Câmara aprova MP da aposentadoria alterada, com rombo de R$ 70 bilhões

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Após afrontar o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB), que tinha agendado uma sessão para apreciar os vetos de Dilma Rousseff a projetos da chamada pauta-bomba, nesta quarta-feira (30), a Câmara Federal aprovou uma Medida Provisória editada pela presidente mas reformulada na Casa para criar a possibilidade de desaposentadoria e legalizar o fator 85/95. Com essas mudanças, a Casa abriu caminho para um rombo de R$ 70 bilhões na Previdência Social pelos próximos 20 anos, segundo levantado da Advocacia-Geral da União.

A Medida Provisória já era uma tentativa de Dilma de criar um cálculo progressivo para a aposentadoria, com o intuito de reduzir o impacto sobre a Previdência. Na Câmara, porém, o texto foi alterado para criar normas que, em tese, beneficiam mais o trabalhador que pretende sair do mercado mais cedo sem descontos no benefício. A fórmula aprovada pelo Legislativo permite aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85, para as mulheres, e 95, para os homens.

Pela MP de Dilma, a fórmula para calcular a aposentadoria variava conforme a expectativa de vida da população que, em tese, aumenta ano a ano. Seria necessário um ponto a mais na soma para obter a aposentadoria, começando em 2016 com a fórmula 85/95. Em 2017, por exemplo, mulheres precisariam de 86 pontos e homens, de 96 – ou seja, haveria a soma de um ponto. Em 2022, seriam 5 pontos a mais.

A sessão da Câmara desta quarta-feira é extraordinária, ou seja, foi agendada de última hora com patrocínio de Eduardo Cunha. Os deputados deveriam ter participado da sessão do Congresso convocada por Renan para as 11h, para discutir os vetos de Dilma a projetos como o reajuste do salário dos servidores do Judiciário, e outros tópicos que criarão despesas incompatíveis com o caixa da União.

Porém, deputados do PMDB, PSDB, DEM, PPS, PR e PTB, principalmente, fecharam acordo para só participar da sessão do Congresso em que o veto de Dilma ao financiamento empresarial de campanha entre na pauta para ser apreciado. A ideia dos parlamentares é derrubar o veto, indo de encontro à decisão do Supremo Tribunal Federal que inviabilizou esse tipo de doação já para as eleições de 2016.

Como Renan Calheiros disse que seria “inútil” derrubar esse veto e ainda falou que o Congresso tem pautas mais importantes para discutir, os deputados decidiram convocar uma sessão extraordinária na Câmara, obrigando os parlamentares a abandonar a sessão do Congresso.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

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    1. O que Janot tem haver com

      O que Janot tem haver com essa história? Só se for por ele estar demorando em pedir o afastamento do Cunha da Presidência da Câmara de Deputados..

  1. Exagerado

    Está sendo gerado um déficit de 70 bilhões para os próximos 20 anos. Ou seja num valor médio de 3,5 bilhão por ano. O que é pouco se comparado a gastança dos últimos 12 anos.

  2. Brasil nas maões do louco do Cunha

    Não podemos deixar o Brasil nas maões desse louco! Ele que já foi delatado por várias testemunhas, agora com numero ds contas no exterior e os extrato comprovando tudo, vai ser mais fácil tirar esse corrupto do poder.

    Ainda tem cara de pau de falar em Impechament da Presidente!! Abaixo ao Cunha!!!!

  3. Queremos Grana de Corrupção

    São acharcadores !

    Sem a grana dos empresários, os deputados do PSDB, PTB, PPS, DEM e PMDB liderados por Eduardo Cunha jogam o Brasil no precipício.

    Ou eles recebem os milhões das empresas ou então o Brasil tá fudido !

     

  4. Dúvida!!!

    De onde tiraram que a expectativa de vida aumenta 1 ano por ano?

    Quando iremos nos aposentar? Acho que os chefes do Executivo e Legislativos não têm esta preocupação, tendo em vista que vários deles acumulam duas ou três aposentadorias. Daí eu ter de trabalhar até os 180 anos de idade para pagar estes benefícíos.

    Melhor ainda é ver os autores deste blog concordando com a idéia do governo.

    Parabéns.

    1. Melhor parte é ver apoiadores do partido dos trabalhadores

      ser contra algo que beneficie aqueles que trabalharam a vida inteira e buscam um fim de vida digno…

    2. Sendo português a residir no

      Sendo português a residir no Brasil casado com uma professora brasileira e conhecer em detalhe dos sistemas previdenciários europeus entendo que o Brasil está criando um sistema cada vez mais descompensado que não tem futuro. Isto deve-se à circunstância da câmara querer derrotar governos progressistas que esses devem procurar a sustentabilidade e o equilibrio do sistema para o presente e também para o futuro. O sistema acual tem muitas distorsões e abusos de certas classes e sem reforma atempada e equilibrada acabará por ser insustentável. No primeiro momento que a direita esteja no poder vai refazer o sistema e retirar todas as medidas mais equitativas colocando os mais ricos a descontar para sistemas privados de saúde assegurados pelo sistema bancário e o sistema público brasileiro será praticamente destruído. Precisa de uma reforma urgente e feita por gente que quer um Brasil democrático, equitativo e equilibrado economicamente. Deviam olhar para os sistemas europeus mais avançados e mais adaptados às realidades do crescimento da esperança de vida e às realidades da riqueza intrinseca dos estados.

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