Xadrez do CBF, FIFA e a Globo faz a diferença na Justiça, por Luís Nassif

Peça 1 – as relações históricas com o MPF

Antes da Lava Jato e das jornadas de junho de 2013, já havia um acordo tácito entre a imprensa – Globo à frente – e procuradores.

Matérias penais sempre renderam leitura e audiência. A mídia ia atrás dos escândalos investigados, selecionava alguns e lhes dava visibilidade. Sua participação era duplamente vantajosa para o procurador contemplado. Dando visibilidade ao processo, reduzia as resistências dos juízes. E elevava o procurador, ainda que provisoriamente, ao status de celebridade.

Cunhou-se uma expressão no MPF: só vai para frente processos que a mídia bate bumbo.

Nas décadas 1990 e 2.000 a parceria produziu vários episódios de repercussão e algumas injustiças flagrantes, como o episódio do hoje desembargador Ali Mazloum.

No início do Twitter, era notável a quantidade de procuradores que colocava no perfil uma foto com um microfone da Globonews, como sinal de status, confirmando o extraordinário poder de persuasão dos holofotes da mídia.

Com o tempo, essa parceria foi institucionalizada. 

Gradativamente, o uso do cachimbo passou a entortar a boca do MPF. Ao se preocupar em atender às demandas da mídia, o treinamento ia amoldando sua forma de atuação àquilo que fosse mais atraente para os jornais. Um número cada vez maior de procuradores passou a buscar o endosso da mídia para seus processos.

Essa aproximação se ampliou com o endosso da Globo a prêmios como o Innovare – por si, uma iniciativa relevante – e “Faz a Diferença” – uma tentativa canhestra, provinciana (e eficiente) de cooptar pessoas através da lisonja.

No “mensalão” a parceria se consolidou.

O MPF descobre que, dando foco na aliança com a mídia, poderia passar do estágio das cooperações pontuais para uma parceria capaz de torna-lo um poder de fato, fugindo das limitações nem sempre legítimas impostas pelo Judiciário e Executivo.

Mundialmente, já estava em andamento a crise das instituições, atropeladas pela nova ordem midiática, com a velha mídia ou através das redes sociais.

A manipulação não veio de jovens procuradores deslumbrados, mas do cerne da organização.

 As figuras referenciais do MPF, aliás, nos devem explicações sobre essa primeira incursão no ativismo político, que se baseou em falsificação de provas – o tal desvio da Visanet que nunca houve – para tentar derrubar o governo.

Essa falsificação passou por dois PGRs – Antônio Fernando de Souza e Roberto Gurgel -, um ex-procurador – Joaquim Barbosa – e um grupo de procuradores de ponta atuando nos grupos de trabalho.

Barbosa escandalizou-se com os abusos do impeachment. Mas cabe a ele o duvidoso mérito de ter inaugurado a manipulação dos processos para fins políticos e de autopromoção.

A trajetória do Procurador Geral Antônio Fernando de Souza, aposentando-se e ganhando um megacontrato da Brasil Telecom de Daniel Dantas – a quem ele poupou na denúncia -, sem nenhuma reação da corporação, já era um indício veemente de que alguma coisa estranha ocorria no âmbito do MPF.  Tudo pelo poder passou a ser a bandeira.

O clima de catarse, proporcionado pela aliança com a mídia, contra um alvo fixo – o governo do PT – abriu um leque de possibilidades inéditas para a corporação. Gradativamente trocou a velha senhora, a Constituição, pelo deslumbramento com o novo mundo que se abria, ofertado pelo Mefistófeles do Jardim Botânico.

Quando eclodiram os movimentos de rua de junho de 2013, a parceria foi formalizada. A Globo montou uma campanha contra a PEC 37 – que ninguém sabia direito o que era, mas sabia que era de interesse do MPF. Quando veio a Lava Jato, assumiu as redes da corporação.

Peça 2 – o novo padrão de parceria

Com a Lava Jato consolida-se definitivamente o novo padrão de parceria. E o MPF se torna um instrumento da Globo, conduzido pela cenoura e o chicote. Bastava dar foco nas investigações de seu interesse, e jogar no limbo as investigações que não interessavam, para tornar o MPF um instrumento dócil de seus objetivos políticos.

O caso Rodrigo De Grandis é exemplar. Há indícios veementes de que o atraso na liberação de provas para o MP suíço visou blindar políticos paulistas envolvidos com os escândalos da Alstom.

Cobrado pelos suíços, o Ministério da Justiça solicitou diversas vezes os documentos, o que afasta definitivamente a hipótese de que a não entrega foi fruto de um esquecimento pontual da parte dele. Bastou a mídia tirar foco das investigações para o procurador ser inocentado.

A parceria consolidou-se com um padrão cômodo de acolhimento de denúncias por parte do MPF. Só é aceito como denúncia o que parte dos seus aliados da mídia. Denúncias de outras fontes, ainda que bem fundamentadas, são ignoradas.

Esse mesmo padrão viciado – embora menos óbvio – ocorreu com grupos jornalísticos de outros países. A ponto de os grandes escândalos recentes – do assédio sexual em Hollywood aos escândalos dos grupos de mídia com a FIFA – serem levantados por sites alternativos, como o BuzzFeedd e Intercept, bancado por bilionários do setor de tecnologia visando quebrar os tabus na cobertura da mídia tradicional.

No Brasil, essa estratégia, de só aceitar denúncias vindas da velha mídia, gerou o estilo viciado de investigações, com todo o sistema de investigação subordinado ao que é acordado pela Globo com o MPF e, subsidiariamente, com a Polícia Federal.

A maior prova dessa parceria foi a mudança da linha de cobertura do Jornal Nacional.

Dia após dia, passou a ser dominada pela cobertura policial-jurídica, de difícil compreensão pelo público mais amplo, mas essencial para o controle e direcionamento das ações do MPF.

Sacrificou-se a audiência em favor de um protagonismo político explícito, investindo na parceria com o MPF.

Peça 3 – as interferências diretas

O episódio da delação da JBS foi o corolário dessa atuação. Ocorreu dias depois do Ministério Público espanhol denunciar Ricardo Teixeira por corrupção na venda dos direitos de transmissão da Copa Brasil – da qual a única compradora foi a Globo.

Ou seja, um escândalo brasileiro, com personagens brasileiros, ocorrido em território brasileiro, e desvendado pelo Ministério Público espanhol. Outra parte do escândalo levantado pelo FBI. Uma terceira parte pelo Ministério Público suíço. E nada pelo Ministério Público Federal do Brasil.

Poucos dias antes, vazou a informação de que o Ministério Público espanhol tinha levantado a prova decisiva da corrupção da Globo: a compra dos direitos de transmissão da Copa Brasil, sem o uso de “laranjas”. Três pessoas sabiam disso na Globo: João Roberto Marinho, Ali Kamel e o vice-presidente de Relações Institucionais.

A saída foi o pacto de sangue com o Procurador Geral da República, dando endosso total à delação da JBS, levando a Globo a romper com a organização criminosa que ela levou ao poder.

No mesmo dia da conversa, o material foi encaminhado para o colunista Lauro Jardim. E à noite recebeu cobertura intensa e desorganizada, porque improvisada, do Jornal Nacional.

Quando teve início a campanha para a eleição da lista tríplice, dos candidatos a PGR, a Globo atuou como cabo eleitoral explícito de Rodrigo Janot, sendo cúmplice em várias armações contra Raquel Dodge. Como na reunião do Conselho Superior do Ministério Público, na qual Janot se baseou em interpretações falsas para acusar Dodge de pretender prejudicar a Lava Jato. E a manipulação foi endossada nas publicações da Globo.

Peça 4 – a organização criminosa

Têm-se, portanto, um poder de Estado sendo conduzido por uma organização privada, a Globo. Aí se entra em um terreno pantanoso: como se comporta essa organização na sua atividade corporativa?

É importante a diferença entre as palavras e os atos.

O gráfico abaixo foi produzido pelo relatório alternativo da CPI do Futebol, uma das muitas CPIs que apontavam explicitamente o envolvimento da Globo na corrupção esportiva. E que não deram em nada.

Ele se refere à quinta forma de corrupção na FIFA e na CBF, onde o ponto central, de onde fluíam os recursos para toda a cadeira criminosa, eram os patrocínios adquiridos pelas emissoras de TV.

Têm-se aí todos os ingredientes de uma associação criminosa. Conforme descrito pela CPI:

O núcleo diretivo da CBF está conformado nos seus principais dirigentes (presidente, vice-presidentes e diretores) que, com unidade de desígnios, executam planos criminosos, objetivando o enriquecimento ilícito.

O núcleo empresarial está assentado nas empresas contratualmente ajustadas com a entidade nos acordos comerciais, com combinação de preços para pagamento de vantagens indevidas.

O núcleo financeiro comporta determinadas empresas responsáveis pela transferência dos ativos ilícitos aos dirigentes e funcionários da CBF, além daquelas interpostas nos acordos comerciais celebrados entre a CBF e as contratadas (núcleo empresarial), cabendo as postadas de permeio o repasse de parte das comissões ao núcleo diretivo, como forma de propinas.

O esquema montado pela organização criminosa extremamente sofisticado e de difícil elucidação. Por isso, a atuação do FBI na prisão do ex-presidente JOSÉ MARIA MARIN, na Suíça, por crimes relacionados ao FIFA CASE, mesmo caso em que RICARDO TERRA TEIXEIRA, MARCO POLO DEL NERO e outros brasileiros foram denunciados pelo Departamento de Justiça Americano.

O papel da Globo não foi apenas o de provedora inicial dos recursos distribuídos pelas diversas peças da engrenagem criminosa. Foi fundamental também para a blindagem política de Ricardo Teixeira.

Na CPI da Nike, em 2001, o Senado Federal levantou 13 imputações de crime a Teixeira. Nada resultou no âmbito do Ministério Público Federal. Houve outras CPIs, outras descobertas retumbantes, enterradas sob o silêncio do MPF e da mídia.

Houve apenas um início de investigação, que parou em uma juíza da 1a instância.

Peça 5 – a hora da verdade

Dia desses saiu a notícia, sem muito alarde, de que o ex-procurador Marcelo Miller vibrou quando a Lava Jato chegou em Aécio Neves. Miller não era um petista, longe disso; nem um anti-aecista. Mas estava nítido, para parte relevante da corporação, que a blindagem de Aécio tornava o MPF uma instituição de segunda categoria, porque restrita a um espaço delimitado.

Pelas redes sociais foi visível o alívio de procuradores, tirando de si (na opinião deles) a carga de terem espaço para agir apenas contra o PT.

Agora, se chegou à hora da verdade em relação à Globo.

As evidências de crime são enormes, e não apenas na confissão do lobista Alejandro Burzaco, à corte de Nova York. Há os inquéritos na Espanha, batendo direto na Copa Brasil. Há as investigações na Suíça.

E há uma nova Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, no maior desafio que um PGR enfrentou, provavelmente desde a Constituição: provar que o MPF é um poder de Estado de fato, e que não existem intocáveis na República.

São tão abundantes as informações que jorram do exterior, que não será possível esconder o fato debaixo do tapete, como foi feito em outros tempos com tantos inquéritos.

Do desafio de investigar a Globo se saberá se o MPF se assumirá como poder de Estado, ou se continuará atrelado a uma organização criminosa.

Correção

1. A midia training do MPF não visa provocar manchetes, mas ensinar como se portar frente ao jornalista.

2. É claro que as regras, acima, não se aplicam a todos os procuradores, mas especificamente à área penal.

3. Tenho, no meu círculo pessoal, procuradores que discordam das interpretações acima. Talvez pela dificuldade em separar o trabalho meritório de muitos deles, com as tendëncias políticas que levaram o MPF a ser agente central do impeachment.

Luis Nassif

15 Comentários

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  1. Palpite = vai dar em nada.

    Palpite = vai dar em nada. Ainda mais que não há outro rede de tv que chegue aos pés em termos de audiencia da globo, esse assunto vai ficar restrito aos jornais e redes sociais e morre aí. 

  2. Xadrez do CBF, FIFA e a Globo faz a diferença na Justiça

    -> A saída foi o pacto de sangue com o Procurador Geral da República, dando endosso total à delação da JBS, levando a Globo a romper com a organização criminosa que ela levou ao poder.

    não restará pedra sobre pedra.

    todos os sócios da Lava Jato & Associados serão expostos. a Republiqueta de Curitiba terá suas vísceras viradas e reviradas pelo avesso.

    a cruzada contra a corrupção gerou a indústria das delações premiadas. a guerra contra o crime nunca passou de proteção aos maiores criminosos.

    “da Copa eu abro mão, quero mais dinheiro prá saúde e educação”, ainda ecoa o grito das ruas.

    mais uma vez é Junho de 2013 que volta para cobrar seu tributo. enquanto Junho de 2013 não for resgatado, jamais o Brasil será redemocratizado.

    desde os acordos de 1962 com a Time-Life, a Globo tem sido um dos nós unindo a lumpenburguesia brasileira e seus sócio internacionais. em 1965, na revisão do contrato, a Time-Life passava a ter participação de 45% nos lucros da Globo.

    compreender corretamente o papel da Globo na complexa trama do exercício de poder na sociedade brasileira não é tarefa para raciocínio simplista e abordagem reducionista.

    além disto, as demais redes tem ligações tão perigosas e nocivas quanto a Globo. em alguns casos, é ainda pior. como é o caso do fundamentalismo religioso e o projeto de Estado teocrático.

    qual sono pesado dormia a manada de patos vermelhos, quando as ruas se insurgiram contra a Globo?

    vídeo: Black Bloc joga “merda” na sede da Rede Globo – São Paulo – 30/08/2013

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=-nxGqvQ0Hrg%5D

    vídeo: INVASÃO A REDE GLOBO DE TELEVISÃO NO RIO DE JANEIRO

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=n5jrPk17nhY%5D

    .

    1. “da Copa eu abro mão, quero

      “da Copa eu abro mão, quero mais dinheiro prá saúde e educação”, ainda ecoa o grito das ruas.”

      Engraçado que a PEC 41, que virou PEC 55, tirá muito mais recurso de saúde e educação do que a Copa jamais sonhou em fazer. Há uma ignorância aqui até em ordem de grandeza da compração dos gastos com a Copa em relação aos montantes de pautas como Saúde e Educação (Em termos de valores absolutos, se adequados, a discussão é outra). Esses recursos da Copa são dinheiro de pinga perto dessas pastas. São mal sinal e passam ideia de prioridades erradas ??? Sim, com certeza. Mas engraçado que o pessoal que queria saúde e Educação padrão Fifa não só se calou, como apoiou a PEC do Teto.

      E o pré-sal que iria par a saúde e educação, e foi irremediavelmente perdido, privatizado sobre os aplausos dessa mesmsa turma ???

      A maior parte de Junho de 2013 estava SIM em Março e Agosto de 2015. 

       

    2. Quem lhe colocar na condição

      Quem lhe colocar na condição de “comentarista”,está cometendo um grande e ledo engano,meu carissimo arkx.Você é um regular interpretador de textos.Aliás,você e Ivan de Union.Esse na condição de sofrível.

  3. Mp não é poder,
     
    é autonomo,

    Mp não é poder,

     

    é autonomo, mas subordinado ao executivo, assim como a pf… ….o erro está ai, considerar que tem poder quem de direito não tem…….

  4. Os crimes da

    Os crimes da Globo:

    Corrupção, Sonegação Fiscal, Furto e Obstrução da Justiça, Evasão de Divisas, Lavagem de dinheiro, Paraísos Fiscais, Desrespeito às Regras de Rádio Difusão.

    Histórica a matéria acima do Nassif.

    E imaginar que alguns juízes – como a AMB – se alinhe ao MP para fins corporativos fazendo tábua raza à lição de Norberto Bobbio da supremacia da ética de princípios sobre a ética de resultados.

    1. Rádio e Televisão concessões

      Rádio e Televisão concessões públicas.

      É inconcebível que uma concessão pública seja deferida – cencedida/dada – a uma empresa inidônea, criminosa.

      Urge, destarte, a cassação, o  término, a extinção, a rescisão de tal concessão

    2. Ética de principios versus

      Ética de principios versus ética de resultados:

      Mata-se 5 pacientes pobres internados em Hospital Público, extraindo-se orgãos vitais desses pacientes para transplantá-los para um rico empresário internado em caríssimo Hospital Particular. Diminui-se, assim, custos do Estado (saúde, benefícios outros) com a morte dos 5 pacientes pobres e possibilita-se ganhos ao Estado mantendo o rico empresário vivo. Seria correta tal atitude? Ética de principios versus ética de resultados.

      Ética de princípios versus ética de resultado:

      Ou se preferir o exemplo citado por DAWKINS: cinco (5) “pacientes de um hospital estão –  morrendo, cada um da falência de um órgão diferente. Cada um seria salvo se um doador daquele órgão específico pudesse ser encontrado, mas não há nenhum disponível. O cirurgião percebe então que há um homem saudável na sala de espera, com todos os cinco órgãos em boas condições e adequados para o transplante”. Seria correto que o ato ético e moral é matar um para salvar os cinco? Ética de princípios versus ética de resultado.

  5. À

    À propósito:

    https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/327523/Wadih-Damous-ao-247-h%C3%A1-elementos-para-cassar-a-concess%C3%A3o-da-Globo.htm
     

    WADIH DAMOUS AO 247: HÁ ELEMENTOS PARA CASSAR A CONCESSÃO DA GLOBO

    247 – O deputado Wadih Damous (PT-RJ), que já presidiu a seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil, ficou estarrecido com o segundo depoimento do delator Alejandro Burzaco, que acusou a Globo de se envolver num esquema para o pagamento de propinas de US$ 15 milhões – o equivalente a R$ 50 milhões – para garantir direitos de transmissão exclusivo das Copas de 2026 e 2030 (leia mais aqui).

    – O delator argentino é muito melhor do que os brasileiros que têm aparecido na Lava Jato. Ele falou e trouxe elementos que comprovam o que disse – aponta o deputado.

    Segundo Burzaco, que comandava a empresa Torneos y Competencias, ele foi orientado pela Globo a abrir uma subsidiária na Holanda. Em seguida, teria recebido recursos de uma empresa da família Marinho para pagar propina ao ex-dirigente argentino Julio Grondona, já falecido, numa conta suíça secreta no banco Julius Baer.

    – A Justiça agora só não rastreia a origem e o destino da propina se não quiser – diz Damous.

    O deputado vai além e afirma que há elementos até para se propor a cassação da concessão da Rede Globo de Televisão. Isso porque o artigo 53 da Lei 4.117, que trata do setor, estabelece que “constitui abuso, no exercício de liberdade da radiodifusão, o emprego desse meio de comunicação para a prática de crime ou contravenção”. Ou seja: se for confirmada a prática de crime, a empresa pode perder a concessão.

    Damous diz ainda que o episódio demonstra que a Operação Lava Jato passa longe da grande corrupção – ou daquilo que o deputado chama de “Roubo com R maiúsculo”. E não o faz, segundo ele, de forma deliberada.

    Ele afirma ainda que, ao corromper cartolas para se tornar monopolista no futebol, a Globo agride a democracia no Brasil, uma vez que amplia sua audiência, sua influência e seu poder de manipulação.

    Em nota, a Globo negou o pagamento de propinas e disse que, após realizar uma investigação interna, a emissora concluiu pela própria inocência.

    Ontem, em debate na TV 247, o escândalo Globo-Fifa foi o tema central. Reveja e inscreva-se no canal:

     

     

  6. O Nassif vai sempre muito

    O Nassif vai sempre muito bem, no entanto há de sefazer um reparo na sua afirmativa de que  “Do desafio de investigar a Globo se saberá se o MPF se assumirá como poder de Estado, ou se continuará atrelado a uma organização criminosa.”

    O MPF, por óbvio não tem que estar atrelado a uma organização crimonosa (Globo), mas também não é e nem tem que se assumir como um poder de Estado.

    Numa Democracia atual, e em particular na Democracia brasileira são três os poderes:

    Executivo, Legislativo e Judiciário. Não existe Ministério Público como poder republicano.

    Corrige aí, Nassif; não dê mais trela para esses caras que já estão se achando, muito além da conta.

  7. Também sou pessimista

    Também sou pessimista (realista) sobre o caso da organização criminosa dos Marinho. Quando muito, vão oferecer um laranja para assumir alguma culpa e o resto escondem debaixo do tapete da mídia golpista. Para uma corporação que transformou a constituição em papel higiênico, declarar que o caso fifa/globo não vem ao caso é fichinha. 

  8. Um país supostamente
    Um país supostamente dominado juridicamente por uma entidade privada configura um Estado falido. Eu e meus botões ficamos a matutar.A política é também uma arte da dissimulação.

  9. Interessante… isso explica

    Interessante… isso explica porque a Globo está adotando cada vez mais pautas progressistas. Se tem um escândalo, no qual depende da “esquerda” para manter sua credibilidade, é claro que vai tentar “puxar o saco” da elite “esquerdista”.

    O problema foi ter feito isso depois de manter-se omissa no “impeachment” de Dilma. O passivo da “poderosa” é imenso com os movimentos populares, desde os tempos dos militares – em que Roberto Marinho agradava gregos e troianos.

    Hoje a Globo tem apenas um lado: o dela. E está perdendo cada vez mais apoio.

    Vejamos se cai.

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