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Presidente dos Estados Unidos, que venceu eleições atacando país asiático, disse que negocia “mudanças estruturais” com Pequim
Foto: Michael Vadon/Fotos Públicas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concordou neste sábado (1º) em suspender durante 90 dias o seu plano de subir de 10% para 25% as tarifas americanas a produtos chineses no valor de US$ 200 bilhões, enquanto negocia com Pequim “mudanças estruturais” na sua política econômica.
A Casa Branca fez o anúncio em comunicado depois do jantar de Trump com o presidente da China, Xi Jinping, ao final a Cúpula do G20 em Buenos Aires.
Nos próximos 90 dias as duas potências tentarão completar as negociações em matéria comercial. Se, ao término desse período não houver acordo, “as tarifas de 10% subirão para 25%”, acrescentou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.
Os dois países fecharam um acordo para não impor novas tarifas um ao outro a partir do dia 1º de janeiro de 2019. Também se comprometeram a continuar com as negociações para buscar uma saída para a guerra comercial entre as duas potências, informou hoje (2) a emissora estatal chinesa CCTV.
O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, que esteve presente no encontro entre Trump e Xi Jinping, um jantar de trabalho marcado por um ambiente “amistoso”, destacou que trata-se de um acordo “importante”, do qual só revelou que ambas as partes pactuaram não aplicar tarifas adicionais a partir do dia 1º de janeiro.
Este acordo, disse Wang, citado pela agência estatal chinesa Xinhua, marca a direção das relações sino-americanas para o futuro, que serão baseadas na cooperação “e na estabilidade”.
Em troca, acrescentou, Xi Jinping se comprometeu a aumentar “substancialmente” as suas compras de “produtos agrícolas, energéticos, industriais e de outro tipo”.
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Em comentário anterior,
Em comentário anterior, ponderei que a China poderia tirar proveito comercial em relação aos produtos agrícolas brasileiros, dada a retórica ideológica de Bolsonaro. A ideologia bizarra dos bolsonaristas poderá causar prejuízos bilionários às exportações brasileiras.
90 dias para Trump ter algum fato novo
Fazendo contas aqui:
A trégua de 90 dias a partir da data de hoje (2 de dezembro) acaba 2 de março. Dentro desses 90 dias, ocorre a posse do 116º Congresso dos EUA (3 de janeiro), com a Câmara de maioria democrata.
Ou seja, basicamente Trump tem dois meses para conseguir algum resultado que permita criar alguma agenda positiva contra a pressão que sofrerá de uma Câmara controlada por um Partido Democrata mais à esquerda do que o antes do surgimento de Bernie Sanders e um Senado que, mesmo controlado pelo Partido Republicano, começa a desconfiar da sua capacidade de fazer qualquer coisa.
Vai conseguir? Depende da boa-vontade de Xi Jinping. Desconfio que o líder chinês está preparando alguma armadilha pro alaranjado cair.