Após aprovação de Moraes, oposição relembra “pacto com o Supremo”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Após o resultado da ampla maioria de aprovação de Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Senado, na manhã desta quarta-feira (22), a oposição denunciou que a escolha de Michel Temer é um movimento do presidente para “estancar a sangria”.
 
A afirmação foi do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em referência aos áudios de parlamentares do PMDB, entre eles Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR), com o ex-senador José Sarney e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, de que a cúpula atuava, ainda antes do impeachment de Dilma Rousseff, para barrar os avanços da Operação Lava Jato.
 
De acordo com Randolfe, o que se viu na manhã desta quarta foi um “roteiro” de Temer, que não tem como não se assemelhar aos áudios já anunciados no último ano, dos planos do PMDB para obstruir a investigação contra a cúpula e aliados.
 
“Ocorre que o governo está galvanizando espaços. Me parece até que um roteiro anunciado em abril e maio, nas gravações que se tornaram públicas, tem um esforço para que esse roteiro se concretize”, disse. “Claramente, o governo do senhor Michel Temer está fazendo movimentos para, abre aspas: estancar a sangria”, completou o senador Randolfe Rodrigues.
 
Em maio do último ano, foi tornado público o áudio de uma conversa entre Jucá e Machado, com o senador e braço direito do governo sugerindo um “pacto nacional” para “estancar a sangria” da Lava Jato. “Com o Supremo, com tudo”, completava o senador peemedebista a Machado. 
 
Jucá, por sua vez, rebate a suposta “interpretação” do diálogo e diz ter sido mal interpretado. Segundo ele, fazia referência à sanfria na economia, provocada pelo então governo de Dilma Rousseff.
 
No STF, o novo ministro indicado por Temer, que já ocupou cargos em governos tucanos, como no Estado de São Paulo, e comandava o Ministério da Justiça do atual presidente, Moraes será responsável por, nada menos, que a revisão da Operação Lava Jato.
 
Isso porque Alexandre de Moraes não assumirá a Segunda Turma do STF, encargada pelas análises e julgamentos dos processos da Lava Jato. Mas, em uma possível revisão de condenações a nível do Supremo, a cadeira de Moraes é que herda tal decisão.
 
A cobrança, a partir de agora, será da opinião pública e dos partidos de oposição no Legislativo, para que Moraes se declare suspeito de julgar, pelo menos, investigações que tenham relação com Michel Temer e aliados do ex-ministro da Justiça.

 

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

11 Comentários

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  1. inacreditável

    Fico pasmo ao perceber que ninguem, nenhum blog sujo, tenha ido atrás das inconsistências no currículo do Kojak.

    Há vários indícios de “maracutaias” visíveis até por leigos.

    Como ele conseguiu ser professor da USP com um doutorado de dois anos e uma Livre Docência de apenas um ano?

    De que maneira ele conseguiu incluir essas aberrações no Currículo Lattes?

    Pior, Na comunidade da USP quase ninguém sabe disso!

    1. Fato antes dos audios.

      Esta foto foi tirada antes de janeiro de 2015.

      Nela figura o atual Governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, ainda como senador do DF.

      1. Ah, pera lá…

        Antes dos áudios o Randolfe não sabia com quem estava se metendo? Sò descobriu o nível de canalhice dessa turma depois dos áudios?

        O Rollemberg foi nulo como senador e está sendo um governador nulo, conseguindo ser ainda pior que o Agnelo…

  2. Se por um lado vai doer fundo

    Se por um lado vai doer fundo ter que engolir um escroque como Alexandre de Moraes como ministro da Suprema Corte, por outro lado daqui por diante Vossas Excelências TBestão condenadas ao convívio diário com o novo colega. Vai ser lindo assistir aqueles que se acovardaram e se apequenaram na posição de ter que tratar a esse pulha com a pompa e as mesuras que a liturgia do cargo exige. Bem feito!

     

  3. O visionário e a suruba
    Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel””Estancar a sangria da Lava Jato””Se não o primeiro a ser comido vai ser o Aécio, Quem não conhece o esquema do Aécio? Fui do PSDB 10 anos, não sobra ninguém.””Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem ‘ó, sótem condições sem ela. Enquanto ela estiver lá essa porra não vai pararnunca””Michel é Eduardo Cunha, é um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional. Com o Supremo, com tudo. Aí parava tudo”……

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