, o que muda uma sociedade é a sua capacidade de se organizar para lutar por esta mudança. o que um governante deve fazer é fomentar e apoiar este processo, e não impedi-lo ou tentar dirigi-lo. foi dentro deste paradigma que o PT nasce em 1980. quem viveu, sabe muito bem disto.

        .

  31. Opa!

    Esse modelo bipolar não cola, não são duas forças, a desenvolvimentista e a financista de cada lado, é uma só. Empresários são também grandes rentistas. E segundo, não esquecer que o golpe de estado 2017 veio “de dentro” do suposto grupo coeso pró -pt desenvolvimentista. Seu Marcelo Odebrecht e seu Sr. Joesley Batista financiaram a queda de Dilma, a derrocada do PT, para ficar com a quadrilha do PMDB, mais confiável para eles. O ‘outro lado’, financista, pró-PSDB, esse sim coeso, esperava a fabricação da crise econômica para reverter o poder novamente, e entrar na festa do golpe junto com o grupo ‘de dentro’.

    1. Meu cara

      Você está equivocado.

      Odebrecht, JBF, Abílio Diniz, o gangster Jorge Paulo Lemann entre outros, e lógico os rentistas apoiaram pianinho Lula e não a Dilma.

      Você não pode esquecer que a desgraça da Dilma começou depois que ela reduziu a Selic a 7,25%.

      Se você fosse banqueiro iria gostar?

      Você não pode contestar essa informação que está corretíssima.

      Depois que Dilma entrou é que o caldo entornou de vez.

      Ai meu filho, salve-se quem puder.

      Tanto é verdade que o Haddad disse que um dos porquinhos dos Marinhos foi ao Instituto Lula para convencê-lo a ser candidato no lugar da Dilma para a reeleição, se é que eu entendi, até porque ela era mais inflexível do que titânio.

      A análise do Nassif está tão perfeita que eu tenho a certeza que o tempo a confirmará.

      Guardem o que estou escrevendo.

      1. Belo debate

        Acho que os dois tem sua parcela de razão.

        As empresas ganham na tesouraria.

        A diferença entre a habilidade de Lula e a novata Dilma. A forte redução da selic no governo Dilma foi a gota d´água.

        Lula com sua popularidade e capacidade de conduzir o governo acabava enquandrando todos que apoiavam pelo dinheiro, mas a contragosto.

        É fato que não há relação orgânica entre o grande empresariado e o PT. O partido dos grandes empresários, além do óbvio mercado financeiro (com selic de 45% do Armínio Fraga), é o PSDB. Na primeira oportunidade financiaram um golpe, como históricamente sempre fizeram, com raras exceções.

        O fator determinante foi a alinça: mídia e aparelho judiciário do estado (Judiciário, MPF e PF). Para enfrentar isso, só uma revolução armada, tipo um golpe de 64 às avessas.

        Por fim, a ingenuidade dos governos petistas em lidarem com esses dois pilares de um Estado democrático capenga: Mídia oligopolista* & uma casta conservadora/autoritária no comando do Aparelho Judiciário.

        *liderada pela família mais rica do Brasil

        1. Xadrez da globalização e da financeirização

          -> Lula com sua popularidade e capacidade de conduzir o governo acabava enquandrando todos que apoiavam pelo dinheiro, mas a contragosto.

          é o que enfraquece… Lula está longe de fazer os milagres festejados pelo Lulismo.

          não foi a “popularidade” de Lula, ou seu carisma e nem mesmo sua “capacidade de negociação” o que avalizou uma certa trégua dos setores dominantes em relação a seu governo. e sim dois pontos:

          1. um contexto externo favorável, com o ciclo das commodities;

          2. nas palavras do próprio Lula: “nunca antes neste país os banqueiros e empresários ganharam tanto dinheiro”.

          mas ainda assim Lula quase foi derrubado na crise do Mensalão, 2005.

          o que levou ao fim da trégua? a Crise de 2008, esta longa depressão da qual o Capitalismo já não sabe como sair.

          a partir de então para continuar a “nunca antes neste país os banqueiros e empresários ganharam tanto dinheiro” só com a brutal expropriação do patrimônio público e da renda do trabalho.

          por isto, não se trata de incompetência de Dilma em reproduzir Lula, e sim de impossibilidade devido as novas circunstâncias.

          por isto também, de nada adianta o entusiasmo com Lula à frente das pesquisas de intenção de voto, pois as circunstâncias mudaram. não será possível reeditar a relativa trégua provisória ocorrida durante seus dois governos.

          .

      2. Xadrez da globalização e da financeirização

        -> Você não pode esquecer que a desgraça da Dilma começou depois que ela reduziu a Selic a 7,25%.

        debate viciado. é preciso sabe o que se quer: se defender o Lulismo ou se analisar o que de fato aconteceu e acontece. as vzs as duas opções podem coincidir, as vzs não. qual o compromisso? com a realidade dos fatos ou com o Lulismo?

        exemplo concreto: SELIC

        a análise dos juros deve considerar não apenas a taxa nominal, mas principalmente a taxa real e sua relação com as demais taxas no mundo.

        dados em 03/2013 (a menor taxa de juros reais no Governo Dilma I):

        taxa nominal: 7,25%. taxa real: 1,2% (pode variar cfe. metodologia utilizada). posição no ranking mundial: 6º (em 1º: Argentina 3,8%)

        dados em 11/2013:

        taxa nominal: 10%. taxa real: 4,40%. posição no ranking mundial: 1º (em 2º: China 2,71%)

        a desgraça de Dilma se consolidou quando em Junho de 2013 ela virou as costas para as multidões nas ruas. e se tornou irreversível quando lançou o Plano Levy após a vitória em 2014, traindo seus eleitores.

        tem dois pontos vitais que o Lulismo se recusa a compreender:

        1. não há acordo possível com uma plutocracia colonial e escravagista. na primeira oportunidade seu atávico golpismo vai se impor;

        2. não se muda uma sociedade a não ser pelas bases, com mobilização e organização de amplos setores da população.

        .

  32. teoria da conspiração

    Não acredito nesta historia de manipulação de tudo para chegar em um resultado, não acredito que a Lava Jato esta perseguindo empresas que financiam o PT,mesmo porque as mesmas empresas  financiam outros partidos, o juiz Moro tem sim uma perseguição contra o PT e outros partidos que não seja o PSDB, esta claro isso, mas essa perseguição não esta atingindo seu objetivo que é acabar com o PT, pelo contrario Lula esta a caminho de ganhar no primeiro turno e o PSDB esta mais acabado que o PT no momento.

  33. Pela metade

    Nassif puxou o fio pela metade quando falou do padrão ouro.
    Pesquise o assunto no que diz respeito ao petróleo.
    Os ingleses tentaram garantir que o barril fosse negociado também em libra, mas fracassaram, prevalecendo o dólar.
    Puxe o fio todo, Nassif!
     

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