Xadrez da recuperação da economia, por Luis Nassif

A crise brasileira será solucionada pela política. Caso seja eleito presidente, Fernando Haddad contará com uma série de fatores que permitirá uma rápida recuperação da economia, sem grandes rupturas. O desafio maior será recompor as alianças com as forças democráticas de vários campos, e selar acordos de governabilidade com o STF (Supremo Tribunal Federal),

Os trunfos são os seguintes:

  • Recuperação no preço das commodities, especialmente petróleo e grãos.
  • Desvalorização cambial que se seguirá à vitória de Haddad.
  • Espaço para redução dos juros, liberando recursos para o mercado de renda variável, especialmente debêntures de infraestrutura.
  • Uma carteira de projetos de infraestrutura já licitados e negociados com o BNDES, aguardando apenas que se espante o fantasma da Lava Jato.

Vamos por partes:

Peça 1 – recuperação das commodities

Uma das grandes manipulações da mídia nos últimos anos foi associar os problemas da Petrobras apenas à corrupção e ao congelamento de tarifas do governo Dilma Rousseff. Os problemas maiores foram decorrência da queda brutal dos preços do petróleo, de mais de 100 dólares o barril para um fundo do poço.

Os tais R$ 20 bilhões que a Petrobras abateu do seu balanço referem-se exclusivamente ao ajuste para acompanhar o novo preço dos combustíveis, e não às propinas, como falsamente foi espalhado pela Lava Jato. E nunca esteve à beira da insolvência, como fez crer uma propaganda maciça de fakenews pela mídia.

Com a recuperação das cotações internacionais, os ganhos serão imediatos. Além disso, embora não se vislumbre em Haddad a disposição de denunciar os contratos já fechados para a exploração do pré-sal, é quase certo que interromperá os leilões e irá recuperar os princípios básicos da lei da partilha: voltar os componentes de conteúdo nacional, retomar as encomendas para a indústria naval e interromper os leilões de exploração.

Peça 2 – a política cambial

Sem afrontar os dogmas do sistema de metas inflacionárias, o novo presidente poderá se valer das próprias regras do mercado para flexibilizar a política monetária e cambial.

Especialistas do mercado enxergam as seguintes possibilidades.

Câmbio – Receberá o país com o câmbio desvalorizado e com as contas externas em dia. Aliás, uma das grandes heranças do lulismo foi ter aproveitado a enchente de dólares da economia mundial para zerar o passivo externo e montar uma boa base de reservas cambiais.

Fluxo cambial – A recuperação do preço das commodities injetará uma boa quantidade de divisas na economia. Será importante não permitir uma nova apreciação do real. Isso será possível em duas pontas:

Ponta 1 – a redução do diferencial de juros entre o real e o dólar.

Espera-se uma elevação na taxa de juros americana. Estima-se que poderá chegar a 3% ao ano. A estratégia brasileira consistiria em reduzir ainda mais a Selic, eliminando o diferencial de juros com os EUA.

Será possível mesmo incorporando uma miragem criada pelo mercado: a taxa de juros de equilíbrio, ou seja, a taxa de juros que seja neutra em relação à inflação e à atividade econômica.

Essa miragem foi desenvolvida por Pérsio Arida anos atrás. Estimava, então, que o Brasil jamais conseguiria conviver com taxas reais de juros de um digito apenas. Com o tempo deu um desconto para 10%, Depois, para 8%. Hoje em dia, a taxa real oscila entre 3% e 4% e a inflação continua domada.

O mercado também desenvolveu cálculos sobre o chamado PIB potencial – isto e, o crescimento possível dadas as condições da economia. Hoje em dia, há um hiato de PIB. Ou seja, o país cresce abaixo do PIB potencial. Significa que as taxas de juros deveriam estar abaixo da tal taxa de equilíbrio.

O real está colado nas moedas dos emergentes. Mas é a moeda de maior liquidez. A cada crise, é a primeira moeda a ser vendida. Passada a crise, a primeira a ser comprada.

Mesmo assim, fechando o diferencial entre juros americanos e brasileiros, se ainda assim houvesse um fluxo de dólares, ele poderia ser esterilizado com operações de swap – que tem um custo, mas não impactam a dívida líquida nacional.

Peça 3 – a política monetária

Confirmada a vitória de Fernando Haddad, o mercado tenderia a puxar as taxas de juros longas, da NTNB.

Trata-se de um título da dívida que paga IPCA mais uma taxa de juros negociada a mercado. Com a Selic elevada, as NTN-Bs se tornaram um sorvedouro da poupança privada, especialmente dos fundos de pensão, por oferecer rentabilidade maior do que a taxa atuarial necessária, sem risco algum. O patrimônio total dos fundos chega a R$ 1 trilhão. Sua meta atuarial é de IPCA + 5,5%. As NTNBs longas pagam 6,5% mais IPCA, sem risco nenhum.

Com um diretor de política monetária habilidoso, será possível montar a seguinte estratégia:

  1. Se o mercado puxa a taxa de juros para cima, há uma queda no valor do título à vista – o chamado PU (Preço Unitário). É simples entender. O preço de vencimento do papel é, digamos, 100. Se ele rende 10% ao ano, e falta um ano para o vencimento, seu PU será de 90,91 (100 / 1,10 = 90,91). Se a taxa sobre para, digamos, 15% ao ano, o valor do PU cairá para 86,96 (100 / 1,15 = 86,96). O BC pode se aproveitar desse movimento para recomprar as NTNBs e substituí-las por LTNs (Letras do Tesouro Nacional), pré-fixadas. O aumento da demanda por LTNs promoverá uma elevação no seu PU – resultando em menor custo para o BC.
  2. Com esse movimento, e com a redução das taxas de juros, os fundos de pensão terão que buscar papéis mais rentáveis. E aí, abre-se o mercado para papéis privados, os CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas) e debêntures de infraestrutura.
  3. O mesmo ocorrerá com os bancos que emitem CDBs e que não terão mais as facilidades dos juros da dívida pública para se remunerar.

Haverá outro ganho indireto. Com as NTNBs, o mercado sempre apostava no caos: quando mais desarrumada a economia, mais elevadas são as taxas das NTNBs. Com os pré-fixados, passarão a ser sócios da estabilidade.

Peça 4 – retomada das obras paradas

Para completar o quadro, há uma imensidão de projetos públicos já licitados, analisados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e suspensos devido aos receios com a irracionalidade da Lava Jato e seus filhos.

Esses projetos foram completados no governo Dilma. Para cada um deles exigiu-se a constituições de SPEs (Sociedades de Propósito Específico), com o capital blindado em relação aos acionistas principais – as grandes empreiteiras.

Mas, depois dois abusos do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, com condução coercitiva de dezenas de técnicos do BNDES, criminalização de qualquer operação, houve o chamado apagão das canetas – nada se aprovava, nenhuma medida era tomada, porque tudo estava exposto à criminalização pelo MPF.

Um pacto entre o governo, o STF, a PGR, destravaria os investimentos que seriam rapidamente colocados em marcha. Vale o exemplo dos EUA. A Odebrecht recebeu uma multa bilionária da SEC (a CVM dos EUA). Imediatamente após a aplicação da multa, a própria SEC entrou em conta com os bancos norte-americanos solicitando que destravassem os financiamentos à Odebrecht, inclusive para que a multa pudesse ser honrada.

Além disso, com a taxa de juros em 6,5%, o governo poderia injetar recursos no BNDES sem impacto na dívida pública. O impacto ocorria devido ao diferencial entre as taxas do BNDES e a Selic de 14%. Com Selic próxima às taxas do BNDES, não há impacto na dívida pública.

Segundo a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), cada R$ 1 milhão investido no setor gera, em média, 26 empregos.

Só a Linga 6 do Metrô de São Paulo exigirá R$ 15 bilhões de investimento. O PAC Mobilidade, outros R$ 32 bilhões espalhados por várias capitais.

A terceira etapa de concessão de rodovias, outros R$ 13 bilhões, divididos entre a BR 153, BR 101, BR 163, BR 050.

No setor ferroviários, apenas o Ferroanel de São Paulo exigirá outros R$ 3,5 bilhões; a Norte-Sul, mais R$ 4 bilhões. A modernização da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) outros R$ 6 bilhões. Há R$ 3,5 bilhões de projetos parados dos aeroportos.

Destravando os investimentos, só nessa retomada de obras haverá condições de gerar, por baixo, 2 milhões de empregos.

Sem contar os investimentos externos. Os chineses, por exemplo, estão aguardando os primeiros sinais de estabilidade política para voltar a investir.

Peça 5 – a PEC do gasto

A desastrada PEC do Gasto produziu um pterodátilo nas contas públicas. A alegação final era a necessidade de conter gastos para aumentar os investimentos públicos. Mas incluiu-se o investimento público na lei.

Então, se o PIB crescer, digamos, 2,5% ao ano, os investimentos públicos permanecerão congelados, sem conseguir acompanhar o PIB e, por consequência, sem conseguir melhorar a produtividade da economia.

De alguma maneira terá que ser revista.

Luis Nassif

31 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Recuperação econômica passa pela defesa das nossas riquezas!

    Uma das coisas mais revoltantes que está ocorrendo neste exato momento é a entrega da Embraer para a Boeing. A única empresa global brasileira de tecnologia de ponta está sendo doada de forma criminosa pelos acionistas vendidos da empresa. A Boeing ficará com 80% da empresa que assumirá os principais produtos comerciais da Embraer. Isso é uma verdadeira traição e vai acabar com a viabilidade comercial da Embraer.

    Um verdadeiro escárnio. Enquanto os americanos saqueiam nossas riquezas e soberania, pagam anúncios nos blogs progressistas anunciando essa venda criminosa da Embraer com os respectivos executivos das empresas sorrindo de forma sádica e insidiosa. Vejam só a cara desses executivos sem vergonhas que estão à frente dessa traição covarde:

    Quanto ao Haddad é melhor ele não cometer estelionato eleitoral caso seja eleito presidente. No programa de governo do PT está bem claro a defesa da soberania nacional e reverter todas as medidas arbitrárias do governo golpista do Mihel Temer, assim dispõe: “Reafirmação do legado dos governos do PT e revogação das medidas do governo golpista (legislações e privatizações)”.

  2. Acordo com STF e PGR?

    De hábito não questiono afirmações de pessoas abalizadas em assunto que desconheço. Assim, é com esforço que devo discordar de parte do post, sr. Nassif. Por quê? Porque acho muito otimista, para dizer o mínimo, esta hipótese de um acordo de um governo Haddad com o STF e a PGR para “destravar” os investimentos produtivos na cadeia de obras paradas no País. Diria que o sr. esqueceu o aspecto ideológico envolvido na atitude deste segmento expressivo do Judiciário nacional: eles não estão apenas alinhados ao antipetismo, são adeptos da antipolítica. Pouco ou nada se lhes dá quem ocupe a cadeira do Executivo, poder que pretendem sobrepujar de maneira definitiva. Mas virão para cima de um previsível governo petista com a baba a escorrer, tentarão partir para a destruição de tal “afronta à Justiça” desde o primeiro segundo após a vitória, com vários candidatos a templário-mor (presumo que sua aposta seja o Boi Barroso). Mas assim eles acabarão por destruir a economia nacional? Ora, e não foi isto que, em grande parte, foi objetivo da Farsa a Jato? Não creio em escrúpulos ou cálculo político isento desta natureza, acho que a coisa se dará sob uma ótica mais perigosa, brotada de um caldo onde se misturarão, além dos membros do Partido da Justiça, os ressentidos do tucanistão, os desvairados camisas-pardas do protofascismo nacional, os fanatizados pentecostais e o oligopólio de comunicação de massa. Queria ter seu otimismo, mas não consigo ver final feliz em uma peça com tais atores. Saudações.

  3. Jesus..
    Será que Haddad fará como Dilma e irá fritar ovos com Ana Maria ?

    Não rever as concessões obtidas atraves do GOLPE E sem VALIDAÇÃO do povo será um CRIME !!!

    e o que dizer da tunga da Embraer, nuclebras e Eletrobras ..dos gasodutos, satelites, Alcântara, da Liquigás, Angra 3, acelerador de particulas e tantos temas que VOMITAM na praça ?

    Olha aqui, cachorro bravo só se enquadra com autoridade e CORAGEM

    ..e por se falar nisso, e sobre nossos cânceres como a vitalicidade no STF, A INEXISTENCIA de mandatos sensatos (tipo duns 8 anos)..os ganhos extravagantes ?

    Tantos temas, chagas, e Luiz, tal qual como em 2011, vem so falar das flores

    Aliás, lembra ? Lembra no que deu tanta tibieza e contemporização com VAGABUNDOS AUTORITARIOS E NABABOS ?

    negociar sempre, mas JAMAIS se negar a expor e enfrentar os problemas !! .. como com a regulação da mídia

    PS .. lembrei, Haddad, se eleito, manterá a indenização FRAUDULENTA, dada aos americanos, por eles terem ficado de fora da pré sal (tá em 12 bi) ?

    E o mais importante, o que fazermos com uns 150 golpistas espalhados em cargos de comando (civil militar)por este bordel tropical ?

    Olha, se quiser ser levado a sério, Haddad terá q tocar em assuntos muito mais importantes que os focados nesta matéria ..mesmo pq o cambio e preço dos combustíveis aonde estão, são um atentado contra os mais desfavorecidos que sofrem com seus efeitos neste país aonde até o banco Mundial já avacalhou ( dizendo q o S.M. É ALTO demais ..de Us$ 300)

  4. Filosofando…
    A política dos humanos (os animais ditos racionais) reproduz a natureza bruta e pura onde só existem predadores e predados. Criaram-se instituições para conter os instintos dominadores dos mais preparados para usufruir, em benefício próprio, os recursos retirados dos menos dotados.

    Basicamente podemos resumir os dois únicos sistemas políticos existentes. Aquele que favorece os poderosos em detrimento dos menos aquinhoados e o seu oposto, aquele que tenta, sem muito sucesso, favorecer os pobres em detrimento dos ricos.

    Por aqui fugindo à regra esquerda e direita, apareceu um Lula. Ajudou os pobres (retirou milhões da pobreza absoluta) sem prejudicar os ricos. Que ao contrário, se aproveitando da maior fartura dos menos dotados (que não acumulam recursos em paraísos fiscais), viram aumentar suas possibilidades de emprego em muitas oportunidades de negócios.

    Os lulofóbicos consideram-no um “presidiário”. Afinal foi ele, e seu partido, quem criou as propinas das empreiteiras para os políticos que as contratam, corrompendo as práticas, sempre puras e corretas, que caracterizavam as centenárias e ilibadas condutas políticas anteriores desta nação (!?!?).

    Já para os lulolovers não passa de um “perseguido político”, preso sem provas, só por convicções. Seu maior “crime” foi ter incluído na cidadania as camadas mais pobres da população, pratica odiosa para os ancestrais donos da República da Casa Grande. Não importa os números excepcionas do seu governo, em todas as áreas de governo. É preciso alijá-lo da corrida eleitoral, se não seus fanáticos, larápios e indesejáveis seguidores vão continuar governando e dilapidando esta grande “Capitania Hereditária” exclusiva para poucos e abastados donatários.

    Para nós pasmos e pacatos cidadão, no meio deste literal e real tiroteio, só nos resta perguntar: que lado está mais próximo da verdade, da democracia e da justiça?

    Se na Venezuela a esquerda com eleições e simuladas práticas democráticas acabou por surrupiar a liberdade e a normalidade democrática, por aqui parece que a Direita raivosa e extremista falsifica procedimentos judiciais que acabam com a democracia, mas criam uma aparente normalidade democráticas que parcialmente impede que nações estrangeiras repudiem e retaliem este crescente, sub-reptício e gradual avanço rumo ao autoritarismo.

    Não me sinto animado. Vencendo um lado ou outro, teremos dias de grandes atribulações.

  5. Indústria Brasileira: Ávida por capital e longe da produtividade

    Com raras exceções, a indústria há muitos anos está estagnada, desanimada, sem iniciativa própria nem criatividade, mas apenas aguardando eventuais ações do Estado, alguma reação do mercado e, principalmente, na expectativa de alocação de mais dinheiro fresco dentro do giro da sua atividade. Em geral, o que temos visto é que muitas atividades industriais apostam em novos investimentos até preencher todos os espaços que possam garantir a remuneração do capital. O mundo financeiro global assim o exige e os atuais executivos parecem seguir essa cartilha.

    O retorno que a indústria em geral está dando para o país e/ou Estado que as acolhe é cada vez menor (ocorre em vários países latino-americanos – veja matérias abaixo), pois o ajuste dos seus custos em relação ao preço simplesmente esgotou a capacidade de aumentar a massa salarial, de priorizar a aquisição de insumos e serviços locais, de aumento de lucro, de gerar maiores impostos e taxas para o fisco, e de reinversão. Já a economia global procura novos espaços para colocar dinheiro sobrando, sob o amparo de qualquer atividade industrial ou comercial que possa garantir esse retorno.

    O mundo está “financierizado” e parece um grande shopping com algumas lojas ainda vazias para alugar e, ao invés de sanear a lucratividade das lojas em atividade, o mercado deseja apenas locar as lojas vazias, mesmo que essas lojas consigam apenas pagar o aluguel no final do mês e fiquem devendo impostos e salários. O capital financeiro segue a lógica dos bancos, que empresta dinheiro a quem consegue demonstrar que não precisa dele, mas que consegue garantir a renda necessária para remunerar esse novo capital. Este tipo de lógica tem criado uma corrente de sucção de capital a partir de países periféricos para grupos financeiros globais. Quanto mais dinheiro sobrar no mundo este procura espaço para ser remunerado dentro de atividades produtivas. Trata-se de uma “uberização” financeira da atividade industrial

    O mundo global não quer empresas dando lucro no local de origem, mas sim aquelas que apenas consigam remunerar o capital internacional. Esta visão financeira está sufocando o cerne da atividade matriz, a criatividade, a sua produtividade e eficiência, e segue a reboque do aproveitamento financeiro de cada espaço que a indústria permita aos investidores. Muitas empresas, embora haja exceções, não parecem estar motivadas para encontrar economias dentro da sua própria atividade.

    Que faria o mundo financeiro se as atividades industriais começassem a ser mais eficientes e a devolver dinheiro aos bancos por “não necessário”? Mas, de algum modo, a remuneração de muitos altos executivos – embora pudesse haver exceções, é garantida pelo capital financeiro e não necessariamente pela produtividade técnica do negócio, agindo como agentes da estratégia financeira, assim como cartolas que ficam milionários “operando” dentro de clubes de futebol fortemente endividados.

    https://www.gazetaonline.com.br/noticias/economia/2018/03/industria-tem-menor-participacao-no-pib-desde-os-anos-1950-1014121536.html

    https://www.erbol.com.bo/noticia/economia/23032014/la_mineria_exporto_us3_mil_millones_pero_dejo_al_pais_solo_us131_millones

     http://www.emol.com/noticias/Economia/2017/04/12/853855/Cobre-deja-de-ser-el-sueldo-de-Chile-Aporte-al-Fisco-cayo-a-17-en-el-ultima-decada.html

    http://www.mch.cl/2018/09/20/asimet-chile-esta-nivel-africa-al-no-politicas-publicas-dirigidas-la-industria/

  6. Outro estelionato eleitoral?
    Lula prometeu que ia revogar por plebiscito *todos* os atos de Temer. Revogar apenas a PEC dos gastos é trair nosso voto.

    Aliás, o que iremos fazer para evitar um Dilma2 de Haddad, um novo Levy no nosso futuro?

    Nassif, você bem que podia ser o ministro da economia…

    1. Estelionato

      Alias, revogar também a reforma trabalhista e qualquer reforma da previdência PRECISAM ser defendidas pelo novo presidente. O coiso disse (embora eu nao acredite nele) que iria DESONERAR a folha de pagamento, o que eu concordo completamente, e não sei por que não está na campanha do PT (o coiso “assumiu” a proposta de Haddad de isentar *apenas de IR* quem ganha até 5 salários minimos).

      Se integrasse os 28% de INSS e FGTS do empregador ao salário minimo, e cobrar o INSS e o FGTS direto do salário (e não mais como forçado ao empregador) já dá uma folga (pouca, mas real) ao empregado e retira a necessidade de remoção de direitos trabalhistas, que é a idéia por trás da terceirização total e do acordado maior que o legislado.

      Os impostos indiretos, sobre os produtos, oneram principalmente os mais pobres. Os produtos da cesta básica deviam ser totalmente livres de impostos.

      E obviamente retirar os privilégios dos 3 poderes. Nada de aposentadorias especiais, auxilios de toda sorte (trabalhador paga tudo com o salário, o servidor público também deveria!), Boulos coloca isso muito bem (e meu voto seria dele se não fosse necessário votar no Haddad para deter o coiso)

  7. Xadrez da recuperação da economia

    o artigo é muito bom. muito bom para se antever o péssimo cenário do que será o governo Haddad. nada mais do que tentar ser uma reedição de Dilma, a começar por um novo estelionato eleitoral.

    Haddad tem verdadeiro horror de pronunciar aquela palavra que considera “um pouco dura”: golpe.

    e quanto ao golpe, pretende simplesmente virar a página. como antes ocorreu com a Lei da Anistia e a privataria tucana de FHC – este sempre muito combatido verbalmente pelo Lulismo, sem que nunca nada de concreto contra ele tenha sido encaminhado.

    Haddad é Lula. e Lula é o Lulismo. nada de diferente sob o sol, muito embora tanto o Brasil quanto o mundo estejam completamente diferentes de 2003.

    Haddad tentará ser uma nova Dilma, com seu acordo com o “mercado”. Dilma foi chutada para fora do Planalto. e ainda engoliu em seco e de cabeça baixa Bolsonaro dedicar seu voto ao Coronel Ustra. o que fez Lula: “chore, Dilma, chore!”.

    Lula tentou até o último segundo, na verdade continua tentando, o pacto civilizatório com os necrófilos. e a lumpenburguesia brasileira o enjaulou.

    não contem com a minha cumplicidade. o esquema é claro: unam-se todos contra o fascismo representado por Bolsonaro. #EleNão!

    como se Bolsonaro representasse a si mesmo. como se Bolsonaro fosse uma aberração. mas o fascismo tem nome e sobrenome, associados a inúmeros e enredados CNPJ.

    Bolsonaro é o desmascaramento do grande empresariado brasileiro. e é com este grande empresariado que Haddad pretende mais uma vez firmar um acordo.

    será devorado. e junto com ele, todos nós.

    não se iludam. não iludam as pessoas. não há a menor possibilidade de recuperação minimamente sustentável da economia sem a adoção das “medidas populares”: fazer o grande capital pagar o pato.

    os lemingues se suicidam? ou cada um deles cai do penhasco empurrado por todos os demais vindos atrás, sem ainda verem à frente o perigo do precipício.

    p.s.:

    antes que eu me esqueça. arrancar a máscara de Haddad não é tão difícil. basta cobrar dele qual sua posição frente a Contra-Reforma da Previdência. só que a pergunta tem que ser bem feita para não deixá-lo ensaboar e escorregar.

    .

  8. Hadad, quando chegar em 2019

    Hadad, quando chegar em 2019 ( sim,creio que ele vencerá o boçal ignaro ) tem que sempre ter na cabeça o seguinte mantra = nas decisões cruciais, vou fazer o que o Lula falar e não desviar um milímetro disso.Posso decidir sobre o cardápio das festas de recepção, mas decisões políticas e econômicas quem dirá oque fazer é o Lula. Dilma não fez isso e olha no que deu ”  Porque se ele cair no canto da sereia das elites (como de certo forma Lula caiu, por exemplo, ao crer que fazendo esta ganhar muito dinheiro ela não o trairia ) aí não só o PT mas a esquerda brasileira que tem chance real de chegar à presidência vai comer um pão que o diabo amassou com o rabo rs. 

    E sobre a questão da economia, o que o Nassif escreveu é o lógico, mas, me fez lembrar a lenda que existe entre o Garrincha e o técnico Feola. Depois que este explicou toda a tática pra vencer a URSS na copa de 58, Garrincha pede a palavra e diz ao treinador “Você já combinou com os russos? ” Ou seja, não tenhamos a ilusão de que o rentismo internacional vai assistir passivamente se esvair pelas mãos a chance de ouro ( pra eles ) de transformar o Brasil no que foi a Argentina de Menen-Cavallo – que é o marco zero da ladeirabaixo dos nossos vizinhos ( o período Kichner foi uma espécie de morfina que tirou as dores do paciente, mas não combateu as causas da doença – Macri tirou a morfina e ainda aplicou como tratamento a mais primitiva sangria ). E seu principal agente é a Globo. Logo, se Hadad tiver juízo, a primeira coisa que faz é, em nome do ajuste tão caro a Miriam, ZERAR a verba e publicidade estatal. Também seria ideal uma lei de mídia pra impedir propriedade cruzada, mas aí só se Hadad fazer a economia bombar e ter força política pra impor tal decisão ao congresso. 

     

     

  9. Taí o golpe
    Nassif, você acabou de expor porquê o bloco reacionario golpista vai apostar tudo contra a eleiçao do Haddad. O pais nao pode dar certo na mao de qualquer reresentante popular. Preferem melar o jogo a admitir isso; destroem o pais so pra dizerem quem é que manda; furam a bola.

    Situaçao parecida com setembro de 2012, quando os juros eram baixos e a infra estrutura estava contratada (com emprego alto e inflação dentro do combinado). Ali começou a ser bolado o golpe. Um dia essa historia vai ser contada.

  10. Será que a covardia entrou na alma do PT?

    Se Haddad não tomar de volta os campos do pré-sal, se não promover uma reforma tributária progressiva, não nomear PGR adequadas,  em resumo, se não estabelecer um grande plano nacional de desenvolvimento… enfim, se ficar rastejando com este esqueminha tosco, conciliatório, covarde, omisso, é melhor Haddad que desista por agora.

    Seria inacreditável o PT reincidir nos mesmos erros conciliatórios últimos anos.

    Quando a direita está no poder, ela avança.

    Quando a esquerda está no poder, fica aí, “não é bem assim”, “vamos devagar”, e por aí vai.

    1. Olha, se eu fosse o Haddad,

      Olha, se eu fosse o Haddad, faria exatamente o mesmo. A ideia é não deixar o “mercado” com a impressão de que terá seus interesses (muito) contrariados.

      Depois da posse, que o “mercado” vá para a PQP. Quem não pode ser traído é o povo, que pela quinta vez depositou sua confiança no PT. Se o mercado se considerar “enganado”, que reclame com o Papa.

  11. Caro Nassif, pelo texto
    Caro Nassif, pelo texto percebo que você acompanhou bem as ideias de Ciro Gomes, pois reflete em muito algumas das linhas mestras. Porém há uma diferença, que seu texto já colocou, a saída econômica será política e neste ponto o anti petismo atrapalha em muito essa complicada costura política. Por isso não entendo a irracionalidade, de nós progressistas, não embarcarmos de vez na candidatura de Ciro Gomes. Estamos brincando de vencer eleições por índice de rejeição!!! Como será o amanhã? Abs

  12. Haddad deve resgatar a ideia

    Haddad deve resgatar a ideia do Lula, de fazer um prebiscito com todas as principais medidas adotadas pelo governo golpista. Com o aval da população, será muito mais fácil retomar os campos do pré-sal e rever as “reformas” do Temer.

    E, pelo amor de Deus, deve dar um fim nas desonerações e retirar pelo menos uma parte dos tubarões do mercado financeiro de dentro do BC.

  13. Xadrez da recuperação da economia

    p.s.2 ao comentário mais abaixo:

    um terrível e próximo futuro se aproxima velozmente. ainda é possível evitá-lo?

    a frustração crescerá à Esquerda e à Direita.

    eleitores de Haddad traídos por mais uma estelionato eleitoral.

    eleitores de Bolsonaro não apenas pela derrota nas urnas, mas principalmente pela retirada de apoio do grande empresariado e setores da alta oficialidade das FFAA.

    a economia evidentemente não se recuperará, como não se recuperou com o Pacote Levy.

    mergulharemos no caos. Haddad, o picolé de chuchu tingido com anilina vermelha, vai derreter rapidamente: “Chore, Haddad, chore”.

    haverá intensos distúrbios sociais, muita repressão. o povo clamará: “Bolsonaro! Bolsonaro!”. como em 2015 clamou pelo impeachment.

    e desta vez com algo inédito e extremamente perigoso: quebra de hierarquia nas FFAA.

    o caminho para a ascensão do fascismo brasileiro está sendo pavimentado pelo “pacto civilizatório” do #EleNão!.

    as mulheres estão tendo sua pauta sequestrada, como Junho de 2013 foi sequestrado e suprimido.

    como a História não nos cansa de ensinar: Rosa Luxemburgo foi assassinada à pauladas pelo FreiKorps (milícia fascista que daria origem as ϟ ϟ), a mando e a soldo dos socialdemocratas.

    é assim que as portas do inferno se abrem.

    .

  14. Obrigatoriedade de pagar mensalidades nas universidades públicas

    EDUCAÇÃO E ECONOMÊS

    Isso é um tabu debaixo da pedra eleitoral,  por isso espero que tenha um  Xadrez.

    Para que se tenha um argumento plausível de que é de interesse nacional que o ensino público de graduação passe a ser cobrada mensalidade, deve se levar em consideração alguma referência, exemplo: O impacto do ensino superior na Rússia.

    Lá, o PIB/população se equipara ao do Brasil, a diferença é que a Rússia tem um endividamento público bem menor do que o daqui, e exporta estrategicamente cerca de o 50% mais (olho grande não entraria na China) do que importa … Inusitadamente, os russos vendem o dobro aos gigantes americanos do que compram deles… Já nas relações da balança comerciais, o Brasil praticamente empata com os EUA e ganha 100% na transação produtiva sul-americana com a irmãzinha Argentina.

    As grandes exportações da Rússia não são tantas assim, manda pra o mercado de fora o petróleo, derivados de veículos e TI e medicamentos. Então pode se inferir que essa nação, a qual mensura-se que tenha 90% do ensino do básico à pós-graduação de qualidade e gratuito, NÃO tem, em conseqüência disso, grande criatividade empreendedora nem tecnológica, também pela lógica constatação de ser considerado um país economicamente emergente. Por outro lado, na Rússia os índices de violência são bem menores do que os do Brasil.

    TUDO ISSO PRA DIZER

    Ensino de graduação gratuito nas universidades públicas de notória qualidade não fundamentalmente alavanca a economia de um país (mestres e doutores a se estudar);A educação básica de qualidade,  mais acessível se gratuito, sim desestimulam a violência, pois é contemplado o respeito à dignidade da pessoa humana, muito mais do que indivíduos adultos cursando nível de graduação que focam no poder de serem grandes consumidor;É possível que a Rússia sistemicamente maleabilize patentes nacionais e faça reengenharia reversa de produtos e equipamentos internacionais, ambas de propriedade particular, para conseguir permanecer com sua moeda desvalorizada consideravelmente no câmbio, a fim lucrar de forma sábia com as suas exportações sem chamar a atenção das grandes potências econômicas.

    CONCLUSÃO

    Um primeiro passo

    O governo federal deve priorizar o ensino básico qualitativo, também com o aporte de recursos através da inversão de valores, não gastar, cobrar dos estudantes de graduação pública,  e financiar / triar apenas os alunos meritocráticos do ensino em pesquisa que  ingressarão da pós-graduação na faculdades públicas e particulares.

  15. Haddad.
    Haddad é um cara tranquilo e muito competente. No caso da Embraer é fácil é só uma canetada. No pré sal estancando a sangria já melhora muito. Algum acordo terá que haver para a volta da normalidade. Tem coisa que não terá volta. O país precisa voltar ao normal, na bravata no gogó não voltará. Confio em Haddad, se ganhar fará o melhor possível.

  16. Falta combinar com os russos,

    Falta combinar com os russos, né Nassif? Pacto com a meganhagem empoderada na PGR, judiciário e PF é possível? Não vou seguir aqueles tresloucados do Duplo Expresso, mas o perfil “bonzinho” do Haddad preocupa. Não que ache que seja traíra ou “candidato da Globo” segundo as duas figuras destrambelhadas.

    Mas que dá vontade dele ser meio Ciro as vezes, isso dá. Quando o “cabra cearense” diz que é para “botar a meganhagem de volta na caixinha”, principalmente. Só que se por um lado falta a Haddad mais sangue nas veias, ao Ciro talvez falte força política para enquadrar a “lavajatagem”. Sem um partido forte e estruturado na sociedade como o PT, pode se ficar apenas na bravata.

    O ideal para mim era um Ciro candidato pelo PT. A natureza conciliadora do Haddad pode até ajudar na eleição pela possibilidade de atrair os eleitores conservadores do #elenão. Mas para enfrentar a besta fascista, não o boçal, o coiso, mas o elegante, o Barroso, precisará de pulso firme. 

    Os fascistas engomadinhos do pig e judiciário senão conseguirem abater o candidato do PT na eleição, vão tentar emparedá-lo antes mesmo de tomar posse. A guerra contra o Coiso ou contra a Globo é diferente mas igualmente violenta sem espaço para tréguas. 

    E tem mais. #elenão para o Bolsonaro é fácil, já um #elenão para o Barroso é que eu quero ver. Como isso pode ganhar a opinião publica? 

  17. Nem tudo é politica economica correta

    Todo economista sério, não os dos manuais e dos ‘mercados’, sabe que a situação estrutural da economia mundial é tão fragil quanto era na época da ‘bonança’ do tempo do governo Lula. A crise de 2008 foi ‘superada’ de forma ‘lenta e muito gradual’ com a criação de nova ‘bolha’ com o método do ‘quantiative easing’. A bomba de oxigenio que manteve os mercados vivos está sendo retirada de forma lenta e gradual. Em resumo, a frente está a qualquer momento que ninguém pode prever o estouro de uma nova bolha. A subida da taxa de juros dos EUA pode não ser uma benção mas uma maldição. Esperar que os tempos de bonança (curto) da era Lula vai voltar tem uma boa dose de desejo e pouco de realismo. Qualquer politica de recuperação deveria contar com a sombra de um cenário nada otimista – a Argentina já foi, quem será o próximo? Nem tudo diz respeito a politica economica ‘correta’, o mercado é incontrolável e logo ali la frente vai produzir mais caos. Tem plano B, C, D?

  18. Bom dia.
    Tenho sentido o
    Bom dia.

    Tenho sentido o inicio de um movimento ainda pouco perceptível de alavancagem do Alckmin e queda do Bolsonaro.

    Lembrem que em 2014 foi assim.

    Naquele ano Marina caiu porque era de vento e o PT espancou ela sem dó.

    Este ano o papel pode ser executado pela mídia e establishment.

    Bolsonaristas de raiz sao 5 a 10% maximo. O restante se sentir que a onda mudou migra sem tapar o nariz ou corar de vergonha, de um dia para outro. Sem contar os amoedos e a. Dias da vida.

    Bolsonaro, como Marina em 2014 é candidato de vento. O movimento ja começou. Denúncia da ex na Folha. Onda inclusive internacional contra ele. Ontem a bolsa subiu forte apos as 16. Nao foi porque Haddad continua crescendo.

    Agora é so passar o Haddad para 1 lugar, roubando votos do Ciro. E Alckmin ja surgir em 3. Bolsonaro comecar a cair depois de muito tempo. Ja há essa indicação no vazamento de hj do Alberto Almeida.

    Isso seria pessimo para Haddad. Enfrentar Alckmin em ascensão no 2 turno.

    O que fazer?

    Desde ja parar com o clima de ja ganhou e focar no Alckmin. Colar rle no Temer mais ainda nessa reta final.

    Nao tem nada ganho e nem 2 turno definido.

  19. Infelizmente, todo este

    Infelizmente, todo este artigo é um enorme exercício de “wishful thinking” pois é calcado em uma premissa fundamentalmente falsa: a de que as eleições vão pacificar o país. Acho que ninguém que assuma vai pegar um país politicamente unido em torno de uma agenda. E no caso de Haddad, ele com certeza vai ser de todos aquele que terá mais oposição. Basta voltarmos 4 anos atrás e nos lembrarmos de como Dilma teve que lidar com sua oposição. Isso porque nem ele e nem ninguém vai conseguir uma votação estrondosa em segundo turno, com mais de 60% dos votos. Quem assumir, tem que ter a premissa de que vai estar sob fogo cerrado desde o primeiro momento. E mais, haverá uma grande pressão da imprensa para não se mexer em nenhum dos itens deixados por Temer, como reforma trabalhista, PEC do teto, etc. Ou seja, se não apelar para a mobilização vai ser facilmente engolido pelo sistema.

    Assim sendo, vou dizer que o item principal de qualquer governo progressista que assuma seria rapidamente fazer os índices de desemprego baixarem significativamente. Isso poderia desencadear um efeito de trazer a população para o seu lado, ao mesmo tempo em que colocaria o congresso na defensiva e acuado se ele tentasse de alguma maneira sabotar o governo mantendo as reformas de Temer. Eu começaria por ai, mas eu duvido que Haddad o faça. Mais provável é que tentem editar a fórmula do primeiro governo Lula até o episódio do mensalão: ortodoxia nos gastos e bolsa família como alívio.

    PS: essa jogada que Nassif fala de baixar os juros da selic, “prefixar” a dívida pública jogando-a para o longo prazo e evitar a sobrevalorização cambial já poderia ter sido feita entre 2007 e 2012. Na época preferiram deixar o câmbio se sobrevalorizar não sei se para estimular o consumo ou para aliviar as dívidas de quem devia em dólar. Se não quiseram ou não conseguiram fazer isso quando o cenário era róseo, não creio que venham a fazer isso agora em um quadro de maior instabilidade.

    1. Falou pouco mas disse tudo e um pouquinho mais

      “Ou seja, SE NÃO APELAR PARA A MOBILIZAÇÃO vai ser facilmente engolido pelo sistema”.

       

      Se o “Andrade” for vitorioso e ficar fazendo política em gabinete em vez das ruas, a situação, em vez de melhorar, vai piorar.

      It’s the People, Stupid!

       

  20. Na economia torço para o

    Na economia torço para o otimismo e o tino do Nassif.

    Tino afinadíssimo que acertou em cheio na análise do camaleão Barroso. Hoje na Folha o camaleão piscou: diz ele que o impeachment fez mal ao Brasil e que o governo Lula foi uma beleza. PQP.

  21. Pessoal do PT pode estar
    Pessoal do PT pode estar cometendo o erro de 2014.

    Há um .ovimento claro da midia para tentar botar o Alckmin no lugar do Bolsonaro.

    So nao ve quem nao quer.

    E tem tempo de sobra para essa migração

  22. E o triplex?

    Prezado Luiz Nassif, não sei se concordo muito. Não sei se vai funcionar tentar um acordão com supremo com tudo. Tem a tal receita do bom governar, o tripé. Basicamente é a receita de bolo de todos os ajustes dos ‘emergentes’ sul americanos. Consiste basicamente em três pontos:

    1- o banco central banca o preço de ‘equilíbrio’ do dolar o chamado ‘câmbio flexível’, 2- para ter reservas suficientes para bancar o câmbio ‘flexível’ aumenta-se os juros do tesouro a selic de forma a superar os juros externos (BC americano), estimulando também as empresas a captar no exterior, e a comprar títulos do governo com empréstimo externo 3- com o aumento da selic e dos juros como um todo controla-se a inflação mantendo-a na ‘meta’. É o famoso Tripé.

    Em todos os governos em que foi aplicado resultou em explosão da dívida pública, crise de pagamentos externos e socorro no FMI. Foi assim com Menen, com De La Rua, agora com Macri, no Brasil o governo do Fernando Cardoso terminou assim.

    O problema é gerar divisas, só os governos do PT procuraram gerar  divisas para manter este eterno plano de estabilização. A dívida interna caiu por aumento do PIB, mas a venda de serviços de engenharia e a indústria do  petróleo foram desmantelados por amadores no judiciário. Criminosos confessos soltos, trabalhadores, que nada tinham a ver com isto, punidos com desemprego.

    Mas os juros  extorsivos(esperar o que de economista de banco no bc), no mínimo impediram a modernização de muitas empresas, preferível importar componentes e semi-manufaturados chineses e aplicar no mercado financeiro, que, aliás, nunca financiou nada além de bens duráveis.

    A crise no governo Dilma começou exatamente com o esgotamento da capacidade de endividamento com queda na atividade econômica e o deficit que as isenções provocaram nas  contas públicas. O problema do modelo triplex é que a economia é incapaz de se ajustar e aumentar a produtividade, depende burocratas do bc e seus irmãos siameses, os gênios dos mercados, que nada entendem de economia muito menos o que significa produtividade.

    Quais são, na minha opinião, os problemas além do cartório bancário? Vai haver aumento dos juros americanos, quem tinha empréstimo em dólar vai correr para pagar, deixa de haver entrada positiva.

    A china está com a produção de aço estagnada e está também sob sobretaxas americanas por outro lado a soja americana foi taxada pela china, não sei se vai haver aumento nestas comodities como um todo.

    Minha preocupação,  na escalada da atual guerra comercial, é a china pressionar para pagar em moeda própria e não em dolar. Aí o câmbio-dolar esboroa, vai ser muito para tico e teco.

    O atual aumento no petróleo se deve ao Iran que tá jogando duro com o acordo nuclear. Não sei quanto dura, petróleo é uma arma de guerra atualmente. Será moeda internacional a moeda que o petróleo for comercializado. No mercado tico e teco acham que é uma comoditie qualquer, não tem problema entregar para nossos aliados… Chineses?
     

  23. Política Industrial

    Esses elementos citados por Nassif são importantes, mas são instáveis. A retomada da economia se dará com uma política industrial e um fortalecimento da classe média.

  24. Se ocorrerá uma rápida

    Se ocorrerá uma rápida recuperação da economia eu não sei, depende de que recuperação estamos falando.

    A economia está no buraco já faz um tempo, então sair dele é uma questão sine qua non, mas se vai subir de escada ou elevador, ou se vai ser um voo de galinha, isso é impossível de saber. Se os preços das commodities continuarem numa ascendente e o setor industrial ensair uma recuperação isso vai fazer com que Haddad sobreviva até  ganhar  musculatura.

    E quando estiver forte o suficiente ai sim poderá entrar de sola nos setores arcaicos e golpistas e fazer reformas. Bancos, mídia, judiciário, política,,,,,,tudo terá que ser revisto e modernizado. Só que tem um congresso no meio do caminho, e que deve ser muito parecido, e provavelmente  pior, com o que temos hoje.  Como Haddad vai fazer isso eu não tenho a menor idéia. Talvez  os simpatizantes do PSOL e outros partidos de esquerda mais radical saibam a fórmula secreta. Mas é uma questão de sobrevivência,,,,, ou mata  ou  vai ser incinerado pelo sistema quando a próxima críse econômica deixar as hordas assanhadas.

     

  25. RECUPERAÇÃO E POSICIONAMENTO POLÍTICO

    As questões centrais e relevantes quanto a redenção ou aniquilamento completo do Brasil como país, passa pela defesa incondicional das anulações de tudo o foi implementado pelas forças do golpe, principalmente as revogações dos acordos do pré sal e consequente desestruturação da PETROBRAS, venda da EMBRAER, privatização da ELETROBRAS, descontinuidade dos programas nucleares e de modernização das forças navais através do  programa PRO SUB. Imprescindível o resgate da engenharia nacional e das empresas que a exerce na prática. Anulação da PEC do teto de gastos, das leis feitas na calada da noite para desvirtuar completamente a CLT. Colocar como ordem do dia e de urgência política, trazer o judiciário e forças armadas para a institucionalidade e submissão à soberania popular.    Tarefas extraordinárias e inadiáveis quanto as quais, Haddad e o PT não têm se posicionado com energia e severidade suficientes, estabelecendo claramente que estas questões dirigirão os planos do governo.  Obviamente estas questões estão frontalmente em oposição aos interesses de “mercado” e dos setores que patrocinaram o golpe, mas infelizmente Haddad e o PT estão se mostrando submissos aos próprios algozes. Afinal, quais as diferenças entre Marcos Lisboa (quadro para um hipotético governo do PT) e Paulo Guedes? Ultimamente até FHC está elogiando Haddad. Inaceitável a composição política urdida pelo PT, com muitos oligarcas que participaram ativamente no planejamento de golpe e na aprovação do impeachment. Por estes motivos, não tenho nenhum entusiasmo por essa candidatura de Haddad e PT e não consigo comungar o otimismo demonstrado pelo caro Nassif. Neste momento, Ciro Gomes tem sido mais incisivo e enérgico quanto a defesa destas questões centrais para o soerguimento do país, além de ser o político mais experiente e preparado dos presidenciáveis a despeito do PDT nem de longe possuir o extraordinário capital político do PT. Infelizmente em dois momentos decisivos da história, primeiro com o embate Brizola e Lula e agora Ciro e Haddad as forças progressistas se dividem e se enfraquecem diante dos verdadeiros inimigos do Brasil.

     

  26. Papel aceita tudo

    Mas a realidade, só combinando antes com os Russos…

    Primeiro : o próximo presidente terá de ser crível e para isto é capital obter confiança, o que depende de planos exequíveis e administráveis, Nassif, na boa, cadê eles? Se queres convencer mostre o porque de acreditarmos.

    Resumindo, para não ser chato, continuo humildemente pregando um Rumo, um Norte e uma Estrela para o governo, que ai sim, gozará de credibilidade em seus sonhos.

  27. Para não ficar sem uma idéia prática

    Vamos lá: Ministérios são 14, nem 13 e nem 15, 14.  Secretarias executivas são 72 e tudo estará sob controle do presidente.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador