Após 18 horas, Câmara não consegue concluir votação da MP dos Portos

São muito pequenas as chances de que o governo venha a aprovar até amanhã, na Câmara e no Senado, a MP dos Portos. Às 4h55 dessa manhã (15) e após 18 horas de sessão, a Câmara dos Deputados havia aprovado apenas o texto-base e avaliado 10 destaques. A sessão foi encerrada porque já não havia mais o quórum de 257 deputados necessários para prosseguir a votação dos muitos destaques pendentes.

Uma outra sessão está marcada para as 11 horas e é muito difícil que uma nova rodada de votações consiga resolver a obstrução que, durante toda a madrugada, impediu de concluir o trabalho de votação final da proposta.

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A Câmara tem que terminar a votação e o Senado, votar a MP, até amanhã, quando se encerra a validade da proposta do governo e deixa de vigorar a medida. Na Câmara, o processo de obstrução está sendo comandado por dois partidos da base aliada, o PMDB e o PP. Há também oposição à matéria no Senado.

O líder do partido do vice-presidente Michel Temer (PMDB), Eduardo Cunha, liderou, de fato, mais uma rebelião e um trabalho de obstrução fortíssimos contra a matéria, após o plenário, sob a orientação do governo, ter derrubado uma emenda que contemplaria as suas exigências de mudança do substitutivo negociado com o governo e com os representantes dos trabalhadores  (das centrais sindicais, apenas a Força Sindical não aceitou os termos do acordo). Temer foi acionado, sem sucesso, pelo Palácio do Planalto, para conter seu correligionário. Foi o vice-presidente o avalista da escolha de Cunha para líder da segunda maior bancada da Câmara (tem 82 deputados).

É grande ainda o volume de destaques e encaminhamentos que terão de ser enfrentados pela bancada fiel ao governo para aprovar a proposta na Câmara – esta é a estratégia dos parlamentares contrários ao governo para derrubar a medida sem ter a maioria para isso. Para que a MP caia, basta que a votação não seja concluída no prazo. Às 4h55 da madrugada, os parlamentares fieis à proposta do governo, embora tivessem evitado grandes alterações na proposta, não estavam otimistas quanto à possibilidade de votar a tempo todos os destaques apresentados na manobra de obstrução.

No Senado, o acordo de votação é que haveria pelo menos 48 horas para o exame da matéria pelos senadores. A obstrução no plenário da Câmara inviabilizou isso. O governo trabalha junto aos senadores da base aliada para aprovar a toque de caixa a proposta, caso a Câmara conclua a tempo a votação, mas as dificuldades aumentam. Existe a previsão de que também naquela casa haverá uma perda de votos na bancada governista.

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Redação

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