Adversários de Picciani resistem a acordo proposto por Temer

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Tales Faria

Do Fato Online

O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) é um dos coordenadores da campanha contra a recondução de Leonardo Picciani (PMDB-RJ) a líder da bancada do partido na Câmara.

E ele considera “muito difícil” viabilizar o acordo proposto pelo vice-presidente da República, Michel Temer, de pacificação do PMDB em torno da recondução de Leonardo Picciani a líder em troca da recondução do próprio Michel à Presidência do PMDB.

“Uma coisa não tem muito a ver com a outra. A eleição de líder é agora em fevereiro e a Convenção do partido em março. Muita coisa pode ocorrer entre um evento e o outro. Não se sabe o que vem por aí em relação à Operação Lava-Jato, em que muitos protagonistas da política brasileira estão sendo citados. Nem quanto ao impeachment da presidente Dilma, novas decisões do Supremo Tribunal Federal, ou mesmo em relação à economia”, disse.

Fato Online – Mas três deputados do seu grupo – Osmar Terra (ES), Darcísio Perondi (RS) e Lelo Coimbra (ES) – estiveram com o Temer e parece terem saído propensos ao entendimento.

Lúcio Vieira Lima – Eles foram tomar um café. Eu só não fui porque estou na Bahia. Eles estavam em Brasília num dia em que Temer passou pela cidade em meio ao recesso. Somos muito amigos  e desde sempre votaremos nele na Convenção do partido. Não deixaríamos de aproveitar a oportunidade para conversar com nosso presidente. Mas isso não quer dizer que houve algum acordo em torno do Picciani.

Fato – Há chances de ocorrer esse acordo?

Lúcio – O Picciani já colocou a candidatura dele e só poderia haver acordo com a retirada de todas as candidaturas. Em política não dá para dizer “dessa água não beberei”, mas não creio que o Picciani retire a candidatura. Portanto, acho muito difícil o acordo.

Fato – Qual o problema com o Picciani?

Lúcio – Ele segregou boa parte da bancada. O Eduardo Cunha, por exemplo, foi eleito líder pela primeira vez com apenas dois votos de diferença. Da segunda vez, foi reconduzido por unanimidade. Por quê? Porque, passada a eleição, não tratou os adversários da campanha como adversários na bancada. Atendeu a todos. O Picciani não fez isso. Veja o caso da Comissão do Impeachment. Se tivesse cumprido o acordo e indicasse deputados favoráveis e contrários ao afastamento da presidente, não tínhamos problemas. Mas ele só designou seus aliados.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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