Senador propõe flexibilizar normas do Mercosul

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Perto de uma nova reunião em Bruxelas (Bélgica) para tratar de comércio internacional, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado Federal, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), alertou para o risco de o Mercosul ficar isolado no mundo, caso não chegue a um acordo de livre comércio com a União Europeia (UE). 

Segundo informações da Agência Senado, ele defendeu a busca de um acordo direto entre o Brasil e a União Europeia, caso não exista um entendimento dentro do Mercosul sobre as negociações a serem mantidas com os europeus. “De maneira objetiva, o Brasil precisa estar aberto a liderar um processo de flexibilização de normas que impedem os Estados-parte de negociar acordos com terceiros países. Se nossa presença no Mercosul continua a ser um obstáculo a um acordo com a União Europeia, creio ser chegada a hora de pensar pragmaticamente em outras alternativas. O interesse nacional não pode ser adiado”.

Ao abrir a reunião da comissão, o senador reconheceu conquistas do Mercosul, como o aumento do comércio dentro do bloco de US$ 4,5 bilhões, em 1991, para US$ 59 bilhões, em 2013. Informou ainda que o Brasil teve um superávit de US$ 46 bilhões nos últimos 10 anos com os demais países do bloco, aos quais exporta principalmente produtos manufaturados. 

Por outro lado, o senador disse que o Mercosul “emite sinais de desgaste, isolamento e falta de perspectivas”. Ferraço pontuou ainda que, nos últimos 10 anos, foram assinados 350 acordos bilaterais de comércio em todo o mundo, enquanto o Mercosul firmou apenas três – com Israel, Egito e Autoridade Palestina. 

Em resposta ao presidente da comissão, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) recordou que a Argentina é o terceiro mercado para produtos brasileiros. O país é o principal sócio do Brasil no Mercosul. Ele alertou ainda para os riscos de uma possível flexibilização das normas do Mercosul, que atualmente só permitem a celebração conjunta de acordos com terceiros países ou blocos comerciais. 

Caso fosse firmado um acordo automotivo entre a Argentina e os Estados Unidos, mencionou, a indústria nacional poderia ser prejudicada. “Tenho receio de que o Brasil seja o grande perdedor com a possível flexibilização das normas do bloco. O Brasil não pode tomar nenhuma medida que resulte no enfraquecimento do Mercosul”, disse.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. “Flexibilização”

    Ainda bem que um senador experiente e mais consciente deu a devida resposta! Esse mocinho (de formação peesedebista) precisa criar juízo e voltar para o seu partido de origem.

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