Mesmo com riscos que decisão trazia, senadores não se comprometeram pelo caso Aécio, mas por todos parlamentares que podem ser mira de medidas cautelares do Supremo
Foto: Alessandro Dantas / AGPT
Jornal GGN – Após as articulações feitas pelo mandatário Michel Temer e dos aliados de Aécio Neves (PSDB-MG) no Senado, mais que o dobro do Plenário presente (44 contra 26) votou a favor da liberação do tucano para continuar atuando como parlamentar, na noite desta terça-feira (17). Não é casualidade que dos 44 senadores, pelo menos 19 são alvos da Lava Jato.
Ainda nesta segunda, o GGN havia adiantado que os parlamentares precisariam colocar na balança dois cenários diferentes: salvar Aécio e confrontar a determinação da Primeira Turma do STF, com os riscos que isso impõe, ou concordar com a medida e confirmar que o Supremo é quem tem a última palavra sobre determinações penais.
As duas decisões seriam riscos aos parlamentares. A primeira, porque Aécio já não tem representatividade dentro do PSDB, sigla que investiu os últimos dias a levantar nomes para as candidaturas de 2018. Ainda, salvando o tucano agora não significaria a proteção permanente. O Senado precisaria abrir uma investigação interna em Comissão sobre as acusações que tramitam na Justiça, podendo o senador perder o mandato depois de forma definitiva.
A segunda traria a dificuldade de colocar na berlinda não somente Aécio, mas todos os outros parlamentares investigados na Operação Lava Jato e que têm inquéritos que podem ocasionar as mesmas penas e medidas cautelares à de Aécio Neves. E, além disso, apesar de ter a sua imagem abafada desde que entrou para as acusações de delatores, o tucano é figura presente do governo peemedebista.
Neste ponto, o presidente Michel Temer mobilizou articulações dentro do Congresso, como uma troca de favores: os tucanos ajudarem a absolver o mandatário da denúncia que tramita na Câmara dos Deputados, e os peemedebistas e aliados de Temer ajudariam a salvar o correligionário Aécio.
Diante de todos estes fatores, os senadores optaram pelo risco que, a priori, parece ser maior: contrariar a instância maior da Justiça brasileira, tomada no dia 26 de setembro, mantendo o mandato de Aécio Neves. Os riscos que eles calcularam, contudo, foram menores que se a decisão fosse a outra.
O Senado decidiu impor a palavra sobre a Justiça, de que, apesar dos avanços da Operação Lava Jato, é a Casa Legislativa a responsável por punir ou impunir seus membros. Revogou o afastamento do tucano e também desfez a determinação de recolhimento domiciliar imposta pela Primeira Turma do STF.
A sessão iniciou por volta das 17 horas desta terça, com quorum de 71 senadores. A votação foi aberta, por outra determinação do Supremo, e ainda assim 44 senadores salvaram Aécio, contra 26 que quiseram manter as determinações da Justiça.
Não apenas o PMDB e o PSDB orientaram seus parlamentares a votar “não” à decisão do Supremo, ou seja, contra o afastamento de Aécio, como também os partidos da base aliada: PP, PR, PRB, PROS e PTC. Duas das siglas que vêm tendo alguns conflitos com o governo, DEM e PSD, liberaram os senadores a votar como quisessem. A oposição, com PT, PSB, Pode, PDT, PSC e Rede, endossou o voto a favor do Supremo e contra Aécio.
“Uma decisão lamentável, que amplia a falta de credibilidade do Congresso e da política no Brasil. Fosse alguém do PT, certamente que por muito menos estaria cassado”, lamentou o senador Humberto Costa (PT-PE).
“O Senado apenas entendeu que não seriam cabíveis as medidas cautelares que foram decididas por uma votação de desempate em turma do Supremo”, diminuiu o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).
Aécio, por sua vez, comemorou com “serenidade”: “A decisão restabeleceu princípios essenciais de um Estado democrático, garantindo tanto a plenitude da representação popular, como o devido processo legal, assegurando ao senador a oportunidade de apresentar sua defesa e comprovar cabalmente na Justiça sua inocência em relação às falsas acusações das quais foi alvo”, afirmou em nota.
Abaixo, a lista de como votou cada senador:
SALVOU AÉCIO | CONTRA AÉCIO |
Airton Sandoval (PMDB-SP) | Acir Gurgacz (PDT-RO) |
Antonio Anastasia (PSDB-MG) | Alvaro Dias (Pode-PR) |
Ataídes Oliveira (PSDB-TO) | Ana Amélia (PP-RS) |
Benedito de Lira (PP-AL) | Ângela Portela (PDT-RR) |
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) | Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) |
Cidinho Santos (PR-MT) | Fátima Bezerra (PT-RN) |
Ciro Nogueira (PP-PI) | Humberto Costa (PT-PE) |
Dalírio Beber (PSDB-SC) | João Capiberibe (PSB-AP) |
Dário Berger (PMDB-SC) | José Medeiros (Pode-MT) |
Davi Alcolumbre (DEM-AP) | José Pimentel (PT-CE) |
Edison Lobão (PMDB-MA) | Kátia Abreu (PMDB-TO) |
Eduardo Amorim (PSDB-SE) | Lasier Martins (PSD-RS) |
Eduardo Braga (PMDB-AM) | Lídice da Mata (PSB-BA) |
Eduardo Lopes (PRB-RJ) | Lindbergh Farias (PT-RJ) |
Elmano Férrer (PMDB-PI) | Lúcia Vânia (PSB-GO) |
Fernando Coelho (PMDB-PE) | Magno Malta (PR-ES) |
Fernando Collor (PTC-AL) | Otto Alencar (PSD-BA) |
Flexa Ribeiro (PSDB-PA) | Paulo Paim (PT-RS) |
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) | Paulo Rocha (PT-PA) |
Hélio José (PROS-DF) | Randolfe Rodrigues (Rede-AP) |
Ivo Cassol (PMDB-RO) | Regina Sousa (PT-PI) |
Jader Barbalho (PMDB-PA) | Reguffe (Sem partido-DF) |
João Alberto Souza (PMDB-MA) | Roberto Requião (PMDB-PR) |
José Agripino Maia (DEM-RN) | Romário (Pode-RJ) |
José Maranhão (PMDB-PB) | Ronaldo Caiado (DEM-GO) |
José Serra (PSDB-SP) | Walter Pinheiro (Sem partido-BA) |
Maria do Carmo Alves (DEM-SE) | |
Marta Suplicy (PMDB-SP) | |
Omar Aziz (PSD-AM) | |
Paulo Bauer (PSDB-SC) | |
Pedro Chaves (PSC-MS) | |
Raimundo Lira (PMDB-PB) | |
Renan Calheiros (PMDB-AL) | |
Roberto Rocha (PSDB-MA) | |
Romero Jucá (PMDB-RR) | |
Simone Tebet (PMDB-MS) | |
Tasso Jereissati (PSDB-CE) | |
Telmário Mota (PTB-RR) | |
Valdir Raupp (PMDB-RO) | |
Vicentinho Alves (PR-TO) | |
Waldemir Moka (PMDB-MS) | |
Wellington Fagundes (PR-MT) | |
Wilder Morais (PP-GO) | |
Zezé Perrella (PMDB-MG) |
Fonte: Senado
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Representação popular
O nobre e salvo parlamentar entende que sua liberdade se deve à “plenitude da representação popular”, numa constatação de que ele representa plenamente os corruptos, improbos e quetais?
mmmmm!
Uma mão lava a outra
A lista dos que salvaram Aécio depõe contra o proprio Aécio. Agora fiquei na duvida de eles também traficam e matam. Que são corruptos, ja é sabido. Eles contam com o esquecimento do povo. “O povo não tem memoria” basta a Globo e demais silenciarem. Mas acho dificil engolirem essa sem farinha. E a Gleisi Hoffmann não votou?
vergonha
A vergonha na cara que precisavam demonstrar, enquanto a mídia calhorda e canalha tinha um mínimo de escrúpulos, não precisam mais, são agora o que sempre foram: bandidos; a maioria de pilantras, oportunistas pés-de-chinelo e punguistas, catando as migalhas das máfias a saquearem o Brasil, todos devidamente escoltados pelas policias e pelo EB!
STF responsivo no
STF responsivo no tempo?
http://mundovelhomundonovo.blogspot.com.br/2017/10/stf-responsivo-no-tempo.html
Uma mão lava a outra…
… e as duas ficam sujas de lama.
Pergunta ao STF e ao Senado Federal: