Brasil trava forte briga na OMC com a Índia, último aliado do país nos BRICS

País se afastou dos demais membros do bloco por razões ideológicas, e agora se vê confrontado com o governo do ultranacionalista Narendra Modi pelo comércio de açúcar

(Brasília – DF, 13/11/2019) Encontro com o Primeiro-Ministro da República da Índia, Norenda Modi..Foto: Alan Santos/PR

Jornal GGN – A relação entre Brasil e Índia se tornou mais tensa nesta terça-feira (25/1), após a decisão do país asiático de apelar a uma resolução da OMC (Organização Mundial do Comércio) que favoreceu a postura do Brasil a respeito do comércio de açúcar.

A controvérsia se iniciou meses atrás, quando o Brasil questionou o fato de a Índia outorgar enormes subsídios aos seus produtores açucareiros. Para o Itamaraty, a medida do governo do ultranacionalista Narendra Modi estaria criando uma distorção do mercado global do produto.

Recentemente, a OMC deu razão ao Brasil, o que obrigaria a Índia a redesenhar sua política de subsídios. Porém, segundo o informado pelo jornalista Jamil Chade, em sua coluna no UOL, o governo de Modi anunciou que questionará a decisão anterior, com um recurso a ser apresentado ao Órgão de Apelação da OMC.

A coluna de Chade também revelou uma irritação da diplomacia brasileira com a reação indiana, já que a entidade à qual se pretende apelar deixou de funcionar há dois anos. Na prática, porém, a postura da Índia tem um significado claro: o país não vai obedecer a decisão da OMC e manterá vigente a sua política de subsídios aos produtores de açúcar.

Há cerca de uma década, Brasil e Índia compuseram, junto com China, Rússia e África do Sul, uma aliança estratégica geopolítica que ficou conhecida como BRICS – sigla que uniu as iniciais dos cinco países em inglês. Porém, após o impeachment de Dilma Rousseff, o país foi se afastando lentamente dos membros dessa coalizão.

Com a chegada de Jair Bolsonaro ao Planalto, o caráter ideológico de extrema-direita do governo brasileiro aprofundou mais esse afastamento, especialmente com Rússia e China, mas fortaleceu um pouco os laços com a Índia, cujo presidente, Narendra Modi, é um ultranacionalista que defende os muitos dos valores promovidos pelo bolsonarismo no Brasil.

Segundo a coluna de Chade, o Brasil não ficou sozinho em sua reação brasileira contrária à decisão do governo da Índia: países como Canadá e Rússia, além da União Europeia, também consideraram que os asiáticos apresentaram um “recurso ao vazio”, e defenderam a necessidade de reforma da OMC, devido a situações como esta.

Redação

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